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Notas De Aula Sistema Nervoso Central

Notas de Aula Sistema Nervoso Central

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FACULDA INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA NOTA DE AULA DE ANATOMIA HUMANA Sistema Nervoso Cefalorraquidiano Esse sistema, também chamado cérebro espinhal, é formado por células estreladas que recebem o nome de neurônios. Os neurônios são formados pelo corpo celular, que compreende a estrela do neurônio e tem cor cinzenta. Do corpo celular saem numerosas ramificações denominadas dentritos e um grande prolongamento de cor branca denominado axônio. Os axônios constituem os nervos e chegam, em certos casos, a medir cerca de um metro de comprimento. Cada axônio é envolvido por uma membrana gordurosa e isolante denominada bainha de mielina. O sistema cefalorraquidiano divide-se em duas partes: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. Sistema Nervoso Central É formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo localiza-se dentro da caixa craniana e é constituído por três órgãos: cérebro, cerebelo e bulbo. A medula espinhal situa-se dentro da coluna vertebral, ou seja, no canal medular. Todos esses órgãos são formados por uma substância cinzenta e uma substância branca. A substância cinzenta produz ou recebe os estímulos nervosos, enquanto a substância branca é responsável pela transmissão dos estímulos nervosos do sistema nervoso para os órgãos e vice-versa. Cérebro É o órgão mais volumoso e mais importante do sistema nervoso. Divide-se em duas partes denominadas hemisférios cerebrais. Os hemisférios estão ligados um ao outro pelo corpo caloso. A superfície do cérebro apresenta sulcos chamados cissuras. Os sulcos dividem a superfície do cérebro em regiões que se chamam circunvoluções cerebrais. A maior das cissuras é a inter-hemisférica, que divide o cérebro nos dois hemisférios cerebrais. Cada circunvolução cerebral é responsável pelo controle de determinadas funções. As circunvoluções que se localizam na frente, junto ao osso frontal, controlam a fala. As que se situam atrás, junto ao osso occipital, controlam as sensações visuais. Junto aos ossos parietais ficam as circunvoluções que controlam os movimentos do corpo. As sensações auditivas são controladas pelas circunvoluções localizadas junto aos ossos temporais. A substância cinzenta do cérebro localiza-se na parte externa; a substância branca situa-se na parte interna. O cérebro é o órgão mais importante do sistema nervoso, pois é ele que controla os movimentos, recebe e interpreta os estímulos sensitivos, coordena os atos da inteligência, da memória, do raciocínio e da imaginação. Cerebelo Situa-se embaixo e na parte posterior do cérebro. divide-se em duas massas denominadas lobos cerebelares. Os lobos são ligados no centro pelo verme cerebral. Da mesma forma que o cérebro, o cerebelo apresenta substância cinzenta na parte exterior e branca no interior. A função do cerebelo é coordenar os movimentos do corpo para manter seu equilíbrio. Regula também o tônus muscular, que é o estado de semicontração que os músculos se encontram, para entrarem imediatamente em movimento, sempre que for necessário. O álcool afeta o cerebelo e é por essa razão que a pessoa bêbada não consegue caminhar em linha reta. Bulbo Localiza-se embaixo do cérebro e na frente do cerebelo. Possui a forma de um cone invertido. Ao contrário do cérebro e do cerebelo, no bulbo a substância branca situa-se na parte externa e a cinzenta, na interna. A função do bulbo é conduzir os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa. Também produz os estímulos nervosos que controlam a circulação, a respiração, a digestão e a excreção. A região do bulbo que controla os movimentos respiratórios e os cardíacos chama-se nó vital. Recebe esse nome porque se uma pessoa recebe uma forte pancada nesse local poderá morrer instantaneamente, devido à paralisação dos movimentos respiratórios e cardíacos. Medula Espinhal É um tubo nervoso, com aproximadamente 45 centímetros de comprimento e 1 centímetro de diâmetro, situado dentro da coluna vertebral. Na parte superior, a medula está ligada ao bulbo, como se fosso uma continuação desse órgão. A medula espinhal possui também a substância branca na parte externa e a cinzenta, na interna. A substância cinzenta se dispõe na forma de um H, cujos ramos dão origem às raízes nervosas que saem da medula. A medula espinhal tem duas funções: Conduzir os impulsos nervosos do corpo para o cérebro. Essa função é realizada pela substância branca. Produzir os impulsos nervosos. Essa função é realizada pela substância cinzenta. A medula é