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Matemática Como Recurso Explicativo Do Dogma Da Trindade, A

A explicação matemática do dogma da Trindade é muito controversa, porém sabe-se que explicar algo desconhecido não é uma coisa fácil. Nesse aspecto utilizou-se o método de pesquisa explicativa para desenvolver uma abordagem empírica sobre o assunto, com o objetivo de aprofundar o conhecimento da realidade e desmistificar a relação dogmática de Deus. O número três é de especial modo abordado neste trabalho, pois é ele que trás a dúvida que se apropria das mentes humanas. No Velho Testamento o “uno” de Deus é...

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VI Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica Aracaju-SE -2011 A MATEMÁTICA COMO RECURSO EXPLICATIVO DO DOGMA DA TRINDADE Autor: Luiz Carlos Vieira Acadêmico de Matemática do IFPI [email protected] RESUMO A explicação matemática do dogma da Trindade é muito controversa, porém sabe-se que explicar algo desconhecido não é uma coisa fácil. Nesse aspecto utilizou-se o método de pesquisa explicativa para desenvolver uma abordagem empírica sobre o assunto, com o objetivo de aprofundar o conhecimento da realidade e desmistificar a relação dogmática de Deus. O número três é de especial modo abordado neste trabalho, pois é ele que trás a dúvida que se apropria das mentes humanas. No Velho Testamento o "uno" de Deus é absoluto, porém no Novo Testamento o "uno" se torna em dois e ligado ao homem por uma terceira pessoa que reveste o insignificante em significado para o Deus Triuno. Através de cálculos, proposições e outros recursos matemáticos, balizou-se a idéia disposta nesse artigo que insere uma nova visão para tentar resolver o enigma da Triarquia Divina. Outros recursos de conhecimento também foram utilizados nesse trabalho para melhor indexação do conteúdo com o conceito proposto. Palavras-chave: Matemática, três, Triarquia, Divindade, pericorese. 1. INTRODUÇÃO Um dos maiores enigmas da humanidade é entender a razão geométrica da Trindade Divina, porém muitos são os que se arriscam em explicar tal relação. Matemáticos, biólogos, teólogos, físicos, leigos e outros pensadores tentam, sem êxito, explicar aquilo que é inexplicável aos olhos humanos. Este artigo aborda empiricamente a concepção matemática da Divindade Cristã. Entre a matemática e a Divindade há uma relação restrita, a primeira sempre foi o único recurso lógico para explicar a segunda. Só podemos explicar a mitologia Divina com um Axioma Pericorético que transcende a compreensão mortal de nossa sociedade, porém o que parece axiomático demais se torna uma proposição simples quando a colocamos ao crivo do pensamento matemático. Alocando os pensamentos de Jong, construiu-se uma teoria axiomática sobre a característica em vez da substância da Triarquia Divina. Realizou-se uma pesquisa direcionada sobre esta correlação entre as três pessoas da Divindade, formulando o início de uma tese sobre o assunto. 2. O NÚMERO TRÊS E A PERICORESE O número três se entrelaça na concepção Triarquica da Divindade, marca registrada do pensamento cristão. Ele demonstra a verdadeira comunhão social que, de acordo com a bíblia e sua interpretação cristã, valida o pensamento pericorético sobre a Divindade. Jung usa o testemunho de Aristóteles para exemplificar a relação do número três com a Divindade: "A unidade é o primeiro elemento do qual surgiram todos os outros números; é nela, portanto, que devem estar juntas todas as qualidades opostas dos números: o ímpar e o par; o dois é o primeiro número par, o três é o primeiro número ímpar e também perfeito, porque é no número três que aparece pela primeira vez um começo, um meio e um fim (Jung, 2011)". O pensamento