Transcript
GEOLOGIA
Geologia do Brasil
O Brasil está totalmente contido na Plataforma Sul-Americana, cujo
embasamento de evolução geológica é muito complexo, remontando à era
Arqueano. Teve a sua consolidação completada entre o período Proterozóico
Superior e o início do período Paleozóico, com o encerramento no ciclo
Brasiliano.
Área Clara – Escudos Cristalinos
Área Escura – Bacias Sedimentares
O embasamento da Plataforma Sul-Americana acha-se essencialmente
estruturado sobre rochas metamórficas de fácies anfibolito a granutlito e
granitóides de idade arqueana, associado às unidades proterozóicas que são
representadas por faixas de dobramentos normalmente de fácies xisto-verde e
coberturas sedimentares e vulcânicas, pouco o nada metamorfizadas e
diversos granitóides.
Esse embasamento acha-se extensamente exposto em grandes escudos, separados
entre si por coberturas fanerozóicas, cujos limites se estendem aos países
vizinhos. Destacam-se os escudos das Guianas, Brasil Central e Atlântico.
O escudo das Guianas compreende o norte da bacia do Amazonas. O escudo do
Brasil-Central, ou Guaporé, estende-se pelo interior do Brasil e sul dessa
bacia, enquanto o escudo Atlântico expõe-se na porção oriental atingindo a
borda atlântica. Esses escudos estão expostos em mais de 50% da área do
Brasil.
Sobre essa plataforma desenvolveram-se no Brasil, em condições estáveis de
ortoplataforma, a partir do Ordoviciano-Siluriano, as coberturas
sedimentares e vulcânicas que preencheram espacialmente três estensas
bacias com caráter de sinéclise: Amazonas, Paraíba e Paraná. Além dessas
bacias, diversas outras bacias menores, inclusive bacias costeiras e outras
áreas de sedimentação ocorrem expostas sobre a plataforma.
Geomorfologia
O relevo do Brasil, de acordo com a classificação de Aziz Ab'Saber, é
dividido em duas grandes áreas de planalto e três de planície, a saber:
Planalto das Guianas, abrangendo a região serrana e o Planalto Norte
Amazônico. Localizado no extremo norte do país, é parte integrante do
escudo das Guianas, apresentando rochas cristalinas do período Pré-
Cambriano. É nessa área que se situa o pico culminante do Brasil -
Pico da Neblina, com altitude de 3.014 m.
Planalto Brasileiro, subdividido em Central, Maranhão-Piauí,
Nordestino, serras e planalto do Leste e Sudeste, Meridional e
Uruguaio-Riograndense, é formado por terrenos cristalinos bastante
desgastados e por bolsões sedimentares. Localiza-se na parte central
do país, estendendo-se por grandes áreas do território nacional.
Planícies e terras baixas amazônicas. Localizadas na Região Norte do
país, logo abaixo do Planalto das Guianas, apresenta três níveis
altimétricos distintos - várzeas, constituídas por terrenos de
formação recente situadas próximo às margens dos rios; teços ou
terraços fluviais, com altitudes máximas de 30 m e periodicamente
inundados; e baixos-planaltos ou platôs, formados por terrenos de
Terciário.
Planície do Pantanal, localizada na porção oeste do estado do Mato
Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, é formada por terrenos do
Quartenário.
Planícies e terras baixas costeiras, acompanhando a costa brasileira
do Maranhão ao sul do país, é formada por terrenos do Terciário e por
terrenos atuais do Quartenário.
Deve-se ressaltar que o relevo brasileiro não apresenta formação de cadeias
montanhosas muito elevadas, predominando altitudes inferiores a 500 m, uma
vez que o mesmo se desenvolveu sobre uma base geológica antiga, sem
movimentações tectônicas recentes.
Áreas De Estudo Da Geologia
Geofísica - reconhece as propriedades físicas da Teerra. Por exemplo,
estudando o campo magnético terrestre (intensidade, configuração e
variação), o fluxo de calor interno da Terra, o movimento das ondas
sísmica, que estão associadas aos terremotos. A geofísica combina geologia
com física para solucionar problemas como encontrar reservas de gás, óleo,
metais, água...
Geoquímica - trata da química do planeta. E atualmennte pode ser dividida
em geoquímica sedimentar, geoquímica orgânica, o novo campo da geoquímica
ambiental, e muitos outros. O grande interesse da geoquímica está na origem
e evolução das principais classes de rochas e minerais. O geoquímico estuda
especificamente os elementos da natureza - por exemplo, os ciclos
geoquímicos do carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre; distribuição e
abundância de isótopos na natureza e a exploração geoquímica, também
chamada de prospecção geoquímica, que é aplicada para a exploração mineral.
Petrologia - trata da origem, estrutura, ocorrência,, e da história das
rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. Os petrólogos estudam as
mudanças que ocorrem nas rochas e são capazes de fazer um detalhado
mapeamento mostrando os tipos de rochas existentes em uma área.
Mineralogia - trata dos minerais encontrados na crostta terrestre, e até
mesmo os encontrados ou originados fora dela. A cristalografia estuda a
forma externa e a estrutura interna dos cristais naturais ou sintéticos. Há
quem considere a mineralogia a arte de identificar os minerais baseando-se
nas suas propriedades físicas e químicas. A mineralogia econômica focaliza
os processos responsáveis pela formação dos minerais, especialmente os de
uso comercial.
Geologia Estrutural - estuda atualmente as distorções das rochas em geral.
Usualmente comparando as formas obtidas e as classificando. Essas
distorções podem ser vistas tanto macroscopicamente quanto
microscopicamente. Os geólogos estruturais são capacitados para localizar
armadilhas estruturais que podem conter petróleo.
Sedimentologia - refere-se ao estudo dos depósitos sedimmentares e das suas
origens. Os sedimentólogos estudam inúmeras feições apresentadas nas rochas
que podem indicar os ambientes que existiam no local no passado e assim
entender os ambientes atuais.
Paleontologia - estuda a vida pré-histórica, tratando ddo estudo de fósseis
de animais e plantas micro e macroscópicos. Os fósseis são importantes
indicadores das condições de vida existentes no passado geológico,
preservados por meios naturais na crosta terrestre.
Geomorfologia - trabalha com a evolução das feições obsservadas na
superfície da Terra, identificando os principais agentes formadores dessas
feições e caracterizando a progressão da ação de agentes como o vento,
gelo, água... que afetam bastante o relevo terrestre.
Geologia Econômica - envolve a aplicação de princípios geológicos para o
estudo do solo, rochas, água subterrânea para saber como devem influir no
planejamento e construção de estruturas de engenharia.
Hidrogeologia - trata do gerenciamento de recursos hídrricos, localização
de lençóis freáticos e a construção de poços.
Geologia Ambiental - esse é um campo relativamente novo responsável pela
coleta e análise de dados geológicos para evitar ou solucionar problemas
oriundos intervenção humana no meio ambiente. Um dos seus ramos é o da
Geologia Urbana, que trata dos impactos, geralmente caóticos, gerados sobre
o meio ambiente, quando o incontrolável crescimento das cidades agride o
ambiente ocasionando catástrofes que afetam diretamente a qualidade de vida
da população. Atualmente o geólogo ambiental tem trabalhado bastante na
elaboração de RIMAS ( Relatórios de Impacto Ambiental ), exigidos antes da
execução de grandes obras.
