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O CONSTRUTIVISMO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL " "
Tenho visitado algumas escolas que vêm desenvolvendo diversos projetos de
educação ambiental e percebo que o tema, além de envolver crianças,
professores, diretores, funcionários e pais, trás uma perspectiva de maior
participação da sociedade em problemas comuns que enfrentamos no nosso
cotidiano.
Mas, também observo que falar sobre as questões ambientais implica no
conhecimento de uma série de conceitos, que por vezes são um tanto
complexos.
Então, como construir este conhecimento coletivamente?
Acredito que o mais importante conceito ambiental é o ciclo dos elementos e
seres vivos, que deve ser evidenciado a todo momento, com o objetivo de
questionar o ciclo de produção das atuais gerações, que muitas vezes não
seguem o preceito básico de convivência em harmonia com o meio ambiente.
Pensar, planejar e construir um futuro melhor para as futuras gerações,
desperta o espírito coletivo de responsabilidade para consigo e com o
outro. Ao invés de sempre responder questões, o professor necessita de
muitas, muitas perguntas, para que junto aos alunos cheguem as respostas. É
isso aí !!! Realmente é necessário pensar, pesquisar, perguntar e planejar
permanentemente, pois esta é a grande tarefa dos educadores preocupados em
introduzir um processo educacional mais participativo e mobilizador.
Portanto, desenvolver um bom trabalho de educação ambiental, tem como
premissa básica o conceito do consenso e do coletivo. Tarefa esta bastante
difícil ao meu ver, pois muitas vezes falta tempo para planejar. Então
insira o ato de planejar nas aulas e atividades com os alunos para que eles
também adquiram esta habilidade.
Mesmo assim, acredito que planejando e construindo participativamente, todo
este esforço se revele com muita força, criando uma nova visão da
interdependência sobre a cidadania e o meio ambiente.
Mônica Pilz Borba
Pedagoga e Diretora do 5 Elementos
Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental
Pela Democratização da Informação Ambiental
Os países membros da ONU aprovaram durante a ECO 92 a Agenda 21, como um
roteiro a ser seguido em direção ao desenvolvimento sustentável. Em seu
capítulo 40, sobre Informação Para a Tomada de Decisões, os signatários
recomendam que "sempre que existam impedimentos econômicos ou de outro tipo
que dificultem a oferta de informação e o acesso a ela, particularmente nos
países em desenvolvimento, deve-se considerar a criação de esquemas
inovadores para subsidiar o acesso a essa informação ou para eliminar os
impedimentos não econômicos."
Os representantes dos países signatários justificam essa medida ao
reconhecer que "em muitos países, a informação não é gerenciada
adequadamente devido à falta de recursos financeiros e pessoal treinado,
desconhecimento de seu valor e de sua disponibilidade e a outros problemas
imediatos ou prementes, especialmente nos países em desenvolvimento. Mesmo
em lugares em que a informação está disponível, ela pode não ser de fácil
acesso devido à falta de tecnologia para um acesso eficaz ou aos custos
associados, sobretudo no caso da informação que se encontra fora do país e
que está disponível comercialmente."
O que os países da ONU, inclusive o Brasil, perceberam claramente é que sem
democratização da informação ambiental dificilmente haverá pleno
desenvolvimento da cidadania ambiental, prejudicando o diálogo e o
estabelecimento de parcerias entre os diferentes setores da sociedade
brasileira envolvidos com a questão ambiental.
Contraditoriamente a essa necessidade de mais informação ambiental, após a
ECO 92 este espaço restringiu-se na chamada grande mídia limitando-se hoje
a ocorrências ocasionais, diante de acidentes ambientais e um ou outro tema
que interesse ao público mais geral. Como resposta a este quadro, surgiram
veículos alternativos de informação ambiental, basicamente divididos em
institucionais e comerciais. Os veículos institucionais são editados por
diversas entidades como estratégia para manter seus filiados e público-alvo
informados das atividades e posições políticas da instituição. Mas têm
tiragem restrita e não chegam a atingir a comunidade ambiental.
Desenvolveu-se, então, um segmento de mídias ambientais, de caráter não-
institucional, que recentemente se reuniram na EcoMídias - Associação
Brasileira das Mìdias Ambientais, cujas tiragens somadas atingem cerca de
1,5 milhões de exemplares mensais, e que incluem jornais como o Jornal do
Meio Ambiente, Folha do Meio Ambiente, Estado Ecológico de Minas,
Terramérica, AgirAzul, revistas como Eco.21, Ecologia & Desenvolvimento,
Meio Ambiente Industrial, Saneamento Ambiental, Gerenciamento Ambiental,
além dos veículos digitais, como o site da COM-MAM.
O principal propósito da EcoMídias é ser um instrumento a favor da
democratização da informação
ambiental no Brasil. E, nesse sentido, a primeira grande barreira a ser
vencida é o verdadeiro bloqueio econômico de agências de publicidade,
Secretarias de comunicação de governos e departamento de comunicação de
grandes empresas, que simplesmente fingem desconhecer este segmento, apesar
de sua importância como agentes de disseminação de informação ambiental.
Apesar do reconhecimento público da importância das mídias ambientais, não
é só a ampliação da tiragem, do número de páginas e da periodicidade que
está ameaçada, mas a própria continuidade dos atuais veículos.
Os recursos para publicidade, quando existem, são desviados primeiro para a
mídia de massa das capitais, depois para as mídias de massa do interior e
só por último e eventualmente, para as mídias especializadas, como a do
segmento ambiental. O que parece uma simples questão econômica, na verdade
tem sido uma forma de impedir o crescimento e até a manutenção de veículos
de meio ambiente, que são estratégicos para a democratização da informação
ambiental no Brasil.
Vilmar Berna
Editor do Jornal do Meio Ambiente e fundador da EcoMídias. Foi o único
brasileiro a receber em 1999 o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio
Ambiente.
Tel/fax: (021) 610-2272 E-mail:
[email protected]
http://www.neoambiental.com.br/html/opiniao/html/texto_opiniao0011.htm
Mensagens enviadas até o dia: 09.01.2001
Projeto Apoema - Educação Ambiental
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