Triarquico da Divindade resistiu através dos tempos. Marduk, mesmo sendo uma díade, tinha Hamurabi como seu intercessor (Jung, 2011). Em muitos outros deuses e semideuses há uma concepção do número três em sua formação. Supomos que toda esta mitologia vem da época da primeira separação dos povos e que todas elas são frutos do pensamento Trinitário dos patriarcas Jeovistas. Porém, sabemos que o pensamento da maioria dos historiadores e arqueólogos é o oposto. Na Bíblia o número sete aparece como o símbolo da perfeição, enquanto o "seis" demonstra a marca do pecado e maldade. O "seis" é duas vezes três e demonstra a soberba do homem em almejar ser maior do que Deus, duas vezes mais, "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal" . Duas vezes mais por que Satanás, mito do Novo Testamento, só pode se igualar a Deus através da manipulação de suas criaturas, adotando-as como suas. O sete é 3+1+3, e nunca de outra maneira, pois demonstra uma soma bilateral da Triarquia para com o homem, enquanto o seis é 3+3, excluindo o homem de seu centro e o colocando como peça chave na Triade Satânica representada pela Besta (poder), Falso Profeta (Professos Cristãos) e o Dragão (próprio Satanás) sendo somadas duas vezes, pois é "na terra como no céu", com essa conclusão encerram-se o pensamento empírico desta tríade. O Homem, nesse pensamento, ocupa o centro da atenção divina, e bilateralmente assistido, tanto "na terra como no céu". Ele não faz parte de qualquer poder do alto, porém a ágape da Triarquia o abraça como ele fosse o seu próprio filho, O homem Deus. Porém a Triarquia Divina se relaciona com o 'Uno' caminha para o Três, pois o Três é o Uno, nesse sentido análogo. Sobre o assunto Jung discorre: "O 'uno' e o 'outro' formam um par de contrários, o que não acontece com o um e o dois, pois estes constituem simples números, e só se distinguem entre si exclusivamente por seu valor aritmético. O "uno", porém, sempre tende a manter sua unicidade e seu isolamento, ao passo que a tendência do "outro" é ser justamente "outro" em relação ao uno. O uno não pretende exonerar o outro, senão perderia seu caráter próprio, enquanto o outro se destaca do uno, simplesmente para perdurar. Dai resulta uma tensão antitética entre o uno e o outro. Qualquer tensão desse tipo, porém, leva a uma espécie de evolução, da qual resulta o terceiro termo. Com a presença do terceiro termo, desfaz-se a tensão e reaparece o uno perdido. O uno absoluto não entra no processo de numeração, nem pode ser objeto de conhecimento. Só pode ser conhecido a partir do momento em que aparece no um, pois no estágio de "uno" falta o "outro" exigido para estas operações. A tríade é, portanto, uma espécie de desdobramento do uno, e sua transformação num conjunto cognoscível. O três é o uno que se tornou cognoscível e que, não havendo a resolução da antítese entre o "uno" e o "outro", permaneceria num estado de absoluta indeterminação. Por isso, o três comparece como um verdadeiro sinônimo do processo de desenvolvimento dentro do tempo, disso resultando um paralelo com a auto-revelação de Deus como uno absoluto, no desdobramento do três. (Jung, 2011)". Não tão distante, a geometria plana nos dá inúmeras possibilidade de expor nossa tese pericorética sobre a relação do número três e a divindade. No caso do Triângulo Equilátero isso acontece naturalmente. Vamos nomear todos os vértices do Triângulo Triarquico com Alef "א", Kaf "כ" e Tav "ת" tendo o homem em seu baricentro representado pela letra grega mil "μ": Figura 1- Triângulo Triarquico O Triângulo Equilátero possui três lados iguais e três ângulos de iguais medidas de graus, apresenta uma tríade dupla de poderes, perfazendo duas áreas de atuação, a interna (humanidade) e