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Minerais Pesados

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MINERAIS PESADOS UMA FERRAMENTA PARA PROSPECÇÃO, PROVENIÊNCIA, PALEOGEOGRAFIA E ANÁLISE AMBIENTAL 2º EDIÇÃO JOÃO E. ADDAD 2010 SÂO PAULO Copyright © 2010 by João Eduardo Addad Addad, João Eduardo Minerais pesados: uma ferramenta para prospecção, proveniência, paleogeografia e análise ambiental - São Paulo, 2ª Edição, 2010. 208p. 1. Minerais pesados. 2. Geociências, técnicas CDD 551.304 CDU 552.517 ISBN 978-85-901728-2-6 e-livro em pdf de distribuição livre todo o conteúdo pode ser utilizado para fins didáticos ou acadêmicos desde que citada a fonte MINERAIS PESADOS UMA FERRAMENTA PARA PROSPECÇÃO, PROVENIÊNCIA, PALEOGEOGRAFIA E ANÁLISE AMBIENTAL 2º EDIÇÃO JOÃO E. ADDAD 2010 SÂO PAULO Os minerais pesados funcionam como traçadores em uma prospecção. Desde as épocas coloniais, os garimpeiros da região de Diamantina procuram pelos "cativos" do diamante, grãos de magnetita ou anatásio com o mesmo hábito octaédrico, que acompanham o "senhor", branco e poderoso. No Brasil do século passado, dois caminhos de estudo foram especialmente seguidos: os minerais satélites do diamante, ao longo do Espinhaço, cruzando Minas Geraes e Bahia, na bacia do rio Tibagy no Paraná, algumas regiões de Goyaz e Matto Grosso, e a descrição os depósitos de monazita e ilmenita do litoral extremo sul baiano, Caravellas e Alcobaça, e ainda em Guarapary, no Espírito Santo. Nomes como Henri Gorceix, Orville Derby, Eugen Hussak, brilham nestas areias, ofuscando as limitações técnicas da época. Este livro é dedicado a eles. ÍNDICE ESTE LIVRO iv PARTE 1 1 MINERAIS PESADOS NO ESTUDO DE SEDIMENTOS 1 2 TÉCNICAS 3 APLICAÇÕES 16 1.1 GRÃOS E POPULAÇÕES 3 1.2 SOBREVIVÊNCIA À ALTERAÇÃO 3 1.3 SOBREVIVÊNCIA E COMPORTAMENTO NO TRANSPORTE 5 8 2.1 CONCENTRAÇÃO 8 2.2 ARENITOS E AREIAS CONSOLIDADAS 11 2.3 ESCOLHA DE UMA FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA ? 12 2.4 QUAL O TAMANHO DE UMA CONTAGEM? 12 2.5 MONTAGENS 14 2.6 ANÁLISE VARIETAL 14 3.1 PROVENIÊNCIA 16 3.2 PALEOCLIMAS, PALEOGEOGRAFIA E PALEOAMBIENTES 17 3.3 ANÁLISE AMBIENTAL 18 3.3.1 SOLOS 18 3.3.2 RIOS 18 3.3.3 PRAIAS 19 PARTE 2 DESCRIÇÕES DOS MINERAIS 22 ALMANDINA 23 ANATÁSIO 24 ANDALUSITA 25 AUGITA - AEGERINA AUGITA 26 BADDELEYITA 28 BIOTITA 29 BROOKITA 30 CASSITERITA 31 CIANITA 32 COLUMBITA - TANTALITA 33 CORINDON 34 CRISOBERILO 35 CROMITA 36 DIAMANTE 37 DIOPSÍDIO - HEDENBERGITA 38 EPIDOTOS 39 ESPESSARTITA 40 ESPINÉLIO 41 ESTAUROLITA 42 GOETITA 43 GORCEIXITA - GOYAZITA 44 GROSSULÁRIA 45 HEMATITA 46 HORNBLENDA 47 ILMENITA 49 MAGNETITA 50 MONAZITA 51 OLIVINA 52 PIRITA 53 PIROPO 54 RUTILO 55 SCHEELITA 56 SERPENTINAS 57 SILIMANITA 58 TITANITA (ESFÊNIO) 59 TOPÁZIO 60 TREMOLITA - ACTINOLITA - FERROACTINOLITA 61 TURMALINAS 62 XENOTÍMIO 63 ZIRCÃO 64 BIBLIOGRAFIA 66 ÍNDICE REMISSIVO 68 ESTE LIVRO Este livro trata da identificação de minerais pesados, através de suas descrições e de imagens dos grãos. A opção por disponibilização em pdf foi determinada pela facilidade de distribuição que este suporte representa. Na primeira parte do livro, foram considerados conceitos e técnicas de trabalho com pesados. Desculpem aqueles que acharem isto um pouco básico ou repetitivo. Mesmo assim, espero que algum detalhe seja útil. Na tentativa de deixar o texto mais direto, foi omitida uma multidão de exemplos de referência. A segunda parte trata dos minerais separadamente, suas características e aspectos que auxiliam na determinação das espécies. Foram escolhidos 40 minerais comuns em condições de intemperismo mais intenso. A intenção de agrupar fotografias de grãos de pesados, acompanhadas por suas descrições, partiu do problema que se estabelece quando é necessário o estudo composicional de uma amostra de areia. As descrições destes minerais fornecidas por Milner (1962) e por Parfenoff et al (1970) são extensivas, mas limitadas pelas ilustrações, muitas vezes desenhadas em traço preto, no primeiro caso, e pelo pequeno número de fotografias, no segundo. O Atlas Photographique des Mineraux D'Alluvions, de Devismes (1978) apresenta 641 fotos de 173 espécies minerais, nem todos pesados. Este autor utilizou 22 coleções de amostras, abrangendo agências de pesquisa, serviços geológicos, universidades, museus e particulares (incluindo a coleção de A. Parfenoff). Entretanto, trata-se de uma obra fora de catálogo há duas décadas. O mais recente Heavy Minerals in Colour, de Mange & Maurer (1992) apresenta excelentes fotografias de grãos, grande parte liberados a partir de sedimentos litificados, sendo, entretanto muito útil para este tipo de amostra, onde nos grãos liberados faltam características desenvolvidas na superfície pelo transporte, apagadas pela diagênese ou durante o processamento da amostra. Aqui, foram levados em consideração grãos de sedimentos inconsolidados e, na sua grande maioria, recentes. Deste modo, foram colocadas em evidência as superfícies retrabalhadas dos grãos e as feições resultantes do transporte. Estudos de minerais pesados têm sido expandidos para campos menos "tradicionais", onde técnicas analíticas avançadas e tratamentos matemáticos dos dados abrem caminho para aplicações específicas e interpretações mais sofisticadas. Proveniência e mistura de fontes, distância relativa de transporte, estabelecimento de seqüências e correlações, paleoambientes e paleogeografia, formação de solos e paleosolos, mapeamento de dispersão e análise de fluxos de sedimentos, alterações e impactos ambientais, foram os objetivos desta disponibilização de informações e imagens. Comentários são muito bem-vindos, assim como perguntas: [email protected] PARTE 1 1 MINERAIS PESADOS NO ESTUDO DE SEDIMENTOS Minerais pesados ocorrem em todas as areias, desde contribuições mínimas, alguns poucos grãos encontrados após uma procura detalhada em uma amostra, até quase a totalidade de um depósito de placer. Usualmente formam menos de 1% do sedimento, sendo o restante quartzo, feldspatos e micas, fragmentos líticos e biogênicos. As quantidades dos diversos minerais pesados em uma determinada areia dependem da abundância de cada um na área fonte e do transporte, que inclui a sua capacidade de sobrevivência ao intemperismo, à abrasão e a sua segregação devido a diferenças na densidade e forma. Com isto, estes grãos formam assembléias extremamente específicas em termos de composição mineral, distribuídas ao longo do sistema deposicional envolvido. Através da determinação destas assembléias, podemos tecer hipóteses sobre fontes, caminhos ou mesmo seqüências deposicionais dos sedimentos. Existem mais de uma centena de pesados descritos em cascalhos, areias e siltes. Se considerarmos variedades, este número aumenta consideravelmente. Apesar desta diversidade, apenas localmente ou ocasionalmente encontramos mais do que 10 a 25 espécies em sedimentos detríticos. No estudo destes minerais, normalmente se procede na concentração das amostras, pelo uso de meios densos. O mais comum é o bromofórmio, com peso específico de ~2,8. Ao contrário de quartzo e feldspato, estes grãos afundam no líquido, sendo por este motivo referidos como minerais pesados (Tabela 1). Os minerais pesados podem ser separados em dois grupos: opacos e não-opacos. Apesar de muitas vezes os opacos formarem a maior parte da população de pesados de um sedimento, os não-opacos acabam recebendo a atenção nos estudos de proveniência. Possivelmente isto seja uma conseqüência da necessidade do gasto maior de tempo para preparação, que inclui montagem e polimento dos opacos e de um aparato de luz refletida para sua identificação, caso não apresentem características diretas de reconhecimento. Minerais não-opacos, por outro lado, são potencialmente identificáveis com uma lupa manual sobre o fundo de uma bateia, com os pés enfiados no cascalho de um rio. Outro fato que talvez contribua para o abandono das assembléias de opacos, é que a maior parte dos grãos encontrados são magnetitas e ilmenitas, intercrescimentos ou produtos de alteração destes. Isto acarreta a idéia de "tanto trabalho para tão pouco". Porém, devemos considerar a existência de outros opacos, como por exemplo a cromita e a cassiterita, que se determinados trazem informações sobre a derivação das areias envolvidas: peridotitos, dunitos e serpentinitos, para a cromita e greisens e pegmatitos graníticos para a cassiterita. Do mesmo modo, a análise composicional da ilmenita caracteriza sua derivação: a assinatura química em termos de Mn, Ti, V, Mg, Cr e Al, determina uma origem máfica ou félsica (Grigsby, 1992); enquanto que elementos majoritários e minoritários, Página | 1 Ti, Mg, Mn, Al, combinados com características morfológicas, podem definir populações diferentes em uma amostra (e.g. Basu e Molinaroli, 1991). Tabela 1 - Composição e peso específico de minerais pesados mineral clorita biotita gorceixita - goyazita piroxênios tremolita-actinolita hornblendas turmalinas apatita (fluor-hidroxi) epidoto andalusita olivina silimanita esfênio topázio diamante crisoberilo cloritóide cianita espinélio s.s. grossulária piropo estaurolita titanita anatásio zircões metamíticos corindon brookita almandina rutilo goetita cromita xenotímio magnetita zircão monazita ilmenita pirita hematita columbita tantalita baddeleyita cassiterita composição (Mg,Fe,Al)12(Al,Si)8 O20(OH)16 K(Mg,Fe,Ti)3(AlSi3O10)(OH)2 (Ba,Sr,Ca)Al3H(OH)6(PO4)2 (Ca,Mg,Fe)2(Si,Al)2O6 Ca2(Mg,Fe)5(Si8O22)(OH,F)2 (Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe2,Fe3,Al)5(Si6-7Al2-1)O22(OH)2 Na(Mg,Fe,Mn,Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH,F)4 Ca5(PO4)3(F,OH) Ca2(Al,Fe)3Si3O12(OH) Al2SiO5 (Mg,Fe)2SiO4 Al2SiO5 CaTi(SiO4)(O,OH,F) Al2(SiO4)(OH,F)2 C BeAl2O4 (Fe,Mg,Mn)2(Al,Fe)Al3O2(SiO4)(OH)4 Al2SiO5 (Mg,Fe, Zn)Al2O4 Ca3Al2(SiO4)3 Mn3Al2(SiO4)3 (Fe+2,Mg)2(Al,Fe+3)9O6(SiO4)4(O,OH)2 TiO2 TiO2 indefinida Al2O3 TiO2 Fe3Al2(SiO4)3 TiO2 FeO(OH) (Mg,Fe)Cr2O4 YPO4 Fe2+Fe3+2O4 ZrSiO4 (Ce,La,Y,Th)PO4 FeTiO3 FeS2 Fe2O3 (Fe, Mn)(Nb, Ta)2O6 ZrO2 SnO2 p.e. 2600-3300 2700-3300 2700-3260 2960-3960 3020-3440 3020-3500 3030-3250 3100-3350 3120-3520 3130-3160 3210-4390 3230-3270 3450-3550 3490-3570 3500-3520 3500-3960 3510-3800 3530-3680 3550-4620 3560-3600 3582 3650-3830 3820-3970 3820-3970 3900-4200 3980-4020 4080-4180 4120-4318 4230-5500 4300 4430-5090 4520-510 0 4520-5200 4600-4700 4600-5400 4700-4780 4950-5030 5000-5256 5300-8200 5400-6020 6980-7020 Página | 2 1.1 GRÃOS E POPULAÇÕES Um sedimento pode ser entendido como um conjunto de populações de grãos de diversos minerais. Cada população é, por sua vez, potencialmente constituída de frações de várias proveniências, resultando em formatos, tamanhos e cores diferenciados. Zircões, por exemplo, apresentam tipologias características de seu ambiente formador (Pupin, 1980, 1985), onde o arranjo entre terminações piramidais e faces prismáticas corresponde a posições em uma escala geotermométrica de cristalização. Ainda considerando zircões, a determinação de fontes diferentes pode requerer técnicas mais elaboradas que a observação direta. O uso de catodoluminescência em uma população aparentemente homogênea pode revelar uma grande diversidade de composições, ou mesmo de zonamentos dos grãos, revelando histórias de recristalizações e sobrecrescimentos (e.g. Marshall, 1988). Uma determinada população vai ser distribuída granulometricamente na dependência tanto do retrabalhamento do ambiente sedimentar quanto da disponibilidade de tamanho na fonte. Quando consideramos uma população de grãos relativamente muito pequenos e arredondados de rutilo, por exemplo, é por demais simplista assumir que estamos distantes da área fonte e que o transporte foi o único responsável pelo desgaste e diminuição dos grãos. Eles podem já ter sido fornecidos em uma faixa granulométrica próxima ao tamanho observado. Populações de zircão derivados de granitos apresentam tendência a ocorrerem em grãos euédricos pequenos, enquanto que estaurolita, andalusita e cianita são comuns em frações mais grossas em derivações metamórficas. Minerais pesados mostram dois comportamentos diferenciados. Há aqueles que, apesar de existirem em pequenas quantidades na rocha fonte, acessórios, tendem a se enriquecer relativamente ao sedimento pela sua alta resistência (e.g. zircão, turmalina, rutilo em sistemas praiais e eólicos). Outros podem ser abundantes na fonte, essenciais, mas devido à sua instabilidade e fragilidade vão desaparecendo, sendo diluídos na direção do transporte (e.g. anfibólios, piroxênios e olivinas em ambientes fluviais). 1.2 SOBREVIVÊNCIA À ALTERAÇÃO O clima, vegetação e fisiografia da área fonte de uma determinada população controlam a pré-seleção dos grãos e a taxa da sua entrega no ambiente sedimentar. A razão entre a velocidade do intemperismo e da erosão do material intemperizado determina quais minerais sobrevivem, pela exclusão de espécies menos resistentes quimicamente, do mesmo modo que o fazem o período que o grão passa sob condições químicas hostis no meio de transporte, ou o tempo de permanência em depósitos intermediários e no depósito final. Fases minerais menos resistentes vão sendo seguidamente eliminadas. Muitas composições de anfibólios e piroxênios, por exemplo, são instáveis, sendo perdidas por dissolução intraestratal mesmo em soterramentos rasos ou em rampas de colúvio, Página | 3 enquanto que zircão e turmalina resistem até mesmo em lateritas sob prolongadas condições oxidantes extremamente agressivas. A maioria dos pesados tem um baixo grau de sobrevivência devido à instabilidades químicas e mecânicas. De uma maneira genérica, quanto mais altas a temperatura e a pressão de formação do mineral, menos estável ele é sob condições de intemperismo, onde é destruído por processos de dissolução. Na viagem pelo ambiente sedimentar, clivagens fragmentam os grãos, abrindo caminho para alterações químicas e fazendo com que eles desapareçam em direção ao transporte. Durante a eodiagênese, soluções têm uma maior atuação sobre os minerais instáveis, enquanto que os cimentos mesodiagenéticos selam os poros e isolam porções da rocha, aumentando a sobrevida de espécies em semi-equilíbrio. Existem diferenças nas estabilidades relativas dos minerais sujeitos a diferentes ambientes intempéricos e diagenéticos (e.g. Morton, 1984). Muitas vezes, pequenas variações químicas dentro das populações (e.g. Ca, Fe2+ e Fe3+ em granadas) determinam um limiar entre comportamentos. Isto implica na impossibilidade do estabelecimento de séries absolutas de instabilidade progressiva dos minerais pesados. Um dos controles externos básicos é a variação no quimismo das águas percolantes. Magnetitas e ilmenitas, por exemplo, podem sobreviver em ambientes oxidantes, enquanto são atacadas sob condições redutoras. A composição destas águas resulta tanto de variações no clima e presença de vegetação, como principalmente na composição dos materiais por onde elas circulam (Curtis, 1990). Em areias ou arenitos porosos, a água circula livremente, mantendo o desequilíbrio dos minerais instáveis até o seu desaparecimento. Em solos, entretanto, a circulação da água pode ser restrita e períodos de estagnação, freqüentes. Como conseqüência, reações em solos são consideravelmente complexas e variáveis, passando os minerais por longos períodos de metaestabilidade, seguidos por fulminantes episódios de dissolução de determinadas fases detríticas ou pedogenéticas. Quando minerais instáveis se dissolvem, eles colaboram na composição das soluções. Deste modo, um dos resultados do desaparecimento destes minerais é a mudança das soluções, seu pH e sua composição iônica. Esta mudança ocorre de maneira mais rápida próximo à superfície do solo, onde águas de chuva, usualmente menos saturadas em constituintes dissolvidos, atuam. Em muitos casos, a pedogênese apresenta uma continuidade por longos períodos de tempo. Entretanto, a maioria dos solos pode ser considerada como uma feição efêmera em termos geológicos. Processos como a alteração do nível de base de uma bacia fluvial, mudanças climáticas ou eventos extremos, interrompem a ação das soluções nos solos e redistribuem os grãos. Podemos considerar as seguintes tendências de comportamento em ambientes de solo: Minerais de Ti e Zr Ti e Zr mostram uma solubilidade baixa no solo e consequentemente, uma alta resistência. Minerais de Ti e Zr sobrevivem à lixiviação dos processos coluvionares, sendo adicionados no ambiente fluvial em taxas mais altas que outros grupos minerais (Huston, 1977). Página | 4 Minerais Fosfáticos Fosfatos de cálcio, como a fluorapatita ou hidroxiapatita são estáveis em solos alcalinos, enquanto que esta estabilidade é revertida para fosfatos hidratados de ferro e alumínio, em solos ácidos. As crandalitas são formas muito comuns de fosfatos em solos (Lindsay e Vlek, 1977). Olivinas, Piroxênios e Anfibólios Olivinas alteram muito facilmente para smectita, kaolinita, hematita, hidróxidos de ferro como goetita, ou percursores não-cristalinos destes minerais. Nas superfícies dos grãos, os cátions octaédricos, Mg 2+ e Fe2+, são potencialmente móveis. O Fe2+ se oxida prontamente para Fe3+ e o Mg tem a tendência de se coordenar com grupos OH. A perda destes cátions da superfície do cristal acelera a dissolução dos tetraedros de sílica, expondo porções frescas do retículo. Piroxênios tendem a se alterar para clorita ou smectita. Com a continuidade do intemperismo, todo o Ca, Mg e parte do Si são perdidos do retículo. Isto resulta em um progressivo enriquecimento do resíduo em fases como kaolinita, óxidos e hidróxidos de Fe e anatásio. Anfibólios apresentam uma seqüência similar aos piroxênios. Ambos possuem clivagens paralelas às cadeias de sílica. O acesso da água através das clivagens facilita a dissolução dos cátions responsáveis pela manutenção das cadeias, processo que causa uma rápida quebra na estrutura dos minerais (Huang, 1977). Efeitos de dissolução podem ser observados nas texturas superficiais de grãos. Piroxênios, anfibólios e granadas são muito didáticos em mostrar estágios progressivos de dissolução (e.g. Morton, 1984; Lång, 2000). Terminações recortadas e bordas serrilhadas nos primeiros, facetamentos simétricos em almandinas e ranhuras profundas, sulcos paralelos e estados esqueletais em grande parte dos pesados, são bem marcados sob microscopia eletrônica de varredura - MEV. Muitos sedimentos apresentam apenas populações de minerais ultraestáveis, por serem retrabalhados em mais de um ciclo sedimentar. Em outros, os processos de dissolução pós-deposicionais foram responsáveis por este achatamento da assembléia de pesados. A presença de grãos relictos, geralmente alguns poucos e frágeis sobreviventes, evidencia este último condicionante. 1.3 SOBREVIVÊNCIA E COMPORTAMENTO NO TRANSPORTE Do mesmo modo que variações locais impedem o estabelecimento de uma série padrão de estabilidade química, características específicas do meio de transporte e intrínsecas dos minerais mantêm controle sobre a sobrevivência e comportamento desta ou daquela população frente às condições de fluxo, aos impactos, esforços e solicitações físicas. Genericamente, a presença de clivagens e descontinuidades, falhas de cristalização, inclusões, fraturamento metamórfico, tornam um grão mais susceptível a ser destruído durante o transporte, enquanto que diferenças na densidade e forma dos grãos determinam padrões hidrodinâmicos de selecionamento e distribuição em depósitos. Página | 5 Dois aspectos da forma dos grãos podem ser considerados de modo independente: a esfericidade e o arredondamento. Grãos com planos de clivagem, fraturamentos, zonas com grande quantidade de inclusões, têm sua baixa esfericidade controlada por estas anisotropias mecânicas. Nos minerais com clivagens importantes (e.g. cianita, hornblenda), pode ocorrer a renovação destas superfícies durante o transporte. Estes controles facilitam o seu reconhecimento, apesar de eventualmente dificultar a avaliação da distância relativa do transporte e até eliminarem estas fases. O arredondamento é fortemente condicionado pela granulometria. Os impactos entre os grãos durante o movimento são mais efetivos em grãos maiores que 5 a 10 mm, movidos principalmente por rolamento no fundo de um córrego ou em uma praia, onde adquirem índices de arredondamento altos. Grãos entre 5 e 0,1 mm sofrem saltação dentro do fluido, tendo um comportamento variável, enquanto que os menores que 0,1 mm, transportados por suspensão, são quase sempre angulares (Blatt, 1982). Isto é decorrente de que grãos menores ficam mais efetivamente envolvidos pelo fluído, ocorrendo menor interação mecânica com outros grãos. Berkman (1976) apresenta uma série de minerais detríticos em ordem de resistência ao arredondamento, da qual foram extraídos os pesados: turmalina (mais resistente), estaurolita, titanita, magnetita, granada, ilmenita, epidoto, zircão, hornblenda, rutilo, hiperstênio, espodumênio, apatita, monazita, augita, hematita, brookita, cianita, enstatita (menos resistente). Entretanto, nesta série foram considerados fatores independentes, como clivagem e dureza. Grãos de minerais muito duros e sem anisotropias importantes sobrevivem melhor ao transporte. Zircão, turmalina e rutilo têm sido utilizados como um índice de maturidade sedimentar, ZTR. Quando, junto com quartzo, são os únicos constituintes de areias, significam o retrabalhamento deste sedimento supermaturo. Longos períodos sob ação química e mecânica são necessários para remover grãos de feldspato, líticos, micas e pesados menos resistentes. Se este sedimento ainda apresentar quartzos arredondados e esféricos como um padrão, ele aponta para ambientes de praia ou dunas eólicas, onde a abrasão atua repetidamente e por grandes intervalos de tempo. Características do meio de transporte também podem determinar variações quantitativas da presença de minerais pesados derivados da mesma fonte, como resultado de efeitos hidrodinâmicos sobre a sua granulometria e/ou seu formato. Enquanto que certos estilos de transporte aceitam uma grande variedade de tamanhos (e.g. fluxo de detritos, gelo), outros meios selecionam uma determinada faixa granulométrica e produzem depósitos mais homogêneos de grãos homogêneos (e.g. dunas eólicas). A presença de formas de leito, a variação de regimes de fluxo, a mudança dos estilos de deposição ao longo de um sistema deposicional, podem reter certa granulometrias e impedi-las de seguir (e.g. Fletcher e Loh, 1996). Em escala de grão, processos de transporte seletivo granulometriadensidade mostram desvios da simples equivalência hidráulica, ou seja, grãos leves e pesados correspondentes depositados juntamente não apresentam as mesmas velocidades de settling medidas em laboratório Página | 6 (Slingerland, 1977). Em um leito de grãos misturados, interações hidrodinâmicas entre os grãos tornam os mais densos e menores mais difíceis de serem levantados pelo fluxo (Komar e Wang, 1984; Trask e Hand, 1985). De um modo equivalente, a disponibilidade de granulometrias relativamente maiores sobre trechos do leito tem um efeito de "esconder" os grãos menores de pesados, dificultando que estes sejam arrancados do fundo e seqüestrados pelo fluxo. Formas de grão mais alongadas ou achatadas (e.g. anfibólios, cianitas) também vão alterar o coeficiente de arraste hidrodinâmico, se comparadas com grãos equidimensionais de mesma densidade e volume (e.g. epidoto, espinélio), apresentando respostas diferenciadas e desvios dentro do fluxo. Podemos relacionar os seguintes fatores de controle da presença de populações de pesados em um sedimento: teor na área fonte granulometria original tipo de intemperismo na área fonte razão entre as velocidades de erosão e de intemperismo tempo de transporte solicitação física do meio de transporte separação hidráulica permanência sob condições químicas adversas em depósitos intermediários dissolução intraestratal assim como listar conjuntos genéricos de estabilidade relativa entre alguns minerais pesados: Ultraestáveis Estáveis Instáveis zircão anatásio olivina turmalina espinélio piroxênios rutilo almandina anfibólios estaurolita epidoto monazita titanita ilmenita apatita cianita andalusita silimanita Estas seqüências são genéricas e se baseiam na experiência do autor em sedimentos sob intemperismo intenso. Os pesados quando sujeitos a climas mais secos ou a taxas de transferência rápidas entre o afloramento e o depósito, respondem de modo diferente, como pode ser observado na presença de anfibólios e epidotos no leito do Rio Açu, Rio Grande do Norte e de olivinas e piroxênios em praias de Fernando de Noronha. Página | 7 2 TÉCNICAS Muitas vezes, a identificação de um mineral pesado é uma tarefa difícil. Uma areia é o produto potencial de um conjunto de fontes, das quais muitos elementos não conseguiram chegar até o local de sua coleta e outros o atingem sem características determinativas claras. Eventualmente somos tentados a assumir a existência de uma determinada paragênese mineral em uma amostra. Um grão pardo-esverdeado, bem arredondado, único em uma amostra com contribuições de pegmatitos graníticos, torna-se candidato a ser "identificado" como uma turmalina. Entretanto, para a determinação absoluta de certos casos, pode ser necessário o emprego de métodos destrutivos, caso não tenhamos a presença de grãos com características distintivas. Nestes aspectos, reside a preocupação com o dimensionamento adequado de uma amostra. Enquanto que 50g podem ser mais que suficientes para algumas areias de placers, quilos são necessários em outros para que se possa trabalhar com populações de grãos, onde alguns deles vão mostrar características distintivas, hábito, clivagens, cor e zonamentos. Claro que este procedimento depende do grau de precisão que se queira alcançar. A estratégia da coleta de amostras depende dos seus objetivos e do meio a ser amostrado. Enquanto alguns campos de dunas são razoavelmente homogêneos, depósitos deixados por fluxos de detritos, trazidos por enchentes, geralmente apresentam variações texturais e composicionais, tanto vertical como horizontalmente. Camadas concentradas ocorrendo na base de muitos terraços aluvionares e níveis de base de tempestade em praias se caracterizam por uma grande porcentagem de minerais pesados. São resíduos deixados por condições alteradas e específicas de fluxo, não representando uma "amostra pronta" dos minerais pesados existentes no depósito como um todo. Campanhas de amostragem podem ter um custo elevado, considerando recursos, equipamentos e mesmo o tempo da equipe envolvida. Informações devem ser levantadas antes, assim como as bases para a coleta (mapas topográficos, fotos aéreas, imagens de satélite...), de modo a evitar, em campo, um redimensionamento que pudesse ter sido previsto com mais dados preliminares. 