A Deriva Dos Continentes:
O Contexto Na Nova Geologia Global
1. Introdução: A Estrutura Da Terra
Através do estudo da velocidade de propagação das ondas sísmicas no
interior das camadas mais profundas durante os terremotos, cientistas e
geólogos do mundo inteiro chegaram a um consenso sobre a estrutura interna
da terra. Admite-se hoje que a Terra seja formada por uma crosta (com cerca
de 30 a 40 Km de espessura em média) e um manto superior (que vai até aos
100 metros de profundidade) que juntos formam a Litosfera rígida e
plástica. Abaixo desta camada encontra-se o manto inferior (que vai até aos
2.890 Km), que através de fusões parciais, mantém suas rochas num estado
constante de alta viscosidade, que provoca corrente de convecção em direção
à Litosfera. O manto inferior contém ainda a ZBV (Zona de baixa
Velocidade), a qual o separa do manto superior, formando o que se denomina
por Astenosfera.
Em seguida, encontra-se um núcleo externo (que chega aos 5100 Km de
profundidade) no estado líquido formado por ligas de Ferro e Níquel
principalmente. Por fim, o núcleo interno encontra-se no estado sólido com
constituição semelhante ao núcleo externo.
A crosta é dividida do manto pela descontinuidade de Mohorovicic ou Moh;
enquanto que o manto se separa do núcleo pela descontinuidade de
Guttemberg.
A crosta ainda é dividida em duas partes fundamentais: a Crosta Continental
(formada por rochas com densidade em torno de 2,8 e constituída
essencialmente por Silício e Alumínio - SIAL) e a Crosta Oceânica (de
rochas mais pesadas com cerca de 3,3 de densidade e formadas por Silício e
Magnésio - SIMA).
Estrutura interna da Terra
2. Origem
Durante o jurássico, que se iniciou há cerca de 180 milhões de anos, a
Pangéia começou a se dividir e a formar os atuais continentes.
A deriva continental está entre as forças mais poderosas que afetam as
mudanças evolucionárias.
A tectônica das placas tem estado em funcionamento desde os primeiros
estágios da Terra e tem desempenhado um papel de destaque na história da
vida. As mudanças na configuração relativas dos continentes e dos oceanos
têm influenciado o ambiente, os padrões climáticos e a composição e
distribuição das espécies. As contínuas mudanças na ecologia do mundo têm
exercido um profundo efeito no curso da evolução e, conseqüentemente sobre
a diversidade dos organismos vivos.
Durante períodos de rápidas convecções do manto os supercontinentes foram
divididos. Essa separação levou à compreensão das bacias oceânicas, à
elevação do nível do mar e as transgressões marinhas sobre a terra. A
rápida convecção do manto aumenta o vulcanismo, o que eleva a quantidade de
dióxido de carbono na atmosfera resultando num forte efeito estufa, com
condições de calor em todo o mundo. Esses episódios ocorreram de
aproximadamente 200 há 50 milhões de anos atrás.
Quando a convecção do manto era baixa, as massas da terra juntaram-se num
supercontinente. Essa conexão levou ao alargamento das bacias oceânicas,
diminuindo os níveis globais do mar e provocando um recuo das águas, da
terra para o mar. Além disso, o CO2 atmosférico foi reduzido em
conseqüência dos baixos níveis de vulcanismo e de desenvolvimento de um
"efeito geleira", o qual produz temperaturas mais frias em todo o mundo.
Essas condições prevaleceram de aproximadamente 700 a 500 milhões de anos
atrás, e durante a última parte do período Cenozóico.
Correntes de convecção
3. Provas Documentais
Uma evidência é que algumas cadeias de montanhas antigas de um continente
têm a sua continuação em outro.
Formações geológicas iguais, com rochas e estruturas idênticas são
encontradas nos continentes dos dois lados do atlântico.
O registro fóssil do Carbonífero e do Permiano é semelhante entre a América
do Norte e Europa e entre os continentes do hemisfério Sul e Índia.
A concordância entre os litorais da África e América do Sul tem sido
admirada uns 350 anos.
4. Evidências
1. Paleoclima
Se os continentes ocupam posições diferentes na superfície da Terra, a
distribuição das zonas climáticas deve ter mudado no passado e essa mudança
é diferente em cada continente.
As glaciações Permocarboníferas mostraram que os continentes do Hemisfério
Sul e Índia estavam unidos sobre a região antártica durante esse tempo e,
depois saíram daí.
Dunas antigas e direção do paleovento.
Distribuição de Evaporitos. Para haver acumulação de sal em depósitos
espessos é necessário um clima quente e árido. Os depósitos modernos estão
se formando nestas condições, por evaporação da água do mar ou lago
salgado. Evaporitos encontrados nas plataformas continentais atlânticas da
África e da América do Sul são uma das evidências do movimento de separação
entre os continentes.
Antigos recifes de algas coralíneas foram achados no Paleozóico inferior do
círculo ártico, estes corais são característicos do equador, donde se
conclui que, no paleozóico inferior, o equador passava por estas regiões.
2. Paleomagnetismo
Isso fez com que se criasse a teoria de que o pólo magnético se moveu e
ocupou posições distintas através da história da Terra. Mas se isso fosse
verdade, todos os continentes tinham que ter suas rochas magnéticas
orientadas para a mesma direção em um dado período de tempo. Ao ser feita a
curva do movimento do pólo ao longo dos períodos geológicos, verifique-se
que cada continente tem sua curva, que é distinta dos outros continentes.
Somente uma explicação é possível diante deste resultado: os continentes se
moveram independentemente uns dos outros. Ao juntar dois continentes que
estariam unidos no passado, pela teoria de Deriva continental, as curvas
eram as mesmas.
Paleomagnetismo
5. De Onde Surgiu A Idéia?
A idéia dos continentes à deriva é muito antiga e surgiu algum tempo depois
que os cartógrafos europeus começaram a mostrar o contorno das costas do
novo mundo. Em 1596, quase cem anos após as viagens de Colombo e Cabral, o
cartógrafo alemão Abraham Ortelius, de tanto fazer mapas, notou a
similaridade no contorno das Américas, Europa e África e concluiu no seu
trabalho Thesaurus Geographicus que estes continentes estavam juntos e
depois se desmembraram devido às pressões causadas por terremotos e
inundações (floods). Um pouco mais tarde, Sir Francis Bacon, no seu
trabalho Novanun Organum, publicado em 1620, comentou que as similaridades
entre os continentes eram fortes demais para representarem uma simples
coincidência. Em 1658 R.P. François Placet escreveu um memorando: La
corruption du grand ete petit monde, ou il este montré que devant le
déluge, l'Amerique n'était point separée des autre parties du monde no qual
sugere que o Novo Mundo se separou do Velho Mundo ocasionando a inundação
do Oceano Atlântico. Alexander von Humboldt em 1800 retorna esta idéia e
afirma que o Atlântico é, essencialmente, um imenso vale de rio que foi se
separando aos poucos por um grande volume de água.
Em 1858 surgem os primeiros argumentos puramente geológicos com Antônio
Snider - Pellegrini. No seu trabalho: La Création et Ses Mystèrs Dévoiles é
mostrado a semelhança existente entre a flora fóssil de uma camada carvão
de 300 milhões de anos aflorante nos Estados unidos e Europa. Para ilustrar
a sua explicação para o fato, Snider - Pellegrini criou o primeiro diagrama
com a reconstituição dos continentes.
Em 1880 Eduard Suess defendeu a idéia que a África, América do Sul,
Austrália e Índia faziam parte de um mesmo continente, o qual denominou de
Gondwanaland (terra do antigo reino dos Gonds na Índia). Neste mesmo ano
Osmond Fisher e George Darwin desenvolveram a hipótese que a Lua se
desprendeu da região do Oceano Pacífico, ocasionando o desequilíbrio e
movimento dos continentes. Entre 1908 e 1922 dois americanos, Frank B.
