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Modelo Climático Estratégico Na Industria Salineira- Rogério Pereira De...

Cenário estratégico em industria salineira

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86 CONSUMO APARENTE Anos CONSUMO t PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Anos US$/t-FOB Anos US$/t-FOB DADOS ANUAIS 1960-2009 ANOS UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS – FACEM DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – DAD NÚCLEO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE MACAU - NAESM ROGÉRIO PEREIRA DE MEDEIROS DESENVOLVIMENTO DE CENÁRIOS EM EMPRESA DO RAMO SALINEIRO COM BASE EM FERRAMETA DE PREVISÃO METEOROLÓGICA Um estudo na Henrique Lage Salineira do Nordeste- Macau/RN. MACAU/RN 2009 ROGÉRIO PEREIRA DE MEDEIROS DESENVOLVIMENTO DE CENÁRIOS EM EMPRESA DO RAMO SALINEIRO COM BASE EM FERRAMETA PREVISÃO METEOROLÓGICA Um estudo na Henrique Lage Salineira do Nordeste- Macau/RN. Relatório de estágio apresentado ao departamento de Administração - DAD/NAESM/FACEM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração. Coordenadora do Estágio: Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira Professor Orientador: Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira MACAU/RN 2009 ROGÉRIO PEREIRA DE MEDEIROS DESENVOLVIMENTO DE CENÁRIOS EM EMPRESA DO RAMO SALINEIRO COM BASE EM FERRAMETA PREVISÃO METEOROLÓGICA Um estudo na Henrique Lage Salineira do Nordeste - Macau/RN. Relatório de estágio apresentado a Banca Examinadora do Curso de Administração, DAD/NAESM/FACEM/UERN, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em administração. APROVADO EM: ____/____/____ _________________________________________________ Prof. Orientador(a): Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira _________________________________________________ Prof. Examinador(a) _________________________________________________ Prof. Examinador(a) MACAU/RN 2009 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DADOS DO ESTAGIÁRIO NOME: Rogério Pereira de Medeiros ENDEREÇO: Rua Henrique Lage, S/N – Distrito de Imburanas CIDADE: Macau/RN TELEFONE: (84) 3521-1150 / 99 E-MAIL: [email protected] SETOR DO ESTÁGIO: Setor de Logística PERÍODO: 25/05/2009 à 04/09/2009 CARGA HORÁRIA: 150 Horas PROFESSOR ORIENTADOR: Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira COORDENADORA DO ESTÁGIO: Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira DADOS DA EMPRESA EMPRESA: Henrique Lage Salineira do Nordeste S/A NOME FANTASIA: Henrique Lage CNPJ: 08.225.849/0001-75 ENDEREÇO: Rua Henrique Lage 513 - Distrito de Imburanas – Macau/RN TELEFONES: (84) 3521-1150 / 3521-1249 SUPERVISOR: Duilo Cesar RAMO DE ATIVIDADE: Extração de Sal Marinho Nº DE FUNCIONÁRIOS: 158 DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos são dirigidos em primeiro lugar a Deus, que me iluminou e orientou para realização na compreensão de uma de suas letras. Ao meu pais que sempre me incentivou a pesquisar e neste momento esta com Deus. A minha mãe que sempre soube dar o exemplo de esforço e dedicação. A minha esposa pelo exemplo de força, amor e batalha. A meus filhos pelo amor que me dão incondicionalmente e por quem eu daria minha própria vida. Aos professores que durante este período de aprendizado orientaram e contribuíram para o meu crescimento profissional e intelectual com suas valiosas lições, sempre dedicados e cordiais. A minha orientadora , Ms. Vera Lúcia Lopes de Oliveira sobretudo pela coragem, confiança, paciência e disposição sempre que necessitei. A todos os meus colegas aos quais tive o prazer de conhecer e que contribuíram para que o curso fosse no mínimo prazeroso e dinâmico. Sempre discutindo, trocando idéias valiosíssimas, confiando na minha capacidade e me proporcionando o conhecimento dos mais variados pontos de vista e visões do mundo gerando e conhecimentos e habilidades aos quais vamos todos levar para o resto de nossas vidas profissionais e intelectuais. EPÍGRAFE "Deus escreve certo por linhas tortas." Dito popular RESUMO Palavras-Chave: LISTA DE QUADROS, GRÁFICOS E FIGURAS FIGURAS Figura 01 Foto de satélite mostrando a localização da salina no Estado do Rio Grande do Norte................................................................................ 15 Figura 02 Foto de satélite mostrando a localização da salina em relação a cidade de Macau ........................................................................... 16 Figura 03 Foto de satélite indicativa do percurso das barcaças entre a salina e o terminal salineiro de Areia Branca (TERMISA), 44,1 Km.............. 16 Figura 04 Circulação geral da atmosfera ( corrente de jato e circulação Hadley),circulação oceânica em períodos de El Ninõ............................ 34 Figura 05 Condições climáticas mundiais médias no período de El Nino (Dezembro- Fevereiro).......................................................................... 35 Figura 06 Condições climáticas mundiais médias no período de El Ninõ ( Junho-Agosto).................................................................................... 35 Figura 07 Circulação geral da atmosfera - condições de La Niña................ 36 Figura 08 Condições climáticas mundiais médias no período de La Niña ( Dezembro-Fevereiro)........................................................................ 37 Figura 09 Condições climáticas mundiais médias no período de La Niña (Junho-Agosto)................................................................................... 37 Figura 10 Composição da água do mar....................................................... 50 Figura 11 Colheita com escavadeira PC...................................................... 56 QUADROS Quadro 01 Modelos de abordagem para construção de Cenários............... 21 Quadro 02 Modelo de matriz de análise combinada de cenários estratégicos .................................................................................................. 24 Quadro 03 Classificação de pertinência....................................................... 26 Quadro 04 Probabilidade de ocorrência de eventos.................................... 26 Quadro 05 Tratamento de pertinência e probabilidade de eventos............. 27 Quadro 06 Matriz de tratamento de eventos............................................... 27 Quadro 07 Tabela de riscos e tratamento de cenários................................. 28 GRÁFICOS Gráfico 01: Representação Gráfica dos valores perseguidos pela empresa Henrique Lage Salineira do Nordeste S/A...................................... 17 Gráfico 02: Gráfico impacto X Incerteza.................................................... 29 Gráfico 03: Série Histórica meteorológica de Fortaleza-CE (1849-1977) 32 Gráfico 04:Identificação de cinco eventos de secas e ciclos de 26 anos. 32 Gráfico 05: Associação das secas prolongadas ao El Niño de caráter intenso. 33 Gráfico 06: Esquema de balanço de energia da terra em condições médias do sol. 38 Gráfico 07 : Variações da irradiação solar com relação aos ciclos solares. 39 Gráfico 08: Demonstrativo do periódico de 11 anos das manchas solares. 40 Gráfico 09: Histórico de dados de números de manchas solares. 41 Gráfico 10: O ciclo solar em números de manchas solares , indicativo de média. 42 Gráfico 11: Estimativa da forçaste radioativa antropogênica até 2002, extrapoladas pelo modelo IPCC até 2100. 43 Gráfico 12: Temperatura Global, Concentração de CO2 e manchas Solares. 43 Gráfico 13: Mudanças da temperatura na baixa troposfera até 8 Km e concentração de CO2. 44 Gráfico 14: Cruzamento de informações de secas no Nordeste do Brasileiro x número de manchas solares (Sunspots). 45 Gráfico 15: Cruzamento secas x manchas solares x invernos. 46 Gráfico 16: Manchas solares como ferramenta de previsão de cenários estratégicos 47 Gráfico 17: Precipitação anual. 51 Gráfico18: Evaporação acumulada anual. 52 Gráfico 19: Médias mensais de evaporação, precipitação e evaporação líquida (mm). 53 Gráfico 20: Fluxograma sucinto do processo produtivo de uma salina 55 Gráfico 21: Fluxograma de operação da lavagem de sal por salmoura. 59 Gráfico 22: Fluxograma indicativo de perdas no processo. 61 Gráfico 23: Levantamento topográfico da pilhas com estação total. 62 Gráfico 24: Valores de Produção, importação e exportação de sal do Brasil 65 Gráfico 25: Importação de sal do Brasil. 65 Gráfico 26: Exportações de sal do Brasil. 66 Gráfico 27: Preço de sal Ind. Química Fob aterro salina Macau. 66 Gráfico 28: Preço de sal Ind. Química FOB. TERMISA Área Branca. 67 Gráfico 29: Consumo aparente de sal no Brasil. 67 Gráfico 30 : Precipitações anuais x Sunspots 73 Gráfico 31: Precipitações anuais x Sunspots 74 Grafico 32 : Disponibilidade de conceder entrevistas. 74 Gráfico 33: Influência do entrevistado no mercado salineiro 76 TABELAS Tabela 01: As maiores secas do Seridó....................................................... 31 Tabela 02: As secas do Nordeste................................................................ 31 Tabela 03: Ocorrências de El Niño............................................................... 36 Tabela 04: Ocorrências de La Niña............................................................. 37 Tabela 05: Dados importantes acerca de sal solar vindos de 1 m3 de água do Mar............................................................................................................ 54 Tabela 06: Dados típicos de perdas percentuais de sal no processo........... 60 Tabela 07: Levantamento estatístico do sal ( produção e preços )............... 63 Tabela 08: Visão do negócio e do mercado.................................................. 73 Tabela 09: Sistema de relações entre empresas.......................................... 75 Tabela 10: Processos estratégicos e relações com o futuro......................... 76 Tabela 11: Gerência do negócio................................................................... 77 LISTA DE SIGLAS SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 14 1.1 Caracterização da Empresa........................................................................... 14 1.1.1 Missão.......................................................................................................... 17 1.1.2 Valores......................................................................................................... 17 1.2 Situação problemática.................................................................................. 