Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Olavo De Carvalho - Cristianismo

Olavo de Carvalho contextualiza o período do surgimento do cristianismo.

   EMBED


Share

Transcript

nrsmo de Carvalho Advento do Cristianismo Aula 8 por Olavo de Carvalho coleçâo História Essencial da Filosofia do cristiânismo ^ftento por Oloro de Câwãlho cole{áo flistóna Essencial ita Fito$fâ Àcoúprrha estâ publicâçáo uÍl D1'D, que náo pld€ §er veídido §e!&adüEnte. úspllsso no Brâú ahil de 2007 Copydght @ 2003 by Olâvo de caryalho foto OIâío de clÍâlho Mário CaliêUo Edllor Edson Manoel de Proisro oliveiB Filho Advento do Cristianismo Gúíco MoDique §chenLel§ e Dqgúlr Rlízolo Dla$e.§io Aula 8 Dàgui Dosig! tr!D!.rt@ por Olavo de Carvalho aê.Ea ,úúh laurengo PeEtra coleçáo Os diEitos iutõIáis destâ edisÁo perten em &aliz3lo€s Editom, LiÍ.râria CâiE Postd: 45321 É CEP: 04010€70 - São Paúlo Iêlefâ* Gl) 5572-536! EÍsil € à DstÍiluido.â Lt&. - §P e@erlslizaco€§.com.br §ePwcrcáli4coe§.com.t( B.!i@rto. iodos s !üEitli! í€l! ohE hhiü todr e qú,kú6 ÉFr$d!$o d§lô cdiçáo pü qldqu§ reio d {omo, Ei. ela EleIrónid e r4,ntá, blaór|., ,nvii;ro ou qulquú reio História Essencial ila Filoso fia eole§áú HiBtódà *§§ênêial ds Pilioída 46o6n16 tro Crisüarii§qo , po Ohvo ile Curdhn Aila 8 ,edgdo eonfu§o (e'decqrnpo§iSo itâ iiiiditiêich 8regâ, o i,É&d} fifó§qfcêoÊnb tlâo tq4 lmPodâactu, n4 ht§i'ôÍlq! mtátê É muilsilus.f{tivoi úe§So e4,çeito§ alpêúo dêI)r6liÍlaé!'.itiÉ el( qü9 vtÍsqro§- o§iílE8p§ oilrqüeúts oü §Ê§§rnt{ áno$ Íotan rimá époeÊÍaulbéúdedüooqpodcáaqa bteli8êttciàfik6ófica. t§loéta§tanxa vitive! arsim.quece eo4pgra, corn s dúvêrdncíit diáditr&da prim6irr {,J sqbre Àql1êh fu !éqioXX- &t6D, o cstiido d(MÉi{ôdo!ô§üeiicÊdÓlri@eü - §6ç!at€§,I{atÂq Êôtiúótêles *é trllrlto élú€idátilit !âr!i ó§ o problgns á qüe.sr tÉoriàt criililàe í€s§ali ptíodôt §áo niútor(ülii lmet4lê dtfi@i§,de 6onUn@idà ihtelêctüàhiLeiitê dô qsq,r§ glandc§ ilo§oüa§; evideúkmêIlte, poiqiie'sus ,Ílôdraiâô é nilitô rÔhplttá, náo é um Ínotivs$o ftosófica nítida. Tbda filoso§â é um e§ÍÔr§D que por §i Ú€s- htêltg(vel rir 3ei àm'eiI6t(jó i l, bü§(a ds htçle!§áo.9 e$qiçÔ propli!úeti& ãho é oB simêltüô bt§âüê tntÊligÍ$eli nrüʧe @ qu€ E§,Frêirú§.iatüâdpioêriÍErido í§tti- a§60 tiétrdoí{o'c ulÍo,:nee9s§ids& mo é hrrtiim firnd&nÉidàI. f4ac qtiêÍdó ciirÍ@rÍ 4 t?árotê! tênria§ ɧgiri§tteq sogr9 a.{uelâ üveÍ como um raió solüo @ meio do deserto, é didcil §tl,lii,dr Ér{ àt idêsmo$jd'qua § &rôih úêg0ü 4 pçn§s isto.Á fundbioaútá@ Ílo§óúú4 n§o d,sc6drnia; entao; ten-§q quo âpalar paiÉ 4 ersltc.$ó,1úie,lóSfê,.E$aexpüiie§á9 é bs!áâate cqrresíurál, pory$ lrê têút polrqúíislÍIos dêda§§rú&4Íida ilêr§ss pê§roai E, àsiozes, de que de\,eúo! e motivaçâo póicdógiaâ também n8o é ru§cient!, entiio paÍte-6e psrâ a.pdôr!4tológic& garte.§e.pqraa eqpüte§ão soAri,tido ÍiroQôtólútleq *{oe!ça e$idiuÀ e *ssite pordlsntÊ. No fini il⧠cont§s' a{àüdi'no§ é o máximo uma csrta elaborâçáo prévia leita em nivel retórico; as questõcs públi- que chegâmos a dizer é que ali nâo há muito o que entender Nâo en- cas têm que estar mais ou menos ariiculâdas retoricâmente para que tendemos, mas iambén náo havia muito o que cntcnder; é anotar que dclas se possa fazer entáo umâ elaboraçâo filosófica. Mas quando as náo entendendo por que os suieitos disseram essas coisas - islo aconteceu, ficar um pouco perplexo e passar adiânte. Isso náo qucrdizcr quc dcssss estados patológicos, psicopatológicos perplexidades sáo muilas, e a conlusáo também ó muita, essas várias linhas de pcnsamento náo chegâm â se âlticulaÍ em discursos retóricos ou noopatológicos, nadâ se âproveitâ, porque tüdo isso fdz parie dâ que possâm seÍ de êlguma maneiÍa con{ronlados. experiência humana. Náo vale como doutrina, nAo vale como teoria, náo vale como idóia. lnas vale como traslado- Como tcstcmunho dc Quândo hoie examinamos, por cxcmplo, algumas doutrinas ditas gnósticas quc apareceram nesse periodo, elas sAo tao complicadas, c tão experiênciâ vivida, às vezes chega a ser lundamentâl- Creioque muitos estramboticâmente mitológicas. queàsvezestemos dificuldadecm sâb€r scrcs humanos se sentiram mais como Diórgenes do que como Platáo, do que estão falando. Elcs começam a enumerar divindades inle(medi- cerlâmente. PâÍa sent;r-se como Dióryenes, basta esiar desesperado; árias que nos pârecem merâs ligutas de lingüagem, que cstão tratando pâra scnlir-!c como Platâo, precisa algo mais, Todo csse pcríodoquc cstudamos vcnl dcsdc muito antcsdo cristia- comose fossementidades reais. Mas sáo cntidades esquisitíssimas, que náotêm paranós amenorpreseÍça, nem mesmo a consistência poética nismo e se prolongâ depois; mâs há outros proccssos conconlitanles. dos deuses dâ mitologiâ; então a impressão quc temos é estar lidando Temos quc nos rcsguardardcssa idóia dc conlinuidadc lincarna Hisiória. co Na verdade, tem-se vários movimentos s;multáneos que às vezes não Aí havia a motivâçáo, mâs náo havia a condição, náo havia os instrumentos. Mas náo podemos dizcr que cssc cstado lbi geral e que iodo mundo Íoi contaminado porele. Nào, houvc nesse período pelo menos apenas sc contradizem, mas até se ignoÍam completamente, passam unsàmârgemdos outros. Enumperíododeum século antcrior ao cristianismo até uns dois séculos já na era cristã, exisie um Ilorescimento frguras de pesâdelo. um esforço filosófico dos mais noiáveis, cquc surgc dc uma situaçáode Oriente, outras improvisadas com a costura de vários elementos, tudo perplexidade que é daquclas tipicâs que geram à motivaçãc filosófica, uma confrontaçáo, unla contradiçáo cntrcduas coÍrcntcs de idéias quc isso dcnotândo uma conseqüência daqueles lenômenos que já dissemos: estáo perleitamente delincadas. de movimentos muito estranhos, seiias rcligiosas, algumas vindas do a decomposiçào dâ polis e â angústiâ generalizâda de náo ter a que se ater (as pessoas não têm um ponto de orientaçáo na existência). Na época, havia muitos iudeus espalhados por toda a parte do essemotivoé, Ocidente, e â religião iudaica estava nunr acclcrado processo de dissoluçáo. Esrava todo mundo âderindo a uulra cuisâ. mais ou menos como acontcccu iambém aos judeus modernos nos séculos XIX e XX, uma por certo, uma dúvida, um espanto, uma perplexidade: pressupõe, por espécie de debandada geral: üm €ntra para a maçonariâ, outro entra ouiro lâdo, âlguns meios. Os motivos existiam nesse período, querdizer para o Partido Comunista, evai sc integrando em outros esqsemas sem a pcrplexidade náo Ialtava. mas faltavam os meios, Os meios seriam, deixar de ser jüdeu e ter alguma raiz na comunidade judâicâ. Essc periodo, cvidentcmentc, náo era muiio favorável àespeculaçâo filosófica, pois esta prcssupÕe, por um lado, ummotivo, em pdmeiro e lugâr aquilo que assinalamos iá no comcço da Filosofia, Nessa altura, havia então cntre os porta-vozes, representantes da grande cÔm esiâ confusáotradiçáo judâica, uma preocüpaçao müito iudcus ia ná'J c{rnse8uis§em Elcs temiâm quc as novas Seraçõf'dc cstavâ sequeÍ compre€naler alo que Moisé5 fâlando mesmo porqüe a Filon nasceu uns quarentâ anos antes de Cristo e moffeu uns quarenta anos depois. Ele não teve contato com o cristiânismo apârentemcnte mâioria deles já não sabia falar hebÍaicoi e âeducação era inteiramente que, não sabendo Iatina ou grega. E foi justamenie um desses camaradâs um de coração, tenta fazer iudeu falar hcbrâico mas se considerandd náo ficou sabendo; pode ser que tenha ficado sabendo, mas na obra filosofia grc8a, tomando uma conírontação entre a tradição júdaica e a já com todôs os comen' a tradiçâo judâicâ na sua expressáo biblicâ e Existem muitos autores que vêem nessa obra de Filon algum artificialismo, como se ele estivesse fazcndo um truque pâÉ a,eitar uma tários tradicionais ponanto, tem'se aíuma doutrina perfeitamcnte exposrarbemconhccida- ca lradi(áogrcga navcrsáuqucapare(iâ coisa à outra. Mas é o tal negócio: o primejÍo suieiio qu€ faz alSumâ coisa nunca faz direito. Essâ iécnica da intcrpretâçâo alc'góricâ teve qüe na Academia plâtônicâ. scr muito âprofundada, criticadâ e claborada, e só vamos verum pleno uma situaçào de contradiçAo e de perplexidade, mas náo de tôrãl confusáo - a toial confusáo náo podc ser elaborada filosoficâmente, poélico_retó_ tem qúe ter uma pÍirneira claboração num nívelpelomenos domín io disso nos gland(:s escolásticos, como E5sa é mas filosoficamente rico. Nestecaso, ó uma contradiçào, umaconfusão, que se chamavâ elàborável. Entáo apârece csse cidadào, Filon, da cscrita nâo aparcce nada disso-, então ele está lidândo exclüsivamente com o Ântigo Testamento c com o materiâl grego, HugodcSáoVitot Santo Tomás dcÂquino. Mâs, considerando quc Filon estavâ trabalhando até antes do cristianismo, aquilo é uma coisâ de gigante mesmo. Müiias vczcs, o historiâdor com uma excelente bagag{:m lilosófica, mas sem muitâ compreensão justamente destâ linguagem simbólica e judaísmo nos termos cidade de Álexandria, que tenta expressar o mais ou menos tudo aquilo que da filosofia grega, com a ialéia de que âlegórica, enxerga contradiçóes na Íilosofia de Filon. Muitos autores já estava, pelo menos em os gÍegos tinham descobeÍto e elaborado germe, dentro da BÍblia. Ele esüeve um livro quc §e chama A ciaÇào angélicâs com a hierarquia das idéias, que sáo incompatívcis. Na ver- filndo seeundo Moisés, que é úm do§ grandes livros filos(ificos de contas, âs idéias eternas sáo o conteúdo do LoSos divino, o conteúdo do todosostempos, no qual ele usa intcrpíetações simbólicas ealegóricas para buscar a ialcntidadc cntre as doutrina§ híhlicâs e o ensinâmeniÔ o de Plaiáo, tal como de Platáo e de Aristóíelcs, |nâs padicularmente apaÍece no Essa expressáo de umâ aloutrinabíblica em termos frlosólicos gregos de uma Iilosofia gÍerâ em termos bíblicos, é uma coisa quevamosver reaparecer mtlito mais tarde, deniro do contexto cristáo' Durâ,1le loda a históriâ do cristianitmo, haverá umâ elaboraqáo muito profunda da técnica da inlerprela(àoalegorica. e o curioso 8 dizem que Filon confunde duas coisas, por cxcmplo, as hierâÍquias dade, não são incompaiíveis, não sáo teorias allernativas i ver que uma - dâ Inteligência divina. EIas náo tén1 nâda a ver coÍn o modus âfinal de opeÍa di da açáo divina. Dessâ maneira, se você cxplicou todas as coisas exis_ tent€s a paúiÍ de aÍquéiipos eternos que estáo na Inteligência divina, ou seja, asfamosas formas ou idéias, livro O Tineu- ou vice_versa, el boa pârte disso já está em Filon de Alexandria, antes do cristianismo- é como se tivesse exposto a planta daCriaçáo, omâpa daCriâÇão, cnáoo scu modo de construção. Entáo, a rigo! náo há nenhuma contradiçáo entre â ,déia das formas eternas platônicas e as hierarquias angélicâs, seiamelas como Filon as descleve, se,a de qualquer outra maneira. Outra coisa também notabilissimà em Filon é que ele sintetizâ, de algum modo, aidéiâdo Supremo Bem platônico (em Platáo, a realidade é necessariamente poética. A elaboraçáo filosóficâ iinha que ser muito pÍimeira e inicial é o que ele chama de Suprcmo Bem) com o Primeiro Motor Imóvel de Aristóteles. Tâmbém náo sáo düas idéias antagônicas, posterior a isso, iá supondo o dor nio dos instrumentos lingüísticos ne_ cessifuios para nomcar, classiicaÍ as coisás, ctc. náo sáo teorias. O pÍimeiro princípio é o Supremo Bcm ou éo Primeiro Filon pôde ser um graode filósofo nurn período de decadência filo_ próprio Supremo sófica precisamente por esiar poupado da dcgradâçáo coletiva, mas, ao Bem. E Filon já diz isso de mâneira explícita. Para clc, Dcus é o Supre- mesmo tempo, por ter nâ máo um problemâ lllosófrco passivel dc ser mo Bem e, ao mesmo tempo, o Primciro Motor Inóvel dc Arislóteles. equacionado e tratado, que é o problemâ exatamente da relaçáo enlÍe Isso corresponde a se falar de Deus numa l;nguagem moral ou numa a sabedoria judaica e a sabedoÍia grega. Motor Imóvcl? É o Primeiro Motor lmóvel, o qual é o linguagem metalisica, mas, no fim, sc está falando da mesma coisa. Essa obra de Filon (creio que em lidâ até a década de 1930 ou 1940 ale Notc bem que até ho,e, de vez cm quando, súÍgem esscs Problemas influência de uma tmdiçáo na outra. É evidcntc que o delensoÍ ou pareciâ uma coisa, mas, nos anos que se seguiram, hou- porta-voz de umatradiçáo lenta mostrar quc a deleé majs antiga, mais ve um progresso imenso da interyretaçáo dos lextos sacÍos, graças a autores como Henry Corban, Friijof Schüon, Seyyed Hossein Nasr E bonita: "Tudo o que elcs sabemaprenderam comagente...". Se i§so for interpÍetado historicâmente, tudoo que Filon disse está errado, porque quânto mais isto progride, mais sevô quc aqucle univcrso de !-ilon íaz não há nenhumâ prova de quealgum suieito discípulo de Moisés tenha muito scntido. ido até a Crécia ensinar algo; náo há nada, nada- Historicamente, isso não faz sentido; o que Iâz sentido ó uma prioridade de certo modo doséculo xX) Tiatâ'se, entáo, de uma época de extrcma dccadôncia filosófica, de confusão, de degradação. Mas tem ali um camârâdâ que não paÍticipa ontológica. comunidade. Ele náo podia se considerar um individuo que estivesse conhecimento que os iudeus tinham de Deus, podemos dizer, foi feito por umâ experiência históricâ. Todo o tra,eto dosiudeustinta sido desorientado âpenas por câusa da queda da polr's. Ele não estavadeso- um constante diálogo com Deus. A história é praticâmente sempre a rientado coisíssima nenhuma. estava com a Lei de Moisés debaixo do mesmar Deus os mandâ fazer alguma coisa, quc eles não fazcm direito, brâço, sabia pcdeitamente o que estavâ fâzendo, então não padece daívoliam para trás, consertam, começam pessoâlmente da confusáo ambiente. assim; então cles têm uma experiência disso. E, por outro lado, como inteimmente do âmbiente de degradaçao, poÍque pertencia a uma outra o de novo..