Taylor e Howard B. Backer, independente e quase simultaneamente publicaram
diversos artigos sobre a deriva dos continentes tendo como base a
continuidade das cadeias de montanhas modernas nos diversos continentes.
Baker, em 1908, acreditava que há 200 milhões de anos atrás havia uma só
massa de terra situada na região da Antártida e, dois anos mais tarde,
Taylor defendeu que, após o rompimento deste supercontinente, os fragmentos
continentais resultantes se movimentaram em direção a região do Equador.
Portanto, quando Alfred Lothar Wegener em 1912 publicou o seu primeiro
trabalho a idéia de deriva dos continentes já tinha mais de 300 anos. Mas
este astrônomo, geofísico e meteorologista alemão construiu uma teoria
consubstanciada em argumentos sólidos e dados levantados por diversas áreas
do conhecimento científico: geografia, geologia, biologia e climatologia.
1. Evidências Geométricas
Como se pode perceber os atuais fragmentos continentais ainda se encaixam
como um quebra-cabeça gigante. As imperfeições verificadas na montagem são
causadas pela dinâmica da superfície do planeta que, devido à descida
subida do nível do mar ou à erosão, alarga ou diminui a costa dos
continentes. Como o nível do mar varia bastante ao longo do tempo, fica
difícil determinar qual é, o formato dos continentes utilizando-se somente
os dados das plantas cartográficas, como havia feito Wegener. Para
contornar o problema, os cientistas modernos se utilizam também de dados
batimétricos, magnetométricos e gravimétricos, os quais com a ajuda de
programas de computador, permitem reconstruir com fidelidade o contorno
continental representado pelo início da plataforma.
6. Continentes À Deriva E As Idéias De Wegener
1. Evidências Paleológicas.
Os fósseis considerados por Wegener foram:
1. Glossopteris - espécie vegetal típica de climas frios existentes no
Carbonífero - Permiano - Triássico (350-200 M.a), encontrada na
América do Sul, África, Madagascar, Índia Antártida e Austrália.
2. Mesosaurus - réptil existente no Permiano (245-2866 M.aa) encontrado
no Brasil, Argentina e África do Sul.
3. Lystosaurus - réptil existente no Triássico (248-21133 M..a)
encontrado África Central, Madagascar, Índia e Antártida.
4. Cynognathus - réptil existente no Triássico (248-21133 M..a)
encontrado na América do Sul e África Central.
6.2 Evidências Geológicas
Wegener argumentava que algumas cadeias que se encontravam bruscamente
interrompidas, como seria o caso de cadeias na Argentina e África do Sul,
adquiriam perfeita continuidade quando se juntavam a América e África.
Entretanto, o argumento geológico mais forte que Wegener apresentou está
relacionado com o empilhamento estratigráfico de rochas que ocorre no
nordeste da Índia, Antártida, sudeste da América do Sul, leste da África e
Austrália, as quais possuem idades variando entre 300 e 135 M.a atrás. Esta
sucessão de rochas (chamadas de seqüência Gondwana), sendo resultante dos
mesmos processos tectônicos e deposicionais, mas estão distribuídas em
diferentes áreas, o que reforça a idéia da junção dos continentes no
hemisfério sul em épocas anteriores a 135 M.a.
6.3 - As causas da deriva
Inspirados na idéia de Wegener muitos outros geocientistas aprimoraram a
reconstituição do movimento dos continentes, organizando a seguinte
seqüência de eventos.
" "Tempo anterior a 300 M.a: Outras formas continentais em movimento; "
" "Entre 300 a 225 M.a: Formação de um só continente - Pangéia - "
" "cercado por um só oceano - Pantalassa; "
" "Entre 200 a 180 M.a: Início de separação dos blocos Gondwana e "
" "Laurásia e rompimento do Gondwana em dois sub-blocos: (1) África - "
" "América do Sul e (2) Antártida – Índia - Austrália. Avanço do Mar de"
" "Tétis entre os blocos sub-divididos; "
" "135 M.a: Início do rompimento do América do Sul da África e "
" "separação da Índia do sub-bloco 2; "
" "65 M.a aos dias de hoje: Movimento de rotação da África para norte, "
" "indo de encontro a Eurásia, choque da Índia com a Ásia; separação "
" "América do Norte da Eurásia; separação da Austrália da Antártida. "
O "Baile" dos continentes
7. A Teoria De Suess
As idéias admitidas até meados do século XIX sobre a origem do relevo da
Terra eram as propostas por Edward Suess, geólogo austríaco, no final do
resfriamento da crosta através de um processo de contração, tal como uma
maçã que vai ressecando sua casca e então enruga. Com isso, Suess explicava
como surgiram as altas cadeias montanhosas do mundo. Para explicar a
semelhança de faunas e floras fósseis em diferentes partes do mundo, Suess
propunha a existência de passarelas de terra entre aos continentes que
afundaram posteriormente com os processos do mar. As regressões e as
transgressões marinhas eram explicadas pelo processo de isostasia (uma
espécie de lei de compensação de volume). Isso explicaria os depósitos
marinhos de sedimentos sobre os continentes, pois através das transgressões
marinhas (causadas pelo depósito de sedimentos no fundo dos oceanos) teriam
levado estes para cima dos platôs continentais. As regressões seriam
causadas devido a rebaixamentos e depressões do fundo oceânico.
8. Conclusão
A deriva continental causou um profundo efeito sobre a vida deste Planeta
desde o seu início. Os continentes e as bacias oceânicas estão
continuamente sendo remodeladas pelas diversas placas da crosta que estão
constantemente em desenvolvimento.
A moderna e jovem teoria de tectônica de placas, além de oferecer um modelo
completo e elegante sobre o movimento dos continentes, levanta outras
questões sobre a Dinâmica da Terra que até então a humanidade desconhecida.
Os rumos tomados pela geologia, a partir da segunda metade do século XX
apesar de ter comprovado a maioria das evidências de Suess, demonstrou a
inviabilidade da teoria das passarelas submersas.
Entretanto, alguns problemas de encaixe ainda persistem, principalmente nas
costa Leste da África e na região do Caribe, nas quais os dados disponíveis
ainda não permitem uma reconstituição exata.
"...é como que se tudo passasse ao recortarmos uma folha de jornal. Basta
apenas juntarmos os pedaços para encontramos os segredos da Terra..."
(Alfred Lothar Wegener)
Os Tipos De Rochas
As rochas são classificadas em três grupos:
" "Ígneas ou Magmáticas; "
" "Sedimentares; "
" "Metamórficas. "
Rochas Ígneas
São aquelas resultantes da solidificação do magma.
O Magma é uma fusão silicatada formada em grandes profundidades na Terra,
seu componentes são:
" "Silicatos; "
" "Óxidos; "
" "Voláteis - H2O, CO2, CO, H2, N2, SO2, S2, S3, HCl, H2S. "
Quando extravasa em superfície o magma é chamado de lava.
Formação Das Rochas Ígneas
A formação das rochas ígneas se dá pelo resfriamento do magma. As
características das rochas vão depender fundamentalmente das condições de
resfriamento.Assim tem-se que:
1. Rochas plutônicas são holocristalinas, de textura fanerítica
grossa, devido ao resfriamento lento;
2. Rochas hipoabissais podem ser holocristalinas ou conter componentes
vítreos e em geral são porfíricas ou faneríticas finas;
3. Rochas vulcânicas ou extrusivas tendem a ser vítreas ou afaníticas,
devido ao resfriamento rápido. Podem ser porfíricas.
