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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
PORTUGUÊS 3 – PROF. ANTONIO CARLOS XAVIER
MARIANA BARBOSA FERRAZ GOMINHO
MÍDIA E CONSCIENTIZAÇÃO DO PÚBLICO
O homem é um ser social, e o desejo de comunicarem-se uns com os outros
surgiu ainda na pré-história. A descoberta da linguagem e seu uso na
transmissão de conhecimentos são fatos de imensa importância para a
humanidade. Nos últimos 50 anos, a quantidade de informações gerada é a
mesma dos cinco mil anteriores, e esse volume é repassado para todo o mundo
em uma velocidade incrível, através da internet. O espaço limitado dos
jornais e o tempo reduzido dos radio e telejornais há muito não é o
suficiente para repassar ao interlocutor toda a gama de fatos ocorridos
diariamente; precisou-se, então, redefinir o papel da mídia. E qual seria
ele?
No livro "Uma história social da mídia", de Asa Briggs e Peter Burke,
tem-se registrado que "pensar em termos de um sistema de mídia significa
enfatizar a divisão de trabalho entre os diferentes meios de comunicação
disponíveis em um certo lugar e em um determinado tempo, sem esquecer que a
velha e a nova mídia podem e realmente coexistem, e que diferentes meios de
comunicação podem competir entre si ou imitar um ao outro, bem como se
complementar". Daí pode-se concluir que a interação entre os veículos de
comunicação, através de diferentes níveis de aprofundamento dos assuntos,
oferece ao leitor uma vantagem enorme: a economia de tempo. Afinal, ao ser
introduzido a um assunto, o cidadão será capaz de definir se é ou não de
seu interesse. A pluralidade de fontes é essencial para a formação do
espírito crítico do indivíduo.
O papel da mídia, portanto, é informar a população da maneira mais
imparcial possível, para que a partir dos dados as pessoas reflitam e sejam
capazes de tirar suas próprias conclusões. Educar é dever das escolas, não
dos meios de comunicação, como propunha a Escola de Frankfurt, no início do
século 20; a eles cabe a conscientização dos problemas da atualidade. Ao
realizar um jornalismo interpretativo ou opinativo, deve-se deixar clara a
parcialidade, não ludibriando o interlocutor que pode tomar o conteúdo como
verdade única. O bom profissional deve trabalhar com ética e assumir um
compromisso diário com o leitor/ouvinte/telespectador, mantendo seu caráter
e profissionalismo acima dos interesses do mercado. O pensador pernambucano
Paulo Freire partiu do princípio de que a comunicação é o que transforma
essencialmente os homens em sujeitos. A sensibilidade, então, é o elemento
que nos torna humanos, e com a qual devemos escrever; não é porque o texto
há de ser objetivo que seja também frio.