- Sáo cinco n lanos Note bem que todo problcma, parâ poder ser fllosoficamente elabo- estavam muito interessados na sua própria história e nas suas rclâções rado, precisa quc o filósofo mântenha umâ certa distânciaem relaçao a comDeus, elestinham relativâmente pouco intffess€ pelo univeÍso físico ele, senao não tem nem a linguagcm para expressá-lo. Todo problema que nos acerta no coraçào ou se [o figado só pode ser expresso poeticamente; náo tem nem â expressão poética, ele não tem elabomção alguma, a vejâ que praticamente a totalidade dos assuntos com que lidamos coisa náo tem nem nome. E quando se iratâ deum problema existencial realidade (châme Deus, Infinito ouAbsoluto, como dircto, quer seja pessoal, queÍ seja da comunidade, a primeira expressáo pólo inferior/interio! queé l0 úlo supeíor dâ quciÉ);poÍ outo, o pode ser articulada numa cruzi temos, por um lado, o â âlma humana, nós mesmos; na horizontal, ll I temos os dois dados do mundo externo, que sáo, um, a naturezasensível e, ooutro, o mundo da sociedade, dahistória, etc. Podemos dizerque o mundojudaico searticula todo emtorno de dois pólos: Deus ea história do próprio povo iudeu. As referências à alma individual sáo pouca§, e as reÍerência5 à nâiurcza lisica sáo purarnrnlc urasionais Ora. a cultura grega é exatâmente ao conirário; ela está intoressada sobretudo na naturcza e na alma do indivíduo- Claro que esiá inieÍessâda também na polis, na constituiçáo do Estado, etc., poÍém, náo como um fenômeno que devesse ser estudado em si mcsmo, mas como uma conseqúência normativa a serextraída do conhecimento da nalureza e da alma humâna: r'Conhecendo â consiiluição do cosmos c â constituiçáo da alma humana, daí deduzimos como deve ser a cons- tituiçáo do Esiado". Mas náo sc vcrá nclcs, por exemplo, um inteÍesse por sua sociedadc considcrâda historicamente. tal como se vô entrc os judeus, que têm uma espócic dc qisiro da continuidade da história. Náo é só um registro, clcs têm uma reflexâo histórica: "Olha, hoje está acontccendo tal coisa porque há quinze anos Deus mandou fazer tal negócio e não fizemos, dai deu tudo errado. \ámos tentâr de outro iei to...". Há uma contínuâ reciclagem de sua consciência histórica; isto é cdâcteístico do iudeü. Hoie todos nós tentamos fazer isso, exceto o brâsileiro (o brasileiro, quando âconteceu um negócio na semana passada, ele já csqucceu; então, quando vem a conseqúência, clc nâo junta). Mas, de modo gerâI, as sociedadcs modcrnas têm um grandc inleresse em saber a conexáo histórica de causas e eÍeitos daqüilo que lhes esiá acontecendo. Os judeus já tinham isso numa ópoca em quc ninguém tinha pensado, em compcnsaçáo, náo tinham praticâmenle nenhuma ciência sistematizada do cosmos, nem da âlma individual humana. A ausôncia de interesse pela alma humana vem do faio de que o destino de câda judeu era o destino da comunidade jüdaicâ: sc a co- munidaale vai bem. ele vÂi bem; se elâ vai mal, ele vai nÍo eraa sâlvaçâo mal O problema da alma, eraâ salvaçáo de Isracl. Maistarde, a I$cia verá nisto também uma anâlogia da alma: tudo aqui,o que Deus fala â propósito de Ísrael no Antigo ]b§iâmento pode ser interpÍetado, analo_ gicamente, como referido à alma do indiüduo, num outrc plano. Cada um de nós também é esse povo iudeu, que é pÍemiado com o dom da profecia, inerente ao seÍ humano (nenhum bicho fâz proÍeciâ). O ser hümano é profeta poÍ vocaçáo, e essa vocaçâo apârcce de uma maneirâ mais patenie no povo judeu, com üm chamâmento, com o anúncio de uma vocaEáo, da quâl às vczes o povo se apÍoximâ no scntido da suâ realizaçáo, às vezes a esquece e a trai. Aí tem toda umâ dialética da vocâçAo, d€stino, realidade e proüdência. Este era o mundojudaico. O mundo grego eÉ completamente dife_ rente- Era o mundo de, em primeiro lugar, dâdos da nâtureza. O grego se interessavâ sobretudo pelo mundo fisicoemtorno, omundosensível, qüe era para ele o gmnde enigma. 'Ibdos os Elósofos pré_socráticos, a única coisa que eles pcrguntavam no fim das contas é: "Do que é feito tualoisto?". Pergunta mais mâierial náo poderia ser Eles, desde oinicio, tôm algumas preocupaçóes que scriam até científicar no sentidomodemo da coisa, e outras náo tão modernas, mas, dcqualqueÍmodo, o tema €râ o cosmos, a oFdem do mundo físico. Por outro lâdo, há uma ordem da alma, qüer dizer: "Como se organiza o que está organizâdo, o cosmos, e como orgânizo â minha almâ para estâr mais ou menos encaixado dentro dele?", É claro que âs respostâs quc se davirm â es§a pergunta variâvam enormemente, desde aquela idéiâ da ascese platônicâ aié, no outÍo extremo. a degradação que vcmos com os filósofos cínicos' Mas quanto a pergunta que estavam fazendo era a mesmâ, tanto em Platáo cm Diórg€nes: "Cono é que esiá organizado o cosmos e como é que me encaixo ordenadamente dentro dele?". Á pergunta é a mesma, mas a Íespostâ pode ir desde a genial até a idiota- Este é o âssunto 1:l Ora, como é que vâmos comparar cssas duas tradiçÕcs pam saber qucm aprcndcu com quem? Náo lem nruito scnlido, e historicamcnic ,1, \,ur!,.(l(!lu,-odcSaoVíloLDosqrrnistr(i(irrriir(larrrlerprcllçiir) ,rrlx,ll( l ir rncrccc rcalnrenlc o rn)rnc dc ri!irriâ, l){)11lrr. c rrrrr .(nrhc( rr(,rir) si5tcmálico, organizâdo c raui(nürl Mtrs (lrrrrrxli) sr rtrrrptrrll tr náo se tem noticia dc uma i.fluôncia hislórica nrosaica exercida sobte , \Urse dc FilL,n com a dos mcdievâis, lrilorr rrat) siri pcrtlcrr(I) rrr(ril(), os grcgos. De qualquer modo, l_iloõ nào dcixa dc tcr razâo quândo ll,x)i (lc vcz cnr quando, iem umas coisas âbsuMas, Intrs. (r,rr(nrr(l(, (l lrt( ' ri qüc clc tcz antes, e fcz sozinho. já é um grandc ncg(ici(,. grego por cxcclência. afirma a prioridadc da trâdição iüdaica pÍioridadc náo só no tempo, mas ontológica, porque, afinal dccontas, cles 6c conccntrarêm nacoisa principal. Dc loda csla quatem idade de que lalamos, o mâis imporrarte é, evidentcmentc, o pólo supcrior: aqueie que iiver o conhedmeÍto de DeUs le|ln, implicila rc le, o conhecimento do rcsto (cu dissc "iinplí' cito", porquc, pcgar as coisas do Aniigo Testâncnto e deduzir dali â ciência grega, bom, isso nào ó impossivcl, mas ó muiio foraadol). Em quc scntido pÍ)dcúa haveruma unidâde ou umâ coerência profun- 'lirndo enieÍdido direito a noção do Prcjeto socrático «)u scju, (, (tuc c o proicto. o quc ó â ambiçáo filosófica básica, quais sao scu§ rr nponcntcs essenciais, quc seriâm: o cha]màlo panlo aryui édico h sc dâ scgurança do conhecimento; o discillso racionale sistemático (nr kn'no disso; c, por fiÍi,ã ação oi à élica coererTle com o discurso, (rnnponcntcs mais ou menos pÍesentcs cnr ioda§ as filosofiâr, comprccnde se que ó inerente ao Proieto F'ilosófico a idéia do e§forço de óvcrdade, ela dcve poder servista por csse lâdo ou por aquclc lado, ou invcsligação-c, porlanto, da idéia da maturaçáo do própriofilósolb, da pÍlpria personalidadc, dâ própÍia alma do filósofo, nâ medida crn quc atgum rc'flcxo das vcrdadcs csscnciais nas vcrdadcs menores de ordem elc. reâlizando cssa unidade do conhccimento, apreende ncla aunidÀdc cósmica sempre deve aparcccr. A afirmâçâo do rronotcísmo absoluto e dâ sua alma, do seu desiino. da sua pc§soa, c âdquiÍccnlaro os crilórios do caráier purâmente espiritüal dâ divindade está muito mais clarâ no parâ dar uma ünidadc cr)ercnte à suâ açáo nr{)ral dâ? tsonl, cxistc prilncirl) â coorúnciâ da própriavcÍdêdc. Se umâ coisâ iudaisnodo que nosgrcgos, mâs tambóm cxistc cntrcos gregos. Então, no {undo exisie uma convergênciâ. Sc cntcndcrmos Filon não no seniido da patemidade históricâ, mâs simplesmente da pÍioridâde ontológicâ, do próprioDeus sobrc o cosmos - portanio, prioridade gnosiológica do conhecinenlo de Deus sobre o conheoimenlo da rcalidâdc scnsÍvcl-, cntãonão é de iodo absu rdo dizer lssoqucrdizerquencnhumadoutúnâna(lu l rr (,scvciaricsl(,rço dc investigâçáo e este csforço dc unilluaçfl{) c. Doú nt() tr disposiçà) ds cnfrcntâr todas as contradiçÕcs - podc scr iurrrtri§ dila ünü ü)utriDa iilosóíica. Uma doutrina quc vem pr(nrta ( (luc, (luând() cnlrcnlr âs contradições, é somente no seniido dc d cn trhar r, âdvcrsá {), ou scja, de rcjcitar a doüirina cortrária. nâo é doulina lllosólica dc jcito ncnhurn. Sabiam dc mancira implicita. conrpâctâda cexprcssacnr Iingüagem mi- ou seráuma doutrinaesotéricâ, ou urÍà dortrina rcligiosa, uma doutrina r(vclada. alp,uma coi\a a\5im rnas lil,,s,,li:r na,, (. topoética, Drasquc cÍavalá, cstava. Sc náocstivcssc, náo scria possívcl É Desse sentido que nao podcmos dircrr por cxemplo. que todas as toda a ciência da i.rterprclaçao simbólicâ que, coDreçando com Filon, depois vâi sc dcscnvolver muilo ató chcgar àquclcs grandcs cdifícios doulrinâs gna)slicas queaparccem ncssc pcriodo sáofilosóticas. Podem tratar às vezes acidcntalmenle, dc assuntos filosólicos, mas sc trata de da exegese medieval, cono os comcnlários à Bibliâ de Santo Tomás doutrinas prontas, de seitas, que sáo transmitidas tais e quais aos scus quc, muito antcs dcosgrc8os descobr;ronr acoisa, clcs lambérn sabian. t+ l5 discípulos, que estáo ali náo para di§cuiir, paü âssimilar âquilo inte- Para um individuo scr um filósofo de pleno direito, náo é necessário lectualmente, mas pâÍâ Íealizar algo a pârtir de umâ doütdna plonta Entáo, eslá aqui a doühna pronta que explica a origem do mal no mundo que ele tenha uma doutrina filosófica. Ele pode náo ler nenhuma. Basta a porta de saída. Náo inieressa quâl seia (náo vamos nos apÍofundar é a busca da unidade do conhecimento e, portanto, da integraçáo da e agora no estudo das doutrinâs gnó§ticas), basicamente a idéia é de que a próp a Criaçáo do mündo é má: o mundo foi criâdo poÍ engano, náo foi propriamente Deus E§Piritual que o criou, foi um outro, que por sacânagem fez o mundo enos aprisionou aqui nestetúmulo, entáo que estejâ trabalhando na direçáo caractcrisiicamentc filosólica) que sua próp a alma dentro disso; que ele é um filósofo, mesmo quc não chegue a conclusáo algüma. 'Ihnto que o próprio fundâdor do Proieto Filosófico, que é Sócrates, tambóm náo chega â nerhuma conclusáo; e, dos demais filósofos, eles chegâm a muitas conclusões, mas quando tcmos quc achâÍ uma sâídâ disto aqüi. Existem muitas doutrinas gnósticas diJerentes e técnicas snósticas diferentes, mas nenhuma delas podc ser considerada filosóficâporque' moÍem, nos deixâm evidentemente mais perguntas do que respostasEle respondeu. digamos. dez. quinzc pcrgunras. cdcixou mil. E normal incrcntc ao Proi€to Filosófico a idéia do esforço de investigâçao, Em todo esse período de que estamos falando, houve muiia disLussáo, se é que seja assim- entáo é (ambélll incrente o ânlor à contradiçáo, o amor à investigaçáo dialética. A objeção, para os filósofos, náo é exatamente como a obieÉo muitapolêmica, mas náo houve elaboraçáo filosóficâ. Etâ como se fosse um confronto de dogmatismos, câdâ üm tentando provar que o outro é para um cÍente. Para uma doutrina religiosa, esotéricaoü ideológica, estava erlado. Você verá os primeiros cÍistáos impugnando as doutrinâs a obieçáo é algo que tem que ser afastâdo, é um eÍro, ó um mal. Mas ao filósofo ela pode ser preciosa, porque é exatamente lidando com â gnósticas eusando, para impugná-lãs, técnicas aryumentâtivas aprendi- obieçáo que ele vai descobrir algo que ainda náo sabe. Náo ó porque ele tem uma doutrina pronta que ele tem quc refutar quem se oponhâ; asváriasescolâs esotéricâs e, como no caso de Filon, umaconfrontaçáo não, ele às veze§ não tem a doutÍina totalmente prontâ, e§tá tentando tudo houvesse filosofia. Náo, havia polênlica apcnas. A discussão náo dâs com Sócrates, Platáo, Aristóteles e os sofistâs; veÍá discussôes entrc entre trâdiçáo judaica e filosofia grega. Mas isso náo qucr dizeÍque em é filosófica se náo é umâ discussáo cieniÍÍlca voltada à dcscobcrta da Sócrates, se investigarmos tudo o que sobrcu para nós de suaüda, náo tem pmpÍiamente uma doutrina Elc tem, por assim dizer, um métoalo: "Eo vou ter um mótodo de invcstigaçáo e um méiodo de üver". Mâs, se perguntarmo§: "O que você acha realmente disso?", Sócrates vêrdade, ou seja, se náo é uma discussão dialótica. A dialética, segündo Aristóteles, iinha três uiilidades, e isso é essencial para compreendermos o Projeto Filosófico. A primeira utilidad€ é, evidentemente, o treinamento da mente: a simplcs arte de, em face diz: "Eü náo acho nada, estou aqui tentândo ver se descubro âlgüm de um assunto, de um tema ou de um problema, se fazer o repertódo negócio", lsso aparece a todo momento em Sócrates, e náo quer dizer que ele ignorasse tudo. Aquela história dc que "só sei que nada sei", isso é dito assim cüm Srarro salis, e um pouco também por educaçáo: dos argumentos possíveis e dos conceitos pertinenies, classificálos e "Eu náo sei nada. mas você sâbe muito menos do que eu". que estives§e em discussáo. ló ordená-los; isso é uma disciplinâ da mente. A segunda utilidade está, eüdmiemente, nas discussóes públicas, para se rcsolver alguma questáo l7 A terceirautilidade, a dialética, é a mais inteÍessante Âristótelesdiz assünto que a alialética é o meio de você cncontrar as premissas nllm e a aÍbitrâgem em que ainda náo as tenha, porque, em toda discussão siluação na qual o historiador da Filosoliâ não sabe propriamcnte se csses indivíduos pertencem à sua disciplina ou nào. C{rm um pouquinho premissas quc iá estâo acciiâs a solüÉo final são dadas em