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Palestra Sobre Orquideas

informações para o cultivo de orquideas

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ORQUIDÁRIO MINAS Email: [email protected] Comunidade do orkut: www.orkut.com/Community.aspx?cmm=27605532 PALESTRA: Cultivo de Orquídeas " Quem quiser cultivar orquídeas, precisa ter paciência, pois a planta floresce uma vez por ano e sua florada é tão bonita que vale a pena qualquer sacrifício, as cores, a delicadeza das formas, a beleza, tudo unido faz das orquídeas o que de mais belo, maravilhoso e nobre existe no reino vegetal. Olhá-la é tornar-se um maníaco pela nobre arte de apreciar o belo, LUZ, CALOR, ÁGUA, VENTILAÇÃO, ADUBO, TRATO e sobretudo muito amor são os elementos essenciais para a orquídea florescer." Autor desconhecido Esta apostila é dedicada a todos aqueles que começam a cultivar orquídeas e acabam aprendendo a cultivar as amizades INTRODUÇÃO A vontade de poder apreciar a beleza das orquídeas em casa nos leva à busca de conhecimento para o desenvolvimento adequado da orquídea fora de seu habitat natural. Precisamos estar atentos a uma série de fatores para obtermos o devido sucesso nesse cultivo. Nessa apostila, tentaremos estar passando uma noção geral do que é uma orquídea e qual a melhor forma de cultivá-la dentro de nossas casas. CONHECENDO UMA ORQUÍDEA Para facilitar o entendimento da morfologia de uma Orquidácea, vamos mostrar, separadamente, suas partes, dando ênfase àquelas partes mais importantes para seu desenvolvimento. De acordo com a ilustração abaixo, entenderemos melhor sua morfologia: Raízes: responsáveis pela absorção da água e dos minerais necessários para o metabolismo da planta, além de também serem importantes na reserva de água e proteção solar para algumas espécies. As raízes de algumas orquídeas também exercem a função de fotossíntese. Rizoma: Caule carnudo da planta que une os pseudobulbos. Pode estar no subsolo ou na superfície do solo nas espécies terrestres, ou ainda nas epífitas que ficam na superfície da casca da árvore. Pseudobulbos: são órgãos que armazenam a água absorvida pela planta, não estão presentes em todas as espécies de Orquídeas. Gema: Onde surge o broto, parte utilizada para se fazer meristema das orquídeas. Folhas: absorvem o oxigênio, Também são responsáveis pelo armazenamento. Espata: Parte que protege os botões das flores. Classificação das orquídeas Classificação quanto à origem genética: Espécies - são aquelas que encontradas em sua forma original, ou seja, do jeito que a mãe Natureza nos enviou. Brassavola nodosa Híbridos naturais - são as orquídeas cujo cruzamento ocorre na própria natureza, sem interferência humana. Híbridos artificiais, genéricos ou intergenéricos - são aquelas, onde o cruzamento foi efetuado pelo homem com dois ou mais gêneros da mesma espécie ou de espécies diferentes. Classificação quanto ao habitat: Epífitas – Elas se desenvolvem em troncos e galhos de árvores, Mas não são parasitas, pois não danificam e nem retiram nutrientes das árvores. Sua alimentação vem do oxigênio que absorve através das folhas, da umidade do ar, do sol, da água da chuva e dos nutrientes que derivam das folhas e insetos mortos e decompostos que ficam depositados sobre os galhos e troncos; Terrestres - São aquelas que vivem no solo. Geralmente são plantas de climas temperados, mais amenos; têm o sistema de raízes próprias para se desenvolverem na terra. Gostam de local menos ensolarado; Rupícolas ou litofíticas - Se desenvolvem em solo rochoso, em locais geralmente muito ensolarados. As raízes ficam protegidas nas fendas das rochas ou sob o mato. Essas orquídeas enfrentam condições adversas de temperatura, passando por calor forte durante o dia e temperaturas baixas à noite. Saprófitas - Espécie subterrânea que cresce e floresce no subsolo, a Rhizanthella garneri, coletada pela primeira vez em 1928 na Austrália. Não tem clorofila e se desenvolve com a ajuda de um fungo. Classificação quanto ao seu crescimento: Simpodiais - plantas que crescem na horizontal, ou seja, o novo broto se desenvolve na frente do bulbo adulto formando o rizoma e um novo pseudobulbo, num crescimento contínuo. Ex Cattleyas, Laelias. As orquídeas com crescimento simpodias apresentam algumas subdivisões que são: - Cespitoso: A orquídea cresce em todas as direções possíveis; - Reptante: A orquídea cresce em paralelo ao galho; - Escandente: A orquídea sempre cresce na vertical; - Subcespitoso: É o misto entre cespitoso e escandente, ou seja, o broto surge em qualquer direção, mas depois ele sobe. Monopodiais - planta com crescimento vertical. Suas folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou semi-cilíndricas, dispostas simetricamente no caule da planta. Ex. Vanda, Ascocentrum. Ortografia e Pronúncia Os nomes das orquídeas são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para que sejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua viva prevaleça sobre a outra. Assim, orquidófilos de qualquer parte podem trocar idéias sobre as orquídeas sem fazer confusão. E como, felizmente, continuam a ser descobertas novas espécies, existe uma equipe especializada, chamada de taxonomistas, que recebe o registro de cada ‘nova’ planta e lhe dá o nome adequado, em latim, de acordo com sua linhagem ou de acordo com algum detalhe que lhe seja característico ou, até latinizam um nome próprio dado à flor. VOGAIS • • ae tem som de e. Ex: Laelia (Lélia). Exceção: Aerides (Aerides) oe tem som de e. Ex: Coelogine (Celogine). CONSOANTES • • • • Ph tem som de F. Ex: Phalaenopsis (Falenopsis). X tem som de Cs. Ex: Xanthina (Csantina) Ch tem som de K. Ex: Chiloshita (kiloskista), Pulchelum (Pulkelum), Ornithorhynchum (Ornitorrincum). Ti, seguido de vogal, tem som de ci, exceto quando precedido de s, t ou x. Ex: Constantia (Constancia), Pabstia (Pabistia). ORTOGRAFIA Algumas regras devem ser obedecidas na hora de escrever o nome das orquídeas, que pode ser composta de gênero, espécie, variedade e nome do clone (caso apresente características muito boa). Por exemplo, Cattleya labiata var. semi-alba “Mariana” Gênero (Cattleya): sempre escrito em itálico e com inicial maiúscula. Espécie (labiata): sempre escrito em itálico e com inicial minúscula. Variedade (semi-alba): sempre escrito em itálico e com inicial minúscula. Clone (“Mariana”): sempre escrito em letra romana, com inicial maiúscula e entre aspas. No caso dos híbridos naturais, as regras acima também são validas, já que, por serem criadas pala natureza, são tratadas como espécies. A única adição é a letra x (deve ser sempre escrita em letra minúscula) após o nome do gênero. Por exemplo, Cattleya x dolosa (cruzamento entre Cattleya walkerianana e Cattleya loddigeisii). Para os híbridos artificiais, o gênero continua em itálico, mas o híbrido que entra em lugar da espécie é escrito com letra romana e inicial maiúscula. Por exemplo, Cattleya Portia var. Coerulea “Baronesa”. Dessa forma, Portia indica que não se trata de uma espécie. Alias, este é um híbrido artificial entre duas Cattleyas: labiata x bowringiana. IDENTIDADE Os responsáveis por receber o registro das plantas descobertas e por nomeá-las adequadamente são chamados de taxonomistas. Os nomes são dados em latim ou grego, fazendo com que o mundo inteiro possa se comunicar e trocar idéias sem que haja confusão quanto aos gêneros e as espécies. Tipos de substrato Com relação à escolha do substrato no qual se cultiva uma orquídea, estarei falando sobre minha própria experiência, que venho pesquisando há alguns anos. Com base nesta pesquisa, selecionei alguns, citados abaixo: -XAXIM: Esse já usei de todas as formas que encontrei: placas, palitos, vasos, desfibrado e até em pó. Obtive sucesso em todas as plantas que utilizaram o xaxim como substrato, mesmo quando as cultivei com o pó de xaxim. Mesmo que na falta de um sistema de adubação, elas floresciam. Hoje praticamente não faço mais uso deste substrato, os poucos vasos e placas que ainda restam, na hora do replante serão substituidos por outro substrato. Em decorrência da extração do xaxim ter sido sempre feita sem controle nenhum, ele se tornou escasso. Fato lamentável, pois é um substrato rico em nutrientes, o que auxilia muito no cultivo das orquídeas. Quem sabe, com projetos para a sua recuperação, ele não seja, de fato, extinto, e quem sabe, algum dia possamos voltar a utilizá-lo. -MUSGO E ESFAGNO: Ótimo substrato, principalmente para mudas, eu particularmente uso mais o musgo. É de fácil manipulação e pode se encontrar com bastante facilidade no mercado. Já o esfagno, dependendo da cidade, não encontramos no mercado varejista ou, as vezes, a quantidade minima a ser vendida é muito superior ao que necessitamos, além de que seu custo é mais elevado. Quando faço semeaduras, na hora do repique, transfiro todas as mudas para o musgo, o que garante a umidade necessária para o pleno desenvolvimento da planta. Outro ponto interessante é que, quando se forma o musgo no vaso, sempre procurei observar a reação da planta em si, se ela não apresentar nenhum sintoma que desabone sua permanência, não o retiro, as Cattleyas por exemplo, adoram o musgo. Eu obtive sucesso absoluto no cultivo de Aspasia, Ansellia, Acacallis, Barbosella, Bifrenaria, Brassia, Cattleya, Lockartia, Comparettia, Paphiopedilum e Phragmipedium, com ou sem adubação, porém quando não adubadas suas florações foram deficiente. COCO: Esse ainda estou me adaptando, não dá para concluir se é bom ou ruim, estou tendo alguns sucessos e um desastre, estou utilizando fibra, placas, tutores, casca e coxim, o desastre foi com o coxim, não sabia que ele retinha muito a água, então assassinei minha Laelia mirelli, então como a culpa não foi do do coxim, e sim da besta aqui, vou continuar testando, o que deu para perceber é que o coco, se não tiver adubação regular, a planta não floresce, ela até que se desenvolve bem, mas a flor não aparece. PIAÇAVA: Não cheguei a concluir esse substrato, mas estva achando muito bom, é bem poroso, o que facilita o enraizamento e aparenta ser bastante durável, vou voltar a testá-lo para poder tirar minhas conclusões. AÇAÍ: Não gostei, curta durabilidade e atrai muitos insetos, além do fato de que na primeira tentativa, apenas lavei para retirar o pó, depois de 1 mes as sementes estavam brotanto, na segunda tentativa, após a lavagem, fervi as sementes por uns 15 minutos, deixei secar, não aguentou 8 meses e já estava se decompondo, para mim não serve. BARBATIMÃO: Surgiu como uma casca alternativa devido a sua grande exploração para fins medicinais, o custo era baixissímo, e até da para encontrar a árvore com facilidade espalhada pelas ruas das cidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais, o único incoveniente é que tinha um alto teor de tanino, então para utilizá-la é preciso ferver bem, e mesmo assim, deixá-la de molho por uns 5 dias, trocando a água diariamente. Particularmente gostei dos resultados obtidos com o barbatimão. CASCAS E TRONCOS: Além do barbatimão, já testei e utilizo várias outras cascas de árvores e pedaços de troncos delas, em todas obtive e continuo tendo sucesso, para ser bem sincero, acho o melhor substrato alternativo, devido ao seu baixo custo, durabilidade e a facilidade de manuseio, vai na horizontal, vertical, diagonal, e os cambau, só devemos ter alguns cuidados, no caso das cascas, é só deixar de molho para se retirar o tanino, quando fervemos aceleramos o processo, mas em média não passa de 5 dias para podermos estar utilizando elas, já no caso dos troncos, ai já complica um pouco mais, primeiramente pelo tamanho dele, se você pretende levar as plantas para exposições, deve-se atentar pelo