2.1 CONCENTRAÇÃO Uma amostra deve passar por uma certa rotina para que se proceda na identificação e quantificação dos minerais pesados. Considerando uma porção de areia, lavada dos sais, argilas e matéria orgânica, algumas vezes tratada com solução quente de ácido oxálico e oxalato de amônia para eliminar eventuais coberturas de hidróxido/óxido de ferro, segue-se a separação dos pesados por meio denso, usualmente o bromofórmio. Devido à toxidade dos vapores deste produto, muitos laboratórios adotam o politungstato de sódio (3Na2WO4•9WO3•H2O) ou metatungstato de sódio Página | 8 (Na6•H2W12O40) como meios de separação padrão (e.g. Callahan, 1987; Gregory e Johnson, 1987). O politungstato de sódio produz soluções aquosas que podem ser ajustadas por diluição para valores variáveis de peso específico, entre 1,0 e 3,1. Inércia química na ausência de íons de cálcio (cimentos de calcita e aragonita, bioclastos carbonáticos...) e não liberação de vapores tóxicos, o colocam como sucessor do bromofórmio, iodeto de metila e outros alcanos voláteis. O cuidado na sua utilização reside na possibilidade da evaporação acidental da solução e o aumento da sua densidade acima de valores críticos em procedimentos muito demorados (e.g deixar a montagem durante um final de semana) e na evaporação forçada em temperaturas acima de 60ºC para ajuste do peso específico, condição que resulta na decomposição irreversível para tungstato de sódio (Na2WO4), insolúvel em água. Alguns problemas podem advir da viscosidade alta politungstato de sódio em concentrações maiores, dificultando a dispersão de grãos de areia muito fina e silte por efeitos de tensão superficial. Uma préumidificação de uma amostra de peso conhecido, com uma quantidade medida de água, torna calculável o reajuste da solução de politungstato. Durante a pré-umidificação, é desejável o uso de vácuo e/ou agitação para remoção de bolhas de ar. Existem vários procedimentos e montagens para meios densos. Um balão ou funil de separação apoiado em um suporte, seguido de um funil equipado com papel filtro e um béquer na parte inferior do suporte, é uma montagem simples. Dentro do balão, coloca-se o líquido denso e um certo volume de amostra proporcional ao diâmetro do balão. A amostra deve se acomodar em uma camada fina, de modo a não ocorrer obstrução de grãos do contato com o líquido. Leves agitações auxiliam a descida de grãos de pesados com bolhas de ar aderidas ou posicionados de modo ruim. Os pesados descem até próximo à torneira de separação. Amostras com uma grande quantidade de pesados tendem a entupir esta passagem e devem ser tratadas em volumes menores. A abertura da torneira de separação leva os pesados a se depositarem sobre o papel de filtro no funil intermediário, enquanto que o líquido denso passa para o béquer e deve retornar ao acondicionamento. Terminada a descida de pesados, que pode requerer algumas horas e incluir umas tantas sacudidas, o papel de filtro pode ser colocado a secar sobre uma placa de vidro, após lavagem com alcool (bromofórmio e outros voláteis) ou água (soluções de tungstatos). Porcedimentos com bromoformio e outros voláteis devem sempre considerar a elevada toxicidade destes compostos, sendo padrão o trabalho em um ambiente fornecido por uma capela de exaustão. De modo a evitar a evaporação excessiva de bromofórmio, a colocação de uma cobertura de papel alumínio entre a saída do balão de separação e o béquer, além do fechamento da boca do balão de separação durante o repouso da montagem, são procedimentos interessantes. Quando o bromofórmio é utilizado na separação de minerais pesados, uma etapa necessária é a recuperação deste líquido denso. À mistura residual de bromofórmio/areia leve, dentro de um balão de decantação, pode-se adicionar água destilada, fazendo com que grande parte do bromofórmio se separe da areia, a qual fica imersa em água, Página | 9 flutuando sobre um remanescente de líquido denso. Retirados o bromofórmio liberado e a água em excesso, ainda resta algum bromofórmio nesta areia e deve-se lavá-la com álcool. Desta lavagem, teremos um resíduo bromofórmio-solvente-água. Como o bromofórmio é imiscível com a água, mas o álcool é miscível em quase todas as proporções, o resíduo de líquido denso pode ser recuperado da seguinte maneira: em uma garrafa, adicionase muita água e agita-se vigorosamente a mistura. Alguns dias depois, quando as fases se separarem, retira-se a mistura flutuante água/solvente. Algumas repetições deste procedimento terminam por extrair o solvente do bromofórmio, o que pode ser verificado quando um fragmento de dolomita ou calcita, colocado dentro da garrafa, flutuar na interface das fases. A mistura flutuante água/solvente ainda apresenta odor característico de bromofórmio e deve ser acondicionada para posterior destinação. Após a separação da parte densa, um separador magnético isodinâmico (Frantz) pode se tornar muito útil em amostras com muita ilmenita, por exemplo, ou outros opacos altamente suscetíveis ao magnetismo. Grãos de magnetita costumam obstruir a calha do equipamento. Assim, a utilização do separador magnético deve ocorrer após a remoção de magnetita com auxílio de um imã manual isolado por uma folha de papel ou plástico, de modo a facilitar a sua limpeza. Grãos com inclusões de magnetita e ilmenita, além da variação composicional de muitos minerais (e.g. conteúdo de ferro nos epidotos, granadas e hornblendas), dificultam uma utilização dos separadores magnéticos como discriminador absoluto de populações. Separadores magnéticos de campo mais intenso e separadores permanentes, de samário-cobalto ou neodímio-ferro-boro, podem ser utilizados na separação mais eficiente de minerais de menor susceptibilidade, os paramagnéticos (apatita, augita, diopsídio, epidoto, espinélio, granadas, hornlenda, rutilo, titanita, turmalina, zircão...). Deve ser considerado, entretanto, que em muitas amostras os separadores serão efetivos, em outras, não. O procedimento de batear manualmente de maneira indiscriminada e exaustiva a amostra antes da concentração por líquido denso, eliminando quase todo o material leve, é desaconselhado em muitos casos, pelas perdas que ocorrem de populações inteiras de minerais de grãos pequenos, hidrodinamicamente equivalentes aos grãos maiores de minerais e fragmentos mais leves. Este procedimento pode ter uma conseqüência catastrófica para algumas datações, prospecções iniciadas muito longe da área fonte ou estudos varietais, onde são consideradas as variedades de um certo mineral ou grupo de minerais. O estudo varietal com base na cor, forma ou inclusões de grãos é particularmente útil ao se trabalhar com zircões, que muitas vezes mostra subpopulações de grãos muito pequenos. Bateias mecânicas e mesas separadoras são vantajosas em amostras volumosas com objetivos específicos (amostragem em grande escala para prospecção de diamantes, por exemplo), assim como podem ser interessantes a lavagem de frações argilosas e a retirada de seixos ainda em campo, manualmente, em peneiras, bacias ou baldes. Van der Westhuizen et al. (1993) desenvolveram um separador hidráulico capaz de lidar com pequenas quantidades de amostra. Consiste Página | 10 em um tubo de vidro moldado em forma de uma serpentina de aquecimento, onde as alças funcionam como armadilhas para os grãos conforme estes são trazidos pelo fluxo. As regulagens da inclinação do conjunto e da velocidade do fluxo permitem uma calibração para populações de densidade e granulometria diferentes. Dois problemas causam dificuldades na adoção desta técnica: a necessidade de frações granulométricas estreitas, muitas vezes adulteradas pela presença de grãos achatados ou alongados que passam pelo peneiramento, e a restrição a pequenos volumes de amostra. 2.2 ARENITOS E AREIAS CONSOLIDADAS Areias de paleopraias muitas vezes se apresentam endurecidas por uma cimentação carbonática incipiente. Caso não existam fosfatos na amostra ou não seja importante a recuperação dos bioclastos carbonáticos, pode ser utilizada uma solução de ácido clorídrico (geralmente diluído a menos de 1%) para eliminar o cimento e liberar os grãos. O ácido acético não ataca fosfatos, mas tem a desvantagem de demorar até alguns dias para remover o carbonato, sendo muitas vezes necessário o aquecimento da solução. Uma amostra de arenito deve, obviamente, ser britada e ter seus grãos liberados antes de seguir os passos de uma areia inconsolidada. Um procedimento inicial para tal amostra consiste em se observar uma lâmina delgada da rocha, limitando a faixa de distribuição de tamanho para os minerais pesados presentes. Com o auxílio de uma peneira na saída de um britador, a rebritagem e concomitante regulagem da abertura da mandíbula móvel, resulta em uma amostra adequadamente cominuída para seguir a classificação por um conjunto de peneiras na faixa escolhida. Muitos grãos vão estar quebrados ou lascados, entretanto, espera-se que uma parte destes sobreviva e que sejam liberados de modo íntegro. Grãos com clivagens importantes ou em estados adiantados de dissolução são mais sensíveis a este procedimento. Cimentações por sílica microcristalina, carbonatos e hidróxidos/óxidos de ferro devem ser cuidadosamente consideradas para um tratamento químico. Um pequeno moinho com bolas cerâmicas em regime lento, em conjunto com uma solução ácida fraca, podem ajudar na liberação efetiva de certas amostras já britadas. A amostragem de porções razoavelmente alteradas dos afloramentos também pode facilitar a recuperação de grãos, mas considerando apenas os minerais mais estáveis sob telodiagênese e intemperismo. Em um concentrado de pesados obtido a partir de arenito, os grãos podem representar populações detríticas ou autigênicas. Estas últimas podem mascarar as primeiras. Nos arenitos, minerais autigênicos geralmente apresentam uma distribuição de tamanho de grão enquadrada em uma variação relativamente estreita. Morse e Qiwei Wang (1996) descrevem a nucleação dos cristais de minerais autigênicos acontecendo como eventos relativamente singulares e breves, sendo que o crescimento subsequente ocorre sob condições uniformes no volume de rocha envolvido, resultando em uma estreita distribuição de tamanho. Página | 11 Colúvios e sedimentos semi-consolidados geralmente apresentam coberturas limoníticas ou argilosas sobre os grãos, que impedem até a sua separação por meio denso. Em muitos casos, argilas são facilmente removidas por lavagem simples. Caso isto não ocorra, um tambor em regime lento ou um agitador mecânico podem ser muito úteis na limpeza dos grãos. Peneiramento úmido, geralmente com uma malha 300# e uma pisseta com água filtrada, elimina as partículas de argila liberadas. 2.3 ESCOLHA DE UMA FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA ? Duas abordagens opostas são freqüentemente utilizadas nos estudos de pesados: fração estreita e fração ampla. No primeiro método, é eleita e analisada uma fração granulométrica (e.g. 63 a 125 m, Morton, 1985). Apesar das facilidades que um conjunto uniforme de grãos apresenta para manuseio e observação em montagens, um risco grave é o de se eliminar uma espécie ou população índice, localizada abaixo ou acima da fração escolhida. Como em areias as variações mineralógicas são função do tamanho dos grãos, as frações finas usualmente mostram relações entre minerais pesados diferentes daquelas encontradas nas frações mais grossas. Um outro problema é a forma prismática e alongada de muitos pesados (e.g. zircões, cianitas, turmalinas), que podem responder ao peneiramento não como uma seleção apenas por tamanho, mas também pela sua forma. Entretanto, alguns casos podem ser beneficiados pela escolha de uma fração otimizada, após uma análise adequada. A segunda opção adota a utilização de todo ou quase todo o espectro granulométrico presente, sendo empregada em areias grossas, cascalhos e sedimentos mal selecionados. A divisão em subfrações e a adoção de procedimentos específicos para cada intervalo ( e.g. separação magnética para populações finas de ilmenita e magnetita, catação manual dos grânulos) fornecem um "mapa composicional" da amostra total. Este autor se opõe à conclusão de muitos trabalhos de que para correlações entre pacotes de areias em âmbito local ou regional, somente devem ser usados tamanhos similares de grão. Considerando um ambiente deposicional energético e uma determinada população, o transporte ao longo de distâncias consideráveis ocorre com uma perda volumétrica mensurável para os grãos. Neste caso, a correlação vai ser mostrada exatamente pela cominuição desta população. A identificação de grãos em frações similares pode significar a entrada de uma população nova, enquanto que o seu desaparecimento em uma determinada faixa pode indicar erroneamente uma não-correlação. 2.4 QUAL O TAMANHO DE UMA CONTAGEM? Em uma análise composicional de sedimentos, um dos parâmetros a serem estabelecidos é o número de clastos contados para a construção dos gráficos de distribuição, com um nível de confiança aceitável. Existe um embasamento estatístico para a escolha de um número otimizado de clastos. A precisão dos resultados pode ser avaliada pelo cálculo do erro padrão em um nível de confiança de 95%: Página | 12 erro padrão 95% = 2 √ (p.q/n) onde p é a freqüência observada, q eqüivale a (100 - p) e n é o número de pontos contados. Graficamente, a relação resulta nas seguintes curvas de freqüências observadas para erros prováveis (transformados em %), para as respectivas contagens totais (Dryden, 1931): No exemplo, com 100 pontos contados, um mineral que ocorre em 5% apresenta um erro de aproximadamente 4,36 neste valor (i.e. 87% de 5), significando uma ocorrência real de 5 ±4,36%. Para um componente com 80%, o erro é de 8 unidades (i.e. 10% de 80), ou seja, sua ocorrência pode variar entre 72 e 88%. Este gráfico também mostra que na medida em que contamos mais clastos, a taxa de aumento da precisão dos resultados diminui. Claro que um erro aceitável depende da precisão desejada. Um mínimo de 250 a 300 pontos contados leva a análise para cima do trecho acentuado da curva de 5%. Entretanto, não existe base para se considerar que contagens deste porte vão fornecer representações adequadas de componentes raros. Com 100 clastos contados, um componente que ocorra a 1%, vai apresentar um erro padrão de 1,14, maior que a própria freqüência encontrada. Isto significa que a contagem é pequena demais para que um componente que ocorra a 1% seja encontrado e quantificado. Página | 13 2.5 MONTAGENS A observação, identificação e contagem de pesados podem ser feita de dois modos: amostra solta ou amostra montada. Ambas tem vantagens e desvantagens. Uma amostra solta pode ser um problema de manuseio, principalmente se as frações consideradas forem muito finas. Entretanto, permite o isolamento de populações, a observação de grãos em várias direções e uma posterior opção por montagem. Uma amostra montada em epóxi, por outro lado, apresenta uma visão "congelada" e permanente dos grãos. Uma alternativa é utilizar uma resina reversível, eliminada por solventes como acetona. Os grãos soltos podem ser reorientados ou suas populações, isoladas. Uma grande variedade de índices de refração é disponível, lembrando que índices muito elevados dificultam a observação de feições superficiais em minerais de baixa refração. No caso de uma amostra de difícil identificação direta, uma alternativa interessante é proceder a observação de seções delgadas de grãos. A montagem dos grãos incluídos em resina epóxi e levados a uma espessura padrão permite a determinação precisa de pleocroísmo, cores de interferência, extinção, alongamento, clivagens, inclusões e zonamentos, muito mais bem definidos em um campo de microscópio petrográfico. O adelgaçamento da montagem se dá em duas etapas: uma fração granulométrica estreita de pesados é espalhada sobre uma lâmina e coberta por resina; esta montagem é desbastada até quase a metade da espessura dos grãos; a montagem é colada com resina sobre uma segunda lâmina; a primeira lâmina é desbastada completamente, prosseguindo-se o desbaste dos grãos+resina até ser atingida a espessura padrão, que pode ser conferida pela cor de interferência de quatro grãos de quartzo colocados nos cantos da montagem inicial. Temos então as fatias centrais em espessura para identificação. Uma agulha, polarizadores cruzados e um pouco de prática permitem o posicionamento adequado dos grãos dentro da resina ainda fluida, evitando que estes repousem sobre o comprimento, uma clivagem ou de modo aleatório. 2.6 ANÁLISE VARIETAL Características varietais como tamanho, forma, arredondamento e esfericidade, cor, zonamentos, inclusões, sobrecrescimentos, marcas de corrosão e intemperismo, são critérios que podem discriminar populações do mesmo mineral em um sedimento e significar origens diferentes (e.g. Schäfer e Dörr, 1997). A correlação entre depósitos arenosos adquire mais consistência quando são usados critérios varietais. Sob circunstâncias quimicamente agressivas nos depósitos, a escolha de um determinado mineral mais estável (e.g. turmalinas e zircões) diminui problemas com dissolução pós-deposicional de intensidade diferente entre locais de amostragem. Avaliações quantitativas de esfericidade e arredondamento de amostras são rapidamente obtidas por sistemas de captura de imagem, onde Página | 14 o contorno de cada grão é analisado por harmônicas baixas para o primeiro parâmetro e altas, para o segundo. Duas técnicas interessantes para refinamento da análise varietal são a microssonda eletrônica e a catodoluminescência. Através da microssonda, mapas químicos são produzidos quando é analisada uma malha de pontos, a partir dos quais zonamentos composicionais podem ser identificados nos grãos. Também é extremamente útil para determinação de variedades de anfibólios, piroxênios, epidotos e granadas (e.g. Morton, 1991). Para frações de areia muito fina e silte, tem sido adotada uma rotina automatizada por acoplamento de uma microssonda com um analisador automático de imagem (AIA). Este analisador é capaz de identificar grãos (áreas com sinal) e espaços (áreas com ruído), assim como medir os grãos (comprimento, largura, razão comprimento/largura, perímetro/área) e instruir a coleta de pontos composicionais, centrados sobre cada grão. A interseção dos parâmetros de grão com a sua composição, pode então definir classes varietais. Na segunda técnica, catodoluminescência, uma cor de luminescência ou sua ausência são produzidas ou inibidas pela presença de impurezas, terras raras e outros cátions. Este procedimento pode definir populações diferentes ou zonamentos nos grãos, revelando sobrecrescimentos e retrabalhamentos. Uma abordagem mais abrangente sobre esta técnica pode ser encontrada em Marshall (1988). Página | 15 3 APLICAÇÕES Pesados são utilizados como rotina na exploração de petróleo, para a análise de bacias, correlação de fácies e geometria de reservatórios potenciais, mesmo quando não são disponíveis testemunhos completos, apenas amostras fragmentadas. Em prospecção, na identificação de kimberlitos por seus indicadores, ou de depósitos primários de estanho através de grãos de cassiterita, de tungstênio, por scheelita. Entretanto, a utilização de minerais pesados não se restringe à geologia econômica ou a correlações estratigráficas. Processos erosivos, fluxos alterados, enchentes episódicas também deixam uma assinatura nas populações de pesados. 3.1 PROVENIÊNCIA Um exemplo clássico do estabelecimento de proveniência com pesados é a mistura de duas fontes: uma assembléia ZTR (zircãoturmalinarutilo), com grau de arredondamento alto, misturada a grãos angulosos de epidoto e anfibólio, mostrando a entrada de um sedimento diferente no sistema, que devido à fragilidade dos seus indicadores pode ser traçado na direção de sua fonte, segundo critérios do comportamento dos grãos. Os problemas são raramente claros como este quadro, necessitando muitas vezes de ferramentas estatística (e.g. análise fatorial) para a identificação de uma mistura de fontes e de vetores de transporte. Em outros casos, vai ser indicada, não uma mistura de fontes, mas uma origem comum para materiais diferentes. Muggler e Buurman (2000), por exemplo, atribuem uma mesma origem para 5 camadas de solos poligênicos do sul de Minas Gerais, através da assembléia de pesados, ilmenita, zircão e turmalina. Muitas vezes o indicativo de proveniência vai ser dado pelo reconhecimento de um histórico deformacional ou de eventos de recristalização na fonte dos sedimentos, que pode ser feito através da identificação de texturas associadas: Porfiroblastos, poiquiloblastos e faces Enquanto que o euedrismo nos minerais magmáticos resulta da formação precoce de certas fases, o grau de euedrismo nos minerais metamórficos varia com as características cristalográficas do mineral: estruturas cristalinas mais compactas tendem a crescer mantendo as suas faces. Entretanto, pode ocorrer que a instabilidade de um mineral em condições variantes de metamorfismo (e.g. retrometamorfismo) determine um padrão anédrico. Alguns minerais têm a capacidade de impor suas faces cristalinas em temperaturas mais baixas (e.g. anfibólios no fácies xisto verde). Em temperaturas e pressões mais altas, os cristais crescem sob uma maior competição por espaço, dificultando a manutenção das faces (e.g. anfibólios no fácies anfibolito superior). Geralmente a tendência ao euedrismo é diretamente proporcional à quantidade de um mineral na rocha. Entretanto, porções monominerálicas mantêm um alto grau de competição por espaço, apresentando cristais anédricos. Minerais como a granada e a estaurolita Página | 16 têm uma relativa dificuldade de nucleação, o que resulta em porfiroblastese, ou seja, formam-se poucos cristais que absorvem os componentes formadores destas fases. Por outro lado, cristais poiquiloblásticos podem se formar de dois modos: o englobamento de inclusões por velocidade de crescimento grande ou a presença de poucos nutrientes para uma fase com dificuldade de nucleação. Evidências de deformação e tectonismo Grãos de alguns minerais metamórficos, como granada, cloritóide e cianita, podem apresentar características deformacionais, indicando o histórico tectônico de uma fonte. Texturas helictíticas ou bordas livres de foliação em granadas, inclusões orientadas em cloritóides, faixas de sutura em turmalinas metamórficas e dobras ou kink bands em cianitas são melhor observáveis em grãos com alto grau de integridade. Entretanto, fragmentos “bem localizados” também podem mostrar estas feições. 