18 1.3 Objetivos......................................................................................................... 18 1.3.1 Objetivo Geral................................................................................................ 18 1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 18 1.4 Justificativa..................................................................................................... 19 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO................................................................................. 20 Cenários estratégicos.................................................................................... 20 2.1.1 Modelos de abordagem ................................................................................ 21 2.1.2 Modelos de construção de cenários.............................................................. 22 2.1.2.1 Dedução ................................................................................................. 24 2.1.2.2 Indução................................................................................................... 24 2.1.2.3 Lógica Intuitiva............................................................................................ 25 2.1.2.4 – Análise de tendências de impacto........................................................... 25 2.1.2.5 Análise de impacto integrativo................................................................... 26 2.1.2.6 Matriz de impacto cruzado......................................................................... 28 2.1.2.7 Método Delphi........................................................................................... 28 2.1.2.8 – Configuração de fatores ......................................................................... 29 2.2 Meteorologia e modelos de previsibilidade................................................. 30 2.2.1 Tempo e clima............................................................................................. 30 2.2.2 Secas no nordeste Brasileiro....................................................................... 30 2.2.3 Previsibilidade de secas - modelo de ajustes de dados matemáticos....... 32 2.2.4 Modelo El Niño e La Niña e sua utilização nas previsões meteorológicas do Nordeste............................................................................................................ 34 2.2.4.1 El Niño..................................................................................................... 34 2.2.4.2 La Niña................................................................................................... 36 2.2.5 Modelo do sol como fonte de energia e sua influencia na meteorologia...... 38 2.2.5.1 Manchas solares (Sunspots).................................................................. 39 2.2.5.2 Manchas solares e mudanças da temperatura do planeta ....................... 42 2.3 Indústria salineira.......................................................................................... 47 2.3.1 Histórico do sal............................................................................................. 47 2.3.2 Condições para produção de sal marinho no Rio Grande do Norte........... 50 2.3.2 Processo produtivo...................................................................................... 52 2.3.2.1 Colheita .................................................................................................... 55 2.3.2.2 Lavagem.................................................................................................... 56 2.3.2.3 Estocagem................................................................................................ 58 2.4 Estoques........................................................................................................ 68 2.4.1 - Teoria da previsão dos estoques............................................................... 68 2.4.2 - Tipos de demanda..................................................................................... 69 3. METODOLOGIA................................................................................................ 70 4. ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................... 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 6. SUGESTÕES..................................................................................................... 7. REFERÊNCIAS.................................................................................................. 75 ANEXOS................................................................................................................ APÊNDICES........................................................................................................... INTRODUÇÃO Entender o que esta ocorrendo ao seu redor, suas causas e conseqüências e tentar descobrir o que irá acontecer faz parte do desenvolvimento e instinto de sobrevivência de uma empresa, buscar respostas para estas incertezas e utilizá-las como fonte de diferencial estratégico fazem do desenvolvimento de cenário uma ferramenta primordial para aclarar a visão que o estrategista tem do mercado em que a empresa esta inserido. Na busca da competitividade, o desenvolvimento de cenários pode ser uma tarefa árdua para se atingir os objetivos estratégicos, no entanto, com a ferramenta certa podemos encontrar oportunidades nunca vistas pelos concorrentes. DRUCKER (1989, p.117), ressalta que: Mudanças são oportunidades que podem ser vistas como ameaças por muitos executivos, mas todas precisam ser exploradas como uma oportunidade, para fazer algo diferente, algo novo e, acima de tudo, para fazer algo melhor, algo mais produtivo e lucrativo. Desenvolver cenários dentro de uma empresa do ramo salineiro passa fundamentalmente por um estudo das condições meteorológicas específicas da região salineira que por sua vez gerarão informações primordiais para o estudo de estoques estratégicos, sobretudo porque os mesmos influenciam diretamente nos custos internos das empresas para a geração dos estoques quanto no preço de mercado do sal marinho devido aos grandes volumes gerados e negociados. Registros literários, publicações e históricos são os mais variados descrevendo a extensão dos prejuízos e sofrimento causados as empresas e as populações na região nordeste devido a forte influência climática causada tanto pelas secas quanto pelas enchentes. Desenvolver uma metodologia de previsão climática da região é de fundamental importância tanto para as populações como para planos de governo, quanto para as estratégias empresariais. 1.1 Caracterização da empresa Em 1890, nasceu a Henrique Lage Salineira, criada/fundada pelo grande empreendedor Henrique Lage que "emprestaria" seu nome à salina. A empresa tem uma trajetória de progresso que atravessou todo o século XX, e contribuiu para o desenvolvimento industrial e social dos principais Estados do Brasil. No entanto no ano de 2008 devido a dificuldades financeiras e a enorme enchente que devastou 95 % de sua área de evaporação a mesma trocou de controle acionário sendo o novo controlador o grupo Lider. A Henrique Lage é a segunda maior Salineira do Brasil, detendo mais de 20% de participação de produção de sal marinho no Brasil. A salineira é pioneira no "aproveitamento total das águas residuais da lavagem de sal", reincorporando-as (em circuito fechado) ao processo de fabricação fato que contribui para não degradação ambiental. Fica localizada no Estado do Rio Grande do Norte, no município de Macau à 170 Km de Natal e 45 Km do terminal salineiro de areia branca de onde é escoado o sal marítimo. Figura 01 - Foto de satélite mostrando a localização da salina no Estado do Rio Grande do Norte. Fonte : Google Earth (2009),pesquisa do autor. Figura 02 - Foto de satélite mostrando a localização da salina ao centro em relação a cidade de Macau-RN a direita. Fonte : Google Earth (2005),pesquisa do autor Figura 03 - Foto de satélite indicativa do percurso das barcaças entre a salina e o Terminal Salineiro de Areia Branca ( TERMISA ) , 44,1 Km. Fonte : Google Earth (2008) pesquisa do autor A Henrique Lage Salineira do Nordeste tem, atualmente, 250 empregados diretos e uma quantidade não calculada de indiretos,chegando a transportar terrestre cerca de 1300 carretas/mês. Possui dois portos para embarque marítimo. A salina esta dimensionada para produzir 900.000 de toneladas/ano de sal marinho grosso, com processo mecanizado. Possui no seu interior uma refinaria e uma moagem com capacidade instalada para processar 30.000 ton/mês. Missão Ser uma empresa com pessoas dedicadas ao trabalho em equipe, em busca de resultados que proporcionem lucratividade, satisfação aos clientes e orgulho aos colaboradores. Valores Gráfico 01 Representação gráfica dos valores perseguidos pela empresa Henrique Lage Salineira do Nordeste S/A. Fonte: Site da empresa www.henriquelage.ind.br 1.2 Situação problemática Atualmente as empresas salineiras vivem em um mercado altamente competitivo e sazonal, principalmente quando ocorrem variações bruscas de inverno ou verões prolongados. Foi neste ambiente que nos propusemos a elaborar um trabalho de pesquisa em desenvolvimento de cenários de longo prazo abordando a relação existente entre as condicionantes meteorológicas e os estoques das empresas salineiras e destes com os preços praticados no mercado. Foi verificando a grande influência das condições meteorológicas no desenvolvimento de cenários das salinas que nos aprofundamos na pesquisa de base cientifica a respeito do que existe de senso comum entre os feitores salineiros de que os grandes invernos ocorrem de 11 em 11 anos. A mesma nos ajudará em prever cenários futuros, baseados em fatos que ocorreram no passado e que podem ser extrapolados estatisticamente para previsão do futuro. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Analisar as informações dos processos de gerenciamento de estoques com base em dados meteorológicos e informações de dados solares para desenvolver cenários estratégicos para tomada de decisão na Henrique Lage Salineira do Nordeste S/A. Objetivos Específicos Diagnosticar como ocorrem os processos de tomada de decisão de gestão de estoques dentro da Henrique Lage e na concorrência mais especificamente na região de Macau; Verificar como os estoques se comportaram ao longo dos anos e como o mesmo é influenciado pelas condições meteorológicas; Levantar dados comparativos de invernos e secas e cruzá-los com os dados obtidos nas manchas solares disponibilizados pela NASA; Propor técnicas e ferramentas de geração de cenários e que auxiliarão o gestor na tomada de decisão na gestão do estoque. 