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O Fator Humano Na Construção Civil

Artigo sobre a influencia do fator humano na construção civil. Ele irá tratar da motivação do operário na canteiro de obras.

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O Factor Humano Published: April 2003 Author: Rui Loureiro – Blue Phoenix Consulting Senior Partner É habitual verificarmos a forma desordenada como são realizados alguns processos de gestão no decorrer dum qualquer projecto, especialmente os que envolvem sistemas de informação. É, também, normal verificar que o coordenador do projecto (Project Manager) dê a sua atenção a questões técnicas e descure muitas das vezes, na gestão do dia-a-dia, o relacionamento com os elementos que fazem parte da sua equipa. Na gestão de uma qualquer equipa, independentemente da sua dimensão, o factor humano é determinante para a obtenção do sucesso ou, pelo contrário, se cair facilmente no insucesso. Constata-se que em qualquer projecto, independentemente da tecnologia utilizada e do nível de complexidade, as pessoas são o elemento diferenciador na realização de um trabalho, tarefa ou missão. A existência do factor humano, como elemento fundamental para a união de esforços e impulsionador à capacidade de realizar é indispensável para qualquer projecto. Compreender, por isso, a evolução de um projecto, com base no factor humano que o envolve, conhecendo os seus riscos e pontos fracos são uma mais valia para qualquer gestor. Podemos dizer que a tecnologia é de grande importância nos dias que correm. Claro que é. Contudo, os feitos são realizados por homens, a tecnologia é só uma ferramenta de auxílio. Actualmente, com a mudança dos tempos, as pessoas andam de costas voltadas. No trabalho que é realizado em equipa desvanece-se o “nós” e passa a ser o “eu”, e concomitantemente, o factor humano é anulado por outros interesses mercantilistas. No entanto, paradoxalmente, sempre que os projectos deslizam vêem os responsáveis de projectos invocar a falta de equipa e responsabiliza-se a falta de factor humano para os eventos negativos. É a velha história do “eu acostei, nós encalhámos”. Muito se tem falado de “coaching”, de formação de equipas, do treino em liderança e do espírito de equipa. Contudo, a educação e a formação que é feita nesse sentido raramente privilegia a forma como a equipa deve ser envolvida num projecto colectivo e os jogos pedagógicos que se fazem nesse sentido não têm finalidade prática. Apesar de essenciais à construção do espírito de equipa, a educação e a formação não são trabalhadas à posteriori nas empresas e organizações, com objectivos práticos e concretos, deixando em grande parte dos casos que a desorientação impere, sem objectivos e geralmente com equipas à beira da desmotivação ou mesmo já desmotivadas. A motivação no factor humano é, porventura, o elemento de maior peso e com maior contributo para o sucesso de projectos. No entanto, falar de motivação não é simples. Até porque a motivação não é igual para todos, e o que pode motivar alguns, por certo, não afecta outros. Enquanto gestor de projecto, por diversas vezes me vi envolvido em situações de elevada pressão e até mesmo de stress. Porque o tempo era diminuto e se esgotava rapidamente impedindo-me de finalizar uma actividade de acordo com o cronograma desenhado. Apesar de tudo, eram os problemas com a gestão da própria equipa aquilo que mais esforço exigia de mim. A minha motivação estava, no entanto, no seu auge e era fácil transpor debilidades físicas e mentais. A minha fonte de energia, ao ter um objectivo claro, era passada para os restantes elementos da equipa, motivando-os a atingir o mesmo resultado. Ao nível da equipa, e é disso de que trata afinal este artigo, é desejo para qualquer coordenador de equipa (leia-se Team Leader ou Project Manager) ter a trabalhar consigo um conjunto de elementos que actuem de forma colaborante e sobretudo cooperante, que sejam eficazes quanto aos resultados e que acima de tudo estejam motivados para o trabalho que desempenham. Ninguém quererá ter elementos na equipa que andem sempre a resmungar pelos cantos, a culpar sempre alguém por isto ou por aquilo e que objectivamente não atinjam os resultados previstos, não cumprindo efectivamente as suas funções. Cabe ao coordenador da equipa a responsabilidade de identificar, entender e compreender o que motiva esses factos, fazendo parte da solução para o problema. Porém, não se deve subestimar o impacto que terá na equipa a atitude motivadora, influenciando-a para o bem e para o mal. Os hábitos e o comportamento adoptados irão reflectir-se na equipa, levando o colectivo a ter um determinado padrão comportamental. Deve-se ter em conta que ao referirmos o factor humano, como importante factor para o desenrolar de um projecto, devemos ter em conta todos os processos que possam ser condicionantes para a execução de um projecto. Nomeadamente, devem-se validar os condicionalismos de tempo, custo e qualidade. A importância revelada com o factor humano, deve ter em conta a forma em como é exercida a liderança. Quando se pensa em motivação é importante fazê-lo numa perspectiva de médio e a longo prazo. A motivação apesar de se reflectir no colectivo é acima de tudo um acto individual. Grande parte de nós confunde a motivação com o incentivo. A motivação funciona numa aproximação que leve ao entusiasmo, ao desejo e à ambição de realizar uma determinada tarefa. Enquanto que o incentivo é a forma de se concretizar um objectivo sabendo que se recebe algo em troca. O empenho da equipa passa pela motivação individual e na forma como se deseja concretizar essa tarefa, por mais básica ou complicada que ela seja. A motivação é algo que deve ser realizada ao longo do tempo, em doses contínuas, administrada tal e qual uma vitamina. O Factor Humano Abril de 2003 2