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O Empreendedorismo Nas Localidades

O "Empreendedorismo nas localidades, é um compendio que levei a cabo para preparar os jovens empreendedores a marcarem suas ideias e com elas construirem seus negocios por forma a darem asas a economia local.

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Huambo, Novembro de 2013 Como ser empreendedor? Helder Cangovi-2013 ÍNDICE Introdução...........................................................................................................................3 Enquadramento...................................................................................................................3 Abordagem multifocal do empreendedorismo local-Bailundo...............................................5 Oportunidades locais ...........................................................................................................7 Ameaças possiveis ...............................................................................................................8 Acesso ao financiamento .....................................................................................................9 Bibliografia ........................................................................................................................ 10 Página 2 de 10 O EMPREENDEDORISMO NAS LOCALIDADES Helder Cangovi-2013 O EMPREENDEDORISMO NAS LOCALIDADES. Introdução Desde os tempos mais remotos, os homens foram capazes de pensar e pensar em inovação, assim, os mais antigos sábios, aliás tiveram certas ideias baseadas no controlo de suas atitudes a posterior para enquadrarem suas índoles no contexto organizacional e socioeconómico. Segundo Reynolds e Shumpeter, citado por (CHIAVENATO, 2007:p5) o empreendedorismo tem sua origem na reflexão de pensadores econômicos do século XVIII e XIX, conhecidos defensores do laissaz-faire ou liberalismo econômico. Esses pensadores econômicos defendiam que a ação da economia era reflectida pelas forças livres do mercado e da concorrência. O empreendedorismo tem sido visto como um engenho que direciona a inovação e promove o desenvolvimento econômico. O mais provável, é que eles foram considerados e até o são pela sociedade como mentores do surgimento de várias iniciativas em concomitância com a prática. Enquadramento É importante referir que o empreendedorismo deve ser entendido como:  A iniciativa de poder fazer ou montar um negócio e/ou projecto para fomentá-lo de maneira mais eficiente.  A arte de poder aproveitar os imputs de oportunidades e transformá -los em outputs de negócios sucedidos ou em projectos de operacionalidade. Se bem se perceber essa definição curta e coesa, poderá se efectivamente entender e/ou definir o empreendedor. O termo empreendedor, provem, como alguns clássicos o dizem do francês, entrepreneur- significando assim, aquele que assume riscos e começa de novo. 1. “O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente. Essa definição envolve não apenas os fundadores de empresas, mas os membros da segunda ou terceira geração de empresas familiares e os gerentes-proprietários, que compram empresas já existentes de seus fundadores. Mas o espírito empreendedor está também presente em todas as pessoas que — mesmo sem fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios — estão preocupadas e focalizadas em assumir riscos e inovar continuamente.” (CHIAVENATO, 2007: p4) Página 3 de 10 Como ser empreendedor? Helder Cangovi-2013 Aqui, como se pode ler, o Dr. Chiavenato considera empreendedor aquela pessoa que com ou sem “haver criação de negócio” tem o pressuposto de iniciação e valorização de suas ideias inovadoras, portanto o empreendedor é o epicentr o da economia que estabelece a relação entre o Estado e a Sociedade, uma vez que aquando da criação de um negócio, o empreendedor está na sua base de incidência a criar lugar para que se estabilize a sua localidade no mesmo seio desta. Importa referir que, o negócio é toda a actividade rentável, que necessita de custo para gerar lucros. Lucro é a diferença quando positiva entre o preço efectivamente pago por um produto e o preço recebido na venda de um produto/serviço. O lucro não existe apenas na venda de um produto, mas também na prestação de um serviço. Tomemos como exemplo de lucro na prestação de um serviço