espaço que vai ocupar e seu peso, se fopr pequeno, o processo de molho praticamente é o mesmo, só que um pouco mais demorado, em média 3 semanas, agora se for dos grandes, o ideal é deixá-lo no tempo por uns 6 meses. Com ambos substratos, foi duro acertar a mão para respeitar as regrinhas de luz, ventilação, umidade ambiente, regas e adubação, após isso, sempre tive ótimas florações, principalmente nas micros-orquídeas e principalmente nos oncidiuns, que não me aventuro mais a por em vasos, pela sua função de trepadeira, não passa de um ano e temos que reenvasar, quando se são poucos tudo bem, mas quando a quantidade é grande complica. Então no que depende da minha opnião, cascas e troncos são o melhor substrato para nossas meninas. CARVÃO: É um bom substrato, principalmente pelo fato do seu baixo custo e durabilidade, principalmente para as plantas que não suportam acúmulo de água nas raizes, obtive ótimos resultados com Phalaeonopsis, Laelias e Cattleyas, só não pode deixar de adubar, mesmo assim, tomar muito cuidado para que o adubo não fique em contato direto com a raiz. ISOPOR: Não obtive sucesso com o uso deste material como substrato. Dá a impressão de que as raizes ficam horríveis, secas, e na hora de retirar é um problema constante , o isopor para mim só serve como dreno, especialmente em vasos de cerâmica que vão ser pendurados, só serve para isso, diminuir o peso. BRITA E ARGILA EXPANDIDA: Mais outros dois substratos com ótimos resultados, facilidade em encontar e baixo custo, só se tem que ficar atento, pois requer um pouco mais de atenção, assim como no carvão, com relação a regas, adubação, iluminação, etc, principalmente para o pessoal que gosta de pendurar as plantas, se os ganchos, arames e suportes não forem resistentes, baubau, os vasos caem, se partem e em 99 % dos casos, picotam as raízes, ai as chances de salvar as plantas diminui. Eu particularmente gosto desses substratos e vou continuar a utilizá-los, pois os resultados obtidos até agora são fantásticos. SABUGO DE MILHO: A primeira tentativa foi um fracasso, mas também sem as devidas informações, peguei os sabugos inteiros, acomodei dentro do vaso e fixei a planta, o resultado não poderia ser mais desastroso, quase perco a planta, depois, com boa vontade, peguei novamente sabugos, lavei e piquei em cubos, ai sim, uma maravilha, principalmente para um Oncidium ornithorrhynchum, um espetáculo, 16 hastes, virou uma cortina. MISTURAS: São também uma boa escolha de substrato, é só prestar atenção na proporção da mistura, para se poder trabalhar as regas e adubações necessárias. Eu me dei bem com todas, xaxim com fibra de coco, cascas com brita, cascas com carvão, brita com carvão, etc. TUTORES VIVOS: Embora esse seja o substrato que melhor representa o habitat das orquídeas, é para quem não quer ter trabalho algum com as orquídeas, e nunca expor suas plantas, tá certo que é bonito olhar para aquela árvore no quintal e ver aquelas flores lindas, mas fica só para você e seus vizinhos, ou quem sabe, se for bonzinho, tira fotos e manda para as listas. AUSÊNCIA DE SUBSTRATO: também utilizo, especialmente para vandas, apenas coloco elas em cachepots, penduro e pronto, é só regar, regar, regar e adubar. PINHA: Esse também não deu tempo de chegar a tirar conclusões, pois com apenas 3 meses, perdi minhas plantas com a contaminação da água, a única coisa que deu para notar, é que estavam apresentando um bom enraizamento, esse também vou voltar a testar. Adubação Muito embora seja prática comum chamá-los de alimento das orquídeas, os fertilizantes não são, na realidade, comida para elas. Na verdade as orquídeas usam a água, o dióxido de carbono, a clorofila e a energia do sol para fabricar açúcares e, a partir daí, fazer sua própria comida. Desse modo, os fertilizantes, na melhor das hipóteses, podem ser chamados de nutrientes. Os nutricionistas de plantas identificaram dezessete elementos essenciais para o crescimento das orquídeas. Dado que, para maximizar seu crescimento, as plantas necessitam de grandes quantidades de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S) – embora estes três últimos em quantidades um pouco menores - estes seis elementos químicos são chamados de macronutrientes. Os outros, necessários em quantidades extremamente pequenas, tais como Ferro (F), Manganês (Mn), Boro (B), Zinco (Z) etc são chamados de micronutrientes. Um fertilizante é dito essencial quando contém N, P e K. É dito balanceado quando tem a mesma proporção de N, P e K e é dito completo quando também contém os micronutrientes. São exemplos de fertilizantes comumente utilizados para orquídeas os de proporção 30-10-10, 20-20-20 e 10-10-10. Note que, por terem a mesma proporção, estes dois últimos são balanceados. Mas o que significam, afinal, estes três números que os fertilizantes geralmente trazem impressos nos rótulos? Significam a porcentagem que cada um dos macronutrientes participa no peso total do adubo. O primeiro número é para o Nitrogênio, o segundo para o Fósforo e o terceiro para o Potássio. Ou seja, se você comprar uma embalagem de 100g de um fertilizante de fórmula 30-10-10 este fertilizante terá apenas : ♦ 30g de Nitrogênio, ♦ 10g de Fósforo e ♦ 10g de Potássio. Os outros 50g que faltam para completar os 100g do peso total correspondem a outros componentes quaisquer. Resumidamente, o papel destes três principais nutrientes é o seguinte: - O Nitrogênio é importante para o crescimento dos pseudobulbos e folhas e proporciona uma cor verde firme. - O Fósforo desenvolve as raízes e as flores. - O Potássio ajuda a construir os tecidos da orquídea e também na produção da vital clorofila. Ao comparar fertilizantes você deve verificar a proporção dos três nutrientes que cada um deles contém porque isso será de fundamental importância na hora de fertilizar. Quantas vezes você já não