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Monografia Final 2003

Trabalho de conlusão de curso

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MAURICIO DE LUNA FREIRE O LAGO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BAGUARI E SUA INFLUÊNCIA NOS LENÇÓIS D'ÁGUA DA REGIÃO DE IMPLANTAÇÃO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL- UNIPAC- MG GOVERNADOR VALADARES – MG JULHO/2010 UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS- UNIPAC- FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ESTUDOS SOCIAIS DE GOVERNADOR VALADARES CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL O LAGO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BAGUARI E SUA INFLUÊNCIA NOS LENÇÓIS D'ÁGUA DA REGIÃO DE IMPLANTAÇÃO Governador Valadares - MG Julho/2010 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha mãe, Maryza Monteiro de Luna Freire, que certamente compartilharia comigo este momento de felicidade! EPÍGRAFE Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz... (Eclesiastes 3:1-8) AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que pela Sua misericórdia, me permitiu concluir esse curso. À minha esposa Eliane e meus filhos Yanna e Yuri, pela paciência. À minha madrinha Marília, pela dedicação e carinho. Ao meu pai, Cássio, pelo apoio e pela educação e princípios ensinados. À minha tia Cléa, pelo incentivo e pelo computador, imprescindível para fazer esse trabalho. À minha irmã Nedda, pelo apoio em todo o tempo, e pela elaboração do abstract. Aos colegas de curso, que de agora em diante, farão parte da minha estória. Aos colegas do Consórcio UHE Baguari, que se dispuseram a me orientar e me proporcionaram a oportunidade de desenvolver esse trabalho, Ao professor Carlos Fernando, pelo apoio e incentivo, no momento mais difícil deste trabalho. A todos, que direta ou indiretamente colaboraram com essa trajetória, meu sincero agradecimento! SUMÁRIO 1- Introdução.................................................................. ....9 1.1- Características Regionais...........................................9 1.2- Clima....................................................................... ....10 1.3- Vegetação................................................................... 10 1.4- Hidrografia................................................................. ..12 1.5- Geomorfologia.............................................................13 2- Revisão de literatura.......................................................16 3- Metodologia................................................................. ...21 4- Resultados.................................................................. ...28 5- Conclusão................................................................... ...48 6-Referências Bibliográficas..............................................49 7- Anexos...................................................................... .....51 RESUMO Esse trabalho tem por objetivo verificar os impactos diretos e indiretos nos lençóis d'água localizados na região de implantação da Usina Hidrelétrica de Baguari. A metodologia utilizada foi a pesquisa direta no campo, efetuando-se a leitura dos piezômetros com a utilização do aparelho medidor de nível elétrico. Ao final do trabalho, constatou-se que, com o fechamento das comportas da usina e a formação do espelho d'água, os níveis piezométricos dos lençóis'dágua sofreram variações consideráveis, caracterizando a infiltração de água nos lençóis subterrâneos. Palavras-chave- lençóis d'água, Piezômetros, Níveis Piezométricos, Infiltração. ABSTRACT This research aims to verify the direct and indirect impacts caused in groundwater in Governador Valadares area, originating from Baguari Hydroelectric Plant. The method used was direct field research using the electric level meter. At the end of the work, piezometric levels of hydric bodies had varied considerably due to floodgate closure and water surface forming which signalizes groundwater infiltration.     Key-words: groundwater; piezometers; piezometer levels; infiltration. 1- INTRODUÇÃO O objetivo geral desse trabalho é verificar os impactos causados nos lençóis d'água localizados no entorno da região onde está implantada Usina Hidrelétrica de Baguari. Os objetivos específicos pesquisados se referem aos impactos sociais, econômicos, visuais, bem como os ocorridos na biodiversidade, decorrentes da implantação do empreendimento na região. 1.1- Características Regionais A cidade de Governador Valadares está localizada na região Leste do estado de Minas Gerais e possui uma população estimada para 2009, de 263.274 habitantes, conforme o estudo de Estimativas de População feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE. Sua superfície é de 2.348,10 Km², estando localizada na Latitude 18° 51 3 S e Longitude 41° 56 56 W (IBGE, 2006). A economia local é baseada no comércio, prestação de serviços, agropecuária, mineração e indústria. A cidade também possui fluxo turístico, sendo considerada "Capital Mundial do Vôo Livre", devido às condições climáticas e à presença dos 1.123 m do Pico da Ibituruna (IBGE, 2006). A malha viária que permite o acesso ao município é compreendida pelas BR 381, rodovia que a liga à capital Belo Horizonte, e daí a São Paulo; pela BR 116, que faz a ligação com a região nordeste; pela BR 259, que liga o município ao estado do Espírito Santo, e também pela BR 451, saída para o município de Bocaiúva (IBGE, 2006). Por terra, o acesso também pode ser feito pela Estrada de Ferro Vitória a Minas- EFVM, operada pela empresa Vale, e que liga às capitais dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Por via aérea, o Aeroporto Coronel Altino Machado permite a ligação do município à Belo Horizonte, como também à cidade de São Paulo, com a capital do estado do Espírito Santo, Vitória, e com o município de Porto Seguro, no sul da Bahia (IBGE, 2006). 1.2- Clima Na região da Usina Hidrelétrica de Baguari, o clima é do tipo quente e semi-úmido, modificando-se para úmido, em direção ao litoral. Nesse ambiente climático, são registradas temperaturas médias superiores a 18º C em todos os meses, enquanto a média anual oscila entre 20º C e 24º C. A caracterização específica do clima da região, foi baseada de acordo com a estação climatológica instalada na região, operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia- INMET, e que disponibiliza dados pluviométricos, meteorológicos e evaporimétricos (MME, 1989). A precipitação média anual alcança 1.114 mm, sendo o período de novembro a março o mais chuvoso, quando ocorrem mais de 50% do total das precipitações. O período mais seco está compreendido entre os meses de junho a agosto (ROCHA, 2009). A evaporação média anual alcança 930 mm, tendo uma sazonalidade menos marcante que a precipitação. As maiores taxas de evaporação ocorrem nos meses de agosto a outubro, exatamente quando se registram os menores valores de umidade relativa do ar. O índice de insolação anual atinge cerca de 1.800 horas. As temperaturas mostram-se elevadas durante todo o ano, sendo que no inverno, a média é de 19º C, e no verão, esse valor é de 26º C (ROCHA, 2009). 