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Monografia Sobre Bromelias Em Uma Reserva Biológica

Esse foi meu trabalho de monografia sobre as bromélias em uma reserva biológica em minha cidade natal, Juiz de Fora

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA MATHEUS GUIMARÃES CARDOSO NOGUEIRA Bromeliaceae na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, Juiz de Fora, MG Juiz de Fora 2011 MATHEUS GUIMARÃES CARDOSO NOGUEIRA Bromeliaceae na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, Juiz de Fora, MG Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Ciências Biológicas, habilitação Licenciatura plena. Orientador: Dr. Luiz Menini Neto Juiz de Fora 2011 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Esdeva – CES/JF Bibliotecária: Alessandra C. C. Rother de Souza – CRB6-1944 FOLHA DE APROVAÇÃO NOGUEIRA, Matheus Guimarães Cardoso. Bromeliaceae na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, Juiz de Fora, MG. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial à conclusão do curso Graduação habilitação Licenciatura plena, do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, realizada no 1° semestre de 2011. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Luiz Menini Neto Orientador Profª. Dra. Ana Paula Gelli de Faria Membro convidado 1 Prof. MSc. Marcos Vinícius Rodrigues Membro convidado 2 Examinado(a) em: ____/____/______. Dedico este trabalho com muito orgulho, à meu pai Hélio e minha mãe Edilene, pela força e oportunidade, e a Bianca, por tanto amor e paciência. Amo vocês AGRADECIMENTOS É, chegou ao final! Depois da longa caminhada, estou aqui, nessa última avaliação dos aspirantes a pesquisadores... Nessa jornada, agradecimentos não faltam! São muitos os responsáveis por nossas realizações, tanto para abrir caminhos, quanto para passarmos por eles... Não existe aqui uma organização por ordem de importância, pois todos são peças únicas que sustentam todo o trabalho. A real importância, pelo menos para mim, foi toda a disposição, carinho e colaboração essencial de todos para a realização deste. Queria agradecer ao amigo de infância, Noraldino Jr., que, com sua exemplar presteza e vontade, liberou toda a burocracia e nos deixou com apenas um objetivo: conhecer para preservar. Ao Totonho, que juntamente com o Nelson, sempre estiveram dispostos a nos ajudar no que fosse preciso no Horto Florestal, ao meu primo Guilherme, que ajudou a abrir trilhas naquele ambiente, que quanto mais íamos a frente, mais parecia inexplorado e cheio de segredos. Bianca, meu amor, muito obrigado pela paciência, por sempre ir comigo, me estimulando e tentando bolar algumas hipóteses e variáveis para extrairmos ao máximo o conhecimento desse belo lugar que é o Poço D'anta, meu pai e minha mãe, que mesmo morrendo de medo de uma tal cobra que eu nunca cheguei a ver, me deram todo o apoio para seguir nessa jornada, ao meu grande amigo Marcos, que sempre me colocou pra cima sendo referência, sempre com toda aquela energia e palavras sabias. Você faz parte da nossa vida, grande amigo. Nesse caminho também conheci pessoas especiais como a Dra. Ana Paula Gelli, que graças a sua ajuda, várias incógnitas nesse misterioso mundo de bromélias foram solucionadas graças a sua grande experiência com estas plantas. Muito obrigado! Para concluir, mas não menos importante, meu grande amigo em toda essa jornada, sempre ao meu lado com suas palavras sábias e experiência de campo, Luiz Menini Neto. Meu muito obrigado pela paciência em todo nosso trabalho, pelas diretrizes que você me passou embarcada nessa sua vasta experiência no mundo da botânica. Sou seu pupilo, com muito prazer! Espero que tenhamos sucesso em frear um pouco esse predatismo humano sobre a nossa maior riqueza, a natureza! "Estarei em combate, embora muitos não queiram. Contrario interesses financeiros, não tenho ambições materiais, tenho minha luta, minha missão, meu trabalho!" RESUMO NOGUEIRA, Matheus Guimarães Cardoso. Bromeliaceae na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, Juiz de Fora, MG. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Ciências Biológicas, habilitação Licenciatura plena. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. As reservas biológicas hoje em dia são uma tentativa de preservação nos pequenos fragmentos florestais remanescentes, em vista do contínuo avanço da agropecuária e desmatamento. São ambientes frágeis, cujo conhecimento florístico se faz cada vez mais necessário, provendo subsídios para conservação das condições ideais e manutenção das populações de espécies vegetais. Bromeliaceae apresenta 40% de suas espécies concentradas no Brasil sendo que 22% são restritas ao país. O presente estudo teve como objetivo o inventário das espécies de Bromeliaceae na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, devido à importância ecológica desta Unidade de Conservação de Juiz de Fora, que é um dos principais fragmentos de Floresta Atlântica existentes no município. As coletas foram realizadas através de caminhadas por trilhas que cobriram aproximadamente 80% de toda a reserva, que possui 277 hectares. Os espécimes férteis foram coletados e tiveram as características relevantes anotadas, como localização, hábito, coloração, dentre outras. Foram encontradas 11 espécies, distribuídas em sete gêneros (e nas subfamílias Bromelioideae e Tillandsioideae). Este é um número representativo, quando comparado com os padrões observados para esta família em outros fragmentos florestais do município. Os resultados obtidos comprovam que o ambiente em estágio sucessional mais avançado e cursos d'água possuem as populações mais numerosas. Regiões de vale apresentaram um maior número de indivíduos, como as espécies Billbergia euphemiae E. Morren e Quesnelia indecora Mez, que tem suas maiores populações ocorrendo perto de nascentes em afloramento rochoso, geralmente na forma saxícola. Algumas espécies apresentaram um grande volume de indivíduos em locais específicos como cursos d'água e afloramentos rochosos, com pouca incidência luminosa e elevada umidade. Por outro lado, espécies como Ananas bracteatus Lindl. ocorrem em enormes populações terrícolas em topos de morro, com grande luminosidade e baixa umidade. Com isso, conclui-se que a disposição das espécies está ligada ao ambiente de ocorrência, devido a sua delimitação por fatores abióticos, como cursos d'agua e elevação do terreno. Palavras-chave: Bromeliaceae, levantamento florístico, reserva biológica. ABSTRACT The biological reserves today are a guarantee of the preservation in remaining small forest fragments in front of the continuous advancement of crops and deforestation. They are fragile environments, which floristic knowledge is necessary, in order to provide subsidies for conservation of environment with ideal conditions for maintaining populations of plant species. Bromeliaceae presents 40% of its species concentrated in Brazil and 22% are restricted to the country. This study aimed to survey of Bromeliaceae in the Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta, due the ecological importance of this conservation area of Juiz de Fora, which is one of the main fragments of Atlantic Forest in the municipality. Samples were collected by hiking trails that cover approximately 80% of the entire reserve, which has 277 hectares. The fertile specimens were collected and had noted the relevant