de “Jardinagem”. Agora que já sabemos de alguns conceitos determinantes da acção do empreendedorismo, vamos focalizar a quem deve ser considerado como empreendedor e fazer um enquadramento na nossa sociedade local, isto é no Huambo, mas concretamente no Bailundo. Para se ser empreendedor é necessário para além das ideias, iniciativa, negócio, ter bem presente matérias para suceder-se melhor e os aspectos que dizem respeito à tecnologias. “Tecnologia é essencialmente conhecimento útil. Pode ainda ser entendida como um conjunto de métodos e de procedimentos, resultantes quer de conhecimentos científicos, quer de experiências acumulada, i.e., conhecimento aplicado aos processos de desenvolvimento e produção, colocação no mercado e utilização de bens e serviços” (LARANJA, SIMÕES e FONTES, 1997: p14,15). Existem três tipos de tecnologias: a materializada, documentada e a imaterial. Tecnologia materializada “são representados pelos dispositivos físicos” e que podem ser utilizado de forma mais ou menos imediata. Tecnologia documentada é especificamente representada por livros, publicações de especialidades e manuais e geralmente são protegidas por patentes e direitos intelectuais. Tecnologia imaterial se manifesta através de um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos necessários para conceber e fabricar e utilizar bens e serviços.” (Opra cit. p16). Na minha humilde opinião, acho que a tecnologia imaterial é a mais importante entre as três anteriormente referidas, uma vez que ela se reflecte nas nossas ideias e portanto, é a razão da existência das demais tecnologias, visto que nos dá o suporte de garantir a eficácia de nossas ideias e eficientemente nos proporciona fielmente a certeza de alcançarmos nossas metas e objectivos previamente definidos. Página 4 de 10 O EMPREENDEDORISMO NAS LOCALIDADES Helder Cangovi-2013 Ora bem, fiz menção às tecnologias porque pouca gente sabe da diferenciação destas tecnologias e também porque a tecnologia documentada e imaterial é pouco divulgada no nosso país visto que essas duas traduzem-se na resolução de alguns se não muitos dos problemas que assolam a sociedade. O empreendedor tinha que ser àquele que saberia usar eficazmente a tecnologia imaterial, aliás porque é esta que suporta nossas ideias para nos levar a materialização das mesmas. É necessário difundir esta ideia as pessoas para que elas possam utilizar nas suas humildes concepções e que se interpelem nas contingências humanas e de negócio. “Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, siso financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem sucedido no mercado.” (CHIAVENATO, 2007: p7) É bem verdade que o empreendedor tem que ser um individuo ousado, ou melhor individuo capaz de atrever-se a buscar oportunidades para suportar e implantar suas iniciativas no mercado ou se preferir no meio social. Para que as nossas ideias empreendedoras tenham sucessos é necessário saber que no mundo do negócio existe o chamado risco que é a probabilidade de algo acontecer inesperadamente e negativamente ao protagonizado. Entenda -se que também o é, a probabilidade de tudo falir. Sem discorar ao exposto, o empreendedor tem de ser aquele que saiba incorrer esses riscos, aliás como o foi bem definido pelo Dr. Chiavenato , aquele que assume riscos e começa de novo. ABORDAGEM MULTIFOCAL DO EMPREENDEDORISMO LOCAL-BAILUNDO Desde o término da guerra, Angola assumiu-se no contexto da paz e isto efectivamente proporcionou ao país, oportunidades de negócios muito elevado, aliás, como era de se esperar. A par de outras localidades e claro o município de Bailundo não podia fugir a regra, sentiu-se um grande impulso na economia de Angola, que em menos de 11 anos de paz tem mostrado ao mundo o poten cial económico que ela tem. De referir que neste período de paz, no município do Bailundo foram se implantando vários empreendimentos. Estes mesmos empreendimentos só surgiram graças a consolidação da paz e ao espírito de empreendedor que muitos tiveram. Para se ter certeza é só olharmos nos empreendimentos que a 5 anos existiram em comparação com os que existem actualmente. No Bailundo, existem vários jovens com ideias de iniciativas e inovadoras, mas acho que necessitam de impulso para exteriorizarem suas ideias e iniciativas e que com Página 5 de 10 Como ser empreendedor? Helder