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FATORES DE COERÊNCIA
Focalização:
Emissor: estabelece objetivos; o título de um texto.
Receptor: concentra-se na busca da compreensão.
A foto, a seguir, apresenta uma manifestação (além do texto jornalístico que explicita a situação, é meu conhecimento de mundo que permite compreender isso). Mas há um fator de estranhamento: a palavra pau. Daí, o conhecimento lingüustico não é suficiente para compreendê-la, por isso o emissor (que de certo modo sabe disso), na legenda, explica o significado da palavra e desfaz o estranhamento inicial.
FATORES DE COERÊNCIA
FATORES DE COERÊNCIA
Elementos linguísticos: conhecimento das linguagens verbal e não-verbal
Conhecimento de mundo: conhecimentos são armazenados em blocos –modelos cognitivos*
FATORES DE COERÊNCIA
FATORES DE COERÊNCIA
Relevância: manutenção de uma mesma referência tematizada – elaborar um texto com encadeamento.
Consistência: apresentar enunciados que não tenham oposições frontais.
A rigor, estes são os dois fatores que, se não forem observados atentamente pelo emissor, poderão "destruir" a coerência de seu texto. E, assim, deixar de ser um texto!
O TEXTO E SUA COERÊNCIA
Coerência: numa situação comunicativa, é o que dá sentido para o texto.
Inteligibilidade: a possibilidade de um texto ser compreendido;
Interpretabilidade: a possibilidade de um texto ser interpretado;
Capacidade de o receptor calcular o sentido do texto;
Processo cooperativo entre produtor (emissor) e destinatário (receptor).
O texto e sua coerência
É a coerência que faz com que uma sequência linguística qualquer seja vista como um texto, porque é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítulos etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significativa global. Portanto, é a coerência que dá textura e textualidade à sequência linguística, entendendo-se por textura ou textualidade aquilo que converte uma sequência linguística em texto. Assim sendo, podemos dizer que a coerência dá início à textualidade. (KOC H, I.V. & TRAVAGLIA L. C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1995: 45)
O texto e sua coerência
Coerência: é o resultado dos processos cognitivos operantes entre os usuários e não um mero traço dos textos, manifestando-se macrotextualmente. Caracteriza-se como nível de conexão conceitual e estruturação dos sentidos.
Coesão textual
"No estabelecimento das relações sequenciais (nível pragmático), evidenciam-se instruções de consequência, indicadas pela expansão das frases, por meio de outras conectadas pelas conjunções.
A descrição definida é outra estratégia de progressão textual, marcada pela ênfase que o autor deseja dar a certos traços ou características do referente." (ZANINI, 2009, p. 42)
Coesão textual
"O autor, para expandir o texto, pode retomar nomes por meio da sua repetição, o que caracteriza a reiteração, total ou parcial.
O autor pode recuperar um termo ou uma sequência por meio da pronominalização, desde que haja um contexto específico proposto implicitamente pela co-textualidade." (ZANINI, 2009, p. 42)
FATORES DE COERÊNCIA
Conhecimento partilhado: equilíbrio entre entropia–excesso de informação nova – e redundância – reiteração de informações dadas)
Aceitabilidade: do destinatário – princípio da cooperação: esforço do destinatário em tentar buscar a coerência do texto)
Informatividade: maior ou menor previsibilidade – num texto literário, espera-se menor previsibilidade; já no jornalístico, ela deve ser maior. Porém, como o "jogo" com o leitor é uma constante na comunicação, essas características não são inflexíveis.
Fatores de coerência
Inferência: Ir além do que o texto explicita.
FATORES DE COERÊNCIA
Fatores de contextualização: contextualizadores propriamente ditos, por exemplo, fatores gráficos no jornal –fotos, página, caderno. Aspectos perspectivos, por exemplo, título, autor, início do texto.
No exemplo, há aspectos perspectivos, uma vez que o nome do autor –quando conhecido pelo receptor –pode indiciar que assuntos poderão estar presentes na obra. Além disso, a palavra Carandiru –quando também é conhecida –amplia a perspectiva de leitura, pois o leitor espera encontrar na obra, assuntos relacionados àquele presídio. Ou seja, previamente, a partir da capa do livro, o leitor já poderá criar expectativas quanto ao que poderá ler.