1.3- Vegetação A cobertura vegetal da Bacia do Rio Doce representou outrora, uma das mais exuberantes florestas de Mata Atlântica do Brasil. Atualmente, quase inexistem vestígios da primitiva vegetação, devido ao desmatamento desenfreado e predatório, quer por utilização da madeira como lenha, quer para plantio de café, agropecuária e lavoura de subsistência, ou mesmo para a fabricação de dormentes, necessários à construção da EFVM (DNOS, 1982). A área de Mata Atlântica é ocupada em sua maior parte por florestas estacionais semideciduais, que têm como característica principal a dupla estacionalidade climática, ao perderem parte das folhas (0 a 50%) nos períodos secos; florestas estacionais deciduais, que ocorrem em grandes altitudes e baixa temperatura, caracterizadas pela definição de duas estações: uma seca e outra chuvosa, sendo a primeira mais prolongada e que geralmente ocorrem nos terrenos de maior declividade e nos topos das montanhas; matas ciliares dos cursos d'água; e capoeirões, capoeiras e capoeirinhas, que correspondem a diferentes estágios da sucessão natural que recobrem todo o leste mineiro, com maiores extensões na direção sul/sudeste, além dos vales dos rios Paranaíba, Grande e seus afluentes (TEIXEIRA et al. 2007). São espécies comuns nesse dossel, perobas, guatambus, angicos, angelins, jacarandás e cedros, entre outras. Na submata, são comuns as canelas e araçás. Nos ambientes abertos, com grande penetração de luminosidade, é comum encontrar carobas, açoita-cavalos e pau-de-tamanco (COSTA et al. 1998). Atualmente, a vegetação nativa predominante é representada por capoeiras em estágio inicial e médio da sucessão natural, conforme denominação apresentada pelo Instituto Estadual de Florestas- IEF. Essa formação vegetal ocorre em pequenos fragmentos dispersos na área de influência, geralmente em encostas menos declivosas e áreas de pastagens que foram abandonadas. Possuem porte e fisionomia variável de acordo com as condições do terreno. Normalmente são baixas e homogêneas, suas árvores são de diâmetros reduzidos e com muitas ramificações. A densidade de espécies arbóreas dominantes é baixa (GOMBOSSY, 2007). 1.4- Hidrografia O estado de Minas Gerais possui um dos maiores potenciais hídricos do país. Cerca de 90% de sua área são drenados por cinco grandes bacias: São Francisco, Grande, Paranaíba, Doce e Jequitinhonha. Os 10% restantes são drenados por dez bacias que abrangem pequenas áreas (SEMAD, 1998). Associada a essa riqueza hídrica, a capacidade instalada de energia elétrica no Estado é de 11.031.259 KW, dos quais 20,3% correspondem à energia hidrelétrica, respondendo ele por 19,3% do total de energia hidrelétrica produzida no Brasil (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 1998). Com a promulgação da chamada Lei das Águas pelo Governo Federal, foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos- PNRH, que criou então, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A partir de então, foram criados os Comitês de Bacias Hidrográficas- CBH, descentralizando as decisões, e permitindo que a gestão das águas fosse feita de forma compartilhada. Assim, foi criada a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, abrangendo uma área de aproximadamente 83.500 Km², e que foi dividida em sete regiões hidrográficas. O município de Governador Valadares, onde está instalada a UHE Baguari, pertence à região hidrográfica DO4, cujo rio principal é o Suaçui Grande (TEIXEIRA, 2007). A extensão do rio Doce é de 853 km, desde suas nascentes até a foz, no Oceano Atlântico. As principais estão na Serra da Mantiqueira e no Complexo do Espinhaço, em Minas Gerais. O seu curso d'água principal nasce na Serra da Mantiqueira, no município de Ressaquinha, a uma altitude aproximada de 1.220 m, onde recebe o nome de rio Piranga, até a confluência com o rio do Carmo, a jusante das cidades de Ponte Nova, quando então passa a ser chamado de rio Doce (ROCHA, 2009). Até a divisa com o estado do Espírito Santo, seus principais afluentes são, pela margem direita, os rios Chopotó, Casca, Matipó, Cuieté e Manhuaçu; e pela margem esquerda, os rios do Carmo, Piracicaba, Santo Antônio, Corrente Grande e Suaçuí Grande (CAMPOS, 2002). O trecho do alto rio Doce vai das nascentes até a foz do rio Piracicaba. Parte do trecho nessa região é caracterizada por um relevo bastante acidentado, com declives acentuados, passando a moderado nos seus últimos 140 km, com cachoeiras localizadas, como a Dos Óculos, Do Jacutinga e Do Inferno (ROCHA, 2009). O trecho do médio rio Doce está situado entre a foz do rio Piracicaba e a barra do rio Manhuaçu, junto à cidade de Aimorés. A extensão deste percurso é de 267 km, com a contribuição de importantes afluentes e o aumento considerável de sua vazão. Da foz do rio Piracicaba até a cachoeira de Baguari, a declividade do rio é pouco acentuada e as margens são baixas, sendo comum o aparecimento de ilhas. A partir dessa cachoeira, reinicia-se a declividade acentuada do rio, com a ocorrência de inúmeras corredeiras (DNOS, 1982). O trecho do baixo rio Doce começa na barra do rio Manhuaçu, em Aimorés, e vai até a foz do rio, na cidade de Regência, no litoral do estado do Espírito Santo (DNOS, 1982). 1.5- Geomorfologia A morfologia característica da região é de ambientes de planície, terraços, e colinosos, esculpidos sobre gnaisses de embasamento cristalino. As planícies e terraços fluviais são dotados de solos aluviais de textura arenosa, areno-argilosa e argilosa, além de coluviões de textura variável, incluindo localmente seixos e blocos, que aliados a uma declividade extremamente fraca (0º a 2º), favorecem o escoamento subsuperficial que está ligado à variação de nível do lençol freático, elevado por ocasião das chuvas (GOMBOSSY, 2007). Os ambientes colinosos possuem morfologia do tipo côncavo- convexo, ora exibindo conjuntos de pequenos anfiteatros afetados por erosão regressiva, ora apenas um grande anfiteatro com processo evolutivo de igual natureza. Os topos das colinas mostram-se modelados em cristas ou arredondados. No primeiro caso, ocorrem associados a vertentes mais íngremes, onde a manifestação da morfogênese (erosão) sobre os fatores pedogenéticos revela-se dominante. As altitudes observadas no domínio das colinas raramente ultrapassam os 300 metros (ROCHA, 2009). De acordo com GOMBOSSY (2007), as principais formações geológicas encontradas na região de alcance do reservatório são: aluviões recentes, que constituem depósitos fluviais inconsolidados formados predominantemente de cascalho e areia fina a grossa, ocasionalmente