characteristics such as location, habit, color, among others. There was found 11 species belonging to seven genera. This is a representative number compared to the patterns observed for this family in other forest fragments in Juiz de Fora. The results show that the environment in more advanced stage of succession and water courses have larger populations. Valley regions showed a larger number of specimens, such as species Billbergia euphemiae E.Morren and Quesnelia indecora Mez, which has its largest population occurring near water source in rocky outcrop, having the highest population and the majority was presenting as saxicolous. It is suggested that the intraspecific competition for places has caused a great variation in the large volume of such plants as the large populations occur in specific locations as water bodies, low irradiance and high humidity. On the other hand, species such as Ananas bracteatus Lindl. occur in big populations in inland hilltops with good light and low humidity. Thus, was concluded that the arrangement of species is linked to the environment of occurrence, due to its delimitation by abiotic factors such as surface waterways and terrain elevation. Keywords: Bromeliaceae, floristic, Biological Reserve. LISTA DE ILUSTRAÇÕES "ILUSTRAÇÃO 1 "Distribuição da família Bromeliaceae "21 " " "......................................... " " "ILUSTRAÇÃO 2 "Afloramento rochoso com espécimes de Billbergia "24 " " "euphemiae.. " " "ILUSTRAÇÃO 3 "Aspecto geral da "25 " " "RBMPD..............................................." " " "............. " " "ILUSTRAÇÃO 4 "Trilhas e limites da "26 " " "RBMPD..............................................." " " ".......... " " "ILUSTRAÇÃO 5 "Perturbações no Interior da "29 " " "reserva............................................ " " "ILUSTRAÇÃO 6 "Detalhe dos frutos de Aechmea "31 " " "ramosa..................................... " " "ILUSTRAÇÃO 7 "Visão geral de Ananas "32 " " "bracteatus.........................................." " " "..... " " "ILUSTRAÇÃO 8 "Detalhe da inflorescência de Billbergia "33 " " "euphemiae.................... " " "ILUSTRAÇÃO 9 "Formas cromáticas de Billbergia "34 " " "horrida..................................... " " "ILUSTRAÇÃO 10 "Visão geral de Billbergia "35 " " "zebrina............................................." " " ".... " " "ILUSTRAÇÃO 11 "Aspecto geral de Portea "36 " " "petropolitana......................................." " " ". " " "ILUSTRAÇÃO 12 "Detalhe dos frutos de Quesnelia "37 " " "indecora.................................. " " "ILUSTRAÇÃO 13 "Vista geral de Tillandsia "38 " " "recurvata..........................................." " " "... " " "ILUSTRAÇÃO 14 "Visão geral de Tillandsia "39 " " "stricta............................................." " " "..... " " "ILUSTRAÇÃO 15 "Aspecto geral de Tillandsia "40 " " "usneoides....................................... " " LISTA DE SIGLAS "CES - Centro de Ensino Superior " " "CESAMA – Companhia de Saneamento Municipal " " "EMPAV – Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização " " "PJF - Prefeitura de Juiz de Fora " " "RBMPD - Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta " " "UC - Unidade de Conservação " " SUMÁRIO "1 "INTRODUÇÃO "12 " " "............................................................." " " ".............................. " " "2 "A FAMÍLIA "14 " " "BROMELIACEAE................................................." " " "................... " " "2.1 "HISTÓRICO "14 " " "............................................................." " " ".................................. " " "2.2 "FILOGENIA E CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA BROMELIACEAE......... "14 " "2.3 "SUBFAMÍLIAS.................................................."17 " " "........................................... " " "2.3.1"Bromelioideae "17 " " "............................................................." " " "................................ " " "2.3.2"Tillandsioideae.............................................."18 " " "............................................... " " "2.3.3"Pitcairnioideae "18 " " "............................................................." " " "............................... " " "2.4 "ASPECTOS ECOLÓGICOS "18 " " "............................................................." " " ".......... " " "2.5 "IMPORTANCIA ECONÔMICA "20 " " "............................................................." " " "...... " " "2.6 "DISTRIBUIÇÃO "20 " " "GEOGRÁFICA..................................................." " " "............... " " "2.7 "BROMELIACEAE NO BRASIL E MINAS "22 " " "GERAIS...................................... " " "3 "MATERIAL E MÉTODOS "23 " " "............................................................." " " "............. " " "3.1 "ÁREA DE TRABALHO E CARACTERIZAÇÃO DA "23 " " "RESERVA................... " " "3.2 "LEVANTAMENTO "25 " " "TAXONÔMICO..................................................." " " "........... " " "4 "RESULTADOS E "28 " " "DISCUSSÃO...................................................." " " ".............. " " "5 "CONCLUSÃO...................................................."41 " " "......................................... " " "REFERÊNCIAS "42 " "..................................................................." " ".................................. " " 1 INTRODUÇÃO O Brasil é um país de reconhecida flora megadiversa, abrigando entre 16-20% da flora mundial (BORGES et al., 2005; LIMA, 2005). Apesar disso, o modo insustentável com que os recursos naturais são utilizados é refletido na perda dessa grande riqueza, sem nem mesmo conhecermos o potencial dos biomas brasileiros. A Floresta Atlântica é um dos biomas de maior biodiversidade do planeta e cobria originalmente área de aproximadamente 1.315.460 km², equivalente a cerca de 15% do território brasileiro, estando atualmente severamente reduzida a 102.012 km², algo em torno de 7% de sua área original (MYERS et al., 2000). A família Bromeliaceae Juss. apresenta grande diversidade no Brasil, onde ocorrem aproximadamente 80% dos gêneros e 40% das espécies, das quais 22% são endêmicas (LEME, 2003; FORZZA, 2005). Atualmente, as bromélias estão distribuídas por todos os ecossistemas que compreendem desde o sul dos Estados Unidos, passando pelo leste do Brasil, até a região central da Argentina e Chile (LEME; MARIGO, 1993). A fragmentação de habitats e a redução de áreas florestais reduzem a diversidade e desequilibram o sistema ecológico em que as bromélias estão inseridas. Consideradas o berço de alguns invertebrados e até mesmo de sementes, a redução de suas populações pode levar a perda de diversas formas de vida que possuem o ciclo "dependente" das Bromeliaceae, refletindo em danos ao ciclo ecológico de um fragmento (BENZING, 1990; ROCHA et al., 2004). Áreas de Proteção Ambiental (APA´s), Parques Nacionais (Parna), Parques Estaduais (PE), Reservas Biológicas (ReBio) entre outros, são categorias de unidades de conservação que tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, executando medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais (MILANO, 1989). Este estudo foi realizado na Reserva Biológica Municipal do Poço D'anta (RBMPD), um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual de Juiz de Fora, sendo um dos principais remanescentes florestais do município, com área de 277 hectares (PJF, 2011). Tendo em vista a importância ecológica deste fragmento para o município e também das bromélias como peças importantes para promover a vida no interior das florestas, este estudo buscou conhecer um pouco mais sobre a RBMPD e fazer um levantamento das espécies de Bromeliaceae que ocorrem na reserva, tendo como objetivo subsidiar a conservação de fragmentos remanescentes de Floresta Atlântica frente aos crescentes impactos provocados pela ação antrópica. 