ouviu dizer que “um fertilizante com a proporção 20-20-20 é igual a um de 10-10-10 e que você deve apenas usá-lo em quantidades menores”? Isto é verdade, já que ambos tem uma relação básica de 1 para 1 para 1. Contudo, eles são iguais apenas no que diz respeito à proporção. Como estes números são apenas expressões percentuais dos componentes nutricionais primários, o orquidófilo deve calcular a quantidade (peso) necessária do adubo, a fim de obter a concentração ideal de cada nutriente. E são estas duas palavrinhas “concentrações ideais” a chave para uma boa cultura de orquídeas. As orquídeas tenderão a maximizar seu crescimento e a realizar com plenitude suas funções vitais internas e externas se puderem dispor, durante o maior tempo possível, de um meio ambiente que lhes proporcione condições de absorver, em “concentrações ideais”, os nutrientes necessários para sua vida. Nem mais, nem menos, nem falta, nem excesso. Os substratos geralmente não são equilibrados em seus fornecimentos às plantas. Muitos dos utilizados em orquidicultura são completamente inertes. Daí a necessidade das adubações. O que se segue são algumas considerações sobre como alcançar concentrações ideais dos nutrientes presentes nos adubos que encontramos no comércio. Estudos controlados constataram que a diluição em água de um adubo que gere uma concentração de 150 a 200 partes por milhão (PPM) de um nutriente é excelente para as orquídeas e esta seria a tal concentração ideal. Mas, PPM? O que é isso? Como chegar na concentração ideal se não sei o que é PPM? Bom, na verdade não é preciso saber o que é isso para calcular corretamente a concentração necessária. Por exemplo, se você souber que 1g de um NUTRIENTE – veja bem, do nutriente e não do adubo - ao ser diluído em 10 litros de água gera na solução resultante 100 PPM daquele nutriente, então você terá a chave para sempre obter a concentração certa. Este exemplo pode se transformar numa regrinha simples e básica para utilizarmos, sem medo de errar: 1g de um componente nutricional qualquer, na forma de sal, dissolvida em 10 litros de água rende uma concentração de 100 PPM daquele componente (que já estará na forma em que a planta pode aproveitar). Obs – Lembre-se que componente nutricional é qualquer um dos macro ou micronutrientes, não o adubo tal como o compramos na loja. Portanto, tudo o que precisamos fazer é lidar com peso, sem nos preocuparmos com o que seja a definição química de PPM. Ok! Agora já sabemos que 1g de Nitrogênio, por exemplo, (um dos macronutrientes!) dissolvido em 10 litros de água rendem uma concentração de 100 PPM daquele nutriente. Para obtermos a concentração de 150 PPM, que mais acima citamos como estando no início da faixa ideal, de quantos gramas de Nitrogênio precisaremos? Com uma simples regra de três constatamos que, claro, precisaremos de 1,5g de Nitrogênio. E agora, como fazer para pesarmos 1,5g de Nitrogênio partindo dos adubos comprados em loja? É aí que entram as tais porcentagens 10-10-10, 30-10-10 etc que vemos nos rótulos, pois a quantidade de adubo que vai gerar as 1,5g de Nitrogênio vai variar conforme a fórmula do produto que você adquiriu. Se a formulação que você tem é, por exemplo, 10-10-10, então, como vimos no início, apenas 10% do peso é Nitrogênio (ou seja, tomando 10g desse adubo apenas 1g será de Nitrogênio, 1g será de Fósforo e 1g será de Potássio, sendo os outros 7 gramas de outros componentes). Bom, a partir daí fica fácil: para obter 1,5g de Nitrogênio você precisará pesar 15g do adubo, já que apenas 10% dos 15g é Nitrogênio. Esta é a quantidade de fertilizante que devemos pesar e misturar a 10 litros de água para disponibilizar 150 PPM de Nitrogênio para a planta, em cada adubação periódica que fizermos. Se você quiser um fator básico para poder variar a quantidade de litros que você quer usar e assegurar que vai sempre obter as 150 PPM de Nitrogênio, este fator será 1,5 para o caso de qualquer fertilizante cuja fórmula seja 10-n-n. Portanto, para saber, por exemplo, quantos gramas desse tipo de adubo 1 você deve adicionar a 50 litros de água, basta multiplicar 50 por 1,5. O resultado, nesse caso, é 75g do adubo. O uso do fator simplifica bastante as coisas. Para um fertilizante cuja proporção for 30-n-n, o raciocínio será o mesmo 2. Num adubo destes já sabemos que 30% de seu peso correspondem a Nitrogênio. Assim, quantos gramas de fertilizante devem ser pesadas para se obter 1,5g de Nitrogênio? Devem ser pesadas 5g do adubo (5g de adubo x 0,3g de N por grama de adubo = 1,5g de N). Portanto, para a formulação 30-n-n você deverá adicionar 5g do fertilizante a 10 litros de água para obter as mesmas 150 PPM de Nitrogênio (ou 0,5g em 1 litro). Este número – 0,5 – é também o fator básico a ser usado para qualquer adubo de fórmula 30-n-n, quando você quiser variar a quantidade de litros de água e assegurar que vai obter a concentração adequada de 150 PPM. Basta multiplicá-lo pela quantidade de litros e você obterá a quantidade de gramas de adubo a dissolver. 