1.4 Justificativa Com o aprofundamento dos conhecimentos nas previsões meteorológicas que serão desenvolvidas neste estudo gerando uma evolução tecnológica, faz-se necessário que as empresas salineiras adaptem seus processos de tomada de decisão estratégicas repensando a sua administração de estoques para o futuro, já que tais estoques representam a maioria dos seus custos ou podem se tornar elemento estratégico nos momentos de falta de produto, que normalmente ocorrem em períodos de grandes invernos. Gerar e aprofundar os conhecimentos na geração de cenários se tornará uma ferramenta tanto de redução de custos quanto estratégica de gestão de estoques, mais especificamente no processo de tomada de decisão envolvido na administração dos mesmos. Faz-se necessário, uma vez que, os recursos materiais e financeiros envolvidos são cada vez mais escassos devendo ser otimizados para que a empresa possa despontar no cenário competitivo, reduzindo seus custos e com efeito conseguindo transferir para os seus clientes este diferencial competitivo. Para a empresa, este será um diferencial estratégico fundamental nas suas tomadas de decisão com o aperfeiçoamento do desenvolvimento de cenários que passará do método intuitivo para o método quali-quantitativo, tendo em vista o novo sistema que lhe dará condições para que os negócios se expandam de forma controlada. Além dos fatos expostos anteriormente é de interesse do pesquisador que o estudo sirva de base para que outras organizações prevejam problemas de enchentes ou secas com uma margem de tempo mais elástica do que a que atualmente se costuma verificar, tomando-se providências preventivas que poderão gerar economias substanciais de recursos materiais e humanos. 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 Cenários estratégicos É bem conhecido que os cenários fizeram manchetes por ajudar a antecipar eventos melhorando a capacidade de uma organização para chegar à frente dos concorrentes em seu ramo de negócios. Ringland (2006). Os cenários são projeções de um futuro potencial. Cada um deles é uma combinação de estimativas do que poderia acontecer e suposições sobre o que poderia acontecer. Mas eles não são previsões do que vai acontecer. Estas projeções não devem ser confundidas com previsões. Uma projeção deveria ser interpretada como uma visão do futuro que é baseada em informações específicas e um conjunto de pressupostos lógicos tratados muitas vezes por ferramentas estatísticas. Para aprender acerca do futuro, a maioria das organizações, quer comprar ou fazer sua própria previsão. Em contraste, relativamente poucas organizações praticam o aprendizado de cenário, o sucesso da previsão é decididamente misto, especialmente em indústrias que estão enfrentando mudanças rápidas. FAHEY ET AL (1997, p.6) O estudo de cenários como ferramenta de prospecção do futuro da ao administrador a possibilidade de ter modelos ou mapas mentais fora da sua caixa de tarefas de forma criativa, fazendo com que ele haja proativamente no presente para alcançar o sucesso no futuro. Algumas definições apresentadas pelos principais autores obedece a um fundamento básico – o futuro é múltiplo e incerto. Dentro deste pensamento destacamos os seguintes conceitos: Schneider( 2009 ) destaca que a construção e testes de futuros alternativos como modelos mentais do presente e no final construir um cenário futuro desafiador e criativo, promovendo o compartilhamento da visão empresarial, faz parte da visualização do futuro. Segundo Michel Porter (2004 apud RINGLAND, 2006, p. 7), cenários é definido como: "Uma visão internamente consistente daquilo que o futuro poderá revelar-se, não uma previsão,mas um eventual resultado futuro". Um bom conjunto de cenários são realistas na medida em que pode ser imaginado em termos corrente, eventos ou tendências que possam causar para que isso aconteça, o conjunto não deve incluir apenas um cenário visionário (ou normativa), mas também alguns cenários que desafiem a organização. O planejamento de Cenários é a arte para tomada de decisão sobre algumas variáveis externas, sejam elas com desdobramentos trágicos ou não, com o objetivo de que os gestores possam obter uma visão mais prevencionista dos riscos corporativos.Na realidade os cenários não eliminam todas as incertezas em relação ao futuro, e nem poderiam, mas podem reduzir-las e organizá-las em um número limitado de alternativas com maior ou menor probabilidade de ocorrência. A análise de cenários não tem como meta principal prever o futuro, mas, sim, descobrir imagens de futuro possíveis e prováveis que possibilitem tomadas de decisões fundamentadas. O professor Chiavenato nos lembra não basta a realização do diagnóstico de como está o ambiente interno e externo da organização. É preciso saber combiná-los e integrá-los de maneira a saber o que está por traz deles e como eles vão evoluir. É preciso, ainda,definir premissas,poderá eventuais desdobramentos e visualizar possíveis conseqüências, procurando minimizar os riscos inerentes a tomada de decisão. BRAGA ( 2005, p.100) 2 .1.1 Modelos de abordagem Existem dois modelos básicos de desenvolvimento de cenários um deles é a abordagem projetiva, que busca explicar o futuro estudando o padrão de comportamento do passado,utilizando modelos determinísticos e quantitativos que avaliam somente os fatores que já são conhecidos. Um outro modelo é o prospectivo que considera diferentes possibilidades de futuros, todos eles apresentando diferentes probabilidades de ocorrência, sendo assim, sugerem-se futuros mais prováveis que são aqueles com grandes chances de ocorrer, futuros prováveis que são aqueles com probabilidade de ocorrência normal e os futuros menos prováveis que são aqueles que ainda podem ocorrer mas que estatisticamente tem poucas chances face aos dados ou probabilidades analisadas,visto isto, os cenários prospectivos nos dão várias visões de cenários e não somente um cenário para análise fazendo com que as visões de futuro sejam mais expansivas demonstrando que como o futuro ainda não esta escrito pode ser modificado pelas ações a serem tomadas no presente. Quadro 01: Modelos de abordagem para construção de Cenários Fonte: Adaptado de BRAGA ( 2005, p. 102) 2.1.2 Modelos de construção de cenários A visão de estratégia sugerida por Hamel e Prahalad ( 1995 ) reconhece que não é suficiente colocar a empresa em uma posição ótima dentro dos mercados existentes, o desafio é penetrar na nuvem das incertezas e desenvolver uma grande capacidade de previsão dos mercados de amanhã. Pensando assim, são necessários quatro elementos: Compreender que a competição pelo futuro é uma competição diferente; O processo para descoberta é a percepção para as oportunidades futuras; Ter habilidade para energizar a empresa de cima para baixo; Capacidade de superar os concorrentes e chegar ao futuro sem correr grandes riscos. Para se desenvolver cenários são necessárias quatro competências básicas: Capacidade descritiva; Capacidade para se compreender os padrões mentais; Capacidade para se pensar conforme modelo e simbólico; Capacidade para realizar investigações detalhadas. Braga (2005, p. 101) observa que, " Não reagimos ao mundo, mas sim à nossa percepção de mundo. Do mesmo modo nossas decisões são tomadas em função de nossos modelos mentais, que, em sua maior parte, são inconscientes". Portanto, fica evidente que o desenvolvimento de cenários passa pela tomada de consciência de que nossos modelos mentais influenciam em nossas tomadas de decisão. Em horizontes de longo prazo onde altos níveis de incerteza são encontrados em relação as forças ambientais Johnson(2007, p 139) argumenta que: "Os cenários podem ser uma forma útil de entender as implicações dessas influências sobre a estratégia. Isso inclui a necessidade de as organizações estarem prontas para enfrentarem mais de uma situação em seu ambiente futuro." Segundo Braga (2005,p.103) "Construir Cenários significa responder à seguinte pergunta " O que acontecerá se...? " , Para responder a pergunta elaborada por Braga, devem ser seguidas as seguintes etapas: Isolar a decisão a ser tomada; Identificar as forças motrizes; Escolher os indicadores; Definir as premissas; Criar roteiros plausíveis; Avaliar as implicações. Ainda segundo Braga(2005) existem várias modelos para desenvolvimento de cenários, algumas delas são citadas a seguir e posteriormente serão analisadas mais detalhadamente: Dedução; Indução; Lógica intuitiva; Análise de tendência de impacto; Análise de impacto integrativo; Matriz de cruzamento; Método Delphi. 2.1.2.1 – Modelo de dedução Parte de uma verdade geral para afirmações particulares. A verdade da conclusão baseia-se nas premissas: se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é verdadeira. Objetiva tornar explícito o conteúdo das premissas ou reformula o que havia sido dito. Neste caso, devem-se: Selecionar os fatores relevantes e prever os acontecimentos relevantes para cada fator. 2.1.2.2 – Modelo de Indução Parte de casos particulares para concluir uma verdade geral. A conclusão anuncia algo que supera a informação contida na premissa, objetivando ampliar nossos conhecimentos para isto, devem-se: Selecionar alguns poucos fatores relevantes mais possíveis; Postular possibilidades futuras para cada um dos fatores; Verificar cada combinação possível, por meio de uma matriz; Quadro 02: Modelo de matriz de análise combinada de cenários estratégicos ANÁLISE COMBINADA DE CENÁRIOS DATA: / / FATORES POSSIBILIDADES OTIMISTA MAIS PROVAVEL PESSIMISTA INFLAÇÃO CONCORRÊNCIA DEMANDA Fonte: Adaptado de OLIVEIRA ( 2005, p. 189) Fazer todos os cruzamentos possíveis; Verificar os cruzamentos que apresentem maior possibilidade de ocorrência, bem como maior impacto positivo ou negativo para organização. 2.1.2.3– Modelo de lógica Intuitiva Baseada exclusivamente na experiência do grupo participante, não ocorrendo em análise quantitativa. De acordo com Ringland ( 1998 ), essencialmente este método destina-se a encontrar meios de mudar o pensamento dos administradores para que possam antecipar o futuro e se preparem para tal; enfatiza a necessidade de criar um conjunto de histórias críveis e coerentes sobre o futuro para testar planos de negócios ou projetos. Para Oliveira (2005, p. 189), "Embora essa técnica seja pouco estruturada, tem a vantagem de deixar os executivos mais à vontade na colocação de suas percepções e idéias". 