2 A FAMÍLIA BROMELIACEAE 2.1 HISTÓRICO Os representantes da família Bromeliaceae já eram conhecidos e utilizados pelos índios das Américas há séculos e o primeiro registro feito pelos europeus de sua utilização se deu quando Cristóvão Colombo desembarcou em 1493, na ilha de Guadalupe, pois os índios que ali viviam já cultivavam o abacaxi. O seu nome indígena era "Iinana", que significa fragrante, cheiroso, dando origem ao seu nome científico Ananas comosus (L.) Merrill. No território americano eram conhecidas como pine apple (pinhão (pine) devido a coroa e com a suculência de uma maçã (apple)). O nome bromélia foi proposto no fim do século XVII por Charles Plumier, um explorador e botânico francês, como uma homenagem ao médico e botânico sueco Olaf Bromel, devido às diversas coletas que havia feito em conjunto com Charles Plumier no Paraguai (BROMELIADS SOCIETY INTERNATIONAL, 2011). A circunscrição inicial e o nome da família, Bromeliaceae, foram estabelecidos por Jussieu (1789), no entanto, a primeira monografia para a família foi proposta por Beer (1857), obra que antecedeu clássicas monografias, realizadas também no século XIX nas quais ocorreram várias mudanças taxonômicas (WITTMACK, 1888; BAKER, 1889). 2.2 FILOGENIA E CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA BROMELIACEAE Bromeliaceae constitui uma das maiores famílias de monocotiledôneas da flora neotropical, sendo classificada segundo Cronquist (1981); Brown; Gilmartin (1984), Dahlgren et al. (1985) e Judd et al. (1999) como única representante da ordem Bromeliales. Recentemente, estudos filogenéticos empregando dados moleculares e morfológicos combinados (GIVNISH et al., 2006), posicionaram Bromeliaceae atualmente na ordem Poales (APG III, 2009), como uma família monofilética e grupo-irmão de Typhaceae e Sparganiaceae (GIVNISH et al., 1990; 2006; GRAHAM et al., 2006). Apresenta 58 gêneros e ca. de 3086 espécies classificadas nas subfamílias Bromelioideae, Pitcairnioideae e Tillandsioideae, baseando-se os autores nas características dos frutos, sementes e hábito (SMITH; DOWNS, 1979; LUTHER, 2006), porém, somente Bromelioideae e Tillandsioideae são monofiléticas (TERRY et al., 1997; HORRES et al., 2000; GIVNISH, 2004; 2007). Análises filogenéticas recentes têm proposto que essa delimitação não é natural, gerando uma grande discussão sobre o posicionamento dos gêneros e subfamílias, onde os clados se tornariam monofiléticos e a subfamília Pitcirnioideae seria desmembrada, o que resultaria em um total de oito subfamílias para Bromeliaceae (GIVNISH et al., 2007). Bromeliaceae é composta por plantas geralmente herbáceas e xerofíticas, que podem ser encontradas na natureza em formas terrícolas, epífitas, saxícolas ou rupícolas, com o caule reduzido ou ausente e raízes geralmente pouco desenvolvidas (LIMA, 1996). Variam desde plantas de pequeno porte, com alguns centímetros de comprimento, até plantas de grande porte, como Puya raimondii Harms encontrada nos Andes, que alcança mais de 10 metros de altura. As espécies epífitas são comumente confundidas com parasitas, cuja real função de suas raízes é a de fixação nos forófitos, sem, no entanto, extrair deles nutrientes (REITZ, 1983; LEME; MARIGO 1993). As bromélias habitam desde o nível do mar até acima de 4000 metros de altitude, nos mais diversos ecossistemas e habitats, em regiões bastante úmidas, semi-áridas ou até desérticas (LIMA, 2008). No entanto, os principais centros de diversidade estão na América do Sul: os Andes, o Planalto das Guianas e o Brasil. No Brasil, os locais que compõem a maior diversidade e que possuem as maiores populações de Bromeliaceae são: a Floresta Atlântica, que apresenta um índice pluviométrico elevado durante o ano; os manguezais, que compõe a transição entre o ambiente terrestre e marinho sujeito a alagamentos devido às marés; as restingas, que são terrenos arenosos com maior salinidade e os campos rupestres e caatingas com suas secas regulares (SMITH; DOWNS 1974). As folhas apresentam na superfície um indumento formado pelos tricomas absorventes, sendo que em algumas espécies este indumento é muito conspícuo e de cor argêntea, especialmente em espécies de Tillandsia L. e Dyckia Schult. & Schult.f. A filotaxia é alterna, espiralada, frequententemente formando densas rosetas, com folhas paralelinérveas e acúleos na subfamília Bromelioideae, em algumas espécies da subfamília Pitcairnioideae, mas nunca na subfamília Tillandsioideae (HOLST, 1997; WANDERLEY, 2003). Frequentemente há formação de um imbricamento das bainhas formando um tanque chamado fitotelmo, utilizado pela planta para reserva de água, e como uma área de captura de matéria orgânica, cujo líquido armazenado funciona como um solvente, compilando e dissolvendo nutrientes que estarão disponíveis para a absorção do próprio vegetal através dos tricomas. Essa estrutura faz com que a família tenha uma grande adaptação a uma enorme diversidade de ambientes. Ocorrem também representantes com folhas dísticas, comuns no gênero Tillandsia, onde não há formação de roseta e tanque (BENZING, 1990; ROCHA et al., 1997). As inflorescências das bromélias podem ser terminais ou laterais, simples ou compostas, dispostas em panícula, racemo ou capítulo e em geral com brácteas muito vistosas; flores geralmente vistosas e bissexuadas, actinomorfas, raro ligeiramente zigomorfas, diclamídeas e heteroclamídeas, cálice trímero, dialissépalo ou gamossépalo, prefloração imbricada; estames 6 (3+3), livres ou unidos entre si ou à corola, anteras rimosas; nectários septais geralmente presentes; gineceu gamocarpelar, ovário súpero ou ínfero, trilocular, placentação axial, pluriovulado (LORENZI; SOUZA, 2008). Fruto cápsula ou baga às vezes formando um sincarpo, As sementes podem apresentar ou não apêndices, plumosos ou aliformes; na subfamília Pitcairnioideae ocorrem sementes aladas; em Tillandsioideae as sementes são plumosas e nas Bromelioideae as sementes não possuem apêndices (SMITH; DOWNS, 1974; 1977; 1979). Diversos estudos demonstram a utilização de bromélias como fonte de recursos pelos animais (SAZIMA et al., 1989; 1995; BERNADELLO, 1991; ARAÚJO, 1996). A grande maioria das espécies é polinizada por beija-flores, devido a atração das brácteas vistosas e coloridas e pela presença de néctar abundante (FISCHER, 1994; 1995). Os morcegos também são importantes agentes polinizadores, pela presença de odor forte em muitas flores de antese noturna. Além da ornitofilia e quiropterofilia são referidos outros tipos de polinizadores, como borboletas, abelhas e besouros (REITZ, 1983; LEME; MARIGO, 1993). A dispersão está diretamente relacionada aos diferentes tipos de frutos presentes na família. A dispersão das sementes aladas ou plumosas presentes no fruto cápsula é auxiliada pelo vento, enquanto as bagas suculentas, cujas sementes não possuem apêndices, são dispersas por animais (MARTINELLI, 1997; BUZATO et al., 2000; VARASSIN et al., 2000). A propagação pode ser assexuada ou sexuada. Na reprodução assexuada, ou vegetativa, formam-se brotos a partir da planta mãe, que podem sair da base da planta por estolhos, rizomas, ou do interior da própria roseta. A formação de estolhos é característica para algumas espécies. A reprodução sexuada ocorre em sementes que podem ser carregadas, ingeridas por animais ou como na maioria dos representantes da subfamília Tillandsioideae, onde as sementes podem germinar na própria planta-mãe ou serem dispersas a longa distância (SMITH; DOWNS, 1979). 