com silte e argila. São descontinuamente encontradas em ambas as margens e nas ilhas Periquito, Lindolfo, Etelvino, Dimas, Meireles e Bonaparte, localizadas no rio Doce, ocupando áreas maiores apenas em seus meandros e no vale do rio Corrente Grande. Na margem esquerda, esse aluvião não alcança a faixa de domínio da EFVM, e também na área de implantação da UHE Baguari ele não possui importância, razões pelas quais não se dispõe de elementos para sua caracterização mais detalhada. Outra formação encontrada são os terraços aluviais antigos, que de acordo com POPP (1998), são depósitos suspensos nas margens do canal, produzidos por rios ou leques, e são constituídos por material aluvionar mais antigo e em nível mais alto do que o atual da planície aluvionar, que ficou como testemunho de um período da evolução desta planície. A origem desses terraços pode estar ligada às seguintes causas: evolução geomorfológica, mudanças climáticas, processos tectônicos, os quais refletem na mudança de poder erosivo da corrente fluvial devido ao aumento de competência do gradiente topográfico e/ou mudança de nível base, levando à erosão da própria planície, que deixa como testemunhos esses terraços (WINGE, 2001). Os terraços aluviais são uma formação praticamente contínua em ambas as margens do rio Doce, em faixas com largura variável de menos de 100 m a mais de 1 km, ocupando as áreas baixas entre os morros. As localidades de Periquito e Pedra Corrida, na margem esquerda, e de Senhora da Penha, na margem direita, estão situadas sobre este material (GOMBOSSY, 2007). Os solos residuais, também chamados saprolitos, são solos oriundos por intemperismo químico para um material argiloso, variavelmente friável, de cores amarelas a avermelhadas ou em tons de cinza, na dependência da rocha original e do clima, podendo conter quartzo e outros minerais resistentes à alteração e preservando frequentemente, muitas das estruturas da rocha sã que ocorre abaixo (WINGE, 2001). Devido à sua pequena espessura média (2m) e à sua similaridade geotécnica, esses solos estão aqui reunidos em uma única classificação. Eles são predominantemente silto-arenosos a arenosos, pouco micáceos, não plásticos, de textura fina e coloração entre marrom rosado e cinza esbranquiçada. Como nos solos coluvionares, sua distribuição em área é também descontínua, ocupando ora os flancos das colinas, ora todas elas, favorecendo nestes casos, a intensa atuação dos processos erosivos laminares (GOMBOSSY, 2007). Outra formação encontrada são os maciços rochosos, também chamados de gnaisses. São rochas metamórficas essencialmente quartzo- feldspáticas, de granulação variando frequentemente de média a grossa, com uma estrutura variável, indo desde maciça granitóide com foliação dada pelo achatamento dos grãos, até bandada, sendo estas bandas geralmente milimétricas a centimétricas, alternadas com bandas mais máficas, derivadas de processos de segregação metamórfica que culminam em rochas migmatíticas (WINGE, 2001). Ocasionalmente, pode conter faixas de concentração de biotita e/ou de anfibolitos concordantes com a foliação. Suas exposições são relativamente freqüentes em cortes ao longo da rodovia BR 381, nas proximidades da UHE Baguari (GOMBOSSY, 2007). 2- REVISÃO DE LITERATURA A bacia hidrográfica do rio Doce, no seu todo ou em trechos específicos, tem sido objeto de estudos. Alguns foram executados sob a ótica do aproveitamento energético, outros, avaliando usos específicos (navegação, por exemplo), ou ainda visando potencialidades de uso múltiplo, como turismo de aventura e lazer (EPE, 2005) Em termos de potencial hidrelétrico, a bacia do rio Doce tem uma expressiva capacidade de geração de energia elétrica, com 1786,5 MW instalados em 73 Pequenas Centrais Hidrelétricas- PCHs e com 1133 MW em 8 UHE's, e cerca de 3600 MW planejados em diversos estágios de estudos em desenvolvimento. Além destes, existe um potencial remanescente de 106 MW, potencialmente aproveitáveis por PCH's (EPE, 2005). O atual cenário do setor elétrico brasileiro, tendo em vista a crescente demanda do mercado consumidor de energia elétrica, propicia a análise de empreendimentos próximos a grandes centros consumidores (SERRA, 1989). O aproveitamento hidrelétrico da UHE Baguari foi construído na cachoeira de Baguari, no médio curso do rio Doce, a 322,3 Km à montante de sua foz e o seu eixo de barramento cruza o rio, imediatamente à jusante da corredeira Pedra Bonita, nas coordenadas N 7.894.200 – E 802.800 (GOMBOSSY, 2007). A usina possui capacidade geradora de 140 MW de energia limpa, e com esse potencial é capaz abastecer uma cidade de 500.000 habitantes. Em seu processo de geração de energia, são utilizadas quatro turbinas do tipo bulbo, com potência de 35 MW cada uma, que asseguram à UHE Baguari a produção de 80,2 MW médios. Como referencial de informação, a Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, tem uma capacidade instalada de geração de 14 GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada uma. Isso significa que, uma turbina de Itaipu, gera a mesma quantidade de enrgia elétrica que toda a Usina de Baguari (LACOMBE, 2010) (FIGURA 1). FIGURA 1- Corte longitudinal de uma turbina tipo bulbo FONTE- www.skyscrapercity/UHE Sto. Antônio e Jirau. Acesso em 11.07.2010 Ao se optar pela instalação das turbinas tipo bulbo na UHE Baguari, levou-se em conta que esse tipo de turbina permite uma redução na área alagada, contribuindo assim para a minimização dos impactos ambientais causados por empreendimentos dessa natureza, e também porque esse tipo de turbina, é indicada para represas que possuem pequenas quedas d'água. As turbinas do tipo bulbo, são as mesmas utilizadas nas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, as duas primeira usinas do rio Madeira, no estado de Rondônia (PENHA, 2010). MENDONÇA et al. (1985), afirmam que a construção de barragens rompe o equilíbrio natural existente na região de sua localização. Consideram que identificar todas as conseqüências de mudanças climáticas globais e alterações climáticas decorrentes da implantação de uma barragem é um processo muito complexo, pois empreendimentos deste tipo passam a causar inúmeros efeitos; entretanto enumeram as seguintes áreas como as mais atingidas por um grande reservatório: hidrologia, biologia, geologia, clima, paisagismo, recreação, turismo, industrialização, poluição, habitação, relações humanas e recomposição do meio ambiente. Quanto aos efeitos hidrológicos decorrentes da implantação de uma hidrelétrica, os impactos físicos mais comuns são a diminuição da correnteza do rio alterando a dinâmica do ambiente aquático. Com isso, o fluxo de sedimentos é alterado, vindo a favorecer a deposição deste no ambiente lótico. A temperatura do rio também é modificada, tendendo a dividir o lago da represa em dois ambientes: um onde a temperatura é mais baixa (o fundo do lago) e outro onde a temperatura é mais alta (superfície do lago). Este fato repercute, também, em outros impactos uma vez que com essa disposição há pouca mistura na água do ambiente represado, criando condições anóxicas e favorecendo a eutrofização do mesmo, bem como a ocorrência de reações químicas que geram compostos nocivos ao interesse humano, sendo estes os principais impactos químicos observados (SOUSA, 2000). Os impactos biológicos ocorrem principalmente durante a construção dessas usinas, quando afetam a fauna e a flora local. O represamento da água contribui para esta destruição, fazendo com que diversas espécies fiquem submersas e morram. Aqueles animais que conseguem fugir acabam saindo de seu habitat natural precisando se adaptar em novos lugares. Em relação às espécies da ictiofauna, o represamento faz com que umas proliferem mais do que outras, e para aquelas espécies que fazem a piracema, precisam se utilizar das escadas que são construídas nas barragens, para que esses peixes possam circular. O represamento também gera um excesso de nutrientes culminando na eutrofização das águas e aumentando a proliferação de macrófitas e de microorganismos. Estes, além de poluir, trazem conseqüências negativas aos homens (HERTHEL, 2009). O principal impacto geológico decorrente da implantação de uma hidrelétrica, segundo BERMANN (2007) é o aumento do volume de água no reservatório formado, com conseqüente pressão sobre o solo e subsolo pelo peso da massa de água represada, que em áreas com condições geológicas desfavoráveis (por exemplo, terrenos cársticos), podem provocar sismos induzidos. Quanto ao clima, segundo LIMBERGER et all. (2008), as ações antrópicas alteram sim os diferentes climas do mundo, inicialmente em escalas locais, mas também interferindo na escala regional e até zonal. No caso específico das usinas hidrelétricas, os resultados observados são sobre o clima e aspectos geomorfológicos. As alterações paisagísticas causaram profundas perdas de biodiversidade, com a extinção de numerosas espécies faunísticas. As manchas mais expressivas de floresta estacional semidecidual observadas na Área de Influência- AI, da UHE Baguari são a mata da Ilha Bonaparte, e a mata localizada em uma fazenda, no município de Sobrália. A primeira está situada na Área Diretamente Afetada- ADA, e a segunda, na Área de Influência- AI (CBH- Rio Doce, 2010) (ANEXO 1). Conforme Djalma (1982), a UHE Baguari tem as seguintes caracterizações: quanto a altura da queda, está enquadrada como uma usina de baixa queda, porque sua altura é inferior à 30m; quanto à função, é classificada como uma usina de base, porque mantém sua capacidade de geração firme durante todo o tempo de operação, o que significa que a usina trabalha com plena carga práticamente durante todo o ano; quanto ao plano de aproveitamento da fonte de pontecial hidráulico, ela é classificada como usina à fio d'água com reservatório, já que possui uma área alagada de 16,06 Km², sem contudo possuir a capacidade de regularização da vazão do rio Doce, e por esse motivo, na época das chuvas, quando o nível do rio Doce tem seu volume aumentado, não poderão ser evitadas enchentes nas cidade situadas à jusante da usina e quanto ao tipo de aproveitamento, está classificada como de aproveitamento conjugado, pois a casa de força está localizada junto ao barramento. Para se implantar a usina, houve a necessidade de fazer um desmate na área a ser inundada, pois, baseado em experiências anteriores, dessa maneira evitam-se problemas de eutrofização, demanda de O2 e assoreamento (FIGURA 2). Métodos como "afogamento" da mata ciliar existente, ou mesmo a queima, são proibidos atualmente pela legislação ambiental. Estudos mostram que, no primeiro caso, há um aumento da eutrofização provocada pela deteriorização da massa orgânica. No segundo, as cinzas resultantes da queima, tornam o solo fértil, o que faz a vegetação crescer com mais vigor (BRANCO 1987). FIGURA 2- Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Baguari FONTE: Consórcio UHE Baguari. 2009 Mesmo não sendo considerada de grande porte, a instalação da UHE Baguari seguiu Estudos de Impactos Ambientais- EIA, que originaram relatórios de Impactos Ambientais- RIMA. Para liberar a Licença de Instalação- LI e a Licença de Operação- LO, o Conselho Estadual de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais- COPAM baseou-se no Plano de Controle Ambiental e Monitoramento Hidrogeológico e de Taludes Marginais- PCA-BAG- 016, elaborado pela empresa Quatro Consultoria Ambiental (GOMBOSSY, 2007). 3- METODOLOGIA O primeiro contato com o empreendimento surgiu a partir de uma visita técnica feita ao canteiro de obras da UHE Baguari, quando então pôde ser visualizado todo o alcance da usina. Durante essa visita, foi feita uma palestra, proferida pela assessora de comunicação do Consórcio Construtor de Baguari, que passou todas as informações a respeito do funcionamento da Usina, bem como alguns aspectos sociais decorrentes de sua implantação. Foram utilizadas neste trabalho de pesquisa, visitas técnicas, observações diretas, palestras e entrevistas semi-estruturadas, bem como um amplo registro fotográfico, onde foram colhidas fotos antes, durante e depois da formação do lago, e que mostram aspectos da mudança hidrológica e visual ocorrida na região. Sendo assim, essas fotos têm caráter documental, pois registram paisagens que não mais serão vistas (ANEXOS 2 e 3). Conforme consta no PCA-BAG-016 da usina, deve-se fazer um monitoramento dos lençóis d'água na região de implantação do empreendimento, e para isso, foram instalados medidores de níveis piezométricos, também chamados piezômetros, tanto à montante quanto à jusante do barramento. Sua função é acompanhar as movimentações hídricas ocorridas nos lençóis d'água subterrâneos localizados no entorno do lago de 16,05 Km² formado a partir do represamento do rio Doce, e que veio a atingir direta ou indiretamente os municípios de Governador Valadares, Periquito, Alpercata, Fernandes Tourinho, Sobrália e Iapu. Esse plano, elaborado pela empresa Quatro Consultoria Ambiental em Março de 2006, é constituído de 38 programas, sendo que nove são para o meio físico, quinze para o meio biótico e quatorze para o meio socioeconômico. Esse monitoramento é um dos nove que foi determinado para o meio físico e foi dividido em três fases distintas, assim classificadas: a primeira, de pré-enchimento; a segunda, durante o enchimento do reservatório; e a terceira, de pós-enchimento. FIGURA 3- Piezômetro aberto. Detalhe interno do tubo de PVC FONTE- Arquivo pessoal. 