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Os Beneficios Socioambientais Da Biotecnologia

O estudo visa evidenciar os resultados dos benefícios sociais e ambientais obtidos em decorrência da adoção do algodão geneticamente modificado e da soja tolerante a herbicida.

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OS  BENEFÍCIOS  SOCIOAMBIENTAIS  D DA  BIOTE ECNOLOGIA  A AGRÍCOLA  NO BRASIL L: 1996/9 97 – 2011 1/12    algodão geneticcamente modifiicado  O caso do a   O caso do m milho geneticam mente modificad do  O caso da so oja tolerante a herbicida        Figura 1. Benefícios ambieentais entre 1996/997 e 2011/12: H2O, benefício líquido  3  el, benefício líquido o Figura 2. Benefícios ambientais entre 1996/997 e 2011/12: Diese 3   .............................................................................................................................. 3 Figura  3.  Benefícios  ambientais  entre  19996/97  e  2011/12:  Emissões  de  CO2,,  3  benefíício líquido .................................................................................................... 3 Figura 4. Benefícios ambientais entre 1996/997 e 2011/12: Redu ução no uso de ing..  3  ativo, benefício líquido .......................................................................................... 3 a Figura  5.  Benefícios  socioambientais  projjetados  para  o  período  2012/13  a  22: H2O, benefício líquido ............................................................................ 3 3  2021/2 Figura  6.  Benefícios  socioambientais  projjetados  para  o  período  2012/13  a  a 22: Diesel, benefício o líquido ......................................................................... 4 4  2021/2 Figura  7.  Benefícios  socioambientais  projjetados  para  o  período  2012/13  a  a 2021/2 22: Emissões de CO O2, benefício líquido ......................................................... 4 4  Figura  8.  Benefícios  socioambientais  projjetados  para  o  período  2012/13  a  a 2021/2 22: Redução no uso o de ing. ativo, beneefício líquido ..................................... 4 4  Figura 9. Algodão GM: Maatriz atratividade/riisco socioambiental na safra 2011/125 5  Figura  10.  Milho  GM,  saafra  verão:  Matriz  atratividade/risco  socioambiental  naa  2011/12 ........................................................................................................ 5 5  safra 2 Figura  11.  Milho  GM,  saffra  inverno:  Matrizz  atratividade/risco  socioambiental  naa  safra 2 2011/12 ........................................................................................................ 5 5  Figura 12. Soja GM: Matriz atratividade/risco o socioambiental naa safra 2011/12 ... 5 5  Figura  13.  Algodão  GM:  o  uso  comparado  de  defensivos  no  Mato  M Grosso  (Safraa  12) ................................................................................................................ 6 6  2011/1 Figura  14.  Milho  GM:  o  uso  comparado  de  defensivos  no  Paraná  (Safra  verão o  2011/1 12) ................................................................................................................ 6 6  Figura  15.  Milho  GM:  o  uso  comparado  d de  defensivos  no  Mato  M Grosso  (Safraa  inverno 2011/12) ................................................................................................... 6 6  o comparado de deffensivos no Paraná (Safra 2011/12) .. 6 6  Figura 16. Soja GM: o uso n área  plantada,  com  a  não  adoção o  da  biotecnologiaa  Figura  17.  Incremento  na  7  agrícola. ................................................................................................................. 7   Prefácio  O  presente  documento  tem  t por  objeetivo,  comentaar  os  principais resu ultados do estu udo “Benefícioss socioambientais da  adoção  da  bio otecnologia:  19 996/97  –  2011//12”1/  realizado o  pela  2/ Céleres  Ambieental   no segu undo semestre  de  2012.  