3.2 PALEOCLIMAS, PALEOGEOGRAFIA E PALEOAMBIENTES Até algumas décadas, era considerado que mudanças climáticas globais e regionais ocorreriam gradualmente em intervalos que envolveriam muitos séculos ou mesmo milênios. A identificação de mudanças climáticas de grande amplitude ocorrendo em escalas decenais, acionadas abruptamente por gatilhos, mudou este paradigma (e.g. Taylor et al, 1993). Em associação a indicadores mais diretos de mudança climática, foram identificados padrões sedimentares (e.g. Bradley, 1999). Pedimentos e depósitos relacionados, terraços, complexos de rampa, leques colúvioaluvionares, modelados durante o Quaternário, são associados a alternâncias climáticas, onde períodos de chuvas concentradas exerceriam uma intensa atividade morfodinâmica (Passos e Bigarella, 1998). Estes eventos correspondem a mudanças na capacidade de sobrevivência e na diluição de populações de pesados. Considerando, por exemplo, uma seqüência de depósitos de uma área onde um clima úmido, no qual grande parte dos grãos estáveis era destruída, foi substituído por condições áridas, sob as quais mesmo fases minerais instáveis são capazes de sobreviver, a alternância climática fica marcada nas variações populacionais de pesados e seus graus de alteração intempérica ao longo dos estratos. Quando eventos de grande magnitude, muitas vezes raros na escala de tempo humana, atuam, são alterados as condições hidrodinâmicas, as taxas de permanência e o volume de sedimentos envolvido. A transição para a instalação das condições climáticas mais úmidas do Holoceno causou séries de eventos de fluxo alterado, por exemplo. Peregovich (1999) analisa a história deposicional do mar de Laptev, norte da Sibéria, através da variação de assembléias de pesados entre cenários de mudança climática (e sedimentar) ao longo do Holoceno. Ehrman e Polozek (1999) utilizaram minerais pesados para documentar uma mudança no movimento do gelo entre o Plioceno e o Quaternário, na Antártida. Indicações sobre paleorelevo e paleogeografia podem ser fornecidas através de evidências com pesados relacionadas a ambientação proximal ou distal, fases de relevo ativo ou aplainado, agressividade da Página | 17 denudação e exumação de embasamento, capturas fluviais e mudança dos curso de rios. Podvysotsky et al (2000) reconhecem paleopraias do Carbonífero da plataforma Siberiana, através do arredondamento e textura superficial de piropos kimberlíticos. Vaughn Barrie e Emory-Moor (1994) descrevem placers marcando paleolinhas de costa preservadas durante uma rápida subida do nível do mar no Holoceno, Columbia Britânica, Canada. A costa do Oregon, litoral norte do Pacífico, é marcada por uma forte compartimentação por pontões rochosos que impedem a troca de areia entre os trechos. Entretanto, a composição das praias reflete o transporte e mistura em condições de níveis do mar baixos durante o Pleistoceno, quando não existiam os bloqueios dos pontões modernos, mas uma efetiva deriva sul-norte. Para a delineação deste histórico, Clemens e Komar (1988) utilizaram padrões de arredondamento de pesados relíctos diluídos em areias produzidas pela erosão atual de escarpas. 3.3 ANÁLISE AMBIENTAL Processos de alteração do meio ambiente apresentam, em grande parte das vezes, uma participação de fatores geológicos superficiais, na posição de substratos, agentes ou condicionantes. Quando estiver envolvida uma mudança de fluxos sedimentares, minerais pesados têm um potencial para marcar esta mudança. 3.3.1 SOLOS Duas conseqüências decorrem da degradação de solos: a perda de qualidade do solo in situ e os efeitos off site associados com a sua erosão. Na dependência da presença de pesados, a sua quantificação comparativa pode ser utilizada como uma técnica auxiliar na identificação de limiares críticos da composição do solo residual, que indiquem taxas intensificadas ou estilos de erosão. Como o transporte de pesados é atrasado em relação aos leves de frações equivalentes, um lag de pesados é encontrado após eventos erosivos. A perda das camadas superficiais do solo e a exposição de níveis mais pobres e mais sensíveis à erosão alteram a composição do sedimento gerado. O escoamento superficial se encarrega de entregar a carga sedimentar a um sistema fluvial, que a utiliza no seu próprio assoreamento. Pulsos de argila, silte e areia seguem eventos chuvosos episódicos. Nestes eventos, o aumento do volume de material e a diminuição do tempo de permanência em condições de transporte, além da menor solicitação física dos grãos dentro dos fluxos de detritos, alteram o padrão e até mesmo a composição dos grãos no ambiente deposicional envolvido. A quantificação de taxas de perda de solo através do volume de sedimento depositado, pode se utilizar de determinados minerais índice como calibradores. 3.3.2 RIOS O manejo de sistemas de rios propensos a enchentes, com leito alterado antropicamente ou em regiões que experimentam grande variabilidade no Página | 18 regime de chuvas, requer a construção de mapas de risco de enchentes e de modelagem dos eventos. Em alguns destes procedimentos, marcadores sedimentares podem ser usados como balizadores de paleomegaeventos. Um exemplo interessante é o trabalho de Morton e Smale (1990). Estes autores analisam populações de pesados derivados de ultramáficas, olivina, piroxênios, anfibólios e epidotos de areias em um sistema fluvial da Nova Zelândia. A ausência de processos de alteração química nestes minerais instáveis, em amostras de depósitos intermediários, indicou que o tempo de residência não é longo nas planícies aluvionares, apontando para um transporte controlado por enchentes. 3.3.3 PRAIAS A composição dos sedimentos trazidos na costa por um rio é redistribuída na direção da deriva litorânea. A areia mais grossa e o cascalho, geralmente ficam retidos em estuários, lagunas ou depositados em praias próximas à desembocadura, enquanto que os sedimentos mais finos são levados deriva abaixo. Os pesados acompanham o padrão e, na maioria dos casos, esta distribuição altera a composição mineralógica das populações. Entretanto, grande parte do sedimento chega à praia durante episódios de fluxo fluvial aumentado, imediatamente após chuvas torrenciais isoladas ou durante estações úmidas. Esta variação volumétrica, granulométrica e composicional fica registrada em novos cordões litorâneos ou como níveis diferenciados, observados nas escarpas de praia e em trincheiras. Nas proximidades de trechos litorâneos conectados a áreas urbanas de ocupação intensa, é comum a observação de resíduos sólidos (lixo) em associação com estes sedimentos. Areias de praia ainda registram os eventos erosivos, relacionados com a passagem de frentes frias, alterações nos ventos alísios e marés de sizígia. Nestes eventos, a intensificação do fluxo ondulatório ( i.e. ondas e deriva) remove parte do volume da cunha de areia das praias. Como produto residual, temos sucessivas lâminas enriquecidas em minerais pesados. Compartimentos costeiros sujeitos a um processo erosivo contínuo mostram uma alteração composicional de suas areias. Ainda considerando praias urbanas, para muitos problemas erosivos ou para o aumento de área de ocupação (geralmente desordenada) são empregadas técnicas de dragagem e engorda da faixa de areia. Além dos impactos ecológicos e fisiográficos, locais ou extensivos a outros trechos deriva abaixo (agora superalimentada pela nova disponibilização de sedimento), são observadas mudanças nas características da areia, inclusive sua composição. Praias recuperadas por dragagem apresentam uma tendência a mudanças mais rápidas, apontando para a necessidade de uma segunda dragagem alguns anos depois (Bird, 1996; Pilkey, 1995). Como esta nova fase erosiva envolve a retirada preferencial de minerais leves, fica marcado o aumento relativo dos pesados. Ao lado de perfilagens de praia, a avaliação composicional da areia permite monitorar o comportamento de faixas recuperadas, fornecendo evidências dos processos de redistribuição intra e inter compartimento e da necessidade de medidas auxiliares locais. Página | 19 Diversos trechos do litoral sul da Bahia e norte do Espírito Santo têm apresentado problemas erosivos nas proximidades de desembocaduras fluviais. Em Alcobaça, padrões de minerais pesados e a distribuição granulométrica da areia ao redor da barra estuarina evidenciam a armadilha que deltas de vazante efetivam nas saídas dos estuários. A erosão e o crescimento do delta de vazante, nas últimas décadas, são relacionados às mudanças da carga sedimentar do rio Alcobaça, como resultante do desflorestamento intenso da Mata Atlântica (Addad e Martins Neto, 2000). Ao longo das praias, padrões de concentração diferencial entre as assembléias de pesados devem ser esperados. Zircão, rutilo, monazita, almandina, opacos e outros pesados de densidade mais alta, tendem a ser concentrados em áreas de maior erosão. Anfibólios, epidotos e pesados de menor densidade, têm propensão a ser seletivamente transportados e dispersos nas proximidades de desembocaduras de rios e zonas de acreção (e.g. Frihy e Komar, 1991). Algumas praias erosivas ou que apresentam um padrão de concentração de pesados podem conter quantidades maiores de monazita nas suas areias. Esta característica tem sido considerada como uma possível fonte de exposição a taxas perigosas de radiação (e.g. Alam et al, 1999). Após definido o problema, coletada e tratada a amostra, o próximo passo é a identificação e contagem dos grãos. Enquanto que vários programas e pacotes estatísticos disponibilizam técnicas numéricas eficientes em analisar e evidenciar informações menos óbvias, diversas publicações e web sites tratam extensivamente de conceitos relativos às propriedades óticas dos minerais, assim como da identificação destes. Grãos detríticos exibem detalhes e aspectos muitas vezes diferentes dos minerais em seção delgada de rocha. A PARTE 2 deste livro trata disto. Uma parte dos grãos encontrados em uma areia vai mostrar características imediatas de reconhecimento. Entretanto, para outros será necessária alguma experiência com conceitos como birrefringência, relevo, extinção, alongamento, assim como noções de paragênese, petrografia e mesmo tectônica. É intenção deste livro fornecer algum suporte "pósvenda", e na medida do possível, serão respondidos e-mails e indicados textos para suprir as dúvidas. [email protected] Página | 20 PARTE 2 DESCRIÇÕES DOS MINERAIS as propriedades referidas aqui tem como objetivo principal a identificação de minerais pesados em grãos com utilização de lupas binoculares, preferencialmente as capacitadas para luz polarizada. as fórmulas foram consideradas de modo simplificado e abrangente. os valores à direita são referentes ao peso específico e sua variação, considerando séries, e.g. olivina e granadas, ou alterações de estado, e.g. zircões metamíticos. Valores mais extremos podem ser encontrados nos grãos pela presença de inclusões, problemas de cristalização ou alterações. na escolha dos minerais a serem descritos, foi levada em consideração a probabilidade de ocorrência em condições tropicais e subtropicais, dentro de solos e depósitos percolados por soluções mais ácidas, onde algumas fases têm capacidade muito restrita de sobrevivência. não foi feita referência numérica à birrefringência dos minerais descritos. Um valor desta propriedade está ligado à espessura da seção observada, o que é variável em se tratando de grãos. Na maioria dos casos, as cores citadas são relativas a grãos entre silte grosso e areia fina. as imagens foram agrupadas após as descrições para facilitar a sua eventual impressão Página | 21 ALMANDINA Fe3Al2(SiO4)3 4,12-4,318 cúbica cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes. São as granadas de ferro, as mais densas do grupo. Esta propriedade varia nas almandinas na dependência da presença de magnésio e/ou manganês ocupando o sítio do ferro, e ainda de ferro substituindo o alumínio. características em sedimentos: grãos proximais podem apresentar alta esfericidade devido ao hábito equidimensional do cristal, mostrando faces e características superficiais primárias, como pontilhados, caneluras, padrões angulares ou mesmo buracos deixados por outros minerais semi-inclusos. Aparecem também como fragmentos destes grãos, irregulares ou dominados por fraturamento, conchoidal ou gerado durante metamorfismo e deformação, evoluindo para grãos arredondados pelo transporte. Grãos com histórico de soterramento podem exibir feições de corrosão superficial, apesar de sua relativa estabilidade química. Almandinas proximais algumas vezes apresentam filmes limoníticos recobrindo os grãos ou penetrando em fraturas. aspecto: translúcidos a transparentes, de quase incolores a tons fortes rosados, avermelhados, acastanhados, até grãos quase negros devido a grande quantidade de inclusões de opacos. Outras inclusões comuns são biotita, muscovita e quartzo. características óticas: relevo alto, isótropo. Alguns grãos podem apresentar birrefringência leve devido à deformação. confusões possíveis: • espinélios rosa-vermelhos são raros em sedimentos, mostrando uma tendência à forma octaédrica típica ou uma evolução desta por abrasão. Apresentam susceptibilidade magnética mais baixa e relevo também mais baixo. Entretanto, um diagnóstico apenas por métodos óticos pode ser difícil, considerando uma população restrita de grãos muito desgastados, sem resquícios das faces originais. Estes espinélios sensu stricto são espinélios de magnésio, apresentando um peso específico próximo a 3,55. • a diferenciação entre almandinas, espessartitas e piropos pode requerer o uso de microssonda ou outros métodos químicos. ocorrências e locais: muito comuns em áreas de metamorfismo regional, principalmente derivadas de xistos e gnaisses. Bacia do Rio Doce e médio Jequitinhonha, em Minas Gerais, praias do sul do Espírito Santo, drenagens da Faixa Seridó, no Rio Grande do Norte, são alguns exemplos de ocorrências em sedimentos. análise varietal: almandinas geralmente contêm quantidades apreciáveis dos membros espessartita e piropo, respectivamente Mn e Mg, no sítio do ferro, além de grossulária, Ca, minoritária. Esta variação composicional, assim como a quantificação de Ti e Na, podem ser utilizadas na determinação de populações distintas. Página | 22 ANATÁSIO TiO2 3,82-3,97 tetragonal cristal original: bipirâmide octaédrica e com as faces (111) bem desenvolvidas, podendo ser agudas, equidimensionais ou mais curtas. Em certas variedades, as bipirâmides são tão achatadas em (001) que determinam cristais na forma de tabletes com bordas bisotadas. Usualmente apresentam estrias perpendiculares ao comprimento. Intercrescimentos seguindo a mesma direção são comuns. características em sedimentos: como bipirâmides ou fragmentos influenciados pelas clivagens em (001) e (011), em diversos graus de arredondamento. As estrias sobrevivem bem à abrasão. aspecto: podem ser transparentes, translúcidos ou mesmo opacos, com brilho adamantino a metálico, no último caso. Ocorrem em tonalidades características de amarelo, amarelo acastanhado a alaranjado, azul índigo, sendo raramente incolores. São comuns os grãos parcialmente azuis, parcialmente amarelos, com distribuição de cor zonada ou em manchas. Dicroísmo perceptível em grãos maiores. características óticas: extinção paralela ou simétrica aos traços de clivagem e faces. Alongamento negativo, dispersão forte e relevo muito alto. Tabletes basais fornecem boas figuras de interferência uniaxiais negativas. Direções não basais apresentam birrefringência alta, com tintas ao redor da quarta ordem. Grãos biaxiais de ângulo pequeno, anômalos, não são raros. O relevo extremo escurece o contorno dos grãos, melhor observados sob luz intensa ou transmitida. confusões possíveis: • corindons azuis tem um relevo mais baixo, birrefringência fraca e um cristal com seção de seis lados. • rutilos amarelos e brookitas têm birrefringência muito mais forte e são uniaxiais positivos, com estrias paralelas ao alongamento do cristal. • espinélios são isótropos e formam octaedros. ocorrências e locais: anatásios azuis e amarelos são recuperados nos concentrados para diamante em Goiás e ao longo de drenagens do Espinhaço. Neste último, além de cristais bipiramidais, é comum um pseudomorfo do anatásio com aspecto fibroso, composto por pequenos cristais de rutilo. análise varietal: apesar de ser formado essencialmente por titânio, anatásios podem conter pequenas quantidades de Fe e Sn, além de Nb e Ta. Geralmente este mineral apresenta distribuições associadas a determinadas áreas fontes, mas a presença de populações de aspecto distinto (i.e. arredondamento e cor) pode ser confirmada através de análise composicional das substituições, como originadas de proveniências diferentes. Página | 23 ANDALUSITA Al2SiO5 3,13-3,20 ortorrômbica cristal original: prisma alongado de seção aproximadamente quadrada, usualmente terminado em (001). É o polimorfo Al 2SiO5 menos denso, estável em menores condições de pressão. Comum na forma de porfiroblastos. características em sedimentos: grãos irregulares e angulosos, subarredondados, evoluindo para arredondados com a abrasão. Bem polidos neste caso. Andalusitas tendem a ser mais comuns nas frações mais grossas das areias. Uma clivagem boa em (110) pode dominar populações de grãos alongados, algumas vezes apresentando resquícios das faces prismáticas caso sejam mais proximais. Raramente alcançam maiores graus de esfericidade, mesmo em ambientes de praia. aspecto: brilho vítreo, transparentes a translúcidos, incolores a rosa salmão, eventualmente violeta e raramente em uma variedade verde pálido. As primeiras cores estão relacionadas com substituições por Fe e o verde, por Mn. Apresentam tricroísmo distinto a forte nas variedades coloridas. As cores são freqüentemente "manchadas", assim como o padrão de tricroísmo. Inclusões fluidas comumente ocorrem alinhadas ou distribuídas em véu. Algumas populações mostram nuvens de inclusões carbonosas, de magnetita ou de minúsculos fragmentos da rocha encaixante, podendo estar concentradas nos núcleos dos grãos ou arranjadas de modo simétrico. A variedade chiastolita apresenta as inclusões em um padrão cruciforme. Inclusões de magnetita aumentam a susceptibilidade magnética dos grãos, gerando alteração de comportamento em separadores magnéticos. características óticas: extinção reta, paralela aos traços da clivagem (110), alongamento negativo, relevo moderado, birrefringência de primeira ordem em grãos pequenos. Grãos maiores apresentam cores até laranja de segunda ordem ou vermelho, em um padrão manchado característico, causado pela sua forma comumente irregular. Grãos na posição basal fornecem uma figura biaxial negativa. confusões possíveis: • hiperstênio apresenta alongamento positivo e a clivagem dos piroxênios. • silimanita ocorre como prismas bem definidos, é não pleocróica e tem alongamento positivo. • com topázio incolor, o qual é transparente e tem uma clivagem basal perfeita. O tricroísmo da maioria das andalusitas e seu alongamento negativo facilitam a distinção. ocorrências e locais: típica de metamorfismo de contato em rochas argilosas, como em Itinga, Minas Gerais, a partir de onde as areias do Jequitinhonha recebem uma quantidade maior destes grãos. Comum em drenagens de trechos do Barreiras, no Espírito Santo e sul da Bahia, assim como em praias adjacentes. Andalusitas esverdeadas são encontradas nos aluviões de Paramirim, Bahia. Página | 24 AUGITA - AEGIRINA AUGITA (Ca,Na)(Mg,Fe,Al,Ti)(Si,Al)2O6 3,20-3,60 piroxênios monoclínicos cristal original: prisma de seção aproximadamente quadrada a octogonal. Ocorrem maclas polissintéticas em (001). Algumas variedades apresentam estrias ao longo do comprimento. características em sedimentos: de grãos subédricos a grãos angulosos e alongados, dominados pelas clivagens longitudinais imperfeitas que se cruzam em 87º e 93º, sendo diagonais às faces prismáticas. Devido a isto, os grãos mais proximais que ainda apresentam faces prismáticas, podem se mostrar mais acunhados do que grãos dominados apenas pela clivagem. O transporte e abrasão determinam grãos irregulares ou fragmentos terminados em dentes agudos, com fraturas conchoidais, evoluindo para formas arredondadas. Grãos com histórico de soterramento são muito afetados por dissolução intraestratal, processo que pode tornar os grãos com aparência esqueletal. Em muitas ocorrências derivadas de rochas vulcânicas, os grãos são corroídos. Grãos liberados a partir de basaltos tendem a mostrar euedrismo quando proximais. aspecto: vítreo a resinoso, translúcido a transparente, variando entre preto, verde muito escuro e verde acastanhado, ou verde a verde acinzentado nos indivíduos com maior presença do componente aegirina, um piroxênio de sódio e ferro. Estes grãos apresentarem maior transparência, principalmente nas bordas. Tricroísmo marcado, aumentando a sua intensidade com a quantidade de ferro. Nas aegirina augitas, o tricroísmo passa de verde acastanhado para verde intenso e verde azulado, enquanto que variedades titaníferas, do verde acastanhado para tonalidades castanho violáceas ou malva. Inclusões podem ser abundantes, de ilmenita, magnetita e apatita. Muitas populações mostram zonamento de cor e composição, principalmente as originadas de alcalibasaltos. características óticas: extinção oblíqua, máxima em (010), até 20º nas aegirina augitas e 47º nos membros mais augíticos. Fragmentos sobre uma partição em (100) mostram extinção paralela. Alongamento geralmente positivo nas augitas e negativo nas aegirina augitas. Birrefringência média, aumentando com o conteúdo de ferro. Grãos mais escuros mostram cores anormais, mascaradas pela cor do mineral. Augitas titaníferas apresentam extinção incompleta dos grãos devido à dispersão forte. Figuras biaxiais, quando observadas, podem ser positivas ou negativas, dependendo da composição. confusões possíveis: • hornblenda mostra a clivagem típica dos anfibólios e tricroísmo forte. • turmalinas esverdeadas tem o chamado dicroísmo inverso e alongamento negativo, não apresentando clivagens. São uniaxiais. • epidotos castanho esverdeados, allanitas, mostram extinção reta em grãos prismáticos alongados e clivagem menos proeminente, resultando em fragmentos irregulares. • diopsídios são geralmente verde pálido. Entretanto, algumas variedades de diopsídios exibem tonalidades mais intensas, que ocorrem também nas aegirina augitas. Possibilidades de determinação são o alongamento, positivo nos diopsídios, e o ângulo de extinção, maior que 38º nos diopsídios e menor que 20º Página | 25 nas aegirina augitas. Grãos irregulares ou pequenos, entretanto, podem ser difíceis de diagnosticar. Quando não existe confirmação química, grãos de piroxênios verde claros são usualmente referidos como diopsídios, e grãos de tonalidades mais fortes, como piroxênios augíticos. ocorrências e locais: augitas são os piroxênios mais comuns em sedimentos. Sedimentos de rios que cruzam rochas ígneas alcalinas, como alguns afluentes do Ribeira do Iguape, sul de São Paulo, mostram uma maior incidência de variedades com contribuição sódica. São mais raros em sedimentos antigos, devido à instabilidade química. análise varietal: as possibilidades composicionais destes clinopiroxênios, na grande parte das vezes discriminadas apenas por análises de microssonda (majoritários ou traço, Ti, Na, Mn), refletem as paragêneses das fontes, granulitos ou magmas alcalinos, por exemplo. Página | 26 BADDELEYITA ZrO2 5,40-6,02 monoclínica cristal original: prisma tabular em (100), com terminações acunhadas. Os cristais podem mostrar estrias e eventuais geminações, freqüentemente polissintéticas. características em sedimentos: ocorre como grãos tabulares, usualmente desgastados e de bordas arredondadas. Muitas vezes apresentam uma alteração superficial na forma de um capeamento esbranquiçado, que lembra "coberturas açucaradas". aspecto: brilho resinoso. Amarelados, rosados, acastanhados, raramente incolores. As cores podem se apresentar manchadas de modo irregular ou em faixas. A baddeleyita pode lembrar, pelo seu brilho e cor, o ortoclásio. Alguns grãos mostram tricroísmo distinto. características óticas: relevo, dispersão e birrefringência altos. Biaxial negativo com extinção oblíqua, entretanto suas propriedades óticas não são facilmente determináveis. confusões possíveis: • zircões amarelados e fragmentados, que apresentam extinção reta e são uniaxiais. ocorrências e locais: mineral raro, mas encontrado com freqüência em alguns concentrados diamantíferos da Bahia, Mato Grosso e Triângulo Mineiro. Página | 27 BIOTITA K(Mg,Fe)3(AlSi3O10)(OH)2 2,75-3,3 monoclínica cristal original: geralmente ocorre como conjuntos lamelares empilhados, de contorno irregular. Raro como conjuntos prismáticos curtos, de contorno pseudo hexagonal. Esta forma ocorre em biotitas de origem