Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

O Buraco Branco No Tempo: Reflexão Crítica Da Sociedade Atual

Autoria: Renata Barreto

   EMBED


Share

Transcript

O BURACO BRANCO NO TEMPO: UMA REFLEXÃO CRÍTICA 1Renata Cristina Barreto (Docente Geografia) Quando refletimos a respeito do universo, percebemos sua grandeza, onde temos como exemplo o nosso sol em meio a bilhões de estrelas existentes no espaço, e nessa imensidão, somos apenas uma pequena partícula. Estima-se que o universo existe por mais de um bilhão de vezes que qualquer ser humano. Apresentando-se como uma espécie significante o homem é capaz de realizar mudanças grandes mudanças no mundo, desde as novas tecnologias, que facilitam a comunicação, a facilidade nos cálculos e demais resoluções cientificas, são mudanças que ocorrem de forma rápida. Nos bilhões de anos da evolução das espécies, temos inicialmente as células vivas, e nessa sequencia as células mais complexas, os organismos multicelulares, os peixes, os dinossauros e mamíferos. A partir dai, temos o homem erectus e junto a ele a sua evolução cultural, com o aparecimento da linguagem e das ferramentas há 50.000 anos. As primeiras civilizações apareceram a 5.000 anos, a Renascenças e a Revolução Industrial em 5.000 anos, e a Revolução Informática nos últimos 50 anos. A Idade moderna, então, apresenta-se cheia de mudanças, que acontecem de forma muito rápida, algumas quase que instantâneas. É o século onde o instantâneo é vangloriado. No entanto, fica a indagação de qual será o futuro da humanidade, diante desses pressupostos. Será o futuro feito de evoluções tecnológicas e cientificas nunca pensadas, ou aquele marcado por mudanças ambientais e biológicas? Quando pensamos em tudo isso, nos vem à reflexão interna acerca do nosso pensamento, a reflexão de como nos percebemos e como somos percebidos nesse imenso celeiro de saberes, tecnologias, ideologias e, sobretudo de desejos. É sabido que o nosso DNA consiste num banco de dados dos mais complexos, e é capaz de armazenar 6.000 páginas com as informações contidas em si. A partir dai, inicia-se a ideia da reflexão sobre o cérebro humano, esse órgão que nos levou a criar possibilidades de trocar informações, através da linguagem simbólica. Fato impensado para muitos, chegando até a surpreender grandes cientistas de diversas áreas. No processamento de nossas informações a escrita surgiu como ponto fundamental na comunicação a partir deste momento veio o telefone, o rádio, a televisão, os computadores e satélites que permitem a conexão com pessoas de qualquer lugar do mundo através das redes. É perceptível que a linguagem foi crucial no aprendizado, nos questionamentos, nas trocas de ideias, permitindo maiores conhecimentos, necessários a nossa expansão de consciência, da busca por respostas aos questionamentos da origem humana, do futuro, do funcionamento da natureza e do mundo. O Worldwatch Institute, através de pesquisas, chegou à conclusão de que, para resolver os problemas relacionados a humanidade, deve-se diminuir os danos aos solos, realizar um maior aproveitamento de energia e reflorestamento da terra, reduzir o crescimento populacional, além dos cuidados financeiros, em prol de sanar a dívida dos chamados países de terceiro mundo. Para tanto, percebeu-se que o valor gasto, não seria tão grande se comparado aos gastos anuais em equipamentos bélicos em muitos países do mundo, ou seja, grandes finanças destinadas a armas criadas com o intuito de destruição do próprio homem. Através das mãos humanas, os homens conseguiram com a sua criatividade saber agir com o solo (agricultura), criaram cavernas mais confortáveis, dominaram o fogo, criaram a rodas, os transportes, gerando a possibilidade de chegar até a lua. No entanto, com a evolução da medicina, a explosão populacional, trouxe junto consigo graves problemas desde espaços para moradia, distribuição de renda, poluição, entre outros. O crescimento e evolução Industrial é um dos exemplos de ação, que bombardeia com sua diversidade de produtos, aumentando gradativamente o consumo por bens materiais, gerando uma maior demanda de recursos naturais, e, por conseguinte, uma grande produção de lixo. Percebe-se, então, que a preocupação com a qualidade de vida, foi sendo deixada para trás em prol do consumo exacerbado, e da busca incessante de saciar os desejos pueris. De fato, o pensamento humano, a partir do domínio