funçáo de a disclissáo tem Se você náo as tcm, como é que vai Ícsolver? Entáo cstes, mas sem incorporêlos na própria disciplina; ela vai para certo modo, ao contrário: emvez dcirparâ âdiante' plemissas tiraÍ ar conclusóes, ela tem que ir parâ trás' para buscar as Ea que cstão ocultas ou náo decláÉdas, ou qüe cstÃo inconscientcs cstá realmente lbrâ da Filosofia, embora tenha exeÍoido infl uência sobre quc seguir, ale e contradialialética, iustamente a confrontâçáo das doutÍinas opostas princípios' tóriâs, é o que permite escâvar e encontÍar os é o método Nolundo, adialética éâ disciplina científica Iundamental' pÍopriâmenie dito, embora Aristóteles distinga o que é uma cicntífico ítiscussáo dialética de uma discussão científica A discussao científicâ' Só paÍa cle, é a qüe já está cstruturâda dc maneira peÍfeitamente lógica dc paciênciâ se verá qüe a Históriâ da Filosofia lcm que mcncionar todo§ lcrqucdiscu- ti-los iustamente para, às vezes, poder iirálos e dizcr: "Náo, isto aqui fil{isôfos" Erercido influônciâ. tomo? Esses camaradas defenderam certas idéias- defenderam náo filosoficamentc, dc maneira puramente rciórico-dogmática , mas isso dcpois deu âssunto para algum filósoio. Entáo, aquilo que um suieitotratâ num plano retórico-dogmático pode ser tratado filosoficamente poÍ ouiro. Antes mesmo de lalar do própío cristianismo, vou tâar dos apologistâs do cristianismo, quc é umâssunto mais externo, Entrc os primeiros deies, a idéia básica é de que aquilo que tinha acabado de aconteceÍ, a Enláo' tem um problcma:comoó que sc chegâlá? Atrâvés dâ diâléticafrlosofia, por mais que onale náo existe a clâborâBo dialética' não há itevclaçáo cristã, é algo táo importante c táo fundamental, ião básico, o paÍeça haver Muitas vezes parece náo haveli mas há' Müitas vezes purâmente dogmá_ indivíaluo parecc estar afimando coisas de maneila questáo de abreviaiura' ticâ, mas ele está lazendo isso apenas por uma o que os filósofos fâlarâm náo interessa mais, é tudo bobâgem. Esta é que peno dela "cessatudoo queaàntigamusa canta"; qucr dizet tudo a primeira impressão por qüe passam os apologistas, São rustino, Sâo lrineu. terciâia A rejeiçáo à Filosofiâ chegâ, em Tcrtuliano, a exiremos de despre- poucos mo_ de cabeça ho$íveis, vivia doente, entáo tinhâ zo, de rancor, de ódio contra os 6lóso1'os. Tertuliâno é um dos grandes de lucidez por dia para trabalhar, aí aprcndeu a escrever escritores da humanidadc (mcsmo quando está dizendo bcstcira, é pârecem compâctadamente em aforismos- Muitas vczes, os alorismos pummente alogmá1icos, puramente afiÍmativos ou negativos, mâsneles parece está subentendida uma elaboração dialéticâ Em outros casos, absolutamente maravilhoso, pela lorça da cloqüênciâ). Ele ioga tudo fora - aquilo náo apenas náo se aproveita, como é heÍesia, é pecami- tem dialética havet muitâ alialéticâ, porque tem muita discussão, mas nào deAlexandria, colneçâm a peÍcebeÍ que existeum elo de coítinuidade. nenhuma. poÍqur há ap, nas â retutaçáo dc uma oposr(áo' surge o cri§tianismo, surgem naturâlmente seus dcfensores' O mesmo elo de continuidade que Filon viu entre a revelaçáo antiga, iudaicâ, e a fiiosofia grega, haveriâ entre a lilosolia gÍega e a nova Re- como Santo lÍineu, Teduliâno, Orígenes, Clcmente de Alexãndria Nes_ náo' CÍia_seuma §es, em uns sevê, de Íato, âlgo de filosofia;cm outros, velação. Se Moisés, de certo modo, antecipatoda a filosofia e a ciência dc sífrlis lsso acontece fÍeqüentemente em Nictzsche Ele sofria etinhadores mentos ale paz e Quanalo l8 noso e lem que ser esquecido -, ao pâsso qüe outros, como Clcmente grega§ sob a forma compactada e simbólica dâ linguâgem do Pentatcuco, l') a fllosofra gregâ elabora e abre câminho PaÉ que a Revelaçáo cristá se torne inteligívcl e aié possível. Entáo Clemcnte diz que â Filosofiâ é o vivido, sóqüenum plano imensamcntc nuis clâÍo, mais cxplícilo pedagogo que leva até Cristo. luminoso. Primeiro, porque ele é ânunciâdo de untomãol ó anunciado Ora, essa é uma obseÍvaçáo muitissimo interessante. Lembmm_se da transiçáo dâ tagédia grega parâ Sócrates? O quc era a tragédia? Era â conírontâçáo entre a Lei divina, tal como apreendida por um na própriâ tradiçáo hebraicâ, onde tem um montc dc nlcnçôcs. Náo só Com o cristianisrno aconiece uma coisa dilcrcntc:o mcstrrc dÍama é e nrais tem um monte de menqÕes ao Messias- Atuâlmente sabe-se quc o nomo indivíduo humano, e â lei da polis, a lci dâ socicdâde, a lci do Estado' de resus já está dado no Ântigo Testâmento (...). Os cabalistas fizcram os cálculos e dizem que se eslava falando explicitamente o nome ]esus. que remoiâmente tâmbém teria a mesma tbnte divina. É como se Deus o dramajá tivesse se manifestado, poÍ um lâdo, na ordem sociâl e, por ouiÍo, na alma humanâ. Algum reflexo dele tem aqui e ali, mâs como sáo apenas da verdade divina, cle náo é somente o portador, é aprescntado como reflexos, e náo a própÍia Verdâde divina considerada em sime§ma' eles têm contmdiçáo uns com os outros. é anünciado de antemáo. Aquele individuo, que é portador a própria Inteligênciâ divina. Náo é alguóm quc capiou âlgo- Desde o inicio ele disse: "Eu sou o Logos, sou o Ve.bo diüno, e por causa disso vão me matar". É iustamente essa contradiçáo que aparece na tragédia grega. Á tragédia ó um dramacÍvico qucvisa propiciâr quc a coleiiüdâde reinte$e essas vetdâdcs divinas quc nâo estáo expli€itamente contidas nalei da polis, na lei do Estado. Entáo o teatro funciona, durante algum tempo, como um mecanismo de equilíbrio cntre as exigências da coletividâde e as exigências mais profundas do indivíduo consciente Mas chega Aí já náo é mais só o teatro que virou rcalidade. À verdade que cra aniecipada, de certo modo no teatro grego e vividâ nos momentos linais de Sócrates - aparece ai náo só como üm acontecimento, mas como o acontecimento ceniral, de ta] modo que toda â explicaçáo da mortc quc o se de Nosso Senhor Jcsus Cdsto cxplicassem retroativamcntc vidâ humânâ estará contidanisto. Écomo se avidâi apaixáo e a um ponto em que cle náo funciona mais, náo exerce mais aquela açáo persuasiva e calmante que eleva a populaçáo a uma antevisão de uma passoucom SócÍateseo que sabcdoria supedor âo próPrio discur§o da comunidade. Nesse instânte, ceÍtamente considerar esses âcontecinrentos muito importantes, mas dificilmente teiia a idéia de explicar ioda a histí)ria a partir deles. E pioÍ, o que acontece? O teâtro vira Íealidade. A vidâ de Sócrâtes é exaiamente isto: Sócrâtcs é condenado à mor_ te exatamente porque o que ele tinha apÍeendido da Lei divina iá era incompaiível, já era inâceitável pclacomunidade, quecntâo o §acrifca' notcÂlrogrcgo. Qücmassistissc à peça no teatro grego ou visse o quc sc passou com Sóc!âtcs podia â hisiórianáo apenas antecipaçáo, mas o se se pâssou desenroladcsta maneiÍa anunciada com muita próp o personagenr, o próprio Cdsto, com bâstan- te antecedênciâ explica o que vai acontccct como â coisa acontecet e sc preocupou com isso' depois rcssuscita para confirmar âquilo. Ressuscita e aparece pemnte que o negócio ia ter_ um monte de gentc parâ dizer: "Olha, se ficoü alguma dúvida, se âinda condiçóes inielectuâis para a invesiigaÉo da verdade, só isso. Era tudo vocês náo entenderam aquele negócio.,.". No teatro grego, você viu a histódâ, pode entender, tem aquele im- o que ele estava Íazendo. pacto. Mas isso náo quer dizer que vocé tenha comprecndido. Aristóteles Só quc, ao longo de toda a sua tida. rlc nunca como é que ia moúeÍ ou deixar de morrer, como é minâÍi ele estavâ simplesmente ensinândo àqüeles indivíduos alSumas 20 2l dizia que o teatÍo, a arte narrativa, a arle dlamática. nada ensina, mas deixÀ em você um proíundo impacto. Esse impacto é a âtuaçáo do dis uma intelecÇáo. ó umâ matriz de muitas intelccçóes possívcis. Vocêpodepassar o rcsto dâ vida pensando sobre curso poótico. Ele ainda náo é aquilo, mas iniciâlmentc náo entendeu é nâde, apcnas percebeu. O teatro vai impactá-lo como um lãio, üma coisa que acontêcêu. Aquele que assistiu à morte de Sócrates tambérn ficou impressionado, mas isso náo quer dizer que tenha compÍccndido. Ele sempre Mas se o suieito fala "CÍisto histórico", úo scido quc ele eslá falan_ do. Todo o Cristo é histórico, evid€ntementel O quevocé Iê no Evangc- lho? No Evângelho tem doutrina? Náo tcm doutrina algumâi tem uma naIrativa. Esse Cristo de qüe falamos, o Cristo Logos divino, tem que scr a-histórico. Agorâ, se você quer distinguir entre um indivíduo qualquer pode achar que aquilo Íoi coincidênciai 'Ah, foi um azar desgraçado, chamado Cristo e o Logos divino, entáo foi você que cortou a históia cm dois- PoÍque isso náo é a história de um sujeito que lbi crucifrcado. sc SócÍâtes tivcsse fugido...". Sempre tem um "se", podiâ ser de outro Crucificado tem um bando dcgcnie. Não foi assim queaconteceu. Não jeito... 'i{ntÍgonâ podia desistir daquele negócio"-.. "Eles náo podiâm ter sido convencidos a agiÍ dc outra Ínaneira?" No caso de Sócrates, clc podcria rcr dàdo nr' pcr pudcria ter dado umâ propina para os cara<. tinhadois ladrôesqueforam crucilicados com ele? Porqueo Iadráo foi crucificâdo? Porque náo conseguiu dar no pé em tempo. Agora, Cristo náo, ele jávinhâ anunciando: "Olhâ, eslá aqui anunciado na Lei e nos Profetas que vai âcontecer assim, e não adianta vocês quererem me poderia tcr sido diferentc... Jl JAlunâ: E essa irlsisÍârcia em lalat ilo Ctislo hislótico a loda horu é uma tentatiaa de iqualá-Lo a üfi Sócrules.l No câso dc lesus Cristo, nâo, iá vinha anunciado de ântemáo. E depois ele aindâ Íessuscita pâÍa dizer: "Olha, sc náo entendeu o que se pas§ou, e1r ainda c§tou aqüi para dfi mais uma explicaçáo" Esse da encrencâ...". Esta é a verdadeira histódâ. 1ênômeno do indivíduo hümano, o indivíduo real, de carne e osso, que materialidade Isto quer dizer que não é tiÍar possível sepaÍar o sentido do âcontecimento, por üm lado, da mateÍialidade do acontecimento, por outro, que essa poriadoÍ da Verdade divina, por causa disso enira em choque com materialidâde do próPrio sentido. O que âconteceu foi exalamentc o quê ele disse quc ia acontecet Entáo, queÍerdisiinguir, de üma outrâ verdade cxternâ que também deriva da Verdade divina, quc nAo é uma coisa do diabo, náo foi o diabo que inventou, é apen.xi umâ üm lado. um Cristo de carne c osso o, dc outro lado, o Cri§to dadoutrina, se fosse assim â coisa náo poderia tcraconlccido. Tcria que seÍ um mi_ Palavra divina antiga cristâlizada em instituiçóes, leis, etc. - poÍtanto, iá náo tem aquela flexibilidade viveÍte da alma do individuo. No caso lagre muito maior do qüe a ressuüeiçáo dc Nosso Senhor Jcsus Cristo éo do Cristo, iá náo é nem um indivíduo que tcm uma flexibilidâde vivcnte; aqlremanifesta ele mesmo disse: "Eu sou â Vida". Quer dizer esta âl entre nós a prescnçâ da Inteligência divina, elâ é a próprjâ Vida. E o resto? Bom, o resto lbi vida antigamente, foi vida mas já morrcu- 'lÀs leis, as instituiçóes, tudo o que vocês fizetâm aí, no começo dc tudo isso ai está o qüê? Está a Vida divinâ. Foi Deus que criou tudo isto." é a Porque, olhâ, iem aqui um indivíduo quc náo está sabendo de nada, é um câra como qualqu um, idiota como qualqucr um de nós. Ele foi crucificado e criaram um culto em torno dcle, e, por uma coincidência, acontcceu tudo exatamenie do ieito que estâva nos prolêtas e que ele disse que ia aconteceÍl Foi coincidênciâ? Mas é mâis fácil ressuscitar do qüe fazer isso! Quando aparece um camarada dizendol "Náo, aqui vamos fâzer o quê? O Cristo histórico..." com esta nuânce de separâr o Cristo histórico, mateÍial, etc., do Cristo esla separaçáo só existe na sua z2 espiritual , eu digo: "Mas cabeça!". zt l|luna: Que o Ctisto espíríÍual é "obieto de Íé" só, e que não..