capaz de coordenar os atos involuntários ou inconscientes, como retirar o deio rapidamente de uma panela de água fervendo. Sistema Nervoso Periférico É formado por um conjunto de nervos que podem ser classificados em dois tipos: raquidianos e cranianos. Nervos Raquidianos São 31 pares de nervos que partem da medula espinhal e se ramificam por todo o corpo. Os nervos raquidianos são formados pelas raízes nervosas que se iniciam nos ramos que formam o H da substância cinzenta da medula espinhal. Quanto à transmissão dos estímulos nervosos, os nervos podem ser de três tipos: Sensitivos: Levam os estímulos nervosos do corpo para o cérebro. Motores: Levam os estímulos nervosos do cérebro para o corpo. Mistos: São sensitivos e motores, simultaneamente. Na realidade, os nervos raquidianos são mistos, pois são formados por duas raízes nervosas: a raiz anterior, que é motora, e a raiz posterior, que é sensitiva. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma: oito pares de nervos cervicais; doze pares de nervos dorsais; cinco pares de nervos lombares; seis pares de nervos sagrados ou sacrais. Nervos Cranianos Os nervos cranianos são constituídos por doze pares de nervos que saem do encéfalo e se distribuem pelo corpo. Podem ser sensitivos, motores ou mistos. A seguir, apresento a relação desses doze pares de nervos e suas respectivas funções. Óptico: Conduz os estímulos de luz do globo ocular para o cérebro. Motor ocular comum: Estimula a contração dos músculos que movimentam os olhos para baixo e para cima. Motor ocular externo: Estimula certos músculos dos olhos, movimentando-os lateralmente. Auditivo: Conduz para o cérebro os estímulos sonoros e os impulsos responsáveis pelo equilíbrio. Olfativo: Conduz os estímulos do olfato para o cérebro. Trigêmeo: Leva ao cérebro a sensibilidade da parte superior da face e dos dentes. Estimula também os músculos que movimentam o maxilar inferior. Glossofaríngio: Conduz os estímulos do paladar para o cérebro e movimenta os músculos da faringe. Hipoglosso: Estimula os músculos da língua. Patético: Estimula certos músculos dos olhos, movimentando-os para os lados e para baixo. Facial: Estimula os músculos da face, as glândulas salivares e as lacrimais. Pneumogástrico ou Vago: Estimula o coração, os pulmões, o estômago e o intestino, entre outros órgãos, dando movimento e sensibilidade às vísceras. Espinhal: Estimula os músculos do pescoço, permitindo a fonação e os movimentos da cabeça e da faringe. Sistema Nervoso Autônomo Como o próprio nome diz, o sistema nervoso autônomo é aquele que funciona independentemente de nossa vontade. É ele que controla as funções da vida vegetativa, como a digestão e a respiração. O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes: Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares. Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões. Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano. O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parasimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias. Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos. Sistema Nervoso Central/MENINGES O sistema nervoso (medula e encéfalo) encontra-se envolvido por membranas de tecido conjuntivo, denominadas meninges. As meninges são representadas pela dura-máter (paquimeninge), pela aracnóide e pia-máter (conhecidas como leptomeninges). Todas elas possuem função protetora.  Apesar de sua função protetora, as meninges podem ser alvo de patologias importantes, como alguns tumores benignos, geralmente meningiomas e as conhecidas meningites. O conhecimento anatômico e funcional das meninges é muito importante tanto para entender sua função protetora, como também para entender as patologias que podem afetá-las. Dura-máter A dura-máter é a mais externa, resistente e espessa das três meninges existentes; Ricamente vascularizada e inervada por terminações sensoriais. Por ser a única região do encéfalo que possui terminações nervosas sensoriais, é a principal responsável por dores de cabeça; No sistema nervoso central, a dura-máter é formada por dois folhetos (externo e interno); o folheto externo é ricamente vascularizado (sua irrigação provém da artéria meníngea média) e está intimamente aderido à tabua óssea, comportando-se como um periósteo inativo, visto que não possui atividade osteogênica; Em algumas regiões do encéfalo os dois folhetos da dura-máter se separam um do outro formando algumas estruturas: - foice do cérebro: septo mediano que se insere na fissura longitudinal dividindo o cérebro em dois hemisférios; - tenda do cerebelo: septo que separa o lobo occipital do cerebelo, dividindo as estruturas do encéfalo como