1 Note que você está lidando agora com o fertilizante na forma comercial, não mais com os componentes nutricionais que ele contém e isso simplifica bastante o dia a dia. Um fertilizante tipo 10-n-n terá para o Nitrogênio sempre um fator 1,5 para ser multiplicado pelo volume de água. Um tipo 20-n-n sempre terá um fator 0,75 para ser multiplicado pelo volume de água e resultar na quantidade de fertilizante a utilizar. Estes fatores nos livram de coisas como PPM, nutriente, proporções etc. 2 Não esquecer que precisamos de 1g de Nitrogênio dissolvido em 10 litros de água para gerar 100 PPM Certo, mas e os outros nutrientes além do Nitrogênio? Se você estiver usando os fertilizantes obtidos no comércio não precisará se preocupar com os outros macro e micronutrientes. Ao pesar a quantidade necessária de Nitrogênio, os outros sais serão pesados proporcionalmente. Resumindo: as quantidades reais necessárias de adubo são diferentes umas das outras, pois dependem da formulação que você vai usar. Aquela velha recomendação “uma colher de chá por litro de água” deve ser esquecida pois não tem, de fato, nenhuma utilidade para quem cultiva orquídeas. Agora que você já aprendeu como chegar à concentração adequada, o melhor seria poder fazer um teste no fertilizante já dissolvido na água para saber a real disponibilidade de Nitrogênio que você obteve. Mas, isso envolveria procedimentos químicos que fogem dos limites deste pequeno artigo. No entanto, você pode, e deve, fazer certas checagens no intuito de se assegurar de que atingiu a faixa de disponibilidade (150 a 200 PPM) desejada e corrigir os pesos se for o caso. Por exemplo: qualquer parcela de Nitrogênio que o fertilizante contenha e que venha da URÉIA deve ser descontada do peso. Isto porque pode levar até um ano para que a uréia seja decomposta e possa ser aproveitada pela planta. Nesse meio tempo é certeza que ela já foi levada embora do substrato pelas regas sem nunca chegar a ficar disponível na forma de Nitrogênio. Assim, se a uréia for a fonte de metade do Nitrogênio de um fertilizante de fórmula 20-n-n, então metade do nitrogênio total estará indisponível para a planta. Num caso destes, você precisará duplicar a quantidade de fertilizante a ser dissolvida a fim de manter a quantidade do nutriente na concentração necessária a sua planta. Só que isso significa que você também vai dobrar a quantidade de todos os outros nutrientes constantes da fórmula e isso pode vir a ser (e certamente será) um problema, pois as concentrações dos outros nutrientes deixarão de ser proporcionais à do Nitrogênio. Quase certamente ocorrerá um antagonismo de nutrientes 3. Assim, melhor maneira de contornar os problemas originados por este tipo de adubo é não usar fertilizantes que contenham uréia. Fertilizantes sem uréia proporcionam imediatamente 100% do Nitrogênio necessário, ao passo que os que contêm uréia não. 3 Há muitos casos em que o excesso de um nutriente reduz e até bloqueia a absorção de outro. Só como exemplo, está provado que concentrações muito altas de Nitrogênio inibem a capacidade das orquídeas de absorver Potássio. Por sua vez, a falta de Potássio ocasiona hastes finas e fracas que não conseguem manter as folhas eretas. Este tipo de fenômeno pode se tornar uma bola de neve, com o excesso de um provocando falta de outro ou absorção exagerada de um terceiro, etc. O resultado, normalmente, é a perda do equilíbrio interno do vegetal e seu subsequente colapso. Um segundo ponto a prestar atenção quando você estiver procurando um fertilizante é olhar no rótulo para ver se ele contém micronutrientes. Muitos dos adubos atuais usados em orquidofilia não contêm micronutrientes em sua fórmula e a sua falta pode ocasionar problemas sérios. As plantas em seu ambiente natural não têm problemas em obter tais micronutrientes (aqueles necessários em quantidades extremamente baixas). As orquídeas cultivadas, no entanto, em sua maioria, estão fora do seu ambiente natural e em condições artificiais, de modo que uma boa recomendação é usar um fertilizante que contenha micronutrientes. Você deve considerar, ainda, que o fertilizante que você vai usar precisa ser adequado ao substrato de suas plantas. Qualquer substrato orgânico, ao se decompor, libera macro e micronutrientes, mas as quantidades liberadas dependem de cada substrato. A fibra de xaxim, por exemplo, é bem balanceada nos três macronutrientes. Desse modo, se suas plantas estiverem em xaxim, você deve usar um fertilizante balanceado (20-20-20 ou 10-10-10 etc.). Os mesmos fertilizantes balanceados devem ser usados se suas plantas estiverem em qualquer tipo de material inorgânico – pedras, espuma, isopor, areia ou qualquer mistura deles – já que destes substratos a planta não consegue obter coisa alguma aproveitável. Ao contrário, se você estiver usando casca de pinus, o adubo que você deve usar precisa disponibilizar menos Fósforo (P) pois este substrato o libera em quantidades maiores em sua decomposição natural. Para que a floração possa ser incrementada, geralmente se recomenda que você desbalanceie suas fertilizações, trocando seu adubo habitual por um que diminua acentuadamente a disponibilidade de Nitrogênio (N) 4 e aumente, balanceadamente, as disponibilidades de Fósforo (P) e Potássio (K). Um exemplo deste tipo de adubo é o de fórmula 6-30-30. Além do Fósforo (P), essencial para uma boa floração, uma fórmula como esta disponibiliza mais Potássio (K) para proporcionar à planta uma resistência maior para que possa agüentar eventuais flores a mais que venham a ser formadas. Se você não observar este cuidado e o seu fertilizante não puder disponibilizar um pouco mais dos nutrientes que proporcionam força e resistência à planta, você pode até obter mais botões ou flores, mas ou os botões extras não vingam ou, se vingarem, a duração das flores diminui muito, podendo mesmo virem a murchar logo após abrirem. Não se esqueça que, se você vai se valer deste procedimento, a concentração de 150 PPM deve ser calculada em função do Fósforo (P), o segundo número da fórmula, por ser ele o elemento ativo no suporte à floração. Outro ponto que costuma ocupar as reflexões dos orquidófilos quando pensam em fertilizantes é o que diz respeito aos adubos de liberação lenta, aqueles que cobrem um longo período de tempo. Todos aqueles tipos de farinhas, sejam de sementes como mamona ou girassol ou farinhas de ossos, de peixe, de casca de ovo etc, são exemplos de adubos de liberação lenta. Estes adubos geralmente 4 Isto porque, em princípio, na época da floração do novo broto sua fase de desenvolvimento vegetativo já ocorreu e não seriam mais necessárias grandes disponibilidades de