O texto e sua coerência
FATORES DE COERÊNCIA:
Situacionalidade: "é a ponte entre o mundo real e o mundo construído pelo autor." (ZANINI, 2009, p. 42)
Intencionalidade: "revela o objetivo (por que) e a finalidade (para que) do autor ao escrever o texto." (ZANINI, 2009, p. 42)
O texto e sua coerência
FATORES DE COERÊNCIA:
Informatividade: "corresponde à distribuição da informação contida no texto e à previsibilidade com que a informação é apresentada." (ZANINI, 2009, p. 42)
Intertextualidade: "marca o momento em que o autor traz para seu texto as leituras de mundo, as relações que estabelece com as suas próprias experiências e com as contidas em outros textos e no que circunda tanto ele como o seu leitor." (ZANINI, 2009, p. 42-43)
O texto e sua coerência
FATORES DE COERÊNCIA
Aceitabilidade: "aceitação do texto como coeso, coerente e relevante para o leitor." (ZANINI, 2009, p. 43)
Coesão textual
"Os elementos do texto, ao serem substituídos por outros equivalentes, podem apresentar instruções de conexões (nível sintático) marcadas por nomes que 'encapsulam' informações contidas em sequências expandidas.
O autor, ao referir-se a nomes ou sequências textuais, pode fazê-lo por meio de rótulos, marcados por escolha lexical. "(ZANINI, 2009, p. 42)
Casos específicos
Há textos em que será necessário utilizar maior quantidade de elos coesivos como garantia de sua melhor legibilidade: científicos, didáticos, expositivos etc. Nestes casos, isso ocorre porque, geralmente, há uma distância maior entre o emissor e o receptor. Já, quando emissor e receptor têm maior familiaridade, existe a possibilidade de o texto ser menos coesivo. Por exemplo:
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada. Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
-Pai, eu já sarei do resfriado, né?
-Você não vai tomar sorvete! –responde o pai.
A coerência e a coesão
"Assim, enquanto as marcas de coesão encontram-se no texto, a coerência é construída 'a partir dele, em dada situação comunicativa, com base em uma série de fatores de ordem semântica, cognitiva, pragmática e interacional (KOCH; ELIAS, 2006, p. 186)" (ZANINI, 2009, p. 40)
A coerência e a coesão
"A coerência textual trata do modo com que os elementos subjacentes à superfície estão veiculados no texto. Para permitir ao leitor sua construção, o autor vale-se da coesão que terá sua importância aumentada, à medida que contribuir para a construção e manutenção da coerência." (ZANINI, 2009, p. 40)
Coesão e coerência textuais
Referências bibliográficas
SIQUEIRA, João Hilton Sayegde. O texto–movimentos de leitura, táticas de produção e critérios de avaliação. 1ªed., São Paulo: Selinunte, 1990, p. 36-41.
KOCH, Ingedore; G.V. e TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990, p. 59-81.
ZANINI, M. Texto: o que é? In: SILVA, A. C. T.; BELLINI, L. M. (orgs.) Iniciação à Ciência e à Pesquisa: a construção do conhecimento. Maringá: Eduem, 2009.(Formação de professores – EAD; v. 36)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CURSO DE educação física
COERÊNCIA E COESÃO
Prof.ª Me. Daniela Polla
A coerência e a coesão
Coerência: "são fatores que se entrelaçam e são reconhecíveis mediante o apoio do contexto." (ZANINI, 2009, p. 41)
Coesão: "materializa os fatores da coerência, já que oferece ao leitor as 'pistas' para que ele compreenda e interprete o texto." (ZANINI, 2009, p. 41)
Casos específicos
Neste exemplo, é possível perceber que a resposta do pai não corresponde, coesivamente, ao que o filho falou, mas nem por isso torna-se uma fala incoerente, pois é facilmente compreensível que o pai "sabia" o objetivo do filho quando buscava confirmação (do pai) de que ele (filho) já havia sarado e, posteriormente, "forçar" o pai a comprar-lhe o sorvete. Trata-se de um diálogo em que há pouca coesão sem prejuízo do seu sentido.
O TEXTO E SUA COESÃO
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela é realizada pelas relações semânticas e pelas relações gramaticais.
A cada recurso coesivo presente no texto dá-se o nome de "laço" ou de "elo" coesivo.
A coerência e a coesão
"O arranjo linguístico diz respeito, pois, à organização sintático-semântica do texto; isto é, aos encaixamentos que realizamos na superfície do texto, escolhendo palavras que comportem significados segundo os objetivos pretendidos. É uma 'tecelagem' feita de palavras visando à progressão do texto." (ZANINI, 2009, p. 41)
O texto e sua coesão
Coesão: refere-se ao modo como as palavras estão ligadas entre si dentro de uma sequência, isto é, ela se manifesta microtextualmente. Ou seja, a coesão refere-se ao encadeamento e à estruturação dos enunciados na linearidade textual.
Tipos de coesão:
a) Coesão referencial: uso de pronome; elipse; repetição do mesmo item lexical; expressões nominais.
b) Coesão sequencial: temporal (ordenação linear, partículas temporais, correlação dos tempos verbais); conexão lógico-semântica (conjunção, causalidade, operadores argumentativos).
Outras linguagens
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal, o que é muito comum nos textos publicitários, deve-se notar como a coesão ocorre também na utilização, como elos coesivos, de:
cores
formas geométricas
fontes
personagens
logomarcas
etc.
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