2009 Os piezômetros são medidores de nível d'água no lençol freático, da pressão neutra interna do solo e das pressões em junta. O termo piezômetro é usado para indicar um dispositivo que é selado no interior do subsolo para responder a variação da pressão do subsolo, ao redor dele e isolado de outros estratos. Medidores de nível d'água são utilizados para controle da estabilidade dos maciços, tais como aterros, barragens, túneis, taludes naturais ou escavações, bem como na estabilidade das estruturas de concreto em barragens e lajes (YASSUDA, 2008). São basicamente constituídos por uma tubulação metálica ou em PVC, que é instalada no interior de um furo de sondagem. O tubo é perfurado no local onde se deseja conhecer a pressão ou o nível d'água (FIGURA3). Com sua instalação, foi possível também a obtenção de uma amostragem e classificação das camadas geológicas atravessadas durante os trabalhos de perfuração e instalação, bem como ensaios de infiltração e obtenção de parâmetros geotécnicos, tais como densidade, compacidade, peso específico e permeabilidade. Para instalá-los, foram levadas em conta condicionantes naturais e operacionais, eliminando assim, interferências de fatores indesejáveis, fazendo com que a interpretação dos dados obtidos seja um reflexo fiel do momento hidrológico do lençol d'água. Entre as condições para escolha dos locais de instalação, temos: homogeneidade do aqüífero; inexistência de barreiras impermeáveis ou permeáveis, para que não haja mudanças bruscas de espessura e que a geologia de superfície e subsuperfície sejam bem conhecidas (FIGURA4). FIGURA 4- Instalação de piezômetro com sondagem SPT FONTE- Gombossy, 2007 Para se instalarem esses piezômetros, foram feitos estudos baseados na sondagem "Standard Penetration Test"- SPT, que significa em português "ensaio de penetração padrão". Esse tipo de sondagem é um processo de exploração e reconhecimento do subsolo utilizado na engenharia civil, para fornecer subsídios que irão definir o tipo e o dimensionamento das fundações que servirão de base para uma edificação. Com esse tipo de ensaio, as principais informações obtidas são: a identificação das diferentes camadas de solo que compõe o subsolo; a classificação dos solos de cada camada; o nível do lençol freático e a capacidade de carga do solo em várias profundidades. Ao se perfurar o solo para se instalar os medidores, os ensaios SPT necessitaram em média, de 20 a 40 golpes. Para atravessar as camadas de areia fina a média, areia média a grossa, silte arenoso, silte pouco arenoso e silte areno-argiloso, foram necessários menos de 10 golpes em média. Para alcançar a rocha alterada e blocos de quartzo, foram necessários mais de 50 golpes. Como critério adicional, foi definido que os furos seriam conduzidos até alcançar o nível da água ou a rocha, o que ocorresse primeiro. O fundamento disso é que, no rigoroso período seco em que os medidores foram implantados, o nível da água esteve em sua maior profundidade. Com as chuvas, e principalmente com o enchimento do reservatório, ele sempre ficará acima de onde esteve durante as perfurações. Do ponto de vista operacional, deve ser observado principalmente o aspecto da acessibilidade ao local de instalação. No caso da UHE Baguari, foram instalados 14 piezômetros em ambas as margens do rio Doce, sendo que seis na margem direita e oito na margem esquerda. Os trabalhos de sondagem, perfuração e instalação foram desenvolvidos pela empresa DOMUS Engenharia Consultiva e Projetos Geotécnicos Ltda., a qual foi contratada pelo Consórcio UHE Baguari para esta finalidade. Esses medidores estão assim distribuídos: Os piezômetros nº 9, nº 7, estão à jusante do barramento, os de nº 5, nº 3, nº 11 e nº 1 estão à montante. Todos esses, localizados na margem direita. Na margem esquerda, estão instalados os piezômetros nº 8, que está à jusante, e os nº 6, nº 12, nº 13, SP 7, SP 20, nº 4 e nº 2, que estão à montante das comportas da usina. Com referência aos municípios em que estão localizados esses medidores, o nº 8 está localizado em Governador Valadares, no distrito de Baguari; o nº 6 no município de Iapu; o de nº 2 no município de Periquito. Os piezômetros nº 4, SP 20, SP 7, nº 13 e nº 12, na localidade de Pedra Corrida, que pertence ao município de Periquito. Os piezômetros de nº 9 e nº 7 estão localizados na cidade de Governador Valadares; o nº 5 e nº 3 estão sob jurisdição do município de Fernandes Tourinho, e o nº 1 e o nº 11, na localidade de Plautino Soares, no Município de Sobrália (FIGURA5). FIGURA 5- Localização de piezômetros nº 8 e nº 7, destacados em amarelo FONTE- Gombossy. 2009 Em geral, esses medidores estão instalados em propriedades rurais particulares, e para esse critério, levou-se em conta que, assim eles estariam protegidos de vandalismo, passagem de animais, veículos e mesmo pessoas estranhas ao ambiente, dispensando assim, uma proteção específica nesse sentido. Outros medidores estão instalados ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas, operada pela empresa Vale (FIGURA6). Para se efetuar a medição dos níveis piezométricos, foi utilizado o aparelho medidor de nível elétrico. Esse equipamento pode ser manual ou automático. Nesse trabalho de monitoramento, foi utilizado um aparelho manual elétrico. Esse medidor é constituído basicamente por um cabo elétrico graduado que fica ligado a uma fonte, tendo na outra extremidade um eletrodo que, ao tocar na superfície da água, fecha o circuito e aciona um dispositivo de alarme, que emite um sinal luminoso ou um sinal sonoro intermitente. Como a graduação do cabo é feita de metro em metro, as frações intermediárias (cm), são medidas com o auxílio de uma fita métrica ou trena. Essa operação não exige um grande número de pessoas para ser efetuada, podendo ser feita por apenas um operador. Esse mesmo operador pode fazer as medições e dirigir o veículo, que preferencialmente, deve ser tracionado, devido às condições precárias das estradas que levam aos pontos onde estão instalados os piezômetros, e que se agravam em virtude das chuvas. O acesso a todos os pontos é feito através de estradas de chão. FIGURA 6- Piezômetro instalado junto à porteira FONTE- Arquivo pessoal- 2009 Chegando ao local onde se encontra o medidor, este é devidamente identificado, já que todos têm uma placa na qual está o seu número, e sua profundidade, bem como o nome da empresa que os perfurou, nesse caso, a empresa DOMUS Engenharia Consultiva e Projetos Geotécnicos Ltda., que foi contratada pelo consórcio UHE Baguari, para executar sua instalação. Em seguida, ele é aberto (todos têm cadeado para evitar violação), e introduz-se em seu interior, o eletrodo do aparelho medidor de nível elétrico. Este, ao tocar o nível da água, irá emitir um sinal sonoro intermitente. Essa medida é então anotada em uma caderneta de campo, bem como à hora em que foi feita (FIGURA 7). Para um melhor controle, o eletrodo é desligado e liberado para alcançar a base do poço, quando é feita a leitura de sua profundidade. Essa medida, apesar de ser registrada não é levada em conta para fins de avaliações geológicas e hidrológicas, tendo em vista que o tubo é selado no interior da rocha, não permitindo a penetração de materiais mais grosseiros em seu interior. FIGURA 7- Aparelho medidor de nível elétrico. Detalhe do eletrodo sendo introduzido no interior de um piezômetro FONTE- Arquivo pessoal. 