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O dilema dos engenheiros
Eugenio Mussak (
[email protected]) 05/01/2010
Crédito: ®1 Paulo Brabo / ®2 Baptistão
O dilema não é só dos engenheiros, mas sobre eles, atualmente, a pressão é
maior. Os engenheiros ocupam cada vez mais posições de liderança nas
empresas. A questão é que deixam a escola com boa formação técnica e com
ótimo pensamento lógico, mas sem jogo de cintura para lidar com as pessoas.
Eis aí o grande desafio. Eles conhecem resistência dos materiais, mas se
vêm às voltas com a motivação de seus times.
Encontrar engenheiros que saibam de liderança é muito raro
Também dominam os cálculos de estrutura, mas têm de administrar conflitos
em suas equipes. Ok, não se trata de uma catástrofe, pois os engenheiros
costumam também ser bons administradores. Mas é bom lembrar que a ciência
da administração tem lá suas particularidades que não podem depender só da
lógica, também precisam do conhecimento específico, principalmente quando
se trata de gestão de pessoas, de liderança. A responsabilidade pela
formação complementar é de cada um — essa é a primeira regra e por sorte há
hoje ótimas escolas de administração e negócios.
As empresas procuram fazer sua parte. Recentemente ouvi o desabafo de um
diretor de uma grande empreiteira: — Antes, um engenheiro virava gerente
depois de 15 anos de casa. Atualmente, estamos tendo que promover quem tem
só cinco anos ou menos. Estamos seriamente preocupados com a falta de
líderes. Na ocasião lembrei-me de outra grande multinacional brasileira que
teve de diminuir seu apetite por crescimento exatamente pelo mesmo motivo:
falta de líderes. É verdade, jovens com formação técnica que também tenham
perfil de liderança são verdadeiras moscas brancas. Para os mais atentos,
esse é um momento de grandes possibilidades — é só ligar as pontas.
Qualquer bom engenheiro sabe que o concreto armado revolucionou a
construção no século 20 e permitiu a realização dos sonhos dos arquitetos.
Vale lembrar que a gestão também fez sua revolução e permitiu a realização
dos sonhos dos empreendedores. Afinal, administrar é possibilitar a
transformação de algo abstrato em algo concreto, armado ou não. E, para
isso, pessoas são essenciais.
Eugenio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens.
[email protected]
Fonte: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-
carreira/materia/dilema-engenheiros-523766.shtml#