-l Ah, é! Âinda iem essa... Quer dize! tudo aquilo que os proÍetas diziam já em tüdo "obleto de fé": um sujeito acreditou nisto, depois outrc acreditou, depois outro, e, depois, por uma baiia coincidência, âconteceu tudo âssim. E aconteceu pior, pois o próprio suieito disse Iru Í,s clistáos por caüsa disso? O Santo Sudfuio náo iDlluiÍem contrilnri. Você podc invcstigar num monte de coisas. mas o prcblcmaó estc: qu i tcnl uma hisiória que é relatada por testemu Dhas que estivcram lá (i quc â contâm numa ordem que coincide exatamente com aquilo quc usscs profetas ünham dizendo desde três mil anos antes! que iaacontecerl É ciaro que isso é uma coisa de idiota, é uma coisade criança, Temos que entender que a vidâ, a parxão, a morte, a ressurreiçáo de Nosso Senhor lesus Cristo sáo um fato. Àconteceul Náo é Eeciso entender. Isso náo é uma doutrina, não é um objeto de fé, é uma coisa que âconteceu. É mais difícil negar isto do que aceitar. Se você nega que foi assim como elcmesmo disse quc seria, entáo é porque você tem uma outra explicaçáo. E você tem que me dizer que a süa explicâçâo é a mclhor- Àgora, sua cxplicaçáo comcça por exigir que cu creia num tecido de ÍAlnno: Toda mundo tínha combinado, fiao é?l Ádemais, ainda ievc que combinar com o leproso para ele curar: ''Olha, você vai lá e frnge que se curou", ou, entáo, "Você, pelo poder do pensamento positivo,.,". Vou acreditâr que o pensamento positivo do leproso o curou? O leproso, que já está todo ferrado, dc repente dquire esse poder miraculoso de se curar pelo pensâmento positivo? É um negócio tão rebuscâdo e táo artificioso que denota idiotice. coincidências absolutamentc impossívcl. VoLê está me exigindo mai3 llJlJno: Mas existe também a catrcnle mais haÍd q e hos ÍaLa que ào é coi cíiLência, que consl títafi a hislótia que aparcceu, daí... lé do que Nosso Senhorresus Cristo. Ácredito em Nosso Senhorlesus Crisio porquccle só pcdc pâra eu acrcditar num negocio que aconteceu, e você esiá pedindo parâ eu acrediÍr numâ coniectura que é uma ver- dadeira loteria espoÍtival Você podetercerteza, sempÍe que entra esse negócio agnóstico, maierialista etal, o que está em jogo, no tundo, é só cotfi o lempo...l Isto, construíranr, porque naquele tempo iá existiâm âgências de publicidade, tinha o Duda Mendonça... uma coisa: burrice. Burice mesmo, faltâ de inteligência! I{lvna: ÍlJrÍro. Pot qüe o se hor acha que essas inaestigações q e Íentam Íazer aÍespeito ile tu "Cristo hisÍótico", que seia u 1horhetn cotfi m, se conce l tm semprc em aspeclos lécnicos, por etemplo:'Ah, oou pe*at o Santo Suürio e oet qual é a iclade dele", cono se tosse para ífiúestíEat üfi ho ticídio, e hão @m aÍifi1ações fiais ou rne os lógícas? EIes pla tarun prcaas pelo mundo Veja, a técnica publicitária teifi.) foi todinhâ inventada a partir do fim do século XIx- E mesmo âssim falhou. Tem um monte de câmpanha publicitária que falha, ou seia, lançam o produto, o prcduto "vai pro brcjo"... Eles queÍem nos Íazer crer que anies disso! no tempo cm que náo t!nha técnica publicitáriâ nenhuma, existia uma técnicâ publicitária Potque isso é bastante ü,gico, é mais íácí1...) O Santo Sudário não iem aver com a história, pois aparece muito implícita, inconsciente, que funcionava depois. São Justino não sabiâ que tinha Santo Sudário nenhum; Sânto Irineu náo sabia, Clemente náo sabia, Orígenes náo sabia. Eles váo ser infant 2+ i e que criou ôs prcfetas, os sanios, etc. Orâ, o sujeito, para acredrtar nisso, precisa sff muito pueril, muiio a . É sempre a idéia de que a desconfiança é sinal de mâturidâde, e confiança é sinal de que você é um atrasado, um caipira. Náo, depende 25 do tipo de descon6ança, porquc cssa desconflança qucvocêestá iendo, É isso, quândo o sujcito dcixa de acreditar cnl Deus, náo é quc ele nar, âcrcdiiâ cm mais nada. cle acrcdita em tudo, até em história da cla me exige uma confiança muilo maior carochinha, em Papaj Noel, Dudâ Mendonça. cic. l{lü,aa De lananho i+ual à esna desconliatrya que rccê íem de ÍAlt)no Mas fia contparação Íatosaíé anteriores. Eles ificlusi.,e lên íalos hisltSticos descrííos antes que as pessoas cofitien piamente, cotfio se aquilo losse Íato. E disso O que esses nao Íêm a mesÍna---] com o ClaÍol Na vcrdadc, essa desconfiança, essa suspicácia moderna prolundamenie crédula, porque exige acrcdilar em muito nais coisas do que a Rcvelaçào está pcdindo. A perânteos dados da Revclaçáo, eü Deus, era o Verbo dc Deus, c âcontcccu isso âssim... c ele curou o lcpÍoso, moüeu e rcs_ suscitou.... Agora. querclll que cu acrcditc numa loteria esportiva, nâ cxislência dc a,.aancias dc puhlicidadc etórcâ§, inrateriais, que criâram aq hisloiadores usam não é de que Íoi uma nlontagefi prcposilal tuito de engatrur, elc- Eles putía,n o eÍefiplo daqueLa...) Não. ioi inconscienie é Revclâção cstá dizcndo o seguintc: o homem tudo isso med iante i que às úezes eu aeio 1rão é úesse selllído. uclcs processos dc "violência simbólica" do Picrrc Bourdicu, "impos;çáo de discurso" c nào sc; o quô. Corno ó quc o Pâpâ faziapâÍa "imporum discurso"? Vocêpensaque iinha a Red{: Globo de 'Iblevisáo, o Papa chcgava lá e fàlava e 700Á da audiência ouvia? Não, o Papa falâva um negócio quc, para chegar nas igrejas lcvava anosl Se o cara que está na Igrcia, diSamos, na lÍlânda, durante a vida, depois que ele tbi para a Irlanda, se ele duâs vezes na vida receber notícia do lAluno: NAo. nas Íat béÍtt nào esse se lido. F'Les peqafi. por exefiplo, aqueles ercfiPLos de suíras hislóticos budisÍtts que peqam um perso aÉ9fi real, por ercfiplo, o rei Asoha, e aí se constúi toda üma üercão ertrefia teflleníÍica da históia dele: "E haüia etércílos que saíram do solo e combateram.-.". Cofishoem loda utna históia tnílica e totfia de um perso agefi real, mas essa consÍruçào, essa rcpresefitaçào. ..1 Mas ai. no caso, você ó capaz de disiirguircntrc os lãtos históricos c a construçáo mítica cm torno. Aconlccc que ali nao é isto que acon_ iece; é o próprio Cristo quc cstá dizcndo: "Eu sou o Vcrbo divirro, vou nrorrcr, vou ressuscitar". É clc mcsmo quc cstá dizcndo na hora que a coisâ aoontece, Isso náo lbi âcrescerltado dcpo;s nada foi acrescenta- muiio. Então, como óque podia haverviolôncia simbólicâ aí? Parâ náo aceitaÍmos um dado miraculoso, pedcmquc agenteaceiteum do depois. Tudo o qüe se clâbora. todâ a claboraçâo doutrinal, é fcila a por uma qucstáo dos testemunhos foi rejciladapoÍ não cstarmuilo consistcnte. Quando dc prcguiça, prefiro IicâÍ tom a Rcvelâçáo mcs!Ío Não é unl problema se licoü com quâtro evangelhos, é porquc se dizia: "Esses qualro aqui de fé, estou dizcndo uma coisâ cieniífical estáo confirmados, sâo pcrfeilamente concordantes e náo tôm malu_ Vâti(âno, é universo inteirode suposiçóes miraculosasl Entáo, a1é l{lünà. Nào, Chesterton està íítbndo aqui: "Caso em l)eus, aocê acrcdíía e tudo o mais". I üocê nao acrcdile partir desses primeiros testemunhos E, ürais aindâ, ê quase to1âlidâde quice". Havia dczenâs de evangclhos, mas os camaradas misturêvam suas interpretaÇões doutrinais, ao passo qüe csses quatÍo Íão fazem interpretações doutrinais; eles contam a coisâ e pronto. Agorâ, se o su- ieiiocomeçavaa claborâr'em cima, poeticámcnte. Íalavam:'llnláo, não, isso aí náo 2l selve". 2..1 Os quairo cvangelhos foram selecionados náo por umâ questáo doutrinal, mas por uma questáo de documentaçáo. Náo que os outros sejam "discordantes"; eles tambóm são concordanles, §ó que eles âcres_ ccntâ mais coisâ. Nesla scParaçào dos quatro evangelhos válidos e dos outros inválidos, nâda foi colocado 1á dentro, loi é tirado! Pode ser que seja verdâde tâmbém, mas náo sabemos. Âh, tem o evangelho de PedÍo, o evangelho de Tomás, o evangelho de Fulano, de Belirano, tem um monte de evangelhos de pessoas que contaram a história a seu modo- e essas botaram coisas a mais. Esse "a mâis" foi tirado. Agora, o que está aqui também está nesses outros. Esses outros também sáo concordantes com estcs, só que sào discordantes €nire si em outras coisas... Quer dizcr, foi por um processo de críiicâ históricâ que a lgreiâ separou csses quatro. lÁlunor Álids, a llreia ile üez Ente a moÍe do rei, tem Iá um personagem, daí os suieitos l'omm IloÍeando depois. t eva muito temPo, e é preciso tel esquecido a história Íeal para poder floreâÍ em cima. Agota, ali náo foi lloreado nâdâ, não tem absolutamente nada a ver uma coisa com outm, sáo prccessos completamente distintos. Mas o sujeito, quando quer sermuito esperto, acâba frcando é trouxa. Você vâi desconfiâr da coisa, mâs me dê um bom moiivo pam desconfrar Por que vai suspeitar? O suieito que está fâlando louco, émentiroso? Náo, náoé. Estáganhando algum comisso? Náo, tâmbém nâo está. Entáo, por qüe vocô vâi desconfiar? é paru ser aerdade i LlJüno: Palece que dizem qüe é bom demaís É bom demais para ser verdade. A8ora, se eu contasse para você: "Olha, o negócio é o segrrinte, tudo isso aí é mentira, foi o diabo qüe inventou só para sacânear com você", aí você âcredita PoÍqueâcredita? e qua do tafibém peqa al\um elemento tlesses outlos e lala: "Não, esse daqui rcalmetlle parece que aconteceü", como a Assu ção de Mati|.l Claro, pode ler sido e pode náo ter sido. A As§unçáo de Maía, foi ou náo foi? Uns dizem que sim, outros dizem que náo, outros náo íalam nada; eÍiáo náo é necessiiio a gente decidir. Âgora, existem esses quatro e existe o testemunho orâl que foi transmitido dentro da Igreja por muita gente, e quc é tão impo ante quanto o Evangelho escrito: que aparecem entrc trinta e qüaÍenta anos depois dos âcontecimcntos sáoconcordântes náo só entre si, mas com o que nós da Igeia sabe os- Nós também estivemos lá, também vimos". O "Esies quatro aqui séculos. - motivo da exclusáo dos outros foi este: é porque eles tinham coisas a mais que nâo dá paÉ se sãber se é verdade ou nãoi vamos frcar com a narÍativa mâis simples, ainda que com o dsco de Perder detalhes que podem ter sido até impodantes- Sáo importântes, mas incertos. E veia você que lala da construçáo: uma construçáo dessa leva Porque tem medo. ÍAlüno: O sefihot hao achcr certo que a dísíâficia no Íempo acabal críando uma certa descofiÍíança? Porque hoie efi dia é müito comum a Eente úer as pessoas arE tnentarem: 'Ah, mas, erltáo pot que mois fiifiguém rcssuscita? Nu ca ow)i íalat de alguéú1 que tenha rcssuscí' tailo"- Ou, então: "Nüfica t)i ninEuém ressLtscilat".l Porque náo é pâra ressuscitar mesmo! Se rcssuscitarfosseüma coisa que acontecesse para qualqueÍ um, quâl seria a nÔvidade ali? E, anies de ressuscitar, já tinhâ feito o outro câmarada rcssuscitar: "Se eu fiz com cle, por que náo posso fazer comigo?". Esse negócio de Lizaro, tinha centenas de pessoas lá que assistiram. E náo tinha lá nenhum publicitâio, náo tinha nenhum jornalistâ de O Gloóo para inventar his_ torinha, náotinha!Ou seia, ahistódâ nos parcce contada com Ézoável fldedignidade; é uma história que vocó náo entende... 29 z8 lAlrrno: Mas os míbgtes de proaa? Porque, se ÍeiçAo e têfi ufi asrycto relórico maís do que noquelo época ocafiiam esses fiilagtes, Íessur- ouÍras coisas assim, áo é porqúe haüia uma necessidade, üamos .lizet ass,rl, ile ufia espécie de conoencime lo, pois nào haz)ia uma doüttifia paru üocê estu(htl Mas, esperâ aí, você vai r€ssuscitar o sujeito só para convencer os fcito €m seguida; â gente conhec€ todâ â históÍia dele, e podc recompor passoa passo- À âpologética ctistã, o quc ó? É a defesâ retórica de uma doutrina já mâis oü menos assentada, c conhecemos a hislória disso pâsso â passo. E tudo isso náo tem nada com o Evangelho, ó müito posterior É iambém a confusáo, porque as pessoas vêem isso hoje- como é o ícnômeno religioso? Bom, você liga a televisáo, está lá o pastor R. R. ÍNuno, Náo, nào estoü dizeddo SoaÍes, ou o pastor Fulâno de'Ià1, o Billy Graham, o limmy Swaggart, qualqueroütro, expondo umadoutrinae usando meios reióricos. Porque isso. Mas, enlâo...1 Se o suieito fosse câpdz de ressüscitar, ele não seria capaz tâmbém vocêvêisso natelevisâo hoie, vocêachaquetudo começou âssim. Mas de inventar um discurso mais convincente? Náo é possívellAdemais, o nenhuma religiáo começou âssim; isso ó impossívcl. Pâra que um dia exista um pastor R. R. Soarcsfâzcndo discurso religioso, a rcligiáo tem milagre como meio de convencimento é condenado por Cnsto da maneira mais taxativa. No Evangelho se diz que os gegos, para acreditar numâ coisâ, exigem uma demonstraçáo matcmática, e que os iudeus exigem üm milagre e os dois sáo malucos, porquc simplesmenle a coisa está que existir. Você está conÍundindo um processo de propagaçáo muito posleÍior com a origem dâ reliSião. Essa é outra confusáo que muitos desses historiadorcs cientíEcos fazem. Nenhuma religiáo aparcce como acontecendo. Qual é o motivo que têm para duvidar? Ademais, você náo vê nenhum, nenhum esloÍço de convencimcnto em paÍte alguma doutrina, nenhuma. do Evângelho. ÍAfuno O Semõo da Monta ha não seia o embrião de üma dou' tifia ctistà?l Náo, a doutrina só pode scr elaborada posterioÍmentc, isso tanto no cdstianismo quanto em qualqüer outÍâ Íeligião. Moisés, o que fez? IIJüÍto: Eu pe sei assim: quando aocê já tefi ün cofihecifiento ila doütuina rcLigiosa, não prccisa de üm íato d.esses.l \,las a doulrina rcligiosa apârtlc milenios depois. f islo quc c importante entender- A doutrina cristã íoi sendo elaborada ao lonSo dos Chegou lá com umadoutdna? Náo foi isso! Elc disse "Olha, o negócio é o seguintei estâmos âqui prisioneiros c sci como tempos pelos concílios, pelos papas, pelos douiores, etc. Note bem qu€ escapar"- náo houve propagaçâo de doutrina. Você sabe o que é "cvangelho"? - Evangelho quer dizer "uma narÍativa", ó uma noticia, uma notificaçáo - "Como é que você sabc?" - é que a gente faz Pârâ "Foi Deus que me contou." "É louco!" Náo foi assim? Ou scia, ele convence os câm&adâs náo de umadoütrina, mas de umâ possibilidadedc aÇáo;empreende aaçáo "Olha, você vai e conta para os outros o que aconteceu"- Náo se tIata de pregaçáo doutrinât. A pregaçáo douidnal começa aos poucos, com bom resultado. Quâl era a doutrina cm que eles acÍeditavam? Doutrina náo tinha; até os Dez Mandamcntos vierâm depois disso. Pdmeiro acreditaram emMoisés enquanto ]íder, enquanto chcfe, enquanto güia. os apologistas, já quase um século depois. Todo o esfoÍço retórico E de algo que aconteceü. O que Cristo mandou eles fazerem? Ele disse: 30 foi e dá doutrina? Moisós náo tinhâ doutÍina alguma! Á doutÍina se forma aos 3l poucos, e quando começâ o negócio da aPologética religiosa é porque â religião já está velhâ. Se Moisés âparecesse aqui e dissesse: "Olha, vou resolver os seus pÍoblcmas", e você vai atrás do cara e ele resolve o que cle fez? Sentou cm câsâ, escreveu, c dâí começou a fazer propa_ gandâ. Allan Kardec, o que fez? A mesma coisa. os problemas mesmo, você náo ia prccisar de nenhuma apologética, As religiôcs de Iato náo começam com doutrina, nenhuma começa com doutrina. começam com um fato. o que este lato diz? As pessoas quc par- porque a coi§a;á está acontccendo. ticiparam, que estavam lá perto, não seriam c{pazcs de expor o qüc aquele Passado muito tempo, a rcIerência à religiáo vai se tornando cada taludi2. O conreudo intelcctual, doulrinal,leva séculos para se expressar' E vez mâis indireta. Ela deixâ de ser um objeto de experiôncia diÍeta e passa a serum dado decultura entrc outros dados de cultura que estão um tremendo esforço de inierpretaçáo que se