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O Preço Da Ignorância

O preço da Ignorância

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    December 2018
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Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia Doutorado em Engenharia Civil Curso: Técnicas de Gerenciamento de empresas e empreendimentos Prof.: Wainer da Silveira e Silva, Ph. D. Aluno: Antonio Fernando de Araujo Navarro Pereira, M. Sc. Avaliação do artigo publicado pela Revista Exame intitulado: O preço da Ignorância Introdução: O Artigo fornecido, redigido pela jornalista Alexa Salomão, aborda a questão da baixa qualidade do ensino no Brasil, associando a essa muitas das dificuldades enfrentadas pelas empresas não só para a contratação de empregados, como também para o desenvolvimento Da empresa como um todo. O artigo, citando vários empresários brasileiros, e escudado em pesquisas realizadas, apresenta um cenário bastante desolador para um futuro próximo. Foram ressaltadas do texto as seguintes questões, por entendermos serem relevantes para a compreensão do tema: Ao longo dos últimos anos, os melhores cérebros do país têm buscado compreender as razões que levaram o Brasil, no passado apontado como uma nação fadada ao sucesso, a transformar-se numa espécie de lanterninha na corrida global pela prosperidade. O resultado (da análise do Banco Mundial) não poderia ser mais revelador. O sistema de ensino brasileiro levou uma surra – foi o pior colocado em toda a amostra analisada, que inclui China, Índia, México e Rússia, entre os outros. “Há muito tempo, sabemos que as deficiências do Brasil na educação afetam a distribuição de renda e o crescimento pessoal dos indivíduos” (Alberto Rodrigues, Banco Mundial). “... o baixo crescimento do PIB brasileiro nos últimos anos está intimamente associado à baixa qualidade do ensino” (Alberto Rodrigues, Banco Mundial).. O brasileiro estuda em média cinco anos, contra 11 do coreano, nove do argentino e dez da população da maioria dos países desenvolvidos. “O emprego no século 21 requer habilidades mentais”, diz Celso da Cunha, representante da UNESCO no Brasil para a área de educação. “Exige raciocínio rápido, capacidade de interpretação e de análise da informação. Atributos que só são adquiridos com ensino de Qualidade”. ... um desafio que à primeira vista pode parecer elementar: garantir que os alunos efetivamente aprendam e fazer com que esse aprendizado vire riqueza. Em 2003, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico identificou que 55% dos alunos matriculados na 4ª série do ensino fundamental eram praticamente analfabetos e mal sabiam calcular. Na 8ª série, menos de 10% dos estudantes haviam adquirido competência para elaborar textos mais complexos. 1 de 2 A rede francesa de livrarias FNAC, para o preenchimento do seu quadro de pessoal recebe 7000 currículos por mês. Mas, de cada 20 candidatos selecionados para entrevista, 19 não conseguem entabular uma conversa mais elaborada. Comentários: O artigo destaca fortemente a baixa qualificação de nossos estudantes como um fator de impacta duramente as empresas. De certa maneira o artigo completa outro, da mesma jornalista e da mesma Revista Exame com o título de: muito dinheiro para pouco resultado. Efetivamente temos um grande problema pela frente, cuja solução pode parecer simples, na primeira hora. Todavia há uma série de condicionantes que precisam ser avaliadas em conjunto, para que se possa propor alguma solução, dita imediata, a qual, contudo, irá gerar resultados quase que uma década depois, já que deve se iniciar no âmbito da alfabetização dos indivíduos, até a conclusão do ensino fundamental. Empregando nossa própria experiência como educador, que iniciou suas atividades no início da década de 70, vivenciando desde uma época conhecida como ditatorial, passando pela época da abertura, a época no neo-socialismo, até o presente momento, entendemos serem necessários alguns ajustes. Por exemplo, de nada adianta aumentar-se o tempo que os alunos ficarão nas escolas se não houver um replanejamento didático educacional, passando pela recapacitação dos professores, atualização do material de ensino, modernização das técnicas de aprendizado, e, por que não, investir-se no ambiente das salas de aula. Nos muitos municípios brasileiros, principalmente das regiões norte e nordeste os alunos sentam-se no chão ou em toscos bancos. Seus familiares os encaminham às escolas para terem o único alimento do dia, uma simples merenda. Após saírem das salas (SIC) ajudam os pais na lida diária e não conseguem evoluir seu aprendizado, pois muitas vezes os pais também são ignorantes, às vezes mais do que os filhos, considerados no artigo, analfabetos. Essa triste realidade não se resolve da noite para o dia e nem com a construção de CIEPS, por exemplo, apesar do conjunto da obra ser muito bom. A realidade é que somente ações políticas não atendem às exigências. Há que se considerar também a necessidade do maior envolvimento da sociedade como um todo e também das indústrias. O que pode significar um ônus para elas, no momento, pode passar a ser um grande investimento, já que elas estarão capacitando os profissionais de acordo com as suas sistemáticas e processos. Outro ponto importante é que não se deve esperar resultados no curto prazo, até mesmo pelo que foi apresentado anteriormente. Cuba conseguiu ter um grande número de doutores e mestres e erradicou o analfabetismo. Todavia, ainda enfrenta sérios problemas sócio-econômicos. Finalmente, outra questão também importante é a que se relaciona à cultura da nação. Ainda convivemos com situações onde, no horário nobre, e visto por um grande contingente de brasileiros na televisão, professores são desfeiteados por alunos, professores ganhando salários indignos, e por aí vai. Identificar o contorno de um iceberg apenas pelo que se enxerga aflorando na superfície pode não ser a maneira mais conveniente de propor soluções para um problema tão complexo como esse. 2 de 2