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Manual De Estagio Supervisionado De Enfermagem

manual de estagio supervisionado de enfermagem é um manual de bolso no qual contem todas as tecnicas basicas que um enfermeiro necessita de saber durante o seu processo como estudante e academico

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www.soenfermagem.net Livro de Est€gio ÍNDICE 1. Sistema Cardiovascular____________________________________________________1 1.1. Afecções----------------------------------------------------------------------------------------------------1 1.2. Manifestações Gerais---------------------------------------------------------------------------------12 1.3. Técnicas e Exames Complementares de Diagnóstico----------------------------------------14 1.4. Arritmias--------------------------------------------------------------------------------------------------17 2. Sistema Digestivo________________________________________________________19 2.1. Afecções da Boca--------------------------------------------------------------------------------------19 2.2. Afecções do Esófago----------------------------------------------------------------------------------20 2.3. Afecções do Estômago-------------------------------------------------------------------------------21 2.4. Afecções Intestinais------------------------------------------------------------------------------------23 2.5. Afecções do Fígado------------------------------------------------------------------------------------26 2.6. Cuidados de Enfermagem a Doentes Submetidos a Técnicas e Exames Complementares de Diagnóstico em Gastroenterologia-------------------------------29 3. Sistema Respiratório_____________________________________________________36 3.1. Afecções--------------------------------------------------------------------------------------------------36 3.2. Cinesiterapia Respiratória----------------------------------------------------------------------------42 3.3. Técnicas e Exames Complementares de Diagnóstico----------------------------------------44 4. Afecções do Sangue e do Sistema Reticuloendotelial__________________________54 4.1. Anemias---------------------------------------------------------------------------------------------------54 4.2. Técnicas e Exames Complementares de Diagnóstico----------------------------------------56 5. Sistema Nervoso_________________________________________________________61 5.1. Afecções--------------------------------------------------------------------------------------------------61 5.1.1. Alzheimer-------------------------------------------------------------------------------------------------61 5.1.2. AVC--------------------------------------------------------------------------------------------------------61 5.1.3. Bexigas Neurogénicas--------------------------------------------------------------------------------69 5.1.4. Esclerose Múltipla--------------------------------------------------------------------------------------70 5.1.5. Parkinson-------------------------------------------------------------------------------------------------71 5.1.6. Miastenia Gravis----------------------------------------------------------------------------------------71 6. Diabetes________________________________________________________________72 7. Afecções Oncológicas____________________________________________________79 7.1. Quimioterapia--------------------------------------------------------------------------------------------80 7.2. Fisiopatologia da Morte-------------------------------------------------------------------------------81 7.3. Cuidados Pós a Morte---------------------------------------------------------------------------------82 8. Sinais Vitais_____________________________________________________________83 9. Diagnóstico de enfermagem da N.A.N.D.A. segundo as 14 necessidades básicas de Virgínia Henderson______________________________91 10. Processo de Enfermagem_________________________________________________94 11. Exame Neurológico______________________________________________________95 12. Escala de Braden_______________________________________________________101 13. Preparação e Administração de Medicamentos______________________________103 13.1. Prevenção de Erros----------------------------------------------------------------------------------103 13.2. Componentes Essenciais das Prescrições-----------------------------------------------------103 13.3. Tipos de Prescrições---------------------------------------------------------------------------------103 13.4. Abreviaturas Mais Comuns-------------------------------------------------------------------------103 13.5. Vias de Administração de Medicamentos------------------------------------------------------100 13.5.1. Via Oral----------------------------------------------------------------------------------------------105 13.5.2. Via Oftálmica---------------------------------------------------------------------------------------107 13.5.3. Via Auricular---------------------------------------------------------------------------------------109 13.5.4. Via Nasal--------------------------------------------------------------------------------------------109 13.5.5. Via Rectal-------------------------------------------------------------------------------------------112 13.5.6. Via Vaginal-----------------------------------------------------------------------------------------113 13.5.7. Via Cutânea----------------------------------------------------------------------------------------114 13.5.8. Via Sub-cutânea----------------------------------------------------------------------------------114 13.5.9. Via Intradérmica-----------------------------------------------------------------------------------115 13.5.10. Via Intramuscular---------------------------------------------------------------------------------116 13.5.11. Via Endovenosa-----------------------------------------------------------------------------------118 14. Farmacologia___________________________________________________________119 15. Nutrientes_____________________________________________________________122 15.1. Glícidos--------------------------------------------------------------------------------------------------122 15.2. Lípidos---------------------------------------------------------------------------------------------------122 15.3. Proteínas------------------------------------------------------------------------------------------------123 15.4. Vitaminas-----------------------------------------------------------------------------------------------124 15.5. Minerais-------------------------------------------------------------------------------------------------126 15.6. Celulose ou Fibra-------------------------------------------------------------------------------------128 15.7. Água------------------------------------------------------------------------------------------------------128 15.8. Alimentação--------------------------------------------------------------------------------------------129 16. Fracturas______________________________________________________________130 17. Ligaduras______________________________________________________________132 17.1. Penso Simples-----------------------------------------------------------------------------------------133 18. Fezes_________________________________________________________________134 18.1. Enemas--------------------------------------------------------------------------------------------------135 19. Colheita Asséptica de Urina______________________________________________137 20. Algaliação_____________________________________________________________138 21. Resíduos Hospitalares___________________________________________________140 22. Dicionário_____________________________________________________________141 23. Acessos_______________________________________________________________151 Pág. 1 1. SISTEMA CARDIOVASCULAR 1.1. AFECÇÕES Aterosclerose - espessamento e endurecimento das artérias de médio e grande calibre Ocorre em orifícios e bifurcações das artérias aorta, femoral, carotídeas… Factores de risco: o Irreversíveis – envelhecimento, sexo masculino, genética; o Reversíveis – tabaco, HTA, obesidade; o Potencialmente reversíveis – hiperlipidemia (hipercolosterolemia, hipertrigliceridemia), hiperglicemia, diabetes e HDL Indicador – cardiopatia isquémica (Indicador menos fiável AVC) Arterosclerose - doença das artérias de todos os calibres. Doença das artérias coronárias - acumulação de depósitos de gordura na íntima O aumento lesão (placa/ateroma) estreitamento crítico (oclusão a 75%) diminuição fluxo sanguíneo diminuição de O2 do miocárdio Lípidos (colesterol) + material fibroso (células dos músculos lisos) na íntima = DAC o aumento LDL (transporta o colesterol) lesiona a parede da íntima estrias gordurosas São amarelas, planas e não produzem obstrução significativa As lesões desenvolvem-se entre 8-18 anos o As células nos músculos lisos da camada média da artéria desloca-se para a íntima e envolve a estria gordurosa tecido fibroso estimula o depósito de cálcio placa fibrosa DAC o A lesão continua a evoluir: estria gordurosa Crescimento dos vasos sanguíneos na placa fibrosa núcleo da lesão cresce calcifica Esta lesão pode obstruir hemorragia ulceração Factores de risco: o Os três principais são: colesterol, HTA e hábitos tabágicos; o Irreversíveis – idade, sexo masculino, raça e antecedentes familiares; o Potencialmente reversíveis – hiperlipidemia, diabetes mellitus, obesidade e HDL o Outros: vida sedentária, stress e personalidade tipo A. Cardiopatia Isquémica: Angina Pectoris Enfarte do Miocárdio Angina Pectoris - isquémia miocárdica transitória devido a défice relativo de O2; quando o consumo de O2 pelo miocárdio excede o aporte Causas: o Obstrução/aterosclerose; o Causas cardíacas – hipertrofia ventricular, estenose aórtica, insuf.aórtica e mitral, estenose sub-aórtica hipertrofica idiopática (hipertrofia do septo); o Causas extra-cardíacas – anemia, hipertiroidismo, feocromocitoma, exercício físico, emoções, frio, após refeições; Mecanismos fisiopatológicos: o Aterosclerose progressiva, trombose parcial, espasmo arterial e agregação plaquetária transitória; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 2 Diagnóstico: o Clínico DOR PRECORDIAL - aumenta com o esforço; diminui com o repouso; irradiação para região cubital do braço esquerdo (pescoço, maxilar inferior, ombro, braço, abdómen); o Laboratorial Definitivo; Rx tórax, ECG (infradesnivelamento ST com ou sem inversão T dor; onda Q patológica EM antigo), teste electrocardiográfico de esforço (relação entre desconforto e sinais ECG típicos de isquémia), cintigrafia (avalia perfusão miocárdica e função ventricular esquerda), ecocardiograma (anomalias regulares parede), coronariografia (invasivo, arterioesclerose); Classificação: o A. Estável – surge com o esforço ou em condições que aumenta o consumo de O2; previsível; aliviada com repouso ou nitroglicerina; o A. Instável – surge com menos esforço ou repouso; dura mais tempo; imprevisível; o A. Variante ou de Printzmetal – repouso com elevação ST, sem aumento da FC e da TA; provocada por espasmo coronário; o Enfarte agudo do miocárdio; Enfarte do Miocárdio - lesão celular irreversível por défice absoluto O2 resultando em necrose do miocárdio (consequência de isquémia prolongada) Mecanismos: o Estenose por placa aterosclerótica das coronárias (oclusão por trombo; diminuição do fluxo sanguíneo para aumentar o consumo de O2; hemorragia da placa aterosclerótica; êmbolos; espasmo coronário; vasculite; fístulas); Manifestações clínicas: o Principal sintoma DOR retroesternal, profunda e visceral, semelhante à dor anginosa porém mais intensa, dura mais tempo; palidez, sudorese, náuseas, tonturas, ansiedade, inquietação, sensação de morte iminente, agitação, extremidades frias; o Dispneia súbita, edema pulmonar, perda súbita de consciência, fraqueza profunda, arritmias, diminuição inexplicável da TA e morte súbita; o Hipofonese dos sons cardíacos; ritmos de galope; sopro sistólico por disfunção músculo papilar; atrito pericárdico; engorgitamento jugular (enfarteVD); Complicações: o Agudas ou precoces – arritmias(alterações do ritmo e condução – taquicardia sinusal; fibrilhação ventricular), choque cardiogénico (falha da bomba), IC, embolismo (pulmonar e/ou arterial sistémica), ruptura do miocárdio (dissociação electromecânica, ruptura da parede, do septo e/ou dos músculos papilares) e pericardite; o Tardias – aneurisma ventricular (área não contráctil com movimentos paradoxal; IC, maior risco de tromboembolismo), síndrome pós-enfarte tardio de Dressler, síndrome ombro-mão, hipodinamia circulatória (não adaptação da circulação a novas exigências) e psiconeurose pós-enfarte; Avaliação: o Identificar dor torácica: Natureza e intensidade; Início e duração; Localização e irradiação; Factores precipitantes e agravantes. LIVRO DE ESTÁGIO o o o o Pág. 3 Questionar quanto ao estado de saúde: medicação actual (aspirina), patologias anteriores (AVC, úlcera), … Avaliar o estado cognitivo, comportamental e emocional; Reunir informações relativas aos factores de risco; Identificar as reacções relativas aos familiares e pessoas significativas. Intervenções de enfermagem: o Dor relacionada com diminuição da perfusão sanguínea Reduzir a dor • Enquanto se procede a monitorização cardíaca e dos SV, manter dialogo com o doente; • Administrar nitroglicerina SL; • Avaliar novamente os SV; • Administrar morfina • diminuição a actividade simpática (VC, FR, PA, ansiedade – atenção aos doentes com DPCO, PA e idosos); • em relação a maperidina (demerol), atenção a acção vagolítica (leva ao aumento da FC) o Ansiedade relacionada com ambiente da UCI e ameaça de morte Aliviar a ansiedade • Explicar o equipamento utilizado e a frequência na avaliação de alguns parâmetros vitais; • Explicar a importância em limitar o número de visitas; • Permitir que exteriorize os seus sentimentos; • Observar quanto aos sinais de aumento de ansiedade (FC, PA, FR) • Administração de ansiolíticos • Explicar o motivo e objectivo da sedação; • Despiste de sinais colaterais. Nota: a via de eleição na administração de terapêutica é IV. o Diminuição de DC relacionado com a contractilidade cardíaca • Manter a estabilidade hemodinâmica Monitorização ECG contínuo (arritmias aumento do consumo de O2, disritmias e ESSV) Monitorização contínua dos parâmetros hemodinâmicos • Obter leituras de PAP, CO • Calcular IC, RVS Monitorizar PA (aumento PA aumento pós-carga aumento consumo de O2; diminuição PA diminuição perfusão coronária) e PAM Monitorizar FR (despiste de EAP por insuficiência ventricular esquerda) Observar quanto à dispneia, taquicardia, ortopneia, secreções brônquicas espumosas Avaliação da PVC Distensão jugular, pele fria, diminuição PA, auscultação pulmonar insuficiência ventricular direita Avaliação de temperatura (aumento 24-48h por necrose tecidular) Avaliar débito urinário. Balanço hídrico rigoroso Avaliar os electrolíticos séricos o Intolerância à actividade relacionada com diminuição da oxigenação para realizar AVD Aumentar a tolerância à actividade • Garantir o repouso no leito diminuição a FC, volume sistólico, TA diminuição lesão residual promover a cicatrização o Minimizar o ruído ambiental LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 4 o o o o o Manter a temperatura ambiente confortável o Elaborar um plano de actividades em parceria com o doente o Promover actividades recreativas o Necessidade para modificar as actividades a curto prazo o Alternância de decúbitos • Ajudar nas AVD o Protocolo de levante o Introdução progressiva de actividades de acordo com a tolerância Elevação da cabeceira a 90º Levante para a cadeira Elevação dos membros inferiores Alteração da perfusão miocárdica relacionada com aumento zona de isquémia Manter perfusão tecidular • Observar a persistência/reincidência da sintomatologia: sudorese, diminuiçãoPA, dor torácica o Registo ECG com 12 derivações o Oxigeno terapia o Administração de vasodilatador coronário e morfina o Prepara o doente para a cirurgia cardíaca Adaptação individual ineficaz relacionada com ameaça da auto-estima, ruptura do padrão do sono Reforçar a capacidade de lidar com a doença • Escutar o doente e familiar e avaliar o grau de compreensão • Ajudar a ter uma atitude positiva • Promover um ambiente tranquilo • Despiste de sinais que evidenciem a falta de repouso/sono (irritabilidade, desorientação, diminuição da tolerância à dor) • Preparar a lata para a UCI intermédios/enfermaria Risco de hemorragia (Fibrinolíticos) Prevenir a hemorragia • Avaliação de SV Despiste de lesões cutânea (petéquias, equimoses, hematomas) • Evitar traumatismos • Cuidado a lavar os dentes e a barbear Avaliar as queixas do doente a nível lombar (retro peritoneu) Observar os locais das diversas punções durante a fibrinólise. Pensos compressivos nos locais de acesso Despiste de sinais hemorrágicos: gengivorragias, hematúria, retrorragias, secreções hemáticas Minimizar as venopunções Evitar administrar medicamentos por vis I.M. Colheita de sangue para: tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, hematócrito e hemoglobina Administrar antiácidos para evitar úlceras de stress Evitar procedimentos invasivos (aspirações…) Educação/Manutenção da Saúde Informar o doente e família relativamente: • Fisiologia e anatomia do coração • Diferença entre angina de peito e enfarte agudo do miocárdio • Processo de cicatrização do miocárdio (6-8 semanas) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 5 Instruir o doente relativamente a resposta do organismo à actividade • Explicar o conceito de que as actividades exigem diferentes gastos de oxigénio • Salientar a importância do repouso alternado com actividade • Instruir o doente a fazer a avaliação do P antes e após as actividades • Sinais que indicam uma resposta face à intolerância à actividade (pré-cordialgia, fadiga e dispneia) Planear um programa de aumento progressivo de actividades • Determinar níveis de actividades de acordo com o resultado da prova de esforço de exercícios de nível baixo • Estabelecer um plano de actividade segundo o nível de energia gasto por ordem crescente o Caminhar diariamente e aumentar progressivamente a distância e o tempo o Evitar actividades que promovam exercícios isométricos o Evitar trabalhar com os braços acima da cabeça o Retornar ao trabalho progressivamente o Evitar temperaturas extremas o Evitar actividades após uma refeição pesada • Retorno às relações sexuais o Se o doente tolerar a subida de dois lances de escadas, pode voltar à actividade sexual • Aconselhar a repousar 7h de sono e 2períodos diurnos de 30 min. • Dieta alimentar, pequenas refeições e várias (6-7) o Limitação de ingestão de bebidas alcoólicas e cafeína • Medicação: objectivos e efeitos colaterais • Instruir quanto à seguinte sintomatologia o Pré-cordialgia não aliviada em15min. com o repouso ou nitroglicerina o Dispneia o Fadiga acentuada o Edema maleolar o Bradicardia e taquicardia o Lipotimia o Ajudar a diminuir os factores de risco Explicar que os factores de risco podem aumentar a probabilidade de outro EAM; Analisar com o doente as estratégias que possam modificar os factores de risco, ou seja, explicar que os factores de risco podem aumentar a probabilidade de outro EAM; Analisar com o doente as estratégias que possam modificar os factores de risco, ou seja, a adopção de estilos de vida saudáveis. Endocardite Infecciosa infecção microbiana das válvulas cardíacas ou do endocárdio na proximidade de defeitos cardíacos congénitos ou adquiridos E.B. sub-aguda desenvolve-se numa válvula cardíaca previamente lesada, contudo também se pode desenvolver em válvulas sãs(E.B.aguda) Válvula normal lesão endotelial deposição de plaquetas E.trombótica não bacteriana colonização endocardite infecciosa endocardite curada Doentes + infectados – cardiopatia valvular reumática, cardiopatia congénita(actual), próteses valvulares e endocardite infecciosa prévia; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 6 Válvulas + atingidas – mitral, mitro-aórtica, aórtica (E.B. em válvulas sãs), tricúspide(em viciados em drogas i.v.) e pulmonar(raro); Foco primário dentário, amigdalino, cutâneo… Manifestações clínicas: o E.B.sub-aguda – inicio incidioso Síndrome infeccioso: anorexia, fraqueza, cefaleias, mialgias, artralgias, febre com arrepios e suores nocturnos, palidez, taquicardia, toxemia; Sinais e sintomas cardíacos – novos sopros doente com síndrome infeccioso ou nenhuma anomalia; perfusão duma válvula ou rotura de corda tendinosa insuficiência cardíaca severa; o Manifestações cutâneas – petéquias, nódulos de Osler (quase patognómicos), hemorragias”em lasca”, lesões de Janeway, hipocratismo digital; o Esplenomegalia; o Fenómenos embólicos – baço (dor e esplenomegalia), rim (lombalgia, hematúria), cérebro (hemiplagia, síndromes neurológicos), MI; o Hemorragias punctiformes de Roth; Pericardite inflamação da serosa cardíaca (pericárdio) havendo a formação de um derrame rico em proteínas (exsudato) P.Aguda (<6sem.): o Com pequeno derrame: Manifestações clínicas – dor (início +/-brusco, retroesternal ou apexiana, com irradiação variável – pescoço, ombro, trapézio, epigastro, braço - e de intensidade flutuante, agrava-se com tosse, inspiração…), atrito pericárdico (início), alterações no ECG (supra-desnivelamentoST, alteração da ondaT e complexos[QRS] de baixa voltagem) Sintomas – anorexia, astenia, emagrecimento, taquicardia; o Com derrame significativo: A mais importante alteração circulatória é a restrição à distensão diastólica dos aumento da pressão diastólica final aumento da pressão ventrículos venosa dispneia, aumento da pressão venosa central, engorgitamento e congestão venosa (quadro de ICC); Manifestações clínicas – dor, taquicardia, dispneia, diminuição da intensidade, choque ponta, não atritos, aumento da área de macicez cardíaca, baixa voltagem nos complexos[QRS], aumento progressivo da sombra cardíaca em Rx tórax, congestão venosa (aumento da pressão venosa central, engorgitamento jugular inspiratório, hepatomegalia congestiva, edema MI; Pericardiocentese; o Com tamponamento cardíaco acumulação de derrame pericárdio que causa pressão, impedindo o enchimento das câmaras cardíacas e diminuindo o débito cardíaco; doente em choque devido a queda brusca de TA e débito cardíaco (ICC); Sintomas sub-agudos – dispneia, fraqueza e confusão; Exame físico – taquicardia, hipotensão, pulsus paradoxus, engorgitamento jugular, hipofonese; se sub-aguda tb edemas periféricos, hepatomegalia e ascite; Tratamento pericardiocentese; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 7 o Tuberculosa: início incidioso; dor pré-cordial pouco intensa; tuberculose noutros órgãos; líquido punção pericárdica hemorrágico; sintomas – astenia, anorexia, emagrecimento, frutícola; o Reumática o Benigna ou idiomática precedida de infecção vias aéreas superiores, instala-se de forma abrupta com febre e dor pré-cordial intensa. Também tosse e dispneia. o Urémica doentes com IRC ou hemodiálise, atrito pericárdico, sem dor; o Purulenta doente em toxémia com febre e leveda e leucocitose com neutrofilia; muitas vezes tamponamento; líquidopurulento com agente patogénico; o Neoplásica invasão do pericárdio por células Neoplásicas; Derrame Pericárdico Crónico (>6meses): o Causa + frequência tuberculose o Outras mixedema (hipertiroidismo), neoplasias, colagenoses, quilopericárdio, infecções micóticas ou piogénicas, radioterapias, doença pericárdica pelo colesterol; o Causas com mais frequência derrame pericárdico hemorrágico neoplasias, tuberculose, uremia, extravasamento lento de aneurisma aórtico, P. Constritiva Crónica (>6meses): o Ocorre quando a cicatrização d1 pericardite aguda é seguida pela obturação da cavidade pericárdica com espessamento fibrótico dos folhetos pericárdicos que forma 1 carapaça que encarcera o coração e interfere com o enchimento dos ventrículos; taquicardia compensadora; pressões ; função miocárdica normal; o Causas – tuberculose (+importante), pericardite idiopática ou virusal, neoplasias, pósradiação/traumática/cirurgia cardíaca, colagenoses; o Manifestações clínicas – astenia, anorexia, peso , dispneia e congestão pulmonar, engorgitamento jugular com acentuação inspiratória, pulso paradoxal, hepatomegalia congestiva, ascite, tons cardíacos abafados e batimento apical mal definido, sombra cardíaca, P.venosa central; ECG (inversãoT, P larga e entalhada), Rx tórax (calcificação pericárdica); o Tratamento – Pericardiectomia ou descorticação cardíaca completa é o único tratamento definitivo. Insuficiência Cardíaca Congestiva Avaliação: o Obter a história da sintomatologia, limite de actividades e respostas ao repouso o Avaliar os pulsos arteriais periféricos (qualidade e características), FC, ritmo e TA o Identificar os padrões de sono e dispositivos utilizados para dormir Intervenções de enfermagem: o diminuição DC relacionado com a contractilidade prejudicada e a pré e pós carga aumentada Manter o débito cardíaco adequado • Manter o repouso físico e emocional (diminuição W cardíaco) LIVRO DE ESTÁGIO • o o o o Pág. 8 isquémia do Avaliação frequente da TA (diminuição TA miocárdio) e P alternante • Monitorizar para despiste de arritmias • Observar sinais e sintomas de diminuição da perfusão tecidular periférica: pele fria, palidez facial, enchimento capilar retardado. • Administração de terapêutica prescrita • Avaliar a resposta quanto ao alívio de sintomas (dispneia, ortopneia, redução de crepitação, edema periférico) Troca gasosa prejudicada relacionada com edema alveolar (aumento pressões ventriculares) Melhorar a oxigenação Elevar a cabeceira da cama (reduz o retorno venoso e alivia a congestão pulmonar) • Usar apoios como almofadas Auscultação pulmonar (crepitações e sibilos) Observar se há aumento FR (diminuição pH arterial) e padrão (CheyneStokes) Alternância de decúbitos (atlectasias e pneumonia) Estimular os exercícios frequentes de respiração profunda Refeições fraccionadas e em pouca quantidade Administrar oxigénio Excesso de volume de líquidos relacionado com a retenção de Na e água Restabelecer o equilíbrio hídrico • Administrar diuréticos (dar preferencialmente de manhã, já que a diurese nocturna perturba o sono) o Balanço hídrico rigoroso • Pesar diariamente • Avaliar astenia, mal-estar, cãibras (hipocalcémia) • Administração de K (agressivo para a mucosa gástrica) • Estar atento aos problemas associados à terapêutica diurética (hiponatrémia, deplecção de Mg, distúrbios de hiperuricemia) • Sinais de distensão da bexiga no homem idoso com hiperplasia da prostata • Dieta hipocalórica e hiposalina Intolerância à actividade relacionada com dispneia e fadiga (diminuição de oxigénio) aumentada Melhorar a tolerância à actividade • Aumentar gradualmente as actividades o Auxiliar o doente nas AVD (a fadiga estabelece-se à medida que o dia evoluí) o Despiste de pré-cordialgias durante e após as actividades • Avaliar o P, sintomas e resposta comportamental na execução de actividade que requer mais força • Planear os períodos de repouso e equilibrá-los com a actividade • Encorajar o auto-cuidado quando tolerado • Aliviar a ansiedade nocturna, proporcionar repouso e sono (são doentes com tendência para a agitação nocturna devido a hipoxia cerebral) • Administrar sedativo para aliviar a insónia e agitação LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 9 o Ansiedade relacionada com dispneia grave aumentada Controlo da ansiedade • Permitir que exteriorize os seus sentimentos • Incentivar a identificar a força de motivação e de vontade • Administração de ansiolíticos • Ensinar medida de controlo da IC e de redução de stress o Alto risco de alteração da integridade cutânea relacionada com o edema dos tecidos aumentada Que permaneça íntegra • Manter os membros inferiores ligeiramente elevadas com apoio de almofadas • Encorajar frequentes mudanças de posição • Atenção especial relativamente às zonas de pressão • Avaliar diariamente a integridade da pele o Educação / Manutenção da saúde aumentada Desmistificar o conceito de insuficiente • Explicar a diferença entre insuficiência cardíaca congestiva e ataque cardíaco Ensinar os sintomas de recidiva • Aumento de peso • Edema a nível dos maléolos, pés e abdómen • Tosse persistente • Cansaço, perda de apetite • Micção frequente à noite Revisão dos esquemas terapêuticos • Esquema terapêutico • Pesar