faz depois, poÍque a doutÍinâ aí mesclados e empilhados. Náo é assim? O que não se pode lãzer é o momento de decâdência da religiáo, e é um negócio ató peiigoso. projetar reiroâiivamente a situâçAo po§tcrior à situaçáo oriSináÍia. Se pcgârmos a história das oÍigens islâmicas, a Revelaçáo islâmica pros_ segue duranie vinte e oito anos, que é a etapa da formaqáo da pÚpÍiâ comunidade. O texio do Coráo vai sendo clahorado iunto com a história dacomunidade islámica. Entào, nào é que esse suieito chegou com uma sc íorma depois. Tanio que â fase de formalizaçáo pode ser considerada até lAlüno E as epístolas de Paulo? Já ttào sào u a Íorma üfia doutiúa? Ou é de uhl...l \áo. A qudle lolalidâde delas sào instru(oes morais para cle cofitar o govcrno da comünidade, náo sáo doutrinâ. doutrina prontâ, começou a prcgá-la e dâi tez a comunidade. Náo, náo lbi assimi ele náo tinha doutrinâ âlguma. IL1rJüÍL,: Sõopti cípíos que aão...) Sáo regÍas morais. Ainda náo sáo pÍincipios, porque náo têm o ÍAlnnot você che4ou a comentar isso daí uma aeZ- Qüe os proleías sâo glandes fiisÍérios, nôo é? Vem o suieito, que lalo: "NAo üafios Um historiador da cultuÍa, ou historiador da religiáo, qüe encara o se ele lbsse um prcpâgandista dc doutrina é um indivíduo dcumaburrice que, paramim, chega a scr impensável. Mas como é que cle foi meier essa idéiâ na cabeça? É umâ projeçào inlãntil: ele vê um progüma na iclevisâo e ciado de princípios no sentido doutÍinal; sáo noÍmasr "Façâm âssim, façam assâdo, náo façâm aquilo, cvitcm aqüilo ouiro...". Náo ó assim? lempo todo sáo normas. consclhos. ctc. vocú nao vó uma cxposi(do doutrinal no Evangelho intciro- O Evangclho é uma primcira nanativa o maís", e loila mundo üai...1 profetacomo achaque areligião aparcccu âssim. Náo, assim vocô pode inventar uma pseudo-religiáo, claro: compóc umâ doutrina na suâ casa e dai contrâtâ um pÍopagândista para Íâlar Àí, sim. Temos dc um fato, e só. ÍAluna, A iloutrina é, efitão, um eslotço íle íntetpretação desses documentos: eaanqelhos, cartos...] Posterior Uma doutrina tem que se exprcssal em linguagcm e§iabi- lizâda, concciluâ|, e dotada de univcrsalidâde. o reverendo Moon e tal... Mas, espera aÍ, qual é a hislória, a epopéia do reverendo Moon? O que ele fez? Náo fez nâda. Só inventou Iá um I AfúÍro'. negócio e começou a Iazer propaganda. Como é o cara dâ cientologia, Claro, é uma elaboraçáo lógicâ, uma etpre§são lógica. 32 enun' Potque são ufia ínteryrctaçao lóçica?l l3 Nio seria, e Íão, sinples poética...) lAl..lno: Você vê que tem quc passar pela narraliv poótica. A primcira nar_ rativa é poéticâr O que aconteceü? Foi assim. assim. âssim. Existcm muiias manciras dc contar, e por isso cxistcDr vários evângelhos Cada um qucviu acentuâ um lado, por isso tl:m nuilos cvangelhos. E dcpois? Bom, dcpois... (lualó odiscurso da linguagcm bÍblicâl)ll urr tcmrogrcgo chânur(io /íiltrlú. o qucrigmâ ó Lrl]l intcrmcdiárn), unr nristtrtl (liiÍ(il dc (li§ (cnrir cntrc o poético e o retórico. 'l oda â ltiblir r.j oscrili' nssifir. lil llilrrâ, aprcsentâ e exoÍla, mas nao chcga a dcl'iDir rixâtanrcntc unrl rÍ)rnra no senlido racional explícito- Cada ordcnr dÂda, ou p(n lcs(ls ()'isio no Novo Testamcnlo, ou por Deus Pâi no Antigo TcsianrcDt{). § scmprc cnigmáticâ. Por quê? Porque ela tcnl muitos scntidos. I\4as ÍAlunà, LLes Lu só uso a palavrâ ncipios de ordem doutrinal; rcgras morâis, transformar numa doutrina univoca? Isso dá um trabalho miserável, há ptincípios moruis e 7,ão...1 palavrâ... É porumaquestão dc palavras: só uso "princípio" quãndo sáo eu chamo q urra doutrina nào pode ser plürissensa, tem que ser unívoca. Conro a que se vâi pegar esta fórmula compâclâdâ e descompâctá-la pârâ fiinistran, p â lcva tempo. É por isso que é inteitamenic absurdo se âchar que umâ rcligiâo começa com u ma doutrina; isto é materialmente impossivel, â "normas'ou "regras". [Í\1úía: O üincípio do amor ao pÍórimo, prificípios de busca do não serque seiauma pscudo-religião:você invcntaa doutrinâ em câsa c começa a falar. Mas é o ial negócioi Santo Tonás de Aqüino dizia É, mas esses principios, cnunciados assim, iá sáo doutrina. Note bem, Cristo náo enuncia nelhunr princípio; clc diz: 'Amâi-vos uns aos que falamos c escrevemos com palavras, Deus fâlaeescreve com fatos, outros comoeuvos amei". É fácil pcrccbcr quc islo náo o cnunciam; por isso lllesmo nàu é doutrina. Está dando um modelo vivo. E sc vocô perguntar... IAlrna: Mas cttl cona púrcípios noraís?l Náo. esse náo é um princípio moral, ncssc scniido. lAluna: 'Áraai-zlos u,?s aos oulros" é Íalfibéln?l Istoé, pode-sedizer, umâ norma. Mas esla norma. cnunciadaassim, com cojsâs. com atos. O discurso divino é indisccrnívcl dos làtos quc teú aquelâ intcliSibilidâde imcdiata da doutrina, mas tenl o inpacto do íato rcal. llJj;,'lo E é aí que esÍá a u iüersaliílodc ln nthinl ? Qtún do conleça a Ltirar Íloutri a a coisa ai se lruEltrcnlando ( ..)1 Claro! A doutrina você podc cxpor dc u icito ou do outro, daí já comcça a surgir controvérsia. Claro quc sc podc chcgar a uniÍicar adou_ tr;na, mâs como é que se unifica? Atravós dc inúmeras controvérsias. náo iem conteúdo inteligível slrfici€ntc. Por quô? O que são os concilios senáo imensos palcos de contro!érsias? Dessas, algumas podem serêrbitradas cicntificamenlc, ouiras náo. E daí, o que e o Papa faz? Ele produz outro fâto, vai lá, "convcrsâ" com Deus, depois l{lüno Isso potque Comovocêânou? Conrc ão lefiho cotfio saber como ek amou.l é o amorde Crisio? Vocô precisariâ enunciá- diz: "Olha, Deus diz que é âssim". - "Por quê?" "lsso cu também lo, isto éi "cristo amou a§sim, c é assim que você tem que amar". Bom, aí náo sci. Ele me diz que é assim, náo sou eu quem está dizendo. Ele mc virôu xmâ noma rnoÉl mesmo diz que é assim." O que é isto? É uma doütrina? Náo, é outÍo fato. t+ 35 ÍAluna Mas os concílios etiste a ütilízaçào de üm mélodo día lético.l Existe. Existe toda a discussáo, com todo o criiério dialético, cien_ títico e tal, mâs às vczes, mesmo com tudo isto, náo se chega a uma o (lirdo só porque você nào gosta. Se cssa rciciçáo inlplica a adcsâo a quando náo se chega, entâo não tcm solução doutrinal. mas Náo. Náo é matéria dc íé. Náo é mesmo. Sc cstou lhc dizo'rdr)l Olha, âqui você lô o Antigo 'lbstamento c vê todo o encadcamcnto de soluçáo, e tem uma dogmática. lriD(ltcscs mirâbolântes, enláo ch nao tcm razão dc scrl I Alnna. Mas, aí que enlra SchelLing?l núncios que tcm... lAl[]na, Mas aí o Íato e o do\ma Íium insolúteis?\ O dogma é um fato, cle não é doutrinà. O Papa vai lá, reza, l\lünai (...) se aocê Íi ha dito afites que épela doulrina daquilo que iliscütiilo dialeticamente...l Náo1... Tudo que é doutrina pode serdiscsiido dialcticâmente, §im. recolhc, vai e daí diz: "Olhâ, Deus me disse quc é assim". Note bem: nào é umâ coisa quc o Papa pen§ou, náo é uma elâboÍaçâo inlelectual dele; é algo quc lhe foi imposto de alguma maneira. Você pode passâr lao pode o rcsto da sua vida tcntândo iuslificar por quc é âssim. Aí você está aí, o exemplo dele, umâ árvore? Só pode discutir aquilo que se diz a translbmando cIn doutÍina. rcspeito da árvore. Uma doutrina tern quc podcr siir dcfcndida dialeticâmente. Como ê que você vâi delendcr dialelicamcnte a Íessurrciçáo de Nos$ Senhor Jesus Cristo? Você nãopode, porqueédado, óum tato, nâoéumaidéia, nào é uma opiniáo, náo é uma leoria quc você pode dcl'cnder 0 set que náo pode é unl dâdo. Como é quc você discuie dialeticamente, ÍAli)not E o que setÍa obieto de ié denío do ctístfuni§no?l Já vou chegâr'lá. Veia, toda cstaâulâ âquj, essc assuntonão Você compra e... cotlo üocê não pode deJendeÍ lirctr mais uma átaorc, poÍ exemPlo?l Você náo podc defender dialciicâmente umâ árvore. lAluno:Éisso,l..l filosofia, mas é o enunciado dc um fato que tcve um impacto filosófico monslru- oso, e até hojc esse impacto cstá ai. ÍNrno é prescnça do cristianismo ^ ou menos pârâ nós o que cra a presençado i mais nrundo fisico pâra os Srcgos. Scm pâssar por isso, náo se pode cntcndcr o quc âconteccu adiantc. Mas, voltando: o que pode ser discutido dialcticâmentc é só o que se diz, é oque se afirma;um fato, ou uma narrativa, náo pode. Se o §uicito diz, por exemplo: "olha, está rÍe doondo aqui", como é quc você vai Lxaramentc A (huviL, u \ol. vo.,( nau poÍic Jclinder É um dadu E claro que os dados podem scr falseados: você pode dizcr que uma coi_ discutir dialeticamcnte isso? Não ó possivel, é? Você podc negar; dizer: "Vocô cstá fingindo, é mcntira", isso é ulnâ possibilidâde. Agora, se rrro aconteceu, mas isto náo é uma discussáo doutrinal. ó umâ discussáo histórica. E se você vai disculir csses dados da Revelaçáo crisiá, enúo toda a impugnaçáo de üm dado ó teita porum motivo racional, nünca irracional: vocô náo pode rejcitar o sujeito disser: "Olha, cstou com apendicite", isto é uma oPiniáo, é umâ interpretaçáo queeleestá fazendo;cstá explicando a sua dor.. Aí, sâ que acontcccu é u,na coisa que 36 então, isso se podediscutir: "Náo, istonão Entendeu a diferença? ó aPendicite, éouÍra coisa". A inprcssão não pode ser discutída. não é? Pot eÍehplo: "Eu eslou cofi dor",l Não, ela nâo pode scr discuiida, isso ó ulll fato. Ou é um fato ou é ,[âs. sob outros âspectos, náo podia scr rcvoSàda- Aí §ürgc todo uln jr)Io cntrc a Lei aniiga e a Lei nova, quc ó unra dâs coisas fiiLis bonilas mentira, ou é uma... anliga até hojc náo sabem o que fazcr com o iâl do Jcsus Crislo, c cste c o grânale problemâ dahistória. É por isso quc a convoÍsão dos iudcus l{lúa: LAlunot A díscussao a rcspeíto disso não é unla discussao diaLélica; ela í)ai set ufi pseuclo...) Náo, pode ser uma discussáo histórica. Você está ncgando averaci- (la históriahumana. Pelosânos seguintcs, aquclcs quc li{ànr rÉ liirm la c oonsiderada â etapa final da históriahumânâ. Na Bíblia, cstáâ§sim, o lim do mundo é ântecedido pela conversáo dos iudeus. o que significâ quc, sc tivessem se convertido, iá teria acÂbado. dâde do depoimento. Por que negar a verâcidade do depoimento? l\l]ulnot Tbm Eefite que tenta plecipilat o processo, nào é? Em aez ÍAlanat de cofiuerter, Só com outtos Íatos que seiam-..) Só com ouiros fatos que os impugnem ou com razoes que os te ta eliminat e p,í:'nlo.l É, se matar iodos, dai náo temos mais esse problema. pugnem. PoÍém... ÍAhÃotMas ele ao acaba ttais?l l/\JJJtio: Nao é una queslto deíé trcCar ü 1íalo, ao é?) umanegaçáo irracional. Se você nega a ÍA]J-lÍtà A sanlidade e o nunilo não acabam mais.l Você pode dizer que ahistória do mundo é mcdidâ dai para âdiânte veÍsão que o pÍópÍio Iesus Cristo dá de sua vida - "Olha, náo foi nada disso que aconteceu; o cara não era o VeÍbo de Deus, não foi nada disso" pelâ relação entre a Lei aniiga e â Lci nova. Tudo o que sc pâssa na história ocidental podc ser corrtado pclâ rclaçáo cnirc o princípio da , entáo, tudo loi um tecido de coincidências muito mais mirâculoso do que o que ele está contando. Pessoas alãstâdâs três mil ânos umas das outras combinaÉm enire si para prodüzir um cfcito fictício no ano Lei e o princípio da Graqa, quc às vczes parcccnl sc idcntificar c Náo, náo ó- Agora, sc para ncgar o fato você hipóiescs mirabolantes, entáo é ó obrigado â recorrera zerc da era cristá. É táo absurdo, é táo estúpido, que náo há motivo para vocô ilnpugnar isso. vezes parecem sclântâgônicas- Isso ai Ú u às rnislério que não me câbe explicar. Eu sei que é assim. A pârliÍ do advenlo de Nosso Scnhor rcsus CÍisio, todo o restante dâ hisiória humana é medido por cstâ ÍÚgua: dc um lado tem a l-ei, do oulro lado tem a Graça. No lundo são idônticâs, mas só no fundo; LAluno: QLol é a atilude .los iüdeüs diafile desse Íalo?l Esse é outro problemâ. Porque, se a Nova Aliança confirmava a an- na superfície da históriâ, às vezes aparecem como antâgônicas. Por exemplo, uma coisâ interessantissiua: muitas das escolas gnósticâs teÍior, isso que. dizer que a anterior podia scI cumprida de dois jeitos, do ieito antigo e do ieito novo, senão a religiáo judaica teria acabado. apareceram com a idéia de que seriâ preciso colocar um intcmediário cntre este baixo mundo, que é o nlundo da Lei, da fatalidade, etc-, c absorvida na nova, o Deus Eterno, que é o Deus da Graça. Para isso é que os gnósticos Quer dizer que umâ pârte dela, sob certos aspectos, 38 ó 39 inventamm outro Deus, que ficavâ no meio. (...) por quê? porque eles estavam vendo uma contradiçáo entre a Lei e a Graça. Entáo diziam: 't{h, entáo iem um Deus bom e um Deus ruim,,. Esse já é um efeito vai acÍeditar pela confiabilidade da fontc: sendo a pâlavra de Deus, clc náo vai mentir, entáo você tem quc ad€{itat Agora, por que cu hci dcacrcditar que isso é a palavra de Deus? É também pe,a conÍiabilidâde colateral disto aí. Quando, por exemplor um povo opta pelo socialismo, o que ele estiá fazendo? Está dizendo: ,âqui vamos fazer um negócio que vai estabelecer a total unânimidâde junto com a total espontaneialâile e da tonte? Náo pode ser Acredito porque a fonte é confiávcl Por quc acrcdito que â Ionie é confiável? Então se entende que a palavra [é tcm dojs sentidos: deve-se âcreditar no que Deus diz porque foi Deus que liberdâde". Náo é isso que estáo prometendo? que se sabe que foi Deus que disse? Isto náo pode ser por fó, tem que ser por oütra coisâ. Deus tem que dar razóes suficientes pdra que se âceite que Ioi ele que disse âquilo, e pam que daí se acredite no V()cô disse. Como ÍAlnna: Ufia sociedade peieita_) O que ó isto? Isto é: "Vâmos dar um jeiio entre a Lei e a crâça,,_ Âinda estáo vivendo esse problema, quando cabe a nós saber que a solução deste enigma só Deus tem, nós náo temos. Sabemos que, em algum ponto, e de âlgum modo, a Lei e a Graça se articulâm, Como. é restânte do que ele disse também. Você tem que ter Íazõ€s Para aoeditar numâ parie até o ponto em que descobre: "Entáo, espera âí, isso náo sou eü, foi Deus que falou", daí ao resto você dá uma credibilidade, mesmo que náo tenha provas. Está entendendo? isso eu náo sei. lAlüno: Aí isso é questão de té?l Náo, isso náo é uma questão de fé, é questáo de lógica. Devem se articular porque vêm da úesma fonte. E como dizia Santo Tomás de Áquino: "Deus náo pode rcvogar a lógicade Aristóteles,,. Deüs é onipo, tente, mas isto náo pode fazer. E, por outro lado, vejo que na prática eles lêm connito, mas tâmbém o conflito náo é constante. pelo laalo lógico, v&s€ a nnidadc da Lei e da craça - e no mundo empfuico, orâ se vê a unidade, oÉ se vê a contÉdiçáo.  