Nitrogênio. contêm proporções baixas dos nutrientes necessários e acaba sendo necessário usá-los em quantidades maiores. Dependendo do substrato que você usa, isto pode vir a ser um problema, na medida em que o substrato pode ficar entupido prejudicando a imprescindível troca do ar ao redor das raízes e acabar favorecendo a formação de microorganismos indesejáveis. Por outro lado, se o substrato for muito irregular, cheio de vãos, como brita, por exemplo, este tipo de adubo não vai ajudar em nada, já que as regas o levarão embora antes que se decomponha. De qualquer modo, nenhum destes adubos lhe proporciona o controle das quantidades de nutrientes colocadas à disposição das plantas, já que a quantidade disponibilizada dependerá bastante da flora bacteriana presente no substrato. Por fim, resta abordar o pH (potencial de hidrogênio). Este assunto merece uma abordagem mais extensa do que será possível neste momento, tamanha a sua importância. Aqui vamos apenas enfatizar o fato de o pH da solução (ou o do substrato depois de adicionado o adubo) exercer papel fundamental na disponibilização dos tais macro e micronutrientes. Se o pH não estiver adequado (levemente ácido) certos nutrientes, apesar de estarem presentes na solução, ou no substrato, ficam INDISPONÍVEIS para a planta. Ela simplesmente não consegue absorvê-los. O Fósforo (P), por exemplo, fica quimicamente bloqueado em substrato orgânico com pH igual ou menor que 4 – muito ácido, portanto. Já o Ferro (Fe) fica bloqueado em pH muito alcalino, acima de 8,5. Pior que o bloqueio, há a possibilidade de outros nutrientes serem absorvidos em níveis excessivos e se tornarem verdadeiramente tóxicos. É o caso do Manganês (Mn) e do Zinco (Z) que, em pH muito ácido, abaixo de 5, podem ser absorvidos em quantidades tais que se tornam tóxicos para a planta. Se conhecer o pH da água que você utiliza é importante 5, ajustá-lo para que fique levemente ácido (entre 6,5 e 7,0) é essencial. NUTRIENTES 4,5 80 Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Enxofre 5 70 70 80 80 60 ÍNDICE DE Ph do meio 5,0 5,5 6,0 6,5 50 25 0 0 68 60 50 0 65 30 10 0 60 50 33 17 60 50 30 20 20 0 0 0 % de indisponibilidade para a planta 7,0 0 0 0 0 0 0 A título de informação, no Estado de São Paulo, o Decreto Estadual nº 12.486, de 20/10/78, estabeleceu que as águas tratadas, potáveis, distribuídas pela rede de fornecimento devem ter um pH entre 5 e 9. A OMS - Organização mundial de Saúde recomenda que a água potável tenha um pH entre 6,5 e 8,5. A água distribuída no ABC Paulista, por exemplo, tem um pH em torno de 8,5, bastante alcalino, portanto. A tabela anterior é uma adaptação de um estudo feito por Thomas J. Sheehan, Phd, e publicada no Boletim da American Orchid Society de Maio de 1955. O fato de ser antiga não lhe tira a validade. Esta tabela mostra, para os diversos níveis de pH, que porcentagem dos macronutrientes a orquídea não consegue absorver. Fica claro que a região de pH entre 6,5 e 7,0 é a melhor possível 6. Por tudo isso, a adubação descuidada soma às condições artificiais nas quais cultivamos nossas plantas (por geralmente estarem em vasos e fora de seu meio ambiente nativo), uma carga extra de estresse que ela tem de suportar. A maioria de nós tem a tendência de achar que é só pegar meia colherinha do fertilizante, dissolver em um pouco de água, assim mais ou menos nas quantidades indicadas no rótulo, adubar esta semana, esquecer de adubar na semana que vem, aumentar a quantidade na semana seguinte, que é para compensar o esquecimento da semana anterior e assim por diante. E depois disso ainda esperamos, tratando-as assim, que se desenvolvam em plantas fortes e espetacularmente floríferas. Ledo engano. Nestas coisas não há milagres. 6 Sem entrar na definição química do pH talvez seja interessante saber que a escala em que ele é medido vai de 0 a 14. PH’s alcalinos são aqueles cujas medidas são superiores a 7,0 e pH’s ácidos são aqueles cujas medidas estão abaixo de 7,0. O pH neutro é, portanto, 7,0. Existem aparelhos próprios para medidas precisas do pH de uma solução qualquer e, para um uso menos preciso, existem disponíveis no comércio kits de medida baseados em reagentes que mudam de cor conforme o nível de pH. Pode-se reduzir o pH de águas/soluções alcalinas adicionando-se um ácido - cítrico, acético etc - ou mesmo um produto ácido como o vinagre, ou suco de limão. Águas ácidas podem ter seu pH aumentado adicionando-se cal virgem ou Hidróxido de Sódio (Soda). Pragas e doenças das orquídeas 1. Caracois, caramujos, lesmas e lagartas: São as pragas mais comuns que atacam as orquídeas, aparecem principalmente nas estações mais chuvosas, ao anoitecer saem de seus esconderijos e vão se alimentar de nossas plantas, devorando tudo que veêm pela frente, comem as raízes, brotos, folhas, hastes, espatas, inflorescencia e flores, em resumo, comem a planta toda. Apesar da gravidade que essas pragas podem causar, a visualização e combate delas é bem fácil. Caracóis, caramujos e lesmas deixam rastros por cima do vaso e substrato e as lagartas dá para perceber através das marcas deixadas na planta e as fezes que caem no chão. O combate a essas pragas vai do mais rudimentar ao mais sofisticado, podemos fazer a coleta manual delas, casca de legumes, que são um verdadeiro banquete para essas pragas, recipiente com pano e cerveja, até as pragas são alcoólicas, quando se utiliza sistemas de bancadas, também se pode espelhar sal entre os vasos, porém temos de tomar cuidado para não deixar o sal cair nos vasos, muito menos escorrer para baixo deles quando efetuamos as regas, também podemos utilizar algumas receitas caseiras que se encontram no fim da apostila e inseticidas e iscas vendidas em supermercados e lojas agropecuarias. 