Tal  análise  evidenciará  os  resultados  dos  benefícios  sociais  s e  ambientais  obtidos  em  deecorrência  da  adoção  do  algo odão  geneticam mente  modificado,  do  d milho  geneeticamente  mo odificado  e  daa  soja  tolerante a heerbicida.  1/   O  relatório  co ompleto  com  o  estudo  “Benefícios  socioambienttais  da  adoção  da  bio otecnologia:  1996/97  –  2011/12 2”  pode  ser  aceessado  através do site w www.celeresamb biental.com.br  2/   A  Céleres  Am mbiental®  é  uma  empresa  de  consultoria  ambienttal  que  atua no setor aggrícola, baseada eem Uberlândia, M Minas Gerais. Busscando  se  adaptar  às  exigências  do  mercado,  m alcanço ou  ainda  compeetência  comprovada na gestão ambiental de projetos do o setor sucroalco ooleiro,  florestal e de prrodução de grãoss.  Conteúdo  Benefícios socioambiientais da biotecnologiia no Brasil: 1996/97 a 2011/12 ................................. 2  Projeção dos benefícios socioambientais daa biotecnologia no Brassil: 2012/13 a 2021/22 2 ........... 3  A atratividade socioambiental da biotecnologia no Brasil .............................................................. 4   A eficiência no uso o de defensivos químicos com a adoção da biotecnologia ..........  . 5  Considerações finaais .................................................................................................. 7        1     Benefícios  socioambientais  da  biotecnologia  no  Brasil: 1996/97 a 2011/12  lavouras  de  soja  que  adotaram  a  biotecnologia  representa  67,4%.  Tal  percentual  é  justificado  pela  extensão  da  área  plantada  e  pelo  fato  desta  tecnologia  estar  disponível  no  mercado para comercialização há mais tempo.   Neste  capítulo  serão  discutidos  os  benefícios  socioambientais  inerentes  à  adoção  da  biotecnologia  no  Brasil,  considerando  a  análise do período compreendido entre 1996/97 a 2011/12, ou  seja, os últimos 16 anos e o período futuro compreendido entre  2012/13  a  2021/22.  Para  as  análises  dos  benefícios  socioambientais  efetivados  no  período  de  1996/97  a  2011/12  foram  considerados  os  eventos  transgênicos  disponíveis  e  já  comercializados no mercado brasileiro, quais sejam: a soja TH‐ 1, o algodão RI, o algodão TH, o algodão RI/TH (stack), o milho  RI, o milho TH e o milho RI/TH (stack).  Por seu turno, as lavouras com adoção do algodão transgênico  representaram  1,9%  do  percentual  de  redução  do  volume  de  água,  reflexo  da  menor  área  de  plantio  de  algodão  quando  comparada às demais culturas.   A redução do volume de água utilizado na agricultura envolveu  contribuição  significativa  das  lavouras  de  milho  transgênico,  apresentando uma participação de 30,6% do volume. Diante da  atual  preocupação  mundial  acerca  da  distribuição  e  qualidade  da  água,  é  inegável  a  importância  da  biotecnologia  como  instrumento capaz de proporcionar benefícios na proteção dos  recursos naturais.  Nas  últimas  décadas  a  sociedade  mundial  desenvolveu  uma  grande  preocupação  com  a  qualidade  de  vida  humana,  condicionada,  necessariamente,  à  proteção  do  meio  ambiente  e  seus  recursos  naturais.  O  crescimento  acelerado  da  população  e  a  instabilidade  acerca  da  segurança  alimentar  contribuíram  fortemente  com  as  preocupações  inerentes  à  proteção dos recursos, principalmente a água e o solo. A crise  mundial econômica e alimentar, além dos constantes conflitos,  principalmente  nos  países  africanos  e  do  leste  asiático  contribuíram  para  o  avanço  da  falta  de  alimentos  no  mundo,  além  do  considerável  aumento  dos  desastres  naturais,  colaborando também para a alta de preços dos alimentos.  Com relação à redução do consumo de óleo diesel nas lavouras  com  adoção  de  biotecnologia  no  Brasil,  o  benefício  alcançou  231,6  milhões  de  litros  economizados.  