2.1.2.4 – Modelo de análise de tendências de impacto. Ringland (1998) esclarece que este método se orientou pelos efeitos das tendências; o trabalho de isolar as tendências importantes pode parecer semelhante ao usado no que é mais normalmente conhecido por planejamento de cenários, mas o pressuposto básico no planejamento de cenários é procurar o inesperado, ou seja, aquilo que pode contrariar as tendências. Essa técnica, pelo fato de ter adequada abordagem, com análises qualitativas e quantitativas e maior facilidade de elaboração , pois não considera a interligação entre os fatores, tem sido bastante utilizada pelas empresas. Neste caso os executivos devem: Combinar análises qualitativas com quantitativas; Forçar o grupo a avaliar a probabilidade de ocorrência , bem como o nível de importância; Desconsiderar a necessidade de avaliar inter-relações entre todos os fatores externos e internos; Avaliar, no final, apenas o fator do qual se tem maior informação histórica, pois se desconsidera a incerteza. OLIVEIRA (2005, p. 190) 2.1.2.5– Modelo de análise de Impacto Integrativo. Essa técnica integra a visualização da pertinência dos fatores com a probabilidade de sua ocorrência integrando os eventos as suas probabilidades. Foi estruturada por Hermer e Rescher (1959 apud OLIVEIRA,2005,p.190), dando diretrizes aos executivos, sendo assim devem: Levantar os fatos pré existentes que podem ter impacto no futuro ( Para uma melhor coleta destes dados deve-se realizar Brainstorming com executivos multidisciplinares); Deve-se fazer a seguinte perguntar: Qual a importância deste evento ? Avaliando-se a pertinência do fato segundo a classificação Quadro 03: Classificação de pertinência. CLASSIFICAÇÃO VALOR - NOTA MUITO PERTINENTE 5 É PERTINENTE 4 MEDIANAMENTE PERTINENTE 3 POUCO PERTINENTE 2 NÃO É PERTINENTE 1 Fonte: Adaptado de GRUMBACH ( 2006,p. 39 ) Avaliar a probabilidade dos eventos, perguntando-se: Qual a probabilidade de ele ocorrer ? Quadro 04: Probabilidade de ocorrência de eventos. OCORRÊNCIA DO EVENTO PROBABILIDADE (%) QUASE CERTA OU CERTA 81 – 100 MUITO PROVÁVEL 61 – 80 PROVÁVEL 41 – 60 POUCO PROVÁVEL 21 – 40 IMPROVÁVEL 0 - 20 Fonte: Adaptado de GRUMBACH ( 2006,p.39 ) A partir dos dados levantados, segue-se o tratamento dos dados através da técnica de impacto integrado, primeiramente reunindo-se os eventos e suas respectivas pertinências e probabilidade; Quadro 05: Tratamento de pertinência e probabilidade de eventos EVENTOS PERTINÊNCIA(1-5) PROBABILIDADE (%) 01 04 65 02 02 81 03 05 90 Fonte: GRUMBACH ( 2006,p.41 ) Após tabulação dos dados, aplica-se em uma matriz de tratamento de eventos, Quadro 06: Matriz de Tratamento de Eventos Fonte: GRUMBACH ( 2006,p.41 ) Finalmente os dados são apresentados no quadro de risco e tratamento de cenários. Quadro 07: Tabela de riscos e tratamento de cenários QUADRANTE RICOOB TRATAMENTO I 1,3,4,9 Atenção imediata II 5,7 Monitoramento sistemático III 2 Resposta rápida planejamento IV 6,8 Pequenos problemas Fonte: GRUMBACH ( 2006,p.41 ) 2.1.2.6– Modelo de matriz de impacto cruzado. O sistema de matriz de impactos cruzados, ou SMIC, foi proposta originalmente em 1975 por Michel Godet e Olivier Ruyssen. Eles publicaram artigo intitulado Les Scénarios Du Petrole off_shore Une méthode dês resultats, na revue de L'energie, este artigo tinha o objetivo de estabelecer a interdependência entre os aspectos de um problema, verificando como a ocorrência ou não de um determinado acontecimento pode aumentar ou diminuir a probabilidade de que outros eventos tenham que ocorrer. Ringland (1998) aponta que este método concentra-se em analisar como as forças que influenciam uma organização podem interagir para produzir efeitos maiores, ou alavancar o efeito de uma força em função de sua realimentação. É usado em sistemas complexos. 2.1.2.7 – Método Delphi É uma técnica para busca de consenso de opiniões de um grupo de especialistas a respeito de eventos futuros. Trata-se de um questionário interativo, que circula repetidas vezes por um grupo de peritos, preservando o anonimato das respostas individuais. Este método possibilita a revisão de visões individuais sobre o futuro, diante das previsões e argumentos dos demais respondentes, com base em uma representação estatística da visão do grupo. 2.1.2.8 – Modelo de configuração de fatores Para ambientes mutantes onde são difíceis as análises com base na experiência ou em análise históricas Johnson( 2007, p. 110) sugere a técnica de configuração de Fatores seguindo as seguintes passos: Passo 1: Identificar fatores de alto impacto e grande incerteza no ambiente Passo 2: Identificar diferentes futuros possíveis por fator Passo 3: construir cenários de configurações plausíveis de fatores Cenário 1 : grandes mudanças Cenário 2: pequenas mudanças Cenário 3: caos. Gráfico 02: Gráfico impacto X Incerteza Fonte: Adaptado de JOHNSON( 2007, p. 110) Meteorologia e modelos de previsibilidade 2.2.1 Tempo e clima Uma das principais distinções a serem feitas a cerca de meteorologia é entre Tempo e Clima. Para Ross (2005) o Tempo corresponde a uma situação transitória da atmosfera, que apresenta mudanças diárias e até horárias geralmente sendo instável e de fácil detecção de suas modificações no tempo e de difícil previsibilidade devido ao envolvimento de grande número de variáveis á serem tratadas para se fazer uma boa previsão de tempo. Ao passo que, o Clima se define por padrões estabelecidos após trinta anos de observações apresentando no mínimo um perfil relativamente estável. Por isso mesmo,é difícil demonstrar alterações no clima principalmente em escala Global. 2.2.2 Secas no nordeste Brasileiro A Seca ou estiagem é um fenômeno climático causado pela insuficiência de precipitação pluviométrica ou chuva numa determinada região por um período de tempo prolongado. Há três tipos de Secas que afetam a região do semi-árido do Nordeste Brasileiro: Seca anual de aproximadamente, sete a oito meses que ocorre normalmente de Junho à Dezembro ou Janeiro. Seca com duração de um a dois anos; Secas prolongadas que persistem por mais de três anos atingindo duramente a região. GIRARDI ( 2001,p.01) Este fenômeno provoca desequilíbrios hidrológicos importantes. Normalmente a ocorrência da seca se dá quando a evapotranspiração ultrapassa por um período de tempo a precipitação de chuvas. Silva (1995) relata que a primeira observação de seca ocorrida no nordeste Brasileiros foi em 1545, porém, nesta época a população do interior era muito baixa não gerando grandes transtornos. Medeiros( 1995 ) enfatiza que conforme ata diurna de Câmara cascudo e o Senador Guerra tabularam as maiores secas ocorridas no Rio Grande do Norte (Seridó): Tabela 01: As maiores secas do Seridó Anos de secas 1603, 1614 , 1645 , 1652 , 1692 1710 , 1711 , 1721 , 1723 , 1727 , 1736, 1744 , 1766 , 1777,1778, 1791 1877-1879 (grande seca) com perda de mais de ½ milhão de visas 1903, 1904 , 1908 , 1915, 1919, 1930 ,1932 , 1942, 1953 ,1958, 1970, 1976, 1979, 1980,1981,1982,1983, 1987,1988, 1991, 1992 , 1993 Fonte: MEDEIROS (1995 p.05) Tabela 02 : As secas do Nordeste ANOS SECOS DURAÇÃO DA SECA 1900 1 ANO 1904/05 2 ANOS 1915 1 ANO 1919 1 ANO 1931/32 2 ANOS 1942 1 ANO 1951 1 ANO 1953 1 ANO 1958 1 ANO 1961/62 2 ANO 1966 1 ANO 1970/72 3 ANO 1976 1 ANO 1979/83 5 ANOS Fonte: SUDENE, 1983 A mais longa fonte de dados meteorológicos do Nordeste Brasileiro é sem duvida a série Histórica de Fortaleza-CE, que já foi utilizada em inúmeros trabalhos científicos nacionais e internacionais com o intuito de verificar correlações e se fazer previsões das secas Nordestinas. Gráfico 03: Série Histórica meteorológica de Fortaleza-CE (1849-1977) Fonte: GIRARDE E TEXEIRA (1978,p.3) 2.2.3 – Previsibilidade de secas modelo de ajustes de dados matemáticos Baseado na série histórica da pluviometria de Fortaleza-CE (1849 -1977), Girarde e Texeira (1978), divulgaram um trabalho cientifico onde os resultados apontaram para recorrência de secas de longa duração, em ciclos de 26 anos. Gráfico 04:Identificação de cinco eventos de secas e ciclos de 26 anos. Fonte: PATROCINIO (2003,p.3) Em 1985, os pesquisadores KANE E TRIVEDI estudaram, também, a série histórica de Fortaleza-CE (1849 -1983). Utilizando o Método da Máxima Entropia Espectral chegaram aos mesmos resultados, ou seja: a recorrência de secas prolongadas em ciclos de 26 anos. No ano de 2001, Carlos Girardi reapresentou seu estudo em parceria com Roberto da Mota Girardi. Nesse Trabalho, a série de Fortaleza-CE (1849 -1995), foi submetida à análise através da poderosa ferramenta matemática - a Densidade Espectral de Potência; corroborando o prognóstico da pesquisa anterior (1978). PATROCINIO ( 2003,p.1) Análises foram feitas por Patrocínio(2003,p.8),e afirma que: "durante toda a extensão da série pluviométrica de Fortaleza-CE (1849 -1983), as secas prolongadas sempre estiveram associadas ao fenômeno El Niño intenso". Baseados nesta afirmação e em dados de extrapolação pelo método de Máxima Entropia Espectral para a análise de Séries históricas foi feito um cruzamento das informações e plotado um gráfico conclusivo: Gráfico 05: Associação das secas prolongadas ao El Niño de caráter intenso. Fonte: PATROCINIO (2003,p.8) Baseados em fontes diversas para prognósticos de seca Patrocínio (2003,p.14) conclui que: Os registros históricos confirmam a recorrência dos ciclos de vinte e seis anos das secas prolongadas no NEB, em seis eventos consecutivos. Mesmo, ainda, não havendo teoria científica capaz de explicar a causa física desse fenômeno, não devemos subestimar a evidência dos fatos. No ano de 1978 esta teoria foi contestada, exaustivamente; entretanto ocorreu a seca prolongada de 1979 a 1983/fev e foi muito rigorosa; causando grandes perdas materiais e sofrimento à população do semi-árido. A lógica, atualmente, aponta para mais um evento de seca entre 2006 e 2009. Porém pelos invernos ocorridos em 2008 e 2009 todo este estudo se tornou inconsistente necessitando de uma nova abordagem para previsões de longo prazo sobre as secas no (NEB). 2.2.4 – Modelo El Niño e La Niña e sua utilização nas previsões meteorológicas do Nordeste. 