2.3 SUBFAMÍLIAS Bromeliaceae apresenta a divisão clássica em 3 subfamílias que apresentam muitas controvérsias filogenéticas, devido às análises moleculares. Estudos filogenéticos recentes, no entanto, propõem nova divisão em oito subfamílias, resultado do desmembramento de Pitcairnioideae em seis subfamílias: Brocchinioideae, Bromelioideae, Hechtioideae, Lindmanioideae, Navioideae, Pitacairnioideae, Puyoideae e Tillandsioideae (GIVNISH et al., 2004; 2007). 2.3.1 Bromelioideae Possui ca. de 29 gêneros e 760 espécies concentradas principalmente na Floresta Atlântica (LEME, 1997; BENZING, 2000; MARTINELLI, 2006). Composta por espécies epífitas, terrícolas ou rupícolas, caracterizadas pelo fruto baga, ovário ínfero e sementes sem apêndices. O gênero Bromelia L. ocorre na América do Sul e suas espécies apresentam folhas fortemente espinescentes e sépalas adnatas às pétalas. Nidularium Lem. é um gênero endêmico do Brasil, cujas espécies, em geral, possuem folhas formadoras de "tanque" e inflorescência nidular. Aechmea Ruiz & Pav. apresenta apêndices petalíneos. Ananas possui como característica distintiva uma coroa de brácteas no ápice da infrutescência. Outros gêneros representativos da subfamília são Billbergia Thunb., Orthophytum Beer, Quesnelia Gaudich., entre outros (SMITH; DOWNS, 1974; GIVNISH et al., 2007). 2.3.2 Tillandsioideae Possui espécies essencialmente epífitas, com folhas de margens inteiras, ovário súpero ou raramente semi-ínfero (Glomeroptcairnia Mez), sementes com tufos de apêndices plumosos nas extremidades. Apresenta nove gêneros e ca. 675 espécies. Tillandsia é o maior gênero (400 spp.), seguido por Vriesea Lindl. (220 spp.). Alguns subgêneros foram elevados a categoria de gênero, como Racinaea M.A.Spencer & L.B.Sm. anteriormente integrante de Pseudo-catopsis e Alcantarea (E.Morren ex Mez) Harms extraído de Vriesea (LEME, 1993). 2.3.3 Pitcairnioideae Possui ca. 13 gêneros e 420 espécies. Suas espécies são terrícolas, saxícolas ou rupícolas, geralmente com folhas de margem aculeada, flores hipóginas e fruto cápsula com sementes geralmente providas de alas ou outros apêndices. O maior gênero é Pitcairnia L'Hér. (185 spp.), possuindo táxons primariamente andinos, mas com representantes no Brasil. Apresentam flores levemente zigomorfas e cápsula septicida. Muitas espécies ocorrem sobre rochas e poucas são epífitas. Algumas espécies são mais robustas, com base lenhosa e inflorescência muito ramificada, outras apresentam pequeno porte e possuem folhas sem acúleos. Puya (90 spp.), Dyckia (75 spp.) e vários outros gêneros têm cápsula septicida ou loculicida e flores actinomorfas (FORZZA et al., 1998) 2.4 ASPECTOS ECOLÓGICOS De acordo com Kevan et al. (1990) a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas estão relacionados devido a diversas interações. A polinização é um processo fundamental nas comunidades terrestres, pois constitui o primeiro passo na reprodução sexuada das plantas e um pré-requisito essencial para o desenvolvimento de frutos e sementes. Heinrich (1975) propôs que um dos fatores determinantes para a dependência do recurso floral é a relação entre sua demanda de nutrientes e a quantidade de alimento que é oferecido pelas flores. Essa relação pode influenciar a tendência das visitas, os deslocamentos entre as flores e as plantas, pois se a oferta de recursos é a maneira pela qual as plantas atraem e mantém os polinizadores, é esperado que a visitação destes varie com a disponibilidade de recursos (FEINSINGER, 1976; ROUBIK, 1989). Em uma floresta no domínio Atlântico, as bromélias congregam cerca de 30% a 36% dos recursos alimentares usados por animais, como morcegos e beija-flores, respectivamente (SAZIMA et al., 1995; 1996; 1999), sendo considerada uma das principais fontes de néctar para esses animais. Além disso, a capacidade das bromélias de armazenar água em seu tanque a torna um elemento essencial para a manutenção da diversidade do habitat (LOPEZ, 1997; ROCHA et al., 1997), criando microhabitats com alto grau de complexidade e criando classificações como a de Benzing (1990), que leva em consideração categorias de relação com o suporte, hábito de crescimento e formas de obtenção de água e nutrientes. Esta capacidade singular a torna um elemento importante para a ampliação da diversidade do habitat. Diversas espécies animais utilizam as bromélias para forrageamento, reprodução e refúgio contra predadores (PEREIRA et al., 1988; RIVEIRO, 1989; OLIVEIRA et al., 1994 a; b; ROCHA, 1997). A germinação de algumas espécies vegetais também pode ocorrer nas bromélias (FIALHO; FURTADO, 1993). Outro aspecto de importância ecológica para a colonização das bromélias, e epífitos em geral, diz respeito à forma de obtenção de nutrientes em meio a um ambiente que se caracteriza por grande pobreza - seja a copa das árvores ou os solos que as sustentam. A forma de nutrição mineral de muitas espécies epífitas pela retirada direta da água disposta como um filme na superfície do vegetal faz com que estas reduzam significativamente o conteúdo mineral da água de chuva que atravessa o dossel das árvores (LANG et al., 1976). Carrol (1980) quantificou a entrada de nitrogênio no sistema via material epifítico, constatando que, apesar de ser muito reduzida a sua biomassa, este apresenta desproporcional papel "fertilizador" na floresta. No território brasileiro, a família é reconhecidamente importante em termos de diversidade e abundância (ARAÚJO et al., 2004), com alto endemismo e ocorrendo aproximadamente 80% dos gêneros (WANDERLEY; MARTINS, 2007) e 40% das espécies conhecidas (SMITH; DOWNS, 1974; 1977; 1979). 2.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA A principal importância econômica na família é representada pela espécie Ananas comosus (abacaxi) que possui grande aceitação em todo mundo, tanto na forma natural quanto industrializada. Além dessa, destacam-se também várias espécies com potencial ornamental, como aquelas dos gêneros Aechmea, Alcantarea, Billbergia, Guzmania, Quesnelia, Vriesea, Tillandsia, dentre muitos outros, o que pode causar grande impacto nas populações de bromélias, devido à extração indiscriminada. Outras espécies como Ananas lucidus Miller (Pereira, 2007), Ananas comosus var. erectifolius (L.B. Sm.) (FUJIHASHI; BARBOSA, 2002) e Neoglaziovia variegata Mez, são respectivamente, conhecidas como produtoras de fibras para a indústria automobilística e têxtil e Bromelia antiacantha Bertoloni, na produção de fármacos (REITZ, 1983; CUNHA et al., 1994). Um importante composto com grande importância econômica é a bromelina, que é um conjunto de isoenzimas proteolíticas encontradas na família Bromeliaceae. Esta enzima é utilizada em diferentes setores, todos baseados em sua atividade proteolítica, dentre as quais se destacam a propriedade de facilitar a digestão de proteínas, sendo por isso adicionada em medicamentos digestivos, e a capacidade de amaciamento de carnes (Borracini, 2006). 