diariamente • Efeitos adversos dos medicamentos Rever o programa de actividades • Aumentar a marcha e outras actividades progressivamente de modo que não produzam fadiga nem dispneia • Não ultrapassar o nível de tolerância • Evitar excessos de alimentos e bebidas • Evitar as temperaturas extremas (aumento do trabalho cardíaco) Restringir o sódio. Uso de condimentos, ervas e sumo de limão Valvulopatias sopros estenose aórtica e mitral insuficiência aórtica e mitral Sopros sistólicos; diastólicos; proto…(início); meso…(meio); tele…(fim); holo…(em todo…); No jovem é sinal de cardiopatia congénita ou reumática, enquanto que no idoso é devido a alterações degenerativas; Estenose (aperto da válvula): Aórtica (aperto saída VE) – dor torácica, síncope (perda súbita de consciência por má perfusão), IC, doença coronária, hemorragia digestiva por angiodisplasia, endocardite; o Sopro diastólico em crecendo-decrescendo e pulso tardus e parvus(amplitude diminuída, pico retardado e prolongado); Mitral dilatação da AE e veias pulmonares proeminentes (RX tórax); LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 10 o Tratamento – digitálico para fibrilhação auricular, anticoagulante (varfarina); Insuficiência (alargamento da válvula/refluxo): Aórtica dilatação VE (sobrecarga de volume), eventual hipertrofia e aumento P.diastólica final; assintomática; sintomas de ICE; o Causas – febre reumática, HTA, aterosclerose, sífilis, espondilite, anquilosante; o Pressão do pulso aumentada, sopro diastólico em decrescendo(esquerda), sopro de Austin Flint devido a vibração da válvula anterior da mitral pelo jacto de regurgitação(apex); o Tratamento – vasodilatadores, cirurgia de prótese valvular; Mitral sobrecarga de volume VE, dilatação AE e FA; o Causas – prolapso da válvula mitral, doença coronária, calcificação do anel, doença tecido conjuntivo; o Sintomas pulmonares de IC tardios + sopro holosistólico apical; Edema Agudo do Pulmão (EAP) Avaliação: Vigilância de uma nova tosse não produtiva Avaliar sinais de hipoxia: agitação, confusão, cefaleias. Identificar factores precipitantes Intervenções de enfermagem: o Troca gasosa prejudicada relacionada com excesso de líquidos nos pulmões Melhorar a oxigenação • Administrar O2 (hipoxia e dispneia) • Promover a diminuição do retorno venoso o Sentar o doente à beira da cama com as pernas pendentes • Administração de morfina em bolus (diluída até 10cc de SF) o A morfina não deve ser administrada no caso de AVC, doença pulmonar crónica ou choque cardiogénico o Despiste da depressão respiratória o Monitorizar a PA (hipotensão) o Ter antídotos disponíveis papa a morfina - Nalaxona • Administrar diuréticos o Cateterismo vesical para controle do débito urinário o Estar atento a sinais de hipovolémia o Avaliar o K sérico o Vigiar obstrução urinária nos caos de hipertrofia prostática • Administrar broncodilatadores o Avaliar efeitos colaterais (arritmias, hipotensão e cefaleias) • Administrar cardiotonicos • Avaliar de forma contínua a resposta do doente ao tratamento o Ansiedade relacionada com angustia respiratória e receio de morte Diminuir a ansiedade • Permanecer com o doente e apresentar uma atitude de confiança tem um impacto positivo • Explicar ao doente a terapêutica administrada e os seus objectivos • Informar o doente e família sobre o progresso na resolução de EAP LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 11 • Estimular que o doente e a família exteriorize os seus sentimentos o Educação/Manutenção da saúde Durante a convalescência, instruir o doente a prevenir recidivas de EAP: • Sintomatologia precoce • Na presença de tosse adoptar posição de doente com as pernas pendentes HTA PA sistólica 140mmHg, PA diastólica 90mmHg e/ou Hipertensores Nota: os valores de TA normal (‹ 130 e ‹ 85 mmHg) e normal-alta (130-139 e 8589mmHg)são considerados pré-hipertensos. O risco cardiovascular aumenta a partir de 115-75mmHg, e a cada 20mmHg de aumento na sistólica e de 10mmHg na diastólica o risco cardiovascular duplica. Avaliação: o Anamnese de enfermagem Antecedentes familiares de HTA Episódios prévios de HTA Ingestão excessiva de sal Anomalias lipídicas Hábitos tabágicos Episódios de cefaleia, astenia, cãibras musculares, parestesias, palpitações, sudurese, distúrbios visuais Medicação aumento TA • Anticoncepcionais, esteróides • Descongestionantes nasais, supressores do apetite o Exame físico Auscultar a FC Determinar o estado mental do doente (capacidade de concentração e cálculos simples de matemática) o Avaliação de PA 2+ avaliações PA (2min.), verificação no braço contralateral, altura, peso, circunferência da cintura, fundoscopia, exame do pescoço (sopros carotídeos, engorgitamento jugular, aumento volume tiróide), avaliação cardíaca (frequência, ritmo, tamanho, choque da ponta, clicks, sopros, 3º e 4ºsons) e pulmonar(ralas, broncoespasmo), exame abdominal(sopros, massas, aumento de volume renal, pulsação aórtica anormal), avaliação das extremidades e neurológica o Investigar causas secundárias de HTA – feocromocitoma, doença renovascular, rins poliquísticos, coartação da aorta, síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo primário ( aldosterona Na+H2O K+), hiperparatiroidismo, insuficiência renal, acromegalia, hipotiroidismo ( frequência cardíaca); Intervenções de enfermagem: o Conhecimento ineficaz relacionado com o esquema terapêutico e ao controle do processo da doença Fornecer informação • Explicar o significado da HTA, factores de risco e suas influências no sistema cardiovascular, cerebral e renal. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 12 • Salientar: o Que a HTA poderá ser controlada; o As consequências da HTA não controlada. • Fazer o doente reconhecer que a HTA é crónica e exige um tratamento persistente e uma avaliação periódica Tratamento eficaz melhora a expectativa de vida • Elaborar um plano de orientação e apresentar ao doente o Comprometer a família no plano terapêutico; o Plano dietético. • Explicar o controle farmacológico da HTA o Objectivos: • É de controlar a HTA; • Reduzir a possibilidade de complicações; • Usar o nº. mínimo de fármacos com a menor dose possível. o Efeitos colaterais: • Levante gradual; • Sensação de lipotimia deve deitar-se; • Alertar para os efeitos previstos como congestão nasal, astenia, anorexia, hipotensão ortostática. o Determinadas situações provocam vasodilatação (banho quente, clima quente, consumo de álcool e hipovolémia – desidratação, diarreia, hemorragia) o Tratamento ineficaz de esquemas terapêuticos relacionados com os efeitos colaterais da medicação e difíceis ajustes no estilo de vida Estimular o autocuidado • Conseguir a colaboração para mudar o seu estilo de vida adaptando-o para o tratamento; • Estabelecer um programa que se adapte às exigências individuais; • Incentivar o doente a adaptar-se às actividades e ajustá-las com esquema terapêutico instituído; • Determinar os planos dietéticos recomendados. Miocardites inflamação do miocárdio (+ frequente infecção viral aguda); pode ser precedida deinfecção devias respiratórias superiores; pode progredir para cardiomiopatia dilatada crónica; o Sintomas – febre, fadiga, palpitações, sintomas d IC; o Laboratório - CPK-MB; o ECG(alterações transitórias d ST-T), Rx tórax(cardiomegalia), ecocardiograma(depressão de função VE); o Tratamento – repouso, = ICC. 1.2. MANIFESTAÇÕES GERAIS Dispneia • Esforço respiratório exagerado • Sensação de desconforto associado à respiração • Associada a insuficiência ventricular esquerda (aumento da pressão auricular esquerda; aumento pressão venosa capilar; aumento da congestão pulmonar) • TIPOS (de esforço; ortopneia; dispneia paroxística nocturna; respiração Cheyne-Stokes) • Avaliação de Enfermagem: • O que provoca? Posição adoptada? Coloração da pele e mucosas? LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 13 Dor torácica • Causas cardíacas • Isquémia (aumento das necessidades de fluxo sanguíneo e de O2 nas coronárias) • Dor lacinante (com irradiação para as costas e os flancos- dissecção aneurisma da aorta) • Dor pré-cordial em pontada (sobre a área cardíaca; com irradiação para ombro esq. e parte superior das costas agravada com a respiração- Pericardite aguda) • Avaliação de Enf.: • Localização da dor e irradiação • Características da dor • Sinais e sintomas (sudorese, vertigens, náuseas) • Quando surge, duração e factores precipitantes (respiração, tosse, deglutição, caminhadas) Palpitações • Batimento rápido e perceptível pelo dte, vigoroso ou irregular • Sensação de pressão agitação • Pode estar associada a ansie//, febre, aneurisma, etc • Avaliação de Enf.: • Avisar o médico • Registo ECG, TA e P • Identificar associação de vertigem, dor torácica, dispneia Edemas • Ascite, Derrame Pleural; Anasarca Fadiga (Débito cardíaco baixo) • Vertigens e desmaios (por diminuição débito cardíaco ou secundária a arritmias, bloqueios) Temperatura e coloração da pele • Ruborização, palidez, cianose ou icterícia • Pele húmida, fria, pegajosa, quente ou seca (lobo da orelha, unhas, palma das mãos) Hemoptises • Sangue escuro na expectoração (estenose mitral, embolia ou enfarte pulmonar) • Expectoração rósea-espumosa (edema agudo do pulmão) • Hemoptise franca-sangramento bastante abundante – (Patologia pulmonar) Dor e desconforto abdominal • Dor no epigastro (distensão hepática) • Dor abdominal interna (dissecção da aorta abdominal ou rotura aneurisma) • Dor abdominal intermitente (insuficiência circulatória da artéria mesentérica) Outras manifestações • Distensão das veias do pescoço (reflexo hepato-jugular) • Dedos em baquete de tambor (pode ser genética) • Icterícia LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 14 1.3. TÉCNICAS E EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Angiografia Injecção de produto de contraste no sistema vascular, procurando visualizar o coração e grandes vasos. Preparação: • Jejum (prevenção da aspiração vómito) Após a realização do exame: • Avaliação de SV 15/15 minutos • Vigiar hemorragia no local da punção • Vigiar pulso e coloração das extremidades • Estar atento a possíveis cefaleias e desconforto • Recomendar repouso Cateterização cardíaca Introdução de cateter no coração ou vasos: • Avaliar saturação e pressão de O2 • Detectar “shunts” • Colher sangue • Determinar o débito cardíaco ou fluxo sanguíneo Complicações: • Alergias, arritmias, espasmos, tromboflebite, infecção, perfuração e tamponamento Intervenções de enfermagem: Antes da cateterização • Qual a abordagem (normalmente é a femoral – dta ou esq) • Suspensão da hidratação oral • Detectar alergias • Avaliar pulso distal • Alertar para o posicionamento em decúbito dorsal prolongado • Possibilidade de extrassístoles • Tosse, calor • Remoção de próteses Após cateterização • Registar SV 15/15 minutos • Vigiar hemorragias, edema e dor • Dor torácica (Enfarte?) • Recomendações Pericardiocentese Punção do saco pericárdico com o objectivo de remover fluidos e, por esse meio aliviar o tamponamento cardíaco. Manifestações clínicas de tamponamento cardíaco: • Aumento da pressão venosa • Diminuição da tensão arterial LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 15 • • • • • • Coração pequeno e “imóvel” “Pulsus Paradoxus” – uma diminuição anormal da PA sistólica durante a inspiração Avaliação do pulso paradoxal: • Colocar o doente em posição deitado • Insufle o manguito do aparelho de TA até desaparecerem os ruídos Korotkoff, esvazie lentamente o manguito • Uma diminuição de 10 mmHg ou + na PA sistólica a cada inspiração é o indício paradoxal, ou uma diminuição na amplitude (palpável no pulso) durante a inspiração pode ser percebida quando o declínio é menor ou igual a 15 mmHg Distensão (engurgitamento) das jugulares e aumento da pressão venosa com a inspiração (sinal de Kussmal) Dispneia, taquipneia Palidez ou cianose Postura característica: sentado e inclinado para a frente; choque Locais de punção: • Subxifóide: introduz-se a agulha entre o bordo costal e o apêndice xifóide • Junto ao ápice cardíaco • No 5º ou 6º espaço intercostal esquerdo rasando o esterno • No 4º espaço costal dto próximo ao esterno Material: • Tabuleiro esterilizado • Agulha adequada • Desinfectante • Luvas esterilizadas • Seringa 20 cc • Anestésico local + seringas + agulhas • Electrocardiógrafo e/ou monitor cardíaco • Carro de emergência • Frascos esterilizados para colheita • Pinças esterilizadas Cuidados de enfermagem: Antes da punção: • Administrar pré-medicação de acordo com a prescrição • Cateterizar uma veia e colocar infusão de soro glicosado 5% (ou NaCl 0,9% se diabético) • Colocar o doente numa posição confortável, elevando a cabeceira da cama num ângulo de mais ou menos 60º • Monitorizar o doente • Prepara e testar o desfibrilhador para qualquer eventualidade • Prepare 1 “pace-maker” • Abrir o tabuleiro do material usando técnicas assépticas • • • Durante a punção: Desinfectar o local da punção e colocar 1 campo estéril para anestesiar o local de seguida Adaptar a uma torneira de 3 vias, uma seringa e uma agulha Introduz-se lentamente a agulha ligada a uma derivação pré-crondial até se obter líquido e aspirar-se lentamente LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • • Pág. 16 Observar continuamente a PVC, a PA e o traçado ECG (despiste de ESSV, supra desnivelamento de ST e aumento do espaço PR) Se existir grande quantidade de líquido, pode ser drenado através de 1 cateter para 1 sistema (frasco) de drenagem Observar a presença de líquido sanguinolento. Se houver 1 rápido acumulo de sangue coração atingido tracotomia e cardiorrafia imediata Valorizar as queixas do doente Após a punção: Colocar penso compressivo no local da punção Enviar o doente para uma UCIC Despistar aumento da PVC e diminuição da TA Despistar recidiva do tamponamento cardíaco Avaliação das complicações: • Punção cardíaca involutiva • Arritmias • Punção do pulmão, estômago ou fígado • Laceração das artérias coronárias ou do miocárdio Prepara o doente para drenagem cirúrgica do pericárdio se: • Há acumulação repetida de líquido pericárdico • A aspiração (drenagem) foi mal sucedida • Surgirem complicações Enviar amostra ao laboratório, devidamente rotuladas Registos Pressão venosa central (PVC) Pressões na aurícula dta ao nível da veia cava superior. Fornece-nos informação relativa ao volume de sangue circulante, do tónus vascular e até certo ponto à função cardíaca. Os valores normais da PVC 5 a 10 cmH2O. Dever-se-á valorizar uma alteração da PVC de 5 para 10, num período de meia hora, apesar de ambos os valores serem normais. Factores que afectam a PVC: • Volume de sangue em circulação • Função de bombeamento do lado direito • Grau de vasoconstrição periférica Para se conseguir a leitura da PVC introduz-se 1 cateter através de uma veia que segue através da veia cava superior até à aurícula dta. O cateter está conectado, através de uma torneira de 3 vias, a uma infusão intravenosa (SF heparinizado) e 1 manómetro de H2O. Como fazer a leitura da PVC: • Certificar-se que o ponto zero do manómetro se encontra ao nível médio auricular. Este posicionamento deve ser sempre aferido antes de se efectuar a medição (fiável até uma elevação de 45º) • Abre-se a torneira para o manómetro que se enche com o soro • Volta-se a torneira para a linha venosa (doente). O nível do líquido do manómetro deve flutuar a cada respiração • Deixa-se estabilizar o SF antes de se fazer a leitura, e utiliza-se o nível + elevado do SF que flutua na coluna LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • Pág. 17 Após a leitura, volta-se a torneira para a posição da solução e a infusão prossegue Para que a leitura seja exacta, o doente deve estar descontraído O local de inserção do cateter deve ser correctamente desinfectado e com penso Os movimentos não são limitados, desde que se mantenha a infusão e as tubagens correctamente fixadas Executar o penso no local da punção Medidas para minimizar o risco de embolia gasosa: • Utilização exclusiva de conexões Luer-Locque (conexões que têm 1 sistema de rosca) • Evitar o sistema de iv muito compridos • Usar tampas de rosca nas torneiras de 3 vias No caso de embolia gasosa: (angústia respiratória e colapso cardiovascular) • Administração de O2 a 100% • Decúbito em Trendelenburg lateral esquerdo Interpretação do traçado PVC: • Onda a – contracção auricular e segue-se à onda P do ECG • Onda c – encerramento da válvula tricúspide e corresponde ao intervalo QT do ECG • Onda v – enchimento da aurícula e aumento da pressão contra a válvula tricúspide encerrada no início da diástole ECG O comprimento de uma quadrícula grande corresponde ao de 5 pequenas. 1 mm = 0,04 segundos ; 5 mm = 0,2 segundos Determinação da frequência cardíaca: • O nº de intervalos RR em 6 segundos vezes 10 (6 seg = 30 quadrículas) • 300 dividido pelo nº de quadrículas grandes entre os complexos QRS • 1500 dividido pelo nº de quadrículas pequenas existentes entre os complexos QRS Negativo Neutro Monitorização Positivo 1.4. ARRITMIAS • • • • Onda P – representa a activação eléctrica ou despolarização das aurículas e tem origem no nódulo SA Complexo QRS – representa a despolarização dos ventrículos. Qualquer deflexão positiva dentro deste complexo é denominada onda R. A deflexão negativa que precede uma onda R é chamada onda Q. A deflexão negativa que segue uma onda R é chamada onda S Onda T – representa a recessão da despolarização ou repolarização dos ventrículos Intervalo PR (PQ) – representa o tempo que leva a despolarização auricular e a condução do impulso através do nódulo SA. O segmento PR regista um atraso fisiológico na transmissão do impulso devido ao nódulo SA LIVRO DE ESTÁGIO • • • • Pág. 18 Segmento ST – representa o período de inactividade eléctrica depois de todo o miocárdio ter sido depolarizado Intervalo QT – representa o tempo necessário para a despolarização e repolarização dos ventrículos, isto é a duração da sístole eléctrica Intervalo TP – representa o estado de repouso do miocárdio durante o qual não existe actividade eléctrica, de tal modo que o traçado é uma linha horizontal denominada de linha de base ou isoeléctrica Intervalo PP – no ritmo sinusal regular, é a distância entre duas ondas P sucessivas (também nos podemos guiar pelas R) Determinação da frequência cardíaca: • O número de intervalos RR em 6 segundos vezes 10 (no ritmo irregular) • 300 divididos pelo número de quadrículas grandes entre os complexos QRS (no ritmo regular) • 1500 divididos pelo número de quadrículas pequenas entre os complexos QRS Tipos de arritmias: • Bradicardia sinusal – ritmo sinusal abaixo de 60 • Taquicardia sinusal – ritmo sinusal acima de 100 • Extrassístole ventrícular – batimentos isolados e precoces, originados num foco ectópico auricular, mantendo-se o ritmo sinusal. O ritmo regular é interrompido por uma onda P prematura e anormal, seguida por uma pausa compensatória • Fibrilhação auricular – representa uma contracção desorganizada e descoordenada do músculo auricular devido a vários focos ectópicos, tornando impossível a propagação organizada da despolarização. Pequenas porções musculares são activadas individualmente provocando espasmos e não uma contracção eficiente. A frequência é de 100 a 180 • Flutter auricular – vibração regular e rápida da auricula. Esta é causada por um trajecto circular fixo, através da qual a onda de despolarização desloca-se continuamente. A frequência é de 250 a 300. Necessária cardioversão • Extrassístole ventricular – causada por um impulso ectópico isolado originado nos ventrículos. Se os batimentos forem idênticos, são unifocais. Se não o forem, são multifocais • Taquicardia ventricular – semelhante à auricular, no entanto ocorre no nódulo SA e nos ventrículos • Fibrilhação ventricular – resultante de múltiplos focos ventriculares, impedindo um enchimento correcto do ventrículo. Necessária cardioversão LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 19 2. SISTEMA DIGESTIVO 2.1. AFECÇÕES DA BOCA Estomatites (“aftas”) • • • • Causas Vírus Insuficiências nutricionais Traumatismo mecânico (prótese ou aparelhos dentários) Terapêutica citotóxica • • • • Tratamento Higiene oral Medidas profiláticas Suplementos nutricionais, se necessário Terapêutica farmacológica Cancro oral Intervenções de enfermagem: Pré-operatório • Idêntico a qualquer cirurgia geral, em especial • Higiene oral cuidada para minimizar complicações pós-operatórias (risco potencial de infecção) • Apoio psicológico (aparência desfigurada e tende a afastar-se das pessoas – hálito, baba, aparência; estimular apoio familiar; inspirar confiança no tratamento) • Promover boa nutrição • Preparar para dificuldades de comunicação no pós-operatório (leitura dos lábios, sinais manuais e leitura) Pós-operatório • Evitar complicações respiratórias e circulatórias • Aspirações frequentes • Funcionamento de drenagem • Despiste de hemorragias e hematomas (dificuldade respiratória) • Manter cuidados de higiene • Proporcionar nutrição adequada • SNG ou parenteral • Balanço hídrico • Iniciar refeições pequenas e frequentes e vigiar reacções • Encorajar o doente a auto-cuidar-se • Reabilitar e prepara para a alta • Integrá-lo com outros doentes semelhantes • Atenção especial à fala, se ficou afectada (colaboração terapêutica) • Alimentação que lhe é recomendada • Higiene cuidada • Estimular convívio com amigos • Informar das complicações • Consultas periódicas • Ensino sobre próteses se houver Medidas preventivas: • Eliminar causas de irritação crónica (tabaco, álcool, café, etc) • Boa higiene oral • Eliminar alimentos muito condimentados LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 20 2.2. AFECÇÕES DO ESÓFAGO Perfurações Causas: • Situações espontâneas (vómitos) • Iatrogénica (endoscopias, dilatação do esófago, intervenção cirúrgica – vagotomia, reparação de hérnia do hiato, cirurgia mediastinica e pulmonar) • Traumatismos fechados ou penetrantes do tórax • Úlceras profundas ou queimaduras causticas ou corpos estranhos deglutidos Sinais e sintomas: • Dor em queimadura ou em dilaceração subesternal baixa que pode irradiar para o pescoço, costas, ombro esquerdo • Segue-se taquipneia, dispneia, dor pleurética • Disfagia e odinofagia • Pode haver dor à palpação abdominal se a rotura for no esófago intra-abdominal • Presença de ar no espaço peri-esofágico e contaminação do mediastino • Diaforese, febre, taquicardia, hipotensão, enfisema subcutâneo • Hipoventilação, drenagem pleural • Hidropenumotórax (se houver ruptura da pleura média) Queimaduras cáusticas do esófago A extensão da lesão depende da substância ingerida, do tempo de exposição e da quantidade ingerida. As lesões instalam-se em pouco tempo (< 1 min) e originam destruição celular (necrose), trombose vascular, invasão bacteriana. Estenose fibrótica – todas situações graves que podem levar a perfuração. Sintomas: • • • • • • Fase aguda Odinofagia Dificuldade respiratória e rouquidão (se lesões da laringe) Dor no pescoço e tórax Febre e taquicardia (invasão bacteriana) Obstrução do esófago com disfagia secundária ao edema Podem surgir sintomas respiratórios, se aspiração por vias aéreas • • • • Fase crónica Proliferação de tecido de granulação e fibrose que leva a disfagia progressiva na 5ª ou 6ª semana Infecção mediastínica Infecção pulmonar – se formação de fístula traqueobrônquica Hemorragia maciça – se formação de fístula no S. cardiovascular Diverticulite e perturbação da motilidade (acalásia, espasmos) • • • • • Refeições liquefeitas na fase aguda Permanecer erecto após as refeições Evitar compressão abdominal (atenção roupa apertada) Refeições pequenas e frequentes Alimentação por sonda ou parenteral SOS LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 21 Refluxo gastroesofágico / esofagite de refluxo Sinais e sintomas: • Pirose (agrava com o decúbito lateral dto, inclinado para a frente, refeições abundantes em gorduras, café, álcool e tabaco e com esforços – tosse, defecação - ; alivia com a ingestão de H2O e/ou antiácidos) • Regurgitação • Odinofagia • Disfagia • Queixas respiratórias (tosse nocturna) • Laringite crónica • Dor torácica • Hemorragia (habitualmente crónica) Complicações: • Estenoses (devido à formação tecido fibroso) • Úlcera esofágica (dores intensas, odinofagia, disfagia, regurgitação, etc) • Perfuração • Carcinoma Tratamento e intervenções de enfermagem: Medidas gerais • Refeições pequenas e frequentes, sendo a ultima 2 a 3 h antes deitar • Os obesos deverão perder peso (para diminuir a pressão abdominal) • Elevar a cabeceira da cama (cama articulada ou com tacos, não com almofadas) • Evitar roupas apertadas e obstipação • Evitar trabalhos que obriguem a permanecer dobrados pela cintura ou a levantar pesos • Evitar gorduras, chocolate, álcool, bebidas gasosas, sumos de citrinos, tomate e café (substâncias que irritam a mucosa esofágica e provocam dor) Suspender medicamentos susceptíveis de contribuir para o refluxo gastro-esofágico (diminuir a tonicidade esfincteriana) Terapêutica medicamentosa Cirurgia 2.3. AFECÇÕES DO ESTÔMAGO Gastrite Tratamento e intervenção de enfermagem: Pausa alimentar na fase aguda (alimentação parenteral) Doente em repouso Vigiar sintomatologia e cuidados inerentes Administrar terapêutica Reiniciar dieta progressiva e vigiar reacção do doente Ensino sobre dieta, álcool, café, tabaco, para evitar recidivas 7 7 7 7 7 7 Doença ulcerosa (gástrica e duodenal) Manifestações clínicas (duodenal): • Dor epigástrica (90 min a 3h após as refeições)- a dor diminui qd o dte come • Azia • Hemorragia digestiva (Hematemeses e melenas) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 22 • • Dor à palpação epigastro e hipocôndrio direito Assintomática Manifestações clínicas (duodenal): • Dor epigástrica; • Náuseas e vómitos; • Emagrecimento; • Hemorragia digestiva Cuidados: • Mastigar bem e devagar • Cumprir terapêutica (sintomática ou de cura) • Repouso, sobretudo na fase aguda (físico e emocional) – a duodenal está relacionada com o stress • Dieta – tanto quanto possível deve ser normal (excepto na fase aguda), mas simples e com 5 a 6 refeições dia • Evitar excitantes de secreção gástrica como chá, café, álcool e condimentos • Evitar o tabaco • O teor em fibras parece também reduzir o nº de recidivas • Evitar factores que agravam a situação (medicamentos, stress…) • Estar atento a sintomatologia: dor Carcinoma, azia, digestão difícil, mau estar, alteração nas fezes • Reconhecer complicações Complicações da doença ulcerosa: • Hemorragia Manifestações clínicas • Hematemeses, melenas, sangue oculto • Alterações dos SV (sinais de estado de choque se hemorragia grave) • É uma situação que exige tratamento médico ou cirúrgico urgente • • • • • • • • • • • Intervenção de enfermagem Repouso no leito Dieta zero Lavagem gástrica com H2O ou soro fisiológico gelado e deixar em drenagem livre Repor volume sanguíneo Oxigenoterapia Monitorizar doente: SV, coloração e temperatura da pele, débito urinário, estado de consciência, gasometria, hematócrito e hemoglobina Vigiar fezes: características, nº, quantidade Tratamento farmacológico Cuidados cirúrgicos: pré e pós-operatório Terapêutica endoscópica Estenose pilórica Manifestações clínicas • Vómitos • Anorexia • Emagrecimento • Anemia • Obstipação • • • • Intervenção de enfermagem ENG e aspiração do conteúdo gástrico (para descompressão) Lavagem gástrica até o conteúdo sair claro Administrar terapêutica prescrita Hidratação parentérica para correcções electrolíticas LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 23 • • • • • • Perfuração Manifestações clínicas Início súbito Intensa dor epigástrica que irradia para a parte superior do abdómen, ombro e depois para todo o abdómen Reacção peritoneal (dor à descompressão, ventre em tábua silêncio abitual, sinais de choque) Doente permanece imóvel para evitar dor Presença de ar infradiafragmático no RX em pé (confirma) 2.4. AFECÇÕES INTESTINAIS Diarreia Ter em atenção a parte psicológica, pois há mecanismos psicossomáticos que produzem alterações intestinais. • Repouso nos períodos agudos • Assegurar dieta específica ( diminuição resíduos; se há esteatorreia diminuição a gordura; diminuiçãoou retirar o leite e lacticínios se há intolerância à lactose; se doença celíaca suprimir glúten; proteínas e calorias em quantidades adequadas; evitar álcool, café, condimentos e tabaco) • Fazer balanço hídrico • Sinais Vitais • Pesquisar desidratação (podem ser necessários líquidos EV) • Administrar terapêutica – sintomática e curativa • Pode haver necessidade de alimentação parentérica • Se