unidade está predominando, Ínas náo totalmente, Tem um monte de coisa que a gente não entende. Mas náo vamos entrar em consideÉçóes sobre o fim do mundo; não é isso; o objeiivo aqui náo é esse, nem é um curso de cdstianismo. ÍlJnno: Mais ou fienos. O limíte é eio tênue ile ais- Onde acaba a mi ha conÍiabilidaile, porque te ho Íatos suÍicientes paía consllbs- tanciat essas... E onile cofieça, ,.?7 pai, e Quando eu era moleque, viaiava freqüeniemente com meu às vezes ele me deixava sentado no tÍcm e iâ ao bar tomar caJé, fumar um cigafio; às vezes ele me mandava um recado: "OIha, seu pai falou para você 6car quietinho aí e esPerâr que elc vai voltar". Muito bem, acredito em meu pai. Mas como é que vou sâbcr quc foi meu pai mesmo que mandoü o recado? Sãoduascoisas completamente difercntes: uma é a conflabilidade da fonte. outÉ coisa §áo as razÕes de se acÍeditar que a Ionte é exâtamente esta qüe alega scr A confiabilidade da Íonte quer dize4 por exemplo, se Moisés diz para o§ indivíduos: "Olha, nós Para entender a histórja desse peúodo, a primeira coisa que se tem que entendet é que o cristianismo, como qualqueÍ outm religiáo, náo viuno§ conseguir esetpÍlr daqui, mas tem um ieito", "Quem foi que te ensinou?" "Foi Deus." Vamos acreditar poÍque foi Deüs. Mas como surye como doutrina, e o negócio dafé... Ora, o suieito chega com um équevou sâber que foi Deus? Isso quer dizer que, para que livro no restânte, paIa que se acredite na pÍomessâ por fé, é necessário que se acredite na narÍativa por outÍos motivos. Deu pam entender? ,10 e diz: "OIha, você vai aüeditâr nisso porque é â palatÍa de Deus',. - - se acledite 4l LAlrÍto. ÍAluna Co Ío com urn Íato cutioso que não é ate dido: íodos os Etlletdi.l meus colegas na l:acülílaile que conhecia lAllJna Esses oulros notiüos do sAo questão de Íé Náo pode ser questáo de íé. fem quc scr o tãlo brutall Ou vâi ser unla argumcnlaçáo racional, no câso dc você nào ter a cxpedência dircta, ou vâi ter que ser um làto quo náo tenha ieito de rn poltco 4 Bíblia goslao.tm ló, poqueeles achauan qüe aquiLa rclrulatta o que ela Deus, eo resto era ludo... Isso é Eerul, assiln.] Ah, issoé incrÍvcll Só que acontccc o scguinte: Deus aproniou uma só do 1 [Aluna: Você tet l que ler íeconstituído alé o ruciacínia de "Potqüe aqLtiLo lá teüe...".1 m paÍa I liütu àe Jó, mas aprontou depois deteratcndido àsprcces deleatéos sctenta anosl De repente diz: "Bom, agora cu vou aÍmarümâ âquipâra você...". Náo i: t o Abraao: '\ar,, ru !àij h \ü(rilrcar nãovai fazcr nada. Quântos anos t in n lcu fillru . t menlira, ha Abraáo quando acontcccu isso? você negar É simples, vocó Iaz um tester pega cem pessoas crcntes cem protcsiântes. catÓlicos, iudeus, qqalqucr coisâ ecemmilitantes Acrcditarnum Deus quc faz um ncgócio dcssc o tcrnpo todo, ilso éum pcsadelol Eoiáo vojan quc Slalin, F-idel Câs1ro, Adolf Hitler nunca n,üiali.rds, nali§làs. 0 que vuce qufira. Pergunla Para Üs primciro!. "Deus cosiumâ âiender às suas preces, ou ele scmpre diz qü§ náo só para tcstar â suâ té?" "Não, lleus gcrâlncnte ateDde Dc vez em cumprirâm nadâ, e o pessoal iodo cstá acreditando. Nào ó possÍvcll A recusa dos dâdos dâ llc'velação é butrico, ó pura laltâ de inteli - quandú lcmâlSuInrc8o(iuqu(,lcnai,ar(nd( (unâôrciporqu(. mds ele devc saber." AgoÍa vocô pcrgunia para os outros: "Quândo foi que I A fé prcssupóe um conhecimento. Suponha que você é o lepÍoso, e tcm Iá um suieilo que era ccgo c está vendo, outro quc cstava morio Íessuscitou, ctc. Você diz: "Mas se o camarâda fcz tudo isso, ele tambén podc curar â minha lepra. Náo estc regime pelo quevocô luta alendeu às §uas promcs§íts?"- "Nunca- ' - gôncia, não é um problema de fé. "E você continuâ âcreditârdo? Isso é que é 1é!" tcnho provâ nenhunra disso, dc que clc vai lazeÍ islo, rnas sei o que iá Você esiá en iendendo? Porquc se Deus nunca tivesse quebrado nleu fez. Além disso. estou vendo o horncm'. gâlho... Eu estou com 55 ânos, tudo que cu pcço ele diz quc náo, e eu ÍAl'rno: Mas aí en|ru a quesltto da tlaüatiüa: o àircito (...). lsso estou lá lorândol... Não éassim? E os caras que acrcdiiam cm sociâlismo dilcmass;m: Ah o5ocialismorcül l(,i uma porca-ria. rrru\optu\iÍno\ai aconteceu mestno?.-.) Bom, entáo voltamos àquclc ponto: o que sc podc é ncgar o ies ser bom". Haia fól Eu prefiro ter fó num Dcus que geralmentc atende; de vez cm quando ele náo atcndc c faz um negócio quc cu também não temunho, a veracidâde do tcslenrunho. A ncgação da velacidade do cstou entcndendo o porquô, mas como das outras vczes elc âlendcu, sei testemunho só que é leal, nàovai me sâcanear Todo crcnte diÍá islo: "Dcusgcralmente que o impugnaou num cxarne râcional su licientc. Agora, se pâra negar atende''. Todos vAo dizer isso. Pode ser que algum diga: "OIha, nüncâ aqniiovocô logicamente teria que làzer urna consiruCào hipotéiicaúrüito fui atend;do"... t, é losicam ente viável sc cla é bâseadâ ou num complicada, enlão a negação ó idioticc ÍAl]lj.,o: É, fias e +z ouirofato se ao Íor üeciso Íazet essa neglçdo?l 43 Mâs é, pois é isso quc eu estou dizendo. , r)nlhinar dc cnganar o terceirc". Náo lcm nonhum tcstclnunho. lliio t.Dr umaata dessas reuniócs. Econlo lAtuno: Nro, pois é. mas (...) é o seguínle: já estata tuilo isso preúislo no VeLho 'Iestamento. Algumas pessoas íoram lá, peqatan o que estaúa no Velho Testafienío e cÍiaru ufia histótia que Íosse coincidefiÍe co t isso.. . (estou colocando islo hipoteticatiente) .) Sim. e como é que cles fizeram para impor cssa história pâra todo mundo? ó qucvocôvai lazcr um plârn, táo ((nnplcxo e mantcr tudo aquilo na mcmó â? como no caso do Hitler:"Náo, elc nào sabia quoos ca.às csl vanl rrirlandoosiudeus". Olha,vocêtem que ter alguDra prola dc quc lx)uvc F: Um plânejâ,nento- Por exemplo, aqui iem um campo dc lonccnlrâ(lio I)c onde surgiu o campo dc concentrâçáo? Ah, está aqui umâ planta, c lenl aqui um orçamcnto; eles compraram tiiolo, compraram isso, rompraram aquilo, compraram gás... É cadê a nota de compra do gás? ÍAl]Jnot Pois é. E cofi alqütts conhecimentos empíricos, ailda que tudimenÍarcs. de téc icas (...) ele aai, como Aistóleles, avant lalcttre; iá prcc?.dia a ciància modetna de, pot e;remplo (...).1 Sim, para isso você precisaria süpor quc houve um planejamento. A peryunta que Íaço é a miruboli tedoqueos ieiío apdrec! u rudo aquilo do nada... lAlEí No míttitto m testem ho co,1lrfuio.) lsso ó a mesma coisa que dizer: "Olha, ninguém lez os campos de conccntraçáo; eles apareccram sozinhos por um tecido dc coincidências: caiu unl tijolo, depois caiu oulro, dcpois câiu gás, caiu o iudeu lá dcn' Ou foi espontâneo? l{lrÍto 'l(nrl Âgora. sr se\uinte: essa hiyitese fiao é menos set Deus?l Não, essa hipótesc ó totalmente mirâbolante. Porquc isso âí pres- lro" .. Por umâ coincidônciâ. exalamentc como Ililler tinha escriio no Mei KanlpÍ.Éü,Í.,ahipótcse táo âbsurdâ quantol Simplcsmcnte não é possível. Estou há trinla â os pcnsândo nisso O rclalo do llvangelho ll»no sáo iDrbccis, loucâs, suporia-.- Veja, uma operâção publicitária desse tipô náo nasce assinl, tem que ser planejada, discutida, dá um montáo de trabalho, ó preciso é confiabiiissimo, e todas as discussrics crn treinar as pessoas para isso.-. nunca lez mal a ninguém, dizem quc âiudou unras pessoâs... Por que eles iam inventâressa história, cngânâí todo mtllrdo 0, rais ainda, iam paIanóicâs. ll1do por quô? Olha, ostálá u su jcit() cha rnado lesus Crislo, IAl]Jno. Ou let sido ajudada poÍ ufia série de acasos.-.1 Acasos? Entramos na "loteria espoÍtiva". Vcia pcla lei das probabi_ compor uma'requipe de publicitári(,s" pâru cnganar o mundo, e náo lidadcsr é mais fác,l o sujeito ressuscitardo quc acontecet ludo isto por Náo é possívcl istol A hipótcse ó tào rrirâbolanlc, lâo louca, que acho que o sinples fato de lcvá-lâ â sório durantc dois minulos iá é prova de uma seqüência de acâsos qucváo se encâixando, encaixando, encâixan- do... Náo é possívcl. É mais lácil se aceitar um dado cslrânho do que umâ multidáo dclcsl A hipótese da conspiraçáo é âbsurda. Essepessoal u sobra umâ ún ica âta dcssas rerniocs, nào sobr'a u nl único testemunho?.. dcbilidáde mental. Eü náo desconfio dc ncnhunr dado da Revelaçáo, nem da Revelaçáo judâica, nem da islârnica, nem dâ budista, dc nenhuma. iãzia pÍegaçào para o outro. Você Essa gcnte não está aÍ paru meniir. Você pensa que ó o quê? Que clcs não vê em partc algumâ um único documcnto dizendo: "Olha, vamos são o Duda Mcndonça? Existe o problema da qualidade das pcssoâs. vivia 44 se reunindo c conversando, +5 Entáo, não é a 1é Aorigem da rc:ligiâo, ela porsi mcsüra iácnuncitrâ hisl(ni . ela já diz se é uma rcligiáo ou se náo é. Mas âs religi(icsqucosii()dc vcrdírdcsiloos em Deus, simplesmente. A fé é no tcstcmunho. pilares dahistória humanâ. O sujcitoncgâr issoâi, nãodh pâra acÍcdilirr ÍAluna: Ouln dado pode set leoantado a laüor àessa lterucitlade...l EIes inveniaram tudo isso só parâ os roDranos iogarem eles pàrâ os nem emciênciâ) náo dá pdra âcreditarncm queelccxi§l§ Blc nu leões conrerem- Fbi isso o que elcs gânharâm. Os apósÍolos soÍrerdm l|luna: Justanente. ma iio. Se Tudo o que acontcce na histú'ia Mendonça. Nenhum publicitário vai lãzer um negócio desses por cslc prcço. Simplesncntc isto nâo é razoávell É muito rcbuscado, muito artificioso. Os dados bás;cos da Revclaçáo sâo os dados básicos da hishis.uria dJ\ r(lisioc. ^ Uúa ( l(il0 dr'so. , ana, tudo, é imitação c rcpe pessoas eram educadas na base dc que tinha havido Crislo, quc clâs não. linhânl cruciíicado c câfiegavam cssa culpa. Dc repente, pâssaran a ,, , rir(riu vez escrevi um tcxto dizendo o quc é rcligião c o que náo hu tiçáo de âÍquétipos que estão na fundação dâs religióes E§sas imita_ çôcs e repetiçõcs vão se diluindo, diluindo, ató virar o seu contrário, virar um ncgócio caricatural. tlias Canctti di7 quc loda a história ocidentâl pode ser cxplicadâ pelo scguinte: até uma ceria daia, as os leõcs, outro vai ser cortado em pcdaços. . Propõe isso para o Dudâ cÍiíá, absurdo tao grandu quc nao Ja para Lônlinuar lAtunâ: Os rTessidnisr]os lipo Antô io ConseLheiÍo, eles estaÍiam peEanrlo, se i spiando fi4 histótía de (. .).1 isso...l É, cxatamentel "Vamos ;nventar aqui um ncgócio; o que vamos ganhar com isso?" Utu vai ser crucificado, outro vai ser iogado para tória humana, c não digo isso só conr rolâçáo à Rcvcla{ão I vaiclcgar CÍiÍo crucificado, e aSora tinhâm todas as oulÍas: "Náo, llri cu quc fui cruciti_ dizer o contrário; elâs ó quc cÍam o é. porque hoie em dia o Estado leigo moderno não tem condiçâodc sâber.. que cobrar satislàçào de ". como escreveu aquclc padre (...) o livro Á Fratemidade Cósmica do Repolho Místico\ (é de um humorista que foi ftade, un cara engraçadÍssimo, muito melhor do que o Vcríssimo e todos esses). Invento âqui a "Frâtcrnidâde" e chego lá no Ministério c digo: "Olhã, quoro ÍegislÍar isso âqui como entidâde rel,giosa"- o Drinistro náo sabe se é ou sc nâo é, cntáo diz: "PoÍ via das dúvidas: càdo, loram vocês qüc mc crucificaranr". E daí entrolr o Se invento o "culto dâ.. polilicanenic corrcto. todo mündo ó vil;mâ. Foi isso mesmo que acontcccu. Mas o qüo é isto? llsse ncgócio da viiimização 'Ah, sou vítima, entáo prcciso dc umâ indenizaçáo aqui, preciso...'r -, isso é invcrsão lotal. Porquc. considcrado sob um ccrto aspccto, todo mundo é ví1ina de alguma coisâ. Ou todos nós arcamos com as culpas ou, se um de nós sc iscntí. clc passa â ser o inoccnle enlidâdc Íeligiosa". Dais o que ó rcligiáo c o quc não é, e por isso mcsmo acham quc, sc sacrificado, .ntão cle é Deus- E ó cssc írcsmo o problema: as pessoas lêm idóia de que sáo Dcus. Câda urn acha quc é Dcus c que o§ outros você está Íegistrado como cntidade religiosâ, então lem o direito de pregar oquc quiscÍ. c qucnr qui\eracredilar acrcdira. L rlaru que is\o c são aqucle! que crucificârâm o inoccnte. Não, é o conírário, fomos nós que crucificâmos o iíoccntc, nós lodos. Entáo náo tcm nâda quc Por causa dcssadeficiência mental do Estado modcrno, náo se sabe uma palhâçada, criiérios parâ q.. 46 é claÍoque isso um pagar parâ o outro. é uma mentira, mâs iem que tcr al8uns Essc negócio da fó, isto é umâ fonte de conlusões absolutamente se separar o que é uma reliSiào do que nâo ó. -..r," r.".... u . r r riilãi"l s. "ii., l -.,i lú R.polha Mtti.o Cuiitiba PcrcErina.2000 +1 I miscrável, eâênfasevaiaumentandocomotcmpo.JáapaÍirdoséculo XIX, as pessoas acabam achando que tudo quanio defó. O que na religião é matôria de 1é é somcntca nanaüativa, nem nâdoutrina. A Õarrativa é ó religião é matória 1é nâ promessa, náo provada com tcstemunho e a doutrina, com ârgumenlos. E a promessa? Bün, sc você iá actcdiiou enl tudo isso, acredita na promessa