2009 . Para que fosse possível a realização desse trabalho de pesquisa e levantamento, foram envolvidos vários profissionais multidisciplinares, e que tiveram uma relação direta com esse trabalho. Entre eles, o Analista Ambiental da UHE Baguari, responsável direto em receber os dados aferidos durante o processo de monitoramento, e que passava toda a orientação com relação às datas e períodos em que as medições deveriam ser feitas. Um Tecnólogo em Meio Ambiente também esteve presente, e passou todas as informações relativas ao processo operacional. Outro profissional envolvido foi o Engenheiro Florestal diretor da empresa Ingá Engenharia e Consultoria, com a qual o Consórcio Construtor de Baguari fez o contrato para realização das leituras piezométricas. Ao Geólogo da empresa GEOEMP- Geologia e Empreendimentos, coube a recepção dos dados, elaboração de gráficos e do parecer final quanto ao desenvolvimento do processo de reacomodação dos lençóis d'água, e quanto à detecção de alguma anormalidade. A primeira fase, também chamada de pré-enchimento, iniciou- se em Outubro de 2008, quando começaram as obras de construção da Usina. A importância da tomada das leituras nesse período, é que foram efetuadas com pelo menos um ano e meio antecedência da entrada de operação do empreendimento, garantindo o registro dos níveis piezométricos sem as influências produzidas pela represa, contando apenas com as variações decorrentes do regime pluviométrico. Essa fase terminou com as leituras efetuadas em 15.06.2009, e constou de leituras mensais, e com algumas leituras diárias. A segunda fase ocorreu durante o enchimento do reservatório e se prolongou por alguns meses, terminando em 10.12.2009. Nessa fase foram feitas leituras diárias, a partir da data em que as comportas da represa foram fechadas, no período de 08.07.2009 a 23.07.2009; leituras semanais, no período de 02.08.2009 a 31.10.2009, e leituras quinzenais, no período de 14.11.2009 a 10.12.2009. A terceira fase de leituras iniciou-se em 05.01.2010, indo até julho de 2010, com leituras mensais. Isso porque, decorrido um ano após o fechamento das comportas da Usina, o processo de reacomodação dos lençóis d'água subterrâneos e demais corpos hídricos, já devem estar estabilizados. 4- RESULTADOS Como todo empreendimento na área de energia elétrica, mesmo não sendo de grande porte como as usinas de Itaipu Binacional e Tucuruí, a UHE Baguari gerou impactos positivos e negativos, nos campos sociais, econômicos, visuais, como também na biodiversidade. No campo social, pôde-se observar que houve um aumento no fluxo do trânsito, tanto de pessoas, quanto de veículos, e que a inclusão digital alcançou a população local. Constatou-se também o aumento dos índices de incidência do consumo de drogas, e a prática de pequenos delitos. Psicologicamente, muitos moradores sentiram-se afetados, principalmente em relação ao "saudosismo", devido à perda de benfeitorias, já que parte de suas histórias estariam submersas apesar da construção de um novo bairro, criado para realocá-los (FIGURA 8) FIGURA 8- Casa demolida em área passível de alagamento FONTE- Arquivo pessoal. 2009 FIGURA 9-- Vila construída para realocação de atingidos pela usina FONTE- Arquivo pessoal. 2009 O bairro, com casas modernas, dotadas de infra-estrutura e saneamento básico, foi criado em decorrência do processo de desapropriação de casas que estavam localizadas às margens do rio Doce, e que estariam em áreas passíveis de alagamento, devido à elevação do nível do rio, resultante do fechamento das comportas, e que, com a chegada do período das chuvas, poderiam ser agravadas (FIGURA9). Uma quadra poliesportiva e um campo de futebol society foram construídos, além de reformas em escolas e postos de saúde. Algumas estradas foram melhoradas, antenas de telefonia instaladas, gerando uma melhoria na qualidade de vida. No aspecto econômico, verificou-se que houve um incremento na economia local, devido ao aumento do fluxo de pessoas e veículos. Com isso, surgiram novos estabelecimentos comerciais, principalmente pequenos restaurantes, e pequenas pensões, principalmente de cunho familiar. Além disso, constatou-se que os antigos estabelecimentos existentes sofreram algum tipo de melhoria, procurando se adequar à nova situação econômica vivida pelo distrito. Segundo observações colhidas a partir de conversas com moradores, houve muitas reclamações, tanto com referência às indenizações recebidas, como também em relação à situação pesqueira da região, a qual, segundo eles, sofreu uma diminuição quanto ao número de espécies e quantidade de peixes. Afirmaram eles que, antes da implantação da usina, esse número era maior em relação ao período posterior à sua instalação. Atualmente pode-se observar que a partir da construção da represa e a formação do lago, aumentou a quantidade de peixes na região, o que pode ser comprovado ao se trafegar pela BR 381, onde podem ser vistos muitos cidadãos vendendo o fruto da atividade pesqueira às margens da rodovia. Essa escassez inicial foi naturalmente decorrente do processo de implantação da Usina, e que foram normalizados com o restabelecimento dos ciclos reprodutivos das espécies da ictiofauna, já que a usina contempla a migração das espécies representantes com um Sistema de Transposição de Peixes – STP. Entre os impactos visuais observados, observou-se que houve muitos cortes e aterros, necessários para a construção de diques de contenção de água, principalmente na foz do rio Corrente Grande, às margens da rodovia BR 381, onde também foi construída uma nova ponte, já que a existente no local não possuía altura suficiente, podendo ser coberta pelas águas, principalmente nos períodos chuvosos (FIGURA 10) (FIGURA 11). Figura 10- Rodovia BR 381, ponte sob o rio Corrente Grande Fonte- Arquivo pessoal. 2009. Figura 11- Dique de pedra para contenção das águas Fonte- Arquivo pessoal. 