necessário prestar cuidados de higiene e conforto, evitar maceração da pele • Registos rigorosos – sintomatologia e dejecções Síndrome de má absorção Locais de absorção: • Parte proximal do intestino delgado: Ca, Fe, ác. Fólico, vitaminas do complexo B, monossacarinas, xilose • Parte média do intestino delgado: lípidos, ác. Aminados • Parte distal do intestino delgado: vit. B12, sais minerais Manifestações clínicas: Sintomas digestivos • Diarreia Podem surgir em alternância • Obstipação • Fezes – amarelo acinzentadas e brilhantes (gordas) – geralmente volumosas, moles, gordurosas e flutuam na H2O • Dor abdominal – cólica ou sensação de mal-estar • Borborigmos – ruídos hidroaéreos (fezes líquidas e ar) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 24 • • Sintomas precoces Alteração da consistência e do volume das fezes que se tornam moles, pastosas, abundantes, maior nº de dejecções Fadiga fácil, desinteresse Bordos da língua lisos e com “boqueiras” • • • • • • • • • Outros sintomas Astenia, anorexia, emagrecimento POR xs febre Nervosismo, irritabilidade, depressão Sintomas neurológicos (parestesias e neuropatias periféricas - diminuição B12) Dermatites (diminuição PP) Glosite (diminuição proteínas e gorduras) Hemorragias (diminuição vit. QUE) Anemia (diminuição B12, ferro, ác. Fólico) Alterações ósseas (diminuição Ca) • Obstipação Tratamento e acção de enfermagem: • Tratar patologia de base se secundária a alguma doença • Se obstipação aguda não orgânica (enemas de limpeza ou laxantes por curto período de tempo) • Se obstipação crónica não orgânica (aumento do conteúdo de firas) • Alimentos com resíduos (fibras e vegetais) • Consumo de cereais • Frutos secos na dieta • Aumento na quantidade de líquidos ingeridos • Evitar sedentarismo e programas de exercício físico segundo idade e condições do paciente • Acostumar o organismo a uma dejecção diária a uma hora fixa do dia • Utilização de laxantes, polissacáridos não digeríveis que aumentam a massa fecal e diminuem a sua consistência • Lubrificantes (azeites minerais) Doenças inflamatórias intestinais • Colite ulcerosa • • Inflamação da mucosa, ulcerações múltiplas, abcessos criptais, fibrose, retracção longitudinal, colón em “cano de chumbo”, ilhas de regeneração circundadas por áreas ulceradas e desnudadas surgem como pseudopólipos. Displasia e risco de carcinoma. Uniformidade e continuidade, s/ áreas intercalares de mucosa normal Manifestações clínicas: • Diarreia sanguinolenta • Dor abdominal • Febre • Perda de peso • Obstipação, Tenesmo (falsa vontade de defecar) – Rectite LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 25 Tratamento e acção de enfermagem: • Repouso • Dieta sem resíduos e sem leite • Medicação: salazopina, prednisolona, clister de retenção com corticosteróides • Poderá haver necessidade de suprimir alimentação temporariamente e fazer alimentação parenteral • Estar atento a complicações (perfurações, hemorragia, megacólon tóxico), actuar de acordo com os sintomas • Se necessário, cirurgia para extracção do cólon, com ou s/ colostomia ou iliostomia – cuidados inerentes • Doença de Crohn • • • • • Inflamação de todas as camadas da parede intestinal – Transmural Intestino espessado com estenose do lúmen A mucosa pode estar normal e em casos avançados a mucosa tem aspecto nodular, em “paralelipípedo”- resultado do espessamento da submucosa e ulceração da mucosa que pode resultar em fístulas e fissuras Doença descontínua Presença de granulomas Manifestações clínicas: • Diarreia (com frequência s/ sangue) • Dor abdominal na fossa ilíaca direita • Febre • Perda de peso • Obstrução intestinal (estenoses) • Formação de fístulas • Perturbação intestinal • Cálculos biliares • Cálculos de oxalato na urina Tratamento e acção de enfermagem: • Idênticos aos da colite ulcerosa • Repouso • Alimentação pobre em resíduos e hipercalórica • Correcção dos desequilíbrios nutritivos e electrolíticos • Pode ser necessário a intervenção cirúrgica e alimentação parenteral Enterocolite pseudomembranosa Sinais e sintomas • 2 a 3 dejecções semissólidas ou líquidas por dia • Desidratação pela diarreia grave • Dor abdominal • Febre Complicações • Desequilíbrio hidroelectrolítico • Megacólon tóxico • Perfuração e peritonite LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 26 Tratamento e acção de enfermagem • Suspender antibióticos • Administrar líquidos • Monitorizar equilíbrio hidroelectrolítico e SV • Cuidados com a pele (região perineal) • Controle de infecção • Batas para o pessoal • Luvas para cuidados de higiene • Lavagem frequente das mãos do pessoal e do doente • Eliminar material contaminado • Esterilizar objectos contaminados • Tratamento farmacológico • Vigiar dor e distensão abdominal. SNG em SOS • Preparar para cirurgia em SOS Hemorróides Sintomas • Prurido • Prolapso • Dor anal • Rectrorragias Tratamento e acção de enfermagem • Medidas de higiene e dietéticas • Evitar obstipação, treino intestinal diário • Tratamento farmacológico, heparina local 2.5. AFECÇÕES DO FÍGADO Hepatite A (doença de declaração obrigatória) Transmissão orofecal. Tratamento e acção de enfermagem: • Observação para despiste de complicações • Actuar perante sintomatologia • Repouso na fase aguda, iniciar actividade de forma progressiva • Dieta – pequena quantidade e frequente, hipolipídica, hipercalórica, eliminação de bebidas alcoólicas • Suspender outro tipo de medicação (se possível) • Boa higiene oral e corporal (unhas curtas) • Vigiar funcionamento intestinal e evitar obstipação, vigiar características das fezes e urina • Fazer balanço hídrico • Evitar contaminação com produtos excretados pelo indivíduo e praticar medidas higiénicas após manipulação com o doente LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 27 Hepatite B Vias de transmissão: • Horizontal • Directa de indivíduo para indivíduo (via parentérica) – transmissão de sangue ou derivados; indivíduos que manipulam sangue; doentes hemodializados; toxicodependentes; tatuagens, lâmina de barbear, escova de dentes…; seringas abandonadas; cirurgia oral (cada vez -) • Via não parentérica – sexual (homo ou hetero); difusão intra-familiar por contacto (oral, genital ou orogenital) • Vertical • De mães portadoras para o recém-nascido – por via transplacentária; durante o parto Hepatite C Transmissão: Percutânea; (Perinatal; Sexual – com co-infecção HIV e altos níveis de virémia; risco +/- 5%) – (picada acidental em material contaminado - pessoal de saúde) Cirrose hepática Manifestações clínicas • Hepatomegália e esplenomegália • Edemas dos membros inferiores • Icterícia • Circulação colateral • Anorexia, astenia e desnutrição • Varizes esofágicas e do fundo gástrico • Aranhas vasculares cutâneas • Eritema palmar e retracção da aponevrose palmar • Alterações do sistema piloso (rarefeito) • Perturbações circulatórias • Perturbações hematológicas (anemia, trombocitopneia) • Perturbações endócrinas (feminização, ginecomastia, hipogonadismo) • Perturbações digestivas (refluxo gastro-esofágico, gastrite, colelitíase e diarreia) • Perturbações renais (quando há insuficiência hepática) Alterações laboratoriais: • Hipoprotrombinémia - diminuição fibrinogénio, diminuição factor II (protrombina), diminuição tempo de protrombina • Hipoalbuminémia ou hipergamaglobulinémia • Hiperbilirubinémia • aumento fosfatase alcalina • aumento transaminases O doente pode morrer de insuficiência hepática: • Astenia • Delírio • Convulsões • Coma LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 28 Tratamento e acção de enfermagem: • Prepara o doente para exames laboratoriais e radiológicos • Avaliar estado de consciência e necessidades nutricionais • Controlar ingestão, eliminação e peso (detectar edemas e ascite) • Atender à anorexia • Observar apele e controlar prurido (se icterícia), higiene cuidada e unhas curtas • Estar atento a complicações: hemorragias (epistaxis e gengivorragias), hematemeses, melenas, equimoses • Avaliar SV • Observar fezes e registar características • Evitar traumatismos • Estar atento a alterações neurológicas/consciência • Repouso • Prevenir alterações da pele Complicações: • Ascite • HDA • Encefalopatia portos sistémica (ou hepática) Tratamento da ascite • Repouso melhora a circulação renal e aumenta a diurese • Dieta hipossalina rigorosa • Restrição de carne e peixe e eliminação do leite na fase aguda, mas que se vai introduzindo posteriormente • Controlo e registo do peso (evitar perder + que 800 gr/dia) • Avaliar e registar perímetro abdominal • Avaliar e registar SV • Diuréticos • Cuidados inerentes à sua administração • Fazer balanço hídrico para evitar hipovolémias • Atenção aos sinais de hipocaliémia • Paracentese evacuadora • É de efeito transitório • Pode desencadear complicações (hipovolémia e espoliação proteica) • Usa-se como medida para casos de compromisso respiratório e mesmo assim com drenagem lenta ou limitada (1 a 3l no máximo) • Prevenir alterações da pele – posicionamentos, higiene e protecção das zonas de pressão • Atenção à parte psicológica do doente (alterações da auto-imagem) • Estar atento a hematemeses e melenas, sinais neurológicos e estado de consciência Encefalopatia porto sistémica ou hepática Alterações psíquicas e neurológicas que acompanham a insuficiência hepática aguda e crónica. Vai desde perturbações da consciência até ao coma profundo (coma hepático). Alterações do metabolismo da amónia. • Tratamento e acção de enfermagem • Repouso no leito • Despiste de hematemeses e melenas LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 29 • • • • • • • • • • • • • Avaliar e registar SV Detectar precocemente sinais e sintomas de alterações de consciência, intelectuais, comportamento e neuromusculares Fazer esvaziamento intestinal (laxantes, enemas de limpeza) SNG, aspiração e lavagem gástrica para retirar sangue se houver hemorragia Controlo hidroelectrolítico (normalmente algaliar) e glicémico Controlo de potenciais infecções Administrar medicação prescrita Atenção às diarreias que são ácidas e lesam a mucosa e pele devendo ter bons cuidados de higiene Redução do aporte proteico a zero Cuidados de higiene orais Se agitação psicomotora proteger com grades laterais ou imobilizar em SOS com devidas protecções, administrar terapêutica em SOS (anticonvulsivos) Informar familiares da situação do doente e das alterações do comportamento cuidados de enfermagem a doente acamado e incosciente Doenças do sistema biliar • • Litíase vesicular Icterícia A bilirrubina e os sais biliares acumulam-se na pele e actuam como irritantes originando prurido. Ao friccionar a pele pode provocar hemorragias subcutâneas. Evitar sabões e soluções alcoólicas. Usar soluções humidificantes para manter a pele suave. Manter as unhas pequenas. Administração de anti histamínicos se necessário. 2.6. CUIDADOS DE ENFERMAGEM A DOENTES SUBMETIDOS A TÉCNICAS E EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO EM GASTROENTEROLOGIA Entubação nasogástrica LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 30 Finalidades: • Descompressão do estômago • Quando existe estase gástrica • Alimentação • • • Colheita de suco gástrico Lavagem gástrica Estagnar hemorragias A sonda mais utilizada é 1 tipo de sonda designada de sonda de Levin (lúmen único). No caso de hemorragias usam-se sondas de 2 vias. Material: • Sonda nasogástrica • Luvas • Compressas • Lubrificante • • • Adesivo Copo de H2O Couvete • • • • Recipiente para sujos Seringa de 20 cc Saco colector Estetoscópio Intervenções de enfermagem: • Explicar ao doente todos os procedimentos • Medir a sonda: distância do lóbulo da orelha à asa do nariz e ao apêndice xifóide • Posicionar o doente com cabeça ligeiramente flectida • Lubrificar a extremidade da sonda com 1 lubrificante hidrossolúvel • Inserir a sonda lentamente e com firmeza através de uma das narinas, até chegar à faringe. Pedir ao doente que degluta, enquanto a sonda avança até o sítio marcado • Certificar-se da localização da sonda no estômago: aspirar conteúdo gástrico ou introduzir ar pela sonda e auscultar • Fixar a sonda ao nariz com adesivo • Adaptar a sonda ao saco colector – a aspiração pode ser contínua ou intermitente Promover conforto: • Remover o excesso de secreções à volta das narinas • Aplicar lubrificante na sonda e na narina, para evitar a formação de secreções • Proporcionar alívio de dores de garganta • Atenção a pneumonia de aspiração, se sonda na árvore respiratória Lavagem gástrica Finalidades: • Remover venenos não absorvidos • Diagnosticar e controlar hemorragias gástricas • • Limpar o estômago antes de procedimentos endoscópicos Remover do estômago partículas ou líquidos ingeridos Material: • SNG de grande calibre • Seringa grande, com adaptador • Lubrificante hidrossolúvel • H2O fria ou solução salina • Couvete para líquidos de aspiração LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 31 Intervenções de enfermagem: • Igual à da entubação nasogástrica • Aspirar o conteúdo gástrico com seringa, antes de introduzir H2O ou soro • Introduzir H2O soro no estômago, pela sonda • Retirar o soluto aspirado e repetir a operação até sair líquido de retorno claro • No final deixar estômago vazio, dar medicação específica ou manter sonda em drenagem livre Análise gástrica (por aspiração de conteúdo gástrico) Finalidades: • Determinar actividade secretora da mucosa gástrica • Estudar o composto secretado • Analisar venenos, etc Material: • Igual ao da ENG • Seringa para aspiração Intervenções de enfermagem: • Idêntico ao da ENG, aspirar conteúdo gástrico • Avaliar e registar características do conteúdo Aspiração gástrica Pode fazer-se pela SNG de forma intermitente ou contínua. Deve aspirar-se suavemente para evitar lesões. Deve proceder-se da seguinte forma: • POR seringa • POR aspirador de baixa pressão • Drenagem livre Intervenções de enfermagem: • Inserção da sonda • Fixação da sonda: inspecção várias xs por dia para despistar alergias ao adesivo ou outras complicações • Se a sonda for conectada a saco ou frasco de drenagem, colocar estes em posição inferior • O tubo de drenagem deve permitir o movimento do doente na cama • Cuidados de higiene com a boca e nariz • Manutenção de drenagem • Comprovar o funcionamento para despiste de obstrução • Se necessário, introduzir H2O ou soro para desobstruir • Pode ser necessário fazer aspiração frequentemente, mesmo quando em drenagem livre • Observar e registar as características e volume • Cuidados com a extracção da sonda (expirar fundo na zona da orofaringe) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 32 Trânsito esofagogastroduodenal Execução: • O doente ingere uma papa baritada • São efectuadas várias radiografias • Algumas horas depois o doente repete o RX para verificar a motilidade gástrica e duodenal Preparação do doente: • Informar e explicar ao doente o tipo de exame a que vai ser submetido e pedir a sua colaboração • Doente em jejum • Acompanhar ou fazer acompanhar o doente ao serviço de imagiologia • Vigiar a reacção do doente e eliminação intestinal – pelo risco de obstipação (enema de limpeza em SOS) • Fazer registos Clíster opaco Administração de substância, opaca ao RX, pelo ânus, durante o exame seguido de radiografia ao intestino. Durante o exame o doente deve tomar várias posições, para facilitara introdução e progressão do produto de contraste e recolher as várias imagens. O enfermeiro deve ajudar a posicionar o doente, mas protege-se sempre da radiação. Preparação do doente: • Na antevéspera do exame iniciar dieta pobre em resíduos (habitualmente líquida), até a véspera do exame • Na véspera de manhã, administrar-se 1 laxante e à noite, inicia-se enemas de limpeza are sair H2O limpa • Na manhã do exame fica em jejum e repetem-se os enemas • Deve explicar-se ao doente a necessidade de reter o produto de contraste durante o exame • No final do exame deve evacuar para eliminar a papa, o enfermeiro deve vigiar essa eliminação, pelo risco de obstipação, pode ser necessário enema de limpeza Colecistografia oral Exame radiológico da vesícula biliar, após a sua opacificação por produto de contraste (ingerido pelo doente e eliminado pelo fígado). Preparação do doente: • Na véspera, jantar pobre em gorduras • Na véspera, enema de limpeza • O doente fica em jejum • Administrar os comprimidos indicados às horas estabelecidas pelo serviço de imagiologia (habitualmente 12 h antes) • Este exame deve ser evitado em doentes com insuficiência renal (parte é eliminado pelos rins), hepática ou circulatória grave • O exame identifica cálculos, permite visualizar a vesícula (forma, tamanho, posição), o colédoco, a motilidade (no esvaziamento) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 33 Colangiografia intravenosa Preparação do doente: • Laxante na véspera • Doente em jejum • Saber se o doente não é alérgico a outros produtos de contraste radiológicos • Saber se o doente não sofre de insuficiência renal, hepática ou circulatória grave • Deve evitar-se em doentes com hipertiroidismo ou feocromocitoma O exame é feito por injecção IV ou por infusão gota a gota. Contra-indicações: • Alterações da coagulação • Sensibilidade ao produto de contraste • Febre • Ascite acentuada • Anemia grave Angiografia Execução: • No aparelho digestivo, são normalmente utilizadas a artéria e veia femorais para introduzir o cateter • Para avaliar o sistema porta, que é inacessível pelos vasos periféricos, utiliza-se a punção percutânea do baço – esplenoportografia (punção do baço a nível do 9º ou 10º espaço intercostal, na linha axilar posterior e requer anestesia local) ou do fígado – portografia trans-hepática Contra-indicações: • Pode descompensar doentes com insuficiência cardíaca, provocar insuficiência renal ou agravar nefropatias • Pode provocar reacções de hipersensibilidade em doentes alérgicos ao produto de contraste • Não é aconselhado em doentes com distúrbios da coagulação Complicações: • Relacionadas com o cateterismo • Hematoma local • Trombose • Deslocamento de placas de ateroma (+ em doentes idosos e por manobras intempestivas) • Hipersensibilidade • Volumes excessivos de produto Exames ecográficos Não apresenta contra indicações e existe uma preparação simples para o exame (normalmente em jejum), podendo estar ou não com a bexiga cheia. Exame rectal e toque rectal Intervenções de enfermagem: • Informar e explicar ao doente o tipo de exame, finalidade e colaboração pretendida • Preparação física e do material (couvetes, luvas e lubrificante) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 34 • • • • Doente em posição ginecológica ou genopeitoral Região anal limpa Atender à privacidade do doente Fazer registos Paracentese abdominal Material: • Compressas esterilizadas • Desinfectante • Adesivo • Resguardo • 2 agulhas de bom calibre • 2 seringas • Luvas esterilizadas (2 pares) • 3 frascos de colheita devidamente identificados, para exame: bioquímico, bacteriológico, citológico (identificação de células) • Pinças • Saco colector (se evacuadora) • Campos esterilizados (com buraco) • Anestésicos locais Local da punção: terço médio da linha imaginária do umbigo com a espinha ilíaca ânteroposterior esquerda Posição do doente: • Sentado (se o seu estado permitir) • Semifowler, junto ao lado esquerdo (à beira da cama) e ligeiramente inclinado para este lado Preparação psicológica: • Explicar natureza do exame • Pedir colaboração e tranquilizar Preparação física: • Tricotomia, se necessário • Urinar antes do exame • Isolar o doente ou levar para sala de exames • Expor só o necessário • Fazer desinfecção do local (do centro para a periferia e uma grande área) Vigilância: • Durante o exame, verificar cor da pele, fácies, pulso e respiração • Vigiar a saída de líquido se evacuadora • Após punção, vigiar sinais vitais • Fazer penso compressivo no local da punção (principalmente se ascite acentuada) • Ver cor e quantidade de líquido • Enviar ao laboratório LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 35 Complicações possíveis: • Síncope por descompressão muito acentuada ou demasiado rápida) • Desequilíbrio hidroelectrolítico • Perfuração intestinal, vesical ou hepática (se for à direita e houver uma hepatomegália muito acentuada) Registos: • Tipo de paracentese (evacuadora, exploradora, medicamentosa) • Volume de líquido extraído • Características do líquido • Reacções do doente LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 36 3. SISTEMA RESPIRATÓRIO 3.1. AFECÇÕES Pneumonia Inflamação aguda da porção distal do pulmão. Pode resultar da inalção de 1 agente infeccioso, transporte de microorganismos pela corrente sanguínea, aspiração ou inalação de fumos ou produtos químicos nocivos. Broncopneumonia Inflamação aguda das paredes dos brônquios com quantidades variáveis de envolvência pulmonar, devido à disseminação da inflamação para os alvéolos peribrônquicos e ductos alveolares. Cuidados de enfermagem: • Monitorizar a função respiratória, controle dos gases do sangue arterial; avaliar SV • Registar balanço hídrico – balanço às 24h e balancetes 8h • Posicionar o doente com frequência (semi-Fowler), não posicionar para o lado afectado • Administrar O2 • Manter as vias aéreas desobstruídas – aspiração de secreções em SOS • Cuidados com a administração de nebulizações • Fluidificar as secreções • Efectuar cinesiterapia respiratória • Administrar medicação prescrita • Preparar o doente para exames complementares • Proporcionar medidas de conforto, encorajar o repouso • Prevenir o aparecimento de pneumonia nasocomial Factores de risco de pneumonia nasocomial: • Idade > 60 anos • Hospitalização prolongada • Doença subjacente grave, ou cirurgia recente • Mal-nutrição ou imobilidade prolongada • Entubação endotraqueal, traqueostomia ou ventilação mecânica • Vias invaisvas ou com aparelho de monitorização • Estado de consciência diminuída, aspiração • Utilização em altas doses de bloqueadores H2 da histamina • A inibição do pH gástrico pode levar à colonização do estômago, por bactérias, e consequente migração para as vias aéreas Plano de educação para a alta: • Ensinar a prevenir a disseminação da doença: • Lavagem cuidada das mãos • Ensinar o doente a tossir e a utilizar lenços de papel para expectorar • Rigor na administração dos antibióticos • Informar o doente de risco sobre as medidas de imunização existentes • Ensino sobre a alimentação adequada e tipo de exercícios que deve fazer (evitar excesso de fadiga) • Ensino sobre os primeiros sinais de infecção respiratória e que tipo de ajuda procurar LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 37 Atelectasia Cuidados de enfermagem: • Objectivos: • Aliviar a obstrução brônquica • Assegurar ventilação eficaz • Aliviar o desconforto • Administrar O2 como prescrito • Aspiração de secreções em SOS • Monitorizar oximetria de pulso • Ensino de tempos respiratórios e a tossir • Fluidificar as secreções • Praticar drenagem postural e cinesiterapia respiratória espirometria • Estimular a deambulação • Posicionar com frequência os doentes dependentes • Prepara o doente para exames complementares e colaborar na sua realização • Cuidados com a ventilação mecânica se for o caso Espirometria de estímulo Permite ao doente inspirar profundamente e maximizar a expansão pulmonar. O doente inspira através de 1 dispositivo oral, faz uma pausa no pico da inspiração e então relaxa e ocorre a expiração. O volume de ar inspirado é periodicamente aumentado conforme a tolerância. Cuidados de enfermagem: • Explicar a razão da terapia e como funciona • Posicionar o doente em semi-Fowler ou em postura erecta • Ensinar a utilizar a respiração diafragmática • Encorajar a tosse durante e após a sessão • Propor como meta 1 volume possível (para não desencorajar) • Manter o aparelho ao seu alcance • Iniciar o tratamento no pós-operatório imediato • Encorajar as 10 respirações minuto • Registar a eficácia e o nº de respirações a cada duas horas Pleuresias Inflamação +/- localizada da pleura. Caracteriza-se pela presença de uma quantidade variável de líquido entre as duas folhas. Observa-se dispneia, febre, dor viva (o doente enrosca-se sobre o lado atingido), hipoventilação do lado afectado e hiperventilação do lado são. Cuidados de enfermagem: • Efectuar cinesiterapia respiratória – resp. diafragmática • Controlar a dor – administrar analgésicos • Controlar a temperatura • Posicionamento terapêutico – deitar sobre o lado são contrariando o doente • Avaliar a função respiratória, controlando a dispneia e oximetria de pulso • Colaborar na toracocentese evacuadora • Colaborar na realização de exames complementares de diagnóstico • Suporte emocional e cuidados globais LIVRO DE ESTÁGIO • Pág. 38 No caso do derrame pleural não ser absorvido e que calcifica (paquipleurite), preparar para cirurgia Embolia pulmonar Doença de aparecimento súbito, dor, dispneia, ansiedade… Cuidados de enfermagem: • Controle rigoroso de todas as funções vitais • Administrar O2 como prescrito e ensinar o doente a respirar (profunda e eficientemente) • Elevar a cabeceira da cama 30 a 40º ou mais • Administrar fármacos prescritos: • Anticoagulantes (heparina, varfarine) – os doentes não devem fazer grandes esforços • Agentes trombolíticos (estreptoquinase e uroquinase) • Analgésicos • Colher sangue para provas de coagulação e comunicar ao médico se os valores descerem abaixo dos valores aceites • Despistar riscos de hemorragia inerente à terapia anticoagulante e trombolítica (inspeccionar regularmente feridas cirúrgicas, drenos locais, etc) • Promover o repouso na fase aguda e mobilização precoce • Manter ambiente calmo e silencioso • Incutir relação de ajuda para reduzir a ansiedade • Promover a perfusão tecidular • Aplicar meias anti-embolia ou ligaduras elásticas de contenção até ao joelho • Mobilizar os pés a intervalos regulares • Elevar ligeiramente as extremidades inferiores • Observar os membros inferiores, despistar edemas (não massajar as pernas) Ensino ao doente: • Não usar roupas apertadas ou ligas • Evitar a imobilidade no leito (enquanto internado), evitar estar de pé ou sentado durante períodos prolongados • Deixar de fumar, evitar contraceptivos orais, etc Asma brônquica A asma provoca uma obstrução intermitente das vias aéreas, desencadeando-se habitualmente de forma súbita. É caracterizada por uma reacção da traqueia e dos brônquios a diversos estímulos que provocam estreitamento das vias aéreas e dificuldade em respirar. Cuidados de enfermagem: • Posicionar o doente em Fowler alto • Controlar SV e função respiratória • Administrar broncodilatadores como prescrito – despistar os efeitos colaterais (taquicardia, palpitações, suores), controlar o ritmo dos soros (podemos provocar encharcamento pulmonar) • Administrar O2 • Proporcionar ambiente calmo e tranquilo • Ensino sobre a dissociação dos tempos respiratórios • Encorajar a ingestão hídrica LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 39 • • • • • • • Promover a tosse e cinesiterapia respiratória Informar sobre fármacos, explicando ao doente que deve usar os broncodilatadores de inalação antes dos exercícios Ensinar a usar os nebulizadores convenientemente Encorajar o doente a registar os sintomas e possíveis factores precipitantes Ensinar a evitar potenciais factores precipitantes como fumar, ar frio e poeiras Aconselhar a procurar tratamento imediato de infecção das vias aéreas superiores Ensinar as técnicas de relaxamento e superação do stress DPCO – Doença pulmonar crónica obstrutiva Estado fisio-patológico caracterizado por limitação da passagem de ar na expiração. Consiste numa combinação variável de asma, bronquite crónica e enfisema pulmonar. Manifestações clínicas: • Secreção excessiva de muco e infecções crónicas das vias aéreas devido a causas inespecíficas (bronquite) • Aumento dos espaços aéreos distais, destruição dos alvéolos e ruptura das paredes alveolares (enfisema) • Estreitamento das vias aéreas brônquicas devido a uma anomalia nos nervos simpáticos que não conseguem relaxar a musculatura lisa quando expostos a agentes aos quais são particularmente hipersensíveis; contraem-se e não conseguem diminuir a secreção e provocam edema da mucosa brônquica (asma) Cuidados de enfermagem: • Manter a permeabilidade das vias aéreas através de: • Avaliação da função respiratória • Administrar broncodilatadores prescritos por aerossol ou dissolvidos em H2O • Proporcionar uma boa ingestão de líquidos para fluidificar as secreções • Ensinar o doente a usar correctamente o aerossol e a fazer o nº de inalações prescritas (cuidado com o excesso) • Evitar a