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P3 De Pme2300, 2009

P3 de mecsol, 2009

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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Mecânica PME2300 – Mecânica dos Sólidos I 3ª Prova – 18/06/2009 – Duração: 100 minutos (Não é permitido o uso de calculadoras) 1ª Questão (5,0 pontos) L L k L M0 C B A D k 2ª Questão (5,0 pontos) A estrutura da figura é composta por duas barras iguais, BC e CD, de comprimento L. A barra BC está engastada em B e articulada à barra CD em C. A barra CD, por sua vez, está articulada em D. Sobre a barra BC está aplicado um carregamento distribuído de intensidade q, constante. Conhecidos o módulo de elasticidade E, a área da seção transversal A e o momento de inércia I das barras, pede-se calcular: a) a força que atua na barra CD; b) o máximo valor de q para que não ocorra flambagem da barra CD. E L A estrutura da figura é formada por duas barras iguais, AC e DE, soldadas em C, de comprimento 2L e rigidez flexional EI. O conjunto está engastado em A e é suportado por molas em D e 3EI E, de mesma rigidez k = 3 . Em B existe um L momento aplicado M O dado. Levando em conta a simetria da estrutura, pede-se calcular: a) as forças nas molas; b) a rotação em B; c) o deslocamento vertical em C. q C B L L D 1 PME-2300 – Mecânica dos Sólidos I – 3a Prova (18/06/2009) – Gabarito Solução da 1a Questão: a) Pela simetria da estrutura e do carregamento, observamos que as reações nas molas serão iguais e que as reações no engastamento se resumem apenas a uma força vertical segundo o eixo y e a um momento fletor em torno do eixo horizontal z. Assim, temos: E L y L MA k L L M0 A x C B F z D VA k F O grau de hiperestaticidade estrutural é g = 3 – 2 = 1 (três incógnitas: M A , VA e F , e duas equações de equilíbrio estático correspondentes a ∑F y =0 e ∑M z = 0 ). Como incógnita hiperestática será adotado o esforço solicitante interno VC entre as barras DCE e ABC. Neste caso são criadas duas estruturas isostáticas fundamentais como ilustra a figura abaixo: Mo MA A B C L L E Vc Vc VA k C L F L D k F Das condições de equilíbrio da Estática, é imediato obter que: 9 F = VC / 2 (equilíbrio de forças verticais na barra DCE), 2 PME-2300 – Mecânica dos Sólidos I – 3a Prova (18/06/2009) – Gabarito 9 VA = VC (equilíbrio de forças verticais na barra ABC), 9 M A = 2.L.VC − M o (equilíbrio de momentos na barra ABC, tomando A como pólo). A determinação de VC é feita através da aplicação do Princípio da Energia Complementar Mínima, resultando: ∂U * ∂VC =0 Eq.(1) onde U * representa a energia complementar de TODO o sistema estrutural (barras e molas) e deve ser expresso em função dos esforços aplicados às estruturas isostáticas escolhidas (conforme figura anterior), ou seja, em função de M o e de VC . Deve-se observar ainda que a expressão acima indica que o deslocamento relativo entre as barras ABC e DCE é nulo (pois as barras estão ligadas fisicamente no ponto C), e não que o deslocamento em C é nulo. Desprezando as energias associadas às forças cortantes nas barras, teremos de Eq.(1): ∂U m* M ∂M ∑ ∫ EI . ∂V dx + 2. ∂V = 0 C C Eq.(2) onde U m* representa a energia complementar em cada uma das molas (daí o fator 2 em frente à derivada expressa pelo 2a parcela em Eq.(2)). Os momentos fletores em cada barra, bem como a expressão da energia complementar em cada mola, são obtidos diretamente: 9 Na barra ABC, trecho CB: M ( x) = VC .x , com 0 ≤ x ≤ L ; 9 Na barra ABC, trecho BA: M ( x) = VC .( x + L) − M o , com 0 ≤ x ≤ L ; 9 Nas barras DC e EC: M ( x) = VC com 0 ≤ x ≤ L ; .x , 2 U = 9 Em cada mola: * m F2 2k = VC2 (energia complementar em cada mola) 8k Assim, temos a partir da Eq.(2): L ∫ 0 (VC .x) EI L .x.dx + ∫ 0 [V .( x + L) − M ] . C o EI (VC .x / 2) x ∂ ⎛ VC2 ⎞ . .dx + 2. ( x + L ) .dx + 2.∫ ⎜ ⎟=0 ∂VC ⎝ 8k ⎠ EI 2 0 L Eq.(3) É possível constatar a partir da Eq.