2.2.4.1 – El Niño El Nino é causado por um aquecimento anômalo da superfície das águas do pacífico equatorial afetando diretamente a circulação de Walker, fazendo com que os padrões de ventos mundiais se alterem, e afetem assim, os regimes de chuvas principalmente em regiões tropicais e em latitudes médias. Figura 04: Circulação geral da atmosfera (corrente de jato e circulação de Hadley),circulação oceânica em períodos de El Niño. Fonte: International Research Institut (IRI)/EUA (2002). Segundo PRESTES (2006, p.39) "Os efeitos do fenômeno El Niño no clima da América do Sul são importantes e tipicamente induzem secas no nordeste do Brasil (NEB) e fortes chuvas com inundações no sul". Figura 05: Condições climáticas mundiais médias no período de El Nino (Dezembro- Fevereiro) Fonte: http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_el.jpg Figura 06: Condições climáticas mundiais médias no período de El Nino (Junho-Agosto) Fonte:http://enos.cptec.inpe.br/img/JJA_el.jpg Tabela 03: Ocorrências de El Niño 1877 - 1878 1888 - 1889 1896 - 1897 1899 1902 - 1903 1905 - 1906 1911 - 1912 1913 - 1914 1918 - 1919 1923 1925 - 1926 1932 1939 - 1941 1946 - 1947 1951 1953 1957 - 1959 1963 1965 - 1966 1968 - 1970 1972 - 1973 1976 - 1977 1977 - 1978 1979 - 1980 1982 - 1983 1986 - 1988 1990 - 1993 1994 - 1995 1997 - 1998 2002 - 2003 2004 - 2005 2006 - 2007 Legenda: Forte Moderada Fraco Fonte: CPTEC – INPE (2009) 2.2.4.2 - La Niña Philander (1990) define a fase fria da Oscilação Sul como La Niña e ocorre como conseqüência do resfriamento anormal da corrente de Humbolt. Em anos de La Niña, a região Sul do Brasil sofre secas, enquanto as chuvas se intensificam no (NEB). Figura 07: Circulação geral da atmosfera - condições de La Ninã Fonte: IRI/EUA (2002). Figura 08: Condições climáticas mundiais médias no período de La Niña (Dezembro- Fevereiro) ´ Fonte:http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_la.jpg Figura 09: Condições climáticas mundiais médias no período de La Niña (Junho - Agosto) Fonte:http://enos.cptec.inpe.br/img/JJA_la.jpg Tabela 04: Ocorrências de La Niña 1886 1903 - 1904 1906 - 1908 1909 - 1910 1916 - 1918 1924 - 1925 1928 - 1929 1938 - 1939 1949 - 1951 1954 - 1956 1964 - 1965 1970 - 1971 1973 - 1976 1983 - 1984 1984 - 1985 1988 - 1989 1995 - 1996 1998 – 2001 2008 - 2009 Legenda: Forte Moderada Fraco Fonte: CPTEC – INPE (2009) 2.2.5 Modelo do sol como fonte de energia e sua influência na meteorologia O Sol é a fonte de energia que controla a circulação da atmosfera. O mesmo emite energia em forma de radiação eletromagnética, da qual uma parte é interceptada pela atmosfera e outra parte é convertida em outra formas de energia como o calor e a energia cinética de circulação atmosférica e uma grande parte é absorvida pelos oceanos sobre a forma de calor sensível. Esta energia não é distribuída igualmente sobre a terra e é exatamente esta distribuição desigual que é responsável pelas correntes oceânicas e pelos ventos que transportando calor dos trópicos para os pólos procurando atingir um balanço de energia.Estes por sua vez são influenciados pelos movimentos da terra em relação ao Sol o que contribui para formação das estações do ano e também em variações na superfície da Terra. Devido a esfericidade da terra, as regiões tropicais são atingidas por três vezes mais radiação solar do que as regiões polares o que lhes garante influencia direta dos fenômenos solares. Gráfico 06: Esquema de balanço de energia da terra em condições médias do sol. Fonte: WEYKAMP ( 2006, p.4) Segundo Ross (2005,p. 91) "O Sol emite radiação de onda curta a uma razão de 1,94 cal/cm2/min, como sua variação é pouca ao longo do ano ( cerca de 5%) é designada constante solar". No entanto, esta constante solar é influenciada ao longo de anos pelas manchas solares,que são regiões irregulares que aparecem mais escuras do que a fotosfera circundante e que muitas vezes podem ser observadas mesmo a olho nu. Gráfico 07 : Variações da irradiação solar com relação aos ciclos solares. Fonte: Adaptado de FRÖHLICH, C. ( 2005,p.9) 2.2.5.1 Manchas solares (Sunspots) As primeiras observações de manchas solares (sunspots) foram registradas na China no ano 28 a.C., mas seu estudo científico começou com o uso do telescópio, sendo observadas (por projeção da imagem do Sol) por Galileo, Thomas Harriot (1560-1621) em 1610, por Johannes (1587-1616) e David Fabricius (1564-1617) e por Christoph Scheiner (1575-1650) em 1611. As mesmas tendem a se formar em grupos estando associadas a intensos campos magnéticos no Sol. Os ciclos solares em média duram 11 anos, durante os quais o sol se enfraquece e intensifica acompanhado de um aumento ou redução de manchas solares em sua superfície. Esta descoberta foi feita em 1843 pelo astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875). Gráfico 08 – Demonstrativo do periódico de 11 anos das manchas solares. Fonte: MACKEY (2007, p.2) Rozelot e Lefebvre (2006 apud MACKEY,2007,p.2) "constataram que as variabilidades da irradiação solar representaram uma proporção significativa da tendência de temperaturas globais, nos períodos 1856-1910, 1910-1945 e 1946-1975". Existem atualmente dois órgãos internacionais que emitem boletins oficiais acerca das manchas solares (sunspot numbers report). Os internacional Sunspots Numbers são compilados pelo "Solar Influences Data Analysis Center" na Bélgica e os sunspot number NOAA que são compilados pelo " US Nactional Oceanic and Atmosferic Administration". Gráfico 09: Histórico de dados de números de manchas solares. Fonte: NASA, Sunspots and Solar Cycle, http://www.sunspotcycle.com Gráfico 10: O ciclo solar em números de manchas solares , indicativo de média. Fonte:adaptado de BIESECKER,Douglas (NOAA/SEC) (2006,p.2) Como pode se verificar no gráfico apresentado por Biesecker (2006) a atividade do Sol, que foi aumentando através da maioria do século 20, tornou-se recentemente calma, causando uma mudança de tendência em relação as atividades das manchas solares. 2.2.5.2 Manchas solares e mudanças da temperatura do planeta O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (IPCC), promoveu uma teoria em que o recente aumento da temperatura do planeta é causado em grande medida pelas emissões de dióxido de carbono (CO2) como principal gás do efeito estufa. Baseados em simulações o IPCC lançou alguns cenários futuros até 2100, apresentados em Rebouças (2006,p.96) declarando que "No Nordeste, os modelos apresentam sistematicamente menos chuvas e mais altas temperaturas,enquanto que nesta região o aquecimento é menor que o previsto para Amazônia". Ocorre que as variáveis utilizadas pelo IPCC foram baseadas em dados antes de 2000 como apresentados no gráfico por Gregory (2009) em que o sunspot se alinhava ao efeito estufa causado pelo CO2 para elevar a temperatura do planeta. REBOUÇAS (2006) apresenta um gráfico utilizado no estudo do (IPCC) onde as combinações das forças radiantes devido a gases do efeito estufa são extrapoladas até o ano de 2100 onde modelos de cenários demonstram elevações abruptas da forçante radioativa antropogénica. Gráfico 11: Estimativa da forçaste radioativa antropogênica até 2002, extrapoladas pelo modelo IPCC até 2100. Fonte: REBOUÇAS (2006,p.87) Gráfico 12: Temperatura Global, Concentração de CO2 e manchas Solares. Fonte:GREGORY( 2009 ), Ken-Climate Change Science , www.friendsofscience.org Gráfico 13: Mudanças da temperatura na baixa troposfera até 8 Km e concentração de CO2. Fonte:GREGORY, Ken-Climate Change Science com dados : Met Office - Hadley Centre O ajuste da linha de tendência a partir de Janeiro de 2002 a junho de 2009 indica uma queda de 0,27 graus Celsius na temperatura global. A linha verde mostra a concentração de CO2 na atmosfera, medido em Mauna Loa, Hawaii. No entanto, a elevação do CO2 mostrada no gráfico demonstra que o efeito estufa causado pelo CO2 não é o causador da elevação da temperatura ocorrida até o ano 2001 como afirma o IPCC. As relações de manchas solares e a meteorologia do planeta terra e a influencia no nosso clima podem ser vistas cruzando-se os dados das manchas e das secas Nordestinas. Verifica-se através dos mesmos que as secas do período compreendido entre 1750 e 2009 apresentam 86% de ocorrências em períodos em que as manchas solares estão sendo reduzidas e os outros 14% de secas em períodos em que os manchas estão se elevando e as ultimas são geralmente de menor intensidade. Gráfico 14: Cruzamento de informações de secas no Nordeste do Brasileiro x número de manchas solares (Sunspots). Fontes: elaborado pelo autor baseado em em dados: O Revolucionário " Amauri Pires De Medeiros" – Conforme Atá Diurna De Camara Cascudo - Tabela De Seca Do Seridó – Senador Guerra ; Brito Guerra,1981,Projeto Aridas,1995 ; Sudene – As Secas Do Nordeste, Recife,1981 ; Getulio Moura, Um Rio Grande E Macau Cronologia Da História Geral; http://solarscience.msfc.nasa.gov/SunspotCycle.shtml Baseados na serie histórica de Fortaleza e os dados de chuvas verificamos que os invernos fortes ocorrem geralmente associados as grandes secas, geralmente após as mesmas. Gráfico 15: Cruzamento secas x manchas solares x invernos. Fonte: elaborado pelo autor Com antecedência de vários anos a NASA extrapola por métodos estatísticos avançados predições, conforme apresentado no gráfico para o ciclo solar 24 que se iniciou em julho de 2009 e prevê seu máximo solar para 2013 e o próximo mínimo solar para 2020. Gráfico 16: Manchas solares como ferramenta de previsão de cenários estratégicos Fonte: NASA , http://solarscience.msfc.nasa.gov/images/ssn_predict_l.gif acesso em: 29/07/2009 2.3 Indústria salineira 2.3.1 Histórico do sal Há registros históricos da utilização do sal desde o período neolítico para a conservação de alimentos nas primeiras comunidades humanas. Supõe-se que os animais impelidos a sua procura o achavam pelo olfato, seguindo e observando, os nossos antepassados acharam as primeiras fontes de sal. Moura(2005,p.181) ressalta que "Tão valioso quanto o ouro, um era trocado pelo outro em peso igual na região antiga da Mauritânia. Na Abissínia ( atual Etiópia) e África Central, o dinheiro era o próprio sal". Os soldados do Império Romano recebiam parte dos seus soldos em sal. dessa alternativa nasceu a palavra salário. Um dos primeiros registros de salinas naturais no Rio Grande do Norte é o relado de, Pero Coelho de Souza, o primeiro capitão mor designado para o Ceará, em 1627 que derrotado pelos piratas Franceses numa batalha na serra de Ibiapaba, no Ceará, foi obrigado a fugir de lá, a pé. Quando chegou ao Forte dos Reis Magos ele fez relatos precisos da salinas existentes na costa de Areia Branca, Macau e Guamaré. Em 1630, Adriano Verdonk, através de relatório dirigido ao conselho político do