a externa (Divindade) que pode chegar ao infinito. Falamos anteriormente de duas dimensões (na terra como no Céu) expressada bilateralmente pelo Triangulo em questão. Nesse sentido o homem encontra-se no baricentro deste triângulo, em tese, ele está impossibilitado de transcender os limites periféricos de cada lado do Triângulo, ficando sempre a depender da harmonia dos ângulos com os lados, sendo obrigado, pela ágape da Divindade a ficar sempre no baricentro. Com este a duplicidade da Triarquica completa-se com a atuação do homem como objeto central da atenção da Divindade e perfeitamente admitido, pois nesse sentido formula-se a ação matemática do 3+1+3 = 7, chegando a sua perfeição. Mesmo que imaginemos esse Triângulo como um objeto móvel, todas as vezes que o mesmo for movimentado, percebe-se que uma de suas extremidade ficará no topo, isso mostrando que todos os lados e ângulos tem a mesma natureza, não importando a posição, eles sempre formarão o Triângulo e um, nunca, será mais do que o outro. Backes e Mello (2008) citam Boff, que expressa bem esse pensamento: "[...] três Sujeitos (pai, filho e Espirito Santo) que dialogam entre si, se amam, se relacionam intimamente. Cada pessoa é para as outras Pessoas, jamais somente para si, é com as outras Pessoas e nas outras Pessoas. O amor eterno que as pervade e constitui, as une numa corrente vital tão infinita e completa que emerge a unidade entre elas". Jung apoia nossa ideia quando argumenta: "A relação da tríade com a unidade pode ser expressa por meio do triângulo equilátero: a=b=c, isto é, pela identidade dos três ângulos: a tríade inteira está presente em cada um dos três ângulos assim formados. Esta idéia intelectual do triângulo equilátero é um pressuposto racional da imagem lógica da Trindade (Jung, 2011). Seguindo o pensamento de Jung acreditamos que é improvável que haja uma composição única ou dupla naquilo que cerne a característica eterna (+ ) da Divindade. Sendo que: lim (3 α) [Eq. 01] α + Sabendo que α é representado desta forma por α = P.F.E, temos como resultado do limite igual a + . Por hipótese só podemos aceitar desta forma, pois a Divindade sempre irá ao + , pois se nesse limite houvesse o 2.α, ambos com um tempo se digladiariam e a linha do infinito seria interrompida. E se existisse só α já mais existiria infinito, pois para se chegar ao mesmo precisa-se de continuidade. Há realmente uma necessidade de haver um terceiro elemento nesta relação, o qual serve de ligação entre os dois primeiros. A unidade não pode ser adquirida por um só. A existência da unidade depende de um ciclo marcado por tr s pontos, sendo que dois termos ligados ao primeiro por retas que levam ao + , completando a unidade. Jong tenta mostrar esta relação usando a geometria progressiva: "E isto, pela própria natureza das coisas, só a proporção (geométrico-progressiva) é capaz de realizar. Com efeito, quando de três números, sejam eles lineares ou quadrados, o do meio está para o último assim como o último está para o primeiro, e, de novo, o último está para o do meio assim como o do meio está para o primeiro, o resultado é que se se coloca o número do meio em primeiro lugar, e o último e o primeiro no meio, a relação é sempre a mesma. Mas, se eles permanecerem sempre na referida relação, formam, todos juntos, uma unidade perfeita". A série ou progressão geométrica assim descrita caracteriza-se pelo fato do quociente (q) de dois números sucessivos ser sempre o mesmo, assim, p. ex.: 2:1 = 4:2 = 8:4 = 2, ou expresso em linguagem algébrica: a, aq, aq². A progressão aí contida se traduz do seguinte modo: 2 está para 4, assim como 4 está para 8, ou a está para aq assim como aq está para aq²[...] então a presença de um único