Quando há condições de cristalização de fases minerais a partir do magma,
esta se dá de forma seqüenciada, seguindo a ordem dos pontos de fusão dos
minerais. A seqüência de cristalização é concedida como a série de Bowen.
Classificação
1 - Quanto à ocorrência
A) Extrusivas: são resultantes da solidificação de uma lava na superfície.
Ex: basalto, riolito.
" "Cones vulcânicos; "
" "Derrames, trapes. "
B) Intrusivas: são aquelas originadas pela solidificação de uma lava
vulcânica no interior da crosta.Ex: gabro, granito.
" "Diques; "
" "Sills; "
" "Stoks; "
" "Bossas; "
" "Batólitos; "
" "Lacólitos; "
" "Facólitos; "
" "Lopólito; "
" "Apófises; "
" "Neck. "
Obs:
Em A os cristais dos minerais não tem tempo de crescerem, por isto são de
tamanho microscópico (invisíveis a olho nu). Já em B ocorre o contrário e
os cristais são grandes, bem visíveis a olho nu. Ex: granito.
2 - Composição química dos magmas
1. Ácidos: SiO2 > 65%;
2. Intermediários: 52% < SiO2 < 65%;
3. Básicos: 45% < SiO2 < 52%;
4. Ultrabásicos: SiO2 > 45%.
" "Ácidos "Básicos "
"Temperatura "650 - 700ºC "1350 - 1400ºC "
"Polimerização "Alta "Baixa "
"Viscosidade "Alta "Baixa "
"Teor de Mg e Fe"Baixo "Alto "
"Teor de H2O "10 - 15% "1 - 2% "
" "Solidificação em"Ascensão e "
" "profundidade 10 "derrame na "
" "- 15% "superfícies "
" "Rochas Ácidas: Ex: granito, riolito. "
" "Rochas Intermediárias: Ex: sienito, andesito. "
" "Rochas Básicas: Ex: basalto, gabro. "
3 - Quanto à cristalinidade
1. Cristalina: quando a maior parte dos minerais é formada por
cristais. Ex: granito.
2. Vítreo-cristalina: quando parte dos minerais é formada por
cristais. O restante é formado por minerais vítreos, isto é, na
forma não cristalina. Ex: basalto, andesito, riolito.
3. Vítrea: quando a maior parte é formada por minerais na forma de
vidro. Ex: pedra pomicce.
4 - Quanto ao tamanho dos minerais
Chama-se de textura ao conjunto de propriedades geométricas das rochas que
decorrem da morfologia e do arranjo de seus constituintes fundamentais.
1. Afanítica: quando a maior % dos minerais é invisível a olho nu. Ex:
basalto, riolito, andesito.
2. Sub-Afanítica: quando maior parte dos minerais é visível a olho nu.
Ex: diabásio.
3. Fanerítica: quando a totalidade dos minerais é visível a olho nu.
Ex: granito, gabro, sienito.
4. Textura vítrea.
5. Textura fragmentária.
6. Textura porfirítica.
5 - Quanto ao tipo de feldspato presente
1. Sódica (Na): quando o mineral for de cor esbranquiçada. Ex:
granito.
2. Potássica (K): quando o mineral for de cor rósea. Ex: alguns
granitos.
6 - Classificação quanto ao tipo de estruturra
São as descontinuidades apresentadas pelas rochas e todas as modalidades de
variações texturais
1. Maciça: quando a rocha não apresenta vazios na amostra. Ex: granito
- alguns basaltos.
2. Vesicular: quando a rocha apresenta vazios na amostra. Ex: basalto.
3. Amigdalóidal: quando a rocha apresenta vazios preenchidos
parcialmente por minerais secundários;
4. Disjunção colunar.
5. Estruturas lamelar ou linear.
7 - Quanto ao índice de cor
1. Félsicas: minerais escuros < 30%;
2. Mesótipas: 30% < minerais escuros < 60%;
3. Máficas: 60% < minerais escuros < 90%;
4. Ultramáficas: minerais escuros > 90%.
Rochas Sedimentares
São rochas formadas pelos sedimentos oriundos da ação física e química dos
agentes do intemperismo sobre rochas pré - existentes.
São chamados sedimentos as partículas sólidas que são carreadas pelos
agentes geológicos. Os agentes geológicos são os modificadores da
superfícies da Terra: água corrente, as geleiras, os ventos e os fluxos
gravitacionais.
Os sedimentos incluem:
" "Fragmentos de minerais e rochas; "
" "Fragmentos de vegetais e animais;Precipitados químicos de soluções "
" "aquosas, com ou sem a interferência dos seres vivos. "
Os sedimentos são produzidos por uma grande variedade de processos atuantes
na superfície da Terra, envolvendo o intemperismo e a ação dos organismos
vivos. O intemperismo é um conjunto de processos que tendem a fragmentar e
alterar quimicamente as rochas na superfície.
A Gênese Das Rochas Sedimentares
Pelo intemperismo são produzidos os sedimentos na área-fonte. Os agentes
geológicos promovem:
" "A remoção dos produtos do intemperismo, em um processo chamados de "
" "erosão; "
" "O transporte dos sedimentos das áreas-fonte até o local de acumulação "
" "denominado bacia sedimentar; "
" "A deposição na bacia sedimentar. "
As áreas-fonte de sedimentos são todas as porções elevadas da superfície da
Terra. As bacias sedimentares são porções deprimidas das superfície do
planeta, que sofrendo subsidência, são capazes de acumular sedimentos.
Após a deposição nas bacias sedimentares os sedimentos são litificados,
i.e., convertidos em rochas, por um conjunto de processos chamado
diagênese. A diagênese inclui:
" "compactação dos sedimentos e expulsão de água; "
" "precipitação de minerais nos poros, causando a cimentação; "
" "amplo espectro de reações químicas a baixas temperatura e pressões entre"
" "soluções aquosas e rocha. "
Classificação
1 - Classes de sedimentos
Os sedimentos podem ser classificados como:
" "Detríticos, clásticos; "
" "Biogênicos; "
" "Químicos. "
E ainda como:
" "Terrígenos ou siliciclásticos; "
" "Carbonáticos; "
" "Vulcanoclásticos. "
2 - Classificação dos sedimentos detríticos segundo Wentworth
"Tamanho (mm) "Partículas "Sedimento "Rocha "
"256 "matacão "cascalho "conglomerado "
" " " "brecha "
" "calhau " " "
"64 " " " "
" "seixo " " "
"4 " " " "
" "microseixo " " "
"2 " " " "
" "areia muito "areia "arenito "
" "grossa " " "
"1 " " " "
" "areia grossa " " "
"1/2 " " " "
" "areia média " " "
"1/4 " " " "
" "areia fina " " "
"1/8 " " " "
" "areia muito fina " " "
"1/16 " " " "
" "silte "silte "siltito "
"1/256 " " " "
" "argila "argila "argilito, "
" " " "folhelho "
" " " " "
Obs:
A textura esta ligada ao tipo de gênese da rocha sedimentar e esta pode
ser:
" "Clástica: abrange todas rochas sedimentares de origem mecânica. Ex: "
" "arenito, siltito, argilitos, conglomerados; "
" "Não Clástica: compreende todas rochas sedimentares de origem química e "
" "orgânica. Ex: calcários, antracitos, folhelhos, coquinas. "
3 - Rochas sedimentares de origem química:
São rochas inorgânicas que se formaram pela precipitação de soluções
químicas nas bacias sedimentares e dividem-se em:
Rochas Calcárias: compreende depósitos calcários tais como:
" "Calcários Calcíferos - CaCO3; "
" "Calcários Dolomíticos - MgCO3 > 5%; "
" "Mármores Sedimentares; "
" "Estalactites e Estalagmites. "
Obs:
" "os calcários são usados para fabricação de cimento Portland (% MgCO3 < "
" "5%); "
" "os calcários são solúveis em H2O. "
Rochas Ferruginosas: são formadas pela ação de bactérias sobre Fe2O3;
Rochas Silicosas: são formadas pela precipitação de SiO2 nas bacias de
sedimentação;
Rochas Evaporíticas: são formadas pela precipitação de cloratos,
sulfatos, boratos, etc. em bacias de sedimentação.