Cangovi-2013 os novos instrumentos de negócio postos a disposição da população em geral pelo Estado angolano, os jovens efectuem o exercício do negócio. Em todo mundo e a semelhança de Angola, o “Estado tem as suas finanças porque precisa de fazer despesas com a produção de bens. […] Por conseguinte, se o Estado tem as suas finanças, e se as tem em virtude de despesas com produção de bens (e serviços), é porque as finanças se destinam a satisfazer necessidades” (RIBEIRO, 1997:p19). Diante do exposto, o Estado tem de definir politicas, sejam elas centrais ou locais, para incentivar o crescimento da economia, e obviamente isto é possível através do fomento ao empreendedorismo que tem como pilares o espirito de vontade, iniciativa e implementação de ideias inovadoras. Chiavenato propõe três características de um Empreendedor que são: 1. Necessidade de realização; 2. Disposição para assumir riscos; 3. Autoconfiança. O empreendedor é aquele que tem uma necessidade de realização, isto é, não o faz empiricamente, mas fá-lo com necessidade e tem a devida capacidade de poder realizar os seus anseios ideais. Ele ainda tem em sua disposição materiais para poder assumir os riscos, uma vez que qualquer negócio, seja ele qual for, tem risco, e o empreendedo r tem a capacidade de poder vence-lo e caso não for possível ele não desiste facilmente, mas sim começa novamente. Uma vez que qualquer negócio tem riscos, é necessário que o empreendedor se mune de autoconfiança, alias, ela é a chave de tudo quanto se preconizou para ser realizado. A autoconfiança é o mentor das disposições idealizadas para o suporte e garante da concretização de seus ideais de negócio. É necessário também que o empreendedor seja eficaz e eficiente na concretização de suas ideias inovadoras. Para ilustrar estes dois conceitos em termos de gestão e economia, vejamos: “A eficácia diz respeito à relação entre os resultados obtidos e os objectivos visados. 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 Eficácia= 𝑂𝑏𝑗𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑠 A eficiência diz respeito à relação entre os resultados obtidos e os meios utilizados.” (TAMO, 2006, p44, 46) 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 Eficiência= 𝑀𝑒𝑖𝑜𝑠 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 Página 6 de 10 O EMPREENDEDORISMO NAS LOCALIDADES Helder Cangovi-2013 O empreendedor tem que ser um individuo eficaz porque tende a atingir objectivos previamente traçados e claramente ao concretizar é necessário medir o mesmo se foi alcançado na totalidade com sucesso ou não. Também é importante que o empreendedor saiba optimizar e racionalizar os recursos disponíveis a seu alcance. A esta optimização e racionalização em economia e gestão chamamo-la de eficiência. OPORTUNIDADES LOCAIS O empreendedor é aquele que transforma as ameaças em oportunidades. Para se inteirar no assunto sobre as oportunidades de negócios no Bailundo, eis algumas: No que diz respeito ao sector de prestação de serviços – são pouquíssimas empresas que prestam serviço por exemplo de limpeza, hotelaria (Restaurantes, Bares, Hospedarias,…) e turismo (guias turistas). Portanto os jovens deveriam pensar em tentar agarrar este sector visto que o nosso município necessita muito dessas empresas para o melhoramento da imagem do Bailundo. No sector de venda, isto é, vestuários e cosméticos. Existem pouquíssimas também lojas de venda de vestuários, calçados e cosméticos, isto é, (bijuterias, perfumarias, boutiques….) No que diz respeito ao entretenimento, o município também carece de investimentos, isto porque os jovens têm poucos lugares para encontrarem seus ânimos principalmente aos fins de semanas. Porém este também é um sector vazio no município do Bailundo, visto que existem raríssimos (não existem mesmo) agentes e promotores, para não dizer que não existe nenhuma casa noturna para tal. Já pensou em por a disposição dos jovens do Bailundo os magníficos “mestres mudos”, isto é os grandes companheiros que nos dão a essência do pensamento lógico e coerente? Se não pense em montar um negócio de Biblioteca e/ou Livraria. Parece que também não existe nenhum no nosso município. Página 7 de 10 Como ser empreendedor? Helder Cangovi-2013 Tem várias oportunidades potenciais para se fazer negócio no Bailundo, mas os que eu enumerei foram apenas