supra e infratentoriais; - foice cerebelar: septo que divide o cerebelo em dois hemisférios; - diafragma selar: isola e protege a glândula hipófise ao fechar a sela túrcica; este diafragma possui uma abertura para a passagem da haste hipofisária que liga a glândula ao encéfalo. Seios da dura-máter São canais venosos localizados entre os folhetos da dura-máter cuja função é drenar o sangue venoso vindo das veias do encéfalo e do bulbo ocular e enviá-lo para as veias jugulares internas retirando-o da cavidade craniana; Existem vários seios espalhados ao longo da dura-máter entre eles podemos citar alguns: - seio transverso: localiza-se de ambos os lados ao longo da tenda do cerebelo e dá origem ao seio sigmóide; - seio sigmóide: tem forma de letra S e vai da porção petrosa do osso temporal até o forame jugular, onde desemboca na veia jugular interna. Este seio drena quase que a totalidade do sangue venoso craniano; - seio cavernoso: situado dos dois lados do corpo do osso esfenóide e da sela túrcica. Elas drenam o sangue vindo das veias oftálmicas superiores, central da retina e região da face. Algumas estruturas atravessam este seio, entre elas estão a carótida interna, o nervo abducente, oculomotor e ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Como a carótida atravessa este seio, aneurismas nesta região podem ocasionar compressão de nervos que resultam em distúrbios oculares. Aracnóide É uma meninge intermediária, pois fica entre a dura-máter e a pia- máter; É uma fina membrana trabeculada próxima a dura-máter, separada desta por um espaço virtual conhecido como subdural. Suas trabéculas se ligam à pia-máter formando com ela o espaço subaracnóideo; O espaço subaracnóideo é a região que abriga o líquor, ele está presente no encéfalo e na medula espinal, sendo uma via direta de comunicação entre a medula e o encéfalo. Cisternas subaracnóideas São espaços ou cisternas maiores que o espaço subaracnóideo formados entre a pia-máter e a aracnóide cujo acúmulo de líquor é maior que em outras regiões; As principais cisternas são: - cisterna magna: vai da face inferior do cerebelo à face posterior do bulbo, onde se liga ao IV ventrículo. Esta cisterna, em alguns casos, devido às suas grandes dimensões, é utilizada para a obtenção de líquor através de punção; - cisterna pontina: localizada anteriormente à ponte; - cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular; - cisterna quiasmática: localizada anterior ao quiasma óptico; Granulação aracnóidea ou de Pacchioni: são pequenas projeções da aracnóide para o interior da dura-máter, sendo responsáveis pela absorção ou drenagem do líquor do espaço subaracnóideo. Pia-máter É a meninge que está intimamente aderida ao encéfalo e aos feixes de fibras medulares. Sua função é dar resistência aos órgãos nervosos, que são de consistência extremamente delicada e mole. Líquor O líquor é uma substância secretada pelo epitélio ependimário através dos plexos coróides. Esses plexos estão localizados nos ventrículos laterais e no III e IV ventrículos.  É um líquido a base de água que está presente no espaço subaracnóideo e ventricular, cuja função é a proteção mecânica do encéfalo. Para isto, o líquor acolchoa o cérebro, deixando-o flutuar nesse meio; São produzidos cerca de 500 mL de líquor por dia, em contra partida, os ventrículos juntamente com o espaço subaracnóideo, conseguem armazenar apenas 150 mL. Para que não ocorra acúmulo deste líquido no encéfalo, as granulações aracdônicas atuam absorvendo este líquor do espaço subaracnóideo. O líquor atua como um amortecedor contra choques que possivelmente causariam lesões cerebrais, pois quando a cabeça sofre um choque, o cérebro desloca-se simultaneamente com o crânio, impedindo que porções do cérebro sejam mais afetadas que outras; Circulação liquórica O líquido produzido no ventrículo lateral se dirige para o III ventrículo pelos forames interventriculares (de Monro). Do III ventrículo ele parte para o IV ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo (de Sylvius). Pelas aberturas do IV ventrículo (forames de Luschka e Magendie) o líquor atinge a cisterna magna e depois dela todo o espaço subaracnóideo da medula e encéfalo, sendo reabsorvido nas granulações de Pacchioni. A circulação do líquor se faz primeiramente em direção à medula e depois sobe para o encéfalo como mostrado na figura abaixo indicado pelas setas:   CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS DÂNGELO, José Geraldo, FATTINI, Carlos Américo. AnatomiaHumana Básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2002. GARDNER, et all. Anatomia: estudo regional do corpo humano. Guanabara Koogan. 2ªed. Rio de Janeiro, 1998.