2.6 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA As Bromeliaceae são um exemplo notável de radiação adaptativa das plantas vasculares (GIVNISH et al., 1997; BENZING, 2000). Elas englobam os extremos da disponibilidade de umidade (distribuídas desde florestas tropicais a áreas áridas das areias do litoral), elevação (desde o nível do mar a até 4.000 m de altitude), e a exposição de luz (totalmente exposta à sub-bosques sombreados das florestas). A distribuição ocorre exclusivamente na Região Neotropical, em latitudes tropicais e subtropicais das Américas entre os paralelos 37º N e 44º S (WENDT, 1994), com exceção de uma única espécie, Pitcarnia feliciana (A. Chevalier) Harms & Mildbrae, que ocorre no Golfo da Guiné, oeste do continente africano (Ilustração 1), provavelmente devido à dispersão a longa distância (SMITH; DOWNS, 1974; 1977; 1979). Ilustração 1: Distribuição da família Bromeliaceae. Fonte: Benzing (2000). Bromeliaceae possui três grandes centros de desenvolvimento (SMITH; DOWNS, 1974) sendo na região Andina com extensões para o México; no escudo das Guianas e outro no leste do Brasil, considerado o centro de diversidade de Bromelioideae (SMITH; DOWNS, 1977; 1979; BENZING, 2000), possui também o gênero Dyckia (Pitcairnioideae) e o gênero Vriesea (Tillandsioideae), com predomínio de grupos associados a ambientes florestais (FORZZA, 2005). No planalto Andino e no escudo das Guianas, predominam grupos relacionados à vegetação aberta (FORZZA, 2001), já no Brasil ocorrem grupos associados a ambientes florestais. Dados moleculares suportam a hipótese de que as Bromeliaceae se originaram no Escudo das Guianas, aparecendo há 84 milhões de anos atrás (Ma). O ápice da radiação teria acontecido há ca. 9,4 Ma. A família Bromeliaceae chegou ao Brasil, independentemente, em três diferentes fases e locais: Cottendorfia Schult. & Schult.f. do Escudo das Guianas há ca. 12 Ma., Dyckia e Encholirium, da região central dos Andes há ca. 9 Ma. e por representantes de Bromelioideae há ca. 7 Ma. (GIVNISH et al., 2004) 2.7 BROMELIACEAE NO BRASIL E MINAS GERAIS O Brasil apresenta uma expressiva riqueza vegetal, abrigando cerca de 19% das 250.000 espécies de angiospermas conhecidas (GIULIETTI et al., 2005). Estima-se que a família Bromeliaceae tenha 40% de suas espécies encontradas no território brasileiro, colocando o nosso país entre os mais importantes e representativos em termos de diversidade e endemismos da família (LEME, 1997). Dentre os 57 gêneros catalogados, cerca de 80% ocorrem no Brasil e aproximadamente 22% são restritos ao nosso país (FORZZA, 2005; NUNES-FREITAS, 2005). O estado de Minas Gerais ocupa cerca de 7% do território brasileiro e possui uma flora muito diversa devido ao seu grande mosaico vegetal, que compreende desde vegetações secas em climas áridos da Caatinga a florestas úmidas da Floresta Atlântica, graças a sua grande dimensão e geomorfologia que, juntos, são responsáveis por essa grande variedade de vegetação (GIULIETTI, 1987; 2000; COSTA et al., 1998; MYERS et al., 2000; IBGE, 2011). A subfamília Bromelioideae tem o leste e o sul de Minas Gerais como seu centro de diversidade no Brasil conforme relatado por alguns autores (BENZING, 2000; VERSIEUX et al. 2006; SMITH; DOWNS, 1979). Ainda há muito a ser descoberto apesar de a vegetação estar extremamente reduzida devido à agricultura e pecuária, tendo como exemplo 22 novas espécies da subfamília Bromelioideae que foram descritas nos últimos anos por Luther; Sieff (1991; 1995b; 1997; 2001; 2004; 2006), proporcionando média de uma espécie por ano. As reservas biológicas, áreas de proteção ambiental, parques nacionais, entre outros, tem um grande papel nessa conservação de espécies que estão ameaçadas devido à grande redução de cobertura vegetal. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 ÁREA DE TRABALHO E CARACTERIZAÇÃO DA RESERVA O trabalho foi realizado na Reserva Biológica Municipal do Poço D´anta (RBMPD), situada entre as coordenadas 21°44'58.79"S e 43°19'7.09"O. É uma área protegida de 277 ha, que faz divisa com uma propriedade particular denominada Fazenda Floresta que através de um corredor natural somam um total de 344 Ha. A RBMPD foi elevada a categoria de Reserva Biológica em 1982 pelo decreto nº 2794, em que o então prefeito, Francisco Antônio de Mello Reis, considerou-a como uma área de preservação integral e proteção permanente, cujos recursos naturais como reserva genética da flora e fauna são importantes para fins educacionais, culturais e científicos; considerando ainda, a necessidade de se estabelecer espaços livres, arborizados e preservados, no contexto urbano, para o equilíbrio da massa natural e edificada. Os fragmentos da RMBPD e da Fazenda Floresta, através de um longo período de regeneração, estabeleceram um corredor ecológico anteriormente inexistente, tornando-se um único ecossistema (PJF, 2011). A vegetação original de Juiz de Fora, assim como da Zona da Mata mineira, integra o grande complexo da Floresta Atlântica, embora hoje predominem as capoeiras (RIZZINI, 1992). Ao longo da reserva existem várias manchas em graus variáveis de degradação inclusive com árvores cortadas, embora influências antrópicas mais extensas se encontrem ao longo dos limites da Reserva. Até o momento da criação da reserva, fortes perturbações antrópicas ocorriam em seu interior, que tem como início o ciclo do ouro, quando Juiz de Fora era apenas uma pequena localidade que dava apoio para o caminho entre as Minas Gerais e o Rio de Janeiro. Com o ciclo do café, Juiz de Fora se tornou um grande pólo e como consequência disto os processos de perda e fragmentação de habitat se aceleraram de modo avassalador. Esse processo resultou em grande degradação, embora os fragmentos remanescentes tenham se regenerado ao longo do tempo (SANTIAGO et al., 2005; 2006). A RBMPD apresenta cobertura florestal composta por floresta secundária, localizada na zona leste do município de Juiz de Fora, entre altitudes de 793 a 1049 metros, sendo classificada como Floresta Estacional Semidecidual devido a dupla estacionalidade climática. Ocorre uma época caracteristicamente tropical, com intensas chuvas de verão e temperaturas elevadas seguidas de estiagens acentuadas com quedas na temperatura, e uma subtropical, com um intenso frio de inverno causando seca fisiológica, e média de temperatura inferior a 15ºC e média de precipitação inferior a 5% do total anual. De 20 a 50% das árvores são decíduas e perdem todas as folhas, e este é o motivo da denominação semidecidual (AMBIENTE BRASIL, 2004). A altitude varia de 467 a 1.104 m. Segundo a classificação de Köppen, possui clima tropical de altitude com verões quentes. A temperatura média anual fica em torno de 22,5ºC e média pluviométrica de 1.470 mm (Borges 2006). A mata apresenta um grande mosaico vegetacional devido a fatores ambientais e sucessionais, sendo que sua maior parte consiste em Floresta Estacional Semidecidual, ocorrendo ainda uma porção com predomínio de espécies exóticas, uma parte ocupada por Floresta Aluvial nos trechos de baixadas, ao longo de cursos d´agua e nascentes e também uma pequena parte composta por afloramentos rochosos (ILUSTRAÇÃO 2). ILUSTRAÇÃO 2: Afloramento rochoso com espécimes de Billbergia euphemiae. FONTE: Arquivo pessoal. De acordo com Marques (1998) a reserva possui 18 nascentes mapeadas, que contribuem para a formação do córrego D´antas, tendo sua orientação de drenagem no sentido leste-oeste em seu interior, com a formação de 3 principais microbacias que alimentam dois lagos, sendo uma garantia de abastecimento futuro da comunidade. 