4 - Rochas sedimentares de origem orgânica:
São formadas pelo acúmulo de matéria orgânica em bacias de sedimentação e
dividem-se em
Calcárias: São calcárias originadas pelo transporte CaCO3 e MgCO3 até
as bacias;
Carbonosas: a matéria orgânica se acumula nas bacias.Ex.
" "Lentrito; "
" "Carvão-betuminoso; "
" "Antracito - carvão mineral maturo; "
" "Argilas orgânicas. "
5 - Características a serem observadas nas rochas sedimentares
" "Cor; "
" "Morfologia dos corpos sedimentares: "
Camadas;
Lentes;
Cunhas;
Cordões.
" "Estrutura: "
Primárias: são aquelas se originadas junto com a rocha.
1. Maciça: Ex: - grão de areia (quartzo), arenito.
2. Marcas de Ondas: Estas marcas são preservadas pela deposição
rápida de sedimentos sobre as marcas de ondas impressas em
arenito depositadas em praias. Ex: arenitos, argilitos.
3. Estratificação plano paralelo: As camadas se depositam na
horizontal. A idade aumenta para as camadas mais profundas. Ex:
Pequenas camadas paralelas de siltito.
4. Estratificação cruzada: Os estratos são depositados
discordantemente um com os outros, o ambiente de deposicional
pode ser aquático ou desértico (eólico).
Secundárias: são aquelas originadas após a formação da rocha. Ex:
falhas, fraturas, concreções, manchas com cores diversas.
6 – Cimento
É a substância que liga os grãos das rochas sedimentares tornando-os mais
coesos entre si: O cimento pode ser:
Argiloso;
Carbonático;
Óxido de ferro;
Silicoso (SIO2).
Rochas Metamórficas
São rochas originadas pela fusão parcial de rochas pré-existentes.
As rochas metamórficas são geradas pelo metamorfismo. Chama-se metamorfismo
ao conjunto de transformações físicas e químicas no estado sólido às quais
são submetidas as rochas, as temperatura e pressões elevadas.
Agentes do Metamorfismo
Aumento de Temperatura: ocorre pelo contato ou proximidade com uma fonte
termal (Ex: lavas)
Região com arenitos se transformando em quartzito
Aumento de pressão (Metamorfismo dinâmico): é provocado pela movimentação
de massas rochosas - locais ou regionais:
Aumento de pressão mais temperatura (Metamorfismo dinamo-termal): neste
caso a associação de pressão + temperatura provoca mudanças na estrutura
original da rocha bem como na composição química dos seus minerais.
Classificação Prática
Quanto à estrutura
1. Gnáissica: a maior parte dos minerais é quase sempre visível a olho
nu. Os minerais ocorrem em faixas paralelas, alternadas de minerais
claros e escuros, as quais não se destacam facilmente. Ex:-
gnaisse, mármore.
2. Xistosa: a maior parte dos minerais é invisível a olho nu e existem
faixas paralelas de minerais. Ex: Xistos, Ardósia, Filitos,
Quartzito
Quanto à textura
1. Granoblástica: quando os minerais são visíveis a olho nu. Ex:
gnaisse, xistos, quartzito, mármore.
2. Lepidoblástica: quando os minerais são invisíveis a olho nu, mas há
xistosidade. Ex: ardósia, filito, quartzito.
A Magnitude Do Tempo Geológico
Mesmo hoje a quantidade real de tempo geológico decorrido, visto que e
tremendamente grande, significa pouco, sem qualquer base de comparação.
Para este fim, têm sido inventados numerosos esquemas nos quais, eventos
geológicos chaves são localizados proporcionalmente, em unidades de
comprimento ou tempo atuais, de modo a tornar o tempo geológico um tanto
mais compreensível.
Comprimam-se. Por exemplo, todos os 4,5 bilhões de anos do tempo geológico
em um só ano. Nesta escala, as rochas mais antigas reconhecidas datam de
março. Os seres vivos apareceram inicialmente nos mares em maio. As plantas
e animais terrestres surgiram no final de novembro e os pântanos,
amplamente espalhados que formaram os depósitos de carvão pensilvanianos,
"floresceram" durante cerca de quatro dias no início de dezembro. Os
dinossauros dominaram nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26,
mais ou menos na época que as montanhas rochosas se elevaram inicialmente.
Criaturas humanóides apareceram em algum momento da noite de 31 de
dezembro, e as recentes capas de gelo continentais começaram a regredir da
área dos Grandes lagos e do norte da Europa a cerca de 1 minuto e 15
segundos antes da meia-noite do dia 31. Roma governou o mundo ocidental por
5 segundos, das 23h: 59mim: 45s até às 23h: 59mim: 50s. Colombo descobriu a
América 3 segundos antes da meia-noite, e a ciência da geologia nasceu com
os escritos de James Hutton exatamente há mais que 1 segundo antes do final
de nosso movimentado ano dos anos.
Os especialistas interessados na idade total da Terra comumente consideram
o princípio quando a Terra alcançou sua presente massa. Provavelmente, este
era o mesmo ponto em que a crosta sólida da Terra se formou de início, mas
não se tem rochas que datem deste tempo inicial. Na verdade, as evidências
atualmente disponíveis sugerem que nenhuma rocha permaneceu do primeiro
bilhão de anos, mais ou menos, da história da Terra. Antes do princípio,
processos cósmicos desconhecidos estavam produzindo a matéria, como a
conhecemos hoje, para a Terra e para o nosso sistema solar. Este intervalo
incluímos no tempo cósmico. É o tempo, desde o início da Terra, que
constitui propriamente o tempo geológico.
1 - A Cronologia Das Idéias Sobre O Tempo Geológico
- Entre 1500 e 1600. Nicolau Steno descreveu os princípios básicos da
estratigrafia sobre a sucessão de estratos (início das idéias de tempo
relativo).
- 1654. O Arcebispo Usher, baseado na geneologia da Bíblia assumiu que a
Terra foi criada no dia 26 de outubro do ano 4004 ac, às 9:00h. Assim a
Terra tinha 6.000 anos.
- 1785. James Hutton, reconhece os processos atuantes no modelamento da
superfície terrestre, tais como erosão, deposição e atividade vulcânica.
- 1815. Smith elaborou o princípio da sucessão faunística (usado para
definir o incremento do tempo relativo).
- 1830. Charles Lyell, introduziu o conceito de tempo ilimitado e fundou a
Geologia Histórica.
- 1859. Charles Darwin, afirmou que a maior parte do tempo geológico era
representado por quebras de registros ou por camadas estéreis do que por
camadas fossilíferas.
- 1896. Henry Bequerel, descobriu a radioatividade do Urânio.