Tal  volume  seria  suficiente  para  abastecer  uma  frota  de  96,5  mil  veículos  leves  no período de 1996/97 a 2011/12 (Figura 2).  Outro  benefício  analisado,  para  as  lavouras  com  adoção  de  biotecnologia  foi  a  redução  na  emissão  de  CO2  decorrente  da  queima  do  óleo  diesel  utilizado  no  maquinário  agrícola.  No  período  compreendido  entre  1996/97  e  2011/12,  a  adoção  da  biotecnologia possibilitou a redução de 614,1 mil toneladas de  CO2,  o  que  equivale  a  preservar  4,5  milhões  de  árvores  de  floresta  ripária  (Figura  3).  São  mantidas  as  porcentagens,  observadas  na  discussão  dos  benefícios  anteriores,  para  cada  cultivo transgênico.  Segundo  levantamento  da  ONU,  a  população  global  continua  crescendo,  num  ritmo  mais  lento,  porém  preocupante.  Estimativas  para  2050  da  mesma  organização  prevê  que  teremos  mais  de  9  bilhões  de  pessoas,  o  que  implica  diretamente  numa  demanda  bem  maior  de  alimentos,  como  visto  atualmente.  Sem  dúvida,  um  aspecto  social  com  fortes  implicações  ambientais,  pois  a  escassez  de  terras  é  um  fator  limitador  ao  aumento  da  produção  e  produtividade.  Assim,  produtores agrícolas serão forçados a serem mais eficientes em  suas áreas de cultivo no lugar de expandir suas propriedades. A  produção  alimentar  intensificada  tem  tradicionalmente  significado o aumento da dependência em defensivos agrícolas  e fertilizantes, além do consumo excessivo de água, o que pode  degradar solos e recursos hídricos.  Devido à quantidade com que é emitido, o CO2 é o gás que mais  contribui  para  o  aquecimento  global.  Suas  emissões  representam  cerca  de  50%  do  total  de  emissões  mundiais  de  GEE. Dessa forma, diante do aumento da pressão da sociedade  acerca do agravamento do efeito estufa e, como consequência,  do empenho mundial na tentativa de redução desses gases, os  benefícios  discutidos  acima  reafirmam  a  importância  da  biotecnologia  como  ferramenta  para  a  proteção  dos  recursos  naturais e da manutenção da qualidade de vida da população.  Nesse  contexto,  a  biotecnologia  se  apresenta  como  uma  ferramenta  capaz  de  contribuir  com  práticas  agrícolas  mais  sustentáveis que reduzem a pressão exercida sobre os recursos  naturais.  Além  disso,  se  mostra  eficiente  em  promover  a  manutenção da biodiversidade e auxilia no cultivo de alimentos  em  áreas  limítrofes,  do  ponto  de  vista  agronômico.  Tal  fato  vem  sofrendo  grandes  críticas  quanto  à  real  contribuição  da  biotecnologia  na  preservação  dos  recursos,  o  que  não  se  mostra  verdade,  como  mostrado  nos  últimos  seis  anos  deste  estudo.  A  redução  no  uso  de  ingrediente  ativo  observado  para  o  período  de  1996/97  a  2011/12,  nas  lavouras  com  culturas  transgênicas, foi também expressiva (figura 4). A redução para  o  referido  período,  no  Brasil,  foi  de  22,1  mil  toneladas,  o  que  equivale  a  135,6%  da  energia  elétrica  consumida  por  uma  cidade com 600 mil habitantes durante um ano, com a redução  de  energia  elétrica  para  produzir  defensivos  agrícolas.  Diante  dos  níveis  de  poluição  de  solos  e  recursos  hídricos,  causada  pelo  uso  indevido  de  defensivos  agrícolas,  qualquer  economia  no  uso  de  ingrediente  ativo  contribui  de  forma  efetiva  para  proteger o meio ambiente e a qualidade de vida da população,  e as culturas transgênicas estão possibilitando essa redução de  defensivos agrícolas nas lavouras.  Portanto, a Céleres Ambiental tem acompanhado a evolução do  uso  da  biotecnologia  agrícola  e  os  benefícios  socioambientais  decorrentes desta para a agricultura brasileira e, na campanha  agrícola 2011/12, mostra que o nível de benefícios é crescente,  na  medida  em  que  os  produtores  aceleram  a  adoção  da  biotecnologia.  