2. Ácaros, cochonilhas, formigas e pulgões: São outras pragas bem comum em nossas orquídeas. Com excessão dos ácaros, as outras pragas estão ligadas diretamente. Os ácaros são microscópios, mas até que é fácil de saber se sua planta está infectada com eles, basta perceber que as folhas e os brotos novos estiverem com muitas dobras ou rugas, pode ter certeza, tem ácaros nela, procure olhar na parte inferior das folhas que dará para perceber a colonia instalada. Se por acaso uma de suas orquídeas estiver com cochonilhas ou pulgões e você tiver formigas em casa, muito cuidado, pois você está prestes a ter todas suas plantas contaminadas, as formigas se alimentam das fezes e secreções adocicadas desses insetos, e além disso, transportam eles de um vaso para outro, tornando muito rápida a infestação da sua planta. Combater as formigas reduz drásticamente a contaminação de suas plantas. A remoção de cochonilhas e pulgões pode ser feita com uma escova de dentes bem macia ou cotonete, sabão neutro ou alcool (mas sem perfume), passe por toda a superfície da planta e lave em água corrente. Também podemos fazer pulverizações de algumas receitas caseiras e inseticidas para acabar com a contaminação. 3. Vespas: São pequenas vespas conhecidas como Eurytoma Orchidearum, elas atacam as gemas e as raízes da orquídea, você só percebe esta contaminação após um perídodo de 15 a 20 dias, pois após a vespa picar a planta, ela deposita um ovo no local, você irá notar esse formato ovalar nas pontas das raízes e nas gemas, combata essa praga com certa urgência, pois quando as larvas enclodirem, elas começam a se alimentar da planta até se tornarem vespas adultas, e vão continuar picando sua planta até o extermínio dela. O combate a essa praga pode ser efetuado com a colocação de iscas próprias para captura de insetos voadores ou a aplicação de inseticidas. 4. Afídios, Trips e Thenthecoris: Trips são pequenos insetos sugadores, praticamente invisíveis, já os Afídios e Thenthecoris também são sugadores, mas são maiores, ambos causam pequenas manchas arredondadas nas folhas e brotos, quando a infestação é pequena, até que não temos de nos preocupar muito, mas quando é grande, além de poder atrair outras doenças, pode infestar o orquidário inteiro. 5. Bactérias, fungos e vírus: Aqui a coisa fica mais séria, na maioria das vezez é preferível descartar a planta, principalmente se for vírus, vale mais a pena queimar essa orquídea do que deixar que se alastre pelo orquidário todo. Na natureza as orquídeas conseguem se defender melhor desses ataques, então devemos tentar reproduzir esse mesmo ambiente em nossos orquidários. Normalmente a propagação dos fungos sempre está ligada à umidade elevada, excesso de água no substrato, baixas quantidades de iluminação e ventilação. Percebemos bem essas infestações na primavera e verão, quando ocorrem muitas chuvas, começam a aparecer pintas pretas nas folhas, e no outono e inverno, brotos novos apodrecem em questão de dois ou tres dias, esses são os sintomas mais visíveis de contaminação. A melhor maneira de se combater esses ataques é separar a planta infectada das outras, cortar a parte contaminada da planta e mantê-la afastada das demais até que se verifique que a contaminação foi controlada. Antracnose e Botrytis são os fungos mais conhecidos, a Antracnose é a mais perigosa, pois quando percebmos sua presença a planta já se encontra em processo de degradação, já o Botrytis são mais fáceis de identificar, pois atacam as flores e os brotos, causando manchas pretas neles, gerando flácides e apodrecimento da planta. Também temos a temida podridão negra, que possui duas origens, bacteriana e fungica, ambas fatais para as nossas orquídeas, as duas são causadas por excesso de umidade e falta de ventilação, a podridão negra ataca qualquer parte da orquídea e se propaga rapidamente, consumindo a planta toda, o que difere uma da outra é que na de origem bacteriana, você nota a presença de um líquido escuro nos bulbos, causando um mau cheiro e deixando os bulbos e hastes caulinares moles, sem consistencia alguma. Mesmo que a orquídea esteja contaminada, temos como salvá-la, desde que sua manifestação já não tenha tomado conta da planta toda, basta cortar a parte infectada, passar um cicatrizante e replantar, mas isso é aconselhável se você possuir uma planta boa, caso contrário é preferível descartar essa planta e evitar que haja ploriferação em seu orquidário. Receitas caseiras CALDA DE SABÃO E ALHO: Amasse 3 dentes de alho e misture com uma colher de sopa de sabão de coco em raspas ou em pó. Dilua em 1 litro de água quente. Agite bem. Deixe esfriar. Coe e coloque no pulverizador. Borrife sobre os insetos. Se a infestação for grande, repita na semana seguinte. O produto pode ser armazenado por até dois dias. Controle: limpeza manual com algodão úmido e utilização de inimigos naturais (joaninhas). Quando a incidência é grande, pulverizar uma solução de óleo mineral ou óleo de neem. Indicado para o combate a Cochonilhas brancas ou com carapaça e pulgões. TINTURA DE FUMO: Base para calda de fumo (10 cm de fumo de corda picado). Colocar os pedaços em um vidro escuro. Acrescentar 1 litro de álcool. Tampar bem e deixar descansar por 7 dias em local com pouca luz. Coar em pano ou filtro de papel e guardar em frasco escuro e bem fechado, ao abrigo de luz e local fresco. Diluir 1 litro de tintura de fumo em 10 litros de água e pulverizar. Previne contra insetos sugadores e mastigadores. CHÁ DE LOSMA: Coloque 30 g de folhas secas de losna em 1 litro de água. Ferva por 10 minutos. Esfriar. Coe em um pano, torcendo para extrair o princípio ativo. USO: dilua essa quantidade em 10 litros de água e pulverize. Indicado para o combate de lagartas e lesmas. ÓLEO MINIERAL OU VEGETAL: USO: Diluir (1) parte de óleo em 100 partes de água. Ex: 1 ml de óleo 100 ml de água. Pulverizar sobre a planta. Indicado no combate de cochonilhas com carapaça, insetos-pragas