piroclástica. características em sedimentos: a clivagem micácea, perfeita em (001) domina os grãos que se formam em placas. Bordas podem mostrar alteração e empenamento das lamelas. A alteração diminui o peso específico, não sendo recuperáveis em líquidos densos na faixa padrão. Grãos mais espessos são mais resistentes ao transporte, chegando a desenvolver arredondamento nas laterais. aspecto: transparente a opaco na dependência da espessura dos conjuntos empilhados. Brilho sobre a clivagem é variável devido à abrasão. Castanho a preto, podendo apresentar reflexos escuros de verde. Sob luz transmitida mostra cores que variam do pardo ao verde acastanhado. Titano biotitas apresentam cores avermelhadas. Quando biotitas sofrem hidratação, adquirem tonalidades castanho claras ou amareladas, com aspecto metálico. A cloritização passa os grãos para esverdeado claro ou castanho claro. Tricroísmo forte, mas que depende de uma posição não basal para ser melhor observado. Inclusões comuns de rutilo, ilmenita, apatita, quartzo. Zircões inclusos desenvolvem halos pleocróicos característicos pela presença de elementos radioativos que afetam a estrutura das biotitas. características óticas: seções basais, sobre as quais a maioria os grãos são condicionados, resultam em figuras biaxiais negativas, com ângulo pequeno, de pseudo uniaxial, 0º, a 25º. Estas seções são sempre extintas. Eventuais grãos mais arredondados, que permitam uma observação lateral, mostram cores fortes de segunda e terceira ordens, mascaradas pela cor do mineral. O alongamento é positivo na direção dos traços de clivagem. confusões possíveis: • com outras micas, flogopita e stilpnomelana, para as quais podem ser necessários testes químicos caso seja necessária uma determinação precisa. Biotita é geralmente mais escura e mais pleocróica que as outras micas. ocorrências e locais: mineral muito comum, sendo, entretanto pouco resistente fisicamente devido à clivagem micácea. Em grãos derivados de granulitos com retrometamorfismo, as seções basais podem mostrar exsoluções orientadas de TiOx. Página | 28 BROOKITA TiO2 3,87-4,19 ortorrômbica cristal original: prisma, fortemente estriado na direção de crescimento e alongado na direção do eixo C. Sua principal característica é ser extremamente achatado em (100), formando cristais tabulares. características em sedimentos: como tabletes ou fragmentos de tabletes. As faces são cobertas por estrias profundas, dificilmente perdidas por completo pela abrasão. Fraturamento conchoidal produz bordas irregulares que determinam o contorno dos grãos. aspecto: translúcido a transparente, amarelo âmbar a castanho escuro, algumas vezes avermelhado, com zonamento de cor ou manchas. Podem ocorrer grãos muito escuros a opacos. Brilho adamantino nas faces cristalinas e fraturas, perdido no transporte e abrasão dos grãos. Entretanto, mesmo os grãos retrabalhados ainda apresentam as estrias ou suas marcas. Tricroísmo muito fraco, raramente perceptível. características óticas: relevo muito forte. Usualmente os grãos não se extinguem, devido à dispersão extrema. Quando a extinção parcial ocorre, é paralela à direção das estrias. Birrefringência muito alta, com tintas anômalas no azulvioleta, vermelho-lilás ou vermelho-laranja, tipicamente malva violácea. Mudança característica destas cores com a rotação da platina. Biaxial positivo de alongamento negativo. Entretanto, a figura de interferência assim como o sinal do alongamento são dificilmente definidos. confusões possíveis: • rutilo tem uma birrefringência mais forte e a brookita apresenta cores anômalas típicas, entretanto, grãos bem arredondados e pequenos podem oferecer dificuldades de identificação. Ainda assim, rutilos fornecem cores de interferência de alta ordem, não alterando a cor do grão com o cruzamento dos polarizadores. São uniaxiais e mostram uma clivagem mais marcada. • titanitas amarelo acastanhadas apresentam cores de interferência também de ordens superiores, mas que mudam para um azul-céu anômalo na proximidade da posição de extinção do grão. ocorrências e locais: usualmente não é muito abundante, mas ocorre sistematicamente em pequenas quantidades nos sedimentos de todo o Espinhaço, de Minas Gerais à Bahia, assim como de algumas faixas metamórficas de Goiás. Página | 29 CASSITERITA SnO2 6,98-7,02 tetragonal cristal original: bipirâmides muito curtas são comuns. Cristais alongados, com predominância das faces prismáticas, são mais raros. Geminações em joelho ocorrem em (011) e podem se repetir ciclicamente. características em sedimentos: como grãos euédricos, fragmentos das bipirâmides dominadas por fraturamento, passando para grãos rolados, de fragmentos irregulares a bem arredondados. Inclusões de opacos são comuns. Em alguns depósitos, ocorrem como agregados, concreções e formas criptocristalinas, denominados de estanho madeira. aspecto: brilho submetálico a adamantino, transparente a opaco. Podem ocorrer em uma grande variedade de cores e tonalidades, de quase incolores a amarelados, avermelhados ou castanhos, em grãos muito escuros até quase opacos. São comuns grãos com tonalidades distribuídas em manchas ou zonas. Eventualmente dicróico, variando de fraco a intenso. Alguns grãos podem apresentar níveis translúcidos entre porções opacas escuras, ou alternância de porções com cores fortes e dicróicas com porções incolores ou opacas, em uma distribuição característica da cassiterita. Seu traço é branco. características óticas: apresenta relevo extremamente alto. Grãos euédricos ou prismáticos mostram extinção reta. Birrefringência forte, com cores de interferência brilhantes, de ordens superiores, porém mascaradas pelas cores dos grãos. Uniaxial positivo com alongamento positivo, propriedades que são difíceis de se determinar em grande parte dos grãos. Em algumas variedades, a figura de interferência se divide em pseudo biaxial. confusões possíveis: • anatásio tem alongamento negativo e uma bipirâmide mais alongada, característica, com estrias perpendiculares ao comprimento. Apresenta tonalidades azuladas, não encontradas nas cassiteritas. • rutilo tem relevo e birrefringência mais altos e, geralmente, uma cor vermelha típica, mais forte e homogeneamente distribuída. • grãos prismáticos de cor clara podem lembrar fragmentos de zircão amarelado ou acastanhado, o qual tem cores homogêneas, relevo e birrefringência mais baixos. existe um teste característico para a cassiterita, com imersão dos grãos em HCl diluído e adição de zinco em pó ou flocos. Neste processo, as superfícies dos grãos ficam recobertas por uma película de coloração cinza metálico. ocorrências e locais: a cassiterita é muito resistente ao intemperismo. Possivelmente, em quantidades pequenas, é mais freqüente do que se avalia em estudos de minerais pesados, onde pode ser confundida com opacos, outros minerais escuros ou mesmo zircões. Sua densidade mais elevada, em relação a outros minerais pesados, facilita a formação de placers com alta concentração. Aluviões e paleoaluviões de São João del Rey, em Minas Gerais, de Rondônia e do Pará, são depósitos conhecidos. Página | 30 CIANITA Al2SiO5 3,53-3,68 triclínica cristal original: usualmente tabular, alongado paralelamente ao eixo C. São raros os cristais com terminações. características em sedimentos: grãos achatados e alongados em C. Geralmente são dominados pela clivagem perfeita em (100), que juntamente com a uma clivagem em (010) e a partição em (001), originam um contorno aproximadamente retangular, achatado, onde são observados degraus, reentrâncias ou cruzamentos produzidas por dominância diferencial entre estes planos. O alongamento dos grãos tende a ser mantido por uma diferença direcional da dureza, 5 em paralelo e 7 perpendicular ao eixo. Também ocorrem como fragmentos de clivagem, alongados com cantos arredondados, evoluindo com a abrasão para grãos ovais achatados. Eventualmente podem ser encontrados grãos arqueados ou dobrados. As cianitas tendem a ser mais freqüentes nas frações mais grossas das areias. aspecto: translúcido a transparente, com brilho vítreo a nacarado. Normalmente são incolores, azuladas, azuis esverdeadas, amareladas, com eventuais zonamentos, caracteristicamente em faixas centradas ao longo de C. Podem se apresentar carregadas de inclusões (grafita, rutilo, hematita, fluidos), se tornando de leitosas a acinzentadas a muito escuras. Neste último caso, chegam a se tornar opacos. Filmes de hidróxidos de ferro comumente penetram nos planos de clivagem e fraturas, resultando em grãos com reflexos avermelhados. Variedades azuis podem mostrar um tricroísmo fraco, entre tonalidades tendendo para o violeta ou para o azul cobalto. características óticas: tem alongamento positivo e relevo alto. Como grande parte dos grãos caem sobre a clivagem perfeita em (100) e o eixo ótico é inclinado com as faces do prisma, estes grãos mostram extinção oblíqua, entre 27 e 32 . Uma pequena parte dos grãos se forma na clivagem (010) e mostra extinção quase reta, em 7 . Cianitas geralmente mostram tintas de polarização do laranja de segunda ordem até o azul. Lascas de clivagem e grãos mais delgados chegam apenas até o amarelo de primeira ordem. As seções (100) mostram figuras de interferência biaxiais negativas centradas, com ângulo grande. confusões possíveis: • silimanitas prismáticas tem extinção reta, sendo predominantemente incolores. • andalusitas alongadas também mostram extinção reta, mas tem um relevo mais baixo e alongamento negativo. • zircões ovais, bem arredondados, apresentam relevo e cores de interferência muito mais elevadas. ocorrências e locais: a cianita é resistente ao intemperismo, sendo um mineral freqüente em concentrados de áreas metamórficas. Seu comportamento morfológico marca muito bem a distância/energia do meio de transporte. Página | 31 COLUMBITA - TANTALITA (Fe,Mn)(Nb,Ta)2O6 5,20-8,20 ortorrômbicas cristal original: como um prisma curto ou tabular, bem achatado em (100), retangular, terminado em pinacóides. Mostra fortes estrias em degrau, paralelas ao comprimento. São observadas maclas em (201). A densidade aumenta com a quantidade de tântalo presente. características em sedimentos: tendem a manter a forma retangular achatada, mesmo em populações retrabalhadas. Fratura subconchoidal controla populações com bordas irregulares. As estrias sobrevivem bem ao transporte, facilitando a identificação dos grãos. aspecto: opaco, cinza escuro a preto, ocasionalmente translúcido nas bordas ou quando ocorre como lascas delgadas, onde aparece marrom escura ou com tons avermelhados, pela presença de manganês. Brilho submetálico, algumas vezes com uma iridescência azulada nos grãos opacos, características perdidas com a abrasão. características: em seção polida, apresentam uma superfície branco acinzentada, com reflexos internos vermelhos a marrom avermelhados. Seu traço varia de vermelho a preto. confusões possíveis: • grãos pequenos, mais fragmentados e arredondados são potencialmente confundidos com vários outros opacos, principalmente com a ilmenita e a magnetita, podendo apresentar dificuldades na determinação. • mangano tantalita, uma variedade vermelha e transparente rara, mas abundante em certos campos pegmatíticos, pode ser confundida com almandinas escuras ou rutilos transparentes. ocorrências e locais: minerais raros, encontrados em depósitos associados a pegmatitos graníticos, juntamente com zircão, monazita, xenotímio e cassiterita. Nestes depósitos, podem formar placers, como em terraços e aluviões na região de São João del Rey, Minas Gerais, de Parelhas e Rio do Vento, Rio Grande do Norte. Em menor quantidade ocorrem na Bahia, no rio Paraguassú e no rio Bicas em Lençóis. Página | 32 CORINDON Al2O3 3,98-4,02 trigonal cristal original: dipirâmide de seção hexagonal. Maclas polissintéticas e de penetração podem ocorrer. Apresenta com freqüência estrias perpendiculares ao crescimento. características em sedimentos: muitos grãos proximais mostram a forma típica "em barril". O retrabalhamento pode resultar em tabletes hexagonais pela partição (0001) ou eventualmente grãos romboédricos, dominados pela partição mais fraca em (10 ī 1). Grande parte das ocorrências mostra grãos irregulares, com fraturas conchoidais. Com o transporte e retrabalhamento, chegam a formas bem arredondadas e polidas. aspecto: transparentes a translúcidos, de brilho vítreo. Ocorre em tons de azul e verde, vermelho, rosa e violeta, amarelo, castanho ou incolores. Distribuição irregular de cor é característica, podendo ainda apresentar zonamentos concêntricos ou em faixas. Algumas variedades coloridas apresentam forte dicroísmo, especialmente as safiras azuis: azul para azul esverdeado, azul para violeta ou entre tons de azul. Inclusões de rutilo e hematita não são incomuns, podendo estar orientadas, assim como cristais negativos de contorno hexagonal. características óticas: relevo muito alto e birrefringência baixa, algumas vezes mascarada em variedades de cores fortes. Uniaxial negativo, havendo a possibilidade de grãos maclados mostrarem figuras biaxiais anômalas e cores de interferência anômalas. Os tabletes derivados de partição basal mostram boas figuras uniaxiais. Extinção reta e alongamento negativo são observados em grãos prismáticos. confusões possíveis: • safirina, apesar de muito rara, pode ocorrer em algumas fontes similares. Este mineral, entretanto, não apresenta maclas e é sempre biaxial. • anatásios tem uma forma cristalina muito diferente e relevo mais alto, que escurece o contorno dos grãos. • com grãos arredondados de espinélios, os quais são cúbicos. • zircões, quando ocorrem como grãos arredondados, mas estes são uniaxiais positivos e tem birrefringência muito forte. ocorrências e locais: pela sua resistência mecânica e química, o corindon é um mineral freqüente, comum nas variedades incolores ou azuladas. Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia apresentam diversas áreas de ocorrência, tendo como exemplos os rios Coxim e Paraguassú, respectivamente no primeiro e último estados. Página | 33 CRISOBERILO BeAL2O4 3,50-3,96 ortorrômbico cristal original: tabular em (001), comumente maclado, podendo se repetir formando um cristal pseudohexagonal. Os cristais apresentam estrias em (100) e (001). características em sedimentos: geralmente em grãos arredondados, ou fragmentos de cristais angulosos com bordas arredondadas, dominados por fraturas conchoidais ou irregulares. Mais raramente, são observados grãos proximais tabulares. A dureza alta e a ausência de partição ou clivagem permitem que os grãos retrabalhados adquiram padrões altos de esfericidade e arredondamento, com superfícies polidas. aspecto: translúcidos a transparentes, de brilho vítreo. Verde folha, passando por um tom característico de verde amarelado pálido até quase incolor. Muitos grãos apresentam inclusões ou cavidades tubulares, que podem estar distribuídas em zonas. As inclusões são eventualmente orientadas. Quantidades maiores chegam a produzir uma sobreposição cinza escuro ou castanha sobre a cor do mineral, chegando a formar faixas pretas nos grãos. Tricroísmo marcado em grãos de cores mais densas, passando do verde para amarelo alaranjado e avermelhado. A variedade alexandrita mostra variações maiores e mais fortes do tricroísmo, entre verde, castanho e vermelho, verde, castanho e lilás ou, mais raramente, verde, castanho e azul arroxeado. características óticas: birrefringência fraca e relevo forte. Extinção reta e alongamento positivo, dificilmente determinados em populações de grãos arredondados e irregulares. Biaxial positivo. confusões possíveis: • com corindons esverdeados, que geralmente mostram formas menos arredondadas ou mais preservadas, onde se pode observar o alongamento negativo. Corindons ainda tem relevo um pouco mais alto, apresentam tonalidades diferentes de verde, zonamentos de cor e uma figura uniaxial negativa. • com zircões amarelados e bem arredondados, sem faces cristalinas preservadas, os quais mostram birrefringência muito mais alta. ocorrências e locais: mineral muito resistente à abrasão. Pode indicar uma fonte de pegmatitos graníticos, sendo comum a abundante em muitas drenagens das regiões entre Padre Paraíso e Catugí, norte de Minas Gerais. Página | 34 CROMITA Fe2+Cr2O4 4,43-5,09 cúbica cristal original: octaedro. Muito comum em agregados maciços, granulares a compactos. Cromitas de kimberlitos podem mostrar arredondamento dos cantos e bordas por reabsorção, reduzindo a área das faces do octaedro de modo similar aos diamantes. As faces resultantes têm aparência "congelada". características em sedimentos: octaedros de cantos desgastados por abrasão, evoluindo para grãos com alta esfericidade. Fraturas conchoidais dão origem a fragmentos e lascas, com diversos graus de arredondamento. aspecto: opaco, com brilho metálico a submetálico, entre preto e preto acastanhado. Cromitas magnesianas e aluminosas podem ser notadamente translúcidas nas bordas mais delgadas de fragmentos, em tonalidades escuras que variam do castanho amarelado ao castanho avermelhado. características: traço castanho escuro. Isótropo nas variedades translúcidas. confusões possíveis: • magnetitas são magnéticas, apresentando traço preto. • ilmenitas e cromitas quando ocorrem em grãos irregulares podem ser confundidas. ocorrências e locais: sua resistência permite a formação de depósitos a partir da alteração e erosão de rochas ultramáficas. Nos aluviões na Serra da Mata da Corda, Minas Gerais, a cromita encontrada nas frações finas da lavagem de cascalhos. análise varietal: algum magnésio está sempre presente, substituindo Fe2+, enquanto Al e Fe3+ podem ocupar o lugar do cromo. Estas variações, assim como a presença de diversos elementos traço, como níquel e zinco, podem ser usados na diferenciação de populações. Em populações sujeitas a um reequilíbrio metamórfico, as bordas podem atingir composições de cromo magnetitas. Cromitas inclusas em diamantes apresentam um alto teor de cromo (60 a 70% de Cr2O3) e magnésio (10 a 15% de MgO), além de depleção de TIO2. Xenocristais de cromita de kimberlitos mostram uma diminuição do cromo, apesar de haver alguma sobreposição com o campo de composição dos cristais inclusos. Esta diminuição é relativa ao reequilíbrio pós-formação dos diamantes, i.e., dos xenocristais com o sistema. De modo diferente do estigma dos piropos G10 nos kimberlitos da África do Sul, cromitas e Cr-espinélios podem ser as únicas indicações de kimberlitos diamantíferos, como no oeste da Austrália (e.g. Ramsay et al, 1994). Página | 35 DIAMANTE C 3,50-3,52 cúbico cristal original: como octaedros, dodecaedros e, mais raramente, cubos. Alguns cristais octaédricos mostram desenvolvimento de degraus em (111). Um desenvolvimento intenso deste tipo converte os octaedros em cristais pseudododecaedro-rômbicos. Sobre o mesmo plano, podem ocorrer geminações. Cristais de forma face-curva ou hábito arredondado são resultantes de processos de dissolução-corrosão, assim como as figuras triangulares e estrias sobre as faces. Pode ocorrer como variedades policristalinas-microcristalinas: ballas, bort e carbonados. características em sedimentos: diamantes não sofrem desgaste ou arredondamento por abrasão no transporte sedimentar. Entretanto, se partem por choque, na clivagem (111), resultando na formação de "lascas" e na pulverização dos grãos com mais inclusões e defeitos, regiões de fraqueza mecânica. Ainda existe alguma controvérsia sobre a origem das chamadas "marcas de unha", feições que podem se originar de pancadas sofridas na interação com outros clastos e/ou de efeitos corrosivos do magma de transporte. Inclusões comuns são ilmenita, espinélios, piropo, olivina. aspecto: brilho característico, transparente a opacos, na dependência de inclusões ou da variedade de cristalização. Tonalidades amareladas a acastanhadas são muito comuns, assim como "capas" esverdeadas ou acastanhadas, enquanto que diamantes coloridos (fancy) são raros. características óticas: isótropo, de relevo e dispersão muito altos. Pode apresentar birrefringência anômala e luminescência. confusões possíveis: • espinélios magnesianos incolores ou amarelados tem um relevo bem mais baixo (entre 1,7 e 1,9, contra 2,4 do diamante) e sofrem arredondamento, geralmente apresentando arestas desgastadas e faces polidas. • zircões não são isótropos. ocorrências e locais: são tradicionalmente conhecidos os depósitos aluvionares do alto e médio Jequitinhonha, em Minas Gerais, Poxoréu e Paranatinga, no Mato Grosso e o alto rio Paraguassú, na Bahia. Em muitas áreas ocorrem formas ou variedades com aspecto característico, como os carbonados da bacia do rio Macaúbas, Minas Gerais. A origem "primária", economicamente viável de diamantes, é associada a kimberlitos e lamproítos. Entretanto ocorrem em certos lamprófiros, basaltos alcalinos e picritos. O paradigma de que diamantes alcançam a superfície apenas através da subida relativamente rápida de certos materiais ígneos, foi quebrado pela comprovação que eles podem sobreviver à uma ascensão por atividade tectônica. Diamantes em complexos acamadados ultramáficos metamorfizados (Kaya, Burkina Faso), inclusões de diamantes em granadas e zircões de gnaisses (Kokchetav, Kazaquistão) e em granadas de eclogitos e piroxenitos (Dabie, leste da China) trazem implicações nos modelos tectônicos da sua exploração. Página | 36 DIOPSÍDIO - HEDENBERGITA Ca(Mg,Fe) Si2O6 3,22-3,56 piroxênios monoclínicos cristal original: prisma de seção aproximadamente quadrada ou de oito lados. São comuns as maclas polissintéticas em (001). características em sedimentos: as clivagens imperfeitas se cruzam em 87º e 93º, sendo diagonais às faces prismáticas. Os grãos mais proximais, que ainda apresentam faces e o desenvolvimento incipiente de clivagem, podem se mostrar mais acunhados do que grãos dominados apenas pela clivagem. Uma partição em (001), basal, pode estar presente, assim como terminações denteadas por fraturas. Muitas populações, entretanto, chegam a atingir graus razoáveis de arredondamento. Grãos com histórico de soterramento mostram alteração para clorita nas bordas e penetrando nos planos de clivagem e fraturas. aspecto: vítreo, transparente a translúcido. Diopsídios variam de quase incolor a verde, alguns grãos podem mostrar tonalidades pálidas de amarelo. Com o aumento da quantidade de ferro, o componente hedenbergita, as tonalidades de verde se tornam mais intensas e escuras. Diopsídios ricos em cromo apresentam uma tonalidade forte de verde folha. Inclusões de ilmenita, magnetita e apatita são comuns. características óticas: extinção oblíqua entre 38º e 48º, sendo muitas vezes incompleta devido à dispersão alta. Fragmentos sobre uma partição (100) mostram extinção paralela. Alongamento positivo e relevo forte. A birrefringência é média, com cores vivas de segunda e terceira ordens. O plano dos eixos óticos, (010), apresenta uma figura biaxial positiva de ângulo grande. confusões possíveis: • actinolita e ferroactinolita apresentam a clivagem dos anfibólios. • aegirina augitas geralmente tem coloração mais forte e tricroísmo notável, além de apresentarem uma extinção oblíqua menor que 20º. Entretanto, quando não existe confirmação química, grãos de piroxênios verde claros são usualmente referidos como diopsídios, e grãos de tonalidades mais fortes, como piroxênios augíticos. • olivinas tem extinção reta e birrefringência muito mais forte, além de não apresentarem clivagens, apenas fraturas ocorrências e locais: o diopsídio rico em cromo é uma dos minerais usados como indicadores de kimberlitos, e pela sua pouca resistência ao intemperismo e ao transporte em um ambiente aluvionar, sugere proximidade da fonte primária. Entretanto, um teor alto de Cr não é exclusivo de derivação kimberlítica, podendo ser encontrado em outras rochas ultramáficas. Teores de Fe, Al e Na também são interessantes para a discriminação varietal do diopsídio. Página | 37 EPIDOTOS Ca2(Al,Fe)Al2O.OH(SiO4) (Si2O7) 3,15-4,20 monoclínicos, zoisita é ortorrômbica cristal original: ocorre alongado na direção do eixo b, com desenvolvimento das faces paralelas a (100), originando um prisma transversal. Estrias podem estar presentes, também paralelas a b. Zoisitas e clinozoisitas, os epidotos de cálcio e alumínio, são mais leves, enquanto que allanitas, epidotos de ferro, apresentam maior densidade. características em sedimentos: os grãos são controlados por fraturas conchoidais, atingindo arredondamento alto em sedimentos retrabalhados ou ambientes de praia. Algumas variedades são dominadas pela clivagem paralela ao alongamento dos grãos em (001), que chega a ser perfeita. Muitas populações, se caracterizam por grãos límpidos irregulares que lembram vidro quebrado. aspecto: translúcidos