ingestão de alimentos (líquidos ou sólidos) muito frios ou muito quentes, que podem provocar broncoespasmos ou aumentar as secreções • Fazer drenagens posturais, conforme prescrito • Conservar a humidade ambiente e livre de irritantes inaláveis • Evitar mudanças bruscas de temperatura • Facilitar as trocas gasosas através: • Fornecer O2 (por cateter nasal e baixo fluxo), conforme prescrito • Proporcionar exercícios respiratórios • Proporcionar tempo necessário para a execução das actividades de vida diária (AVD) • Proporcionar repouso e ensinar técnicas de relaxamento • Aspiração de secreções em SOS • Posicionamentos • Gasimetria – cuidados inerentes • Evitar narcóticos e sedativos • Manutenção de 1 bom estado nutricional: • Proporcionar refeições pequenas e frequentes • Dar refeições suplementares com elevado teor de proteínas • Manter sempre boa higiene oral LIVRO DE ESTÁGIO • • • Pág. 40 • Proporcionar ambiente confortável, agradável e tempo suficiente para comer, no sentido de diminuir a fadiga • Jejuns prolongados podem agravar a função respiratória por esgotamento grave das reservas de glicogénio Prevenção e/ou tratamento de infecções: • Restringir o contacto com portadores de infecções das vias aéreas superiores • Ensinar medidas de prevenção de infecções • Encoraja-lo a fazer a imunização anual contra a gripe • Utilizar medidas necessárias na prevenção de infecção hospitalar • Antibioterapia, corticosteróides e respectivos cuidados • Fazer colheita de expectoração Dar apoio emocional ao doente: • Dar oportunidade de o doente expressar as suas preocupações, nomeadamente as relativas às suas limitações impostas pela DPCO • Explicar as actvidades necessárias e os efeitos positivos • Incentivar a família e amigos a prestar o apoio necessário Ensino e orientação após a alta: • Natureza da doença e necessidade de seguir o esquema terapêutico e a actividade prescrita • Cuidados com os inaladores • Evitar contacto com produtos irritantes e infecções respiratórias, adoptar estilo de vida saudável • Sinais que exigem atenção médica • Outros cuidados que deve ter (exercícios respiratórios, etc) Insuficiência respiratória aguda e crónica Distúrbio funcional, provocado por qualquer condição que afecte substancialmente a capacidade dos pulmões de manter a oxigenação arterial ou a eliminação do CO2, podendo ser aguda ou crónica. Pode ser dividida em 2 categorias principais: • Hipoxemia ou falência da troca gasosa • Hipercapnia ou incapacidade de expelir as quantidades adequadas de CO2 – uma falência da ventilação Sinais de insuficiência respiratória aguda: • Respiração rápida • Pulso filiforme • Ansiedade e angústia • Inquietação ou agitação • Confusão mental • A cianose pode ou não estar presente A inquietação alerta o enfermeiro para a necessidade de uma observação + cuidada, afim de detectar outras alterações sugestivas de insuficiência respiratória. Deve, pois, certificar-se que as vias aéreas estão desobstruídas. Objectivos da intervenção de enfermagem para combater a insuficiência respiratória: • Manter as vias aéreas permeáveis, com o fim de facilitar as trocas gasosas, através da aspiração, cinesiterapia (do posicionamento correcto e da estimulação da tosse, etc) • Aumentar a eficácia ventilatória tratar a causa • Promover a oxigenação adequada • Diminuir as necessidades orgânicas de O2 e ansiedade do doente LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 41 Síndrome de angústia respiratória do adulto (SARA) Manifestações clínicas: • Taquipneia, dispneia e cianose • Respiração polipneica, “fome de ar” • Cianose • Hipoxémia, PaO2 <70mmHg • Infiltrações bilaterais, intersticiais e alveolares • Confusão, agitação até coma • Crepitações em todo o campo pulmonar • Febre, tosse seca Cuidados de enfermagem: • Avaliar a função respiratória • Manter oxigenoterapia em concentrações elevadas (100%) fase aguda – reduz-se gradualmente antes de suspender • Controlar gases arteriais (gasometrias e oximetria de pulso) • Colaborar na entubação endotraqueal SOS e apoio ventilatório (cuidados inerentes) • Administrar medicação prescrita (diuréticos, etc) • Tratar a causa subjacente do SARA • Implementar cinesiterapia logo que possível • Avaliar SV e diurese 1/1 • Colaborar na introdução de cateter arterial no pulmão para medir a pressão do capilar pulmonar • Avaliar estado neurológico e reacção fotomotora das pupilas • Cuidados de higiene e conforto • Dar apoio psicológico ao doente e família Cancro do pulmão Os carcinomas broncogénicos podem ser divididos em 2 sub-grupos: • Cancro pulmonar de pequenas células (CPPC) • Cancro pulmonar que não é de pequenas células (CPNCP), inclui os sub-tipos adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de células grandes Manifestações clínicas: • Aqueles causados no local pelo crescimento do tumor • Aquelas causadas pela invasão tumoral das estruturas subjacentes • Aquelas causadas pela doença metastática • Os síndromes paraneoplásicos Sinais e sintomas: • Locais: • Tosse recente ou alteração da tosse crónica – tosse produtiva, com secreções finas e copiosas, frequentemente com sabor salgado • Invasão local: • Dor torácica • Dispneia por derrame pleural • Rouquidão pela invasão do nervo laríngeo • Dor no pescoço e ombro por invasão do plexo braquial e nervos simpáticos cervicais LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 42 • • • Arritmias e tamponamento cardíaco por invasão do pericárdio Doença metastática: • Os locais comuns de metástases dos carcinomas broncogénicos incluem o cérebro, ossos, supra-renais e fígado • O aparecimento de adenopatias cervicais e supra-claviculares são comuns Síndromes paraneoplásicos: • Anorexia • Perda de peso • Febre • Leucocitose • Anemia Intervenções de enfermagem face ao doente com cancro pulmonar: • Suporte emocional ao doente e família • Prepara e colaborar na realização de exames complementares de diagnóstico • Cinesiterapia pré-operatória • Cuidados pré e pós-operatórios ao doenmte submetido a cirurgia torácica Plano de alta: • Cuidados a ter com a incisão (se foi operado) • Restrições de actividade e programa de exercícios (gradual; nunca se deve fazer restrição completa) • Incentivar a mudar estilo de vida (deixar de fumar) • Planos de tratamento e acompanhamento médico 3.2. CINESITERAPIA RESPIRATÓRIA Terapia pelo movimento, de modo a melhorar as condições funcionais do aparelho respiratório Objectivos principais: • Aumentar as capacidades inspiratória e expiratória • Melhorar a permeabilidade das vias aéreas • Diminuir aderências pleurais • Coordenação motora da respiração • Eliminação de expectoração Indicações: • Alteração da caixa torácica • Patologias da pleura, broncopulmonar, cardíaca e neuromusculares • Doentes oncológicos e cirúrgicos • Geriatria • Insuficiência respiratória Contra-indicações: • Hemoptises ou hemorragia digestiva • Edema agudo do pulmão, cancro do pulmão e/ou pleura • Choque • Síndrome de dificuldade respiratória agudo • Embolia pulmonar • Tuberculose activa LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 43 Métodos de limpeza das vias aéreas: 1ª fase – facilitar a progressão das secreções desde os brôquios até aos grandes brônquios e traqueia, através de: • Movimentos respiratórios profundos (maior ênfase na fase expiratória) • Manobras expiratórias (expiração forçada) • Vibração, percussão e compressão torácicas, nas fase expiratória • Drenagem postural • Associação de medidas tendentes a: o Fluidificar secreções (hidratação geral) o Combater o edema, espasmo e infecção bronquicas (inaloterapia, broncodilatadores, antibióticos, corticosteróides) 2ª fase – expulsão das secreções, através de: • Ensino da tosse • Tosse dirigida • Tosse assistida • Manobras expiratórias Antes de iniciar a cinesiterapia, avaliar: • Estado geral • Padrão respiratório • Mobilidade torácica • Deformidades torácicas • Tosse e secreções Reeducação respiratória: • Tomada de consciência da respiração • Controle da respiração (amplitude, frequência e ritmo) • Exercícios electivos (abdomino-diafragmáticos) e globais (costais) • Ensinar a fazer os movimentos respiratórios correctos (“Cheire a flor e apague a vela”) • Ensinar a tossir LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 44 Fig. Posições clássicas de drenagem postural dos segmentos pulmonares 3.3. TÉCNICAS E EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Exame da expectoração Necessários quando se suspeita de doença torácica. Análise e descrição da expectoração: • Quantidade: Escassa (poucas colheres de chá) ou abundante • Consistência: Espessa; Viscosa (gelatinosa); Tenaz (pegajosa); Espumosa; Mucóide (transparente, fina e moderadamente espessa); Aguada; Mucopurulenta (espessa, viscosa, cor creme, amarela ou verde); Filamentos de sangue (dos bronquíolos) • Cor: Mucóide incolor ou transparente (processo não infeccioso); Amarelo cremoso (pneumonia estafilocócica); Verde (pneumonia por pseudomonas); “Geleia de groselha” (pneumonia por QUElebsilla); Cor de ferrugem (pneumonia pneumocócica); Rosada e espumosa (edema pulmonar) • Odor LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 45 Actuação de enfermagem na recolha de expectoração: • Explicar ao doente os testes que vão ser feitos e a sua finalidade • Pedir ao doente que recolha apenas a expectoração que provenha da profundidade dos pulmões • A 1ª expectoração da manhã é, geralmente, a mais produtiva do organismo • Fornecer ao doente 1 recipiente próprio, de abertura larga, esterilizado, e dar instruções para expectorar para o seu interior • Proporcionar ajuda a doentes incapazes de realizar a colheita sozinhos e, se necessário, fazer percussão nas omoplatas. Neste caso, o enfermeiro deve equipar-se com luvas e máscara • Encorajar antecipadamente a ingestão de líquidos em doentes desidratados, que podem ter dificuldade em expectorar • Recolher espécimes antes das refeições para evitar vómito, devido à tosse • Ensinar o doente a bochechar com H2O antes da recolha para diminuir a contaminação da expectoração • Alertar o doente para avisar o enfermeiro logo que a recolha esteja feita, a fim de ser enviada ao laboratório o mais rapidamente possível • Todas as amostrar devem ser rotuladas indicando: nome, cama, serviço, natureza, origem da amostrar e data • Actualizar registos • Outros métodos de recolha de expectoração: • Aspiração endotraqueal com cateter de sucção e recipiente próprio de recolha • Aspiração transtraqueal através de inserção de uma agulha com cateter através da cartilagem cricóidea • Broncoscopia por fibra óptica • Entubação nasogástrica e aspiração do conteúdo gástrico, dado que a maioria dos doentes deglute a expectoração. Mais usado em crianças Aspiração traqueobrônquica Finalidades: • Remover as secreções, ou outras substâncias da traqueia e dos brônquios, quando o doente é incapaz de o fazer • Colheita de uma amostra de expectoração • Manter as vias aéreas permeáveis Material: • Aspirador portátil ou de parede • Cateter esterilizado (irrecuperável) • Luvas esterilizadas • Tubo de conexão e tubo em Y • Lubrificante (viscogel, xylotane…) • Compressas esterilizadas • SF ou água destilada • Bala ou terminal de O2 • Saco ou cuvete para sujos Actuação de enfermagem na recolha de expectoração: • Explicar ao doente o que vai ser feito e a sua finalidade se o seu estado o permitir • Colocar o doente na posição adequada (normalmente semi-sentado) • Avaliar o estado geral do doente e sua patologia LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • Pág. 46 Testar, previamente, a funcionalidade do aspirador mergulhando a extremidade do cateter no frasco de soro Se necessário, instalar mais ou menos 5 cc de NaCl (0,6%) através do tubo endotraqueal Introduzir lentamente o cateter, previamente lubrificado e com o aspirador desligado Aspirar tão profundamente quanto possível Rodar o indicador entre o indicador e o polegar aspirando de baixo para cima à medida que vai sendo retirado Retirar imediatamente o cateter se o paciente apresentar dispneia, cianose ou agitação Não aspirar + que 10/15 segundos s/ deixar o doente descansar e s/ fornecer O2 Entre cada manobra (aspiração), deve ser feita aspiração de uma pequena quantidade de SF ou H2O destilada para desobstruir o cateter e limpeza de todo o sistema de tubos Se não houver contra-indicações, o doente deve ser motivado a ingerir líquido Antes de iniciar a aspiração deve ser colocada uma pequena quantidade de H2O no frasco do aspirador (AAM) Actualizar registros Tipos de aspiração de secreções: • Orofaríngea • Nasotraqueal • Pela cânula de traqueostomia • Pelo tubo endotraqual Registos de enfermagem: • Data, hora e tipo de aspiração efectuada • Posição que o doente adopta • Quantidade, consistência, cor e cheiro das secreções • Duração aproximada do procedimento • Reacção do doente durante e após a aspiração Medidas que permitem a manutenção da permeabilidade das vias aéreas: • A posição semi-dorsal, s almofada, com a cabeça e maxilar para cima e para a frente, para evitar a queda da língua; esta posição permite a drenagem das secreções pela boca e é adaptada no doente inconsciente • Para o doente consciente, a posição de Fowller permite o máximo de expansão torácica e facilita a expectoração • No doente acamado, a mudança de decúbito, com frequência, permite a expansão de todas as áreas pulmonares, além de facilitar a deslocação das secreções • As nebulizações e a hidratação adequada, e no doente consciente, as gotas nasais e os aerossóis spray ajudam a fluidificar as secreções e a sua remoção • A respiração profunda e a tosse devem ser incentivadas; se esta provocar dor o doente ou o enfermeiro exercerão pressão sobre a área dolorosa, enquanto o doente tosse • Aspiração do trato respiratório Toracocentese Introdução de uma agulha no espaço pleural, tendo por base as seguintes funções • Exploradora: extracção de líquido pleural para fins de diagnóstico; biopsia da pleura • Evacuadora: extracção de líquido quando este ameaça a segurança e o conforto do doente. Diminui a dor e a dispneia • Medicamentosa: introdução de medicamentos no espaço pleural LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 47 Local da punção: • Linha axilar posterior, entre o 6º e 8º espaço intercostal, habitualmente no 7º espaço intercostal com a agulha a rasar o bordo superior da costela inferior, para conteúdos líquidos. • No caso de ser para remoção de ar a punção deve ser feita no 2º ou 3º espaço intercostal, na linha médio-clavicular, devido à menor densidade do ar. Posição do doente ( depende sempre do estado do doente): • Deitado: decúbito contralateral (lado não afectado) com uma almofada sob o tórax e outra sob a cabeça. O braço do lado afectado deve estar levantado a segurar o ombro oposto • Sentado: • Na beira da cama com os pés apoiados, os braços e a cabeça também apoiados (na mesa de refeições) • Sentado na cadeira com os braços e a cabeça também apoiados nas costas da mesma (mais utilizada) • Sentado na cama com os braços sobre a cabeça e cabeceira da cama elevada Material: Não esterilizado • Álcool a 70% • Desinfectante para a pele • Anestésico (lidocaína a 1 ou 2%) • Adesivo e cuvete para sujos Esterilizado • Compressas • Seringa e agulha para anestesia local e uma para extracção de líquido • 2 agulhas de punção • 2 pinças (QUEocqueer e dissecção) e uma tesoura • Luvas • Compressas perfuradas • Frascos para colheita (2 ou 3) • Sistema de drenagem (frascos e tubos) Actuação de enfermagem: Antes • Informar correctamente o doente acerca do exame, dando ênfase às vantagens do mesmo • Tranquilizar o doente e pedir a sua colaboração no sentido de permanecer imóvel durante a punção • Avaliar inicialmente os SV e a função respiratória • Se necessário isolar o doente com biombos • Manter ambiente aquecido e não despir demasiado o doente • Ter junto do doente todo o material necessário, processo e radiografias • Ajudar a colocar o doente na posição correcta e expor a zona da punção • Fazer a desinfecção do local Durante • Colaborar com o médico na anestesia, na punção, na recolha de espécimes para análise e adaptação do sistema de drenagem • Ajudar o doente a manter-se na posição correcta • Observar o fácies do doente, o pulso, a respiração e queixas apresentadas LIVRO DE ESTÁGIO • Pág. 48 No caso de ser toracocentese evacuadora não devem ser extraídos mais de 1500 cc de líquido da pleura, num período de 30 min, dado o risco da desvio de líquido intravascular, com o consequente edema pulmonar Após • Observar as características do conteúdo drenado • Após retirada da agulha • Execução do penso – desinfecção final, penso seco e compressivo • Posicionar o doente para o lado não afectado • Vigiar SV, função respiratória e local da punção para despistar as seguintes complicações: - Desvio de líquido intravascular – hipotensão, pulso taquicárdico e filiforme ou dispneia crescente - Traumatismo pulmonar – acessos de tosse e expectoração sanguinolenta • Acondicionar e identificar as amostras recolhidas e enviá-las ao laboratório • Actualizar registos (SV, reacção e estado do doente e quantidade de líquido drenado, etc) Broncoscopia Visualização da parede (interna) da laringe, traqueia e brônquios através de 1 broncoscópio, introduzido pela boca ou nariz. Finalidades: • Diagnostica: observação da parede traqueobrônquica para verificar se há anormalidades; efectuar biópsia dos tecidos ou aspiração de expectoração para análise. • Terapêutica: pode ser efectuada para extracção de 1 corpo estranho, para aspirar rolhões de muco e facilitar a passagem de ar ou controlar hemorragia. Actuação de enfermagem: • Explicar ao doente como vai ser o exame e pedir colaboração; • Providenciar jejum de 6 a 12h antes do exame; • Administrar sedativos e analgésicos prescritos, as crianças fazem com anestesia geral; • Promover uma boa higiene oral e retirar próteses dentárias; • Posicionar correctamente o doente (semi-dorsal ou semi-sentado); • Após o exame posicionar o doente em semi-Fowler sobre qualquer dos lados para facilitar a remoção de secreções; • Recolher a expectoração para a cultura e estudos citológicos. Rotular os frascos e enviá-los ao laboratório; • Não dar qualquer alimento líquido ou sólido até recuperar o reflexo de deglutição (inibido pelo analgésico local); • Avaliar sinais vitais e despistar sinais de edema laríngeo ou laringo-espasmo como o estridor ou dispeniea crescente, rouquidão, disfagia, enfisema subcutâneo à volta da cara e pescoço; • Vigiar expectoração para observar sinais de hemorragia, pode aparecer expectoração raiada de sangue durante alguns dias após a biópsia. Se surgir hemoptise abundante comunicar de imediato ao médico; • Pedir ao doente para não tossir ou fazer grandes esforços que possam favorecer a hemorragia; • Actualizar registos: tipo de exame, local, dia e hora, complicações, anestésico usado, colheitas efectuadas e reacções do doente. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 49 Broncografia Permite a observação da árvore brônquica por RX após a introdução de 1 produto rádio-opaco, que cobre a mucosa brônquica. A introdução do produto de contraste pode ser feita de várias formas: • Após anestesia, com analgésico tópico, da orofaringe, laringe e brônquios, o produto de contraste é introduzido pela boca (previamente colocado numa seringa); • Através da introdução directa na traqueia após punção traqueal; • Por sonda introduzida na árvore brônquica através de broncoscópio; • Através de sonda introduzida pelas narinas e dirigida para a árvore brônquica. Preparação do doente: Pré-broncografia: • Solicitar ao doente que faça uma boa higiene oral; • O doente não ingere sólidos ou líquidos 8h antes do exame; • Retira próteses dentárias; • Pouco antes do exame administrar sedativo de actuação rápida e anti-espasmódico. Pós-broncografia: • Iniciar drenagem postural, a menos que seja contra-indicada, para ajudar a remover a substância rádio-opaca; • Não ingerir qualquer alimento até recuperar o reflexo do vómito; • Encorajar o doente a respirar fundo, a tossir e a movimentar-se, para manter a boa permeabilidade das vias aéreas. Avaliação da saturação do oxigénio arterial Oxímetria de pulso Forma não invasiva de medir a saturação de O2 arterial. A saturação representa a percentagem de locais, ligados à hemoglobina, ocupados por O2. Se todos esses locais estiverem ocupados considera-se a hemoglobina saturada a 100%. • • • • Relações da concentração de O2: >96% de saturação de O2 equivale a pO2+ 90mm Hg 96% “ “ “ “ “ “ “ + 80 “ “ 90% “ “ “ “ “ “ “ + 60 “ “ 50% “ “ “ “ “ “ “ + 30 “ “ Níveis inferiores a 70% constituem uma ameaça à vida Material: • Oxímetro de pulso/ monitor de SV • Sensor (permanente ou descartável) • Álcool • Compressas Procedimento: • Explicar ao doente o procedimento (se consciente) • Seleccionar o sensor • Limpar a pele com álcool (se necessário retirar verniz) • Avaliar pulso e circulação periférica, para despistar falsas leituras • Não garrotar o membro onde se aplica o sensor • Assegurar que o sensor está correctamente aplicado e ligar o oxímetro de pulso LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 50 Gasometria arterial Realizada para monitorizar a eficácia do tratamento ou para fins de diagnóstico. Permite a determinação de: • Oxigenação do sangue arterial • Adequação da ventilação • Equilíbrio ácido-base Material: • Kit de gasometria (seringa pré-heparinizada com agulha SC), caso não exista, hepariniza-se uma seringa SC • Antisséptico (iodopovidona dérmica sol. ou álcool) • Compressas ou algodão esterilizadas Valores normais de gasometria arterial: • Componente do exame pH PaCO2 SaCO2 Conteúdo de CO2 Conteúdo de O2 PaO2 Excesso / deficit de base HCO3 Hemoglobina (Hg) Hematócrito (Ht) Na+ QUE+ • Valor normal 7.35 – 7.45 34 – 45 mmHg 95% ou > 23 – 30 nmo/L 15 – 22 vol% 80 mmHg ou > > 3 mEq/L excesso < 3 mEq/L deficit 24 -28 mEq/L 12 – 16 g/dl 13.5 – 17.5 37 – 47 % 40 – 54 % 135 – 148 nmol/L 3.5 – Eq/L Procedimento: • Explicar os procedimentos ao doente • Eleger a zona da punção por palpação – artérias femural, braquial, radial ou umeral • Heparinizar a seringa caso não haja kit (1 ml de heparina) • Desinfectar a zona da punção • Palpar a artéria com o dedo médio e indicador ligeiramente separados, a inclinação depende do local da punção (radial 45º, femural 90º, umeral 60º) • Quando se introduz a agulha o sangue flui na seringa ao ritmo da pulsação. Extrai-se 1 ml. Enviar ao laboratório • Efectuar presão sobre a zona da punção 5 – 10 min Provas da função pulmonar Estas provas avaliam a função ventilatória através da espirometria, são usadas para avaliar: • Disfunção pulmonar • Eficácia da terapêutica • Medir a progressão da doença pulmonar Procedimento: • O doente respira normalmente para dentro do espirómetro com a boca ajustada a este. Numa série de etapas determinam-se os valores pulmonares máximos em várias fases da respiração LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 51 Preparação do doente e cuidados após a prova: • Explicar o tipo de prova e como deve proceder • Antes da prova não pode ingerir alimentos pesados, não pide fumar 46h, deve urinar e usar roupas largas • Deve saber-se se há inconvenientes em administrar-se analgésicos e broncodilatadores • Depois da prova o doente deve descansar Valores que se podem medir: • VC – volume corrente: quantidade de ar (QDA) inspirado ou expirado durante a respiração normal • VM – volume minuto: QDA total expirado por minuto • VRI – volume de reserva inspiratória: QDA inspirado depois de uma inspiração normal • VRE – volume de reserva expiratória: QDA expirado após uma expiração normal • VR – volume residual: QDA que permanece nos pulmões depois de uma expiração forçada • CV – capacidade vital: volume total de ar que pode ser inspirado ou expirado • CPT – capacidade pulmonar total: volume total de ar nos pulmões quando completamente expandidos • VEF – volume de ar expirado no 1º, 2º ou 3º segundo de espiração forçada, normalmente expresso como VEF Exames radiológicos Rx do tórax e pulmões Radiografia usada para diagnosticar a maioria das patologias pulmonares. Procedimento: • De preferência faz-se com o doente de pé, uma vez que em decúbito não demonstram níveis hídricos • Devem remover-se as roupas até a cintura ou utilizar roupas hospitalares • Retirar se possível cabos e placas de monitorização • O doente deve permanecer imóvel e fazer uma inspiração forçada e suspender a respiração, depois respirar normalmente TAC do tórax Procedimento: • Despir o doente até à cintura • Posicionar o doente correctamente • Pedir ao doente a sua colaboração • Se necessário administrar produto de contraste e vigiar a reacção do doente ao mesmo Angiografia pulmonar Procedimento: • É introduzido 1 cateter na veia femural ou antecubital, com o doente em decúbito dorsal. O cateter avança pelo lado dto até à veia pulmonar, onde é injectado o produto de contraste que delineia a circulação pulmonar • O exame demora cerca de uma hora LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 52 Preparação do doente e cuidados após o exame: • Jejum de 8h e saber se há história de alergia ao produto de contraste • Avisar o doente que o produto de contraste ao ser introduzido pode dar sensação de calor, gosto salgado, náuseas e vontade de tossir • Após terminar o exame penso compressivo no local de inserção do cateter, vigilância do penso e repouso de 6h • Vigiar SV Oxigenoterapia Meios de administração de O2: • Cateter nasal • Cânula nasal • Máscara facial simples • Máscaras de reinspiração facial • Máscaras de não reinspiração • Máscaras de Venturi • Rúben-ambú • Cânula de traqueostomia • Tubo endotraqueal Sistemas de baixo débito Cânula nasal: • Pode administrar 0,5 a 6 l/m • Económica, descartável, fácil de usar • Permite falar, comer e movimentos fáceis • Facilmente se retira, pode causar secura nasal • A concentração administrada ao doente depende da frequência respiratória e do padrão respiratório • Deve ser mudado diariamente, ou quantas xs o doente o retirar Máscara facial: • Fornece O2 pela abertura da entrada • Eficiente para uma administração rápida e curta • Mal tolerada pelos doentes, porque exige estar bem adaptada à volta da boca, para uma administração rigorosa e isso interfere no falar e no comer. Frequentemente provoca sensação de claustrofobia • A concentração administrada ao doente depende do padrão respiratório Máscara de reinspiração parcial: • Permite que o doente volte a respirar o 1º terço do ar expirado, que contém basicamente O2, aumentando assim a concentração administrada • Usa o saco-reservatório para misturar o O2 que entra com ar expirado • Mal tolerada, devido à necessária adaptação à volta da boca Catéter transtraqueal: • Pequeno cateter introduzido directamente na traqueia, entre a 2ª e 3ª cartilagens traqueais • Permite uma administração de O2 altamente eficaz, numa concentração constante por todo o ciclo respiratório e que permite que a concentração administrada seja inferior LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 53 • • Não interfere com o falar, comer ou na mobilidade Baixo risco de infecção, mas possível Sistemas de alto débito Controlam a concentração de ar inspirado a não são afectados por alterações do padrão ou frequência respiratórios. Máscara de não reinspiração • Máscara e reservatórios separados por válvula de uma via • Pode administrar O2 a 100% • Não é possível a humidificação plena do ar inspirado • Mal tolerada devida à necessidade de estar bem adaptada Máscara de Venturi: • Máscara ligada ao conjunto Venturi, que mistura 1 volume específico de ar e O2 • Administra concentrações de O2 muito rigorosas • O O2 passa por uma abertura estreita que aumenta a velocidade da passagem do gás • Mal tolerada devido à necessidade de estar bem adaptada Cuidados durante a oxigenoterapia: A oxigenoterapia seca e irrita as mucosas • Recomenda-se humidificação do O2, especialmente com concentrações + elevadas • Substituir regularmente o equipamento de administração, para prevenir desenvolvimento bacteriano • Colocar em local de destaque, sinais de aviso de que se está a administrar O2 • A velocidade de fluxo e os resultados da oxigenoterapia de pulso devem ser verificados durante a administração da terapêutica, a intervalos regulares, especialmente em doentes com DPOC • Explicação de todos os procedimentos e apoio emocional • Registos rigorosos LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 54 4. AFECÇÕES DO SANGUE E SISTEMA RETICULOENDOTELIAL 4.1. ANEMIAS Classificação das anemias por morfologia dos glóbulos vermelhos: • Cítica: sufixo que se refere à dimensão das células • Crómica: sufixo que se refere à quantidade de Hb • • Reacção das hemácias, que implica a diminuição da capacidade de transporte de oxigénio do sangue, reflectindo uma anomalia do número, estrutura ou funcionamento das mesmas Falta de hemoglobina no suficiente na circulação para fornecer oxigénio aos tecidos. As mais comuns em adultos são as anemias ferropriva, perniciosa, por deficiência de ácido fólico e aplásica. 