Nesse  contexto,  serão  a  seguir  analisados  os  seguintes fatores: uso de água, uso de óleo diesel, emissões de  gás carbônico e uso de ingrediente ativo.      Considerando  o  volume  de  água  utilizado  na  agricultura,  a  adoção da biotecnologia no Brasil contribuiu efetivamente com  a  redução  de  27,8  bilhões  de  litros,  o  equivalente  a  abastecer  uma população de 634,4 mil pessoas no período de 1996/97 a  2011/12  (Figura  1).  Deste  total,  a  redução  relacionada  às      2 Figura 1. Benefícios ambientais entre 1996/97 e 2011/12: H2O,  benefício líquido  Figura  4.  Benefícios  ambientais  entre  1996/97  e  2011/12:  Redução no uso de ing. ativo, benefício líquido  Algodão 13,5% Soja 67,4% 27,8  bilhões  de litros  Algodão 1,9% Soja 42,5% 22,1  mil t  Milho 44,0% Milho 30,6%     Equivalente a 135,6% da energia elétrica consumida em uma cidade com 600 mil hab./ano4/  Equivalente a 634,4 mil pessoas atendidas no período1/    1/ Considerando o consumo diário de 120 litros por pessoa, recomendado pela ONU.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.  Nota: Soja: 1996/97 a 2011/12; Algodão: 2004/05 a 2011/12; Milho: 2008/09 a 2011/12.                           Figura  2.  Benefícios  ambientais  entre  1996/97  e  2011/12:  Diesel, benefício líquido  Soja 67,4% 231,6  milhões  de litros    4/ Considerando energia elétrica gasta para produzir herbicidas e inseticidas  Nota: Soja: 1996/97 a 2011/12; Algodão: 2004/05 a 2011/12; Milho: 2008/09 a 2011/12.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.    Projeção  dos  benefícios  socioambientais  da  biotecnologia no Brasil: 2012/13 a 2021/22   Nesse  capítulo  serão  analisadas  as  projeções  dos  benefícios  socioambientais,  das  lavouras  com  adoção  de  biotecnologia,  para o período 2012/13 a 2021/22. Serão mantidas as mesmas  premissas  quanto  aos  eventos  considerados  e  fatores  analisados.  Algodão 1,9% Milho 30,6% Com relação ao uso de água para o período futuro considerado,  o benefício previsto é de 167,4 bilhões de litros do recurso que  deixariam  de  ser  utilizados,  nas  lavouras  com  adoção  de  biotecnologia.  Esse  volume  equivaleria  a  atender  uma  população de 3,8 milhões de pessoas no período de 2012/13 a  2021/22.  Nesse  contexto,  de  acordo  com  a  projeção  apresentada,  a  soja  participará  com  55,6%  do  total  do  benefício, o milho com 40,6% e o algodão com 3,8%.     Equivalente a 96,5 mil veículos diesel abastecidos no período2/    2/ Considerando o consumo médio de um veículo diesel leve, com quilometragem de 24 mil km  ano e consumo de 10 km/l.  Nota: Soja: 1996/97 a 2011/12; Algodão: 2004/05 a 2011/12; Milho: 2008/09 a 2011/12.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.    Figura  5.  Benefícios  socioambientais  projetados  para  o  período 2012/13 a 2021/22: H2O, benefício líquido  Algodão 3,8% Figura  3.  Benefícios  ambientais  entre  1996/97  e  2011/12:  Emissões de CO2, benefício líquido  Soja 55,6% Soja 67,4% 614,1  mil t CO2  Algodão 1,9% 167,4   bilhões  de litros  Milho 40,6%   Milho 30,6% Equivalente a 3,8 milhões de pessoas atendidas no período Equivalente a preservação de 4,5 milhões de árvores3/   1/ Considerando o consumo diário de 120 litros por pessoa, recomendado pela ONU.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.        O volume de óleo diesel despendido no maquinário agrícola nas  lavouras  transgênicas  também  sofrerá  importante  redução  na  próxima  década.  A  redução  prevista  para  as  três  culturas  poderá  chegar  a  1,39  bilhão  de  litros.  Tal  volume  seria  3/ Considerando espécies de floresta ripária.  Nota: Soja: 1996/97 a 2011/12; Algodão: 2004/05 a 2011/12; Milho: 2008/09 a 2011/12.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.        3     suficiente para abastecer uma frota de 581,2 mil veículos leves  no  período  considerado  nas  projeções  (figura  6).  Da  mesma  forma que para o uso da água, as participações projetadas para  cada  cultura,  no  benefício  ambiental  total  mantêm‐se  constantes.  