a transparentes, de brilho vítreo. Epidotos s.s. ocorrem em grãos que variam entre verde pistache e verde amarelado, escurecendo em direção ao castanho até quase preto, quando ficam com aparência de opacos. Clinozoisitas e zoisitas variam de um verde mais pálido, amarelado ao verde acinzentado. Allanitas são mais acastanhadas a quase pretas. Os epidotos s.l. apresentam tricroísmo muito variável, tanto na intensidade quanto nas tonalidades. Muitos grãos podem apresentar zonamentos concêntricos de cor e composição, ou ainda uma distribuição irregular. características óticas: epidotos s.l. apresentam propriedades variáveis, entre as espécies que formam o grupo. Alongamento positivo ou negativo. A birrefringência geralmente mostra cores anômalas ou mascaradas pela cor do grão, sendo comum a observação de tonalidades azul índigo ou amareladas nas zoisitas e clinozoisitas e cores de segunda ordem vivas e brilhantes nos epidotos s.s.. Extinção reta em grãos prismáticos de zoisita e epidoto, ou oblíqua, até 7º, nas clinozoisitas, chegando a 47º nas allanitas. O plano dos eixos óticos é perpendicular às faces dominantes, mostrando figuras biaxiais positivas ou negativas, dependendo da espécie. Allanitas mais ricas em elementos radioativos como o tório, podem se tornar metamíticas, passando por tonalidades mais escuras com birrefringência baixa, até atingir grãos com um aspecto isótropo e de densidade mais baixa. confusões possíveis: • hornblendas geralmente ocorrem em grãos acunhados pela clivagem típica. • olivinas tem birrefringência muito mais forte, além de não apresentarem clivagem, apenas fraturas. ocorrências e locais: epidotos são pouco resistente à alteração, raramente sendo conservados em depósitos mais antigos. Em terraços, tendem a diminuir com o aumento da idade estratigráfica, por dissolução intraestratal. análise varietal: as possibilidades composicionais dos epidotos refletem variações grandes nas suas característica óticas, que permite a discriminação de populações diferentes em grande parte das vezes. Os epidotos podem incorporar Pb, Sr, U, Th, Y e terras raras como elementos traço (Frei et al., 2003). Página | 38 ESPESSARTITA Mn3Al2(SiO4)3 4,16-4,25 cúbica cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes. características em sedimentos: grãos proximais ainda apresentam o hábito do cristal, mostrando faces e características superficiais primárias, como pontilhados, caneluras, padrões de estrias. Aparecem também como fragmentos destes grãos, irregulares ou dominados por fraturamento conchoidal, evoluindo para grãos arredondados pelo transporte. aspecto: transparente a translúcido, brilho vítreo. Geralmente suas cores variam entre vermelho alaranjado a rosa salmon, algumas vezes apresentando nuances violeta. Pode ser ainda amarelada ou acastanhada. As tonalidades vermelhas estão relacionadas à presença do componente almandina, ou seja, de ferro. características óticas: isótropo de relevo forte. Pode mostrar alguma anisotropia. confusões possíveis: • almandinas podem mostrar tonalidades similares, havendo necessidade de análise química para determinação da composição dominante. ocorrências e locais: rara, geralmente em sedimentos proximais derivados de granitóides e pegmatitos. análise varietal: como nas outras granadas, populações podem ser discriminadas com base na composição. Os componentes comuns na espessartita são almandina e piropo, este minoritário. Espessartitas de pegmatitos podem mostrar substituição de ítrio ocupando o lugar do manganês, chegando a conter até 2% de Y2O3. Página | 39 ESPINÉLIO (Mg,Fe,Zn)Al2O4 3,55-4,62 cúbico cristal original: usualmente como octaedros. Podem ocorrer dodecaedros na forma de truncamentos nas arestas de octaedros. São comuns maclas de contato em (111). Muitos cristais mostram estrias. características em sedimentos: octaedros de cantos bem formados, passando para grãos mais arredondados, chegando a esféricos em sedimentos retrabalhados. São comuns os fragmentos de cristais formados por fraturamento conchoidal. Alguns espinélios mostram uma partição em (111), que domina populações de fragmentos. aspecto: os espinélios sensu strictu, magnesianos, são transparentes e vítreos, incolores ou em tons claros de azul, violeta, vermelho, castanho, verde, verde garrafa. Espinélios de composição em direção a FeAl2O4, hercinitas, se passam por tonalidades de verde cada vez mais escuras, até quase preto. Apresentam tonalidades de castanho muito escuro a castanho avermelhado ou amareladas com o aumento do teor de cromo no lugar do alumínio. Gahnitas, espinélios próximos a ZnAl2O4, apresentam tonalidades fortes, verde azuladas. características óticas: isótropo de relevo alto. confusões possíveis: • espinélios vermelhos são extremamente raros em sedimentos. Almandinas tendem a ser mais abundantes, geralmente apresentam inclusões e uma forma de cristal diferente. Entretanto, a separação entre almandinas e espinélios pode ser difícil por meios óticos em grãos com altos índices de esfericidade e arredondamento. • grossulárias incolores podem ter uma fraca birrefringência anômala e tendem a grãos subesféricos • zircões bem arredondados, incolores ou coloridos, não são isótropos. • a separação de hercinitas pretas e magnetitas octaédricas é feita pelo traço branco acinzentado e pela não susceptibilidade magnética das primeiras. ocorrências e locais: são muito resistentes química e fisicamente, sendo acumulados em sedimentos retrabalhados. Podem ser encontrados em praias de trechos rochosos do sul do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, originados de metamórficas de alto grau. Gahnitas, mais raras, podem indicar pegmatitos graníticos. análise varietal: dois fatores fazem dos espinélios traçadores potenciais de proveniência e mistura de fontes, a variabilidade do quimismo em termos de FeZn-Mg e Al-Cr e de elementos traço (e.g. Mn e Ti), usualmente sensível às condições de cristalização, e a sua grande resistência à abrasão e ao intemperismo (e.g. Cookenboo et al, 1997). Página | 40 ESTAUROLITA (Fe+2,Mg)2(Al,Fe+3)9O6(SiO4)4(O,OH)2 3,65-3,83 monoclínica cristal original: prisma geralmente obtuso, de seção losangular a quase hexagonal. Não são raras maclas cruciformes de dois tipos, quando indivíduos se cruzam a aproximadamente 90º e a 60º. características em sedimentos: são comuns grãos euédricos e fragmentos com bordas serrilhadas, passando a grãos arredondados com o retrabalhamento. Uma clivagem em (010) muitas vezes mantém uma população de grãos alongados. Fratura subconchoidal controla a maioria dos grãos. Estaurolitas poiquiloblásticas tendem a desaparecer rapidamente no sentido do transporte, formando uma população de grãos muito menores a partir do desmonte dos grãos originais. Cristais com muitas inclusões resultam em grãos com superfícies texturizadas, pela retirada destas inclusões com a abrasão, ou apresentando cavidades. Em algumas ocorrências, as estaurolitas tendem a ser mais comuns nas frações mais grossas das areias. aspecto: brilho vítreo a resinoso, passando a um aspecto terroso em grãos mais alterados. São transparentes a translúcidos, castanhos, castanho avermelhados, castanho amarelados, raramente amarelo alaranjados. Inclusões grandes de quartzo são muito comuns, podendo apresentar também inclusões escuras distribuídas em trechos ou zonas do grão. Tricroísmo moderado a forte, em tons mais ou menos intensos de amarelo. Estaurolitas com cobalto apresentam tricroísmo em tonalidades azuladas e violáceas, enquanto que a presença de zinco gera cores esverdeadas. Algumas estaurolitas são muito escuras, sendo necessária luz transmitida na identificação. características óticas: relevo forte e alongamento positivo. Grãos prismáticos mostram extinção reta. Em fragmentos irregulares ou arredondados, a extinção é paralela à clivagem. Tintas de polarização "quentes", laranja a vermelho de segunda ordem, passando diretamente para cores a partir do verde de terceira ordem, nas frações médias. O azul intermediário fica mascarado pela cor do mineral. Fragmentos basais fornecem um sinal positivo biaxial. confusões possíveis: • com raras turmalinas amarelo acastanhadas, que são uniaxiais negativas e tem alongamento negativo. ocorrências e locais: muito comuns em mica xistos, com granada, cianita e turmalina, derivadas de áreas de metamorfismo regional, como na Bacia do Rio Doce, Minas Gerais. Alguns sedimentos de praia mostram estaurolitas com bom arredondamento e polimento, mas ainda de baixa esfericidade, devido aos buracos e falhas que as inclusões deixam ao serem desalojadas dos grãos. análise varietal: apesar de mostrar uma variação composicional limitada, a relação entre Mg2+, Fe2+ e Fe3+, assim como substituições por Co e Zn, podem ser usadas em estudos varietais da estaurolita. Inclusões e sua distribuição ou ausência, também são eventuais discriminantes. Página | 41 GOETITA FeO(OH) 3,30-4,37 ortorrômbica cristal original: raramente ocorre como cristais prismáticos, sendo mais comuns em agregados maciços ou radiais, fibrosos. Manganês geralmente está presente, até 5%. Algumas variedades apresentam água adsorvida. características em sedimentos: comum em fragmentos dos agregados radiais, mostrando linhas concêntricas, ou participando da composição de pseudomorfos limoníticos, um termo descritivo para óxidos hidratados de ferro, de pirita e magnetita, principalmente. aspecto: amarelo acastanhado a castanho escuro, quase preto. características: traço amarelo acastanhado, claro a escuro. confusões possíveis: • hematita apresenta traço vermelho. Muitos grãos de hematita, entretanto, mostram uma capa de alteração para goetita. ocorrências e locais: um dos mais comuns minerais formados por intemperismo e oxidação de minerais contendo ferro. Pode ser um dos componentes principais de capeamentos lateríticos e muitos sedimentos. Em áreas de quartzitos puros, por exemplo, pode formar a totalidade da fração de pesados. Limonita, FeO•OH•nH2O, é geralmente usado como um termo descritivo, relativo a agregados microcistalinos de hidróxidos de ferro indetermináveis, goetita, lepidocrocita e hematita. Designa pseudomorfos de pirita, magnetita, agregados irregulares, grãos arredondados, encontrados em sedimentos. Mostram um aspecto terroso, castanho, marrom, tons avermelhados ou amarelo ocre. São comuns as capas limoníticas formadas pela alteração de minerais máficos sobre seus grãos. Página | 42 GORCEIXITA - GOYAZITA (Ba,Sr,Ca)Al3H(OH)6(PO4)2 2,70-3,26 trigonais cristal original: geralmente se apresenta em agregados nodulares, botrioidais ou maciços, microcristalinos, fibrosos ou radiais. características em sedimentos: em grãos arredondados e ovalados, achatados ou alongados. Pesquisadores do século XIX e garimpeiros denominavam de "favas" os grãos de gorceixita-goyazita mais bem arredondados, pela semelhança com sementes de vagens. Padrões mais proximais mostram grãos que se assemelham a fragmentos de louça quebrada. Os agregados mostram fraturamento subconchoidal ou irregular. aspecto: grãos de coloração castanha, castanha amarelada a castanha avermelhada, mais raramente acinzentados, com um aspecto maciço que lembra a textura de porcelana crua, eventualmente estratificados. Fragmentos e lascas podem se apresentar translúcidos nas bordas. características óticas: usualmente as características óticas não são observáveis. confusões possíveis: • o leucoxênio, um produto de alteração da ilmenita, não apresenta bordas translúcidas, geralmente ocorrendo grãos com restos de ilmenita na forma de pequenas agulhas ou trilhas marcadas sobre a superfície. • limonita é castanho a castanho avermelhado, com traço tipicamente amarelo, amarelo acastanhado. ocorrências e locais: são produtos de alteração supergênica, muito comuns em aluviões de Minas Gerais, Goiás e Bahia, nos concentrados para diamantes. Página | 43 GROSSULÁRIA Ca3Al2(SiO4)3 3,56-3,60 cúbica cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes. São as granadas de menor densidade. características em sedimentos: grãos proximais apresentam superfícies texturizadas e estriadas. São geralmente encontrados como fragmentos produzidos por fraturamento e, mais raramente, como grãos arredondados. Tem dureza menor que as almandinas, assim como menor resistência química, desaparecendo com o transporte de maneira relativamente mais rápida. aspecto: transparente a translúcida, brilho vítreo. Geralmente cor de canela, amarelada ou amarelo acastanhada, variações determinadas pela quantidade de ferro e manganês, i.e. componentes almandina e espessartita. Pode ocorrer em grãos esverdeados, quando alguma quantidade de cromo está presente. características óticas: tem relevo alto. Usualmente mostra uma fraca birrefringência anômala devido à distorção causada pelo cálcio no retículo. Cores de interferência são cinza e branco azulado de primeira ordem. confusões possíveis: • espinélios são isótropos. • a cor de canela e a birrefringência anômala a separam de outras granadas, almandinas e piropos. • andraditas, Ca3Fe2(SiO4)3, são amareladas a verde acastanhadas, com zonamento de cor freqüente nos grãos. Chegam a grãos quase pretos com aumento do teor de titânio. Muito raras em sedimentos por sua fácil alteração. Alteram para epidoto, calcita ou ainda para limonita. ocorrências e locais: é uma granada rara. Alguns aluviões de Parelhas, Rio Grande do Norte, cortam calciossilicáticas e incorporam grãos de grossulária. análise varietal: de modo similar a outras granadas, a presença de populações distintas de grossulárias sensu lato pode ser estabelecida em termos dos componentes e de seus zonamentos composicionais, no caso de grossulária e andradita como majoritários, além de elementos como titânio e cromo. Página | 44 HEMATITA Fe2O3 5,08-5,256 trigonal cristal original: quando ocorre em uma forma cristalina, geralmente é tabular em (0001), caso contrário, forma agregados botrioidais ou maciços. As bases dos cristais podem mostrar marcas triangulares e cunhas romboédricas nas suas bordas. Maclas são comuns, usualmente lamelares. características em sedimentos: de grãos maciços a fragmentos de agregados especulares. Tem facilidade para adquirir alto grau de arredondamento. Apresenta fraturas conchoidais e irregulares. Iridescência comum. Muitos grãos tabulares mostram estrias e canais na superfície. aspecto: opaco, de uma tonalidade cinza escura metálica para os grãos menos intemperizados, eventualmente apresentando um brilho alto, com bordas e reflexos avermelhados na variedade especular. Estes grãos especulares, quando extremamente delgados e translúcidos, podem mostrar dicroísmo do castanho avermelhado para um amarelo avermelhado, sob luz transmitida. características: o traço vermelho sobre porcelana é característico, mas dependendo do tamanho dos grãos este teste é difícil de ser realizado. Intrecrescimentos com ilmenita o dificultam ainda mais. Capas externas alteradas para hidróxidos mostram um traço marrom. Placas translúcidas mostram birrefringência extrema. confusões possíveis: • magnetita tem um hábito octaédrico, mas que pode se apresentar muito achatado, pseudo-tabular. Entretanto, sua susceptibilidade magnética é alta e mostra um traço preto. • pode ser difícil a separação entre hematita e ilmenita, caso ocorram em pequenos grãos arredondados e polidos. Trilhas de alteração para leucoxênio na segunda podem orientar a identificação. ocorrências e locais: drenagens que cortam formações ferríferas geralmente contêm hematita e magnetita. São comuns na região central de Minas Gerais e em diversas faixas metamórficas na Bahia. Página | 45 HORNBLENDAS (Na,K)0-1Ca2-3(Mg,Fe,Al)5(Si6-7Al2-1)O22(OH)2 2,96-3,55 anfibólios monoclínicos cristal original: prismático, alongado no eixo C e geralmente terminado em (011). Pode ainda se apresentar em conjuntos colunares ou fibrosos. Faces estriadas são comuns. Hornblenda é uma denominação abrangente para uma extensa "série" de clinoanfibólios. Os minerais da "série" hornblenda podem ser referidos pela sua cor quando não existem informações sobre a composição, pois as propriedades óticas não são adequadas nem suficientes para esta determinação. características em sedimentos: as clivagens perfeitas longitudinais se cruzam em 124 , condicionando grãos acunhados, alongados ou curtos, em forma de lâmina dupla, muitas vezes com bordas serrilhadas. Terminações podem ser arredondadas ou irregulares. Grãos mais espessos podem se tornar razoavelmente arredondados com o transporte em ambientes favoráveis. Mostram fraturas conchoidais em direções normais às clivagens. Dissoluções e alterações nas bordas, acompanhando e penetrando nas clivagens, não são incomuns em grãos com histórico de soterramento, atingindo aspectos esqueletais. Muitas vezes apresentam inclusões de magnetita, rutilo e apatita. aspecto: vítreo, transparente a translúcido, geralmente verde azulado, verde ou verde acastanhado, variando de tons mais claros a quase preto, quando tem aparência de opaco. A cor pode ser mais forte no centro do grão, se tornando mais pálida nas bordas, principalmente nas terminações afinadas onde o tricroísmo variável é melhor observado. Alguns grãos podem apresentar tricroísmo muito fraco ou indistinto. Hornblendas ricas em sódio geralmente indicam temperaturas mais baixas e mostram tricroísmo forte em tons azulados, tonalidades verdes estão usualmente associadas ao fácies anfibolito, enquanto que tonalidades acastanhadas são comuns no fácies granulito e em rochas ígneas, se mostrando avermelhadas nas variedades titaníferas derivadas de basaltos. características óticas: relevo médio a alto, alongamento positivo e extinção oblíqua, entre 12 e 34 para secções (010). Eventuais grãos sobre a clivagem (100) tem extinção paralela. As hornblendas mais comuns são biaxiais negativas, enquanto variedades positivas podem ocorrer. Tintas de polarização entre a segunda e a terceira ordem, sendo influenciadas pela espessura do grão e mascarada pela sua cor. Cores castanho escuras, com tricroísmo de castanho avermelhado a castanho amarelado e extinção entre 0 e 18 , indicam hornblenda basáltica. Geralmente estes grãos de origem vulcânica são fenocristais, apresentando terminações euédricas. confusões possíveis: • tremolitas não são pleocróicas e tem cores muito claras. • actinolitas possuem ângulo de extinção menor, entre 11 e 15 , sendo geralmente fibrosas, mais claras e menos pleocróicas. • augitas têm ângulo de extinção maior, entre 35 e 48 , além de clivagens dos piroxênios, diferentes e menos evidentes. Página | 46 • aegirina augitas tem alongamento negativo, também mostram as clivagens de piroxênios e uma extinção oblíqua, até 20º. • turmalinas esverdeadas tem o chamado dicroísmo inverso e alongamento negativo, não apresentando clivagens. São uniaxiais. • allanita, um epidoto castanho, mostra extinção até 47º em grãos prismáticos alongados e uma clivagem imperfeita, resultando em populações de grãos mais irregulares. ocorrências e locais: são os anfibólios mais comuns em areias. Litorais rochosos do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, áreas metamórficas do fácies anfibolito, como o centro leste de Minas Gerais, faixas metamórficas de Santa Catarina e Paraná, Bahia e Goiás, são exemplos de ocorrências de sedimentos com hornblendas. análise varietal: a grande possibilidade de composições e de espécies, identificadas efetivamente por microssonda nos elementos majoritários ou traço, coloca as hornblendas como discriminantes potenciais de assembléias de pesados. Página | 47 ILMENITA FeTiO3 4,70-4,78 trigonal cristal original: usualmente tabular espesso, com truncamentos romboédricos nas suas bordas. Ilmenitas magnesianas de kimberlitos geralmente apresentam uma capa de ilmenita+perovskita, formada por reações com o magma. características em sedimentos: grãos que variam de tabulares a muito bem arredondados. São comuns nos grãos pouco arredondados, marcas e figuras de crescimento. aspecto: grãos negros e submetálicos Alguns grãos podem apresentar iridescência, muitas vezes em tonalidades arroxeadas, outros mostram alteração secundária na forma de trilhas, substituição parcial a completa, ou uma capa de leucoxênio, um conjunto de agregados de óxido de titânio. Esta alteração esbranquiçada, parda ou avermelhada, pode ocorrer texturizada ou com alto grau de polimento, lembrando porcelana, na dependência do retrabalhamento sedimentar. As capas de ilmenita+perovskita kimberlíticas tem aspecto rugoso, se alterando para uma cobertura texturizada clara de leucoxênio. Ao contrário das alterações usuais de leucoxênio, as capas nos grãos kimberlíticos se quebram mais facilmente, expondo o interior negro inalterado. características: variedades crustais podem ser magnéticas a paramagnéticas, apresentando susceptibilidade fraca, enquanto ilmenitas mantélicas, e.g. kimberlíticas, são não-magnéticas. O traço varia de preto a castanho avermelhado. confusões possíveis: • grãos de ilmenita podem apresentar trechos de intercrescimento com magnetita. Esta característica resulta em uma maior susceptibilidade magnética destes grãos e uma determinação mais difícil através desta ferramenta. • alguns grãos de hematita podem mostrar um traço vermelho acastanhado e, devido ao seu tamanho reduzido, não serem distinguíveis de ilmenitas por este procedimento. Intercrescimentos de ilmenita-hematita podem dificultar a determinação. • cromitas e ilmenitas em grãos irregulares podem ser difíceis de distinguir. ocorrências e locais: ilmenitas são muito abundantes nas praias dos litorais do Espírito Santo e sul da Bahia, sendo observados acúmulos extensos de areias escuras após eventos erosivos. Mg-ilmenitas são descritas na região diamantífera do oeste de Minas Gerais. análise varietal: ilmenitas podem ser descritas como (Fe, Mg, Mn)(Ti, Fe)O 3, onde Mg e Mn vão ocorrer em substituições limitadas do ferro, que por sua vez, pode substituir o titânio, gerando uma solução sólida com até 6% de Fe 2O3. O ferro ainda pode estar presente na forma de lamelas de exsolução de hematita. As quantidades das substituições, assim como a presença de Al, Ti, Fe, Mn e V, podem ser utilizadas na separação de ilmenitas de fontes diferentes, i.e. graníticas ou básicas-ultrabásicas. Ilmenitas de kimberlitos são ricas em MgO, 4 a 15%, e Cr2O3, até 2%. Ilmenitas crustais são, por outro lado, pobres em magnésio e cromo. Página | 48 MAGNETITA Fe3+ (Fe2+Fe3+)2O4 5,18-5,21 cúbica cristal original: octaedro. São muito comuns cristais com degraus, intercrescimentos de vários indivíduos ou octaedros achatados. Raramente como dodecaedros. Podem mostrar estrias sobre as faces. características em sedimentos: desde grãos perfeitamente octaédricos, intercrescimentos ou agregados, fragmentos arredondados, a grãos esféricos por abrasão. Mostram fraturamento subconchoidal. É muito freqüente um formato derivado do desgaste de um fragmento do cristal original, resultando em um grão bem arredondado com uma quina se sobressaindo, assim como grãos com aparência tabular, derivados de octaedros muito achatados. aspecto: opacos, pretos a castanhos, em diversos graus de polimento. Coberturas e filmes limoníticos são comuns. características: susceptibilidade magnética muito alta. Tende a obstruir as calhas de separadores magnéticos. Muitos grãos, entretanto, perderam esta característica ou a mostram de maneira fraca, devido a alteração, retrometamorfismo ou outros processos. Magnetitas têm traço preto a castanho muito escuro. confusões possíveis: • hercinita não apresenta susceptibilidade magnética e tem traço branco a branco acinzentado. • ilmenitas podem apresentar alguma susceptibilidade magnética, principalmente devido à presença de porções de magnetita inclusas. Nestes casos, a separação pode se tronar problemática. • hematita é fracamente magnética e apresenta um traço vermelho. Entretanto, fragmentos de magnetitas achatadas e sem a susceptibilidade magnética característica, também podem ser confundidas com hematita. ocorrências e locais: ao longo do Espinhaço, em faixas metamórficas da Bahia e Goiás, são comuns tanto as magnetitas octaédricas como grãos esféricos, não intemperizadas ou completamente limonitizadas. Magnetitas derivadas de rochas metaultramáficas apresentam teores de Cr2O3 entre 1 e 4%. Página | 49 MONAZITA (Ce,La,Y,Th)PO4 4,60-5,42 monoclínica cristal original: tabular em (001) com terminações acunhadas. características em sedimentos: grãos proximais são tabulares, formando populações achatadas por abrasão. Estrias sobre faces originais não são raras. Ambientes de praia condicionam grãos completamente arredondados, ovóides ou sub esféricos. Uma clivagem fraca em (100) pode ser observada em alguns grãos, assim como fraturamento subconchoidal, condicionando cristais