Brasil Holandês, considerou o sal potiguar mais forte do que o espanhol e alvo como a neve e declarou que as salinas eram rentes com a praia e completamente cheias de sal. O processo utilizado na época era rudimentar como até hoje se utiliza no córrego e no boi morto em Grossos. Nessa salina se experimentou fazer sal com a manutenção das águas: "(...) introduziu por meio de um rego d'água do mar na altura de 1,5 pé, e fez sal no espaço de três meses", escreveu Alberto Smient. MOURA (2005, p.184). Como Portugal possuía salinas,não permitia a exploração de sal pelas colônias e em 1665 decretou a primeira proibição do comércio do sal no Brasil. Com a expansão da pecuária e a mineração de ouro aumentando a demanda haviam crises permanentes de abastecimento, pois a importação não atendia à demanda, provocando cada vez mais aumento de preço e em 1758 a coroa permitiu que os moradores pudessem usar o sal produzido pela natureza ou pela industria,mas em nenhuma hipótese, exportá-lo para qualquer outro sobre pena de multa e perda da embarcação.MOURA ( 2005,p.184) A partir de 1808, após a chegada da corte portuguesa ao Brasil D.João VI resolveu incentivar a produção de sal no Brasil, no entanto, por muito tempo a produção extrativa de sal artesanal permaneceu e as importações eram a principal fonte de sal. Em 1886 o governo criou uma lei em que proibia a saída do sal de suas fontes antes de um ano de colhido. O sal novo ou verde não servia para culinária. O tempo era a melhor fórmula para o sal atingir o teor ideal para o consumo humano. Devido ao fato de que o sal novo provocava o vermelhão da carne com posterior apodrecimento. Em 1889, o governo instituiu o regime de proteção aduaneira e estabeleceu uma taxa de entrada para o sal estrangeiro. Neste mesmo ano estabeleceu a " Concessão Roma" monopólio dado a Companhia Nacional de Salinas Mossoró – Açu. Permitindo a exploração dos terrenos devolutos entre Areia Branca e Macau, por um prazo de 30 anos. A pedido desta empresa o Governo criou o primeiro imposto com o pretexto de valorizar o sal no mercado que custava entre 10 e 30 reis o quilo, cobrado no porto de destino da mercadoria. Como o pequeno salineiro não conseguia pagar o imposto foi obrigado a vender a preços baixíssimos suas salinas ao monopólio que não permitia a concorrência e ninguém mais se aventurou a construir uma salina entre Macau e Areia branca. Foi nesta empresa que se experimentou o primeiro processo de lavagem de sal que consiste em lavar o sal dentro do cristalizador com água e pá, como o processo era um processo simples logo foi difundido. Em 1903 ocorre a transição da Companhia de Salinas Mossoró-Açu para Companhia Sal e Navegação que em 1905 transformou-se em CCN- Companhia Comércio e Navegação que posteriormente tornou-se CISNE,depois, ALCALIS e recentemente SALINOR. Em 1914, o estado reduziu o impostos de importação,quebrou o monopólio e estabeleceu o regime de livre comercio. Em 1953, foi promulgada a lei 1944 que determinava a obrigatoriedade da iodação do sal no combate do bócio endêmico. Grandes investimentos na década de 60 e o aumento do consumo de sal por parte das industrias criaram condições para a modernização e mecanização das salinas, no entanto, esta mecanização causou um enorme problema social com o desemprego em massa de quase 4 mil trabalhadores desqualificados e sem perspectivas somente na região de Macau. Em 1961, devido ao grande inverno a produção das salinas caiu 50%. Em 1962, as salinas se recuperaram e tiveram uma super produção. Em 1964, uma nova mudança climática reduziu a produção em 40%, resultando em autorização de importação pelo Governo federal. Em 1974, foi inaugurado o Terminal Salineiro S/A de (TERMISA) localizado em Area Branca é um porto flutuante ou ilha artificial construído à 17 Km da costa, provido de sistema de esteiras rolantes, onde são escoadas 40% da produção do Rio Grande Do Norte. 2.3.2 Condições para produção de sal marinho no Rio Grande do Norte A água do mar é a matéria prima principal na produção de sal ( NaCl) sua composição química é quase que constante para todos os mares, na mesma temperatura a salinidade média no oceano Atlântico é de 35 ( 34,6 – 34,8 ) gramas de sal por 1000 g de água do mar. Figura 10: Composição da água do mar Fonte: MILLERO (2001). O litoral leste do Rio Grande do Norte entre Galinhos,Macau e Areia Branca tem condições excepcionais para produção de sal marinho devido a alguns fatores primordiais: Solo argiloso praticamente impermeável a infiltração da água dando taxas de infiltração de 1,8 x 10-8 cm/s. Topografia favorável com planícies extensas e praticamente ao nível do mar. Clima altamente favorável onde as taxas de evaporação média são na faixa de 9 mm de água doce por dia, com o ano salineiro médio que vai desde 20 de julho à 15 de março perfazendo 269 dias. Com taxa de evaporação acumulada máxima de 5400 mm, média de 2968 mm e mínima de 1803 mm. Gráfico 17: Precipitação anual Fonte: Henrique Lage Salineira Gráfico18: Evaporação acumulada anual Fonte: Henrique Lage Salineira Gráfico 19: Médias mensais de evaporação, precipitação e evaporação líquida (mm) Fonte: Henrique Lage Salineira Mangues abundantes onde a água do mar é filtrada pelos micro organismos e pelos animais viventes nos manguezais naturais que até algum tempo atrás, por ignorância dos salineiros, eram dizimados para se ganhar alguns hectares de terra a mais. Os rios servem na maioria do ano como pré-evaporadores onde a água do mar adentra ao rio ou ao braço de mar e vai ao longo do seu curso evaporando e ganhando salinidade. Caso do Rio Mossoró, Rio Açu e alguns braços de maré como o ocorre em Galinhos e em Macau onde as salinas que estão ao longo destes cursos de água se beneficiam deste fenômeno natural. Atualmente, devido as barragens Armando Ribeiro e Santa Cruz que estão constantemente regulando o fluxo de água doce destes rios este fenômeno natural esta sendo muito alterado, trazendo dificuldades para algumas salinas). 2.3.2 – Processo produtivo A obtenção de Cloreto de Sódio baseia-se em um processo de evaporação e cristalização fracionada onde a diferença de solubilidade dos diferentes sais presentes na água do mar faz com que ocorra uma razoável separação dos mesmos ao atingirem seus pontos de solubilidade a saber: Óxido de Ferro (Fe2O3), Carbonato de Cálcio ( CaCO3), Sulfato de Cálcio ( CaSO4) e em seguida obten-se de Cloreto de Sódio (NaCl) com grau de pureza aceitável. Segundo Mannar(1982), o processo produtivo, de maneira geral, é constituído de quatro estágios. No primeiro, chamado de evaporadores, cujo objetivo é fazer com que a água captada do mar com 3 - 3,5° Be atinja a concentração de 6 °Be se utiliza de 35-40 % da área total da salina, em seguida vem a área de concentração que concentra a salmoura de 6° Be à 12 °Be e consome de 30-35% da área total, atingida a concentração de 12 °Be inicia a cristalização do gesso, esta área serve tanto para concentração da salmoura como para coleta do gesso indo até 24°Be, ocupando de 15- 20% da área total, daí a salmoura é colocada em um tanque de carga ou saturador onde a salmoura atinge sua saturação em NaCl a 25,6°Be e ocupa uma área de 1-2% .Atingindo-se essa concentração, abstraindo-se das perdas por infiltração, numa salina que capta água diretamente do mar terão sido evaporados cerca de 90% do volume inicial, esta salmoura alimenta os cristalizadores cujo objetivo é a produção do sal e cuja salmoura alimentada a esta área permanecerá até que atinja a densidade de 28,5 - 30° Be onde deverá ser descartada a água mãe rica em sais de Magnésio, Potássio, Sulfato,Bromo e Boro potencial não aproveitado ainda no Brasil, servindo somente de forte fonte de criticas por parte dos ambientalistas. Para se produzir 1 tonelada de sal são requeridos 50,8 m3 de água do mar e devem ser evaporados 45,5 m3 de água entre 3,5 à 25 ° Be e 3,5 m3 entre 25 e 28,5°Be. Tabela 05: Dados importantes acerca de sal solar vindos de 1 m3 de água do Mar. Sp.Gr ° Be VOLUME REMAN Kg DE SAIS OU ÁGUA REMANESCENTES EM SOLUÇÃO CaSO4 MgSO4 MgCl2 NaCl KCl NaBr H2O Total 1,025 3,5 1.000 1,416 2,14 3,375 27,28 0,742 0,086 989,59 35,039 1,090 12,0 0,2736 1,416 2,14 3,375 27,28 0,742 0,086 263,08 35,039 1,210 25,0 0,1066 0,175 2,14 3,375 28,28 0,742 0,086 95,09 33,798 1,245 28,5 0,0394 0,028 2,14 3,375 7,59 0,742 0,086 35,10 13,091 Fonte: Próprio autor Gráfico 20: Fluxograma sucinto do processo produtivo de uma salina Fonte: autor 2.3.2.1- Colheita Após três a quatro alimentações e descartes sucessivos o cristalizador é finalmente drenado para colheita. A programação da colheita tem importância preponderante na produtividade e, sob este aspecto, é interessante que o tempo de colheita seja o menor possível e que seu final coincida com o fim do período produtivo. Para que se tenha menores custos de transporte, a colheita deve começar pelo cristalizador mais distante e terminar com o mais próximo das instalações de lavagem, pois assim se terá o momento de transporte mínimo. No caso de colheita simultânea de mais de um cristalizador, com transporte até o lavador feito por caminhões, deve-se elaborar o programa de colheita de forma a se trabalhar com uma distância média de transporte corrente, próxima do valor da distância média para todos os cristalizadores. Antigamente as colheitas de sal eram feitas manualmente, após a mecanização das salinas as colheitas são geralmente feitas com escavadeiras (PC) ou através de colhedeiras. Figura 11: Colheita com escavadeira PC Fonte: Henrique Lage Salineira- Macau-RN Figura 12: Colheita com colhedeira Fonte: 2.3.2.2 - Lavagem O sal que é colhido dos cristalizadores pode esta contaminado por três impurezas principais: Insolúvel, areia, barro que é colhido da lagoa cristalizando ao mesmo tempo em que o sal. Quando a colheita é feita sobre um piso de sal, estas impurezas são menos abundantes, porém existem. Elas consistem em um barro qualquer que está em suspensão na salmoura de alimentação do cristalizador , ou de areia chegada aos cristalizadores pelo Vento. Quando o sal é colhido sem um piso de sal, o conteúdo de insolúvel depende de um certo número de fatores, os principais são: qualidade do fundo do cristalizador, densidade da camada de sal e que tipo de máquina foi usada. A experiência mostra que o conteúdo de insolúveis no sal colhido sem forro é de 0,5% e quando a colheita é feita sobre um piso de sal, o conteúdo de insolúveis é muito menor de cerca de (0,06%). Como o insolúvel dá