3.2 LEVANTAMENTO TAXONÔMICO A fim de se obter um conhecimento prévio do relevo, lagos, cursos d'agua e possíveis nascentes para nortear o caminho da abertura de trilhas, a área de estudo foi analisada visualmente através dos programas Google Earth e ArcGIS Explorer. As visitas a reserva tiveram a duração de 12 meses, entre abril de 2010 e abril de 2011, feitas por cerca de 5 dias na semana para abertura das trilhas, devido a dificuldade de acesso a certas partes e a grande densidade de árvores (ILUSTRAÇÃO 3). Após a abertura das trilhas as visitas passaram a ser de 2 dias na semana. Ilustração 3: Vista do interior da floresta no RBMPD. Fonte: Arquivo pessoal. Além das trilhas já existentes na CESAMA e na fábrica de manilhas da EMPAV, foram abertos três outros caminhos (ILUSTRAÇÃO 4) no sentido da borda ao interior da mata com o intuito de abranger a maior área possível e com as maiores chances de ocorrência da família Bromeliaceae. Cada trilha foi marcada com aparelho GPS e as respectivas coordenadas das plantas anotadas, a fim de se obter também uma distribuição da família de acordo com cada região estudada da mata. As trilhas 1 e 2 foram abertas a partir do Horto Florestal de produção de mudas, com dois sentidos diferentes, norte e leste, respectivamente. A trilha 3 foi aberta de dentro da fábrica de manilhas da EMPAV no sentido nordeste, para se ter acesso a trilha existente que margeia toda a reserva. Já pela CESAMA não houve abertura de trilhas devido a existência da mesma que já é utilizada para a fiscalização dos arredores. As trilhas 1, 2 e 3 foram abertas seguindo os pontos já previamente marcados com aparelho GPS, com facão e tesoura de poda. Ilustração 4: Trilhas e limites da RBMPD. Fonte: Google Earth, arquivo pessoal e PJF. Os indivíduos férteis observados foram coletados e o respectivo hábito descrito, além de outras características relevantes, como cores da planta, sendo concluído com um registro fotográfico. Para as plantas de grande porte foram coletadas a inflorescência e duas folhas, sendo uma interna e outra externa. O material foi desidratado em estufa a 70ºC por cerca de 72 horas no Laboratório de Botânica do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora para em sequência, a produção da exsicata e o tombamento no herbário CESJ da Universidade Federal de Juiz de Fora. Os espécimes foram identificados através de literatura especializada, consultas ao herbário CESJ, e sítios especializados como o da Sociedade de Bromélias da Flórida (www.fcbs.org), além de consultas a especialistas. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontradas na RBMPD 11 espécies de Bromeliaceae distribuídas em sete gêneros, sendo o gênero Billbergia e Tillandsia os mais representativos com três espécies cada. As espécies encontradas foram: Aechmea ramosa Mart. ex Schult. & Schult, Ananas bracteatus (Lindl.) Schult., Billbergia euphemiae E. Morren, Billbergia horrida Regel, Billbergia zebrina (Herb) Lindl., Portea petropolitana (Wawra Mez, Quesnelia indecora Mez, Tillandsia recurvata (L.) L., Tillandsia stricta Sol. e Tillandsia usneoides (L.) L. A subfamília Bromelioideae foi a que apresentou o maior número de espécies, com um total de sete táxons registrados (63,6%), seguida pela subfamília Tillandsioideae, com apenas três espécies (36,4%). Um exemplar não foi identificado em nível específico, pois foi observado apenas em estado vegetativo, mas pertence ao gênero Vriesea. Os espécimes foram marcados para posterior identificação. A subfamília Bromelioideae, que resultou em 63,6% das ocorrências na reserva, apresentou todos os hábitos da família, tendo espécies iguais com hábitos diferentes, dependendo da localização. A grande maioria de táxons correspondentes a subfamília Bromelioideae corrobora grandes levantamentos de Bromeliaceae realizados em Minas Gerais (BENZING 2000; VERSIEUX et al., 2005; 2008; LIMA, 2008), que citam Minas Gerais como centro de diversidade da subfamília. Por outro lado, Tillandsioideae se restringiu ao gênero Tillandsia, cujas espécies encontradas têm maior ocorrência em áreas degradadas, apresentando alto alcance de dispersão de sementes e adaptação nos mais diversos ambientes. A única exceção de gênero para Tillandsioideae foi o táxon não identificado do gênero Vriesea. Não foi localizada nenhuma espécie da subfamília Pitcairnioideae. Pode-se dizer que a RBMPD apresenta uma razoável diversidade de bromélias, considerando-se o tamanho e nível de conservação desta Unidade, em virtude da reduzida fiscalização que permite atos de vandalismo e entrada de pessoas não autorizadas na reserva para fins não relacionados à pesquisa. Os principais problemas da reserva se resumem em falta de fiscalização, queimadas florestais, exploração clandestina de madeira, ausência de projetos educativos e ambientais, sobretudo junto à população do entorno. Há no interior da reserva uma pedreira e uma saibreira (Ilustração 4), inativas desde que a UC foi criada há 29 anos. No entanto, apesar de estarem desativadas, elas representam um grande passivo ambiental visto que na área que era o centro das atividades supracitadas houve a remoção da mata, gerando um processo de erosão, carreando sedimentos à jusante do córrego. Ilustração 5: Perturbações no interior da reserva. Fonte: arcGIS Explorer, arquivo pessoal. A construção da via pavimentada denominada estrada Athos Branco da Rosa e que é uma perturbação que ainda se faz presente, foi construída em 1974, causando fragmentação da mata e contribuindo para o aumento do efeito de borda. Além dessas perturbações, está instalada dentro da reserva uma fábrica de manilhas e outros artefatos de concreto da EMPAV, pertencente à Prefeitura de Juiz de Fora. Esta fábrica representa agressões ao ambiente da reserva, tais como a abertura de uma grande clareira em seu interior, poluição sonora e contribuição para a degradação vegetal devido à eliminação de partículas que se depositam sobre as plantas, consequentemente diminuindo sua taxa fotossintética (MARQUES, 1998). Ainda no interior da reserva se encontra um horto florestal de produção de mudas para a cidade, tanto para venda como para herborização municipal. A presença de mudas de plantas exóticas também se caracteriza como um perturbador ambiental. Devido ao seu relevo acidentado, alguns pontos do interior não recebem diretamente as influências causadas pela fábrica. Como observado nas expedições a campo, as grandes populações de Bromeliaceae se encontram afastadas da borda, distribuídas predominantemente ao longo dos cursos d'água, preferencialmente próximas às nascentes. A única exceção é Ananas bracteatus que forma uma grande população desde o interior da mata, passando pela borda e com indivíduos distribuídos também na área desmatada além dos limites da reserva, porém se concentrando apenas neste ponto da área. De acordo com Pifano et al. (2007), que executaram um inventário florístico no Morro do Imperador, região central da cidade, ocorrem cinco espécies de Bromeliaceae no local: Ananas bracteatus, Bromelia antiacantha Bertol., Pitcairnia flammea Lindl., Portea petropolitana (Wawra) Mez. e Tillandsia gardneri Lindl. sendo três delas não encontradas na RBMPD (B. antiacantha, P. flammea e T. gardneri). Porém, a reserva possui maior riqueza específica, provavelmente devido à diferença de extensão, que é de 277 ha para a RBMPD e 78 ha para o Morro do Imperador. Ainda, a diferença da vegetação, que no Morro do Imperador apresenta elementos de afloramentos rochosos de natureza granítica e/ou gnáissicos, além de fragmentos florestais, enquanto a RBMPD possui uma maior extensão florestal, com diferenças entre ambientes alagados e secos em seu interior, conjugado a pequenos afloramentos rochosos. Cada táxon encontrado na área da RBMPD é tratado individualmente a seguir: 1) Aechmea ramosa Mart. ex Schult. & Schult. f., Syst. Veg. 7(2): 1272. 