2009. Outro impacto visual decorrente foi o desaparecimento de algumas ilhas do rio Doce, como a ilha Bonaparte. A ilha, que submergiu sob as águas do rio Doce, foi desmatada para que não ocorresse a eutrofização do material orgânico, e que poderia vir a comprometer o funcionamento da Usina e também a qualidade da água. Sendo assim, esse ecossistema teve espécies como jacarandás, castanheiras e cedros, arrancados, o que causou um grande impacto na biodiversidade local. A ilha teve preservada apenas alguns exemplares de suas árvores mais altas, para que viessem a servir como ninhais e abrigos das espécies da ornitofauna (ANEXO 3). Observou-se também que houve a diminuição da correnteza do rio, alterando a dinâmica do ambiente aquático. Esse fator é um dos que pode ter contribuído para a alteração da cor da água do rio, que vem se apresentando com uma cor mais clara. Para uma melhor visualização dos resultados obtidos, os dados serão apresentados em gráficos, os quais mostrarão a evolução piezométrica de cada piezômetro, e onde aparecem em destaque, as três fases de medições: a fase de pré-enchimento, que será caracterizada nos gráficos pela cor azul; a fase de medições feitas durante o fechamento das comportas e a conseqüente formação do lago, que estará caracterizada pela cor vermelha; e a fase seguinte, do período de pós-enchimento, que estará caracterizada pela cor verde. Algumas séries de tomadas não puderam ser completas, em virtude do difícil acesso aos medidores, devido às fortes chuvas que caíram na área em que os mesmos estão instalados, que deixaram as estradas intransitáveis. Os dados serão mostrados primeiramente por margem, e também por sua localização em relação às comportas da usina, ou seja, à montante ou à jusante do barramento. Vale ressaltar que, quanto maior for o nível piezométrico, significa que o lençol d'água está mais vazio. Avaliaremos então, a evolução dos piezômetros localizados na margem direita. Sendo assim, o piezômetro nº 1 apresentou a seguinte evolução: Na primeira tomada de medidas, apresentou 11,5 m, chegando a um nível mínimo de 9,52 m no período de chuvas de 2008/2009, aumentando com o fim da estação chuvosa. Durante a fase de enchimento do reservatório, o medidor se comportou de maneira estável, não apresentando grandes variações Na fase seguinte, apresentou dois picos de aumento, e um pico de redução, chegando a 9,2m, sendo que logo em seguida, voltou a aumentar. Está localizado no ponto mais à montante do barramento da usina. Pode-se observar que não voltou a alcançar os níveis da primeira fase de medições. O piezômetro nº 11 apresentou a seguinte evolução: Na primeira medição, o piezômetro apresentou 11,92 m. Com a chegada do período chuvoso de 2008/2009 diminuiu e alcançou um nível piezométrico de 8,31m e que voltou a se normalizar durante a fase de enchimento. A partir do final dessa fase, manteve uma evolução negativa, chegando até a altura de 8,82 m. Esse piezômetro está localizado abaixo do nº 1, sendo o segundo mais à montante do barramento. Seus níveis piezométricos não voltaram aos apurados na primeira medição, mantendo-se diminutos desde o fechamento das comportas da represa, apresentando um pequeno aumento atualmente, em virtude do período de estiagem. O piezômetro nº 3, localizado à montante, em frente ao distrito de Pedra Corrida, na margem oposta, apresentou a seguinte variação: Em sua primeira medição, apresentou 16,43 m de nível piezométrico. Em consequência do período chuvoso de 2008/2009, apresentou uma elevação para um mínimo de 13,31 m, retornando níveis próximos aos iniciais com o fim deste. Durante a fase de enchimento do lago, pode-se notar que houve uma evolução constante e negativa, que evoluiu de 15,58 m até os atuais 12,62 m. O piezômetro nº 5 apresentou a seguinte variação: Em sua primeira medição, feita em 2008, apresentou 12,73 m. Com o início do período das chuvas, diminuiu e alcançou um nível piezométrico de 10,46 m, que retornou a níveis parecidos com os apresentados no início dos trabalhos, devido ao fim do período chuvoso. Ao se iniciar o período de fechamento das comportas e a formação do lago, estava com 12,29 m e apresentou uma evolução negativa que não retornou aos níveis iniciais, com uma diminuição vertiginosa durante a fase de enchimento, e se estabilizando na terceira fase, mantendo uma média de 9,00 m. Esse piezômetro está localizado à montante das comportas da usina, sendo o que está mais próximo da mesma. O piezômetro nº 7 apresentou a seguinte evolução: Esse piezômetro é o primeiro localizado à jusante do barramento. Em sua primeira tomada de medidas, apresentou 2,88 m de nível piezométrico. Em seguida, apresentou uma redução para um pico de 1,78 m durante o período chuvoso de 2008/2009. Após esse período apresentou uma tendência de aumentar e voltar aos níveis iniciais, mesmo durante a fase de enchimento do reservatório. Somente no período chuvoso de 2010 voltou a apresentar nova diminuição, chegando a 2,06 m. Atualmente, com o fim do período de chuvas, voltou a apresentar um novo aumento. O piezômetro nº 9, localizado à jusante, ainda no município de Governador Valadares, apresentou a seguinte evolução: Na primeira medição, apresentou 3,63 m de nível piezométrico, que se diminuiu até 3,20 m no período chuvoso, alternando momentos de elevação e de retração. Durante a fase de enchimento, apresentou uma evolução positiva, que persistiu durante parte da fase de pós-enchimento. Durante o período chuvoso de 2009/2010, apresentou um nível mínimo de 3,21 m, ocorrido durante o período chuvoso de 2009/2010, e que apresenta tendência a aumentar. Esse piezômetro é o mais à jusante do barramento. Avaliaremos agora, as evoluções ocorridas nos piezômetros localizados na margem esquerda do rio Doce. Assim, o piezômetro nº 2, que está localizado no ponto mais à montante do barramento, apresentou a seguinte evolução: A primeira medição efetuada apresentou 4,58 m de nível piezométrico. Ao se iniciar o período das chuvas de 2008/2009, diminuiu ao nível de 1,73 m, e que tornou a aumentar com o fim do mesmo. Durante o período de enchimento do reservatório, continuou a apresentar ligeiro aumento. No final desta fase, mostrou uma evolução negativa constante, chegando a um nível mínimo de 1,70 m no período das chuvas de 2009/2010. Ao final desse período chuvoso, voltou a apresentar níveis maiores, todavia distantes dos números obtidos nas primeiras medições O piezômetro nº 4, localizado à montante do barramento, no cais do distrito de Pedra Corrida, apresentou a seguinte evolução: Na primeira tomada de medidas, apresentou 6,22 m de nível piezométrico. Durante o período chuvoso de 2008/2009, alcançou um pico mínimo de 3,85 m, e em seguida voltou a aumentar, chegando aos níveis iniciais. A partir do fechamento das comportas da usina, houve uma redução brusca, durante todo esse período, quando alcançou um pico de 3,51 m. Essa evolução negativa continuou, mesmo após o período anterior. Durante a fase pós-enchimento, e com o período chuvoso de 2009/2010, alcançou um nível mínimo de 3,1m. O piezômetro SP 20, localizado à montante da usina, às margens da ferrovia, também no distrito de Pedra Corrida, apresentou as seguintes medidas: Em sua primeira medição, mostrou um nível piezométrico de 6,55 m. Com o início das chuvas do verão de 2008/2009, alcançou um nível mínimo de 5,27 m, que apresentou a tendência de aumentar e voltar aos níveis iniciais com o fim desse período. Durante a fase de enchimento, permaneceu de maneira estável, com média de 5,9 m. Ao se iniciar a terceira fase, apresentou uma curva