- 1897. Lord Kelvin, calculou a idade da Terra entre 24 e 40 milhões de
anos, baseado nas estimativas de perda de calor do planeta.
- 1889-1901. John Joly, calculou a idade da Terra com base na taxa de
saturação de sal nos oceanos em, aproximadamente 90 a 100 milhões de anos.
- 1907. Boltwood, com base no decaimento radioativo do Urânio para o
Chumbo, calculou a idade da Terra em 1,64 bilhões de anos.
Atualmente, a rocha mais antiga da Terra, datada por espectrômetro de
massa, tem idade 3,96 ba. E as rochas datadas mais antigas foram as da lua
e de meteoritos, com idades na ordem de 4,6 bilhões de anos.
A Divisão Do Tempo Geológico
As primeiras pessoas que tentaram entender as relações geológicas de
unidades de rochosas foram os mineiros. A mineração era de interesse
comercial desde o tempo dos romanos, mas não foi até 1500 e 1600 que estes
esforços produziram um interesse em relações de rochas locais.
Notando as relações entre as diferentes unidades de rochas, Nicolaus Steno,
em 1669 descreveu dois princípios básicos da Geologia. O primeiro que as
rochas sedimentares são depositadas de forma horizontal, e o segundo que as
unidades de rochas mais jovens foram depositadas sobre unidades de rochas
mais antigas. Um conceito adicional foi introduzido por James Hutton em
1795, e depois enfatizado por Charles Lyell antes de 1800. A idéia era que
processos geológicos naturais eram uniformes em freqüência e magnitude ao
longo de tempo, essa idéia conhecida como "Princípio do Uniformitarismo".
Os princípios de Steno permitiram os trabalhadores nos anos1600-1700
começarem a reconhecer as sucessões de rochas. Porém, as rochas eram
descritas localmente pela cor, textura, ou até mesmo pelo cheiro,
comparações entre sucessões de rochas de diferentes áreas não eram
freqüentemente possíveis. O uso de fósseis foi o que permitiu os
trabalhadores correlacionarem áreas geograficamente distintas. Esta
contribuição foi possível porque os fósseis eram encontrados em amplas
regiões da crosta terrestre.
A outra maior contribuição para a compreensão do tempo geológico veio dos
agrimensores, construtores de canais e geólogos amadores da Inglaterra. Em
1815, Smith produziu um mapa geológico da Inglaterra no qual ele demonstrou
a validade do princípio da sucessão faunística. Este princípio simplesmente
declarava que os fósseis seriam encontrados nas rochas numa ordem muito
definida. Este princípio conduziu outros que se seguiram a usarem os
fósseis para definir incrementos dentro do tempo relativo.
A história da terra está hierarquicamente segmentada em divisões para
descrever o tempo geológico. Com unidades crescentes de tempo, as divisões
geralmente aceitadas são eon, era, período, época e idade. Na escala do
tempo mostrada, são representados só os dois níveis mais altos desta
hierarquia. O Eon de Fanerozóico representa o tempo durante o qual a
maioria de organismos macroscópicos, algas, fungos e plantas viveram.
Quando foi proposta a primeira divisão de tempo geológico, começando pelo
Fanerozóico (aproximadamente 540 milhões de anos ) pensava-se que o mesmo
coincidia com o começo de vida. Em realidade, esta coincidia com o
aparecimento de animais que eram envolvidos por esqueletos externos, como
conchas e alguns animais mais recentes com esqueletos internos, tais como
os elementos ósseos.
O tempo antes do Fanerozóico normalmente era chamado Pré-cambriano, o que
qualifica como um " eon " ou " era ".
Em todo caso, o Eon Pré-cambriano normalmente é dividido nas três eras:
Hadeano, Arqueano e Proterozóico. O Fanerozóico possui três divisões
principais: as eras Cenozóico, Mesozóico e Paleozóico.
O " Zoic " vem de "Zoo" que significa animal. Esta é a mesma raiz como nas
palavras Zoologia e Parque Zoológico (ou Jardim zoológico). "Cen " quer
dizer recente, "Meso" quer dizer meio, e "Paleo" quer dizer antigo.
Estas divisões refletem as principais mudanças na composição das faunas
antigas, cada era sendo reconhecida por dominação por um grupo particular
de animais. O Cenozóico, às vezes foi chamado a " Idade de Mamíferos ", o
Mesozóico a "Idade de Dinossauros" e o Paleozóico a " Idade de Pesca ".
Esta é uma visão demais simplificada que tem pouco valor . Por exemplo,
outros grupos de animais viveram durante o Mesozóico. Além dos dinossauros,
animais como mamíferos, tartarugas, crocodilos, rãs, e variedades
incontáveis de insetos também viveram na terra.
Adicionalmente, havia muitos tipos de plantas que viveram no passado e já
não vivem hoje. Floras antigas também passaram por grandes mudanças, e nem
sempre nos mesmos momentos em que os grupos animais mudaram.
"Escala do Tempo Geológico "
"Era "Período "Época "Idade "Características "
"Cenozóico"Quaternári"Holoceno "0,01 "Aparecimento do homem / "Idade dos "
" "o "(Recente) " "Glaciação no hemisfério norte "mamíferos "
" " "Pleistoceno "1,6 " " "
" "Terceário "Plioceno "5,3 " " "
" " "Mioceno "23,7 " " "
" " "Oligoceno "36,6 "Proliferação dos primatas " "
" " "Eoceno "57,8 " " "
" " "Paleoceno "65,4 "Primeiros cavalos " "
"Mesozóico"Cretáceo "144 "Plantas "Extinção dos "Idade dos "
" " " "com "dinossauros "répteis "
" " " "flores " " "
" " " " " " "
" "Jurássico "208 "Primeiros pássaros e mamíferos" "
" "Triássico "245 "Primeiros dinossauros " "
"Paleozóic"Permiano "286 "Extinção dos trilobitas "Idade dos "
"o " " " "anfíbios "
" "Carbonífero "360 "Primeiros répteis " "
" " " "Grandes árvores primitivas " "
" "Devoniano "408 "Primeiros anfíbios "Idade dos "
" " " " "peixes "
" "Siluriano "438 "Primeiras plantas terrestres " "
" "Ordovicano "505 "Primeiros peixes "Idade dos "
" " " " "invertebra"
" " " " "dos "
" "Cambriano "570 "Primeiras conchas / Trilobitas" "
" " " "dominantes " "
"Pré-Cambr"Proterozóico "2.500 "Primeiros organismos " "
"iano " " "multicelulares " "
" "Arqueano "3.800 "Primeiros organismos "Idades das"
" " " "unicelulares "rochas "
" " " " "mais "
" " " " "antigas "
" "Haddeano "4.500 " "
GEOLOGIA - A CIÊNCIA DA TERRA
1 - INTRODUÇÃO
Porque se estuda a Terra?
A curiosidade natural do homem em desvendar os mistérios da natureza levou-
o ao estudo da Terra.
Perguntas tais como: de onde vêm as lavas dos vulcões; o que causa os
terremotos; como se formaram os planetas e as estrelas, e muitas outras,
sempre foram enigmas que o homem vem tentando decifrar.
O principal fator que impulsiona o homem a melhor conhecer a Terra é o fato
de ter que usar materiais extraídos do subsolo para atender as suas
necessidades básicas.
Na Idade Média, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo e que
todos os outros astros, como o Sol , a Lua, os planetas e as estrelas
giravam em torno dela. Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o
homem pôde comprovar que a Terra pertence a um grupo de planetas e outros
astros, que giram em torno do Sol, formando o Sistema Solar.