tambóm, po.que o cara quc iá fez tudo isso, já cnsinou tudo isso, nâo vai esiar Ihc sacâncando. (tur âcrcdito que é palavrâ dc Dcns? Itnltuc acre(litol l'(trItuc sinr.' sirnplcsncntc não é possivel. Ou â(luikr lcrIl a c(n)sistun iir dr Iirlirvrr (lc Dcus (c, porlaDto. "palavla de Dcus' nao a ullr cs(rilt]. rr o (:rrrrrrr doutdna. nâo é umê frase: "palavra dc Deus" sao lalos, s r, Íc lnltrdct, sirr coisas, Deus cscrcvc com coisâs), entáo ftr'cdito Disso c(»rr() llcru(lilr) quc chovc, que tem sol, qlrc estou vivo - isso ó u)n dado da reôlidadc ou náo tem tal consistÔncia c não acredilo. Ilmgeral. Aquilo quc é provado, dcmonstrado ou por cxperiência direia, ou a discussáo âcadêmicâ ou pseudo-acâdamicâ cm lorDo dis poricsternunho -, ó incorporâdc, na douirinâ. ressurrciQâo dc Nosso ^ Senhor Jesus Cristo, ela em si náo ó uma doútrina, mâs quando mais tarde sc formula a doutrina, sc incorpora nela cste 1ãlo. Mas náo quer so ó boba;nâoexiste discussão sóriaa cssc respeiio. Ninguénr, ncnhurn dizer quc cle sejâ douirina: ou ó um íâto, ou Dáo é nada. Portanto, a ' sábio de prinreira ordcm sc intcrcssou por esse lipo dc convcrsa. Sáo rnais os bclclrislas: o ErncÍ Renân, o nraluco cspcculador: Feuerbach: honrcm irventou Dcus por câusa disso, nrais isso, ntais isso"... Para doutfinal, ódo tcstemunho. Entáo, oportobásico você djzer'que o homcm invenlou Deus) enlão cle invcntou todos esses quc vâi separar o crisláo do não-cristáo não ó a crençâ numa doutrinâ. nrilagres. Os milagres corneçarâm a aconicccl c dcvez em quando acon_ discussáo básica náo mas a crcnçâ nur ó làto Ora. o fato por si mcsnro náo tcm con)o scr obicto de lé, a náo scr no scntido da lidedign idadc do relâto- Agora, uma cuisâ é vocô âcrcditar que aconieceu issoassim porquetevc gcntcque assistiu c contou, e não lccc âlgum. tudo isso porquc o homcn inventou. lsso é uma bcstciral Porque o homenr invcntou alguma coisa, enião dc vcz cDr {luando clc reza, pede algum ncgóciu e acontccc. Isso porquc alguónr irrvcniou?l Essa hipíÍese ó láo a{iiicii)sâ quc rao nrerccc scr Icvâdâ cnr tonsidc linha ncnhum malandro Do mciodeles, não iinhâ ncnhuni publicitário, ninguém estâva ganhando dinheiro com isso, e enlao se acrcdita pot raçáo. É urna hipr;icsc criatla pela irrragirraçao prrcril, trlnir inrígiDâçrio fidcdignidade no rclâto. Dâi vai ter o iuizo final, vai tcr a rcssurreiçáoLssâ partc nirguón viu, vocô acrediiâ pela conliâbilidâdc da lbntc quc cnl Deus; ela âcrediia num Dcus uraligno. Ii clirro quc i§so c parünLiià, lhc lãlou o rcsto. Isto ó â fé. A íé significa apcnâs você não dcsconfiar prova dcssa promessa, tem prova de tudo mais. Mas, deía parte, do cÍistiânisr ) nâo c o ilnpaclo de unla doutrinai é cssenciâl enlendeÍ isto. As prineirâs tcnla{ivas dc lbrlnulâção doutri_ nâl e, portanto, dc apologélica; c, po(anlo, dc deíesa relóricê sáo futuro, você nào tcnr. bastantc inâdeqüadas Podc-sc lcr, por cxcnrplo- Icduliano. que nâ sua lcvianânrentc dc qucm nunca nrentiu para vocô. linborâ náo possa ler - quc cla rráo âcrcdita isso é reâlÍnenrc teoria da conspiraçir) Mas o inpâcto do argurneniaÇão é de uma desones(idrde horrtvcll Tem um sujeito cha_ acham quc toda a rcligiáo é matéÍia dc ló, iudo na religiáo mado Celso quc cscrevcu uma defesa dâ iradiçáo grcco romana conirâ l(ant é mâtériâ de ié, o quc, cvidentemente. é unla impossibilidadc pum e simples. Acredilo nâ palâvra de Deus porque é pâlavra dc Deus. Ê pot +8 ó poÍque Kant cra um idiola perfcito ern toda Idioiâs como â linha pucril âDrcdrontadâ, dcscontiadâ. No lundo niro o crislianis o, e lirÍtuliano cntão rclita o suieito, mâs rclüta daqucla mâneira que parccco Congresso bÍasileiro, com uns argurnenlos nruito eüdente iss(, vire doutrinâ, é necessário que haia um grande alàstamento e que Com otempo, vai-se acumülândo entáo uma massade cscritos cris- loda a làse dc narrativá e de discussão retórica tenha passado. Vemos q(rc os grâ,rdes autores do período cscolástico, que é o supra-sumo do sâfados. Mas é um €scritor mâravilhoso e totalmentc sincero, e é que aquilo que ele diz náo podc scr incorporâdo na doutrina. táos, uns na[ativos, outros de ensinamento moral, outros doutrinais mesmo, ieológicos, e essa massa tem que serdepurâda. "De tudo isso de que estâmos lãlândo, do qüe aconleceu, o quc valc c o que nâovale?" Dcnsamenlo cristào, praticamente iá nào sc dedicam à âpologética, e quêrdo o fazcm, não fàzem apologólica retórica como Tertuliano, mâs dialélica, filosófica, como taz Santo Tomás de Aqúino ra Suma contrut /ios. Mâs isto é uma siiuação muiio postcrior; poÍtanio, nada de E é para lsso que tem lustamentc os concílios, que váo fixândo o que í)s gen é doutrina da Igreiâ e o que é âquilo que os cÍisiãos falaram (vâo ter direito de falar um monte de coisa). Mas mcsmo o que um Papa làla não proietar isto, e muito menos proictar â nossa situaçáo atual sobre as origens do cristianismo. se incoryora na doutrinâ, a náo ser que sejâ um decÍeLo er calhedru, Isto também querdizcrque, quando um cristão dos primeiros séculos quc numâ vidâ o Papâ thz trés ou quatro; o resto que existe é opiniáo dele. O famoso dccreto da inlàlibilidade papal só querdizeruma coisa: toma posiçáo a favor ou contra o legado filosófico grcgo. ele não sabe direiio do que está falando, porque náo tcm a expressáo suficicnte da quando um Papa decreta um elemento de doutrina em acordo com tudo doutrina cÍistá para poder confrontála que veio sendo en$inado pela Igreja na sua doutrina desde o inicio, ele náo errai ó só isso quc qucr dizcr E o rcsto do iempo? O Íesto do tem- lenr o conhccimento adequado do legado gÍego, que iá estavaem plenê decomposiçáo. Náo podemos esquecer que um monte de livros tinha po ele pode errar cm prâticâmente ludo, como dc lato muitos crram. dcsaparecido e que. por exemplo, quando se lé Tcrtuliano, sempre que Agorâ, falar em inthlibilidade papal dá a imprcssáo dc que ó uma coisâ ele se refcre aos filósolosgregos, sc refeÍe àAcademia, e ali naAcademia absurda, que se tem quc obcdecer aquele sujeito fâça ele o que Êzer, o ele mete platônicos, aristotélicos, estóicos, cínicos, que náo é verdade. Acadcmia Para que surgisse dentro do contexto cristáo uma situaçáo similar àquela quc íoi vividâ por Filon de Alexand a, âinda precisavâ muito tempo. Por quê? PoÍque era preciso que a coÍeÍ doutdna cdstá estivesse explicitadae quc o legado greco-romano fosscsuficicntcmente conhecido -; então se vê co uma outra doutrina, nem etc. para cle, tudo ó como sua inibÍnlaçao era deficicntc. Náo existe, entáo, apossibilidade de uma conÍmntaçáo el'etiva, a náo sermuitos séculos mais tarde. Prccisa o quô? Pclo lado cristão, é preciso tertido muitos concílios eter estabilizado um certo corpo de doutrina; -uma condiçáo que, defato, náo se cumpriu nos primeiros séculos. Nâo pelo lâdo greco-mmano, é preciso tcr resgatado aquela papelâda todâ e botado em ordem.lsso qucr dizerquc os pÍimciros confrontos, como se cumpriu, priniciro, porque a doutrina âinda estava explessa de ma- vô cm Santo Irineu, em Teriuliano, cm Orígenes, em Clcmente de AIe, se ncira muito rudimcniar nebulosa. O quc se tinha cra a rccordâçáo de {atos aindâ muito rccentes, fatos cujas conseqiiênciâs âindâ continuârâm xandÍia, náo sáo uma confrontaQâo sistcmática e, pra valer, são âpenas um entrechoque de impressóes: "Tenho impressáo de que a doutrina a reperculil pelos séculos seguiÍtes com toda perseguiQão, martíÍios e cristá diz assim, âssim, assim; tenho impressào que ser cristâo é isso milagres. Tudo aquilo aindacstavâ aconieccndo; entáo. náo crâ, eviden- assim, assim, assim; c tenlro impressáo de que os gregos diziam aquilo temente, vivido conro douirinâ, mâs como âcontecimento rcal. Para que outro". Mas quando você vai ver, há uma boa quantidade de fantas- 50 e 5l magorias, como exisiiam làntasmagorias no próprio Filon, porquc ele tâmbém conheciâ a doutrina mosâica de maneira muito dcficiente. Ele falava hebraico! Conhccia atravós de umaversào, charíâda yersrio nem setcnta eruditos iudcus que Iizeram uma trâduçáo parâ o grego. E fizcrâm a traduçáo pârâ o grego por quê? Porquc osfilhos e os itos SetenÍa - netos iá náo sabiam falar hebÍaico, tamânha a confusáo que estavâ. Isso qüer dizer que o iudaismo que Irilon dcfcnde é um pouco duvidoso. Náo se pode imaginar que o iudaísmo é exalamente aquilo; é um judâismo tal como ele o imaginava. Ele nâo é um portâ-voz autorizado r ünrâ cxprcssáo de um tipo de erperiê$cia hunrâna quc! (rânsposlo ao Ilano doutrinal, cai na Iantasia c no erro. na nrcdida cnr quc absoluiiztl fl(tucla experiôncia como se fosse a úr1ica possÍvcl. Qucr dizcri colro t)cs§oas quctiveramum imuma, e aquclctrâuma circuDscrcvc, dclilritâ scu horizonte visívcl, clas nào enxcrgam nada nrais para fola daquilo. corno o sujcito que tem uma neurose de guclra. Entáo o gnosticismo é uma cxpressáo do sotrime.to humano, do sofrimento real, vcrdadciro e âté juslo, que transposto cm doutrina, viraum pcsadclo hipnótico, e isto rcapar..ccú. E rcâpaÍecerá no mundo dâ ortodoxia judâica, é um filósofo que pegou o que sobrou dejudaísmo nrcdcrno com enomrc irnpacto, sobrctudo a parlir do sóculD XIX, na o defendc. Eo conhecimento que ele tcm dos lilósofos llL.volução Francesa... Quândo vocô lê os cscriios do Marquês de Sade ou vô aquelcs personagens de Dostoicvski, como Ivan KaramazoY vê nacabeça dele e gregos tambóm é deficiente, porque ele mistura: mistura eslóicos com platônicos, atrjbui a üm o que é do outro... Entào, todo csse período foi de umâ imensa confusáo, e essa confusáo aparece no próprio Filon. que está alhcio à questáo cristã. a revoltê total que clcs têm conlrâ Deus (eles fazcm umâ espécie de iutgamento de Dcus), semprebaseados numa separâçáo enhE Deus eo homem. Bom, seexisteum Deus onipotcnte e infinito, náot€munl jeito Ncsta confusão é quc aparece um montc de seitas tentando resolvcr existencialmentc oe âs coniradiçóes que eles vivian nâ caÍne, dc dc você se colocar cm face dele para falar dclc como obieto. E este é o algum modo. Essas seiiâs todas nâo podem serconsideÍadas frlosóficas por quê? Porque nâo há nenhum empcnho de investigaçáo; há um em_ Todo o discurso gnóstico tcm cssc problema da âuio_rcfcrência: problema gnósiico lundámenialr o gnarstico lãla de Deus como objcto. náol Náo é um Deus, sáo dois; teve um bon1, ouiro m41...". Isso é um ,le olo sc erplica a si mcsrnu. ccrba sr'ttd,r r'tttprc urnJ r\(u(ro à qua própria regra. lslo mostra, cvidcntcnrcntc, uma Íalha, uma ruptura básicâ na inlegridâde da visáo quc o sujcilo tcnr. Por isso mesmo náo pode seÍ considcrado doutrina filosólicâ. porquc a 6losofia ó a buscâ arÍanjo douirinal que o indivíduo faziâ, de certo modo, para expÍessar dessa intcgridade, e nao somentc na cslcra do discurso, mas na eslelâ o seu próprio desconforto existencial. da açáo e dâ conduta. Sc o suicito penho em foÍmular umâ saída prática paia um problcmâ existencial, c em nome dâ soluçáo se inventava um prctexto doutrinâl qualquer: 'Ah, i unl lilósotb c busca a explicação Esse desconforto que gerâ as seitas gnósticâs é um elemcnto cons_ de alguma coisa. essâ explicâçáo tom quc cxplicar a ele também: clc titutivo da condiçáo humana. Isso quer dizer quc "gnosticismo" náo tem que estar inserido na sua própria cxplicação: náo pode ser uma cxceçáo. Por exemplo, a hipótesc do Deus rnau tem esse problema: é ncm o nom{: de uma doutrina- Existem tantas escolas gnóstica§ que, se você quiser reduzir aquiio a uma unidade, você morre louco e nao consegue. O que tem em comum em todas elas insistiu 52 nisto é que o gnosticismo não é -c Eric Voegelin sempre pmp amente uma doutrina, l)eus é nrau, c o condenu porqüe ele ó mau- Isto qüer djzer quc cu sou bom- Ede onde saiu minha bondade? Se Deus étáo mau, poÍque clc fez um sujeito bom? Isso quer dizer quc o que você eslá vendo 53 no mundo é apenas o rctrato da maldade dcssc suposto fleus, e üáo de sua própria bondadc. Sua bo:rdade está âusenie do nrundo, c o indivíduo quc assim sc scnte náo se reconhece naquilo quc âcontcce. clc pcrccbe que há âlgo de bom nclc, vcrá siDais dessâ bondade cm tudo quanto é lugar Mas como eic começa â lalar de Dcu§ como obiero. c náo lambaln cotno sujeito é urÍ Deus quc cstá fora c acima dclc. c não uln Deus que esiá fora delc, mâs cstá dcnlro dele lambém, êo mesmo tenrpo , eniâo cria cssa ruplurâ c cssa visão'tcalral" da Sc realidadc. É o mundo como um palco quc você eslá assistindo, cvocÉ lhcocorrccía idóiâ: " Se apârcccr o principe, a primcirâvitilna dcleserci cr. porque sei o segrcdo, sou um homcÍr quc sabc dcrrrais" Maquiâvcl cstá curiosâmente auscnte do murldo dc Mâquiavcl: scu Nundo náo ó o nlundo rcalno qualclovive, ó urr mundo dc tsatro quc clc colocou no palco c observâ como sc iosse um cspcctâdor dc kn'a Nlüquiavel 1àz isso, Jolln Locke faz isso. Thonas Hobbes. Kânl, David Ilumc làzcm issoi todo nrundo laz isso; aió Nictzsche pelo incnos. Aí laz scntido sc lalar dc ullla visãu gnóstica da reâlidade que sc repete fiundo Írodcrno. só pl,r essc aspccto. tsso nâo qucr diTcr quc cstá ibra. lsso é lalso, falso na basc. Ío cÍou subscrcvcndo intciramentc a tese do Verenros, mais târdc. quc csta làlha da aulo reierência. quc iá sc perccbc ncsses gn(isticos, introdlz-sc na Irilosollâ Modcmade lâl úodo Vocgelin de quc iodas âs idcologias nxlcrnas sao de origcm gnósiica Pode ser podc náo scÍ; aindavai lcvar sóculos pâl'a matàr cssa qucstáo. que cadâ unra dclâs ó urna cxccçâo a 5i mcsma. derolardo entáo uma Mas, ncste aspecto. quc é o aspeclo da qucbra dâ âulo_rcfcrôncia. sem espócie de iâlhâ bí'rsicâ dc perccpçáo cnl pràlicanrcnte lodos os filóso- dúvida sáo. Ios nrodcrnos. Ilor cxcDrplo, quando Mâquiavcl comcça â clabor:rr O Prírlcrpe. O quc ú o prÍrcipc? A Itália tinha sido invadida e estava coni cvidcntcmcnte. uma das causas dessacxpcriônciâ do,orosa que cria o gnosticismo é âqncla que já explicarnos, que é a qucbra dâ E, poli.