com pequena diminuição e retração. No período chuvoso de 2009, apresentou um nível mínimo de 5,20 m, e se manteve estabilizado nessa faixa. O piezômetro SP 7, também localizado à montante das comportas, às margens da Ferrovia, no distrito de Pedra Corrida, apresentou a seguinte evolução: Esse piezômetro apresentou a seguinte evolução: Durante a primeira fase, apresentou a medida de 9,06 m, que é a medida de sua profundidade, ou seja, estava totalmente seco. Ao final da fase de enchimento, apresentou um redução desse nível, alcançando 8,69 m. A partir dessa medida houve uma evolução sensível, que alcançou um nível mínimo de 7,72 m no período das chuvas de 2009. O piezômetro nº 13, localizado à montante do barramento, às margens da ferrovia, também em Pedra Corrida, apresentou a seguinte evolução: Ao se iniciarem os trabalhos de monitoração dos piezômetros, ele apresentou 12,58 m. Durante o rigoroso período chuvoso de 2008/2009, apresentou um nível mínimo de 9,26 m, que tendeu a aumentar com o fim do mesmo. Durante o fechamento das comportas da represa, alcançou um nível mínimo de 11,73 m e a partir daí, apresentou uma evolução para níveis mínimos de 8,06 m no período chuvoso de 2009, com tendência a estabilização nesse patamar. O piezômetro nº 12 está localizado à montante das comportas, junto à cerca do cemitério de Pedra Corrida. Durante as medições, constatou-se que em seu interior, havia a proliferação de matéria orgânica, pois quando o eletrodo do aparelho medidor era retirado do interior, saía envolto em raízes. O local é cercado por uma plantação de eucaliptos. Esse piezômetro apresentou 16,20 m de níveis piezométricos em sua primeira medida. Com o início das chuvas, diminuiu e chegou aos 13,24 m, apresentando tendência a aumentar no final do mesmo. Com o início da fase de enchimento, apresentou uma crescente diminuição. Devido á proliferação de matéria orgânica em seu interior, os dados se apresentam bastante imprecisos, mas na parte final dessa fase, mostrou uma estabilização na faixa de 12,00 m. O piezômetro nº 6 é o que está localizado nas mais perto das comportas da usina, à montante, de frente para onde outrora havia a Ilha Bonaparte. No início dos trabalhos de medições, apresentou 7,63 m de níveis piezométricos. Ao se iniciarem as chuvas de 2008/2009, apresentou uma redução para 7,31 m, que voltou a evoluir para números próximos aos iniciais, se estabilizando durante até a metade da fase de enchimento, quando então, passou a apresentar uma evolução constante para níveis mínimos, chegando ao nível de 6,70 m, no período das chuvas de 2009. Por fim, o piezômetro nº 8, que está localizado à jusante do barramento, no distrito de Baguari, apresentou as seguintes medidas: Ao se iniciarem as monitorações, apresentou 2,98 m de nível piezométrico, atingindo 1,7m de nível mínimo com a chegada das chuvas do verão de 2008/2009. Ao final destas, aumentou e se manteve estável durante toda a fase em que as comportas da usina foram fechadas, inclusive com tendência a aumentar. No período chuvoso de 2009, alcançou um nível mínimo de 1,76 m, mas já apresenta tendência a aumentar devido à estiagem. Analisando os gráficos, conclui-se que os piezômetros nº 7, nº 9 e nº 8, localizados à jusante, tiveram seus níveis piezométricos diminuídos apenas nos períodos chuvosos, tornando a se elevar ao fim destes e não apresentando relação com a formação do lago. Os piezômetros localizados à montante das comportas da represa tiveram seus níveis piezométricos diminuídos, a partir do fechamento das comportas, com níveis menores ainda, durante os períodos de chuvas. Um piezômetro apresentou uma movimentação singular, pois se manteve totalmente seco durante o primeiro período de medições, e com a formação do lago, mostrou indicativos de que a água havia se infiltrado em seu interior, que perdurou durante a última fase, com picos menores também durante o período das chuvas. 5- CONCLUSÃO Verificou-se que a construção da Usina Hidrelétrica de Baguari influenciou na variação dos níveis piezométricos dos lençóis freáticos, principalmente nos localizados à montante, e com pouca variação à jusante. Quanto aos recursos naturais, observou-se a supressão da cobertura vegetal, com conseqüente perda da fauna, e ainda a influência nos ambientes edáficos, considerando intensa movimentação dos solos, bem como nos ambientes lêntico e lótico. Foram verificados diferentes níveis de interferência nos aspectos sociais e econômicos, tanto favoráveis quanto desfavoráveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANCO, M. Samuel e Rocha A. Aristides- Poluição, Proteção e Usos Múltiplos de Represas. 1ª edição. São Paulo: Ed. Edgard Blucher Ltda., 1987. BERMANN, Célio. Impasses e controvérsias da hidroeletricidade. Estud av., jan/abr. 2007, vol.21, no.59, p.139-153. CAMPOS, Adolpho- Rio Doce- 500 Anos. [s. d.] Governador Valadares: 2002. CARVALHO, F. Djalma- Usinas Hidrelétricas- Turbinas. Belo Horizonte, Fumarc/PUC. MG. 1ª edição. 1982. CBH Rio Doce- Matérias Especiais- Usina Hidrelétrica de Baguari. Governador Valadares: 2010 COSTA, M. R. 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ANEXO 1 Aspecto visual final da Ilha Bonaparte, após execução do desmate para evitar eutrofização da mata antes existente. Em destaque, as árvores mais altas da ilha, que foram destinadas a servir como ninhais. ANEXO 2 Vista do mirante da Fazenda Peral, antes do início da fase de fechamento das comportas da UHE Baguari, com a Ilha Bonaparte ao fundo, à esquerda. Detalhe do gado pastando à direita. Vista do mirante da Fazenda Peral, após o enchimento total do lago da UHE Baguari, com a Ilha Bonaparte ao fundo, à esquerda. ANEXO 3 Aspecto inicial da calha do rio Doce visto da localidade de Srª da Penha, antes da formação do lago da UHE Baguari. Aspecto final da calha do rio Doce visto da localidade de Srª da Penha, com a formação do lago da UHE Baguari. Aspecto final da calha do rio Doce visto da localidade de Srª da Penha, com a formação do lago da UHE Baguari. ANEXO 4 Árvores que foram poupadas do desmate na Ilha Bonaparte, para servirem de abrigo e como ninhal, para espécies da ornitofauna local, bem como para espécies migratórias. ----------------------- M"$ao "˜šÂÃÉÊËÍéêõ– ˜ íâØÉ·¨·Øâ?? y nâ?YK9Ø#hÂh±·5?CJOJ[?]QJ[?]^J[?]aJhŸ*Çh±·5?OJ[?]QJ[?]^J[?])jh¬ +M5?OJ[?]QJ[?]U^J[?]mHnHuhâpÎ5?OJ[?]QJ[?]^J[?]hênÑ5?OJ[?]QJ[?]^J[?] h¢2ˆ5?OJ[?]QJ[?]^J[?]hÛ]ÿh±·5?OJ[?]QJ[?]^J[?]h¤õ5?OJ[?]QJ[?]^J[?]hØBÈ5?CJOJ[?] QJ[?]^J[?]aJ#hŸ*Çh±·5?CJOJ[?]QJ[?]^J[?]aJh±·5?CJOJ[?]QJ[?]^J[?]aJh±onografia apresentada ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da Faculdade de Educação e Estudos Sociais de Governador Valadares pela Universidade presidente Antônio Carlos como requisito parcial para a obtenção do grau de tecnólogo em Gestão Ambienta. Orientador: Carlos Fernando de Souza M. Sc. Meio Ambiente e Sustentabilidade