partidos e fragmentos irregulares. aspecto: brilho vítreo a resinoso, transparentes a translúcidas, podendo ser escurecidas por inclusões. São caracteristicamente amarelo ouro, havendo tons de amarelo mais claro, acastanhados, alaranjados e raramente esverdeados. Tricroísmo inexistente a fraco, em tonalidades de amarelo. Radioativo pela presença de tório. Inclusões fluidas, de zircão, rutilo e opacos são comuns. características óticas: relevo forte, escurecendo as bordas dos grãos, e alongamento negativo em relação aos traços de clivagem. Birrefringência alta, com cores de interferência de ordens superiores. Entretanto, grãos formados sobre a clivagem mostram cores de interferência mais baixas, além de uma figura biaxial negativa com várias isógradas. Muitos grãos não se extinguem completamente. confusões possíveis: • titanita apresenta um cristal diferente, dispersão alta e uma birrefringência extrema. • com grãos arredondados de xenotímios e zircões amarelados, que são uniaxiais. É comum ocorrerem monazita, zircão e xenotímio associados. ocorrências e locais: um dos poucos pesados que resistiram quimicamente à permanência no Barreiras. Ao longo do litoral, são encontradas concentrações de monazita e zircão em praias com falésias do Barreiras sob ação erosiva, como Prado e Cumuruxatiba, no sul da Bahia. análise varietal: a variação composicional das monazitas, principalmente terras raras leves, e sua considerável resistência, marca populações de origens diferentes. As razões La/Nd de monazitas de pegmatitos graníticos tendem a ser mais baixas (ao redor de 1) que as de rochas alcalinas, como carbonatitos (em torno de 3). Página | 50 OLIVINAS (Mg,Fe)2 SiO4 3,27-4,37 ortorrômbicas cristal original: prismático dipiramidal, podendo ser equidimensional ou achatado em (100) ou (010). Os cristais são normalmente granulares em intrusivas e euédricos em extrusivas. Sua densidade aumenta com o teor de ferro. características em sedimentos: de grãos euédricos a muito bem arredondados por abrasão em ambientes de praia. Neste caso, são geralmente ovais. Fraturamento conchoidal determina populações irregulares e angulares. Olivinas também são freqüentemente atravessadas por fraturas curvadas. Grãos submetidos a processos intraestratais e intemperismo mostram padrões de dissolução e alteração para clorita, goetita e hematita, em agregados com argilominerais, principalmente nas bordas e penetrando fraturas. Estes grãos se tornam menos densos. aspecto: transparente a translúcida, característica pelo seu brilho vítreo nas fraturas recém produzidas. Olivinas forsteríticas, com predominância de Mg2SiO4, são mais claras, de quase incolores a amarelo esverdeado, passando para verde oliva e para verde acastanhado escuro com o aumento do teor do componente fayalítico, Fe2SiO4. Estas olivinas ricas em ferro ainda apresentam tricroísmo onde as cores variam em tonalidades do amarelo. características óticas: relevo e birrefringência fortes, aumentando com o teor de ferro. Exibem uma distribuição característica de cores de polarização vivas ao redor da terceira ordem, que variam muito do centro do grão para suas bordas. Grãos mais espessos mostram branco amarelado ou rosado de ordens mais altas. Em algumas variedades fayalíticas, as cores de interferência são carregadas em azuis e amarelos anormais. Olivinas prismáticas mostram extinção reta e alongamento variável com a composição. Os eixos óticos se situam sobre (001), originando figuras biaxiais, negativas para fayalitas e positivas para forsteritas. confusões possíveis: • diopsídio mostra a clivagem típica dos piroxênios e extinção oblíqua. Sua birrefringência é média. Entretanto, grãos pequenos e muito bem arredondados e ausentes de traços de clivagem podem ser difíceis de identificar. • epidoto s.s., de tonalidade verde, apresenta um tricroísmo forte e cores de interferência anômalas, que o diferencia das olivinas ricas em ferro. • outros epidotos, s.l., amarelados ou verde acastanhados, mostram birrefringência mais fraca, com cores de interferência anômalas. ocorrências e locais: desaparece em sedimentos mais antigos. Apesar de ser o mineral dominante na maioria dos kimberlitos, geralmente não sobrevive à serpentinização e/ou à alteração, não sendo incorporado nos sedimentos derivados destas litologias. Ocorre junto com anfibólios e piroxênios em praias de ilhas vulcânicas, como Fernando de Noronha, onde chega a grãos arredondados e polidos. Teores de Ni e Mn podem auxiliar na discriminação de fontes diferentes. Página | 51 PIRITA FeS2 4,95-5,03 em grãos não alterados 2,68-4,30 em grãos alterados cúbica cristal original: cubo estriado paralelamente às faces, piritoedro, com faces de cinco lados, ou combinações destes. Interpenetrações são comuns, assim como formas irregulares, nodulares e agregados de cristais pequenos. Estes agregados podem ser autigênicos em sedimentos. características em sedimentos: desde grãos ainda com as faces estriadas, grãos com bordas arredondadas, formas irregulares a fragmentos dominados por fraturas conchoidais. Rara na forma não alterada. Um "verniz limonítico", castanho escuro ou castanho avermelhado, usualmente recobre as superfícies. Geralmente os grãos aparecem como pseudomorfos castanhos, formados por seus produtos de alteração, óxidos e hidróxidos de ferro. Neste estado, é comum chegarem a grãos esféricos, por abrasão. Quando partidos, podem mostrar núcleos de aspecto fibroso, amorfo ou terroso. aspecto: opaco. Raramente mostra sua cor amarela latão de brilho metálico forte, por se alterar facilmente em hidróxidos ou apresentar "verniz limonítico" sobre a superfície do grão. confusões possíveis: • grãos muito alterados e arredondados se tornam muito parecidos com magnetitas no mesmo estado. ocorrências e locais: muito comum nas formas alteradas e pseudomorfos. Página | 52 PIROPO Mg3Al2(SiO4)3 3,50-3,582 cúbico cristal original: dodecaedro, trapezoedro, combinações destes ou formas xenomorfas. Os grãos euédricos podem mostrar estrias sobre as faces. Grãos de origem kimberlítica geralmente se apresentam recobertos por uma corona keliphítica: alumínio-piroxênios, espinélios, flogopita, serpentina, comum como capas concêntricas. Sob a capa, a granada mostra uma textura originada das impressões dos cristais de piroxênio e flogopita. características em sedimentos: de grãos com superfícies texturizadas a fragmentos dominados por fraturamento conchoidal. Podem evoluir para grãos arredondados, caso se encontrem em ambientes com processos abrasivos mais rápidos que a taxa de alteração. aspecto: translúcido a transparente, de brilho vítreo. De vermelho alaranjado a vermelho púrpura, chegando até quase negro. Piropos cálcicos são mais alaranjados, enquanto que a presença de cromo resulta em tonalidades arroxeadas. características óticas: relevo alto, isótropo. confusões possíveis: • almandinas usualmente mostram tonalidades diferentes. ocorrências e locais: piropos tem sido alvo de prospecção para diamante nas regiões do Triângulo Mineiro, Rondônia e na fronteira com a Guiana Francesa. análise varietal: como outras granadas, os piropos podem ser descritos com base na quantidade relativa de cátions, no caso, os componentes piropo e almandina, com alguma grossulária minoritária. Comumente são utilizados os pares cálcio e cromo, assim como de Ti-Na, além de variações de Fe ou K, para determinar sua origem peridotítica ou eclogítica. Piropos peridotíticos e eclogíticos, trazidos em xenólitos do manto, são abundantes em muitos kimberlitos portadores de diamantes. Reações nas áreas fonte dos xenólitos e interações entre os piropos e o magma kimberlítico afetam sua forma e composição, gerando as capas keliphíticas sobre os grãos. A presença e a espessura de keliphitas em grãos transportados têm sido utilizadas como um índice de proximidade dos corpos kimberlíticos, já que as capas se alteram e quebram no transporte. Piropos inclusos em diamantes geralmente são pobres em cálcio, sendo referidos como G10 (Dawson e Stephens, 1975) quando plotados em um diagrama CaOxCr2O3. Granadas G10 são consideradas como o alvo de programas de exploração de diamantes. Entretanto, após a formação dos diamantes, minerais não inclusos tendem a se reequilibrar com o sistema. Em muitos casos, a composição original associada com a formação dos diamantes é apenas mantida pela armadura fornecida pelo próprio diamante às suas inclusões. Apesar de serem os principais alvos de prospecção, granadas G10 podem não ser encontradas nas populações de xenocristais de muitos kimberlitos férteis. Página | 53 RUTILO TiO2 4,18-4,25 5,5 para variedades de tântalo-rutilos e ilmeno-rutilos tetragonal cristal original: prisma fortemente estriado paralelamente ao eixo principal, terminado em bipirâmide. Mostram estrias transversais devido à maclas polissintéticas, em direções diagonais à face do prisma. São muito comuns as maclas em joelho em (011), que podem se repetir. Algumas variedades ocorrem como agregados microcristalinos, eventualmente com cristais arranjados em direções preferenciais. Pode também ocorrer como agulhas isoladas ou em feixes. É o polimorfo TiO2 de alta temperatura. características em sedimentos: o rutilo tem a tendência de conservar o formato euédrico devido à dureza, com arestas progressivamente arredondadas. Chegam a atingir altos graus de arredondamento e esfericidade em sedimentos retrabalhados. Apresentam clivagens distintas em (100) e (110), além de fratura subconchoidal. Não são raros os grãos dobrados e deformados e grãos com maclas repetidas a 65 . aspecto: brilho metálico a subadamantino. Os grãos podem ser pretos, neste caso opacos, a vermelhos, em uma tonalidade característica de vermelho sangue, ou ainda amarelos, alaranjados até acastanhados. Variedades translúcidas e transparentes podem apresentar algum dicroísmo. Variedades incolores ou em tons muito claros são mais raras. Grande parte dos grãos de muitas populações são muito escuros a quase opacos, sendo melhor observados por luz transmitida. características óticas: dispersão e birrefringência extremas. Extinção paralela. O alongamento positivo é mais facilmente observado em grãos de cores claras, prismáticos. Geralmente não mudam de cor sob polarização, devido à cor forte do mineral aliada à birrefringência com cores de ordens extremamente altas. O relevo muito elevado tende a deixar os grãos com bordas escuras. confusões possíveis: • zircões arredondados da variedade jacinto exibem suas cores de polarização características. • cassiterita castanha avermelhada apresenta um cristal muito diferente e uma birrefringência mais baixa. • brookita tem um hábito característico e cores de interferência anômalas. ocorrências e locais: muito freqüente nas areias pela sua resistência, sendo um dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR, zircãoturmalinarutilo). Grãos arredondados e esféricos de rutilo indicam retrabalhamento e reciclagem de sedimentos. Encontrado nos concentrados diamantíferos da Bahia, Goiás e Minas Gerais. análise varietal: apesar de ser essencialmente formado por titânio, algumas fontes se caracterizam por quantidades consideráveis de Fe2 +, Fe3+, Nb5+ e Ta5+ em substituições, sendo possível sua diferenciação. Características como tonalidades, hábito e graus de arredondamento também são discriminantes para populações de rutilos. Página | 54 SCHEELITA CaWO4 5,80-6,12 tetragonal cristal original: bipirâmide tetragonal, geralmente curta, lembrando octaedros. Algumas bipirâmides são achatadas, resultando em cristais tabulares de seção quadrada. Muitos cristais podem apresentar estrias verticais. características em sedimentos: grãos ainda preservando a forma bipiramidal curta não são comuns. Uma clivagem distinta em (101) e uma menos proeminente em (112) podem dominar populações de fragmentos, enquanto outras populações mostram grãos determinados por fratura irregular. Chegam a grãos arredondados na abrasão. aspecto: translúcido a transparente, de brilho vítreo a adamantino. Grãos esbranquiçados, amarelados ou castanho claros. Raramente transparentes. características óticas: uniaxial positivo de relevo muito alto. Extinção reta, raramente observável devido à perda das faces cristalinas no transporte. A birrefringência é moderada. A maior parte dos grãos mostra uma forte fluorescência branco azulada sob luz ultravioleta curta, o que é em muitos casos a melhor maneira de identificar a scheelita. confusões possíveis: • nos concentrados de bateia ou peneira, os grãos arredondados de scheelita podem ser confundidos com quartzo leitoso. ocorrências e locais: mineral raro, que pode adquirir importância local, como nas drenagens e terraços aluvionares da Faixa Seridó, Rio Grande do Norte. Página | 55 SERPENTINAS Mg3(Si2O5)(OH)4 2,55-2,63 acima de 2,8 por inclusões de opacos ortorrômbicas ou monoclínicas cristal original: crisotila ocorre como agregados fibrosos, enquanto a antigorita, como maciços e lamelares. Em ambos os casos, não são diferenciados cristais. características em sedimentos: como grãos maciços arredondados, muitas vezes marcados por faixas fibrosas. São menos comuns os grãos alongados, formados por feixes fortemente estriados no seu comprimento. Durante o transporte, os grãos são condicionados pelo hábito dos agregados, apresentando aspectos muito variáveis. aspecto: translúcido a opaco. Seu brilho lembra cera quando maciço e seda quando fibroso. Grãos mosqueados, com cores manchadas são comuns, verdes, esverdeados, verde azulados, podendo ser translúcidos a opacos. Quando alterados, adquirem tonalidades amareladas e acastanhadas. Manchas pretas podem corresponder a inclusões de opacos, senda a magnetita a mais comum. Ocorrem também inclusões de cromita, níveis cloritizados e percolações por hidróxidos entre as fibras. características óticas: seu modo de cristalização não permite determinar propriedades óticas quando em grãos. Birrefringência muito baixa e alongamento positivo podem ser observados eventualmente. Grãos mais espessos podem chegar a cores de interferência de segunda ordem, com tonalidades anômalas verde azuladas. É comum a extinção ondulada, devido à orientação variável das lamelas ou fibras em um único grão. confusões possíveis: • cloritas são micáceas e apresentam cores de interferência anômalas. ocorrências e locais: sedimentos de drenagens que cruzam seqüências ultrabásicas metamorfizadas, em Goiás, Minas Gerais e na Bahia, podem carregar grãos de serpentina com grandes quantidades de inclusões de opacos. Estes grãos vão se comportar como pesados nos procedimentos de separação. Página | 56 SILIMANITA Al2SiO5 3,23-3,27 para grãos monocristalinos valores mais baixos para fibrolita ortorrômbica cristal original: prisma retangular e estriado paralelamente ao comprimento, geralmente alongado e esguio. Comum em massas fibrosas de cristais arranjados paralelamente, quando é denominada fibrolita. características em sedimentos: grãos mais preservados são prismáticos de seção quadrada, geralmente apresentando estrias nas faces originais remanescentes e terminações quebradas por fraturas irregulares. Fraturamento transversal determina o encurtamento dos grãos alongados. Uma clivagem longitudinal em (010), a 45º com as faces do prisma, pode dominar populações. Inclusões escuras são comuns, óxidos e biotita, além de espinélio e zircão, arranjadas ao longo do comprimento. Fibrolitas tendem a formar grãos amendoados ou ovais. aspecto: grãos monocristalinos são vítreos, transparentes a translúcidos, incolores a amarelados. Grãos mais espessos podem ser acinzentados, com tonalidades esverdeadas, chegando a apresentar algum tricroísmo. Fibrolitas originam feixes esbranquiçados de cristais fibrosos, amarelados ou com tons claros de castanho, podendo ser escurecido pela penetração de óxidos e hidróxidos de ferro e manganês entre as fibras. características óticas: tem relevo alto e birrefringência moderada, resultando em cores de interferência fortes, de segunda e terceira ordens. Ocasionalmente pleocróica em tons amarelo acastanhados. Em grãos basais, mostra uma figura biaxial positiva. O alongamento também é positivo e tem extinção reta. Quando ocorre em hábito fibroso, muitas propriedades não são observáveis. confusões possíveis: • cianita tem extinção oblíqua, clivagens retas muito marcadas e birrefringência alta, sendo geralmente azulada. • andalusita tem alongamento negativo, tricroísmo marcado e é mais facilmente arredondada durante a abrasão. • topázio tem birrefringência baixa e uma clivagem dominante em (001), perpendicular à clivagem da silimanita. • zircões têm birrefringência muito mais alta, uma forma com terminações características e não apresentam clivagem. Porém, grãos muito pequenos e mais arredondados podem ser difíceis de se diferenciar. • tremolitas incolores tem extinção oblíqua e a clivagem dos anfibólios. ocorrências e locais: silimanitas cristalizadas são comuns em areias de praias rochosas no litoral do Rio de Janeiro. Fibrolitas podem ser encontradas nos concentrados para diamante do Espinhaço, onde é denominada de osso-decavalo ou ossada, e em drenagens ao longo da faixa Araçuaí, proveniente de xistos. Página | 57 TITANITA (ESFÊNIO) CaTiO(SiO4) 3,40-3,56 monoclínica cristal original: cristais em forma de cunha dupla são característicos, determinados pela combinação de (001), (111) e (110). Lembram um telhado de duas águas. características em sedimentos: sua relativa fragilidade e uma clivagem em (110) determinam a perda da forma original durante o transporte. Os fragmentos de cristais se tornam irregulares, geralmente caracterizados por acunhamentos de faces interrompidas pela clivagem ou por fraturas. A abrasão leva ao desgaste das bordas acunhadas. Podem evoluir para grãos arredondados. Alteração para leucoxênio é comum em algumas populações. aspecto: transparente a translúcido, brilho adamantino a resinoso. Ocorre em grãos amarelos, caracteristicamente amarelo mel, podendo ocorrer ainda em tonalidades acastanhadas, castanho avermelhadas e, mais raramente, esverdeadas. A presença de ferro torna a titanita escura, castanha até quase preta, enquanto que terras raras causam tonalidades alaranjadas. Tricroísmo ocasional pode ser observado, entre tonalidades amareladas, acastanhadas ou alaranjadas. Algumas vezes apresentam inclusões alongadas, orientadas em determinadas direções, grandes relativamente aos grãos hospedeiros. características óticas: relevo muito forte e birrefringência extrema. O relevo escurece as bordas dos grãos. As cores de interferência são branco amarelados ou cinzas de ordem alta. Titanitas exibem uma cor cinza azulada característica, quando os grãos estão próximos da extinção. Pode não ocorrer extinção completa, pela dispersão alta. A figura biaxial positiva é difícil de ser verificada. confusões possíveis: • monazita extingue-se normalmente, apresentando birrefringência forte com cores de interferência definidas, mas muito mais fraca que a titanita. • cassiteritas castanhas amareladas têm extinção reta. ocorrências e locais: geralmente presente em pequenas quantidades. Instável quimicamente, sofrendo dissolução intraestratal, sendo o Ti-mineral menos comum em sedimentos. análise varietal: titanitas de diferentes proveniências podem ser discriminadas por conter pequenas quantidades de Fe, Al, Mn, Mg e terras raras, através de tonalidades diferentes ou análise por microssonda. Página | 58 TOPÁZIO Al2SiO4(F,OH)2 3,49-3,58 ortorrômbico cristal original: prisma com terminações. Podem ser mais alongados ou mais curtos. As faces verticais do prisma geralmente apresentam estrias. características em sedimentos: uma clivagem perfeita em (001) controla a diminuição do tamanho dos grãos e a formação de populações basais, lascas e fragmentos irregulares. Entretanto, são usualmente encontrados como grãos arredondados. Estes grãos usualmente mostram reflexos resultantes da presença da clivagem, quando observados em uma determinada direção. Topázios também apresentam fratura subconchoidal. Inclusões líquido-gasosas são freqüentes, assim como de ilmenita e hematita. aspecto: brilho vítreo, transparentes a translúcidos. São incolores, amarelados ou azulados. Podem mostrar zonamento de cor em faixas ou zonas. Topázios imperiais mostram cores variando entre o amarelo, alaranjado, tonalidades pêssego e champanhe, rosa a avermelhado, arroxeado e, muito raramente, esverdeado. Topázios de cores mais fortes podem ser fracamente pleocróicos. características óticas: relevo médio e extinção reta. Tem alongamento positivo e uma birrefringência fraca, chegando a cores de interferência de segunda ordem em grãos de areia média. A bissetriz é normal à (001), o plano da clivagem. Uma figura centrada, biaxial positiva é obtida nos fragmentos formados sobre a clivagem confusões possíveis: • apatitas são uniaxiais negativas e têm alongamento negativo e, principalmente, ausência de clivagem. • andalusitas têm alongamento negativo e tricroísmo, além de uma clivagem longitudinal. Grãos curtos ou irregulares de andalusita não pleocróica podem oferecer alguma dificuldade na diferenciação com topázios de mesmo aspecto. ocorrências e locais: muito resistente à alteração e ao transporte, se concentrando em depósitos de cascalhos. A variedade imperial tem ocorrência restrita a Ouro Preto, Minas Gerais. Página | 59 TREMOLITA - ACTINOLITA - Ca2(Mg,Fe)5 Si8O22(OH)2 FERROACTINOLITA 3,02-3,44 anfibólios monoclínicos cristal original: prismático, alongado no eixo C. Tremolita, de composição magnesiana, apresenta geralmente um prisma esguio. Actinolitas ocorrem como cristais aciculares, agregados paralelos colunares ou fibrosos. A densidade aumenta da tremolita para a ferroactinolita, com o incremento de Fe. características em sedimentos: as clivagens perfeitas longitudinais se cruzam a 124 , condicionando grãos acunhados, alongados e em forma de lâmina dupla. Bordas recortadas, serrilhadas e denteadas são comuns. Mostram fraturas conchoidais em direções normais às clivagens. Dissoluções e alterações para clorita, nas bordas ou acompanhando e penetrando nas clivagens, são comuns em grãos com histórico de soterramento. aspecto: vítreo, transparente a translúcido. Tremolitas são incolores, verde amareladas, verde acinzentadas a verde claras. A presença de manganês origina tonalidades malva na tremolita. A cor verde fica mais intensa com o aumento de ferro, da actinolita para a ferroactinolita, passando de uma tonalidade verde amarelado para verde levemente azulado, característica. Tricroísmo fraco nos grãos actinolíticos de cor mais intensa. Inclusões de opacos são comuns. características óticas: extinção oblíqua varia com a composição, máxima nas secções (010), entre 10º e 15º para ferroactinolitas, chegando a 21º nas tremolitas. Alongamento positivo. Tem birrefringência moderada, sendo que as tremolitas mostram cores mais baixas que as variedades com ferro, nas quais a cor do mineral pode mascarar parcialmente as cores de interferência. A seção longitudinal mostra uma figura biaxial negativa, com eixos distantes. confusões possíveis: • hornblendas apresentam tonalidades mais escuras. Tremolitas e actinolitas têm uma tendência a apresentar maior limpidez que as hornblendas. • no caso da separação entre actinolita rica em ferro e hornblenda verde-azulada acicular e fibrosa, nas quais as cores e as cores de polarização são semelhantes, pode ser utilizado o ângulo de extinção das seções de cor de polarização intensa, geralmente maior nas hornblendas. Entretanto, muitos casos requerem análise química. • diopsídios mostram extinção oblíqua entre 38º e 48º, muitas vezes incompleta devido à dispersão alta. ocorrências e locais: anfibólios actinolíticos são freqüentes em sedimentos derivados de faixas metamórficas. análise varietal: estudos composicionais por microssonda podem fornecer critérios para diferenciação de fontes, com base nos cátions substitutivos ou em elementos traço. Página | 60 TURMALINA (Na,Ca)(Mg,Al,Li)3(Al,Fe,Mn)6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 3,03-3,25 trigonal cristal original: prisma, trigonal ou ditrigonal, com presença de terminações. Eventualmente, os prismas podem se apresentar pseudo hexagonais, devido ao desenvolvimento equivalente do conjunto ditrigonal. Estrias paralelas ao comprimento são características. Podem ocorrer ainda como agulhas ou como agregados radiais ou colunares. características em sedimentos: grãos prismáticos, estriados verticalmente, a esféricos, passando por fragmentos irregulares com diversos graus de arredondamento. A partição basal e fraturamento conchoidal controlam os grãos durante o transporte. Terminações do prisma são comuns em grãos proximais. Uma forma típica é a seção basal trigonal, com laterais de aparência curvada. São