intermediário significa que só pode tratar-se da união de objetos bidimensionais, porquanto a união de objetos tridimensionais exigiria dois elementos intermediários. (Jung, 2011)" Sabemos que Deus é exato e que a matemática faz parte de seu ser, o seu próprio nome perfaz caçulos matemáticos de Sua Triarquia. YHWH (יהוה) nos dá uma relação matemática, que por hipótese, discorreremos. Y e W perfazem as duas significâncias de Deus, o H duplamente ressalta o Espírito que está "na terra como no céu". Y = W, tal que W " Y e Y " W, usando proposições de divisibilidade temos que Y = W.H(H como uma constante) e W = Y, sendo que W = Y.H. Percebe-se que há uma relação entre Y e W que depende diretamente do H e só podemos entender desta forma. H (Espírito Santo) é o elo que mantém a união pericorética do Pai com o Filho trazendo à luz a concepção cristã que Deus só poderia existir, se somente se, Ele fosse uma Triarquia que sustenta seu poder com base na sua ágape (αγάπη). 3. CONSEDERAÇÕE FINAIS Mesmo que tentemos explicar a condição substancial de Deus, não poderíamos realizar tal feito, por que tal substância não pode ser media e nem representada, porém diante de igual controvérsia só podemos contemplar a Divindade pelo crivo matemático, por ser a única ciência exata que pode explicar todos os assuntos que demandam do universo. Com esta matéria isso não pode ser diferente. Mesmo que possamos imaginar o infinito, não podemos demonstrá-lo sem o auxílio da matemática. A lógica matemática é um recurso divisor de verdades e é nesse aspecto lógico que se construiu este pensamento pericorético, abordando a condição triuna de um Deus único que se relaciona entre si, uni e bilateralmente. O três é o único número lógico que pode expor todo o pensamento em questão e só um raciocínio matemático pode exemplificar um ser infinitamente matemático. REFERÊNCIAS: BACKES, T. A.; MELLO, D. L. A Comunhão Trinitária como Fundamento da Vocação do Ser Humano, da Igreja e da Sociedade à Comunhão. 2008, Vol. 1, nº 1. Revista Eletrônica Theologia. Faculdade Palotina – FAPAS. disponível em . acesso em: 12 set. 2011. BRAATEN, C. E.; JENDON, R. W. Dogmática Cristã. ed. 3, Vol. I. Editora Sinodal. São Leopoldo/RS, 2002. CATÓLICA. In: BÍBLIA ELETRÔNICA. , acesso em: 12 set. 2011. DEDEREN, R. et al. Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. ed. 1. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí/SP, 2011. JUNG, C. G. Interpretação Psicológica do Dogma da Trindade. ed. 8. Editora Vozes. Petrópolis, 2011. (Coleção Obras Completas - Volume XI/2). P. 179-182. ISBN 9788532613097. KIRST, N. et al. Dicionário: Hebraico-Português e Aramaico-Português. ed. 3. Editora Vozes. Petrópolis/RJ, 2007. LANDAU, E. G. H. Teoria Elementar dos Números, Editora ciência Moderna Ltda. Rio de Janeiro, 2002. (Coleção Clássicos da Matemática). P. 11-19. ISBN 8573931744. MICHAELIS. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. , acesso em: 12 set. 2011. Nome dado a Trindade por alguns Teólogos. Princípio evidente; que não precisa ser demonstrado; máxima, sentença; norma admitida como princípio. É a relação entre a Santíssima Trindade ou (Triunidade): Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). De Triarquia; três pessoas que divide o mesmo trono (poder). Deus babilônico. De Abrão a Jacó; Jeovista se refere ao Deus Jeová e não a religião Jeovista. Gênesis 3:5. Expressão usada na bíblia em Colossenses 1:20 e Mateus 6:10. Amor supremo; Amor de Deus para com suas criaturas, citado largamente em Coríntios capítulo 13. Expressão usada por alguns teólogos que acredita que Jesus, em sua estada na terra, foi totalmente Deus e totalmente Homem. Letras do alfabeto Hebraico. Acréscimo do autor. Pai, Filho e Espírito Santo.