de várias áreas, tem se sentido muito autossuficiente, buscando como satisfação apenas o apego material, o dinheiro e o egocentrismo. Acontece que esse mesmo dinheiro não irá sanar os verdadeiros desejos, não conseguirá pagar pela felicidade e paz da humanidade. Vive-se uma avassaladora onda de violência, essa intempérie que deixa marcas terríveis de devastação, incompreensões várias, quando a criatura aspira por uma convivência pacífica, mas vive em meio a estresses contínuos. A indústria com a sua gama de aplicativos tecnológicos e que têm contribuído para destruir cada vez mais a natureza, e dar suporte ao artificialismo, sempre terão algum impacto ambiental em seu encalço. A ciência e tecnologia estão se tornando poluentes da vida, e da consciência, criando dramas existenciais nas sociedades, que a abraçou sem pensar nos seus anseios mais pessoais, e que se esqueceu de se compreender, de se conhecer, e solucionar seus problemas ínfimos. Assim, de um modo geral, a criatura humana não está satisfeita com o que tem, e a sua primeira atitude é reclamar. O dinheiro que se apresenta inicialmente apenas como um pedaço de papel consegue trazer como atrativo, a saciedade de muitos desejos efêmeros, e insufla as impessoalidades geradoras de egoísmos. A partir daí o, que vemos são as guerras por posse de territórios, pelo petróleo, pelos mercados consumidores e como paradoxo de recursos naturais como a água que é um bem dos mais diretos necessários à sobrevivência. Essas reflexões nos permitem um questionamento: onde fica a paz de consciência, a satisfação plena do ser humano? E, em função disso, este mesmo ser social, por uma necessidade pautada na existência do ter, sobrepondo os verdadeiros anseios, encontram-se em constante inquietação, buscando ao longo de sua história, mudar, sofisticar, e 'civilizar' o meio que o rodeia. Dessa forma, o ser humano é capaz de gastar mais de um trilhão de dólares por ano com armas de destruição em massa, mas não reverte todo esse dinheiro em prol de resolver os problemas mundiais. Percebe-se que é um dinheiro gasto para a imposição de poder, de geração de armas e forças capazes de destruir muitos seres humanos, ocasionando assim uma contradição dos preceitos do bem viver. A mente humana é a mais complexa e tida como inatingível, eis ai o maior dos questionamentos. O que se propõe, então, é que se deva romper abruptamente com esse modelo de sociedade falida, e de voltar o foco para o homem. É preciso que a humanidade dê espaço para conhecer a mente humana melhor. A crise real, então, consiste na crise de consciência, o homem sabe pouco sobre seus pensamentos, sobre o ser interior. Assim, a evolução poderia ocorrer de forma bem mais rápida, desde que o homem se colocasse ao dispor da busca de conhecimento interior, pois as respostas já não estão mais no lado externo, nas criações e sim no autoconhecimento, na própria consciência capaz de levar a uma nova percepção de mundo. O paleontologista francês Pierre Teilhard de Chardin, afirma que a evolução humana tem sim um ponto final, que é quando todas as consciências percebam que a humanidade, é um só ser, o ponto ômega, onde está todo conhecimento da essência da criação. O resgate do 'ser', só é passível de encontrar no estudo interno da mente humana, de seus desejos e problemas. Esse de fato, é o cume da evolução humana, a felicidade do homem não se encontra nos bens exteriores, nem nos bens do corpo, e sim em seu conhecimento. Portanto, a sociedade deve se desprender de seus egoísmos, retirar crenças e métodos ultrapassados, se voltar a seus sentimentos mais sublimes, percebendo o os porquês da humanidade está passando por tantos problemas, que só vem agravando ao longo dos anos. O fato de repensar o modo de viver, de analisar quais devem ser os verdadeiros anseios, de como agir com os seres da natureza, o respeitar ao máximo os limites do meio ambiente e seus elos cheios de perfeições, seria um bom começo para nortear um ser menos conflituoso. O salto da humanidade ocorrerá quando de fato o homem conhecer o que é melhor para si, e para isso é necessário o conhecimento interno, o conhecimento da mente humana, para assim darmos valor aos anseios verdadeiros. Devemos acreditar que o ideal de autoconhecimento, e de sustentabilidade é uma preciosa meta, estimulante para os seres humanos, cansados de uma época esbanjadora e destrutiva. Barreto. R.C. Docente Geografia - IFBA