(3) que as duas primeiras parcelas fornecem o deslocamento vertical da seção C (dado pela derivada da energia complementar da barra ABC em relação ao esforço VC que atua em C), enquanto as duas últimas parcelas fornecem o mesmo deslocamento 3 PME-2300 – Mecânica dos Sólidos I – 3a Prova (18/06/2009) – Gabarito vertical (dado pela derivada da energia complementar da barra DCE e das molas em relação ao esforço VC ), sendo o primeiro valor negativo (pois na barra ABC o deslocamento terá o sentido oposto ao sentido do esforço VC ) e o segundo valor positivo (pois no sistema formado pelas molas e pela barra DCE, o deslocamento terá o mesmo sentido do esforço VC ). A soma destes dois deslocamentos representa o deslocamento relativo entre as duas partes que é naturalmente nulo. Voltando à Eq.(3), teremos: VC .L3 3EI + VC .( x + L)3 3EI x= L − x =0 M o .( x + L) 2 2 EI x= L + VC .L3 + 6 EI x =0 VC = 0 Eq.(4) 2k onde as caixas vermelha e azul indicam exatamente a quantidade acima descrita (ou seja, o deslocamento vertical da seção C) sendo o primeiro valor negativo e o segundo positivo. Lembrando que a rigidez de cada mola é tal que k = 3EI L3 , teremos após resolver a Eq.(4) para a incógnita VC : VC = MO 2L Como o sinal resultou positivo, isto significa que o sentido originalmente arbitrado para VC está correto. Desta forma, a força em cada mola fica dada finalmente por: F= VC 2 = MO (Valor: 2,5 pontos) 4L b) Para o cálculo da rotação da seção B, basta aplicar o Teorema de Crotti-Engesser utilizando a estrutura isostática ABC criada no item anterior e aproveitando o fato de que já existe um esforço correspondente ao deslocamento que se deseja calcular. Assim: Mo MA A B L C L Vc VA 4 PME-2300 – Mecânica dos Sólidos I – 3a Prova (18/06/2009) – Gabarito θB = * ∂U ABC ∂M O * representa a energia complementar da barra ABC apenas (pois é com esta estrutura onde U ABC isostática que iremos trabalhar para determinar a rotação em B). Deve-se observar que para a aplicação do Teorema de Crotti-Engesser os esforços externos aplicados à estrutura isostática devem ser considerados independentes. Desta forma, temos: ∂M 9 Na barra ABC, trecho CB: M ( x) = VC .x , = 0 , com 0 ≤ x ≤ L ; 9 Na barra ABC, trecho BA: M ( x) = VC .( x + L) − M o , ∂M O ∂M ∂M O = −1 , com 0 ≤ x ≤ L . Daí: [V .( x + L) − M ] . L θB = ∫ C o EI 0 e, como no presente caso VC = MO 3 V L2 − . C 2 EI EI M O .L ( −1) .dx = , resulta finalmente: 2L 1 M O .L θB = . 4 (Valor: 1,0 ponto) EI c) Para o cálculo do deslocamento vertical da seção C, não é preciso criar nenhum esforço fictício aplicado nesta seção, dado que as estruturas isostáticas criadas no item (a) já fizeram surgir um esforço correspondente ao deslocamento que se deseja calcular. Para a solução deste problema, pode-se optar, indistintamente, tanto pela estrutura ABC quanto pela estrutura CDE associada às molas. Aproveitando a discussão que já foi feita nos itens (a) e (b), temos (optamos pelo uso da estrutura ABC): δ V ,C = δ V ,C = VC .L3 * ∂U ABC ∂VC + L =∫ (VC .x) 0 EI VC .( x + L)3 3EI e, como no presente caso VC = 3EI MO L .x.dx + ∫ [V .( x + L) − M ] . C EI 0 x= L − x =0 o M o .( x + L) 2 2 EI x=L = x =0 ( x + L ) .dx 8 VC L3 3 M L2 . − . o 3 EI 2 EI , resulta finalmente: 2L 1 M O .L2 δ V ,C = − . 6 (Valor: 1,5 ponto) EI onde o sinal negativo indica que o deslocamento vertical é para cima (oposto ao sentido da força). 5 PME-2300 – Mecânica dos Sólidos I – 3a Prova (18/06/2009) – Gabarito Solução da 2a Questão: Diagrama de corpo livre: q MB P C B VB C P D P Barra BC: qx 2 M ( x) = Px − ; 2 Barra CD: P2L = ; 2 EA U CD L ∂U * BC 1 ⎡ PL3 qL4 ⎤ M ∂M =∫ dx = − ⎢ ⎥ ∂P 8 ⎦ EI ∂P EI ⎣ 3 0 (1,0) ∂U *CD PL = (1,0) ∂P EA Teorema da Energia Complementar Mínima: 3 L3 A PL2 PL qL4 q ⇒ + = ⇒ P= 8 L2 A + 3I 3EI EA 8EI (0,5) Carga de Euler para coluna bi-apoiada: Pcr = Máximo valor de q para não ocorrer flambagem: * * ∂U BC ∂U CD ∂U * =0⇒ + ∂P ∂P ∂P π 2 EI L2 qcr = (1,0) (1,0) ( 8π 2 EI L2 A + 3I 3L5 A ) (0,5) 6