1. Anemia normocrómica normocítica: • Dimensão da célula e hemoglobina normais • Causada por perda acentuada de sangue e por processos hemolíticos 2. Anemia normocrómica microcítica: • Pequenas células com valor de hemoglobina normais • Causada por infecções, tumor ou doença crónica 3. Anemia normocrómica macrocítica: • Células grandes, de dimensões irregulares, com valor de hemoglobina normal • Provocada por carências nutricionais (ácido fólico e vitamina B12) 4. Anemia hipocrómica microcítica: • Células pequenas e diminuição do valor de hemoglobina • Provocada por carências nutricionais (ferro) ou perda crónica de sangue CLASSIFICAÇÃO: 1. Por deficiência de ferro • Associada à absorção inadequada ou perda excessiva de ferro • Anemia crónica, microcítica e hipocrómica • A diminuição da hemoglobina pode resultar em oferta insuficiente de O2 aos tecidos do organismo • • • Sintomatologia: o Cefaleias, tonturas, zumbidos, palpitações, dispneia de esforço, fadiga Complicações: o A diminuição da capacidade do sangue transportar oxigénio, pode predispor a lesão isquémica de órgãos o Anafilxia em resposta à terapêutica com ferro parenteral Intervenções de enfermagem: o Promover a ingestão de ferro o Aumentar a tolerãncia às actividades o Maximizar a perfusão tecidual o Ensino ao doente e família LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 55 2. Por deficiência de vitamina B12: • Anemia do tipo megaloblástica, perniciosa • Anemia macrocítica e normocrómica • Sintomatologia: o Palidez, fadiga, dispneia de esforço, palpitações angina de peito, ICC • Complicações: o Parestesias, distúrbios da marcha, disfunções intestinal, vesical e cerebral • Intervenções de enfermagem: o Melhorar os processos de raciocínio o Minimizar os efeitos da parestesia o Ensino ao doente e família 3. Por deficiência de ácido fólico: • Anemia do tipo megaloblástica • Anemia macrocítica e normocrómica • Sintomatologia: o Fadiga, fraqueza, palidez, língua saburrosa, lábios fissurados • Complicações: o Defeitos do tubo neural congenitamente adquiridos • Intervenções de enfermagem: o Ensino ao doente e família 4. Aplástica: 1. Anemia microcítica e normocrómica 2. Sintomatologia: o Palidez, fraqueza, fadiga, dispneia de esforço, palpitações, febre, cefaleias, astenia, dor abdominal, sons expiratórios adventícios, diarreia, hipertermia, trombocitopenia, petéquias, equimoses 3. Complicações: o Fatalidade, se não tratada e hemorragias 4. Intervenções de enfermagem: o Minimizar o risco de infecção o Diminuir o risco de hemorragia o Ensinar o doente e família como diminuir o risco de hemorragia e de infecção 5. De insuficiência de medula óssea 6. Anemias congénitas 7. Anemias devido a perda excessiva de sangue 8. Hemolíticas 9. Resultante da destruição excessiva de hemácias 10. Hemólise devido a trauma, agentes químicos e medicação, agentes infecciosos ou doenças sistémicas LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 56 4.2. TÉCNICAS E EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Medulograma A aspiração é possível, porque a medula óssea é mole e semifluida, permitindo ser removida por aspiração através de agulha. Precauções: • Realizá-lo com técnica asséptica • Efectuar compressão no local da punção após o exame, principalmente em doentes com alterações da coagulação Procedimento: • Tricotomia e desinfecção do local da punção • Colocar campo estéril à volta do local onde vai ser feita a colheita • A pele e periósteo são anestesiadas – a camada superficial da pele em primeiro lugar, espera-se alguns segundos e introduz-se a agulha até tocar no osso • Insere-se uma agulha de aspiração da medula, com seringa esterilizada aspira-se até aparecer medula na seringa. Nesta altura o doente sente uma dor tipo queimadura, o enfermeiro deve ajudar a manter a posição • Depois de feita a colheita, retira-se a agulha e faz-se pressão sob o local, tanto tempo quanto necessário de acordo com a patologia • Algumas pessoas poderão queixar-se de sensibilidade no local da punção durante alguns dias Material: • Agulha de punção lombar (Trocater) • Kit de pensos (pinça de dissecção de Kocker e compressas) • Antisséptico (Betadine dérmico) • Luvas esterilizadas • Seringas 10 ml • Anestésico • Tubos estéreis para a colheita • Lâmina e cabo de bisturi • Campo estéril (pano) • Agulhas IM, SC e IV • Material de penso • Adesivo Biópsia da medula óssea Os passos iniciais são semelhantes aos da aspiração da medula óssea, a diferença está na agulha, neste caso é especial. Depois da colheita avalia-se a hemorragia no local. Procedimento: • Explicar ao doente o que vai fazer e pedir a sua colaboração • Prepara todo o material e levar para o local onde se vai fazer a colheita • Posicionamento do doente de forma correcta • Localizar a zona de punção (região lombar, crista ilíaca, esterno) • Fazer tricotomia se necessário e desinfectar o local da punção LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 57 • • • • • • • Anestesiar ou colaborar na anestesia da zona de punção Colaborara na realização da técnica Colocar o produto aspirado nos tubos estéreis devidamente identificados Extrair a agulha e efectuar compressão durante alguns minutos Aplicar penso compressivo Manter o doente deitado entre 4 a 8 horas e manter o penso seco durante 24 horas Identificar frascos e mandar ao laboratório de hematologia Hemograma e estudo da coagulação Glóbulos vermelhos (GV) Hemoglobina (Hg) Hematócrito (Ht) Glóbulos brancos (GB) Reticulócitos Ferro (Fe) Plaquetas Prova de coagulação: - Tempo de protrombina (TP) - Tempo de tromboplastina (TTP) - Tempo de hemoglobina 3,6 – 5 milhões/mm3 (mulher) 4,2 – 5,5 milhões/mm3 (homem) 12 – 15 gr/dl (mulher) 14 – 16 gr/dl (homem) 37 – 45% (mulher) 42 – 50% (homem) 4500 – 11000 mm3 0,5 – 2% dos GV totais 60 – 90 mg/dl 150000 – 350000/mm3 11 – 12,5 seg (85 – 100%) 30 – 40 seg 1 – 9 min Flebotomia Quando se verifica 1 hematócrito demasiado elevado, a tratamento de emergência envolve a remoção de 500 a 2000 ml de sangue, até que o hematócrito atinja 45%. Procedimento: • Colocar o doente numa posição de semi sentado • Limpar a pele da fossa ante cubital com álcool, colocar garrote e puncionar/cateterizar a veia • Vigiar o volume drenado cuidadosamente • O doente fica deitado, após a flebotomia s4rca de 5 minutos, fazendo depois levante progressivo • Se surgir alguma reacção adversa permanece no serviço mais algum tempo • Pode surgir hemorragia no local da venopunção, como resultado de erro técnico • Lipotimia, esta relacionada com factores emocionais, reacção vaso vagal ou jejum prolongado. Algumas vezes devido a perda de volume sanguíneo, a hipotensão e a síncope associado ao levante • Deitar o doente imediatamente se ele se apresentar pálido ou referir sensação de desmaio. Deve ficar em observação pelo menos + 30 min • Precordialgia em doentes com doença arterial não identificada Transfusões sanguíneas Cuidados de enfermagem: Antes da transfusão • Tomar conhecimento das crenças do doente e respeitar o seu desejo (se for adulto) LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Pág. 58 Explicar ao doente/família o motivo da transfusão e o tipo de produto sanguíneo a administrar, de forma a diminuir a ansiedade Saber a história anterior do doente com possíveis transfusões e sangue (número de transfusões, reacções ocorridas), de modo a estar preparado para intervir nas reacções que possam surgir Conservar o sangue, no banco de sangue até ser usado Certificar-se se foram feitas provas de compatibilidade Verificar se o produto sanguíneo a transfundir tem o nome do doente, tipo de produto prescrito e prazo de validade Alertar o doente para reacções estranhas que possam surgir, pedir para que as comunique de imediato Avaliar e resgistar parâmetros vitais Colaborar com o doente na adopção da posição + confortável, a semi-sentada diminui o risco de hipovolémia Cateterizar veia de bom calibre (abocatt de 18 mm) Manusear cuidadosamente a unidade de sangue, de modo a evitar acidentes Colocar sistema de perfusão de sangue (contém 1 filtro que remove células agregadas, microorganismos e coágulos) Administrar a unidade de sangue o + breve possível, porque a viabilidade das células diminui com o aumento do espaço de tempo e aumenta a probabilidade de se desenvolverem microorganismos Colocar a unidade de sangue 1m acima do nível do coração do doente Durante a transfusão Ter outra veia cateterizada para administrar medicação prescrita Mudar o sistema de sangue após a administração de 2 unidades Estar atento a reacções adversas, tanto mencionadas pelo doente como observadas: • Náuseas, cefaleias • Tremores, arrepios de frio • Hipertermia • Reacções cutâneas – rubor, prurido • Dispenia Intervir precocemente Controlar e registar SV em intervalos regulares durante a perfusão Não administrar qualquer alimento e beber apenas pequenas quantidades de líquidos Após a transfusão Avaliar e registar SV Registar: hora de início, quantidade e tipo de produto de sangue administrado, parâmetros vitais, reacções adversas e intervenção perante elas, resultados do tratamento Manter vigilância do doente durante pelo menos 2 h após a transfusão Providenciar a alimentação do doente, ao fim de 10min após a transfusão, caso ele o possa e deseje Se ocorrerem reacções adversas: • Parar imediatamente a perfusão, mas não retirar o cateter • Administrar soro fisiológico IV • Comunicar imediatamente ao médico • Tratar a sintomatologia do acordo com prescrição médica • Enviar amostras de sangue e o sangue não usado ao serviço de sangue • Manter vigilância rigorosa LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 59 Reacção hemofílica (a forma aguda é geralmente imediata): • Ansiedade/Sonolência • Parar imediatamente a perfusão • Náuseas, vómitos e cefaleias • Manter veia permeável • Rubor facial • Monitorizar doente • Dor torácica e/ou lombar • Oxigenoterapia • Taquipneia, taquicardia • Balanço hídrico, algaliar o • Cianose doente • Hemoglubinuria, hemoglobulinémia • Informar o médico • Calor e ardor ao longo da veia da perfusão • Enviar ao laboratório amostra • Em casos graves ocorre hipotensão, de sangue colhida ao doente oligúria (sinal de insuficiência renal) o que e da unidade de sangue traduz situação de choque • Administrar terapêutica • Doentes inconscientes ou sob anestesia prescrita pela EV queda brusca da TA • Diminuir a ansiedade • Hemorragia no local da sutura Reacção febril não hemofílica geralmente na primeira hora e meia: • Ansiedade/Sonolência • Suspender imediatamente a transfusão • Arrepios de frio, hipertermia • Colocar SF 0,9 em perfusão (1h após a transfusão) cefaleia • Avaliar SV e taquicardia • Administrar terapêutica prescrita • Náuseas, vómitos • Informar o médico • Lombalgias • Enviar ao laboratório amostra de sangue • Algias nos MI • Manter doente confortável Reacções alérgicas – geralmente na primeira hora e meia: • Ansiedade/Sonolência • Diminuis o ritmo da perfusão se a reacção for ligeira, caso contrário suspende-se • Erupção cutânea • Manter veia permeável com SF 0,9 em • Urticária podendo evoluir perfusão para edema laríngeo e espasmo brônquico • Monitorização dos SV • Prurido • Oxigenoterapia (se necessário) • Edema facial • Enviar amostras ao laboratório • Dispneia, sons sibilantes • Informar o médico • Administrar terapêutica prescrita Hipervolémia: • Tosse seca • Précordialgias e lombalgias • Cianose • Dispneia • Hipertensão • Tosse produtiva • • • • • • • Diminuir o ritmo da perfusão ou suspender a transfusão, conforme a gravidade da situação Oxigenoterapia – doente em posição de Fowler Administrar terapêutica prescrita (digitálicos, diuréticos, etc) Avaliar SV Monitorização da PVC Flebotomia (casos + graves) Informar ao médico LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 60 Infecção: • Précordialgia ou toracalgia • Arrepios de frio/hipertermia • Mal-estar geral • Astenia • Náuseas, vómitos, diarreia • Hipotensão podendo conduzir ao choque • • • • • • Técnica asséptica em todos os procedimentos Não administrar transfusão que esteja a + de 30º à temperatura ambiente Avaliar SV (atenção à temperatura) Na presença destes sinais parar a transfusão e colocar SF 0,9 em perfusão, mantendo veia permeável Informar o médico Administrar a terapêutica prescrita Reacção anifilática (+ frequentes em doentes com transfusões maciças): • Rubor generalizado • Parar a transfusão • Dispneia • Colocar SF 0,9 em perfusão • Broncoespasmos • Informar o médico • Avaliar SV • Dor sub-esternal • Edema da laringe • Oxigenoterapia • Vómitos e diarreia • Administrar a terapêutica prescrita • Algaliação se necessário Em transfusões maciças: • Hemorragia • Intoxicação por citrato • Hiperpotassémia • • • • • • Coloração acastanhada da pele Disritmias cardíacas (fibrilhação ventricular) Hipotensão Parestesias Contraturas musculares Paragem cardio-respiratória • • • • • • Parar a transfusão Informar o médico Manter veia permeável com SF 0,9 em perfusão Monitorização Administrar terapêutica prescrita Prestar cuidados específicos para cada situação clínica apresentada LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 61 5. SISTEMA NERVOSO 5.1. AFECÇÕES 5.1.1. Alzheimer Caracteriza-se por: Doença do SNC demência degenerativa; Aumenta com a idade mas também atinge jovens; Factores precipitantes: Idade Síndrome de Down Antecedentes familiares Primeiros sinais de alarme: Perda de memória (acontecimentos recentes e nome); Dificuldade em recordar datas, caminho para casa ou mover-se em edifícios com os quais estava familiarizado; Dificuldade em tomar decisões; Diminuição do interesse pelo trabalho ou passatempos; Intervenções de enfermagem: NÃO FAÇA, AJUDE A FAZER Facilitar o reconhecimento do wc; Roupas de fácil abertura; Não beber antes de ir para a cama; Cama baixa e cadeirão perto da mesma; Calçado anti-derrapante, fáceis de calçar e descalçar; Proteger esquinas vivas de móveis; Chão desimpedido (sem tapetes ou outros objectos que façam o doente cair); Auxiliares de marcha (se dificuldade em manter o equilíbrio); Colocar a roupa pela ordem que o doente as vai vestir; Cortar os alimentos em pedaços pequenos, triturá-los (fase avançada), ou SNG (se ingestão inadequada de alimentos); Prevenir obstipação; Regular temperatura da água; Boa iluminação; Janelas travadas; Verificar regularmente problemas de visão ou audição; Olhe-os nos olhos quando estiver a falar com/ouvir o doente, falar lentamente e repetir sempre que necessário; 5.1.2. AVC Caracteriza-se por atingir qualquer idade, embora predomine na faixa etária> 60anos. A hemiplegia é o sinal clássico de um AVC. As alterações resultantes das lesões não têm a ver com o tipo de AVC mas sim com o território cerebral atingido. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 62 AVC Hemorrágico AVC Isquémico AIT-acidente isquémico transitório Trombótico Embólico Extravasamento de sangue no tecido cerebral Definição por rotura vascular localizada Bloqueio gradual em que se verifica a formação de um coágulo Alteração da perfusão de determinada região cerebral, durante tempo insuficiente para provocar enfarte HTA Arteriosclerose Aneurisma congénito Tumores TCE Bloqueio súbito de uma artéria por um trombo ou corpo estranho (células neoplásicas) transportado pela corrente sanguínea Arteriosclerose Aterosclerose Endocardite Aperto mitral Enfarte do miocárdio HTA Arteriosclerose Afecções cardíacas Raros (HTA) Frequentes Ausentes Ausentes 50anos Rápido 60-70anos Progressivo Menos profunda e menos prolongada; por vezes apenas obnibulação 30anos Súbito Todas Fulminante Variável Profunda e pouco prolongada Progressiva, completa ou parcial Progressiva, completa e espontânea (até 24h) Doenças anteriores Sintomas premonitórios Idade Início Grau e duração da inconsciência Profunda e prolongada Recuperação Progressiva, mas raramente completa Progressiva, completa ou parcial Intervenções de enfermagem: Identificação do tipo de ajuda que o doente necessita, o que implica saber o tipo de AVC e a fase em que se encontra (aguda, de manutenção de uma circulação eficaz ou subaguda/crónica). Fase Aguda Motorização e controlo dos sinais vitais Nos enfartes isquémicos é arriscado baixar bruscamente ou tentar normalizar a TA, durante a primeira semana, porque se vai diminuir a perfusão cerebral. A temperatura também deve ser vigiada. Apenas se trata se: PA sistólica > 220mmHg (PAS) PA média > 130mmHg (PAM) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 63 PAM = PAS + 2xPAD 3 Devendo-se nestes casos, administrar fármacos, de preferência, por via oral ou sub-lingual (absorção lenta e actuação progressiva lenta) e evitar o uso de antagonistas do cálcio por via sub-lingual (NIFEDIPINA) devido à rápida absorção e queda da PA. Controlo do equilíbrio hidro e electrolítrico O desequilíbrio hidroelectrolítico deve ser evitado, uma vez que interfere com estado de consciência e com a função cardíaca, para tal, deve-se: Melhorar a perfusão cerebral; Prevenir a desidratação; Diminuir a viscosidade sanguínea. Os indivíduos no início devem estar algaliados e com soro. Sinais de desidratação: prega cutânea urina concentrada língua seborreica olhos incuvados pele seca mucosas desidratadas Manutenção das vias aéreas permeáveis Na fase inicial, deve-se: Manter o doente em decúbito lateral; Colocar o tubo de Mayo; Aspiração de secreções e, eventualmente, vómito. Os doentes em coma devem ser: Entubados para facilitar a ventilação; Aspirados; Oxigenados. Nota: a utilização de O2 e de ventilação assistida tem indicações estritas. Não está demonstrada a sua eficácia. Vigilância do estado de consciência e reacção pupilar o Aplicar escala de Glasgow; o Observar tamanho e reacção pupilar; o Força muscular (eventualmente). Prevenção do edema cerebral O edema cerebral tem início depois da instalação do quadro clínico, evoluindo até ao 10ºdia. Medidas de prevenção: Manter a cabeceira da cama elevada a cerca de 30º, excepto em doentes com trombose basilar; Administrar soro fisiológico ou polielectrolítico, não usando soros hipotónicos; Administrar dexametasona (decradon) nos doentes com evidente HTA intracraniana e/ou compressão do tronco cerebral. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 64 Repouso no leito AVC Hemorrágico Isquémico AIT Repouso absoluto durante: 3 semanas( cerca de 21 dias) 48 a 72 horas 24 a 48 horas Deve-se dar particular destaque aos posicionamentos que, devem ser efectuados em padrão anti-espástico (ver quadro ) e alternados pelo menos de 2/2horas (de acordo com a escala de Galsgow), ou mesmo a intervalos mais curtos, em doentes muito obesos ou muito magros. Padrão Espástico Típico Retracção do ombro com depressão e rotação interna Flexão do antebraço Flexão digital com adução Retracção da pelve com rotação externa da perna Extensão do quadril, joelho e tornozelo Flexão plantar Inclinação lateral da cabeça Padrão Anti-espástico ou de recuperação (PEPAE) Protacção do ombro com rotação externa Extensão do antebraço Extensão digital com abdução Protacção da pelve com rotação interna da perna Flexão do quadril, joelho e tornozelo Monitorização da diurese Se houver retenção urinária deve-se proceder ao cateterismo vesical. Se, pelo contrário, houver incontinência urinária deve-se colocar um dispositivo urinário nos homens, ou fralda/ resguardo nas mulheres. Fase de Manutenção Mobilidade física afectada o Efectuar mudanças de posição de 2/2horas (escala de Norton); o Realizar exercícios de mobilização; o Iniciar exercícios de equilíbrio com o doente sentado; o Assegurar períodos de repouso; o Ensinar técnica correcta de transferência (para cadeira, sanita, etc.); o Ensinar como usar dispositivos de deambulação; o Verificar a necessidade de um suporte para prevenir a subluxação do ombro; o Proporcionar uma protecção adequada na transferência e deambulação com sapatos adequados. Risco de alteração da integridade cutânea o Observar a pele em intervalos regulares, e massajá-la; o Manter a pele limpa e seca; o Usar colchões apropriados, calcanheiras, outros meios de prevenir úlceras de pressão; o Cuidado com a fricção da pele. Utilizar um lençol sob o doente para o auxiliar a mudar de posição para os diferentes decúbitos. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 65 Risco de lesão ou traumatismo o Manter as vias aéreas permeáveis; Cabeceira elevada a 30º (se não houver indicação médica em contrário); Administrar O2 prescrito; Usar a via oral e ter o material de aspiração pronto a usar; Iniciar respiração profunda, regular. Encorajar o acto de tossir suavemente. o Avaliar os SV e o nível de consciência, a intervalos regulares (estar atento aos sinais de aumento da pressão intracraniana - PIC), o Controlar o balanço hídrico; Manter a ingestão de líquidos em 1000ml/dia, se prescrita. o Avaliar se o reflexo de pestanejar está mantido e se as pálpebras fecham adequadamente; o Avaliar os reflexos de deglutição e de vómito estão mantidos. Alimentação inferior às necessidades orgânicas o Administrar líquidos por via IV e/ou refeições por SNG, até estar restabelecido o reflexo de deglutição e o doente estar vigil; o Posicionar o doente de forma adequada para as refeições; o Começar por fornecer os alimentos mais fáceis de deglutir (passados). Evitar líquidos simples; o Dar orientações ao doente para deglutir. Encorajar o doente a mastigar muito bem os alimentos e a inclinar a cabeça para a frente para facilitar a deglutição; o Se hidratação insuficiente por via oral, usar via IV suplementar; o Proceder à higiene oral. Ensinar o doente a usar a língua para tirar os restos que se tenham alojado nos dentes; o Encorajar o doente a começar ele próprio a alimentar-se. Proporcionar ajudas: faca basculante e protecção par os pratos, etc. Dependência na realização das AVD o Ajudar o doente a dirigir as actividades de autocuidado, inicialmente para o lado afectado; o Encorajar o doente a começar a participar e realizar as actividades conforme as suas capacidades; o Dar ao doente tempo necessário para a realização das actividades; o Planear com o fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional uma optimização das necessidades de aprendizagem do doente; o Facilitar a utilização dos dispositivos de auto-ajuda; o Explorar a utilização das técnicas de Bobath*, na reabilitação. Incontinência urinária funcional o Controlar o débito urinário e os sinais de retenção e incontinência; o Assegurar ao doente que o restabelecimento da continência é uma meta atingível; o Evitar a utilização prolongada de sonda vesical; o Fornecer líquidos até à quantidade máxima prescrita; o Oferecer arrastadeira, ou urinol, depois das refeições e a intervalos regulares; o Usar fraldas descartáveis ou sistema de drenagem externo (penrose); o Proceder à reeducação vesical. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 66 Obstipação ou incontinência intestinal o Registar dejecções; o Assegurar ao doente que é possível atingir o objectivo de continência intestinal; o Instituir o uso de emolientes das fezes e supositórios; o Fazer o doente sair da cama, para tentar evacuar a horas certas, na cadeira-sanita ou na sanita; o Proceder à reeducação intestinal. Comunicação verbal afectada (afasia) o Verificar o tipo e a extensão da comunicação; o Programar de forma adequada, e com participação de toda a equipa de saúde, o programa terapêutico a instituir; o Aplicar os princípios básicos para afásicos: Encorajar o doente a verbalizar e praticar a falar; Falar devagar e com clareza; Formular perguntas que possam ser respondidas com “sim” ou “não” ou com sinais. Fornecer auxiliares de comunicação (por ex. quadros); Tentar adivinhar as necessidades do doente; Colocar a campainha ao alcance da mão não afectada. o Ensino à família. Alteração sensorial/perceptual (visão) o Estar atento a dificuldades de percepção do espaço, associadas a acidentes da metade direita. O doente pode ter dificuldade em avaliar a posição e distância, bem como alterações graves na visão; Manter os objectos dentro do campo visual do doente, Ensinar ao doente a “percorrer” com os olhos tudo os que o rodeia, para aumentar o campo visual; Colocar a cama do doente em posição tal, que as pessoas dela se aproximem pelo lado de visão não afectada. o Evitar o isolamento do doente, o Usar um espelho para ensinar as posturas correctas, o Sugerir à família que traga objectos familiares (ex. fotografias). Risco de segurança ineficaz o Dar informações sobre a situação e o possível progresso no sentido de melhoria da função; o Ajudar o doente a restabelecer o controlo das emoções e dos comportamentos, e fixar limites; o Ajudar a família a avaliar as capacidades, do doente, e programar os cuidados após a alta; o Ensinar a família a apoiar os esforços do doente; o Encorajar a família a, se possível, manter os anteriores papéis no relacionamento com o doente. Fase Crónica Prevenção Primária Educação para a prevenção dos factores de risco: o HTA – multiplica por 3 a 5 o risco de acidente aterotrombótico; o Idade – o risco aumenta com a idade; o Sexo – maior risco no homem até 50 anos, depois é igual; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 67 o o o o o o o o o o o o o Doenças cardíacas; Hiperlipidémia – provoca alterações nos vasos; Diabetes mellitus; AIT – 40% sofre AVC nos 5 anos seguintes; Obesidade; Contraceptivos orais – risco aumentado 2 a 7 vezes em mulheres jovens; Hiperglicémia – aumenta a gravidade de isquémia cerebral; Tabaco – aumenta 3 vezes o risco de AVC nos homens e jovens; Vida sedentária; Álcool; Hereditariedade; Estação do ano (maior incidência nos períodos de temperaturas extremas; Raça e outros factores étnicos. Prevenção Terciária – Reabilitação A reabilitação deve começar com técnicas de tratamento orientadas para o lado afectado, procurando assim reduzir a assimetria entre as 2 metades do corpo, combatendo o padrão anti-espástco (Jonhstone). Contudo, também se deve desenvolver a destreza e força muscular do lado são, para que o doente tenha o máximo de independência nas AVD. Posicionamentos: Decúbito dorsal Decúbito Homolateral (lateral para o lado afectado) Decúbito Contralateral (lateral para o lado são) Efeito Promove a espasticidade. Deve ser evitado. Possibilita a alternância. Intercalar com o outro lateral. Cabeça Sobre uma almofada baixa Aumenta a carga sensitiva (aumenta a resposta do organismo). Contraria o padrão espástico. Deve ser o mais utilizado. Sobre uma almofada à altura do ombro Membro Superior Afectado Ombro sobre a almofada Omoplata em protacção Ombro em Ombro em flexão de 90º Protacção da omoplata com rotação externa Sem almofada ou com uma o mais baixo possível Ombro, punho e cotovelo e, LIVRO DE ESTÁGIO extensão, apoiado em almofadas Pág. 68 Membro Inferior Afectado Almofada sobre o quadril com rotação interna da coxa Flexão do quadril e joelho Pé em dorsiflexão Decúbito homolateral Flexão da anca, joelho e tornozelo Rotação interna de todo o membro Flexão da coxa com rotação interna Flexão do joelho e dorsiflexão Decúbito contralateral Padrão espástico Organização da unidade do doente: O doente deve ser abordado pelo lado afectado, de modo a criar um estímulo sistemático ao lado lesado. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 69 Exercícios específicos: Rolar Ponte ou gancho – em decúbito dorsal e com as pernas flectidas proceder à elevação das nádegas. De automobilização De equilíbrio (sentar e levantar) 5.1.3. Bexigas neurogénicas • • • SNSimpático (D9 a L2). Enerva: o Trígono (contrai-o) o Esfíncter interno (abre-o) SNParassimpático (S2 a S4 – centro medular da micção). Enerva: o Detrusor (relaxa-o) SNC (voluntário). Enerva: o Esfíncter externo (controla-o, através do nervo pudendo ou vergonhoso) Centros de controlo da micção: • Cortical – voluntário • Subcortical (tronco cerebral) – automático e inconsciente. Permite o funcionamento da bexiga como reservatório, senão estaria a esvaziar permanentemente • Medular – reflexo. Funciona normalmente na criança Bexiga neurogénica – distúrbio neuromuscular da bexiga. Tem como causas: • Traumatismos vertebro-medulares • Acidentes vasculares cerebrais • Traumatismos cerebrais • Esclerose múltipla • Síndrome de Guillain-Barré BEXIGA LOCAL DA LESÃO Desinibida Encéfalo Neurónio motor Espástica superior, acima do (reflexa ou centro medular da automática) micção (S2 a S4) Neurónio motor inferior, com Flácida destruição das (autónoma) raízes sagradas correspondentes CARACTERIZA-SE POR • Ausência de controlo voluntário da micção • Capacidade vesical diminuída ou normal • Volume residual nulo • Capacidade vesical diminuída • Ausência de sensação de plenitude • Volumes residuais elevados • Micção não voluntária e reflexa, com controlo ausente ou mínimo • Capacidade vesical aumentada ou normal • Ausência de sensação de plenitude • Volumes residuais elevados ou normais OCORRÊNCIA • Crianças • AVC • Arteriosclerose cerebral • Esclerose múltipla • TVM • Tumores • Esclerose múltipla • ???? LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 70 Mista BEXIGA Desinibida Espástica Flácida Mista 1º e 2º neurónios motores (incompleta) • Micção não voluntária e incompleta • Perde urina por gotejamento contínuo ou intermitente • Mais comum • Capacidade vesical elevada • Ausência de sensação de plenitude • Volumes residuais elevados • Paraplegias REEDUCAÇÃO • Colocação do pen-rose (homem) ou fraldas descartáveis (mulher) • Ingestão hídrica adequada e avaliação dos horários das micções • Oferecer urinol ou arrastadeira algum tempo antes da micção • Estimulação do arco reflexo, em todo o território enervado pelas raízes sagradas (S2 a S4), através de percussões, algodão, gelo, compressão da glande ou estímulo anal • Ingestão hídrica adequada e avaliação dos horários das micções • Algaliação • Desencadear a manobra de Valsalva (utilização dos músculos abdominais para provocar compressão sobre a bexiga, obrigando-a a esvaziar) • Atender às características e executar as técnicas atrás mencionadas, conforme essas características 5.1.4. Esclerose múltipla Esclerose Múltipla - doença das placas Caracteriza-se por: Doença degenerativa do SNC desmielinização (predilecção nervo óptico) imune; Final da adolescência ou início da fase adulta; Prevalência em clima frio, mulheres e brancos (raça); auto- Factores precipitantes: Infecções Ambiente Stress Dieta Fadiga Sintomas: Perda monocular da visão Diploplia Vertigem Ataxia Fraqueza ou dormência de 1 membro e/ou facial Nistagmo LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 71 Intervenções de enfermagem: Aliviar sintomas; Mobilidade afectada: exercícios (3id); deambulação (evitar fadiga); mobilização; penso oclusivo (se diplopia); Incontinência/obstipação: algaliação intermitente e reeducação; dieta rica em fibras; supositórios; ensinar como evitar infecções urinárias e seus sinais/sintomas (ingerir muitos líq. e manter pH<7 – vit.C) 5.1.5. Parkinson Caracteriza-se por: Doença degenerativa do SNC (extra piramidal) morte dos neurónios; Idiopática ou adquirida (traumatismo, drogas, tumores cerebrais, genética); Manifestações – tríade clássica: Tremor de repouso ( tratamento cirúrgico talonotomia); Bradicinésia; Rigidez muscular (hipertonia; afecta + músc. flexores – pequenos ressaltos de variação do tónus/sinal de roda dentada); Postura: arrastar os pés, tronco inclinado para a frente, braços caídos e semiflectidos, movimentos lentos; Intervenções de enfermagem: Promoção da mobilidade (4 em 4h); Aliviar rigidez com aplicação de calor húmido; Encorajar doente a manter as mãos atrás das costas, para melhorar marcha e postura; Alimentação adequada (nutrição insuficiente devido a disfagia) – fraccionada elevada ingestão de líq., posição erecta, controlar peso; Comunicação eficaz (comunicação afectada devido a rigidez dos músc.faciais e diminuição do volume da voz) – exercícios respiratórios e vocálicos para fortalecer o diafragma e aumentar o volume e intensidade da voz; Prevenção de traumatismos; Ensino; 5.1.6. Miastenia gravis Caracteriza-se por: Doença degenerativa do SNP diminuição dos receptores de acetilcolina dos musc. auto-imune; > frequência nos jovens adultos e + nas mulheres; Relação com o timo; Fraqueza flutuante; Sintomas: Ptose palpebral Diploplia Intervenções de enfermagem: Promoção da actividade e auto-cuidado; Prevenção da aspiração (ensino da respiração diafragmática, tosse, sinais de dificuldade respiratória, mudanças de posição); Promoção de alimentação cuidada; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 72 6. DIABETES Perturbação constitucional em que o poder de utilização de glucose pelos músculos e outros tecidos se encontra diminuído ou perdido pala falta relativa ou absoluta de insulina. Doença crónica auto-imune. Classificação de diabetes mellitus: Tipo 1 (autoimune ou idiopática); Insulinopneia absoluta – destruição das células do pâncreas (produtoras de insulina); Indivíduos com menos de 30 anos; Magreza; História de diabetes familiar do tipo 1; Necessita de insulinoterapia. Tipo 2; Deficiente produção de insulina (insulinopneia relativa) e resistência à acção da insulina nos tecidos, por diminuição dos receptores insulinícos nas membranas das células musculares e adiposas; Após os 40 anos, com início progressivo diagnóstico tardio); Obesidade; História familiar de diabetes e/ou mulheres que tiveram diabetes gestacional; Tratamento por dieta e exercício bem programado, porém pode necessitar de antidiabéticos ou até mesmo de insulina. Gestacional. Surge, principalmente, durante o 3º trimestre da gravidez; Factor de risco: história familiar de diabetes; Pode evoluir para diabetes tipo 2; Filhos normais. Critérios de diagnóstico: Glicemia de jejum 126mg/dl Sintomas clássicos + glicemia ocasional 200mg/dl Glicemia 200mg/dl na PTGO com 75g de glucose, às 2horas Tolerância diminuída à glicose (TDG): glicemia de jejum < 126mg/l e às 2h(PTGO) 140 e < 200mg/dl Anomalia da glicemia de jejum (AGJ): glicemia de jejum 110 e < 126mg/dl Sintomas Clássicos (major): Poliúria, Polidípsia; Polifagia; Perda de peso/emagrecimento. Minor: Piorreia, Vulvovaginite de repetição; Piodermite; Infecção urinária; Balanite (homem). LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 73 Sinais: Infecções cutâneas persistentes; Má cicatrização; Prurido. Complicações: Agudas: Hipoglicémia; Cetoacidose. Crónica ou tardia: Vascular: Microangopatias: o Retinopatia diabética (principal causa de cegueira, é aconselhável que o diabético vá ao oftalmologista 2vezes ao ano); o Nefropatia (principal causa de insuficiência renal); Macroangiopatias: o Aterosclerose; o Trombose ou oclusão arterial, o Gangrena; o AVC, o Coronariopatias – angina de peito, enfarte, etc. principal causa de morte dos diabéticos. Nervosa: Parestesias nas extremidades – pé diabético, Perda de sensibilidade; Dores musculares; Impotência sexual; Alterações intestinais – diarreias paroxísticas; Retenção ou incontinência urinária, Taquicardia. Infecções. Hipoglicémia Nível de glucose plasmática (glicemia) <60mg/dl Causas: Erros terapêuticos (dose excessiva, administração muito antes da refeição ou troca do tipo de insulina a injectar – acção); Alterações alimentares (diminuição de alimentos, atraso na refeição, hipoglidemiantes – álcool); Alteração da prática de exercício físico (excesso). Sintomas: o Hipoglicémia leve (40-60mg/dl doente consciente) ou moderada: Suores frios – pele fria, húmida e pálida; Nervosismo; Fome súbita; Debilidade; astenia; Tremores; Palpitações; Formigueiros. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 74 o Hipoglicémia aguda: Cefaleias; Alterações da fala, do comportamento, da visão, emocionais ou cognitivas; Taquicardia Dormência – língua; Convulsões; Perda de consciência – COMA. Intervenções de enfermagem: o Hipoglicémia leve: Fornecer 10-15gr de hidratos de carbono de acção rápida (sumos de fruta, gelatina, bebidas açucaradas., etc.); Reavaliar glicemia capilar. o Hipoglicémia aguda/grave: Puncionar veia de bom calibre; Iniciar perfusão de glucosteril a 10 ou 30% se prescrito; Administrar, sob a forma de ampolas, glicose hipertónica a 20 ou 30% como prescrito; Administrar Glucagon (ou similar) se prescrito; Assegurar ventilação eficaz; Avaliar: glicemia capilar, sinais vitais e exame neurológico sumário (estado de consciência, diâmetro pupilar e reacção fotomotora.) Importante: Diabético ter sempre açúcar à mão e família Glucagon. Cetoacidose Intensa carência de insulina, resultando num distúrbio muito acentuado do metabolismo dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas (gordura como principal fonte de energia), com desidratação e desequilíbrio electrolítico. Com aumento de cetonas no sangue (cetonémia) e na urina (cetonúria). Causas: Omissão de terapêutica; Grave erro alimentar; Infecções, Consequências de certas situações clínicas – AVC, enfartem miocárdio, traumatismos, intervenções cirúrgicas, etc. Manifestações (lentas e progressivas): Glicosúria; Cetonúria; Pele seca, quente e ruborizada; Sede, Inquietação; Náuseas e vómitos, Odor cetónico – “maçã raineta”; Sonolência; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 75 Respiração QUEusswall; COMA. Tratamento insulina + ingestão de líquidos Intervenções de enfermagem: o Efectuar balanço hídrico; o Monitorizar os sinais vitais; o Avaliar a glicemia capilar 1/1H e em SOS; o Avaliar a glicosúria e cetonúria 1/1H; o Efectuar colheita de sangue para análise; o Administrar soroterapia prescrita (soro fisiológico se glicemia 250mg/dl. Se <250mg/dl utilizar dextrose a 5% + soro fisiológico a 9%); o Administrar insulina rápida, como prescrita, o Efectuar cateterismo vesical (avaliar diurese 1/1H); o Exame neurológico sumário (estado de consciência, diâmetro pupilar e reacção fotomotora.); o Introduzir SNG de forma a prevenir a aspiração de vómito (elevada cetonémia provoca náuseas e vómitos); o Efectuar registos; o Apoiar outros técnicos; o Prestar apoio emocional ao doente e família. COMA HIPEROSMOLAR NÃO CETÓNICO: Desidratação intensa, hiperglicémia muito grave, ausência de acidose e presença de hipernatrémia; Causas: Iguais da cetoacidose; Infecções; Fármacos hiperglicemiantes; Tratamento: o Igual à cetoacidose; o Soluções hipotónicas (NaCl 0,45%); o Severo controlo da infusão de líquidos; o Se se perfudirem solutos glicosados as necessidades aumentam, o Também necessitam de QUE. Tratamento / Intervenções de enfermagem: Dieta: Fraccionamento das refeições; Evitar bebidas alcoólicas, Controle periódico do peso; Ingestão de uma alimentação proteica e hidrocarbonada adequada com restrição/abolição dos açúcares. Exercício físico (o individuo diabético que pratique desporto mais intenso deve trazer sempre consigo pacotes de açúcar e o cartão de diabético); Medicação anti-diabética: LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 76 Anti-diabéticos orais ou hipoglicemiantes orais: o Devem ser administrados no final das refeições para evitar a irritabilidade gástrica e outros transtornos digestivos; o Evitar o consumo concomitante de álcool, pois causa intolerância como rubor, palpitações e náuseas; o Administrar com precaução e controlo em doentes com insuficiência hepática e renal, pois são essas as vias de metabolização e eliminação. Insulina. Educação do diabético: Higiene: o Boca; o Órgãos genitais; o Pele; o Particularmente, os pés. Despiste de complicações – o diabético deve saber: o A que perigos está sujeito; o Causas que provocam essas complicações; o Conhecer os sinais e sintomas que as precedem; o Educar família para também poder e saber actuar; o Usar cartão de identificação de diabético, o Trazer sempre açúcar consigo. Autocontrolo da glicose: o Material para a avaliação da glicemia capilar: Algodão; Éter ou acetona (mais indicada), para a desinfecção antes da picada. Porém, o ideal será a lavagem das mãos com água e sabão; Lanceta ou “picador”; Fitas reagentes – BM Test; Pipetas; Glucómetro – idealmente aspirativo, Álcool – para desinfecção após a colheita. Na zona abdominal é hepatotóxico; Livro/diário do diabético. o Material para pesquisa da glicosúria e cetonúria: Taça limpa e descontaminada ou copo descartável; Embalagem de fitas reagentes com tabela/escala de avaliação integra e em perfeitas condições de leitura; Tira de teste; Luva descartável; Recipiente para sujos; Livro/diário do diabético para efectuar registo. Diabetes e a gravidez. Insulinoterapia: Tipos de insulina: Quanto à duração da acção. o De acção rápida (únicas com aspecto cristalino e que podem ser administradas pelas três vias – IM, EV ou subcutânea) – actrapid; o De acção intermédia – protaphane, monotard, insulatard; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 77 o De acção lenta – ultrard, comb 25; o Mista – mixtard (10,20,30,40 ou 50%). Dosagem/concentração: 1ml = 100U Vias de administração: Subcutânea – é a mais utilizada com seringa ou caneta; IM ou EV – absorção mais rápida. Só insulina rápida e em situações especiais, normalmente urgentes. Locais de administração subcutânea: Região periumbilical ou mesogástrica; Terço médio do antebraço; Região anterior e lateral do terço médio da coxa; Quadrante superior externo do glúteo. Técnica de administração: Lavar as mãos; Agitar suavemente o frasco de insulina, se for de acção intermédia ou lenta; Limpar topo do frasco com álcool; Encher a seringa com uma dose de ar igual à dose de insulina necessária; Injectar o ar no frasco; Inverter o frasco e aspirar suavemente a quantidade exacta de insulina que se vai administrar. Se houver borbulhas de ar, deve-se retirá-las, podendo-se aplicar suaves pancadas na seringa até estas desaparecerem; Proceder à injecção. Porém, deve-se ter em conta ao tamanho da agulha; Se agulha tiver 14mm de comprimento, deve-se fazer uma prega cutânea e inserir a agulha num ângulo de 45º. Porém se o paciente for obeso, deve-se introduzir a agulha perpendicularmente; Se a agulha tiver 11mm, inserir a agulha perpendicularmente à pele, sendo dispensável a prega cutânea; É importante introduzir sempre a agulha toda pois só assim se terá a certeza que esta atingiu o tecido subcutâneo, onde a absorção será a correcta; Aspirar, para verificar se se atingiu algum vaso; Retirar a agulha num movimento rápido, cobrindo a zona com algodão. Não friccionar a zona, pois aumentará a absorção. Conservação da insulina: Guardar, preferencialmente, à temperatura de 4ºC (frigorífico). À temperatura corporal (37ºC) todas as insulinas perdem alguma actividade. Acima dos 50ºC, já não possui actividade; Cada frasco, não deve durar mais do que 2 a 3 semanas. Devido à progressiva degradação da insulina deve-se desperdiçar o resto depois deste prazo; Notas: LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 78 Cuidado com a dose; Se for necessário combinar 2 tipos de insulina, misturá-las só na seringa; Deve-se alternar o local de administração porque a aplicação no mesmo local pode provocar um lipodistrofia impedindo a absorção de insulina; Ao escolher-se zona de injecção de insulina, deve-se ter em conta o dia e o local afectado com a realização de exercício, visto que este acelerará a acção da insulina. Prevenção: As causas mais evidentes são os erros alimentares e o sedentarismo; Deve-se fazer profilaxia em especial das pessoas de risco: Familiares diabéticos; Pessoas muito obesas; Pessoas que emagreceram em pouco tempo; Pessoas que urinam muito e bebem muita água; Que têm feridas que não curam; Que sintam a visão perturbada; Mães que tiveram bebés com peso excessivo. Para não ser diabético: Não comer demais, comer apenas o que precisa para a sua idade. O que se come a mais não dá força – faz doença; Não se deixar engordar; Não abusar de açúcar nem guloseimas; Fazer exercício com regularidade. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 79 7. AFECÇÕES ONCOLÓGICAS Diferença entre tumores benignos e malignos Características Diferenciação Crescimento Rapidez de crescimento Metástases / Outras característica Ameaça ao hospedeiro T. Benignos - Estrutura em geral típica do tecido de origem - Lento e restrito. Permanece encapsulado - Lento e progressivo, não destruindo os tecidos à volta - Pode deter-se ou regredir - Figuras de mitose normais e escassas - Ausentes - Cura após ablação cirúrgica - Depende do tamanho e localização - Pode causar pressão sobre órgãos vitais ou obstruir 1 vaso T. Malignos --Estrutura geralmente atípica, indiferenciada, imperfeita - Geralmente rápido, infiltrativo assim como expansivo - S/ cápsula - Pode ser rápido com muitas figuras de mitoses anormais - Crescimento destrutivo - Presentes frequentemente - Tenta recidivar após a extracção - Ameaça a vida devido à sua proliferação destrutiva e formação de neoplasias secundárias Classificação dos tumores Sistema TNM T – tamanho ou extensão do tumor N – presença ou ausência e extensão de metástases nos gânglios linfáticos regionais M – ausência ou presença de metástases à distância Nomenclatura dos tumores Nomenclatura dos tumores benignos • De origem mesenquimatosa – classificam-se histogeneticamente apondo-se o sufixo OMA ao tipo de célula a partir da qual se originam. Angioma – origem nos vasos sanguíneos Rabdomioma – origem no músculo estriado Fibroma – origem no tecido fibroso Lipoma – origem no tecido gordo Condroma – origem no tecido cartilagíneo Osteoma – origem no tecido ósseo Leiomioma – origem no tecido muscular liso … • De origem epitelial – são classificados de modo variado, alguns com base nas suas células de origem, outros de acordo com a sua arquitectura microscópica, ou ainda de acordo com o aspecto macroscópico. Assim temos: Adenomas – neoplasma epitelial benigno que forma arranjos glandulares, ou que deriva de glândulas LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 80 Papilomas ou pólipos – são tumores que produzem macro ou microprojecções em forma de dedo ou outra, a partir do epitélio de superfície Quistos, cistos, cistomas ou cistodenomos – são colecções líquidas geralmente esféricas contidas por uma membrana s/ epitélio. Nomenclatura dos tumores malignos • De origem mesenquimatosa – são classificados geralmente por sarcomas e a designação específica relaciona-os com a sua histogénese. Fibroadenoma – origem nos tecidos fibróticos Rabdomiossarcoma – origem no músculo estriado Osteossarcoma – origem no tecido ósseo • De origem epitelial – são classificados geralmente de carcinomas, no entanto podem assumir designações mais detalhadas. Adenocarcinoma - apresentam microscopicamente arranjo glandular Carcinoma das células escamosas ou carcinoma epidermóide – originário de qualquer epitélio pavimentoso e estriado 7.1. QUIMIOTERAPIA Efeitos tóxicos dos citostáticos: Imediatos Choque, náuseas, vómitos, erupção cutânea com prurido, hipertermia Mesmo dia Vómitos, alergia, hipertermia, cefaleias, cardiotoxicidade, sabor metálico na boca, dor local do tumor 24 Horas Náuseas, vómitos, desequilíbrio hidroelectrolítico, secura da boca, perda de sabor, anorexia, dor no local do tumor 48 Horas Náuseas, vómitos, anorexia, desequilíbrio hidroelectrolítico, leucopenia, hiperuricémia 72 Horas Leucopenia, alterações gastrointestinais (diarreias, estomatites) 1 Semana Leucopenia, alterações gastrointestinais, obstipação, cistite, síndroma gripal, hipertermia 2 Semanas Alopecia, obstipação, cistite Tardios Alopecia, hiperpigmentação da pele e unhas, acne, fotossensibilidade, nefrotoxicidade, hepatotoxicidade Preparação física do doente: • Pesar o doente para determinar a área corporal • Avaliar SV para posterior comparação com outros valores • Colher espécimes para análise • Avaliar o estado geral do doente no que se refere ao estado nutricional, higiene oral, integridade muco-cutânea… • Atender ao facto de que se existirem queixas como hipertermia ou diarreia devem ser comunicados ao médico antes da administração • Fazer a leitura do ECG do dia anterior no caso do doente ir fazer Rubidomicina ou Adriblastina, pois estes fármacos são cardiotóxicos • Interpretar valores laboratoriais, nomeadamente os hematológicos Valores hematológicos mínimos para a administração de citostáticos: Hg – 9 a 10 % GB – 3000 a 3500 GV – 3000000 Plaquetas – 90000 LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 81 O enfermeiro e a administração de citostático: • Após a preparação psicológica do doente e estudo físico adequado, o enfermeiro deve instalá-lo de acordo com a sua preferência de modo a que o doente se sinta confortável • Apoiar devidamente o membro a puncionar • Se necessário equipar-se com bata, luvas, óculos e touca • Seleccionar a veia a puncionar, esta deve ser de bom calibre • A veia é puncionada com agulha (butterfly) ou cateter e é colocado, inicialmente, 1 soro s/ citostático • Evitar as veias que foram utilizadas à pouco tempo para a administração de citostáticos • Respeitar a rotatividade dos locais de punção • Evitar puncionar 2 xs seguidas a mesma veia • Utilizar material de punção adequado ao calibre da veia • Fixar a agulha ou cateter s/ tapar o local da punção • Verificar se a agulha se encontra na veia, aspirando 1 pouco de sangue e se necessário injectar 5 cc de soro • Se houver extravasamento deve puncionar-se outra veia, lateral ou proximal • Deixar correr o soro utilizado durante alguns minutos, sendo esta a altura de administrar antieméticos e/ou sedativos (quando prescritos) • Trazer para junto do doente os medicamentos no tabuleiro devidamente preparado • Deve suspeitar-se de extravasamento sempre que o doente se queixar de sensação de queimaduras, dor tipo picada • Entre a administração de 2 drogas diferentes e no final da sessão, deve proceder-se à lavagem da veia com NaCl 0.9% ou outro soro • Proteger as perfusões da luz, com recurso a sacos pretos para o frasco e sistemas de soros adequados (opacos) • Depois de retirar a agulha ou cateter fazer ligeira compressão no local e colocar 1 penso. Não flectir o cotovelo • Utilizar recursos disponíveis para minimizar os efeitos secundários: garrote cefálico, capacete hipotérmico… • Proteger traços venosos utilizados, através da aplicação de heparina • Reunir todo o material utilizado, separa-lo e fazer cumprir as normas de tratamento de resíduos tóxicos • Efectuar registos 7.2. FISIOPATOLOGIA DA MORTE Testes aos reflexos cerebrais para diagnóstico de Morte Cerebral: • Ausência de reposta pupilar à luz • Ausência de reflexos da córnea • Os reflexos vestíbulo-oculares são considerados ausentes quando 20 ml de água gelada é injectada dentro do meato auditivo • Ausência de resposta a estímulos dolorosos na área de distribuição dos nervos cranianos • Ausência de reflexos a estimulação dos brônquios pela passagem de uma sonda de aspiração, pela traqueia • Ausência de movimentos respiratórios quando o doente é desligado do ventilador, na presença de uma PaCO2 arterial de 50 mmHg, que assegurem 1 estímulo adequado para a respiração LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 82 Avaliação dos sinais de morte iminente: Cinco modificações: • Perda de tonicidade muscular • Diminuição do peristaltismo • Diminuição do fluxo circulatório • Mudança no padrão respiratório • Diminuição da capacidade sensorial Quando a morte está quase iminente, as pupilas do indivíduo tornam-se fixas e dilatadas; há 1 aumento do pulso, fraco e por vezes irregular; estabelece-se o padrão respiratório de CheyneStoke; diminui a pressão arterial; os reflexos estão ausentes e a pessoa é incapaz de se mover. Pouco antes da morte, a respiração e batimentos cardíacos podem tornar-se muito espaçados até que, finalmente, se extinguem. 7.3. CUIDADOS PÓS MORTE • Materiais necessários: - Resguardos de celulose - Lençóis limpos (2) ou saco para cadáveres se existir - Bacia; esponjas de higiene; sabão higiene; toalhas - Algodão ou compressas; espátulas; adesivo; ligaduras (10 cm) - Material para executar pensos - Pulseiras de identificação/rótulos/fichas de identificação de cadáveres - Certificado de óbito, ficha clínica ou processo clínico. Livro de registos de óbitos. Outros documentos a preencher - Recipiente para lixos e roupas sujas • Passos a seguir na execução da múmia: - Certificação do óbito - Retirar roupas, próteses e outros bens materiais, proceder ao seu inventário, guardá-los ou entregá-los à família. Fazer o espólio e entregar no secretariado, à família ou acompanhantes LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 83 8. SINAIS VITAIS Sinal vital Idade • Frequência respiratória • • • Pulso Tensão arterial Recém nascido Adolescente Adulto Idoso • Recém nascido • • • • • • Adolescente Atleta Adulto Idoso Recém nascido Adolescente • 20 aos 24 (H e M) • 30 aos 34 (H e M) • 50 aos 54 (H e M) • Idoso (H e M) • • • • • • • • • • • • • • • • • Recém nascido • • Temperatura • Adulto • • • • Idoso • Valores 35 a 40 ciclos por minuto 16 a 20 comm 12 a 20 comm 12 a 20 comm 120 a 160 batimentos por minuto 60 a 100 bat/m 50 a 100 bat/m 60 a 100 bat/m 60 a 100 bat/m 80/45 mmHg 110/65 mmHg 122/75 e 115/70 mmHg 128/80 e 129/70 mmHg 132/82 e 136/82 mmHg 140/84 e 158/83 mmHg Axial: 36,6ºC a 37,2ºC Rectal: 36,6ºC a 37,2ºC Oral: 36,5ºC a 37,6ºC Axial: 35,5ºC a 36,6ºC Rectal: 37,6ºC a 38,6ºC Oral: 36,1ºC a 37,2ºC Cor da caneta Preto (depende do estabelecimento) Vermelho (depende do estabelecimento) Verde (depende do estabelecimento) Azul (depende do estabelecimento) Pulso: Locais de avaliação mais comuns: o Apical (no ápice do coração, no 4º ou 5º espaço intercostal esquerdo) o Carotídeo (na carótida, ao longo do pescoço) o Braquial (na artéria braquial, na face anterior do cotovelo) o Radial (palpável ao longo do rádio, na face anterior do punho o Há, ainda, temporal, femural, poplíteo, tibial e dorsal pedioso LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 84 Respiração: Respiração normal Taquipneia Bradipneia Apneia Hiperpneia Hiperventilação Hipoventilação Frequência respiratória (FR) de 12 a 20 ciclos/minuto FR > 20 comm FR < 12 comm ou < que o normal do indivíduo Ausência de fluxo de ar nos pulmões Normal intenso no exercício Raramente se verifica sem aumento da frequência respiratória Movimentos respiratórios superficiais Associada a ansiedade, Respiração com suspiros dispneia e síndrome de hiperventilação Respiração de CheyneStequees Padrão respiratório obstrutivo • • • • • Padrão cíclico de movimentos respiratórios progressivamente mais profundos seguidos de outros mais superficiais e apneia Aumento gradual do nível do fim da expiração, durante uma respiração forçada e rápida Tensão arterial: Erros que levam a valores elevados: o Braçadeira estreita e/ou laça o Medição após refeição, fumar ou com a bexiga distendida o Inclinação do manómetro de mercúrio para trás o Desinsuflar muito devagar o Braço abaixo do nível cardíaco Erros que levam a valores diminuídos: o Braçadeira larga o Manga a fazer garrote proximal o Inclinação do manómetro de mercúrio para a frente o Braço acima do nível cardíaco o Não encher suficientemente a câmara de ar Temperatura: Febre baixa: >37,1ºC e <38,2ºC Febre alta: >38,2ºC Hiperpirexia ou hipertermia: >40,0ºC LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 85 • • • Sintomas relativos à temperatura elevada: o Pele quente e rosada o Irritabilidade o Olhos vidrados e sensíveis à luz o Aumento da sudação o Cefaleia o Pulso e frequência respiratória acima do normal o Convulsões em bebés e crianças pequenas Hipotermia: o Suave - >33,0ºC e <36ºC o Moderada - >30,0ºC e <33,0ºC o Grave - >27ºC e 30ºC o Profunda - < 27ºC Sintomas relacionados com hipotermia: o Tremores o Pele pálida e fria o Intumescimento da pele o Dificuldade de coordenação muscular o Apatia o Pulso e frequência respiratória abaixo do normal o Ritmo cardíaco irregular o Redução da capacidade de sentir dor ou outras sensações Dor/Algia: 1. Definição Experiência, sensorial e emocional, desagradável, associada a lesão tecidual, real ou potencial, ou descrita em termos dessa lesão. Logo, é multidimensional e absolutamente subjectiva, apenas pode ser descrita por quem a sente. A dor é uma experiência aprendida, influenciada pela situação e relacionada com o indivíduo a nível pessoal, social, cultural e até religioso. Varia de indivíduo para indivíduo e até mesmo no próprio indivíduo. 