Figura  8.  Benefícios  socioambientais  projetados  para  o  período  2012/13  a  2021/22:  Redução  no  uso  de  ing.  ativo,  benefício líquido  145,2 mil t  Milho 43,1%   Por  fim,  foi  projetado  a  redução  no  uso  de  ingrediente  ativo  para  o  período  de  2012/13  a  2021/22,  considerando  as  premissas de adoção de biotecnologia. De tal modo, a redução  no  volume  utilizado  de  ingrediente  ativo,  prevista  para  o  período,  seria  de  145,2  mil  toneladas  (figura  8).    Importante  ressaltar  que  a  cultura  com  maior  participação  no  benefício  futuramente  será  o  milho,  ultrapassando  o  algodão,  atingindo  43,1% de participação, frente ao algodão com 33,6% e soja com  23,3%, mesmo a oleaginosa ocupando maior área.  Equivalente a 9 anos de energia elétrica abastecida para 600 mil habitantes                              4/ Considerando energia elétrica gasta para produzir herbicidas e inseticidas  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.    A atratividade socioambiental da biotecnologia no  Brasil  Figura  6.  Benefícios  socioambientais  projetados  para  o  período 2012/13 a 2021/22: Diesel, benefício líquido  Com  o  objetivo  de  avaliar  benefícios  socioambientais,  foi  desenvolvida  uma  metodologia  designada  matriz  atratividade/risco  socioambiental,  a  qual  buscou  fundamentação na avaliação da percepção dos produtores, no  que  se  refere  a  temas  gerais  do  aspecto  socioambiental  e  temas  específicos  das  tecnologias  transgênicas  consideradas  nesse  estudo.  Os  aspectos  abordados  tiveram  como  pressuposto  analisar  a  percepção  do  produtor  rural  com  relação a questões como a influência dos transgênicos no meio  físico  (solo,  água  e  ar)  e  na  biodiversidade,  aspectos  da  segurança  alimentar,  saúde  e  segurança  do  trabalhador  rural,  qualidade de vida, biossegurança e produção agrícola.  Algodão 3,8% Soja 55,6% 1,39  bilhão  de litros  Milho 40,6%   Equivalente a 581,2 mil veículos diesel abastecidos no período2/  Buscando prover informações para auxiliar os estudos sobre o  impacto  ambiental  da  biotecnologia  agrícola  no  Brasil,  a  metodologia criada buscou adaptar o método de análise SWOT  e  da  análise  de  posicionamento  estratégico  de  Porter.  Tais  metodologias  auxiliaram  na  elaboração  de  cenários  prospectivos,  com  a  definição  de  indicadores  ambientais  e  avaliação  das  forças,  fraquezas,  oportunidades  e  ameaças  que  geram  influência  sobre  o  ambiente.  Neste  estudo,  as  forças  e  oportunidades  foram  denominadas  atratividade  ambiental,  enquanto  as  fraquezas  e  ameaças  denominadas  risco  ambiental,  buscando  demonstrar  quais  as  vantagens  e  as  desvantagens  da  adoção  de  produtos  geneticamente  modificados.    2/ Considerando o consumo médio de um veículo diesel leve, com quilometragem de 24 mil km  ano e consumo de 10 km/l.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.  Figura  7.  Benefícios  socioambientais  projetados  para  o  período 2012/13 a 2021/22: Emissões de CO2, benefício líquido  Algodão 3,8% Soja 55,6% 3,7 milhões  de t CO2  Algodão 33,6% Soja 23,3% Para  as  emissões  de  gás  carbônico  lançadas  na  atmosfera  em  decorrência  do  uso  de  óleo  diesel  no  maquinário  agrícola,  considerando as lavouras com adoção de transgênico na Brasil,  para  o  período  futuro  considerado,  projeta‐se  que  aproximadamente  3,7  milhões  de  toneladas  desse  gás  deixariam de ser lançadas na atmosfera (figura 7). Esse volume  seria  o  equivalente  a  preservar  27,3  milhões  de  árvores  de  floresta ripária.   Foram  levantados  nas  entrevistas  com  os  produtores,  valores  de  relevância  (pesos)  e  efetividade  (resposta)  para  cada  indicador  considerado  de  forma  relativa  (considerando  a  importância  de  cada  indicador  em  relação  aos  demais),  de  modo  a  serem  obtidos  índices  para  as  avaliações  pretendidas.  