e algumas doenças fungicas. CALDA DE FUMO + SABÃO: Ferver 100 mg de fumo de corda em 2 litros de água por 5 minutos. Esfriar. Coar esse preparado e misturar com 2 colheres (sopa) sabão de coco em pó. Acrescentar 2 litros de água. Misturar bem. Aplicar sobre as plantas atacadas. Indicado no combate de percevejos, besouros, pulgo~es, cochonilhas e trips. SULFATO DE COBRE: Diluir em 1 litro de água, 2 colheres (café) do sulfato. Pulverizar a cada 15 dias. Cuidados: Não aplicar em temperatura acima de 32ºC. Não aplicar em plantas com flor. Proteja folhas e rizomas. Indicado para as doenças fúngicas e bacterianas. ÓLEO DE NIM: Extraído de uma árvore indiana. Encontrado em lojas agrícolas. USO: Diluir 4 cc de óleo de Nim em 12 litro de água. Pulverize a planta.toda. É um repelente de insetos. FUNGICIDA NATURAL: casca de cebola (1 prato fundo),casca de alho (1 prato fundo), canela em pó (1 pacote), 2 litros de água. Faça um chá e deixe em repouso por uma noite. No dia seguinte, coe e borrife nas plantas; não se esquecendo de borrifar as folhas por baixo. Fazer caldo forte de casca de cebola e aspergí-lo nas telas e madeiramentos de seu orquidário. Espanta as formigas e reduz colchonilhas e pulgões. Adubo caseiro 3 partes de torta de mamona; 2 partes de farinha de osso; 2 partes de esterco de aves bem curtido e seco 1 parte de cinza (madeira, bambu, etc). Misture bem e guarde em lugar seco e bem tampado. CURIOSIDADES Você sabia que as orquídeas apresentam algumas propriedades e não apenas servem para nos agraciar com sua beleza e seu perfume? Cosmética: O óleo extraído da flor da orquídea é empregado na indústria de cosmética para preparar produtos para hidratação da pele. Alimentação: Uma substância extraída da orquídea, com aparência de amido, ajudou durante os períodos de fome e durante muitos séculos foi produzido na Turquia e no Iraque. Era obtido a partir dos raízes tuberosas de "Orchis" e "Ophrys". As flores polinizadas da Vanilla planifolia, uma espécie mexicana, depois de se tornar uma fava era secada e curada para produzir a vanilina que é o princípio ativo da vanila, usada para aromatizar chocolates, doces, tortas e etc... Têxtil e artesanato: Nas Filipinas e na Nova Guiné, a haste caulinar de algumas espécies de Dendrobium são usadas para tecelagem e para fazer cestas e braceletes. As hastes são postas para secar até ficar com uma tonalidade amarela bem forte, depois são cortadas em tiras finas e usadas para a fabricação de belas peças. Música: Em algumas tribos, a seiva da Cattleya labiata var. autumnalis é usada como cola para uso em instrumentos musicais. Na Ámerica Central, os pseudobulbos ocos das espécies de Schomburgkia são usados para fabricar cornetas. Artes Plásticas: Há muito tempo, as orquídeas tem inspirado pinturas. É um tema que sempre atraiu os pintores japoneses e chineses. Muitas espécies de Cymbidium foram pintadas no século XIX por Gyokem Bompon, no Japào e até hoje as pinturas podem ser admiradas no volume XI, por "Gesnhoku Nihon no Bijutsu", no templo de Rokuo-in, em Kioto. Para saber mais sobre as orquídeas é muito importante participar de reuniões em associações orquidófilas, visitar exposições de orquídeas, pesquisar em sites na internet, participar de listas de discussão e comprar livros e revistas de orquídeas. Uma pequena relação de sites úteis. http://www.acw.arvore.com.br/index.html ACW – Associação da Cattleya walkeriana http://www.aosp.com.br/ AOSP – Associação Orquidófila de São Paulo http://www.caob.com.br/pagina.php?nome=home CAOB – Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil http://br.geocities.com/clubedaorquidea/ COPA – Clube da Orquídea de Porto Alegre http://www.cpo.org.br/ CPO – Círculo Paulista de Orquidófilos http://www.geocities.com/RainForest/9135/ SEO – Sociedade Espiritosantense de Orquidofilia http://www.sob.org.br/ SOB – Sociedade Orquidófila de Brasília http://www.sobh.arvore.com.br/index.html SOBH – Sociedade Orquidófila de Belo Horizonte http://www.socan.com.br/ SOCAN – Sociedade Orquidófila da Cantareira Bromélias do Brasil http://br.groups.yahoo.com/group/bromeliasbr/ Cactus e Suculentas http://br.groups.yahoo.com/group/Cactos_e_Suculentas/ Cattleya bicolor http://br.groups.yahoo.com/group/cattleyabicolor/ Club Bulbophillum http://groups.yahoo.com/group/clubBulbo/ Grupo Orquideófilo Canárias http://es.groups.yahoo.com/group/grupoorquideofilocanarias/ Mundo das Bromélias http://br.groups.yahoo.com/group/mundodasbromelias/ Native Orchid Conference http://groups.yahoo.com/group/NativeOrchidConference/ Orchid International http://groups.yahoo.com/group/orchidinternational/ Orchids http://groups.yahoo.com/group/orchids/ Orchid Species http://groups.yahoo.com/group/orchidspecies/ Orquidea http://mx.groups.yahoo.com/group/orquidea/ Orquideas http://br.groups.yahoo.com/group/orquideas/ Orquidistas de Borinquen http://groups.yahoo.com/group/orquidistas_de_borinquen/ Orquidófilos http://br.groups.yahoo.com/group/orquidofilos/ Membro das listas de discussão sobre orquídeas e plantas no Google groups: Catassetum http://groups.google.com/group/Catasetum Tudo sobre plantas http://groups.google.com/group/TudoSobrePlantas CRÉDITOS DADOS RETIRADOS DE ALGUNS LIVROS O GRANDE LIVRO DAS ORQUÍDEAS PG: O7 500 Com fotos e informações: Uma seleção primorosa das Plantas que são verdadeiras Jóias da botânica COMO CULTIVAR ORQUÍDEAS A composição e os fotolitos desta obras foram feitos em oficinas próprias. Distribuição para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, fone: 268-9112, Rio de Janeiro, RJ Copyright (c) 1983 três Livros e Fascículos Ltda. 1°EDIÇÃO - 1983 Mauro Sérgio Rosim – Pelo excelente texto sobre adubação E vários que não consigo identificar nada, amigos acharam em sebos (acabadinhos com a idade, só que com muito valor sentimental e para melhor um pouco na minha paixão).