Descobriu-se também que a própria Terra se modifica através dos tempos. Por
exemplo, áreas que hoje estão cobertas pelo mar, há 15 mil anos eram
planícies costeiras, semelhantes à baixada de Jacarepaguá; regiões que
estavam submersas há milhões de anos, formam agora montanhas elevadas como
os Alpes e os Andes. Lugares onde existiam exuberantes florestas estão hoje
recobertas pelos gelos da Antártica ou transformaram-se regiões desérticas.
O material que atualmente constitui montanhas, como o Pão de Açúcar e o
Corcovado, formou-se a centenas ou milhares de metros abaixo da superfície
terrestre, há muitos milhões de anos.
Estas transformações são causadas por gigantescos movimentos que ocorrem
continuamente no interior e na superfície da Terra. Por serem
transformações muito lentas, o homem não pode acompanhá-las diretamente,
pois ele só apareceu há cerca de dois milhões de anos. Isso quer dizer que,
se toda a evolução da terra fosse feita em um ano, o homem só teria
aparecido quando faltasse dois minutos para a meia-noite do último dia do
ano. Além disso, o homem só tem acesso à camada superficial do nosso
planeta. A distância da superfície até o centro da Terra mede 6.370 km -
dois mil quilômetros a mais que a distância entre o Oiapoque e o Chuí,
pontos localizados nos extremos norte e sul do Brasil - e a maior
perfuração já feita só alcançou 10 km de profundidade
Então, como se pode saber o que existe dentro da Terra em tão grandes
profundidades e como descobrir a idade de cada período da história da
Terra? Isto é possível através do estudo das rochas, dos terremotos, dos
vulcões, dos restos dos organismos preservados nas rochas e das
propriedades físicas terrestres, tais como o magnetismo e a gravidade.
As rochas são formadas por minerais, que por sua vez são constituídos por
substâncias químicas que se cristalizam em condições especiais. O estudo
dos minerais contidos em uma determinada rocha pode determinar onde e como
ela se formou.
Para medir o tempo geológico, utiliza-se elementos radioativos contidos em
certos minerais. Esses elementos são os "relógios da Terra". Eles sofrem um
tipo especial de transformação que se processa em ritmo uniforme, século
após século, sem nunca se acelerar ou retardar. Por este processo - chamado
RADIOATIVIDADE - algumas substâncias se desintegram, transformando-se em
outras. Medindo-se a quantidade dessas substâncias em uma rocha, pode-se
saber a sua idade.A Terra atrai os corpos pela força da gravidade e pela
força magnética. Estas forças variam de local para local, devido a
diferenças superficiais e profundas dos materiais que constituem a Terra. A
análise dessas diferenças é outra forma de interpretar o que existe no
subsolo terrestre.
Todos esses estudos fazem parte da GEOLOGIA - a ciência que busca o
conhecimento da origem, composição e evolução da Terra. Outras ciências da
Terra, como a GEOGRAFIA, a OCEANOGRAFIA e a METEOROLOGIA, ocupam-se de
outros aspectos do nosso planeta.
2 - A TERRA
Origem, evolução e constituição interna
Pela teoria mais aceita estima-se que a formação do Sistema Solar teve
início há seis bilhões de anos, quando uma enorme nuvem de gás que vagava
pelo Universo começou a se contrair. A poeira e os gases dessa nuvem se
aglutinaram pela força da gravidade e, há 4,5 bilhões de anos, formaram
várias esferas de gás incandescente que giravam em torno de uma esfera
maior, que deu origem ao Sol. As esferas menores formaram os planetas,
dentre os quais a Terra. Devido à força da gravidade, os elementos químicos
mais pesados como o ferro e o níquel, concentraram-se no seu centro,
enquanto que os gases foram, em seguida, varridos da superfície do planeta
por ventos solares. Assim, foram separando-se camadas com propriedades
químicas e físicas distintas no interior do Globo Terrestre. Há cerca de 4
bilhões de anos, formou-se o NÚCLEO - constituído por ferro e níquel no
estado sólido, com um raio de 3.700 km. Em torno do núcleo, formou-se uma
camada - o MANTO - que possui 2.900 km de espessura, constituída de
material em estado pastoso, com composição predominante de silício e
magnésio.
Em torno de 4 bilhões de anos atrás, gases de manto separaram-se, formando
uma camada de ar ao redor da Terra - a ATMOSFERA - já naquela época muito
semelhante à atual.
Finalmente, há aproximadamente 3,7 bilhões de anos, solidificou-se uma fina
camada de rochas - a CROSTA. A crosta não é igual em todos os lugares.
Debaixo dos oceanos, ela tem mais ou menos 7 km de espessura e é
constituída por rochas de composição semelhante à do manto. Nos
continentes, a espessura da crosta aumenta para 30-35 km, sendo composto
por rochas formadas principalmente por silício e alumínio e, por isso, mais
leves que as do fundo dos oceanos.
3 - DINÂMICA INTERNA
Movimentos do interior da Terra
Sabe-se hoje em dia que os continentes se movem. Acredita-se que há muitos
milhões de anos, todos estavam unidos em um único e gigantesco continente
chamado PANGEA. Este teria se dividido em fragmentos, que são os
continentes atuais. Foi o curioso encaixe de quebra-cabeça entre a costa
leste do Brasil e a costa oeste da África que deu origem a esta teoria,
chamada de DERIVA CONTINENTAL.
Ao estudar o fundo do Oceano Atlântico , descobriu-se uma enorme cadeia de
montanhas submarinas, formada pela saída de magma do manto. Este material
entra em contato com a água, solidifica-se e dá origem a um novo fundo
submarino, a medida que os continentes africano e sul americano se afastam.
Este fenômeno é conhecido como EXPANSÃO DO FUNDO OCEÂNICO.
Com a continuidade dos estudos, as teorias da Deriva Continental e da
Expansão do Fundo Oceânico foram agrupadas em uma nova teoria, chamada
TECTÔNICA DE PLACAS: imagine os continentes sendo carregados sobre a crosta
oceânica, como se fossem objetos em uma esteira rolante. É como se a
superfície da Terra fosse dividida em placas que se movimentam em diversas
direções, podendo chocar-se umas com as outras. Quando as placas se chocam,
as rochas de suas bordas enrugam-se e rompem-se originando terremotos,
dobramentos e falhamentos.
Embora a movimentação das placas seja muito lenta - da ordem de poucos
centímetros por ano - essas dobras e falhas dão origem a grandes cadeias de
montanhas como os Andes, os Alpes e os Himalaias.
Outro fenômeno causado pelo movimento de placas é o vulcanismo, que pode
originar-se pela saída de rochas fundidas - MAGMA - em regiões onde as
placas se chocam ou se afastam. Quando o magma que atinge a superfície se
acumula em redor do ponto de saída, formam-se VULCÕES.
No Brasil também ocorrem terremotos e vulcões. Os terremotos felizmente são
muito raros e de pequena intensidade e somente são encontrados restos de
vulcões extintos. Isto ocorre devido ao fato do nosso país situar-se
distante de zona de choque e de afastamento de placas.
4 - DINÂMICA EXTERNA
Modificações da Superfície da Terra
A ação da água, dos ventos, do calor e do frio sobre as rochas provoca o
seu desgaste e decomposição, causando o que se denomina INTEMPERISMO. O
intemperismo implica sempre na desintegração das rochas, que pode se dar de
vários modos, pelos agentes químicos, físicos e biológicos. Esta
desintegração gera areias, lamas e seixos, também denominados SEDIMENTOS.