comuns os grãos com sobrecrescimentos sintaxiais ou descontínuos, formados durante diagênese ou metamorfismo. aspecto: grãos podem ser límpidos e transparentes, carregados de inclusões fluidas ou minerais, a quase opacos por excesso de cromóforos. Alguns grãos podem apresentar cavidades superficiais. Cor muito variável, eventualmente zonada concentricamente ou em faixas transversais ao alongamento. Dravitas, turmalinas magnesianas, são castanhas, verdes, azuis ou mais raramente incolores. Schorlitas, turmalinas com ferro e manganês, são usualmente castanhas, castanho esverdeadas a verde garrafa, chegando a grãos pretos, quase opacos. Elbaítas, ricas em lítio e alumínio, podem mostrar tonalidades do azul ao rosa escuro. Nas turmalinas com sobrecrescimentos, estes geralmente apresentam tonalidades claras de verde e azul, chegando a incolores. características óticas: dicroísmo intenso e inverso, máximo na posição W-E, perpendicular ao polarizador. Relevo alto. Extinção reta e alongamento negativo em grãos prismáticos. Birrefringência alta, mas geralmente com a interferência da cor do mineral. Seções basais fornecem uma figura uniaxial negativa centrada, sendo ausentes de dicroísmo. confusões possíveis: • hornblendas apresentam clivagens que condicionam os grãos, pleocroísmo normal e extinção oblíqua. • grãos muito escuros de turmalina podem ser confundidos com opacos. ocorrências e locais: comumente encontrado em areias, pela sua alta resistência. É um dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR, zircãoturmalinarutilo), resistindo em areias retrabalhadas por diversos ciclos sedimentares. análise varietal: devido a grande variação de cor e dicroísmo dos grãos, a turmalina é um dos melhores minerais para estudos varietais. Características químicas, como a relação entre FeO e MgO, pode ser usado como determinante entre as variedades dravita (magnesianas, comuns em metamórficas) e schorlita (ferrosas, usuais em granitóides). Outros membros do grupo podem ser identificados por: Ca/Na, Li, Al, Cr, V, Ni, Cu, Co, Zn. Página | 61 XENOTÍMIO YPO4 4,52-5,10 tetragonal cristal original: bipirâmide muito curta, com terminação tetragonal dupla, ou prisma mais alongado de seção quadrada. características em sedimentos: como grãos bipiramidais ou prismáticos, fragmentos destes ou grãos arredondados. As formas bipiramidais muito curtas são freqüentes e características. As populações são dominadas por uma clivagem longitudinal em (100), principalmente quando o hábito é alongado, o que determina uma contribuição tabular nas suas formas. São comuns os grãos prismáticos partidos longitudinalmente. As superfícies dos grãos de xenotímio são tipicamente ásperas, irregulares e corroídas por alteração. aspecto: translúcido a opaco, algumas vezes se apresenta transparente, com brilho resinoso a vítreo. Tonalidades claras de castanho, castanho amarelado, amarelo, amarelo acastanhado, raramente esverdeado ou alaranjado. Dicroísmo fraco, entre intensidades dos tons amarelados. Xenotímios mais ricos em elementos radioativos podem mostrar evidências de metamitização. características óticas: relevo forte, extinção reta e alongamento positivo. A birrefringência é forte, apresentando cores de interferência muito altas. Fragmentos basais podem apresentar interferências anômalas, amarelo azuladas, extinção incompleta e mostram uma figura uniaxial positiva. confusões possíveis: • monazitas mostram uma forma cristalina muito diferente, são biaxiais e têm alongamento negativo sobre os traços da clivagem. • zircões translúcidos de tonalidades mais escuras são difíceis de se diferenciar de xenotímios. Podem ser necessários testes químicos ou difratometria. Zircões têm birrefringência mais baixa e maior resistência à perda das faces do cristal por abrasão. ocorrências e locais: mineral raro, encontrado em pequenas quantidades. análise varietal: as quantidades de urânio, zircônio, silício e terras raras, notadamente Yb, Er, Dy e Gd, além de Th, Ce e Fe, podem ser usadas para diferenciar populações. Página | 62 ZIRCÃO ZrSiO4 4,59-4,71 3,90-4,25 para zircões metamíticos tetragonal cristal original: prisma bipiramidal tetragonal, mais ou menos alongado, com seção quadrada ou retangular. Em algumas localidades, ocorrem agregados de prismas em crescimento paralelo. Zircões de rochas extrusivas são geralmente irregulares. características em sedimentos: devido à sua estabilidade química e dureza alta, tendem a manter a forma de grãos prismáticos. Em retrabalhamentos sedimentares ou ambientes de praia, evolui para grãos ovais, perfeitamente arredondados. Os grãos apresentam fraturamento conchoidal e podem mostrar uma clivagem imperfeita em (110), determinando populações com presença de grãos quebrados. Em populações mistas, os grãos maiores tendem a ser mais arredondados, enquanto que grãos menores mostram formas próximas às euédricas. aspecto: transparentes de brilho adamantino a vítreo. Os grãos podem ser vítreos ou carregados de inclusões, fraturas, zonas e porções translúcidas. Inclusões são arranjadas paralelamente ao comprimento do cristal, sendo usual sua distribuição em zonas mais carregadas e zonas limpas. São comuns inclusões fluídas, opacos, outros zircões, xenotímio, rutilo, turmalina. Zircões podem ser incolores, rosados, amarelados, acinzentados, acastanhados, leitosos, muito raramente esverdeados. Pode ser levemente dicróico. Algumas variedades mais coloridas, lilás e amarelo alaranjado, estão relacionadas à uma idade avançada dos zircões, conseqüência do decaimento radioativo de elementos como háfnio e urânio em um processo que bombardeia o retículo. Este processo de metamitização acaba transformando os zircões em uma estrutura amorfa, atingindo níveis onde se tornam uma massa de aspecto terroso. características óticas: relevo muito alto e dispersão forte, extinção paralela e alongamento positivo. Mostram cores de interferência altas, fortes e brilhantes. Grãos formados sobre seções basais, com birrefringência mais baixa, fornecem figuras uniaxiais positivas. O relevo faz com que os grãos pareçam ser envolvidos por um halo escuro. confusões possíveis: • xenotímio pode requerer testes químicos para ser diferenciado de zircões amarelados e acastanhados. • monazitas geralmente mostram tonalidades amarelas fortes e tem alongamento negativo sobre os traços da clivagem. • cianitas arredondadas tem uma birrefringência muito mais fraca e geralmente mostram os traços de clivagem em algumas direções. • espinélios e granadas são isótropos. • alguns rutilos podem ser parecidos com zircões arroxeados e bem arredondados. Mas suas cores são mais fortes, tem um relevo ainda maior e uma cor de interferência tão alta que não altera a cor do grão Página | 63 ocorrências e locais: encontrado em grande parte das areias, pela sua resistência e estabilidade, sendo um dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR, zircãoturmalinarutilo). Na maioria das areias, as populações de zircão se concentram nas frações mais finas. Algumas ocorrências de grãos maiores são Florânia, no Rio Grande do Norte, e Porto Nacional, Tocantins. Grãos arredondados podem ter origem direta a partir da erosão de metassedimentos e mesmo paragnaisses, pela estabilidade deste mineral em certas condições de metamorfismo mais altas. Em ambientes mais favoráveis para recristalização autigênica e durante processos de migmatização e anatexia, podem desenvolver sobrecrescimentos sintaxiais euédricos sobre os núcleos herdados. análise varietal: as quantidades de háfnio, geralmente entre 1 e 4%, mas atingindo valores extremos da ordem de 20%, podem fornecer indicações para a separação de populações de origem diferente, assim como os elementos traço Ce, U, Ta, Th, Y, Nb e Sr. Estudos varietais de zircões têm se baseado na forma dos grãos, o arranjo entre terminações piramidais e faces prismáticas, que define a tipologia de zircões (Pupin, 1980, 1985). Por se manterem próximos ao grão euédrico e apresentarem formas determinadas pelas condições físicas e químicas durante o crescimento, a morfologia de zircões é um indicativo petrogenético e é determinativa na proveniência de populações. A catodoluminescência evidencia as relações de sobrecrescimentos, tipologia de núcleos herdados e zonamentos internos, marcados por mudanças na presença e quantidade de terras raras. Belousova et al (1998) encontraram cores de luminescência azuladas para zircões de kimberlitos. Estes zircões apresentam valores baixos de Th e U, além de uma assinatura também com níveis baixos de TERRAS RARAS + Y, discriminante dos zircões de outras litologias. Zircões têm sido testados como ferramentas para datação por termoluminescência (Meijer, 1998). Para este mineral, as doses de radiação são dominadas pela emissão interna dos grãos ( i.e. presença de U e Th), evitando problemas e variações das condições externas. Devido às doses mais altas de auto-emissão, períodos curtos de soterramento podem ser considerados. Página | 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Addad, J., Martins Neto, M.A. 2000. Deforestation and coastal erosion: a case from east Brazil. Journal of Coastal Research, 16: 423-431. Alam, M.N., Chowdhury, M.I., Kamal, M., Ghose, S., Islam, M.N., Mustafa, M.N., Miah, M.M.H., Ansary, M.M. 1999. The 226Ra, 232Th and 40K activities in beach sand minerals and beach soils of Cox’s Bazar, Bangladesh. Journal of Environmental Radioactivity, 46: 243-250. Basu, A., Molinaroli, E. 1991. Reliability and application of detrital opaque Fe-Ti oxide minerals in provenance determination. In: A.C. Morton, S.P. Tood and P.D.W. Haughton (eds.), Developments in Sedimentary Provenance Studies. Geological Society Special Publ 57, p. 55-65. Belousova, E.A., Griffin, W.L., Pearson, N.J. 1998. Trace elements and cathodoluminescence properties of southern African kimberlitic zircons. 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Página | 66 ÍNDICE REMISSIVO A actinolita 38, 47, 61 aegerina augita 26, 27, 38, 48 allanita 26, 39, 48 almandina 23, 33, 40, 41, 45, 54 amostragem 8, 10, 11 anatásio 24, 31, 34 andalusita 25, 32, 58, 60 andradita 45 anfibólio 5, 26, 38, 47, 48, 52, 58, 61 apatita 26, 29, 38, 47, 60 arredondamento 6, 14, 16, 18 augita 26, 27, 38, 47, 48 B baddeleyita 28 biotita 23, 29, 58 britagem 11 bromofórmio 1, 8, 9, 10 brookita 24, 30, 55 C cassiterita 31, 33, 55, 59 catodoluminescência 3, 15, 65 cianita 17, 32, 42, 58, 64 cimento 4, 9, 11 clima 3, 4, 7, 17 clinozoisita 39 columbita 33 corindon 24, 34, 35 crisoberilo 35 cromita 36, 49, 57 D diagênese 4, 11, 62 diamante 24, 36, 37, 44, 54, 58 diopsídio 26, 38, 52, 61 dravita 62 E elbaita 62 epidoto 26, 39, 45, 48, 52 erosão 3, 7, 18, 20 esfênio 59 esfericidade 6, 14 espessartita 23, 40, 43 espinélio 23, 24, 34, 36, 37, 41, 45, 54, 58, 64 estaurolita 42 F ferroactinolita 38, 61 fibrolita 58 G gahnita 41 goetita 43, 52 gorceixita 44 goyazita 44 granada 23, 37, 40, 42, 45, 54, 64 grossulária 45, 54 H hematita 32, 34, 43, 46, 49, 50, 52, 60 hedenbergita 38 hercinita 41, 50 hornblenda 26, 39, 47, 48, 61, 62 I ilmenita 26, 29, 33, 36, 37, 38, 44, 46, 49, 50, 60 L leucoxênio 42, 44, 47, 57 limonita 43, 44, 45 M magnetita 25, 26, 33, 36, 38, 41, 43, 46, 47, 49, 50, 53, 57 metamitização 63, 64 monazita 33, 51, 59, 63, 64 O olivina 5, 37, 38, 39, 52 P pirita 43, 53 piropo 23, 36, 37, 40, 45, 54 piroxênio 5, 25, 26, 27, 38, 47, 48, 52, 54 politungatato de sódio 8, 9 R rutilo 24, 29, 31, 32, 33, 34, 47, 51, 55, 62, 64, 65 Página | 67 S safirina 34 scheelita 56 schorlita 62 serpentina 54, 57 silimanita 25, 32, 58 tremolita 47, 58, 61 turmalina 26, 42, 48, 55, 62, 64 T tantalita 33 termoluminescência 65 titanita 30, 51, 59 topázio 25, 58, 60 31, 33, 51, 55, 58, 62, 64, 65 zoisita 39 X xenotímio 33, 51, 63, 64 Z zircão Página | 68 Almandina grãos esféricos desgastados, alguns com inclusões de biotita córregos que cruzam xistos, Divino das Laranjeiras, Minas Gerais grãos euédricos com marcas e figuras de crescimento córregos que cruzam xistos, Galiléia, Minas Gerais grãos irregulares córrego, Ponte Nova, Minas Gerais grãos irregulares córrego, Nova Era, Minas Gerais grãos texturizados córrego, Dom Silvério, Minas Gerais grãos texturizados córrego, Leopoldina, Minas Gerais grãos euédricos ligeiramente desgastados, com faces cristalinas e marcas de crescimento córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais grãos proximais mostrando marcas de intercrescimento com micas córrego, São José do Divino, Minas Gerais grãos com bom arredondamento das arestas praias de Piúma, Espírito Santo grãos com bom arredondamento, luz transmitida praias de Piúma, Espírito Santo grãos com bom arredondamento das arestas nível erosivo, praia de Guarapari, Espírito Santo grãos com bom arredondamento, luz transmitida nivel erosivo, praia de Guarapari, Espírito Santo grãos proximais irregulares e angulosos rio Piracicaba, Minas Gerais grãos proximais irregulares e angulosos, luz transmitida rio Piracicaba, Minas Gerais grãos proximais euédricos córrego São Tomé, Galiléia, Minas Gerais grãos proximais irregulares e angulosos, alguns com cobertura limonítica bacia do rio Doce, Minas Gerais grãos amarelados, alguns com muitas inclusões rio Jequitinhonha, Minas Gerais grãos amarelados, alguns com muitas inclusões rio Jequitinhonha, Minas Gerais grãos muito bem arredondados sem procedência, litoral do Rio de Janeiro detalhe da superfície e do arredondamento dos grãos sem procedência, litoral do Rio de Janeiro grãos euédricos desgastados, alguns com inclusões de biotita córrego, Entre Folhas, Minas Gerais grãos euédricos desgastados, alguns com inclusões de biotita, luz transmitida córrego, Entre Folhas, Minas Gerais grãos euédricos desgastados córrego, Mendes Pimentel, Minas Gerais grãos euédricos desgastados, luz transmitida córrego, Mendes Pimentel, Minas Gerais Anatásio grãos desgastados com forma ainda preservada concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos desgastados, eventuais faces preservadas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais população heterogênea, com grãos euédricos, lascas e irregulares córregos, Buenópolis, Minas Gerais grãos euédricos desgastados córregos, Serra do Cabral, Minas Gerais população heterogênea, com grãos euédricos, lascas e irregulares córregos, Serra do Cabral, Minas Gerais grãos com crescimento em degrau córrego Cobra d'Água, Curvelo, Minas Gerais grãos com zonamento de cor córregos, Serra do Anil, Minas Gerais grãos com zonamento de cor córregos, Serra do Anil, Minas Gerais grãos amarelados córrego, Alcantilado, Mato Grosso grãos desgastados procedência incerta, Goiás grãos arredondados em iluminação direta rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos arredondados em iluminação transmitida rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos euédricos desgastados rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos azuis desgastados córrego, Serra do Anil, Minas Gerais grãos euédricos de hábito achatado sem procedência, Curvelo, Minas Gerais grãos euédricos de hábito achatado, luz transmitida sem procedência, Curvelo, Minas Gerais grãos de hábito achatado córrego, Curvelo, Minas Gerais grãos azuis desgastados córrego, Serra do Anil, Minas Gerais grãos arredondados em iluminação direta concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos arredondados em iluminação transmitida concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais Andalusita grãos arredondados e bem polidos praias de Alcobaça, sul da Bahia grãos arredondados e bem polidos praias de Prado, sul da Bahia grãos arredondados, ligeiramente esverdeados praias do norte do Espírito Santo grãos arredondados, ligeiramente esverdeados, sob luz transmitida praias do norte do Espírito Santo grãos com véus de inclusões, luz normal praias do sul da Bahia grãos com véus de inclusões, luz transmitida praias do sul da Bahia grão com inclusões orientadas, luz normal praia a norte de Prado, Bahia grão com inclusões orientadas, luz transmitida praia a norte de Prado, Bahia grãos de tonalidade rosada intensa praia de Cumuruxatiba, sul da Bahia grãos pouco arredondados e irregulares córregos de Santa Teresa, Espírito Santo Augita - aegerina augita grãos euédricos com superfície irregular Paekakariki, Nova Zelândia grãos euédricos com superfície irregular, luz transmitida Paekakariki, Nova Zelândia grãos irregulares Ra's Al Basit, Syria grãos irregulares, luz transmitida Ra's Al Basit, Syria grãos euédricos desgastados Maronti, Ichia, Italia grãos euédricos desgastados, luz transmitida Maronti, Ichia, Italia grãos euédricos desgastados Capotinome, Lazio, Italia grãos euédricos desgastados, luz transmitida Capotinome, Lazio, Italia grãos euédricos desgastados, inclusões e fraturas Baixo do Sueste, ilha da Trindade grãos euédricos desgastados, inclusões e fraturas, luz transmitida Baixo do Sueste, ilha da Trindade Baddeleyita grãos desgastados, alguns com faces preservadas concentrados para diamante, rio Santo Antônio, Minas Gerais grãos desgastados, alguns com faces preservadas concentrados para diamante, rio Santo Antônio, Minas Gerais grãos com capas de alteração concentrado para diamantes, Chapada Diamantina, Bahia grãos com capas de alteração concentrado para diamantes, Chapada Diamantina, Bahia grãos com polimento razoável, mas onde ainda é possível observar a forma do cristal concentrado sem procedência, Goiás grãos desgastados concentrado sem procedência, Bahia grãos bem arredondados concentrado para diamantes, rio Salobro, Bahia grãos angulosos concentrado sem procedência, Tocantins Biotita grãos desgastados, bom arredondamento praia, Barra do Una, São Paulo grãos desgastados rio Doce, Aimorés, Minas Gerais grãos desgastados aluvião, Itapecoá, Espírito Santo grãos hexagonais de origem extrusiva Maronti, Ischia, Italia Brookita grão desgastado, mostrando as estrias longitudinais e um zonamento de cor rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos muito desgastados, mas ainda mostrando as estrias longitudinais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos diversos rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos diversos, luz transmitida rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais brookitas vermelhas concentrados para diamante, Diamantina, Minas Gerais brookitas vermelhas, luz transmitida concentrados para diamante, Diamantina, Minas Gerais grãos desgastados concentrados para diamante, Andaraí, Bahia grãos desgastados, luz transmitida concentrados para diamante, Andaraí, Bahia grãos desgastados concentrados para diamante, rio Santo Antonio, Bahia grãos desgastados, luz transmitida concentrados para diamante, rio Santo Antonio, Bahia grãos muito desgastados sem procedência, Espinhaço Meridional grãos de bordas irregulares, luz transmitida concentrados para ouro, rio Verdinho, Mato Grosso Cassiterita grãos irregulares escuros Paramirim, Bahia grãos irregulares escuros alto Paramirim, Bahia grãos com zonamento de cor Nazareno, Minas Gerais grãos com zonamento de cor, luz transmitida Nazareno, Minas Gerais grãos com zonamento de cor Nazareno, Minas Gerais grãos com zonamento de cor, luz transmitida Nazareno, Minas Gerais grãos com zonamento de cor Cassiterita, Minas Gerais grãos com zonamento de cor, luz transmitida Cassiterita, Minas Gerais grãos com zonamento de cor Cassiterita, Minas Gerais grãos com zonamento de cor, luz transmitida Cassiterita, Minas Gerais Cianita grãos desgastados com filmes de óxidos e hidróxidos de ferro penetrando em clivagens e fraturas rio Jequitinhonha, Terra Branca, Mians Gerais grãos alongados Diamantina, Minas Gerais zonamento de cor e filmes de óxidos / hidróxidos Lavras do Funil, Minas Gerais zonamento de cor e filmes de óxidos / hidróxidos córrego, Ribeirão Vermelho, Minas Gerais populações separáveis por cor e densidade de inclusões Datas, Minas Gerais grãos com tonalidade esverdeada Guinda, Minas Gerais agregados radiais de cianita, grãos proximais córrego, Bandeirinha, Diamantina, Minas Gerais detalhe dos agregados radiais de cianita córrego, Bandeirinha, Diamantina, Minas Gerais grãos com inclusões rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos equidimensionais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos com filmes de óxidos/hidróxidos penetrando em fraturas e clivagens rio Jequitinhonha em Terra Branca, Minas Gerais grão com zonamento de cor rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grão com zonamento de cor e marcas transversais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerai grão com zonamento de inclusões rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grão com inclusões córrego Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas Gerais grão com inclusões, luz transmitida córrego Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas Gerais grãos com inclusões escuras Amarantina, Minas Gerais grãos de características diversas Rio Santo Antônio, Espinhaço, Minas Gerais grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais grãos com zonamento de cor e inclusões alongadas Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro, luz transmitida Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais Columbita - tantalita grãos proximais euédricos concentrados, Nazareno, Minas Gerais grãos proximais euédricos concentrado, córrego Lava Pés, Cassiterita, Minas Gerais grãos proximais euédricos córrego Marimbondo, Nazareno, Minas Gerais grãos proximais euédricos rio das Mortes Pequeno, Minas Gerais grãos euédricos a irregulares sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais grãos euédricos a irregulares, iluminação em outro ângulo para mostrar as estrias sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais grãos euédricos a irregulares sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais grão mostrando o desplacamento típico sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais Corindon safiras, algumas com coloração azul intensa rio Coxim, Mato Grosso do Sul grãos arredondados com faces cristalinas residuais, zonamento de cor e de inclusões rio Coxim, Mato Grosso do Sul grãos euédricos com zonamento de inclusões terraço aluvionar, Malacacheta, Minas Gerais grãos de diversas cores sem procedência, Mato Grosso do Sul grãos desgastados, alguns condicionados pelas maclas rio Paraguassú, Bahia detalhe da superfície dos grãos rio Paraguassú, Bahia grãos proximais irregulares paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina grãos proximais irregulares com intensidades variáveis de cor paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina grãos proximais colúvio, Vermelho Novo, Minas Gerais grãos euédricos desgastados sem procedência, Bahia marcas das maclas paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina marcas das maclas, luz transmitida paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina marcas das maclas paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina marcas das maclas, luz transmitida paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina detalhe da superfície dos grãos rio Coxim, Mato Grosso do Sul detalhe da superfície dos grãos, luz transmitida rio Coxim, Mato Grosso do Sul grão zonado rio Coxim, Mato Grosso do Sul grão zonado, luz transmitida rio Coxim, Mato Grosso do Sul grão zonado rio Coxim, Mato Grosso do Sul grão zonado rio Coxim, Mato Grosso do Sul Crisoberilo grãos bem arredondados, alguns com esfericidade boa região de Padre Paraíso, Minas Gerais grãos bem arredondados, alguns com óxidos e hidróxidos penetrando em fraturas região de Padre Paraíso, Minas Gerais grãos com arredondamento médio região de Padre Paraíso, Minas Gerais grãos bem arredondados, alguns com esfericidade boa, nuvens de inclusões ocupando trechos de grãos região de Padre Paraíso, Minas Gerais grãos com arredondamento médio córrego Faísca, Minas Gerais grãos angulosos e irregulares Cilindro, alto córrego Faísca, Minas Gerais grãos angulosos e irregulares Esplanada, alto córrego Faísca, Minas Gerais grãos desgastados concentrados para diamante, rio Macaúbas, Minas Gerais grão maclado com estrias Santo Antônio do Jacinto, Minas Gerais grão maclado com estrias, luz transmitida Santo Antônio do Jacinto, Minas Gerais Cromita grãos irregulares concentrado, sem procedência, Goiás grãos em diversos estados de euedrismo e abrasão sem procedência, litoral sul da Turquia grãos proximais Vaarskup, África do Sul grãos irregulares concentrado, Serra da Mata do Corda, Minas Gerais grãos euédricos rio Douradainho, Minas Gerais grãos euédricos desgastados rio Douradainho, Minas Gerais Diamante formas diversas Grão Mogol, Minas Gerais faces com escalonamento Grão Mogol, Minas Gerais faces com escalonamento Diamantina, Minas Gerais faces com corrosão Grão Mogol, Minas