Estes  índices  resultam  da  multiplicação  dos  valores  atribuídos  para  relevância  (entre  0  –  100%)  pelos  valores  de  efetividade  (entre  0:  resposta  pobre;  e  10:  resposta  superior)  de  cada  impacto. A seguir, encontra‐se o racional matemático utilizado  na definição da análise de atratividade e risco ambiental.  Milho 40,6%   Equivalente a preservação de 27,3 milhões de árvores3/   n! n! At = ∑ (N × W ) 3/ Considerando espécies de floresta ripária.  Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada em pesquisas próprias.  1     4 Ri = ∑ (N × W )     1     Onde:  Figura 11. Milho GM, safra inverno: Matriz atratividade/risco  socioambiental na safra 2011/12  At: atratividade socioambiental;  Ri: risco socioambiental;  n!: número total de entrevistas realizadas com os produtores;  N:  nota  atribuída  para  cada  variável  definida  para  atratividade  e  risco  socioambiental,  como  indicador de relevância;  W: peso atribuído a cada variável;  Risco ambiental Sendo que N para a atratividade como (Mínimo: 0 e Máximo: 10) e N para risco como (Mínimo:  10 e Máximo: 0), lembrando que ao menos uma variável precisa ter nota 10.  Sendo que W é o peso atribuído a cada variável oscilando entre 0,0 e 1,0, com o total igual a  1,0.    Baseado no método descrito anteriormente, foram construídas  matrizes  individualizadas  para  cada  cultura,  cujos  resultados,  mostrados  nos  gráficos  abaixo,  foram  obtidos  das  entrevistas  com  os  produtores  rurais.  No  total,  foram  entrevistados  360  produtores  rurais,  distribuídos  nos  principais  estados  onde  o  algodão, o milho e a soja são produzidos no Brasil.  Figura  9.  Algodão  GM:  Matriz  socioambiental na safra 2011/12  y = -4,364ln(x) + 11,874 atratividade/risco  Atratividade ambiental y = -2,079ln(x) + 6,8647   Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada na pesquisa de campo 2011/12.  Risco ambiental Figura  12.  Soja  GM:  Matriz  atratividade/risco  socioambiental  na safra 2011/12  Risco ambiental y = 0,1432ln(x) + 2,598 Atratividade ambiental   Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada na pesquisa de campo 2011/12.  Figura  10.  Milho  GM,  safra  verão:  Matriz  atratividade/risco  socioambiental na safra 2011/12  Atratividade ambiental   Risco ambiental Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada na pesquisa de campo 2011/12.  Infere‐se  que,  mesmo  diante  de  pequena  variação  na  relação  atratividade/risco  ressaltada  nas  matrizes  acima,  as  três  culturas,  cuja  biotecnologia  já  é  empregada  no  Brasil,  apresentam  características  bastante  favoráveis  sob  a  ótica  socioambiental,  pois,  diante  da  análise  das  respectivas  matrizes,  em  que  o  ponto  médio  localiza‐se  no  quadrante  de  melhor  nível  de  atratividade  e  no  de  menor  risco  socioambiental.  y = -3,689ln(x) + 11,089 A  eficiência  no  uso  de  defensivos  químicos  com  a  adoção da biotecnologia  Atratividade ambiental A  metodologia  do  estudo  entrevistou,  além  de  produtores  rurais, empresas de assistência técnica e entidades de pesquisa,  objetivando a definição de um benchmark para os modelos de  produção  nas  três  culturas.  A  principal  razão  da  análise  do  benchmark  é  comparar  um  modelo  ótimo  e  recomendado  de  produção com as práticas existentes no campo.    Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®, baseada na pesquisa de campo 2011/12.  Para  a  análise  do  caso  do  algodão,  foi  selecionado  como  benchmark  o  Mato  Grosso,  importante  região  produtora  da      5     fibra,  levando  em  consideração  os  diferentes  pacotes  tecnológicos  recomendados  para  cada  tecnologia,  trazendo  como resultado o uso de ingrediente ativo para 2011/12.  