1830. Aechmea ramosa (ILUSTRAÇÃO 6) é restrita ao sudeste brasileiro sendo principalmente encontrada nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Caracteriza-se pelo porte robusto e inflorescência laxiflora e tripinada. Habita ambientes variados e apresenta resistência a ambientes perturbados e urbanizados, crescendo como epífita, terrícola ou rupícola em áreas de Floresta Atlântica, entre 300 e 1200 m de altitude com o período de floração de março a setembro (LIMA, 2008). Na reserva foram encontrados apenas alguns poucos indivíduos esparsos na porção sudeste da área, a cerca de 800m de altitude, distribuídos próximo a borda da UC em ambiente levemente seco e somente na forma epífita. A planta foi coletada em frutificação em setembro de 2010. Localização na reserva: 21°45'12.32"S 43°18'38.57"O Distribuição geográfica: ES, MG, RJ (FORZZA et al., 2010). Ilustração 6: Detalhe dos frutos de Aechmea ramosa. Foto: Luiz Menini Neto. 2) Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. f., Syst. Veg. 7(2): 1286. 1830. Ananas bracteatus (ILUSTRAÇÃO 7) ocorre desde o norte da Argentina e Paraguai até o sudeste do Brasil (VERSIEUX et al., 2008). Caracteriza-se pelas folhas estreitas e ocasionalmente variegadas, espinulosas, fruto globoso a cilíndrico e sustentado por um longo escapo. Cresce essencialmente como terrícola, formando grandes populações, em áreas de Floresta Atlântica, entre 300 e 900 m de altitude com o período de floração entre agosto e novembro (LIMA, 2008). Na reserva foi encontrada entre 840 e 870 m de altitude, no sudeste da RBMPD com extensa população de ca. 1000 espécimes, contínua desde a parte externa bem seca e com alta intensidade luminosa, passando pela borda e se estendendo a aproximadamente 300 metros para o interior da mata com pouca luminosidade e umidade mais elevada. Coletada em flor na reserva no mês de agosto. Localização na reserva: 21°45'7.36"S 43°18'35.63"O Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP (FORZZA et al., 2010). Ilustração 7: Visão geral de Ananas bracteatus. Foto: Luiz Menini Neto. 3) Billbergia euphemiae E. Morren, Belgique Hort. 22: 11. 1872. Billbergia euphemiae (ILUSTRAÇÃO 8) ocorre na Floresta Atlântica em florestas montanas e altomontanas (Fontoura et al., 1991), nas restingas (Moura et al., 2007) e nos campos rupestres de Minas Gerias (Versieux; Wendt, 2006). Caracteriza-se pela presença de indumento alvo flocoso no escapo, na raque, nas sépalas e no ovário, brácteas florais da base da inflorescência semelhantes às brácteas do escapo. Cresce preferencialmente como epífita, mais raramente como rupícola ou terrícola, em ambientes florestais ou mesmo áreas perturbadas, entre 350 e 1400 m de altitude, florescendo nos meses de setembro e outubro (LIMA, 2008). Na reserva foi encontrada como epífita associada a praticamente todos os cursos d'água, na porção sul e principalmente na parte leste, ocorrendo entre 800 e 860m de altitude, formando populações numerosas. No entanto, destaca-se uma grande população rupícola em afloramento rochoso no interior da mata, com estimativa de mais de 2000 indivíduos. Foi observada em flor no mês de setembro de 2010. Localização na reserva: 21°45'15.84"S 43°18'55.97"O Distribuição geográfica BA, ES, MG, RJ (FORZZA et al., 2010). Ilustração 8: Detalhe da inflorescência de Billbergia euphemiae. Foto: Arquivo pessoal. 4) Billbergia horrida Regel, Index Sem. 1856: 17. 1857. Billbergia horrida (ILUSTRAÇÃO 9) ocorre no leste do Brasil, desde a Bahia até o Rio de Janeiro (VERSIEUX et al., 2008). Caracteriza-se por apresentar as lâminas foliares totalmente verdes, coriáceas, base marcada com uma ruga, faixas transversais de tricomas e com o ápice agudo a obtuso arredondado. Populações expostas ao sol com baixa umidade no solo apresentam folhas na cor purpúrea. Cresce em áreas de Floresta Atlântica como epífita, rupícola ou saxícola, entre 300 e 1300 m de altitude, florescendo de julho a setembro (LIMA, 2008). Na reserva foi encontrada apenas na região central da floresta, apresentando população formada por poucos espécimes esparsos, ocorrendo entre 810 a 880 m de altitude, somente na forma epífita. Observada em flor no mês de agosto de 2010. Localização na reserva: 21°45'14.93"S 43°19'12.64"O Distribuição geográfica BA, ES, MG, RJ (FORZZA et al., 2010). Ilustração 9: Formas cromáticas de Billbergia horrida. Fonte: http://fcbs.org/pictures.htm 5) Billbergia zebrina (Herb.) Lindl., Bot. Reg. 13: t. 1068. 1827. Billbergia zebrina (ILUSTRAÇÃO 10) tem ocorrência registrada para o Paraguai, Uruguai, Noroeste da Argentina, sudeste e sul do Brasil (VERSIEUX et al., 2008). Caracteriza-se pelas folhas coriáceas, verdes e com a face abaxial com faixas de tricomas transversais alvo-lepidotas, ápice obtuso- arredondado, brácteas do escapo róseas e com o colorido persistente, sépalas apiculadas, bainha estreita, com margem castanho hialina, inflorescência com 10-30 flores, pétalas espiraladas ovário branco externamente devido a densa cobertura de tricomas e obovóide. Cresce essencialmente como epífita, habitando áreas de Floresta Atlântica e campos rupestres entre 350 e 1000 m de altitude e floresce de agosto a março (LIMA, 2008). Pode ser encontrada por toda a reserva, formando grandes touceiras epífitas, distribuídas de forma esparsa, frequentemente nas bordas da mata, em ambientes mais secos. Foi observada em flor em agosto de 2010. Localização na reserva: 21°44'57.12"S 43°18'46.15"O Distribuição geográfica MG, PR, RJ, RS, SC, SP (FORZZA et al., 2010). Ilustração 10: Visão geral de Billbergia zebrina. Fonte:http://www.saltodasaguas.com.br/Billbergia _zebrina_XXIII.JPG. 6) Portea petropolitana (Wawra) Mez, Fl. Bras. 3(3): 296. 1892. Portea petropolitana (ILUSTRAÇÃO 11) é a espécie do gênero com distribuição geográfica mais ampla, sendo encontrada nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (VERSIEUX et al., 2008). Caracteriza-se pela inflorescência laxa a congesta, com brácteas primárias suberetas a patentes, paracládios e pedicelos curtos ou longos. Atualmente são aceitas duas variedades além da variedade típica. Cresce como epífita em áreas de Floresta Atlântica geralmente de 300 a 700 m de altitude. A floração ocorre entre julho e outubro (LIMA, 2008). Na reserva foi encontrada de forma bem distribuída, sem variação entre os espécimes e não dependendo diretamente de umidade, na forma epifítica em altitudes variando de 800 a 910 m de altitude. Observada em flor em novembro. Localização na reserva: 21°45'9.02"S 43°19'6.88"O Distribuição geográfica BA, ES, MG, RJ (FORZZA et al., 2010). Ilustração 11: Aspecto geral de Portea petropolitana. Foto: Luiz Menini Neto. 7) Quesnelia indecora Mez, Fl. Bras. 3(3): 384. 