Gerais formas irregulares Grão Mogol, Minas Gerais octaedro Datas, Minas Gerais "faces curvas" com marcas e manchas Grão Mogol, Minas Gerais "faces curvas", luz transmitida Grão Mogol, Minas Gerais faces com degraus Grão Mogol, Minas Gerais faces com degraus, luz transmitida Grão Mogol, Minas Gerais cristal triangular Grão Mogol, Minas Gerais cristal triangular, luz transmitida Grão Mogol, Minas Gerais Diopsídio - hedenbergita grãos irregulares afluente do Jequitinhonha, Senador Mourão, Minas Gerais grãos com melhor arredondamento afluente do Jequitinhonha, Senador Mourão, Minas Gerais grãos irregulares desgastados rio Martyr, Nova Zelândia grãos irregulares desgastados rio Martyr, Nova Zelândia grãos de tonalidade intensa de verde praia, Bhakrum, sul da Turqia grãos de cromo diopsídio colúvio, Cascais, Morumbo, Angola grãos bem arredondados Prainha, Açores grãos bem arredondados, luz transmitida Prainha, Açores grãos com arredondamento médio praia da Cruz, Boavista, Cabo Verde grãos com arredondamento médio, luz transmitida praia da Cruz, Boavista, Cabo Verde Epidotos grãos arredondados praia, Icapara, São Paulo grãos arredondados, luz transmitida praia, Icapara, São Paulo grãos irregulares aluvião, Bananal, São Paulo grãos irregulares, luz transmitida aluvião, Bananal, São Paulo grãos arredondados praia, Pântano do Sul, Florianópolis grãos arredondados, luz transmitida praia, Pântano do Sul, Florianópolis grãos arredondados praia, Capaes, Guayas, Equador grãos arredondados praia sem localização, Ixtapa, México grãos irregulares e angulosos rio Gualaxo, Minas Gerais grãos irregulares e angulosos, luz transmitida rio Gualaxo, Minas Gerais Espessartita grãos proximais Parelhas, Rio Grande do Norte grãos próximos ao euedrismo, luz transmitida sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do Norte grãos irregulares córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais grãos euédricos desgastados córrego Capim Alto, Galiléia, Minas Gerais grãos euédricos desgastados, luz transmitida córrego Capim Alto, Galiléia, Minas Gerais Espinélio grãos desgastados em ambiente de praia Piúma, Espírito Santo detalhe de um grão octaédrico de arestas muito arredondadas Piúma, Espírito Santo grãos desgastados de gahnita rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais grãos desgastados de gahnita rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais grãos euédricos de gahnita rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais grãos desgastados de gahnita rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais grãos euédricos com arestas desgastadas Vargem Grande do Soturno, Espírito Santo grãos irregulares Itapecoá, Espírito Santo grãos irregulares Itapecoá, Espírito Santo grãos irregulares, luz transmitida Itapecoá, Espírito Santo octaedro com fratura conchoidal Piúma, Espírito Santo octaedros Piúma, Espírito Santo octaedro com arestas desgastadas Piúma, Espírito Santo grãos em diversos estados de abrasão praia, Marataízes, Espírito Santo grãos em diversos estados de abrasão e arredondamento nível erosivo da praia de Guaratiba, Rio de Janeiro grãos em diversos estados de abrasão e arredondamento, luz transmitida nível erosivo da praia de Guaratiba, Rio de Janeiro grãos em diversos estados de abrasão e arredondamento praia, Tangale, Sri Lanka grãos em diversos estados de abrasão e arredondamento, luz transmitida praia, Tangale, Sri Lanka octaedro com arestas desgastadas e zonamento de cor Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo octaedro com arestas desgastadas e zonamento de cor Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo Estaurolita grãos irregulares rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos irregulares Lavras do Funil, Minas Gerais grãos euédricos com inclusões cabeceira do Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas Gerais grãos euédricos com inclusões, luz transmitida cabeceira do Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas Gerais grãos irregulares Amarantina, Minas Gerais grãos maclados Santa Maria de Itabira, Minas Gerais grãos irregulares Lavras do Funil, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida Lavras do Funil, Minas Gerais grãos com zonamento de inclusões Santa Maria de Itabira, Minas Gerais grãos com zonamento de inclusões, luz transmitida Santa Maria de Itabira, Minas Gerais grãos desgastados, com arredondamento médio Ponte Nova, Minas Gerais grãos com inclusões distribuídas longitudinalmente Guaraciaba, Minas Gerais grãos irregulares com zonamento de inclusões e faces cristalinas São José do Goiabal, Minas Gerais grãos irregulares com zonamento de inclusões e faces cristalinas, luz transmitida São José do Goiabal, Minas Gerais grãos desgastados, de tonalidade alaranjada concentrado para diamantes, Datas, Minas Gerais grãos desgastados, de tonalidade alaranjada, luz transmitida concentrado para diamantes, Datas, Minas Gerais grãos com arredondamento razoável praia de Rayol, França grãos com arredondamento razoável, luz transmitida praia de Rayol, França grãos irregulares com cobertura argilolimonítica concentrados para diamante, Angola grãos irregulares com cobertura argilolimonítica, luz transmitida concentrados para diamante, Angola Goetita grãos limonitizados de magnetita concentrados para diamante, Diamantina, Minas Gerais grãos irregulares, alguns com hábito radialbotrioidal ribeirão do Carmo, Ouro Preto, Mins Gerais grãos irregulares, alguns com hábito radialbotrioidal Conceição dos Ferros, Minas Gerais grãos irregulares, alguns com hábito radialbotrioidal Conceição dos Ferros, Minas Gerais grãos irregulares, alguns com hábito radialbotrioidal córrego, Passagem de Mariana, Minas Gerais grãos irregulares, alguns com hábito radialbotrioidal córrego, Hargreaves, Miguel Burnier, Minas Gerais grãos irregulares de limonita gorgulho, Guinda, Diamantina, Minas Gerais grãos irregulares de limonita gorgulho, Guinda, Diamantina, Minas Gerais grãos irregulares de limonita, estrutura esferoidal interna aluvião, Barão de Cocais grãos irregulares de limonita aluvião, Barão de Cocais Gorceixita - goyazita grãos irregulares rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos irregulares rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos irregulares concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos achatados, bem arredondados concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos irregulares concentrado para diamantes, Terra Branca, Minas Gerais grão bem arredondado concentrado para diamantes, Terra Branca, Minas Gerais fragmentos achatados e angulosos Datas. Minas Gerais fragmentos achatados e angulosos Datas. Minas Gerais grãos bem arredondados concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos irregulares concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais Grossulária grãos proximais, tendendo ao euedrismo Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte detalhe de grão euédrico Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte grãos euédricos com inclusões Parelhas, Rio Grande do Norte grãos euédricos Parelhas, Rio Grande do Norte grãos euédricos com marcas de crescimento Parelhas, Rio Grande do Norte grãos euédricos com marcas de crescimento Parelhas, Rio Grande do Norte grãos de aspecto diverso córrego em Valpa, Senala, México grãos de aspecto diverso, luz transmitida córrego em Valpa, Senala, México grãos euédricos, alguns com inclusões córrego, Valpa, Senala, México grossulárias verdes aluvião, Sesharriamut, Paquistão grãos com superfície irregular colúvio, Bedugul, Denpasar, Indonésia grãos com superfície irregular, luz transmitida colúvio, Bedugul, Denpasar, Indonésia Hematita grãos proximais de hematita especular colúvio, Coronel Fabriciano, Minas Gerais grãos com bom arredondamento córrego do Feijão, Minas Gerais grãos irregulares concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais agregados de hematita especular córrego, Capanema, Minas Gerais grãos achatados afluente do córrego Tripuí, Ouro Preto, Minas Gerais grãos achatados córrego Pé de Serra, Rio Piracicaba, Minas Gerais Hornblenda grãos proximais colúvio, Timóteo, Minas Gerais grãos proximais, luz transmitida colúvio, Timóteo, Minas Gerais grãos irregulares com trechos alterados paleoaluvião, Jacupiranga, sul de São Paulo grãos com arredondamento ruim aluvião, Ribeira de Iguape, São Paulo grãos com bom arredondamento praia da Armação, Ilhabela, São Paulo grãos com bom arredondamento, luz transmitida praia da Armação, Ilhabela, São Paulo grãos irregulares rio Gualaxo, Ponte Nova, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida rio Gualaxo, Ponte Nova, Minas Gerais grãos irregulares Pedra de Peão, Ponte Nova, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida Pedra de Peão, Ponte Nova, Minas Gerais grãos irregulares córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais Ilmenita grãos irregulares Coromandel, Minas Gerais grãos irregulares com textura superficial Coromandel, Minas Gerais grãos irregulares com textura e alteração superficiais Coromandel, Minas Gerais grãos irregulares Abadia dos Dourados grãos com trilhas de alteração para leucoxênio rio Santo Antônio, Minas Gerais grãos alterados para leucoxênio rio Salobro, Bahia grãos com capas de alteração para leucoxênio Porto Novo, Rio de Janeiro grãos alterados para leucoxênio praia, Barreiras Vermelhas, Prado, Bahia grãos irregulares, bom arredondamento praia de Cumuruxatiba, Bahia grãos irregulares praia de Piúma, Espírito Santo grãos irregulares rio das Varas, Minas Gerais grãos irregulares praia, norte de Alcobaça, Bahia Magnetita grãos irregulares rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos achatados e arredondados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais octaedros com arestas arredondadas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos limonitizados concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos limonitizados concentrado para diamantes, Datas, Minas Gerais grãos arredondados córrego, Itabirito, Minas Gerais grãos euédricos córrego Quebra-Ossos, Minas Gerais grãos euédricos e grãos arredondados concentrado para diamantes, rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos arredondados concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos euédricos proximais córrego, Miguel Burnier, Minas Gerais grãos euédricos e grãos esféricos concentrado para diamantes, Couto Magalhães, Minas Gerais grãos irregulares córrego, Guanhães, Minas Gerais Monazita diversas cores possíveis na monazita rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos desgastados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos arredondados nível erosivo, praia, Barreiras Vermelhas, Bahia grãos arredondados, luz transmitida nível erosivo, praia, Barreiras Vermelhas, Bahia grãos arredondados praia de Cumuruxatiba, Bahia grãos arredondados, luz transmitida praia de Cumuruxatiba, Bahia grãos desgastados rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos desgastados, luz transmitida rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos desgastados rio Preto, Minas Gerais grãos desgastados, luz transmitida rio Preto, Minas Gerais grãos irregulares rio das Varas, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida rio das Varas, Minas Gerais grãos irregulares ribeirão Indaiá, Santa Rita de Jacutinga, Rio de Janeiro grãos irregulares, luz transmitida ribeirão Indaiá, Santa Rita de Jacutinga, Rio de Janeiro Olivina grãos irregulares com inclusões praia, Ka Lae, South Point, Hawaii grãos euédricos, inclusões e restos de basalto praia de Capelas, Açores grãos alongados e bem arredondados praia, Baía Gardner, Galápagos grãos alongados e bem arredondados, luz transmitida praia, Baía Gardner, Galápagos grãos irregulares, inclusões superficiais Waikola, Big Island, Hawaii grãos irregulares, inclusões superficiais, luz transmitida Waikola, Big Island, Hawaii grãos irregulares, com inclusões e núvens de microinclusões praia Lehia, Hilo, Big Island, Hawaii grãos irregulares, com inclusões e núvens de microinclusões, luz transmitida praia Lehia, Hilo, Big Island, Hawaii grãos euédricos com inclusões península Mokapu, Oahu, Hawaii grãos euédricos com inclusões, luz transmitida península Mokapu, Oahu, Hawaii grãos bem arredondados Baixo do Sueste, ilha de Trindade grãos bem arredondados, luz transmitida Baixo do Sueste, ilha de Trindade Pirita grãos de pirita irregulares (esquerda) ao lado de grãos de ouro (direita) rio Jequitinhonha em Mendanha, Minas Gerais grãos de pirita euédrica rio Jequitinhonha em Mendanha, Minas Gerais grãos proximais irregulares ribeirão do Carmo, entre Ouro Preto e Passagem de Mariana, Minas Gerais grãos proximais irregulares ribeirão Juca Vieira, Minas Gerais grãos limonitizados concentrado para diamante, Datas, Minas Gerais grãos limonitizados concentrado para diamante, Datas, Minas Gerais grãos intercrescidos limonitizados sem procedência, Nova Lima, Minas Gerais grãos piritoédricos limonitizados Dom Bosco, Ouro Preto, Minas Gerais grãos euédricos limonitizados Serra do Cabral, Minas Gerais grãos euédricos limonitizados concentrado para diamante, Diamantina, Minas Gerais Piropo piropos de peridotitos, grãos proximais Bohemia, República Tcheca detalhe de piropos proximais Bohemia, República Tcheca detalhe superficial de grão proximal Bohemia, República Tcheca grãos proximais paralelo 68, Finlândia detalhe da superfície de grãos proximais paralelo 68, Finlândia textura sub-keliphitica desgastada Coromandel, Minas Gerais detalhe da textura sub-keliphitica Coromandel, Minas Gerais textura sub-keliphitica Coromandel, Minas Gerais grãos euédricos com arestas arredondadas praia de Cozy Nook, Pahia, Southland, Nova Zelândia grãos euédricos, luz transmitida praia de Cozy Nook, Pahia, Southland, Nova Zelândia populações de diferentes fontes plataforma siberiana populações de diferentes fontes, luz transmitida plataforma siberiana grãos irregulares proximais plataforma siberiana grãos irregulares proximais, luz transmitida plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais, luz transmitida plataforma siberiana grãos de paleopraias plataforma siberiana grãos de paleopraias, luz transmitida plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais distantes da área fonte plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais distantes da área fonte, luz transmitida plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais plataforma siberiana grãos irregulares de depósitos continentais, luz transmitida plataforma siberiana Rutilo grãos prismáticos estriados concentrado para diamante, Diamantina, Minas Gerais grãos desgastados rio Jequitinhonha, próximo a Inhaí, Minas Gerais grãos estriados e curvados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos maclados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos estriados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos prismáticos alongados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos bem arredondados Lavras do Funil, Minas Gerais grãos bem arredondados, luz transmitida Lavras do Funil, Minas Gerais grãos irregulares em fração fina córrego, Aiuroca, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida córrego, Aiuroca, Minas Gerais grãos prismáticos concentrado para diamante, Mendanha, Minas Gerais grãos prismáticos, luz transmitida concentrado para diamante, Mendanha, Minas Gerais grãos euédricos proximais concentrado, Nazareno, Minas Gerais grãos euédricos, luz transmitida concentrado, Nazareno, Minas Gerais grãos em diversos estados de arredondamento concentrado, Mata Verde, Bahia grãos em diversos estados de arredondamento, luz transmitida concentrado, Mata Verde, Bahia Scheelita grãos irregulares desgastados sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do Norte grãos irregulares desgastados sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do Norte Serpentinas grãos fibrosos córrego, Catas Altas, Minas Gerais grãos fibrosos, luz transmitida córrego, Catas Altas, Minas Gerais grãos fibrosos córrego, Brumal, Santa Bárbara, Minas Gerais grãos fibrosos, luz transmitida córrego, Brumal, Santa Bárbara, Minas Gerais grãos irregulares arredondados córrego, Catas Altas, Minas Gerais grãos irregulares arredondados Rio Acima, Minas Gerais grão arredondado, nuvens de inclusões de magnetita Rio Acima, Minas Gerais grão arredondado, luz transmitida Rio Acima, Minas Gerais grão arredondado Rio Acima, Minas Gerais grão arredondado, luz transmitida Rio Acima, Minas Gerais grão fibroso Rio Acima, Minas Gerais grão fibroso, luz transmitida Rio Acima, Minas Gerais grãos arredondados Ra's Al Basit, Syria grãos arredondados, luz transmitida Ra's Al Basit, Syria grãos irregulares translúcidos Great Usutu, Swazilândia grãos translúcidos, luz transmitida Great Usutu, Swazilândia Silimanita grãos arredondados de fibrolita rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais fibrolitas proximais córrego cruzando xistos, Mendes Pimentel, Minas Gerais fibrolitas proximais com coberturas de hidróxidos de ferro e manganês córrego cruzando xistos, Mendes Pimentel, Minas Gerais grãos achatados de fibrolita rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos achatados de fibrolita rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos achatados de fibrolita rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais grãos alongados de fibrolita branca Datas, Minas Gerais grãos alongados de fibrolita branca Datas, Minas Gerais fibrolitas com grau de cristalinidade alto concentrados para ouro, Rio Doce, Minas Gerais fibrolita com grau de cristalinidade alto, inclusões escuras concentrados para ouro, Rio Doce, Minas Gerais fibrolitas alongadas rio Jequitinhonha, Diamantina, Minas Gerais fibrolitas encurvadas rio Jequitinhonha, Diamantina, Minas Gerais fibrolita escura arredondada Rio Preto, Espinhaço, Minas Gerais fibrolita escura Rio Preto, Espinhaço, Minas Gerais fibrolita arredondada praia a norte de Anchieta, Espírito Santo fibrolita arredondada, luz transmitida praia a norte de Anchieta, Espírito Santo silimanita prismática, com inclusões córregos, sul de Juiz de Fora, Minas Gerais silimanita prismática, com inclusões, luz transmitida córregos, sul de Juiz de Fora, Minas Gerais silimanita prismática, luz transmitida nível erosivo, praia de Marataízes, Espírito Santo silimanita prismática com arredondamento das arestas praia de Guaratiba, Rio de Janeiro Titanita (esfênio) grãos irregulares com arredondamento das arestas praias do sul do Espírito Santo grãos irregulares com arredondamento das arestas, luz transmitida praias do sul do Espírito Santo grãos irregulares desgastados praia de Guaratiba, Rio de Janeiro grão euédrico Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA grãos irregulares Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA grãos irregulares, luz transmitida Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA grãos irregulares aluvião, Abre Campo, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida aluvião, Abre Campo, Minas Gerai grãos euédricos Porto Novo, Rio de Janeiro grãos euédricos, luz transmitida Porto Novo, Rio de Janeiro grãos iregulares Porto Novo, Rio de Janeir grãos irregulares, luz transmitida Porto Novo, Rio de Janeiro grãos arredondados nível erosivo, praia de Guaratiba, Rio de Janeiro grãos arredondados, luz transmitida nível erosivo, praia de Guaratiba, Rio de Janeiro Topázio topázios imperiais, grãos proximais prismáticos e estriados colúvio, Trino, Ouro Preto, Minas Gerais topázios imperiais com cores diversas Salto, Ouro Preto, Minas Gerais grãos irregulares, alguns com zonamento de cor paleoaluvião, Ponto do Marambaia, Minas Gerais grãos irregulares córrego Faísca, Minas Gerais grãos irregulares Massangana, Roraima grãos com bom arredondamento Massangana, Roraima grãos com boa esfericidade Massangana, Roraima superfície de clivagem Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais degraus da clivagem Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais efeito da luz sobre uma clivagem interna Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais Tremolita - actinolita - ferroactinolita grãos irregulares alongados córrego, Santa Bárbara, Minas Gerais grãos irregulares alongados, luz transmitida córrego, Santa Bárbara, Minas Gerais grãos irregulares paleoaluvião, Sabará, Minas Gerais grãos irregulares Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais grãos dominados pela clivagem Alvorada de Minas, Minas Gerais grãos dominados pela clivagem, luz transmitida Alvorada de Minas, Minas Gerais grãos arredondados a irregulares Ra's Al Basit, Syria grãos arredondados a irregulares, luz transmitida Ra's Al Basit, Syria grãos irregulares córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais grãos irregulares córrego, Ouro Fino, Minas Gerais grãos irregulares, luz transmitida córrego, Ouro Fino, Minas Gerais Turmalinas afrisita, grãos prismáticos e grãos arredondados concentrado para diamantes, Diamantina, Minas Gerais grãos prismáticos proximais córrego São Tomé, Galiléia, Minas Gerais grãos prismáticos com estrias longitudinais córrego, Virgem da Lapa, Minas Gerais grãos desgastados córrego, Virgem da Lapa, Minas Gerais grãos proximais euédricos córregos que cruzam xistos, Divino das Laranjeiras, Minas Gerais grãos proximais euédricos, luz transmitida córregos que cruzam xistos, Divino das Laranjeiras, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica, luz transmitida córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais grãos com bom arredondamento praia de Alcobaça, Bahia grãos com bom arredondamento, luz transmitida praia de Alcobaça, Bahia grãos euédricos córrego, Serro, Minas Gerais grãos euédricos, luz transmitida córrego, Serro, Minas Gerais duas populações de grãos Conceição dos Ferros, Minas Gerais agregados paralelos e radiais córrego Rapadura, Diamantina, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica colúvio, Serra do Urucum, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica, luz transmitida colúvio, Serra do Urucum, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais grãos de origem pegmatítica, luz transmitida córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais Xenotímio grãos arredondados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos arredondados, luz transmitida rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos prismáticos proximais concentrados para diamante, Diamantina, Minas Gerais grãos desgastados concentrados para diamante, Diamantina, Minas Gerais grãos bipiramidais córrego, Morro do Pilar, Minas Gerais grãos prismáticos com faces trerminais preservadas rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos euédricos desgastados e metamitizados concentrado, Nazareno, Minas Gerais grãos euédricos São Sebastião do Maranhão, Minas Gerais grãos arredondados rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerai grãos arredondados, luz transmitida rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais Zircão grãos bem arredondados, alguns escuros ou em estado metamítico rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos bem arredondados, alguns escuros ou em estado metamítico, luz transmitida rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos arroxeados bem arredondados rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos arroxeados bem arredondados, luz transmitida rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais grãos bem arredondados, alguns com esfericidade alta Abre Campo, Minas Gerais grãos bem arredondados, alguns com esfericidade alta Abre Campo, Minas Gerais grãos bem arredondados, subpopulações coloridas praias, Itapemirim, Espírito Santo grãos bem arredondados, subpopulações coloridas praias, Itapemirim, Espírito Santo grãos euédricos praia de Guaxindiba, Rio de Janeiro população de grãos esbranquiçados praia de Piúma, Espírito Santo grãos euédricos escuros Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais grãos em estado metamítico Guanhães, Minas Gerais grãos euédricos escuros Santa Maria de Itabira, Minas Gerais grãos euédricos escuros Paramirim, Bahia grãos desgastados concentrado, rio Paraguassú, Bahia ftaruras e estruturas internas, luz transmitida praia, Barra do Riacho, Espírito Santo grãos arredondados em estado metamítico concentrado para diamantes, Mendanha, Minas Gerais grãos em estado metamítico aluvião, Jacupiranga, São Paulo grãos em diversas situações praias de Alcobaça, Bahia grãos em diversas situações, luz transmitida praias de Alcobaça, Bahia grão euédrico arroxeado eluvião, Florânia, Rio Grande do Norte grãos euédricos eluviao, Florânia, Rio Grande do Norte grãos euédricos aluviões, São Rafael, Rio Grande do Norte grãos euédricos aluviões, São Rafael, Rio Grande do Norte