Na  análise  do  uso  de  ingrediente  ativo  no  milho  inverno,  no  Mato  Grosso,  o  pacote  tecnológico  considerado  como  benchmark  indica  que  a  adoção  do  milho  RI‐1  e  RI‐2  favorece  uma  redução  do  volume  total  de  ingredientes  ativos  de  5,6%  quando comparados ao milho convencional (Figura 15). Para as  tecnologias RI/TH‐1 e RI/TH‐2, a diminuição no uso de i.a. foi de  25,8%,  assim  como  redução  de  40,7%  para  RI/TH‐3  e  ‐25,8%  para  RI/TH‐4.  Assim  como  no  milho  verão,  RI/TH‐2,  RI/TH‐3  e  RI/TH‐4 não estavam disponíveis para comercialização na safra  2011/12, então, seu uso foi baseado em simulações de cultivo.  Figura  13.  Algodão  GM:  o  uso  comparado  de  defensivos  no  Mato Grosso (Safra 2011/12)  18,0 Classe I Classe II 15,9 15,5 Classe III Classe IV 15,0 14,8 14,6 Total 15,0 Figura 15. Milho GM: o uso comparado de defensivos no Mato  Grosso (Safra inverno 2011/12)  12,0 9,0 Classe I 6,0 4,0 3,0 3,3 Classe II 3,2 2,5 0,0 RI‐1 TH‐1 RI‐2 RI‐1/TH‐1   0,8 0,0 Conv. 6,0 5,6 5,5 Classe I 3,9 3,9 3,9 RI/TH RI/TH‐2 RI/TH‐3 RI/TH‐4   Figura 16. Soja GM: o uso comparado de defensivos no Paraná  (Safra 2011/12)  Total 5,4 5,0 RI‐2 Por  seu  turno,  a  análise  da  produção  de  soja  no  Paraná  evidenciou que mais uma vez a adoção da soja GM resultou no  aumento  do  volume  de  ingrediente  ativo  utilizado  no  manejo  da  cultura,  embora  tal  incremento  incida  nos  ingredientes  ativos  de  menor  impacto  ao  meio  ambiente  e  saúde  do  trabalhador  rural.  Com  a  tecnologia  da  soja  TH‐1,  observa‐se  ainda  uma  queda  total  no  uso  de  ingredientes  ativos  de  produtos  da  classe  toxicológica  I  e  ‐15,2%  no  uso  de  produtos  classe toxicológica II. Com a soja RI/TH‐1 a total eliminação de  produtos  de  classe  toxicológica  I  e  ‐56,1%  para  a  classe  toxicológica II (Figura 16).  Figura  14.  Milho  GM:  o  uso  comparado  de  defensivos  no  Paraná (Safra verão 2011/12)  Classe IV RI‐1 Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®. Valores em kg de i.a./hectare.  Para o milho na safra verão, a análise dos dados do benchmark  no  Paraná  mostrou  uma  redução  de  apenas  1,4%  no  volume  total  de  ingredientes  ativos  utilizado  nas  lavouras  que  adotaram  o  milho  RI‐1,  quando  comparado  com  o  volume  de  ingredientes  ativos  no  manejo  agronômico  do  milho  convencional, conforme mostrado na Figura 14.  Classe III 2,5 2,0 1,6 A análise dos dados do benchmark no estado do Mato Grosso  evidenciou que a adoção do algodão RI‐1 sugere uma redução  de  3,0%  no  volume  total  de  ingrediente  ativo  utilizado  em  relação  ao  algodão  convencional.  Comparando  o  algodão  convencional com o algodão TH‐1, observa‐se uma redução de  8,7%  no  uso  de  ingrediente  ativo.  Para  a  tecnologia  RI‐2,  a  redução  foi  de  6,9%,  essencialmente  com  inseticidas  para  lagartas. A tecnologia stack (RI‐1/TH‐1) apresentou redução de  5,6%, se comparada ao produto convencional.  Classe II Total 2,5 2,4 Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®. Valores em kg de i.a./hectare.  Classe I Classe IV 3,2 3,2 Conv. Classe III 6,0 4,0 4,0 5,0 3,0 Classe II Classe III Classe IV 5,3 Total 5,1 4,6 4,1 4,0 2,0 3,0 1,0 2,0 0,0 Conv. RI‐1 RI‐2 RI/TH RI/TH‐2 RI/TH‐3 RI/TH‐4 1,0   Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®. Valores em kg de i.a./hectare.  0,0 Com a adoção do milho RI‐2 o uso de ingrediente ativo atingiu  uma  redução  de  2,6%  do  volume  total  utilizado  na  cultura.  O  uso  das  tecnologias  stack  evidencia  a  eficiência  desta  tecnologia na redução do uso de ingrediente ativo, ‐30,5% para  RI/TH‐1 e RI/TH‐2. ‐29,5% para RI/TH‐3 e ‐28,4% para RI/TH‐4.  Na safra 2011/12 as tecnologias RI/TH‐2, RI/TH‐3 e RI/TH‐4 não  estavam  disponíveis  para  comercialização,  e  a  redução  do  uso  de i.a. foi feita em simulação de cultivo.  Conv. TH‐1 TH‐2 Fonte: CÉLERES AMBIENTAL®. Valores em kg de i.a./hectare.          