uma coloração cinzenta ao sal deve-se eliminar o tanto quanto possível para se obter a brancura requerida. Sulfato de Cálcio que ainda permanece presente na salmoura saturada em Cloreto de Sódio nos cristalizadores (cerca de 1 g/l) é depositado ao mesmo tempo em que o NaCl. Expressado como CaSO4, o conteúdo comum do antes da Lavagem varia entre 0.3 à 0.4%. Sais de Magnésio, geralmente há uma concentração alta dos sais de Magnésio (Sulfato e Cloreto) que são sem duvida as maiores quantidades dos sais mais solúveis que permanecem na salmoura de entranhamento após a drenagem do cristalizador. Esta quantia de salmoura é aproximadamente de 10 a 15% do peso de sal colhido; é introduzido no lavador ao mesmo tempo em que o sal. Estas impurezas químicas, sais de Sulfato de Cálcio e Magnésio, não são sempre problemáticas– por exemplo, no caso do sal ser usado para preservar forragem ou alimento de gado. Eles devem ser eliminados, porém quando o sal for produzido para a indústria química e em particular para o fabricação de Cloro e Soda através de eletrólise. O propósito da lavagem do sal para eliminar até onde possível estas três impurezas, o equipamento usado deve ser adaptado para cada caso particular. Dois são os tipos de lavadores mais utilizados no Rio Grande do Norte, o lavador tipo fuso adaptado de lavadores de areia para o uso em lavagem de sal pelos Franceses e Americanos e o lavador de bomba draga trazido pelos Franceses da salando MIDI na construção da NORSAL único com centrífuga acoplada ao sistema de lavagem. Figura 12: Lavador de bomba draga Figura 13: Lavador de fuso helicoidal Fonte: NORSAL- Areia Branca-RN Fonte: Henrique Lage Salineira do Nordeste- Macau-RN Gráfico 21: Fluxograma de operação da lavagem de sal por salmoura. Fonte: autor 2.3.2.3 - Estocagem Depois de lavado o sal é estocado ao ar livre em pátio forrado com sal, por empilhamento, normalmente o sal é despachado depois de vários meses de armazenamento. Durante este período de armazenamento, o escoamento natural das pilhas e ação da água da chuva melhora apreciavelmente a lavagem química alcançada no lavador. Este período de tempo depende também da quantidade de chuvas durante o inverno (ou armazenamento). Apesar das chuvas causarem melhoria na qualidade química do sal, por outro lado, aumentam a sua umidade e causam perdas por dissolução. Em geral as desvantagens superam as vantagens e, por esta razão, é preferível que o estoque ocupe a menor área possível, pois os efeitos das chuvas são minimizados. Na realidade, o sal ainda hoje passa por um processo de "cura" como antigamente, no entanto, hoje se sabe o porquê da cura que se dá para reduzir a umidade e conseqüente redução dos sais de Magnésio ao mesmo tempo ocorre a eliminação da bactéria Halofilica que da uma coloração vermelha a carne quando o sal não esta curado. Figura 14: Empilhamento e estoque de sal Fonte: Henrique Lage Salineira – Macau-RN O ângulo de repouso do sal é de 31º e a densidade aparente do sal empilhado, com teor de umidade de 1,5%-2,5%, embora varia de acordo com a altura da pilha, devido ao efeito de compactação das camadas inferiores, causada pelo aumento da pressão, é de cerca de 1,15ton/m3. Durante o período de estocagem, o sal empilhado tende a empedrar a capa externa protetora contra intempéries e poeira. Para controlar os estoques de sal são utilizados balanços de massas que levam em consideração as perdas existentes em cada linha de entrada e saída de sal do pátio de estocagem, geralmente são utilizados dados práticos ou empíricos para determinação destas perdas e como os volumes transacionados são elevados ocorrem falhas no controle de estoque que são ajustados por inventários físicos periódicos por topografia, geralmente feitos com equipamento de estação total de trabalho,dando erro admissível de +/- 3%. Custo de armazenamento é o desembolso que uma empresa realiza para manter os seus produtos em estoque. Quando esses custos são elevados, as empresas se vêem compelidas a utilizarem ao máximo a sua capacidade, o que pode conduzi-lasa reduzir seus preços quando da ocorrência de excesso de capacidade.SILVA(2001 p.126) Tabela 06: Dados típicos de perdas percentuais de sal no processo PERDAS (%) EMBARQUE TERRESTRE EMBARQUE MARITMO TRANSPORTE COLHEITA 2,0 2,0 LAVAGEM 10,0 10,0 DRENAGEM 1,5 1,5 ESTOQUE 2,5 2,5 EMBARQUE 1,0 16,0 INVERNO 3,0 3,0 TOTAL DE PERDAS 20,0 35,0 Fonte: autor Gráfico 22: Fluxograma indicativo de perdas no processo FONTE:Autor Gráfico 23: Levantamento topográfico das pilhas com estação total Fonte: Henrique Lage Salineira –Macau-RN Tabela 07: Levantamento estatístico do sal ( produção e preços ) Fontes: DNPM-DIRIN, ABERSAL, ABICLOR, SIESAL/RN, SIRESAL/RJ, MF-SRF e MDIC-SECEX. Produção+Importação-Exportação, sal grosso a granel.; (2) outros fins (FOB-TERMISA), Areia Branca/RN; (3) Ind. Química (FOB-Aterro/Salina), Macau/RN; (4) Ind. Química (FOB-TERMISA), Areia Branca/RN; (5) moído para outros fins (incluídas despesas e impostos) - Mercado terrestre/rodoviário, Mossoró/RN; (6) preço médio mercado interno; (r) Revisado; (p) Dados preliminares(PA) projetados pelo autor. Foram utilizados os preços médios do dólar anual Gráfico 24: Valores de Produção, importação e exportação de sal do Brasil Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) Gráfico 25: Importação de sal do Brasil. Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) Gráfico 26: Exportações de sal do Brasil. Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) Gráfico 27: Preço de sal Ind. Química Fob aterro salina Macau. Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) Gráfico 28: Preço de sal Ind. Química FOB. TERMISA Área Branca. Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) Gráfico 29: Consumo aparente de sal no Brasil. Fonte: Autor baseado em dados DNPM (2009) 2.4 - Estoque No ambiente empresarial,se por um lado baixos níveis de estoque podem levar a perdas de economia de escala e altos custos de falta de produtos, por outro lado o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado. Encontrar o ponto ótimo não é em geral uma tarefa simples. (Garcia ,2006). 2.4.1 Teoria da previsão dos estoques Os estoques estão diretamente relacionados com a demanda do produto acabado. Sendo assim, as informações vindas do departamento de vendas quanto ao volume de vendas ocorrido, estima-se a demanda e em conseqüência o nível de estoques necessários para atender a linha de produção. Atualmente as empresas montam setores de análise logística que analisam comportamento de fornecedores e clientes procurando otimizar os relacionamentos para atender a demanda do mercado ao menor custo possível, utilizando-se, em muitos casos, de processos informatizados de transmissão de dados. A previsão é estabelecer a demanda futura de produtos acabados, e constitui-se em tarefa importante no processo e para que não haja solução de continuidade na linha de produção. A boa previsão não pode prescindir de analisar os fatores sociais, econômicos, políticos que alteram a maneira de se comportar do cliente em relação ao tipo de produto, e também, os que afetam o ambiente dos negócios da empresa. Devem-se considerar todos os dados conhecidos da dinâmica do mercado e do ramo de atividade. Segundo Dias (1993). As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas. Quadro 01: Métodos de previsão de demanda Quantitativas Qualitativas Evolução das vendas no passado Opinião de gerentes Variações decorrentes de modismo Opinião de vendedores Variações ligadas da situação econômica ( renda, PNB etc) Opinião de compradores Influência da propaganda Pesquisa de mercado Fonte:adaptado de DIAS ( 1993) Além de considerar os fatores acima, a previsão faz uso de métodos estatísticos para a definição do valor numérico da demanda futura, desta forma, minimiza-se os custo envolvidos na aquisição de materiais para atendimento da linha de produção sem prejuízo do cliente final do produto acabado. A tentativa é acertar o comportamento do mercado num futuro próximo. Logicamente quanto mais próximo está o futuro da previsão maiores são as chances de acerto, pois menor é a variável envolvida no processo. As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: Projeção: São aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo, segundo a mesma lei observada no passado, esse grupo de técnica é de natureza essencialmente quantitativa. Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação linear.  Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. Técnicas de natureza essencialmente qualitativa. 2.4.2 Tipos de demanda O padrão de comportamento do mercado consumidor tem características da demanda que variam no tempo com a evolução do consumo. A demanda do mercado é um conceito teórico que representa o desejo do consumidor adquirir determinado produto, porém existem limitações a esse desejo, como por exemplo,o que ocorreu com a atual crise financeira mundial em que o volume de meios de pagamento em circulação limitou a demanda no mercado. Então temos a demanda real, que é quantidade de estoque que realmente foi consumida, conhecida no mercado com Demanda Efetiva. Portanto a Demanda efetiva é a que realmente ocorre. A demanda prevista é uma estimativa antecipada do volume de vendas num período determinado, com uma margem de erro a ser considerada, como informada anteriormente. Quanto mais precisa a técnica de previsão, menor será à margem de erro do valor previsto em relação à demanda efetiva. A precisão da previsão é maior para grandes grupos de itens e para períodos de tempo próximos. Desta forma, temos três modelos básicos de classificação de demanda de materiais a seguir: Demanda regular ou constante Acontece quando a necessidade de materiais é constante ao longo do tempo ou tem pequenas oscilações de tal forma, que podemos identificar um comportamento regular ao longo do tempo. Demanda crescente ou Demanda decrescente, também conhecido de modelo tendencioso. Acontece quando nota-se um crescimento ou decréscimo do consumo ao longo do tempo. O consumo médio varia significativamente para cima ou para baixo ao longo do tempo. Demanda irregular, também conhecido de modelo sazonal de consumo. Acontece quando notam-se variações irregulares sem tendência crescente ou decrescente. São variações aleatórias tanto positivas quanto negativas de grande proporções em um período de tempo. Esses tipos de demandas são modelo teóricos, na realidade da empresa, ou melhor na prática, acontecem combinações dos três tipos, principalmente se considerarmos um longo período de tempo ou no acompanhamento da linha de vida de um produto. Quanto mais conhecemos o comportamento passado do produto maiores possibilidade de acerto na previsão do comportamento futuro. Os seguinte fatores podem alterar o comportamento do consumo: Influência políticas; Influências conjunturais; Influências sazonais; Alterações no comportamento dos cliente; Inovações técnicas; A demanda do mercado é atingida pelos fatores de influência, citados acima, e desta forma, ocorre à demanda efetiva. Compete a administração da empresa prever a Demanda o mais próximo da demanda efetiva, assim, reduzindo os custos envolvidos e conseqüentemente otimizando o lucro da organização. METODOLOGIA Para o delineamento desta pesquisa utilizou-se a pesquisa exploratória,descritiva,qualitativa e quantitativa. Vergara (2007, p. 46) menciona que "as pesquisas podem ter dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins a pesquisa foi realizada do tipo: exploratória. E quanto aos meios a pesquisa: pesquisa de campo, bibliográfica e estudo de caso."  