1892. Quesnelia indecora (ILUSTRAÇÃO 12) é uma espécie típica da Zona da Mata e Serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais (VERSIEUX, 2005). Caracteriza-se por apresentar poucas folhas, sendo as externas menores, escapo delgado recurvado e poucas flores concentradas na porção apical. Há forte semelhança entre Quesnelia indecora, Q. kautskyi C. M. Vieira e Q. strobilispica Wawra, onde a diferenciação ocorre apenas pelas pétalas obtusas e corola purpúrea na primeira espécie, pétalas purpúreas e flores curvadas em Quesnelia kautskyi e inflorescência simples, densa elíptica ou turbinada, com muitas flores e brácteas florais vermelhas e escamosas em Quesnelia strobilispica. Cresce como rupícola, terrícola e epífita, principalmente em áreas de Floresta Atlântica, em florestas úmidas e a partir de 700 m de altitude, florescendo entre abril e agosto (LIMA, 2008). Na reserva, ocorre somente na parte sudeste da área, como rupícola e/ou saxícola formando grande população estimada em mais de 2000 espécimes em afloramentos rochosos, próximos a cursos d'água, no interior da mata, em altitudes entre 820 e 850m de altitude. Observada em frutos em maio de 2011. Localização na reserva: 21°45'20.48"S 43°18'54.28"O Distribuição geográfica: ES, MG (FORZZA et al., 2010). Ilustração 12: Detalhe dos botões florais de Quesnelia indecora. Foto: Arquivo pessoal. 8) Tillandsia recurvata (L.) L., Sp. Pl. (2 ed.) 1: 410. 1762. Tillandsia recurvata (ILUSTRAÇÃO 13) ocorre praticamente em toda área de distribuição da família, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina. No Brasil apenas a região centro-oeste não possui registros desta espécie (LIMA, 2008). Caracteriza-se pelo pequeno porte, formando normalmente touceiras com diversos indivíduos procedentes da mesma planta-mãe, escapo delicado e inflorescência comumente com uma única flor, com pétalas diminutas, lilases. Adapta-se aos mais variados ambientes e às vezes são confundidas com parasitas por formar grandes populações sobre uma mesma árvore. Cresce como epífita e raramente rupícola. É encontrada em áreas de Floresta Atlântica e campos rupestres, especialmente em locais de alta luminosidade, porém pode habitar o interior da floresta sob luz difusa, entre 400 e 1250 m de altitude. Floresce e frutifica durante todo o ano (LIMA, 2008). Apresenta ampla distribuição por toda a área da reserva, principalmente em áreas desmatadas que já passaram ou passam por alguma perturbação, entre 800 e 910m de altitude. Localização na reserva: 21°45'15.99"S 43°19'8.70"O Distribuição geográfica AL, BA, CE, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC, SP (FORZZA et al., 2010). Ilustração 13: Vista geral de Tillandsia recurvata. Fonte: http://www.sbs.utexas.edu/bio406d/ images/pics/brm/tillandsia.recurvata.frt.jpg 9) Tillandsia stricta Sol., Bot. Mag. 37: t. 1529. 1813. Tillandsia stricta (ILUSTRAÇÃO 14) ocorre na Venezuela, Trinidad, Guiana, Suriname, Paraguai, Uruguai, norte da Argentina e no leste brasileiro (VERSIEUX, 2008). Apresenta grande variação morfológica, principalmente em relação ao porte e conformação da roseta, mas caracteriza-se pela inflorescência dística, brácteas escapais superiores grandes (cerca de metade do comprimento da inflorescência) e brácteas florais róseas, elípticas e aristadas com pétalas azuis. Cresce preferencialmente como epífita, raramente como rupícola ou saxicola, entre 300 e 1700 m de altitude, nos mais variados ambientes como florestas da Floresta Atlântica, campos rupestres e campos de altitude. É comumente encontrada em matas ciliares, como também em paredões rochosos em formações areníticas. Floresce todo o ano com uma concentração maior entre agosto e dezembro (LIMA, 2008). Na reserva ocorre desde 800 a 900 metros, com grandes populações em palmeiras e ipês, mas somente em bordas de mata e clareiras. Localização na reserva: 21°44'58.79"S 43°18'43.03"O Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PE, PR, RJ, RS, SC, SP (FORZZA et al., 2010). Ilustração 14: Visão geral de Tillandsia stricta. Fonte: http://www.plantcare.com/oldSite/httpdocs/ images/MM/IMG0650090.jpg 10) Tillandsia usneoides (L.) L., Sp. Pl. (2. ed) 1: 411. 1762. Tillandsia usneoides (ILUSTRAÇÃO 15) é amplamente distribuída por toda área de ocorrência da família, desde o sul dos Estados Unidos até a região central da Argentina e do Chile, inclusive o Brasil (VERSIEUX, 2008). Apresenta morfologia bastante singular dentre as espécies da família, constituindo-se de ramificações filiformes que se desenvolvem formando "cortinas" pendentes sobre os ramos, raramente florescendo e/ou frutificando. Cresce como epífita em áreas da Floresta Atlântica, como matas ciliares, bordas de florestas ou em grandes árvores do interior das matas, além de campos rupestres. Inflorescência concentrada se maio a novembro (LIMA, 2008). Na reserva ocorre nas bordas de mata na parte nordeste, leste e sudeste, nos locais onde são feitos os "aceiros" de proteção da mata em queimadas. Localização na reserva: 21°44'22.79"S 43°19'4.96"O Distribuição geográfica BA, CE, ES, MA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RS, SC, SP (FORZZA et al., 2010). Ilustração 15: Aspecto geral de Tillandsia usneoides. Fonte: http://www.indoor-plant-care.com/ Plant-list/tillandsia-usneoides/ 5 CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos, conclui-se que a disposição das espécies está intimamente ligada ao fator do habitat em que ocorre, e grandes populações se encontrarem em locais delimitados por fatores abióticos, como cursos d'água e a elevação do terreno. Pode-se observar que a mata apresenta considerável grau de regeneração em alguns pontos, permitindo o desenvolvimento de número maior de espécies quando comparado com inventário realizado em outro fragmento do município realizado no Morro do Cristo. No entanto, é um fragmento extremamente ameaçado por fatores como a caça ilegal, extração de produtos florestais clandestinos, poluição, isolamento das espécies de uma porção a outra do fragmento e a borda irregular, o que aumenta a suscetibilidade a efeitos externos, que não é compensado pelo tamanho do fragmento. A criação e manutenção de áreas efetivas que visem à preservação ambiental são extremamente necessárias como forma de proteger o que ainda resta da vegetação no país, principalmente em se tratando de Floresta Atlântica. Também é necessário um maior empenho de órgãos de segurança e governamentais, para melhor acompanhamento das áreas não só de risco, mas de todos os biomas que ocorrem no Brasil, tentando suprimir atividades ilegais que ocorram devido a ausência de fiscalização. Mudanças no tipo de UC em que a Reserva Biológica do Poço D'anta está enquadrada poderia sanar parte dos problemas, como, por exemplo, um plano de manejo mais flexível e menos burocrático. A própria população do entorno teria certa "responsabilidade" diferenciada com o local, tendo a conservação como parte de seu modo de vida. REFERÊNCIAS AMBIENTE BRASIL. Regiões fitoecológicas e áreas de vegetação. Disponível em: . Acesso em: 20 de Nov. 2011. ARAÚJO, A.C. Beija-flores e seus recursos florais numa área de planície costeira do litoral norte de São Paulo. 69p. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 1996. _____.; FISCHER, E.A.; SAZIMA, M. As bromélias na região do Rio Verde. 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