6 RI/TH‐1       Considerações finais  seus respectivos ganhos ambientais. Por outro lado, um cenário  sem  essa  adoção  demandaria  um  total  de  17,6  milhões  de  hectares.  O potencial da adoção da biotecnologia nas culturas da soja, do  milho  e  do  algodão  fica  claro  com  os  resultados  decorridos  deste  estudo,  proporcionando  ganhos  ambientais  expressivos  tanto  para  os  agricultores  quanto  para  a  sociedade  brasileira,  advindos  de  uma  tecnologia  tão  criticada  precocemente.  Considerando  as  premissas  de  crescimento  na  demanda  por  esses  produtos  agrícolas,  infere‐se  que  haverá  uma  necessidade  de  ampliar  a  produção  agrícola.  Nesse  cenário,  à  medida  que  a  biotecnologia  em  conjunto  com  as  demais  práticas  agrícolas  possibilitarem  taxas  ainda  mais  expressivas  de crescimento da produtividade, teremos como consequência,  uma  menor  necessidade  de  expansão  física  da  área  semeada.  Fica  claro  também  que  a  necessidade  de  um  manejo  correto  por parte do produtor rural é essencial para a manutenção do  equilíbrio  no  meio  ambiente,  tanto  com  a  redução  de  uso  do  ingrediente ativo, como na menor necessidade de abertura de  áreas  naturais  para  a  prática  agrícola  e  a  biotecnologia  exerce  papel importante nesse quesito.  Analisando  as  três  culturas,  os  agricultores  brasileiros  deverão  semear  ao  longo  dos  próximos  dez  anos,  um  total  de  487,6  milhões  de  hectares,  assumindo  as  premissas  de  adoção  da  biotecnologia  utilizadas  nesse  estudo.  Em  um  cenário  sem  o  uso  da  biotecnologia,  a  estimativa  total  de  plantio  seria  de  540,7 milhões de hectares, resultando em um custo ambiental  adicional  de  53,1  milhões  de  hectares  ao  longo  dos  próximos  dez anos. Em síntese, não se pode menosprezar o potencial da  biotecnologia como uma importante ferramenta que auxilia na  solução  do  problema  da  conservação  de  áreas  de  remanescentes  de  vegetação  nativa,  junto  com  o  manejo  correto da atividade agrícola brasileira.  No  horizonte  entre  as  safras  2012/13  e  2021/22,  com  o  potencial  de  crescimento  adicional  da  produtividade  nas  três  culturas analisadas nesse estudo, o cultivo de soja passará dos  atuais 26,8 milhões de hectares para 32,0 milhões de hectares.  Assim, o plantio acumulado dos próximos dez anos atingiria um  total  de  293,0  milhões  de  hectares.  Projeta‐se  que  o  plantio  total  de  soja  ao  longo  do  período  demande  303,3  milhões  de  hectares no cenário onde não exista a adoção da biotecnologia,  acarretando  um  custo  de  oportunidade,  sob  a  ótica  ambiental  de  mais  de  10  milhões  de  hectares.  É  inegável,  diante  do  exposto,  o  benefício  ambiental  relacionado  à  proteção  das  áreas  remanescentes  de  floresta  que  deixariam  de  ser  desmatadas.  Figura 17. Incremento na área plantada, com a não adoção da  biotecnologia agrícola.  Área, com adoção da biotecnologia Área, sem adoção da biotecnologia 70 60 50 40 30 20 10 0 96/97 12/13 21/22   Fonte: CÉLERES ®. Valores em milhões de hectares  No  caso  do  milho,  para  os  próximos  dez  anos,  projeta‐se  o  crescimento  da  área  semeada  –  no  cenário  com  a  adoção  da  biotecnologia  –  de  178,4  milhões  de  hectares,  ao  passo  que  sem  a  adoção  da  biotecnologia,  e  por  consequência,  com  um  menor  crescimento  da  produtividade,  a  área  chegue  a  219,8  milhões de hectares. Nesse caso, teríamos um esforço adicional  de 41,4 milhões de hectares para se produzir o mesmo volume  de milho.  Por  fim,  para  o  algodão,  a  adoção  da  biotecnologia  agrícola  pode implicar numa redução no total de área a ser plantada de  1,4 milhões de hectares, com a área total semeada ao longo da  próxima década, um total de 16,2 milhões de hectares, caso se  mantenha as atuais premissas de adoção da biotecnologia e os      7