aqueles em que as temos com insuficiência ou mesmo com neutralidade. Fiz um estudo hipotético sobre os empreendimentos e oportunidades de negócio em menos de 3 meses e veja só, os nossos jovens têm tudo para serem empreendedores e encontrarem sucesso nas suas localidades. AMEAÇAS POSSIVEIS . Há um tempo cerca de 5 anos atrás, o sector mobiliário esteve muito escaço no município do Bailundo, tendo apenas cerca de 3 a 4 lojas que vendiam este material e dentre eles apenas um angolano fazia. Hoje no município existem já um número suficiente para sustentar o mercado mobiliário e de construção civil, pena que este sector esteja dominado praticamente por estrangeiros. Por isso, é necessário que nossos jovens comecem a apostar e investir nas áreas que ainda há espaços, sob pena de serem ocupados por estrangeiros como o fazem noutras localidades. Eu na qualidade de jovem e estudante universitário no ramo que trata de negócios, daria um grande concelho para que os jovens empreendedores e futuros empresários locais, começassem a pensar naqueles sectores para investir naquilo que acima referi de oportunidades. Para alguns sectores, o Bailundo ainda é virgem o que significa grandes oportunidades para se fazerem negócios ali. Sinceramente não gostaria que os sectores em falta de investimentos fossem ocupados por estrangeiros, uma vez que o investimento local traz consigo muitas vantagens para a sociedade e para a economia do país. Eis algumas vantagens:  Oferta de emprego  Aumento do consumo das famílias;  Aumento das receitas do Estado (através de pagamento de impostos) para a sua posterior e melhor distribuição do rendimento.  Produto de qualidade, visto que são nacionais, para o consumo das famílias;  Aumento do rendimento do empreendedor.  Imagem da nossa localidade. Apenas para notarem que o investimento local, não retira o nosso rendimento, isto é, o nosso dinheiro não sai para fora do país, muito pelo contrário aumenta na produtividade da nossa localidade. Página 8 de 10 O EMPREENDEDORISMO NAS LOCALIDADES Helder Cangovi-2013 ACESSO AO FINANCIAMENTO Os jovens empreendedores devem na execução de suas ideias, buscar ajudas de financiamento. Aliás, para colmatar esta situação o Estado tem tarefas a cumprir como dita a Constituição da República de Angola as tarefas fundamentais do Estado e diz: “Constituem tarefas fundamentais do Estado: Criar progressivamente as condições necessárias para tornar efectivos os direitos económicos, sociais e culturais dos cidadãos; Efectuar investimentos estratégicos, massivos e permanentes no capital humano, com destaque para o desenvolvimento integral das crianças e dos jovens, bem como na educação, na saúde, na economia primária e secundária e noutros sectores estruturantes para o desenvolvimento auto-sustentável.” (artigo 21º, alínea c e i da CRA, 2010). O Estado angolano para fomentar o empreendedorismo e o cumprimento de suas tarefas no que tange a economia, dispôs de dois grandes dispositivos: I. II. Financiamento ao empreendedorismo através do Balcão Único do Empreendedor (BUE) e, Através do projecto INVESTI-ANGOLA. São dois grandes dispositivos que fomentam o empreendedorismo nas localidades, por isso, os jovens empreendedores deveriam aproveitar esses dispositivos para financiar seus projectos. É triste dizer, que apesar destes dispositivos, o acesso ao financiamento dado é muito restrito, tendo em conta as burocracias usadas. De salientar também, que os BUE´s não fomentam muito o empreendedorismo, isto porque as politicas de financiamento usadas são poucos abonatórias, uma vez que não responde as expectativas concretas de negocio dos jovens empreendedores. Página 9 de 10 Como ser empreendedor? Helder Cangovi-2013 Bibliografia 1. CHIAVENATO Idalberto, Empreendedorismo-dando asas ao espirito do empreendedor, 2ªEd.Revista e Atualizada, Saraiva Editora, São Paulo, 2007. 2. RIBEIRO José Joaquim Teixeira, Lições de Finanças Públicas, 5ªEd. Refundida e Actualizada, Coimbra Editora, Coimbra, 1997. 3. LARANJA Manuel Duarte, SIMÕES Vitor Corado e FONTES Margarida, Inovação Tecnológica-experiências das empresas portuguesas, 1ªEd. Texto Editora, Porto, 1997. 4. TAMO Kiamvu, Introdução a Gestão das Organizações-conceitos e Estudos de casos, 2ªEd. Capatê-Publicações, Lda, Luanda, 2006. 5. Constituição da República de Angola, 2010. Página 10 de 10