Utilizou-se de pesquisa bibliográfica sobre os vários assuntos abordados.VERGARA (2007, p.46) define: A pesquisa bibliográfica é um estudo envolvido com base em material publicado em livros, revistas, redes eletrônicas, isto é, material que está acessível ao publico. O material publicado poderá ser também de segunda mão (dados secundários), por exemplo, citações em artigos. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também, pode esgotar-se em si mesma. O estudo de caso caracterizou-se como o mais adequado para ser utilizado nesta pesquisa na empresa Henrique Lage Salineira do Nordeste S/A Três são as situações nas quais o estudo de caso é indicado. A primeira é quando o caso em estudo é crítico para se testar uma hipótese ou teoria explicitada. A segunda situação para se optar por um estudo de caso é o fato dele ser extremo ou único. A terceira situação se dá quando o caso é revelador, que ocorre quando o pesquisador tem acesso a um evento ou fenômeno até então inacessível à pesquisa científica. YIN (2005 p.34) O universo foi definido como sendo os dirigentes de empresas salineiras espertes no assunto salineiro, com um universo total de cinco entrevistados que apresentam a característica básica de possuir cargo de decisão estratégica. Os dados foram coletados através de um roteiro semi-estruturado qualitativo (anexo 1), com entrevista agendada com os dirigentes das empresas. O método de amostragem foi definido com uma amostra não probabilística de conveniência. Segundo Santos (1992) uma amostra deste tipo é escolhida quando a escolha dos membros da amostra é baseada na experiência do pesquisador. Após a coleta, os dados foram analisados junto à teoria segundo os pressupostos da análise qualitativa. Uma análise qualitativa é geralmente feita com um grande volume de dados. O primeiro desafio do analisador é reduzir os dados coletados com o máximo de cuidado para não perder informações e nem descartar dados valiosos, as transcrições deverão ser completas, mesmo sendo repetitivas com relação ao conteúdo. SAMPIERI,( 2006, p.489) Sampieri (2006) cita os principais objetivos da análise qualitativa: a) organizar dados, unidades, categorias, temas e padrões; b) descrever experiências dos casos analisados; c) explicar contextos, situações, fatos e fenômenos e d) relacionar os resultados da análise com a teoria fundamentada. ANÁLISE DOS DADOS A partir de uma revisão bibliográfica, foi feita a escolha do modelo de manchas solares como o mais adequado para o estudo devendo servir de parâmetro para geração dos cenários prospectivos. O primeiro passo para realização das análises foi compilar os dados meteorológicos fornecidos pela estação meteorológica da HENRIQUE LAGE SALINEIRA S/A, estação meteorológica oficial pertencente ao Instituto Nacional De Meteorologia (INMET) e cruzá-los com os dados das manchas solares. Uma estação meteorológica convencional é composta de vários sensores isolados que registram continuamente os parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que são lidos e anotados por um observador a cada intervalo e este os envia a um centro coletor por um meio de comunicação qualquer. INMET (2009, p. apresentação) http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php. Gráfico 30 : Precipitações anuais x Sunspots FONTE: Autor baseado em dados fornecidos pela NASA e estação meteorológica da Henrique Lage Salineira - INMET – Macau –RN. Gráfico 31: Precipitações anuais x Sunspots FONTE: Autor baseado em dados fornecidos pela NASA e estação meteorológica da Henrique Lage Salineira - INMET – Macau –RN. Outra importante fonte de evidências foram as entrevistas, já na sua concessão podemos tirar conclusões. Das cinco entrevistas preconizadas o gráfico abaixo demonstra a disponibilidade em que o ramo salineiro possui em conceder entrevistas. Grafico 32 : Disponibilidade de conceder entrevistas. FONTE: Autor (2009) As entrevistas foram transcritas, identificados trechos relevantes aos tópicos de interesse, além de outros assuntos que surgiram devido à recorrência no discurso dos entrevistados. Tais trechos foram destacados em seus arquivos de origem e condensados em planilha (de Excel), classificados de acordo com os tópicos destacando as respostas mais interessantes ou de maior entendimento pelos entrevistados. Tabela 08: Visão do negócio e do mercado FONTE: Autor (2009) Quando indagados com algumas perguntas pertinentes a visão do mercado, dos estoques e dos preços os respondentes demonstraram conhecimento profundo a respeito do seu comportamento e do que desejam para seus futuros, apresentando um desejo profundo de que ocorra tanta oferta como preços altos no futuro próximo e a longo prazo. Questionados a respeito da sua influência a respeito das políticas de estoques e preços no mercado, os mesmos se auto definiram modestos em relação ao assunto, ou não sabem a força que possuem no mercado. Gráfico 33: Influência do entrevistado no mercado salineiro Fonte: Autor (2009) Abordados sobre as relações com os seus concorrentes sobre o estoque, mercado e preços as respostas da tabela de sistema de relações entre as empresas. Resumidamente indicaram que, o mercado esta em calma no momento pela elevação dos preços ocorrida nos últimos 18 meses devido a influência do inverno, no entanto, esta relação não é amigável nos períodos secos onde os estoques se elevam e os preços tendem a cair fazendo com que o mercado se torna muito agressivo devido a guerra de preços, o que pelo descrito acirra os animo dos concorrentes chegando até a ocorrerem divergências que chegam ao ponto de acirrar os ânimos entre os concorrentes. Tabela 09: Sistema de relações entre empresas FONTE: Autor (2009) As respostas para verificar o conhecimento dos processo estratégicos, dois dos respondentes indicam conhecimento sobre os processos estratégicos. No caso das relações dos processos com a meteorologia, verificamos que os respondentes não possuem dados futuros confiáveis para gerar estratégias de longo prazo devido a falta de informações adequadas de clima, no entanto, todos sabem muito bem o que fariam se tivessem informações confiáveis a este respeito. Tabela 10: Processos estratégicos e relações com o futuro.FONTE: Autor (2009). Com base nas respostas da tabela de gerência do negócio, verificamos que, basicamente as estratégias são semelhantes e que algumas empresas planejam estrategicamente se preocupando com os altos estoques nos períodos de verão devido as variações dos preços. Todos com alguma variação lembram-se dos preços praticados na seca variam em até 1000 % em relação aos grandes invernos. Tabela 11: Gerência do negócio FONTE: Autor (2009). Constatamos pelos dados levantado junto ao DNPM e levantados pelo autor, resumidos no Gráfico 25, que as importações Brasileiras tem crescido muito nos dois últimos anos, sobretudo pela substituição do sal Brasileiro no seguimento Cloro–Soda pelas importações vindas do Chile que além de terem os benefícios do Mercosul ainda fazem o trabalho de transporte subfaturado alegando frete de retorno para o sal. Analisando o Gráfico 24, verificamos que as produções de sal, são afetadas pelos grandes invernos e secas, apesar de que em 2004 as produções logo se recuperaram devido as ampliações das salinas previstas para suprir a demanda da ALCANORTE – Companhia Nacional de Alcales que terminou por não se concretizar, levando o preço do sal para baixo já no ano seguinte 2005 conforme pode ser visto no Gráficos 27 e 28. O consumo aparente Brasileiro tem se mantido na casa dos cinco milhões e meio toneladas conforme o Gráfico 29. ANÁLISE DOS RESULTADOS Espera-se desta pesquisa consolidar o conhecimento da influência das manchas solares (Sunspots) na meteorologia climática do planeta, sobretudo da influencia que as mesmas exercem nas situações de secas e grandes cheias na região nordeste onde estão localizadas 90% da produção de sal marinho no Brasil. Espera-se em uma segunda abordagem elaborar uma metodologia de desenvolvimento de cenário estratégico com relação aos estoques salineiros baseados nas previsões meteorológicas futuras. Com relação a Henrique Lage pretende-se cruzar os dados da estação meteorológicas e as variações dos estoques e produção dos últimos anos com os dados Sunspots para verificar a existência ou não de política de estoques estratégico. Com base na metodologia abordada pretendemos sugerir uma política de estoques estratégicos para os próximos anos. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES ATIVIDADES PERÍODO MESES Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Cadastramento para Estagio I X Inicio do Estágio I X Revisão Bibliográfica X X X X X X X X Acompanhamento de atividades e levantamento de dados X X Término do Estágio I X X Elaboração do Plano de Estudo X X Entrega do Plano X Recesso X X X Cadastramento para Estágio II X Inicio do Estágio II X Acompanhamento de atividades X X X Coleta dos dados suplementares X X Análise dos dados X Elaboração do Relatório X X X Entrega do Relatório X Defesa do Relatório X REFERÊNCIAS BIESECKER,Douglas;NOAA/SEC:The Solar Cycle 24 Consensus Prediction ,2008. Disponível em: http://www.swpc.noaa.gov/SolarCycle/SC24/Biesecker.ppt - acesso em 29/07/2009. BRAGA,Ryan;MONTEIRO,Carlos. Planejamento Estratégico Sistêmico para Instituições de Ensino. São Paulo: Hoper, 2005. 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