-, da ordem cstatâlia quebra da cidadaniâ, pÍrrassim dizer ll outra grandes problcmas, cntáo cle comcça a sonhar com unl govcrnante calrsâ é a própria irvâsão de doutrims que chegavam do Oriente, cadâ supcrpoderosu que consegujria unificar o pais c cxpulsar os invasores unra prcpondo â soluçáo para todos os n)âlcs humânos. nras. por sua Para iàzcr isso. o suicito prccisâvâ coDcentrêÍ {rm podcr absolutoi para própria Nultiplicidâde, provândo quc cl s n.io podiam renlediar nÉL conccntra r o poder absoluio, ele precisava primeiro subir c depois mâlâÍ algum. porque clâs cranr o pr(jprio mal. concoffentes, inclusivc aquclcs que o ajudamm. Clâro que Ncssc período, o gnoslioisnro surgc todosos seu s csse príncipc náo eristiu. Pâra aparcler um slrjeito quc sc parcccsseconr o príncipe do Maquiâvel- passaram-se cinco sóculos: foi Slalir, que se parcce vaganreDlc. Maquiavcl, dcscrcvcndo aquelâ imêgem idealizada do govcrnante co ) uma c\prlssão do toial dcsamparo hurnano. ao qual râda rcsla â lâZcr a náo ser jogar a culpa em Deus. E onde se repeiir uDra situàçáo similar suqitão dc novo essas cxprcssôcs gDósticas quc só podenr scr ncutluliTad⧠pcla recordação do início da coisa: "Conro é quc ertraDÍrs rri§so? Qual é o caninho de tudo. se,rrpre prxa o tapctc dos outros e nunca puxânr o têpctc dclc), seguido deniro do labirinto pâr.r chegar âló aqni?". Nào é necessário dizer que a idóiâ dc quc tudo quanto há na religiáo cnl ncnhun lnomonto pcnsao segu inie i "Esperâ aíl Sc sou cu que cstou é dando a receiia. estou ajudândo o câra a subir e dcpois ele vai quercr o mundo do conhecinento e o mundo dâ fé. Se fossc assim, a lú seria ilnpossível, pois a 1é é a crença pcla credibilidadc da fonte, a qual su- onipoiente. do governantc nBquiavólico mcsmo (qu(] prevê tudo. sabe queimar 5+ a recciia c maiar quem ttz â receitâ...". lin un) momenioscqucr mâléria dc lé é uma idéiagnóstica. porqllc vai sepârâÍ, evidcntcmcnle poe o conhccimento da credibilidadc da lonte, que. por sua vcz, não ó írâléria de fé. Vocé âcrcdita no quc seu pai disse porque sabc que ejc ó scu pai. E vocé sabe quc clc é seu pai por quô? Tarnbún é matéria de fó? Não, vocô tcru quc ier tido algum indÍcio. Nào ó o prjmciro sujcito que chcga na sua ca5a, toca a campâinha: .,Eu sor seu pai, você i...,.. Não é assim lâmbém. passâdo Uma nnrntanha de problemas filosóficos surgiráo daí para adjante dessa rupiLrrâ da intcgridâde da visão do cosmos, quc se crprcssa jusiârnentc nessa propcnsáo gnóíicâ dc cncârar â realidadc como sc Ioss(r unra coisa proiclada no palco. praiicamente todos os problemâs losóficos, os Srandcs crros c dcsastrcs fi losóficos que àcontecerào nr uito Irai\ ra rdc n,, rnundU mud(rnu. rir)r ài a .ua .âi7 u c is$ q.c s(nr fi csse cstudo do cristiâ doutrina.Acreditava scnadourrinapo.quô? Í,orcausadacontiÂbitid:rdc do portador E ondc cstá a confiabiljÍladc dcte? EÍá Dâ sua conduta. na santidâde c no Drilâgre, c náo na doutrinâ. Não ó unr p.oblc t dc reiórica, é unr probleDâ de tcstenunho pâra vimr unt problcmr dc rct{iricâ, ,á é umâ scgunda tàsc. É prcciso quc toda esta eiapa lcnhâ is fL,r ). das origcns do cristianismo, e impossivel cntender o quc sc pâssou depois. Isso qucr djzcr que ainda estamos vivcndo o dmr a dâ rclâçao dialól;ca cntrc â l_ci c a Craça, dentrc do qual surgc unrâ quâIiidadc dc sofiirnonto nruito grâodc. que só vaj se dcslazendo aos poucos, à mcdida que a mcnsagcm c Íàvaichegando até as pessoas c clas váo se intcgrândo dentro d€ uma orden cristã o que iaDrbúm náo era lãcil. pelo sinplcs fato dc que náo havia doutrina coisa depcndia dc unra pmpâgação cnonnemente problcnáiicâ, ^ pois o sujciio quc ia pregar, Icvar a mcnsâgem crislã. ele cra o portador do Evangelho, o porlâdor da Boâ Novâ. Ora. para cle scr poriêdor da Boa Nova, ele precisava ser não soDrente uln portâclor precisava ser um sinal dclâ. lsso quer dizcr que aqueles quc foram prcgar conro. por excmplo, Sáo Pâhício, que loi cristianizar a lrlanda não cstavam lcvando urna douirina, elcs estavaür icvando uma noticia e uma prova. A prova, o que era? Eles mcsmos. Vê como isso ó compjicado? Na históriâ da evângclizaçao dos povos, há uma succssãoassombÍosa de milâgrcs que, evidentemcnte, luncionavâ muito mais do que qualquer s..te hâ tido tcmpo dc estabilizâr u ma apologóticâ mais ou mcnos padronirâdâ. O qrrc é uma apologéticâ pad ronizailê? Scrá aqucla e que quc reoricamcnte dcvcria funcionar na ausancjà do portador sân10, o que já é uln negócio âltânrentc probleDrático, porque aí vâi havu uma persuâsão mcrâmenre jntclcctuâlnà base do possivel. Você vai ler tudo âquilÍr c dizer: "É, iaz scntklo, porlc scr assinr,,. Mas cade poriador, o cêdê a confiabilidâde do portado.? Não tcrn. EÍc é um dos probtcnra! dâ suposta evangclização da Ainórica Lâtira, que nunca acontcceu: Íoi uDra cvaDgcljzação rctóricâ c, portanto, lAlrna: Nem nesna A pernanece supcrficial. chieta, conl o Írubalho.lele, rccomeço?l Pode ató scr nras é muilo pouco. Se você pcrgunrar quanios santos tcnr no Brasil, iem unra bcala ilaliana. isso qü. cu sci Ecomoópossível o maiotpâis católicodo fiundo. dcpoisdccilco sdculos. nãoternerhunr sanlo? Umavez, conversandocorn Whitallpcffv qtleé D ulaiorestudioso dc reiigião compârada no munctr). clc diz: .Otha. .lizenr quc o Btasit é um pâís católico, mas nâo é, nâo. Aq(ilo lá ú tudo macumbciro,,. Fiouei .rcndido Irâ\ dcpo,, \; qu. H vcrLtâd.t Lnrro l{luna: Tetn Lthta Nossa Senhora (: ,.r iJcnrc qur . . pam . Ela é Aparccida paru sel alguma coisa que (-..).1 Escuia, mas isso aí teln... Lá a trlanda icrn dcz sanios por nletro quadrado; ó umâ história de milagrcs âssontbrosa. Iodo Iugar tem isso: na Espanhâ, na ltália, na França... Só se comeÇar com Leonardo Bolf^qui à criíiânização nem comecou. Sim- tem algumas coisâs, mas compaH isto co a históriâ da evan ü) csforço cra parâ ocupar o tcrriiório nrcsnrl). Fl o (tue iàlr lazcÍ uonl ,;rli/rc.ro da Lurolâ fdcunru pubre/a rrrnz Lnldo. úqu(chcgou aqui o teÍÍitório? Orâ, o primeiro suicito qüc pcns()u cnr itlzcr algrrnu cr)isfl não ó o cristiânismo. É, assim, umavaga rccordâção do cristianisnro. Por loi Door loáo VI. Aió lá cles náo sabianr o quc iarn lirzcrl ltrÍugal li)i t(nnândo. invâdindo, invâdindo, Ínâs nuncà pcl]sonr "Vullos lrzcr üIl goveÍno colonial. vamos làzer umas obras". Só muik) tardc clos llnirnr issomesmo. nossas discu ssocs â respcito sáo supc.ticiais. porque não são baseadas no fato, na cxperiéncia; sáo bascadas cln palavÚrio. Tcm_sc rnuiia rctórica, mas nirguém sabc do quc eslá iàlaDdo. loirnuiiâ gcntc. Pârâ a própria Ainérica do Noric loi nruiia gcntc, c para ficar ^qui rringuón vinha pâra l'icâr. Só um maluco iê quc)er l'lcar aqui, c quenr Em ouhos lugâres.lbi necessário oÍgênizar porqlrc Í^lrna:'falzrez potque a colo izaçào loi ma colo izaç.io tna is de explor(tção do que de desetruoktimento, nao é? 'fexe nnis o se tido de eÍplaraçao.l ljcou é porque náo conscgoiu voliar, ou porquc linha unr proccsso na liüropa, ou porqüc Allno: Os l:.slados Unifus tê t stjfiÍos?l 0s1avâ Íugindo dâ nrulhcr, alguma coisaâssinl. Outto chegou aqui por um outro molivo.. O nrolivo paü ficar era a própria decadéncia. Eaindâ linha unra lcidos indios: sc vocô malava um Índio. lAluno: Os ]ls/.rílos U,Tidos ltni? Mais tlo qüeo lJrusíl?l cra obrigâdo a sustcntâr a mulhcr dclc. Entào nâtavâ o índio, levava a Nossa. tcDr um oxnllcl Vojaln. no nrcio protcstântc náo vai ier esse lnulher mâtava oulro, lcvâva a nrulhet ficava conr quarenla mulhcrcs em casal DaÍ, conro ó quc sc ia lãzcr para voltar pâra â Europa? Os rnotivos dc pcrDianôncia loram pulímcnte ücidcnlais. Mas não se ncgâ quc houvc canràrâilâs, nàquclc c(,ll((o, conr grandc poder civilizador cm rcrtas rcgiócs. Qurndo sc va o {tuc oles consllrlí- conceito dc santo, Drüs, se vocô lô a histúia, nrcu Dcl]s do Cóu, se âquclcs caras náo eran santos, não sci o que cranrl lAluno: Os Lslados Unidos Íên nais ticos qlte o Brasil.) ll, âqui houve u prcjcto de ocupâção do terdiório. Por unlâ coin' mln no Nordcslc. em Pcrnambuco, por c\enrpkr, aqlrclc sisicrna quâsc osujcilo [rrtrâquil(r. prccisavü sc. cidêDcia, no tcrritório tambén tinhâ genic, mas era pouca. Na Europa já cra o contráÍio. não linha cspaço, o que tinha cra gcntc. que é leudal que eles construíam! ^cho ben1 dilêrenlevocê ocupâr ulll tcrrilório no qual, por coircidéncia, tem lá uns Írdios cntáo charna lá u r iesuÍta pa.a diTer algulnas coisas, lãzcr umdiscurso pamelcs.Isso foi o máxino qu e acontcccu. O5uieiio mab. unla paisâgenr hosiil, a lúlu origcn (om un., corrunrJdJc ttnir]J r,,ttr, t,'rrtrt o, rIr,r'i, arro.. rrào:v(io veln aqttipâra quô? Os indios e.am poucos, navcrdade. Cinco milhôcs n unl tcrritório dcsse tanran h o i Elss cran] menos dâ nreiadc da popula(áo de Poflugal par? ufir contincntc inleiro. e a nraior partc das tribos se des' conhcciam complctaDente. nao tinham contato algum. era uln ncgí)cio ralo. Entào o eslbrço de cvângclizaçáo era quasc nulo; a maiot pâde p:rrâ um homcm dc gmndc cncrgia mcsnn). Chcgar num lugar quc sri s do slru pais dc ic r (c clc nào \ eiu colll o soldado quc clc pâgou. conr gentc que veio a coniragoslo, com o cscravo quc ele calou a lâço), cniào cram grandcs chcfes gucrreiros esscs caras. Mas foi tudo nâ basc da porrâdâ InesDro. Náo sc podc ncgar: â parte mais bonitâ dú Hisiória do Brasiló As violénciâs que lizemos são maravilhosâs, Dras tambóm mLril" coisã a'crn dis.o. Vor'( \ 'ráo mililar fizemos ( quu as ( rdrd(s .rncr icàn.r. )ao.cmníc construídas em volta de uma igreja, deuma escola, de um guma coisa assim. Aqui é em tibunal, âl- volta do quê? Da Iortâleza- Milicos foram os grândes civilizadoÍes daqui. É porissoque, selirârmos os milicos da política, náo tem mais política. Eles nunca váo sair, isso é impossÍvel. esse artifrcialismo da cultura brâsilcira, tcmos quc cntrar no campo da realidade vivida, incluindo o elemento miraculoso. Por ircrívclquc pareçâ, quem estií fâzendo isso hoje sáo csscs cvangélicos, quc dc vcz em quando mostram isso ai âconteceÍ. Também náonos cabe explicartudo isto, as conseqüênoias remotís- Acho que com isto dá paÍa enlender o impacto c a origem da problc_ simas deuma tardia expansáo do cristianismo...Isso sem esquecerque máticâ filosófica subseqüente neste dmmâ dos primeiÍos séculos. Ainda iá era o cristianismo do Concflio de Tlento. É no Concílio de Trento que tudo virâ doutdna mesmo: "Fechou aqui, a doutrina é essa e tem que estamos vivendo isso, e preiendo demonstÍálo mais para adiante. repetiÍ igualzinho". Por que se Íechou assim? Para reagir à ReÍorma Protestante, que tomou a direçáo exataaenie inversa: não tinhâ mais nenhumâ doutrina, cada um pensava de um jeito. É curioso que, nesse sentido, pode ser que a doutrina câtólicâ seia até a mais coneta no seü conteúdo, mas formulá-la e fechá-la daquele ieito, naquele momento, cm oposiçáo a um movimento que estâva expandindo o cristianismo sem nuita doutrina, âquilo foi um desastre, porque daí começa o lado rctórico- Por exemplo, os jesuítas foram $an- des pÍopagandistas do ffistianismo, gândes retóricos... Entáo começa o truque, o artifício: âqui não temos milagre algum, náo temos santo âl8um, mas tem aqui uma arte reióricâ infemal. Mas que cristianismo pode sair daí? Os índios só âcreditâram nisso porque eram boas alrnas, porque eu náo âcreditaÍia, náo. Á gente aqui: "É o cristiânismo? Bom, entáo quero ver a santidade, os.milagres. Quem é Jesus Cristo, náo é você? Vocô é o C sto, náo é? Câda sacerdote é o Cristo. Cadê? Cadê a santidade, cadê o bem que você ia fazer?". EIe tem que ver o sinal de Deus; se náo tem o sinal náo tem nâda, só tem retórica. 'Ibda â educaçáo brâsileim foi criada por jesuítas, nâ base da arte retóricâ; entáo náo tem cristianismo algum. É por isso que, no Brasil, essas interpretaçóes miÉbolântes, agnósticas, pegam com uma {âcilidâde incrível, porque é tüdo artificial: o cristianismo é ârtificiâl e a oposiçáo â ele é mais artifrcial ainda. E temos que sair disso, temos que romper 60 lêiturqc IOUDERON, Bdelil &i,Árartd, .l su.8igdds§ attude 4k,&!W. Êariq 8.t9ól§,1!!€ qÉdn{O'Àstltuhq,ô,n'íd6t}v !rd. cÍ&.b MoÍde!ült 4 Fúfl.á, G. úL ftr* Iaq4 Iníoü4 rcír_1931. @<iúq&r,it, t .iü§ ÉÂq1997,3r thid, Io§Ú fêtt, Â16$ú lúdrid: Grldei 1ódd doês,rtsidÀJrsú! dar66.br,úrri,3rdld,tt iÉód. Eú&i6ú C.rli- Pr,NK n ,c flülrdÉ d. i!{o fiqlr Qüdih$q 1l3§r l'iltsa §ú. Hr@Ítc Iv[ Ít @e P6LrlilrútdÉiú,, í/i.1i. ú ra Publicaçáo (CIp) {CânÚa aiasileim do Livm Sq Amsill Dados lnLcmacionais de Calalqaçao rl isiória cscncial da filôsotu / pôr Oirvô dê Siô Pâ!lô: É Reâlizqóes, 2003 Cealh. Conteúdor aula 1: Históna das hútónas da filosofra aula2: O piojelo $ciálico .ula3 SmdLesePlalã. aula4: Arislóteles aula5: PÉ{ocnílicos aulâ6: Periôdô lElcnn i.ô âulâ 7: Pêriôdôhelênisti.ô aula3: do crhlianisrno. ^dvcnto Cristianismo OriEcm2 Filosofia Eíudoeensino I I I 3 Filosolia - Histúia indices pa 4. Filosolia . Inúodrqes ll I TíÍld. ra csláloso sk lemdt ico Este liúo ó a lransc.içáo da aula quc Íoigravada nodia 13 de dczembtu dc2002, naE Reâlizaçóês, m sãô Pâúlo - sq Basil. _Impresso pela Prcl para á E Realizáçóes, ab.il dc 2007 Os ripos usados sáo dà làníia Dútch O papel é Chamois Bulk 90 g/mr para o miolo e supremo 250 rmr pã.a â câpa