O deslocamento desses sedimentos da rocha desintegrada é chamado EROSÃO. O
transporte desse material para as depressões da crosta, (oceanos, mares e
lagos) pode ser realizado pela água (enxurradas, rios e geleiras) ou pelo
vento, formando depósitos como areias de praias e de rios, as dunas de
desertos e as lamas de pântanos.
5 -TIPOS DE ROCHA
O ramo da Geologia que estuda as rochas chama-se PETROLOGIA. As rochas são
de três tipos principais: ígneas, sedimentares e metamórficas.
Como visto anteriormente, a fusão do material do manto e da crosta, dá
origem a um líquido denominado MAGMA. O resfriamento e a solidificação do
magma formam as rochas ÍGNEAS. Estas rochas mantêm as marcas das condições
em que se formaram. Se, por exemplo, elas têm todos os minerais bem
cristalizados, do mesmo tamanho, isto indica que o magma se consolidou no
interior da Terra, dando tempo para os minerais crescerem de modo uniforme.
As rochas ígneas que se consolidam no interior da Terra chamam-se
INTRUSIVAS ou PLUTÔNICAS. O granito é uma delas. Quando os minerais
encontrados na rocha são muito pequenos - nem chegam a formar cristais –
significa que o magma se resfriou subitamente. Isto acontece, por exemplo,
quando o magma extravasa no fundo do mar. Ele resfria tão rapidamente que
os cristais não tem tempo de crescer. As rochas ígneas que se formam na
superfície da Terra são chamadas EXTRUSIVAS ou VULCÂNICAS. Um exemplo
típico é o basalto.
A medida que os sedimentos erodidos vão se acumulando nas depressões,
chamadas de BACIAS SEDIMENTARES, eles vão se compactando, transformando-se
nas rochas SEDIMENTARES. Elas se formam, geralmente, na superfície, a
temperaturas e pressões muito baixas. As rochas sedimentares podem indicar
os ambientes nos quais elas foram depositadas. Assim, os arenitos podem ser
indicativos, por exemplo, de desertos ou praias; os folhelhos– rochas
argilosas folheadas – de pântanos ou mares calmos e, os conglomerados, de
rios ou geleiras. Outros tipos de rochas sedimentares, principalmente os
calcários, são formados pela precipitação de elementos químicos dissolvidos
nas águas, ou por conchas e esqueletos de organismos que se depositam uns
sobre os outros.
As rochas METAMÓRFICAS são formadas a partir de modificações de rochas
ígneas, sedimentares ou de outras rochas metamórficas, pelo aumento da
temperatura e da pressão, porém sem chegarem a se fundir. Isso ocorre, por
exemplo, em regiões de choque de placas, onde as rochas são comprimidas ou
em regiões em que massas de magma entram em contato com outras rochas,
transformando-se por aquecimento.
As rochas metamórficas mais comuns são os gnaisses, os xistos e os
quartzitos. Cada uma delas, por suas próprias características, pode indicar
as condições de temperatura e pressão nas quais se formaram.
6 - OS FÓSSEIS
Restos de seres vivos petrificados.
Quando ocorre a deposição dos sedimentos em um determinado ambiente, restos
de animais e vegetais que vivem nesses ambientes podem depositar-se junto
com eles. Sendo soterrados rapidamente, esses restos orgânicos poderão ser
conservados. A medida que a camada de sedimentos vai passando pelas
transformações para se tornar uma rocha sedimentar, esses restos ficarão
petrificados. Assim eles se transformam em FÓSSEIS.
A parte da Geologia que estuda os fósseis é chamada de PALEONTOLOGIA. Os
fósseis são muito importantes para determinar o ambiente no qual os
sedimentos se depositaram, para o estudo da evolução dos seres vivos, e
para determinar a idade de formação das rochas.
A idade indicada pelos fósseis é, entretanto, uma idade relativa. Os
geólogos dividiram a história da Terra em eras e períodos que são
representados pela abundância dos fósseis encontrados nas rochas formadas
em um dado período.
Através do estudo dos fósseis, combinado com a determinação da idade das
rochas, descobriu-se que as primeiras formas de vida apareceram há 3,5
bilhões de anos. Porém, só há 600 milhões de anos, no início do Paleozóico,
houve o desenvolvimento explosivo de seres vivos.
Durante a era Paleozóica, a vida evoluiu dos invertebrados primitivos e das
plantas.
7 - APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOLÓGICO
O conhecimento geológico é aplicado principalmente na procura de
substâncias minerais úteis para o homem, os MINÉRIOS. Quando um minério
existe em grande quantidade numa determinada localidade, ele constitui uma
JAZIDA MINERAL. Essas concentrações só se formam em condições muito
especiais, e muitas vezes é necessário um estudo muito aprofundado para
localizar tais ocorrências. As jazidas podem ser constituídas, de rochas,
como o calcário, de sedimentos, como a areia, de solo, como a bauxita (de
onde é extraído o alumínio); e de combustíveis fósseis, como o carvão e o
petróleo.
Outros minérios, como o ouro, as pedras preciosas e a cassiterita (estanho)
podem ser extraídos tanto das rochas nas quais se formaram, quanto
sedimentos nos quais se depositaram depois de terem sido retirados das
rochas pelo intemperismo e pela erosão.
O estudo do subsolo, com o objetivo de perfurar poços para obtenção de água
subterrânea constitui a HIDROGEOLOGIA. Esta é outra importante aplicação da
Geologia que pode solucionar graves problemas de escassez de água em
regiões como os desertos e a Região Nordeste do Brasil.
A ocupação do solo é outro importante campo de atuação do geólogo. Nesta
atividade, ele trabalha em conjunto com engenheiros e arquitetos,
fornecendo-lhes as necessárias informações sobre os terrenos onde estes
profissionais irão implantar seus projetos – sejam pequenos loteamentos ou
grandes obras de engenharia, como edifícios, usinas hidrelétricas,
represas, estradas, túneis ou aeroportos.
O conhecimento geológico é de grande importância para prevenir a ocorrência
de problemas futuros, que poderão afetar as obras e causar acidentes, como
deslizamentos de terra e rocha, afundamento de terrenos e enchentes.
A prevenção de catástrofes ocasionadas por fenômenos naturais, como
terremotos e erupções vulcânicas, também poderá tornar-se realidade em
futuro não muito distante. Isto será possível porque o conhecimento sobre
suas causas vem se acumulando através do estudo do funcionamento dos
processos internos do planeta.
Ultimamente, vem se desenvolvendo a Geologia Ambiental que se preocupa com
efeitos da intervenção do homem no meio ambiente. Esses efeitos podem ser
causados pelos desmatamentos em grande escala, pela extração irracional dos
recursos minerais e pela poluição. Os grandes desmatamentos desprotegem a
terra propiciando, então, a sua erosão, e mesmo a sua desertificação.
A exploração contínua e desenfreada de jazidas causa inúmeros problemas
ecológicos às regiões minerais, como a destruição das matas, a poluição
causada pelo beneficiamento dos minérios e, finalmente, quando a jazida se
exaure, o resultado final da exploração: uma enorme cratera, onde antes
havia uma montanha.
A Terra leva muito tempo para formar e concentrar os minerais. Portanto, os
recursos minerais devem ser utilizados da maneira mais racional possível,
para trazer um real benefício para a população atual e futura. As
explorações minerais devem promover um desenvolvimento social e econômico
progressivo e constante, pois "MINÉRIO NÃO DÁ DUAS SAFRAS", ou seja, é um
bem não renovável.
-----------------------