2. Classificação, de acordo com: 2.1. Tipo/Causa fisiológica Superficial Características Pele e tecido subcutâneo Tipo Aguda, fina, tipo picada, ou queimadura Aguda ou imprecisa e tipo pontada, difusa Fácil Não Corte, abrasão, calor ou frio excessivo, produtos químicos Difícil Não Corte, pressão, calor, isquémia, luxação óssea Localização Dor reflexa1 Estímulos que a provocam 1 Tipo Somática Músculos profundos e ossos Visceral Órgãos internos Aguda ou imprecisa e tipo pontada, tipo cãibra Difícil Sim Distensão, isquémia, espasmos, Dor sentida em áreas que não as estimuladas por lesão ou doença. A dor reflexa ocorre, geralmente, em estruturas que se desenvolvem a partir do mesmo dermatoma. INSERIR_FIG 12-4 pág. 372 LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 86 químicos irritantes (não, cortes) Reacções autónomas Contracções musculares reflexas Nenhumas Sim Sim2 Nenhumas Sim Sim Dor psicogénica – dor para a qual não se tenha encontrado uma situação patológica, ou em que a dor pareça ter base mais de ordem psicológica do que física. Dor neuropática – dor com origem em lesão do sistema nervoso. • Dor fantasma – dor experimentada depois da remoção cirúrgica de um membro. • Nevralgia – dor com distribuição nervosa, segmentar ou periférica. Inflamação de um nervo. Intensidade Existem várias escalas de intensidade da dor, entre as quais, as mais comuns são: • Escala de McGill 1 - Ausência de dor 2 - Dor suave/ligeira 3 - Dor desconfortante 4 - Dor angustiante/terrível 5 - Dor horrível 6 - Dor insuportável 2.2. • Escala numérica 0 Sem dor • 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A pior dor que se possa imaginar Escala visual analógica (EVA)3 Ausência de dor 2.3. 2 Ligeira Moderada Forte Difícil de suportar Frequência • Intermitente • Muito frequente • Frequente • Pouco frequente • Contínua Frequentemente acompanhada de náuseas, vómitos e outros sintomas autonómicos. Recomenda-se uma base de 10cm para as escalas numérica e visual analógica. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 87 2.4. Duração Aguda Inicio Geralmente, súbito Duração Transitória (até 3 meses)4. Tempo de cicatrização ou cura. Fonte Lesão tecidual, processo inflamatório… Localização da dor As regiões dolorosas distinguem-se das não dolorosas. Sinais clínicos 4 Crónica Pode ser súbita (começar como aguda) ou de desenvolvimento insidioso Prolongada (meses a anos). Desconhecida ou impossível de determinar (por exemplo, cancro) Difusa; Não se distinguem muito bem as regiões dolorosas das não dolorosas; a intensidade torna-se mais difícil de ser avaliada (alteração na sensação). Geralmente, acompanhada de aumento da tensão muscular e da ansiedade. Pode provocar sinais de hiperactividade simpática, tais como: • Aumento da TA • Aumento do pulso • Aumento da profundidade e da frequência da respiração • Tensão muscular (cara, corpo) Geralmente, não há • Náuseas e vómitos (se alteração nos sinais vitais a dor for severa) (adaptação). • Taquicardia • Dilatação pupilar • Diaforese, palidez • Estimulação da secreção medular das supra-renais Sinais comportamentais: • Posição corporal rígida • Agitação • Franzir as sobrancelhas • Dentes cerrados • Punhos cerrados • Choro A dor aguda quanto à duração ainda pode ser subdividida em: Subaguda se persiste durante um período de dias e semanas, ou então em Aguda Recorrente se compreende acessos periódicos, podendo conhecer-se ou não a situação patológica subjacente. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 88 Objectivo • gemido Aviso de que algo não está bem. Padrão Auto controlável ou prontamente corrigida Prognóstico Possibilidade de alívio, por fim. Outras características Violenta e repentina. Inexpressivo; sem objectivo. Contínua ou intermitente; a intensidade pode variar ou permanecer constante. Geralmente, não é possível o alívio total. Caracteriza-se pela irritabilidade, sentimento de impotência e desespero. 3. Plano de Cuidados 3.1. Resultados esperados (que o doente…) • Refere que a dor diminui de intensidade numa escala de 0 a 10. • Apresenta expressão facial relaxada e também um certo relaxamento na posição corporal, e participa nas actividades. • Fala das suas preocupações sobre pedir ajuda e tomar analgésicos. • A pessoa com dor crónica é capaz de: o Apresentar planos de participação nas terapias em curso. o Apresentar planos de aumento da independência em actividades diárias. o Identificar formas de apoio e ajuda. • Verbalizar factores que alteram a dor e mediadas efectivas de controlo. • Se há possibilidade de o doente vir a ter dores depois da alta, o doente ou pessoa significativa são capazes de: o Indicar como, quando e durante quanto tempo, aplicar calor ou gelo, ou fazer exercício para alívio da dor. o Falar sobre os fármacos prescritos. o Referir quando procurar assistência médica, se a dor não sofrer alívio como esperava. 3.2. Intervenções de enfermagem 3.2.1. Dor aguda • Planeamento do tratamento da dor o Avaliar a dor, de forma sistemática. Perguntar, com regularidade, se está a sentir dores; o Dar autoridade ao doente e sua família, ou seja, permitir-lhes que controlem, o mais possível, o curso dos acontecimentos. • Administrar terapêutica para prevenir, ou minimizar, a dor antes de prestar cuidados, isto se for possível prever a dor. • Estimulação cutânea o Massagem, da região envolvida ou de regiões contra laterais; o Hidromassagem; o Acupunctura; o Utilização do calor e do frio: Explicar as opções existentes, e fazer o doente escolher a alternativa que vai ser usada. Raramente, o gelo é a escolha de eleição do doente, amas talvez seja melhor que o calor para alívio da dor. LIVRO DE ESTÁGIO • • Pág. 89 Aplicar o calor ou o frio, directamente no local da dor; se não for possível fazê-lo, então podem ser usados: • À volta do local doloroso; • Entre a zona dolorosa e o cérebro; • Para além da zona dolorosa; • No lado oposto do corpo, a partir do local da dor; • Nos pontos desencadeares da dor ou para acupunctura. Posicionamento o Encorajar o doente, imobilizado ou com uma parte do corpo provida de ortótese, a fazer exercícios passivos e/ou activos. o Usar um lençol para fazer a alternância de decúbitos; o Ao ajudar o doente a mudar de posição colocar uma almofada sob a articulação dolorosa; o Ao manipular uma extremidade, suportar os membros nas articulações e não nas protuberâncias musculares; o Usar colchões de pressão alterna ou de água em doentes com dor forte, generalizada ou do tronco. o Evitar embater na cama ou fazê-la mover abruptamente; o Evitar que a roupa da cama toque na(s) extremidade(s) dolorosa(s); o Ajudar nos movimentos e avaliar a flexibilidade articular; Alteração do ambiente o Passar o doente para um quarto mais sossegado, longe do centro de actividade; o Reduzir luzes intensas; se a luz solar for intensa, correr estores, persianas ou cortinas; o Quando a dor for severa, reduzir ao mínimo as interacções verbais; o Encorajar os outros doentes a usarem auriculares ou reduzir o som da TV ou do rádio; o Controlar o número de pessoas que entrem no quarto do doente, segundo os desejos deste; o Explorar o efeito da música suave ou fitas gravadas com sons da natureza; o Utilização da sofrologia, isto é, utilização de imagens para a melhoria do estado fisiológico, mental, da auto-estima, ou do comportamento. Promove o relaxamento. Por exemplo, pode-se usar imagens de um fogo em extinção gradual, para acrescentar um nível de controlo consciente à experiência da dor. 3.2.2. Dor crónica Abordagens mais comuns ao controlo holístico da dor crónica: Modificação comportamental (com aprovação do doente); Fármacos: AINE, antidepressivos tricíclicos, e opiáceos; Prescrições de exercícios e actividade; Hipnose, acupunctura ou outras estratégias cognitivas/comportamentais; Ensino à famíla sobre o apoio a objectivos/actividades, planeados. 3.3. Avaliação Doente: o Avalia a intensidade da dor como 4, numa escala de 0 a 10. o Refere não ter dor antes da próxima dose de analgésico, ou que sente dor ligeira, aceitável. o Mobiliza-se para as AVD, e participa nelas, pacientemente e revelando satisfação. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 90 o Não está a ter efeitos secundários, como obstipação ou náuseas. o Pede ajuda, para alívio da dor, quando necessário. o Participa num programa holístico da dor crónica. o É independente nas AVD’s, no trabalho, em actividades familiares, e no lazer. o Avalia, com rigor, a necessidade de mais programas e apoios. Doente e família: o Sabem como usar várias medidas não farmacológicas de alívio da dor, como por exemplo a utilização do calor e do frio no domicílio. o Indicam, com toda a precisão, a acção, os efeitos secundários, a dosagem e a frequência de todos os fármacos. o Referem quando, e onde, ir procurar auxílio se a dor não for aliviada como esperam. 4. Prevenção Na prevenção da dor o utente é o principal interessado e o plano de actividades deve ser elaborado com a sua colaboração, pois só através da sua participação é possível uma prevenção/controlo eficaz da mesma. Estimulação cutânea Estratégias cognitivas Diminuição da ansiedade Técnicas de distracção Promover o conforto Sono Calor Frio Massagem Pressão Vibração Exercícios de relaxamento Respiração rítmica Hipnose Biofeedback (concentração mental) Pensamento positivo Ensinar o utente a avaliar/controlar a dor Incentivar a participação do utente Ensinar medidas para alívio da dor não medicamentosa, medicamentosa e cuidados a ter Encaminhar o utente para a Consulta da dor Ver TV Visitas Evitar fadiga Música/dança Actividade moderada Evitar sobrecarga sensorial Convívio família/amigos Massagem Posição adequada (mudar frequentemente) Mobilização adequada Ambiente agradável (temperatura, ruído, odores, decoração) Se necessário ajudar na higiene) Períodos de actividade intercalados com períodos de repouso Toque terapêutico Planear os tratamentos/actividade de modo a que este não seja interrompido Ambiente confortável e sossegado (luz de presença, ruídos reduzidos, posição confortável, medicação) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 91 9. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA N.A.N.D.A. SEGUNDO AS 14 NECESSIDADES BÁSICAS DE VIRGÍNIA HENDERSON 1. RESPIRAR - Alteração das trocas gasosas - Incapacidade para manter a respiração espontânea - Limpeza ineficaz das vias aéreas - Alto risco de asfixia - Alto risco de aspiração (auto-aspiração) 2. ALIMENTAR-SE E HIDRATAR-SE - Alteração da nutrição: por defeito - Alteração da nutrição: por excesso - Risco potencial de alteração da nutrição por excesso - Défice de auto cuidados: alimentação - Défice de volume de líquidos - Alto risco de défice de volume de líquidos - Alteração da deglutição - Excesso de volume de líquidos - Amamentação materna ineficaz 3. ELIMINAÇÃO - Alteração da eliminação urinária - Défice de auto cuidados: uso do WC - Diarreia - Obstipação - Obstipação crónica - Obstipação subjectiva - Incontinência fecal - Incontinência urinária de esforço - Incontinência urinária de urgência - Incontinência urinária funcional - Incontinência urinária reflexa - Incontinência urinária total - Retenção urinária 4. MOVIMENTAR-SE, CONSERVAR UMA BOA POSTURA - Alteração da mobilidade física - Alto risco de deterioração da integridade cutânea - Alto risco de disfunção neurovascular periférica - Diminuição do trabalho cardíaco - Alteração da perfusão tecidual (especificar o tipo) 5. DORMIR, REPOUSAR - Alteração do padrão de sono - Fadiga - Intolerância à actividade - Alto risco de intolerância à actividade 6. VESTIR-SE E DESPIR-SE - Défice de auto cuidados: vestir-se/despir-se LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 92 7. MANTER A TEMPERATURA CORPORAL NOS LIMITES NORMAIS - Alto risco de alteração da temperatura corporal - Hipertermia - Hipotermia - Termorregulação ineficaz 8. ESTAR LIMPO, ASSEADO, PROTEGER PELE E MUCOSAS - Alteração da mucosa oral - Défice de auto cuidados: banho/higiene - Deterioração da integridade cutânea - Alto risco de deterioração da integridade cutânea - Deterioração da integridade tecidual 9. EVITAR PERIGOS - Afrontamento defensivo - Alto risco de auto-lesão - Ansiedade - Baixa auto-estima crónica - Baixa auto-estima situacional - Desatenção unilateral - Deterioração da adaptação - Disreflexia - Dor - Dor crónica - Duelo antecipado - Negação ineficaz - Negação a seguir ao tratamento - Alto risco de infecção - Alto risco de intoxicação - Alto risco de traumatismo - Alto risco de violência (lesões a outros) - Resposta pós-traumática - Síndrome traumático de violação - Temor/medo - Transtorno da auto-estima - Transtorno da identidade pessoal - Transtorno da imagem corporal 10. COMUNICAR COM OS SEUS SEMELHANTES - Alteração dos processos familiares - Afrontamento familiar inefectivo - Alto risco de afrontamento familiar - Isolamento social - Alterações sensoperceptivas: visuais, auditivas, tactéis - Deterioração da comunicação verbal - Deterioração da interacção social - Síndrome de stress de transferência 11. ACTUAR DE ACORDO COM AS SUAS CRENÇAS E VALORES - Desespero - Impotência - Sofrimento espiritual LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 93 12. PREOCUPAR-SE POR SER ÚTIL E REALIZAR-SE - Alteração do crescimento, desenvolvimento - Alteração dos padrões de sexualidade - Alteração do desempenho do papel - Alteração parental - Alto risco de cansaço no desempenho do papel de cuidador - Condutas geradoras de saúde (especificar) - Conflito de decisões (especificar) - Conflito do papel familiar - Dificuldade em manter a saúde - Dificuldade de mantimento do lar - Disfunção sexual - Manuseamento inefectivo do regime terapêutico (individual) - Risco potencial de alteração parental 13. RECREIO E LAZER - Défice de actividades recreativas 14. APRENDIZAGEM - Alteração dos processos de pensamento - Défice de conhecimentos (especificar) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 94 10. PROCESSO DE ENFERMAGEM FASE Colheita de dados Diagnóstico de enfermagem Planeamento Implementação Avaliação • • • • • • • • • • • • ACÇÕES Observação Entrevista Consulta do processo clínico Informações da família Identificação de um problema (P) Definição dos factores causais (E) Definição dos sinais e sintomas (S) Definição de prioridades Estabelecimento de objectivos e resultados esperados Determinação das intervenções no plano de acções (prevenção, redução, eliminação) Execução das acções – registos da evolução Verificação da obtenção dos resultados esperados LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 95 11. EXAME NEUROLÓGICO Papel do enfermeiro: Preparação do doente: o Psicológica: Explicar ao doente de que tipo de exame se trata; Importância da sua realização; Necessidade da sua participação na execução do exame. o Física: Banho geral, se necessário; Cuidados redobrados com regiões corporais mais específicas que poderão ser pesquisadas, nomeadamente ouvidos e boca. Preparação do ambiente: o Providenciar ambiente calmo e com privacidade devido à necessidade de despir o doente; o Temperatura do local do exame (ambiente aquecido). Preparação do material: o Lanterna o Oftalmoscópio o Esfingnomanómetro o Espátulas o Martelo de reflexos o Bolas de algodão Colírios midriáticos Diapasão Fita métrica Dinamómetro Alfinete ou agulha 2 tubos de ensaio ou similar, com água quente ou gelo Substâncias facilmente o Substâncias facilmente reconhecidas pelo cheiro reconhecidas pelo gosto (sal, (tabaco, café, éter, açúcar…) perfume…) Execução do exame: Os pontos essenciais na avaliação neurológica são: estado de consciência; tamanho e reacção pupilar; movimentos e reflexos oculares; padrão de resposta motora (motilidade). Mas para ser completo tem que contemplar os seguintes aspectos: sensibilidade; coordenação; pares cranianos. Ordenação do exame: Estado Mental – indicador da gravidade da lesão e da evolução do estado clínico dos doentes; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 96 ESCALA DE COMAS DE GLASGOW (avalia o Índice de Reactividade) Espontânea À ordem verbal À dor6 Nenhuma Abertura dos Olhos5 Resposta Motora Obedece a ordens Localiza a dor Movimentos de retirada7 Flexão (anormal)8 Extensão (anormal)9 Sem resposta Resposta Verbal10 Orientada Confusa Inapropriada Incompreensível Nenhuma Mínimo = 3 Coma 7 Estrupor: 8-12 Obnibulação: 13-14 Normal (máximo) = 15 E4 E3 E2 E1 M6 M5 M4 M3 M2 M1 V5 V4 V3 V2 V1 Um diferencial de -3 nesta escala exige a intervenção urgente do médico por agravamento do estado neurológico. Fala/linguagem: Afasia Disfasia Disartria Disfonia Crânio – configuração e dimensões, palpação e percussão. Coluna Vertebral – configuração, motilidade activa e passiva, palpação e percussão. 5 Todo o factor que impeça a avaliação deste parâmetro (ex:hematomas, lacerações periorbitárias) deve ser anotado. 6 Por compressão do leito ungueal (fig.) com objecto rombo ou por compressão supraorbitária (fig.). 7 Se o doente se dirige ao local do estímulo para o afastar. Flexão do segmento corporal afectado com fuga ao estímulo, mas sem localização do mesmo (fig.). 8 Descorticação: adução com flexão e rotação interna dos membros superiores, podendo os membros inferiores reagir em flexão ou em extensão (fig.) reflecte uma lesão proximal. 9 Descerebração: extensão dos membros superiores e opistotonus, que associada a extensão rígida dos membros inferiores reflecte uma lesão profunda e grave mesencéfalo (fig.). Se associada à flexão dos membros inferiores lesões protuberanciais (fig.). 10 Todo o factor que impeça a avaliação deste parâmetro (ex. fracturas da face, entubação endotraqueal, mudos, estrangeiros, crianças, lacerações periorbitárias) deve ser anotado. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 97 Sinais de Lesão Radicular Teste Movimento Laségue Flexão coxo-femural com joelho em extensão. Laségue Invertida Hiperextensão coxo-femural com joelho em extensão, em decúbito ventral. QUEernig Como o Laségue. Brudzinsquei Flexão passiva da cabeça com o doente em decúbito dorsal. Comentário Dores referidas pelo dermátomo em caso de lesão (por compressão das raízes L4 a S1) ou estimulação meníngea. Dores referidas pelo dermátomo em caso de lesão por compressão de L1 a L4. Em caso de irritação meníngea origina flexão do joelho do membro que se avalia. Em caso de irritação meníngea origina flexão de ambos os joelhos. Sensibilidades Superficial Táctil (não descriminativa – tacto grosso) Dolorosa Profunda Proprioceptiva – sentido de posição no espaço Vibratória ou palestésica Descriminativa ou estereoagnósica – sensibilidade do volume, da dimensão, da qualidade capacidade de descriminação de um objecto pelo tacto (tacto fino) Alterações da sensibilidade Anestesia Hipoestesia Hiperestesia Analgesia Hipoalgesia Parestesia Desistesias Apalestesia Dermátomos • Dermátomos de referência: • C5 deltóide (ombro) • C7 dedo médio da mão • D4 mamilo • D7 apêndice xifoídeu • D10 umbigo • D12 virilhas • L3 rótula • L5 halux (dedo grande do pé) • S1 maléolo peronial e três últimos dedos do pé • S5 ânus LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 98 Coordenação – a finalidade desta parte é determinar se existe: Ataxia Cerebelosa disfunção cerebelosa (integração deficiente) Ataxia Estática: perturbação da coordenação motora que subserve a estática e o equilíbrio, e está na dependência de uma lesão mediana do cerebelo. Quando na vertical, o doente oscila, mostra-se instável e alarga a sua base de sustentação aquando a marcha. Em decúbito dorsal realiza todos os movimentos com normalidade. Ataxia Cinética: incoordenação dos movimentos intencionais que exijam um controlo mais fino, sobretudo nas mãos (membros superiores). Ataxia Sensitiva defeito sensorial (informação deficiente): incide sobre a estática e marcha tal como a ataxia cerebelosa estática. Só que só se torna evidente com os olhos fechados. Se o doente se desequilibra quando o faz, é indicativo de ataxia sensitiva ou então lesão cerebelosa. Nervo Óptico (II) – a sua avaliação é feita através de: o Acuidade visual o Fundoscopia = determinação do fundo ocular 1º Procurar o disco óptico (zona de emergência do nervo óptico) analisando: Cor – a retina circundante tem uma coloração avermelhada, sendo o disco de cor mais pálida (ligeiramente rosado). Bordos do disco – são bem definidos com um certo apagamento do bordo nasal. Alterações: Estase papilar ou edema papilar – traduz hipertensão intracraniana, o sendo que o disco óptico apresenta-se com coloração avermelhada e os seus bordos são imprecisos/indistintos. Atrofia óptica – traduz compressão ou secção do nervo, sendo que o o disco óptico apresenta uma coloração branca ou branco acizentado, e os seus bordos são demasiadamente nítidos e recortados. o Campos visuais Nervos motores do olho: o Nervo óculo-motor comum (III) – responsável pela contracção das fibras circulares (miose), fazendo sinapse com o SNA parassimpático. o Nervo patético (IV) – responsável pela contracção das fibras longitudinais (mídriase), fazendo sinapse com o SNA simpático. o Nervo óculo-motor esterno (VI) – responsável pela contracção das fibras longitudinais (mídriase), fazendo sinapse com o SNA simpático. Aspectos essenciais a avaliar relacionados com estes nervos: Tamanho e reacção pupilar – o diâmetro pupilar resulta do equilíbrio entre o simpático e o parassimpático (pupilas isocóricas). Deste modo, a perda da função de um deles vai causar anomalias pupilares que fornecem informações sobre o local da lesão (quadro). Midríase unilateral com perda do reflexo à luz – sinal de alarme nos TCE, já que pode ser provocado por compressão do III par na Lesão da herniação do lobo temporal. A causa mais comum desta via herniação é a existência de um hematoma intracraniano (lesão parassupratentorial em crescimento). simpática Midríase bilateral sem reacção à luz (pupilas fixas) – situação muitas vezes sugestiva de uma inadequada perfusão cerebral. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 99 Lesão da via simpática Miose unilateral com reacção à luz – provocada por uma lesão da via simpática em qualquer parte do seu trajecto. Miose bilateral (por vezes pupilas punctiformes) mantendo reacção à luz – provocada pela disfunção bilateral da via simpática, sugestiva de lesões ao nível da protuberância. Deve-se verificar a presença de anisocoria e do reflexo fotomotor (reactividade à luz) directo (por incidência da luz) ou consensual (por contracção da outra pupila). Movimentos oculares – a lesão simultânea dos 3 nervos origina oftalmoplagia. Motilidade Força Muscular – a diminuição da força muscular é o sinal motor mais importante. A força muscular deve ser quantificada segmento por segmento, quantificando-a em relação à força do examinador (opõe uma certa resistência), e comparando-a bilateralmente (comparando o lado direito com o lado esquerdo). Numa lesão Central (lesão TL – dos tratos longos ou do 1ºneurónio) os músculos mais fracos são os mais lesados (nos membros superiores são os extensores e nos membros inferiores são os flexores). Quando a lesão é Periférica (lesão TS – dos tratos segmentares ou do 2ºneurónio) é necessário fazer uma determinação maior e mais pormenorizada dos grupos musculares. Tabela do Medical Research Council – 1943 # Graus de Força Muscular # 0 1 2 3 4 5 Ausência de contracção – paralisia total E4soço de contracção visível ou palpável mas sem movimento Possibilidade de movimento activos sem a acção da gravidade Possibilidade de movimentos contra a gravidade mas não contra resistência adicional Possibilidade de movimentos activos contra a gravidade e resistência Força normal Reflexos – todos os reflexos osteotendinosos devem ser avaliados em decúbito dorsal. Profundos = miotáticos, periósticos, osteotendinosos ou proprioceptivos. Superficiais = nociceptivos Reflexos Patológicos Denominação do reflexo Estimulação Compressão Babinsky* Estimulação pela face plantar do pé, iniciando no calcâneo junto ao bordo externo e seguindo para a região das articulações metatarsico-falangicas. Comentário Extensão dorsal do 1ºdedo e abertura em adução dos outros 4 dedos em leque. Tem como significado lesão na via piramidal. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 100 Chaddoch Estimulação do bordo externo do pé distalmente e à volta do maléolo externo. Gordon Compressão dos gémeos. Oppenheim Estimulação pelo bordo anterior da tíbia na direcção distal. Schaefer Compressão do solear. * os mais importantes Tem a mesma resposta e significado do de Babinsquey e evita a maior sensibilidade da planta do pé. Tem a mesma resposta e significado do de Babinsquey. Tem a mesma resposta e significado do de Babinsquey. Tem a mesma resposta e significado do de Babinsquey. Tónus Muscular – avalia-se pelo grau de resistência, sendo que a movimentação passiva dos segmentos dos membros a que fornece mais elementos quanto ao tónus. Sendo assim: • Quanto > for a resistência e é o tónus • Quanto < for a resistência e >a amplitude do movimento < é o tónus Tonicidade Muscular – Escala de Ashworth (graus) I Sem aumento do tónus II Aumento súbito do tónus na mobilização passiva III Aumento persistente do tónus permitindo movimentos passivos IV Aumento intenso do tónus tornando difíceis os movimentos passivos V Movimentos passivos impossíveis pela hipertonicidade Alterações Hipertonia – aumento do tónus, sugestivo de uma lesão central (TL). • Espasticidade – aumento do tónus que apresenta flutuação durante o movimento passivo: primeiro o tónus aumenta lentamente, depois rapidamente até atingir um pico máximo. Ao continuar a forçar, o tónus descreve rapidamente (fenómeno ponta e mola ou de Clasp-QUEnif). Nas lesões TL pode dizer-se que é maior nos músculos mais fortes, revelando uma lesão piramidal. • Rigidez – aumento do tónus que não varia de intensidade durante o movimento, isto é, a resistência é constante, sendo igualmente distribuída entre os músculos agonistas e antagonistas. Revela uma lesão extrapiramidal. Hipotonia – perda total ou parcial do tónus, sugestivo de uma lesão periférica (TS). Numa lesão de evolução lenta é um sinal motor TS. Numa lesão de evolução rápida não é possível fazer qualquer inferência. Distonia – perturbação do tónus caracterizada por alternância súbita de hipo e hipertonia. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 101 12. ESCALA DE BRADEN Percepção sensorial (escala de Glasgow) Humidade§ Actividade Mobilidade Nutrição* Fricção e forças de deslizamento# 1. Completamente limitada: estado comatoso, tetraplégicos, 2. Muito limitada: 3. Ligeiramente hemiplégicos paraplégicos limitada ou cuidados intensivos (muito sedados) 1. Pele 3. Pele 2. Pele muito constantemenocasionalmen húmida te húmida te húmida 2. Sentado: não 3. Anda se mobiliza ocasionalmen sozinho, te: doente precisando de 1. Acamado: não com ajuda para faz levante alterações da passar da marcha, não cadeira para a é totalmente cama e viceautónomo versa. 3. Ligeiramente 1. Completamente limitado: 2. Muito limitada: imobilizado: poderá faz algum precisar de coma profundo movimento ajuda para se e / ou muito mas não altera sedado/ virar a sua posição ventilado completament e 2. Provavelmente 1. Muito pobre 3. Adequada inadequada 2. Problema potencial: pessoa que se 3. Nenhum 1. Problema mobiliza com problema dificuldade (ex.: após cirurgia) Nenhuma limitação 4. Pele raramente húmida 4. Anda frequentement e: mexe-se normalmente 4. Nenhuma limitação: faz os posicionament os que quer 4. Excelente § Indivíduo com fralda é classificado como indivíduo com ele húmida. * É preciso verificar o que come (assegurar que não há deficiência de nenhum nutriente – nova pirâmide alimentar), quando come, a quantidade de sólidos e líquidos (pelo menos 1,5l; em caso de sudorese excessiva tem que ser mais) ingeridos. # Nos estudos de prevalência, as lesões provocadas por fricção são consideradas úlceras de pressão. As protecções nos calcaneos ou debaixo do lençol não são considerados meios de prevenção de úlceras de pressão. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 102 As dimensões e score de cada parâmetro deve ser avaliado e interpretado individualmente, e a partir dessa avaliação efectuar o plano de intervenção em cada parâmetro (1 valor em nutrição requer uma intervenção diferente de 4 valores em forças de fricção). O score total é importante para ter uma noção do estado total do indivíduo – avaliação global do indivíduo/ ideia global do risco. A avaliação deve ser feita de 48/48 horas + SOS, isto é, se se verificar alterações deve-se proceder à avaliação. Para além dos parâmetros avaliados nesta escala, também se deve avaliar outros parâmetros, efectuando assim uma observação global. Normal: 23 Baixo risco:>16 Médio risco: 13-15 Alto risco: <13 Mapa de possíveis zonas de pressão: 1. Região occipital 2. Região escapular esquerda 3. Região escapular direita 4. Cotovelo (olecrânio) esquerdo 5. Cotovelo (olecrânio) direito 6. Sacro 7. Trocânter esquerdo 8. Trocânter direito 9. Calcâneo esquerdo 10. Calcâneo direito 11. Orelha direita 12. Orelha esquerda 13. Joelho direito 14. Joelho esquerdo 15. Maléolo externo direito 16. Maléolo externo esquerdo 17. Halux (dedo grande do pé) direito 18. Halux (dedo grande do pé) esquerdo LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 103 13. PREPARAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 13.1. PREVENÇÃO DE ERROS • • • • Ler cuidadosamente os rótulos dos medicamentos Questionar a administração de vários comprimidos ou frascos para uma única dose Esteja alerta para medicamentos com nomes similares Questione aumentos abruptos e excessivos nas doses • • • • • Verifique a vírgula decimal Quando 1 medicamento novo ou pouco familiar for prescrito, consulte uma fonte de informação Não administre 1 medicamento prescrito por meio de apelido Não tente decifrar letras ilegíveis Procure conhecer os pacientes que têm o mm nome ou sobrenome 13.2. COMPONENTES ESSENCIAIS DAS PRESCRIÇÕES • • • • • • • Nome completo do doente Data e hora da prescrição Nome do medicamento a ser administrado Dose Via de administração Hora e frequência da administração Assinatura da pessoa que prescreveu 13.3. TIPOS DE PRESCRIÇÃO Prescrições fixas – cumpridas até que o médico a cancele por outra ou até que se esgote o prazo de dias prescritos Prescrições em SOS – deverá ser aplicado qd o doente necessitar Prescrições fixas – para ser aplicado apenas uma vez num momento específico Prescrições imediatas – uma única dose de uma medicação dve ser administrada imediatamente e apenas uma vez 13.4. ABREVIATURAS COMUNS Abreviaturas Ad: lib. ãã a.c. d.c. p.c. b.i.d. ou 2 i.d. b.i.n. q.h. ou h/h q. q.s. s.o.s. p.r.n. caps. elix. ext. g. Significado À vontade; qd for desejado; livremente Partes iguais; de cada Antes das refeições Durante as refeições Após as refeições Duas xs ao dia Duas xs à noite De hora em hora Todas Quantidade necessária Se for o caso Conforme a ocasião o exigir; sempre que necessário Cápsula Elixir Extracto Grama LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 104 gt. non. rep. noct. o.d. ou i.d. o.h. o.n. h.s. pil. sol. ss. stat. tint. dieb. alt. dieb. sec. comp. drág. c.s. c.chá a.café c.sobremesa com s/ p.o. I.D. I.M. I.V. S.C. OD OS ou OE OU Gota Não repita À noite Diariamente Toda a hora À noite diariamente Na hora de dormir; ao dormir Pílula Solução Metade Imediatamente Tintura Em dias alternados Cada dois dias Comprimido Drágea Colher de sopa Colher de chá Colher de café Colher de sobremesa Com Sem Pela boca Na derme No músculo Na veia Por baixo da pele Olho dto Olho esq. Em cada olho Indicações de utilidade médica Unidades de medida para administração de medicamentos 1 colher chá ---------------------------------- 1cc 1 colher sobremesa ---------------------- 10cc 1 colher sopa=1 cálice licor ------------ 15cc 1 copo vinho ----------------------------- 100cc 1 chávena --------------------------------- 150cc Posologia segundo as diferentes idades • Dos 12 aos 18 anos 1/2 a 2/4 da dose para adultos • Mais de 18 anos 3/4 a 1/1 da dose para adultos II – Segundo o peso do corpo • Dose para criança (dose adulto x peso criança QUEg) / 10 I – Segundo a idade • Até 12 anos Partindo da dose para adultos, a dose será fraccionada como segue: nº anos / (nº anos + 12) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 105 13.5. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 13.5.1. Via Oral • Via Sublingual Absorção rápida. Evita passagem directa pelo fígado • Via Oral Exige que o doente seja capaz de deglutir o medicamento. Deve-se ter em atenção que: • Alguns alimentos, ou aditivos destes, estimulam ou inibem certas acções de medicamentos orais • A ingestão de determinados fármacos pode induzir problemas dietéticos • A presença ou ausência de alimentos no tubo GI interfere na administração de medicamentos por via oral Avaliação inicial: • Verificar estado de consciência • Verificar alteração da deglutição • Anotar náuseas e vómitos • Avaliar a existência de lesões na boca ou no esófago • Indagar da existência de alergias • Determinar o grau de conhecimento do utente, relativamente ao esquema terapêutico • Fazer uma avaliação completa dos aspectos específicos relacionados com o medicamento a administrar (ex: avaliação do pulso apical para verificar se a frequência cardíaca é > 60, antes de administrar 1 digitálico) • Fornecer informação acerca do medicamento Material: • Manual de medicamentos • Carro de terapêutica ou tabuleiro de medicamentos • Cartões de medicamentos, folha de terapêutica ou outros • Almofariz e pilão se necessário • Recipientes para medicamentos sólidos • Palhinhas • Copo com H2O • Toalhas de papel ou outros Intervenções: 1- Avaliar quaisquer contra-indicações que impeçam o doente de receber medicação por via oral: • Capaz de deglutir? • Está com náuseas/vómitos? • Foi diagnosticado como tendo inflamação intestinal ou redução do peristaltismo? • Foi submetido recentemente a cirurgia GI? • Está submetido a sucção gástrica? 2- Preparar o material e os acessórios necessários 3- Verificar a precisão e a correcção de cada cartão de medicamento/folha de terapêutica com a prescrição do médico (nome do doente e do medicamento, dose, via e hora de administração) 4- Preparação do medicamento LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 106 • • Lavar as mãos Preparar medicações para cada doente de cada vez. Mantenha os cartões para cada doente juntos. • Seleccionar os medicamentos correctos do armário ou da gaveta de dose única. Compara o rótulo do medicamento com a folha de terapêutica ou cartão. Mantenha os medicamentos agrupados por doente. 5- Efectuar a preparação de 1 medicamento de cada vez • Confrontar o medicamento retirado, da gaveta ou do armário, com ocartão ou folha de terapêutica. Primeira verificação: ler integralmente o rótulo, incluindo data de validade • Calcular a dose correcta de medicamento. Preparação da dose calculada. Verificar os cálculos com outro Enf., de acordo com o protocolo institucional. • Verter os medicamentos sólidos na tampa do frasco onde estão armazenados e depois no copo de medicamentos. Não retirar com os dedos. • Se se utilizar 1 medicamento embalado individualmente, ele deve ser mantido no invólucro e colocado no copo de medicação e ser aberto, imediatamente antes da administração • Todos os comprimidos ou cápsulas dados ao doente ao mm tempo podem ser colocados em 1 só copo de medicação, excepto aqueles que exijam uma avaliação prévia à administração (ex: pulso) • Se o doente tem dificuldade de deglutição, moer os comprimidos (almofariz + pilão). Colocar o comprimido moído no fundo do almofariz e misturar. Continuar moendo os fragmentos até que só reste 1 pó fino. Misturar o comprimido moído em pequenas quantidades de comida leve • Preparar os líquidos 1- Remover a tampa do frasco e colocá-la de lado 2- Segurar o frasco com o rótulo virado para a palma da mão, enquanto verte o seu conteúdo para 1 copo de medicação graduado 3- Segurar o copo da medicação na altura dos olhos e encher até ao nível desejado na escala 4- Desprezar o excesso de líquido numa pia. Limpar a boca do frasco com papeltoalha, antes de recolocar a tampa • Verificar de novo o rótulo do medicamento com o cartão ou folha de terapêutica Segunda verificação: assegurar que a dosagem foi correctamente calculada • Colocar o frasco de medicamento ou as unidades/dose não usadas no local adequado, lendo o rótulo Terceira verificação: verificar, novamente, o cartão 6- alteração ao passo 5, para ser utilizado com estupefacientes: • Antes de as dosagens serem retiradas é necessário contar as existências • Retirar a dosagem indicada • Contar as existências que restam • Registar, imediatamente, os dados necessários na folha de registo de estupefacientes 7- Colocar o cartão e o medicamento no tabuleiro de medicação, ou as folhas de terapêutica e medicamento no carro de terapêutica 8- Fechar o local onde os medicamentos são armazenados, antes de se ausentar 9- Dar os medicamentos ao doente de acordo com a hora determinada 10- Identificar o doente a quem se destinam os medicamentos 11- Avaliar previamente o doente, relativamente à adequação da administração de terapêutica (ex: pulso, TA) 12- Administrar os medicamentos • Explicar o propósito de cada medicação e sua acção ao doente. Permitir que o doente faça qualquer pergunta sobre os medicamentos LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 107 • • Ajudar o utente a sentar-se ou a levantar-se, se possível Administrar o medicamento de acordo com as necessidades do utente • Permitir que o utente tome os comprimidos ou cápsulas, 1 de cada vez ou todos juntos. Retirar os medicamentos embalados individualmente dos invólucros. Colocar os medicamentos na mão do utente ou dar-lhe o copo de medicação para a mão • Se o doente não for capaz de segurar os medicamentos colocar a borda do copo de medicação junto aos lábios do doente e introduzir delicadamente cada medicamento na sua boca, 1 de cada vez. Não tenha pressa. Ou calçando uma luva • Se o comprimido ou cápsula cair no chão, despreze-o e prepare outro igual • Oferecer líquidos para lubrificar a cavidade oral • Inclinar, ligeiramente, a cabeça do doente para deglutir os medicamentos e o líquido • Fazer com que o doente degluta pelo – 60 a 100 ml de líquidos, após a administração de medicamentos sólidos. Limitar a ingestão, caso exista restrição hídrica. Se indicado, fazer o registo na folha de balanço hídrico • Misturar medicamentos em pó com o devido líquido ao lado do leito e administrar • Dar comprimidos ou pós efervescentes após dissolvê-los • Alertar o doente para não mastigar ou engolir pastilhas 1- Administrar os medicamentos líquidos, as pastilhas, os comprimidos mastigáveis e os sublinguais separados • Para medicações que são altamente ácidas oferecer ao doente 1 lanche não gorduroso • Administrar os medicamentos com sabor desagradável ou difíceis de engolir, com sumos ou triturados e envolvidos em alimentos 13- Verificar se os medicamentos foram engolidos. Perguntar ao doente se engoliu os medicamentos ou ver na cavidade oral, para verificar. Permanecer junto do utente até que este degluta a medicação 14- Ajudar o doente a retornar a uma posição confortável • Não deixar os medicamentos na mesa de cabeceira, a - que exista indicação expressa para tal 15- Rejeitar os materiais usados (“sujos”) e lavar as mãos 16- Recolocar os cartões ou folhas de medicação no arquivo apropriado para a próxima administração 17- Restabelecer o stocque com materiais, tais como copos, palhinhas, recolocar o carrinho em sala própria (limpar o carro) e limpar a área de trabalho 18- Registar a hora real em que cada medicamento foi ministrado no local apropriado. Incluir iniciais ou assinatura 19- Voltar junto do doente após 1 período de 30 min para avaliar a resposta às medicações 13.5.2. Via Oftálmica Deve-se instalar qualquer forma de medicamento oftálmico directamente sobre a córnea para evitar desconforto. Evitar tocar as pálpebras ou outras estruturas oculares com o conta gotas ou com a ponta do tubo da pomada, para reduzir risco de infecção. Os medicamentos oftálmicos são esterilizados e só devem ser usados no olho afectado. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 108 Administração de colírios e pomadas: 1- Rever a prescrição do médico (nome do medicamento, concentração, nº gotas - se líquido -, hora e o olho que deve receber o medicamento) 2- Verificar a identificação do doente 3- Avaliar as condições das estruturas externas do olho (se necessário lavar os olhos) 4- Lavar as mãos 5- Preparar os seguintes materiais acessórios: • Frasco de medicamento com conta-gotas estéril ou tubo de pomada • Cartão de medicamento ou folha de terapêutica • Pensos e fita adesiva (opcional) • Bolas de algodão ou compressas estéreis 6- Explicar ao doente o procedimento 7- Pedir ao doente que se deite em decúbito dorsal ou que se sente com a cabeça levemente inclinada 8- Se houver presença de crostas ou material de drenagem ao longo das margens das pálpebras ou nas comissuras internas das pálpebras, lavar delicadamente. Humedecer as crostas que estiverem secas e, portanto, difíceis de serem removidas, aplicando uma compressa ou bola de algodão sobre o olho por alguns minutos. Limpar das comissuras internas para as externas 9- Segurar a bola de algodão ou o tecido limpo com a mão não dominante, logo abaixo da pálpebra inferior 10- COM a compressa ou algodão colocados abaixo da pálpebra inferior, fazer pressão para baixo, com o polegar ou indicador, sobre a órbita óssea 11- Pedir ao doente para olhar para o teto 12- Instalar o colírio • com a mão dominante apoiada na testa do doente, segurar o conta-gotas cheio de medicamento a uma distância de aproximadamente 1-2 cm acima da bolsa conjuntival • Pingar o nº de gotas prescritas do medicamento dentro da bolsa conjuntival • Se o doente piscar, fechar o olho ou se as gotas caírem nas margens externas da pálpebra, repetir o procedimento • Quando ministrar medicamentos que causam efeitos sistémicos, proteger os seus dedos com compressa limpa e aplicar leve pressão contra o ducto nasolacrimal do doente por 30-60 s • Após instalar as gotas, pedir ao paciente para fechar os olhos delicadamente 13- Instalar a pomada oftálmica • Segurar o aplicador da pomada acima da margem da pálpebra, aplicar uma faixa fina de pomada de forma uniforme sobre a conjuntiva, ao longo da borda da pálpebra inferior • Pedir ao doente para olhar para baixo • Aplicar outra faixa fina de pomada ao longo da margem da pálpebra superior na conjuntiva interna • O doente deve fechar o olho e friccionar a pálpebra em movimentos circulares com uma bola de algodão 14- Se houver excesso de medicamento, retirá-lo delicadamente da comissura interna para a externa 15- Se o doente tinha 1 penso ocular, colocar 1 outro limpo, sobre o olho afectado, de forma que cubra o olho inteiro. Usar fita adesiva s/ fazer pressão sobre o olho 16- Desprezar o material usado em recipientes apropriados e lavar as mãos 17- Observar a resposta do doente ao medicamento, prestando atenção aos sinais e sintomas de possíveis efeitos sistémicos 18- Anotar o medicamento, concentração, nº de gotas, hora da administração e olho (dto, esq. ou ambos) que recebeu o medicamento no registo da medicação LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 109 13.5.3. Via Auricular Instalações auriculares: • Devem ser usados à temperatura ambiente para evitar desconforto • Usar gotas e soluções estéreis no caso de ruptura da membrana timpânica • Forçar medicamentos num canal auricular obstruído cria pressão e pode lesar o tímpano • Rectificar o canal auditivo • Crianças – segurar o pavilhão auricular e puxa-lo delicadamente para baixo e para trás • Adultos – puxar o pavilhão auricular para cima e para trás Administração de gotas auriculares: 1- Rever a prescrição do médico (nome do medicamento, concentração, hora de administração, nº gotas a instalar e o ouvido que deve receber a medicação) 2- Verificar a identificação do doente 3- Avaliar as condições das estruturas externas das orelhas e do conduto auditivo 4- Lavar as mãos 5- Preparar os materiais acessórios • Frasco de medicamentos com conta-gotas • Cartão do medicamento/folha de terapêutica • Cotonete • Lenço de papel • Bola de algodão (opcional) 6- Explicar o procedimento ao doente 7- Reunir o material ao lado do doente 8- Fazer com que o doente se deite de lado com o ouvido a ser tratado voltado para cima 9- Se cerume ou material de drenagem obstruírem a porção + externa do conduto auditivo, limpá-la delicadamente com o cotonete. Não empurrar cerume para dentro para não bloquear ou obstruir o conduto 10- Rectificar o canal auditivo do doente 11- Instalar as gotas prescritas segurando o conta-gotas a 1 cm do conduto auditivo 12- Pedir ao doente para permanecer deitado de lado por 2-3 min. Massajar ou pressionar delicadamente com o dedo a porção + externa no canal auditivo 13- Às xs, o médico prescreve introdução de porção de algodão na parte + externa do canal. Não pressionar o algodão para dentro desse 14- Remover o algodão em 15 min 15- Desprezar o material usado e lavar as mãos 16- Auxiliar o doente a colocar-se em posição confortável depois que as gotas forem absorvidas 17- Avaliar as condições do pavilhão auricular externo entre as instalações do medicamento 18- Anotar o medicamento, concentração, nº gotas, hora da administração e ouvido no qual as gotas foram instaladas no registro de medicação 19- Registar as condições do canal auditivo 13.5.4. Via Nasal Administração de instalações nasais: 1- Rever a prescrição do médico (nome do medicamento, concentração da solução, hora de administração e nº gotas) 2- Para gotas nasais, determinar qual seio nasal está afectado, consultando o resgito médico 3- Verificar a identificação do doente LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 110 4- Inspeccionar as condições do nariz e dos seios nasais. Palpar os seios nasais para verificar a sensibilidade 5- Lavar as mãos 6- Preparar os seguintes materiais acessórios • Medicamento com conta-gotas limpo ou frasco com spray • Cartão do medicamento/folha terapêutica • Lenço de papel • Almofada pequena (opcional) • Compressas 7- Explicar o procedimento ao doente (posição e as sensações que devem ser esperadas – ardor ou sensação de picada da mucosa, ou ainda sensação de choque quando o medicamento escorre pela garganta) 8- Instruir o doente para assoar o nariz, a – que seja contra-indicado (ex: risco de aumento da PIC ou sangramentos nasais) 9- Administrar as gotas nasais • Ajudar o doente a deitar em supinação • Posicionar o doente • Faringe posterior – inclinar a cabeça do doente para trás • Seios etmóides ou esfenóides – inclinar a cabeça pa trás sobre a borda da cama ou colocar 1 travesseiro pequeno sob os ombros do doente e inclinar a cabeça para trás • Seios frontais e maxilar – inclinar a cabeça para trás, sobre a borda da cama ou do travesseiro, com a cabeça voltada para o lado a ser tratado Apoiar a cabeça do paciente com a mão não dominante, para evitar esforço dos músculos do pescoço. • Instruir o doente a respirar pela boca • Segurar o conta-gotas a 1 cm acima das narinas e instilar o nº gotas prescritas, na direcção do osso etmóide • O doente deve permanecer em supinação por 4 min • Oferecer 1 lenço para o doente colocar debaixo do nariz, mas avisá-lo para não assoar o nariz por alguns min 10- Auxiliar o doente a retomar a uma posição confortável após o medicamento ter sido absorvido 11- Desprezar materiais usados em recipientes apropriados e lavar as mãos 12- Registar a administração da medicação, incluindo o nome do medicamento, concentração, nº gotas, narina na qual o medicamento foi instalado e a hora da administração 13- Observar o doente com relação ao início de efeitos colaterais 15-30 min após a administração LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 111 Utilização de inaladores de dose medida: 1- Avaliar a capacidade do doente de segurar e manusear o inalador 2- Avaliar o esquema de medicamento e o nº de inalações prescritas para cada dose 3- O doente deve preparar os seguintes materiais e acessórios • Inalador de dose medida com “bombinha” • Lenço (opcional) • Papel-toalha 4- Dar ao doente a oportunidade de manusear o inalador e a “bombinha”. Explicar e demonstrar como a “bombinha” se encaixa no inalador 5- Explicar o que é a dose medida e alertar o doente com relação ao uso excessivo do inalador, incluindo efeitos colaterais do medicamento 6- Explicar as etapas usadas para ministrar a dose inalada de medicação (demonstrá-las quando for possível) • Remover a tampa do bucal do inalador • Abrir os lábios e colocar o inalador na boca com a abertura voltada para a garganta • Expirar profundamente e , então, segurar com firmeza o bocal com os dentes e os lábios • Enquanto inspira lenta e profundamente pela boca, accionar completamente a “bombinha” • Prender a respiração por aproximadamente 10 s • Expirar pela boca com os lábios semicerrados 7- Instruir o doente a esperar de 5-10 min entre as inalações ou como foi prescrito pelo médico 8- Explicar ao doente que ele pode sentir náuseas, causadas pelas gotículas de medicação na faringe ou na língua 9- Ensinar o doente a remover a “bombinha” de medicamento e limpar o inalador com H2O morna 10- O doente deve demonstrar o uso do inalador e explicar o esquema de medicação 11- Descrever nas observações de enf o teor das manobras ensinadas e a capacidade do paciente em realizá-las Instilação nasal: Introdução de 1 medicamento sob a forma líquida, gota a gota, no nariz. Os medicamentos instilados pelo nariz são principalmente usados para tratar infecções e para alívio da congestão nasal. Anestésicos e antissépticos podem também ser instilados pelo nariz. • Material • Tabuleiro • Medicamento e conta-gotas • Lenços descartáveis ou toalha • Posição do doente • Posição de Proetz ou de Parqueinson • O doente também pode estar sentado mas com o pescoço em hiperextensão e com a nuca apoiada numa almofada • Procedimento técnico • Encher o conta-gotas com a quantidade de medicamento, colocando-o de seguida à entrada das fossas nasais para proceder à respectiva instilação do medicamento, tendo para tal que dirigir a extremidade do conta-gotas para a linha média da concha do etmóide • A mão que segura o conta-gotas deve apoiar-se na região frontal do doente e este ser instruído para manter a cabeça na posição durante algum tempo (5-10 min) de forma a permitir a absorção do medicamento LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 112 Nebulização e Vaporizações: O indivíduo deve permanecer sentado e é instruído a inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Aplicações na garganta: A garganta pode ser pulverizada ou pincelada. • Material • Abaixador de língua • Medicamento – os sprays vêm normalmente incorporados ao medicamento • Zaragatoa – aplicador específico com a extremidade em algodão • Posição • O doente deve estar sentado com a cabeça inclinada para trás. O enf utiliza uma das mãos para baixar a língua e a outra para aplicar o pulverizador ou o medicamento 13.5.5. Via Rectal Administração de supositórios rectais: 1- Rever a prescrição do médico (nome do medicamento, forma, via e hora) 2- Verificar a identificação do doente 3- Verificar o registo médico quanto à história pregressa de cirurgia ou sangramentos rectais 4- Examinar as condições externas do ânus e palpar as paredes do recto 5- Lavar as mãos e calçar as luvas 6- Preparar o material e os acessórios necessários • Cartão do medicamento • Supositório rectal • Gel lubrificante • Luvas descartáveis • Papel higiénico ou toalhetes 7- Explicar o procedimento ao doente 8- Fechar a cortina ou a porta do quarto 9- Auxiliar o doente a ficar na posição de decúbito lateral com a perna que está voltada para cima flectida também para cima 10- Manter o doente coberto, deixando apenas a área anal exposta 11- Calçar as luvas descartáveis 12- Tirar o supositório do invólucro e lubrificar a extremidade arredondada. Lubrificar o dedo indicador da mão dominante enluvada 13- Pedir ao doente para respirar fundo pela boca e para relaxar o esfíncter anal 14- Repuxar as nádegas do doente com a mão não dominante. COM o dedo indicador enluvado da mão dominante introduzir o supositório delicadamente pelo ânus, após o esfíncter e em contacto com as paredes do recto, 10 cm adultos e 5 cm em crianças e bebés 15- Retirar o dedo e limpar a área anal do paciente 16- Retirar as luvas virando-as do avesso e desprezá-las em recipiente apropriado 17- Pedir ao doente para ficar deitado de lado por 5 min 18- Se o supositório contiver laxantes ou amolecedor de fezes, colocar a campainha ao alcance do doente para que ele possa pedir ajuda para defecar na arrastadeira ou ir ao WC 19- Lavar as mãos 20- Voltar no prazo de 5 min para verificar se o supositório foi expelido 21- Registar nome do medicamento, dosagem, via, hora LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 113 13.5.6. Via Vaginal Os medicamentos (comprimidos, óvulos, supositórios, pomadas ou duche vaginal) são usados para combater a infecção. Administração de instalações vaginais: 1- Rever a prescrição do médico (nome do medicamento, forma-creme ou supositório-, via, dose, hora) 2- Verificar a identificação do doente 3- Inspeccionar as condições dos genitais externos e da vagina 4- Avaliar a capacidade da doente em manusear o aplicador ou o supositório e de se posicionar para introduzir a medicação 5- Lavar as mãos 6- Preparar os materiais para o supositório • Supositório vaginal • Luvas descartáveis • Gel lubrificante • Compressas • Aplicador do supositório (opcional) • Penso higiénico (opcional) • Cartão do medicamento 7- Preparar os materiais para instalação de creme • Creme vaginal • Aplicador plástico • Luvas descartáveis • Compressas • Penso higiénico (opcional) • Cartão do medicamento 8- Explicar o procedimento à doente. Seja específico caso a doente planeie a autoadministração do medicamento 9- Fechar a cortina 10- Auxiliar a doente a deitar em decúbito dorsal (posição ginecológica) 11- Manter o abdómen e as extremidades inferiores cobertas 12- Calçar luvas descartáveis 13- Estar certa de que o orifício vaginal está bem iluminado pela luz do quarto ou por luminária móvel 14- Para introdução do supositório com a mão enluvada • Tirar o supositório do invólucro e aplicar gel de vaselina à vontade na extremidade arredondada a lisa. Lubrificar o dedo indicador enluvado da mão dominante • COM a mão não dominante enluvada repuxar delicadamente as pregas labiais • Introduzir a extremidade arredondada junto à parede posterior do canal da vagina por todo o comprimento do dedo (7,5-10 cm) • Retirar o dedo e limpar os restos de lubrificante ao redor do orifício e dos lábios 15- Para introdução do supositório com aplicador • Tirar o supositório do invólucro e lubrificar a extremidade arredondada c vaselina • COM o êmbolo do aplicador puxado para fora, colocar a ponta afilada do supositório na extremidade do aplicador • COM a mão não dominante enluvada repuxar delicadamente as pregas labiais • COM a mão dominante enluvada, avançar o aplicador aproximadamente 5-7,5 cm junto da parede posterior da vagina e empurrar o êmbolo do aplicador para depositar a medicação dentro da vagina LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 114 • Retirar o aplicador e colocá-lo sobre um papel-toalha. Limpar os resíduos de lubrificante dos lábios e do orifício da vagina 16- Para aplicação de creme • Encher o aplicador de creme seguindo as instruções da embalagem • COM a mão não dominante enluvada, repuxar delicadamente as pregas labiais • COM a mão dominante enluvada, introduzir o aplicador aproximadamente 5-7,5 cm. Empurrar o êmbolo do aplicador para depositar a medicação dentro da vagina • Retirar o aplicador e colocá-lo sobre uma toalha de papel. Limpar os resíduos de creme dos lábios e do orifício da vagina 17- Tirar as luvas 18- Instruir a doente para permanecer deitada em decúbito dorsal por, pelo - , min 19- Aplicador: se houver aplicadores em nº suficiente desperdiçar o aplicador usado 20- Se foi usado aplicador, lava-lo com H2O morna e sabão, enxaguá-lo e guardá-lo para uso futuro 21- Oferecer à doente penso higiénico quando ela se levantar 22- Registar nome do medicamento, dose, via, hora 13.5.7. Via Cutânea 1- Usar luvas e aplicadores 2- Usar técnicas estéreis, lavando a área completamente antes da aplicação 3- Espalhar o medicamento de forma uniforme sobre a superfície envolvida e cobre a área s/ aplicar uma camada demasiado espessa 4- Com frequência, 1 curativo de gaze é colocado sobre o medicamento para evitar manchar as roupas a ser removido pelo doente 13.5.8. Via subcutânea Actividades preliminares: • Aplicar as 5 certezas • Explicar ao utente o que se vai fazer • Avaliar a espessura do tecido subcutâneo • Avaliar as condições da pele • Seleccionar o local adequado • Seleccionar a seringa e agulha adequadas • Promover a privacidade do doente Material: • Medicamento • Seringa (de insulina ou de 2mL) • Agulha • Cartão do medicamento • Algodão e álcool • Contentores para desperdiçar a seringa e a agulha Acções: • Utilizar a técnica asséptica cirúrgica para preparar o medicamento prescrito • Proceder à identificação do utente • Posicionar o utente de acordo com o local de administração • Efectuar a desinfecção, friccionando • Verificar a dosagem no cartão ou folha de terapêutica • Comprimir e elevar o tecido subcutâneo LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • Pág. 115 Inserir a agulha com um ângulo entre 45º a 90º. A determinação do ângulo depende da quantidade de gordura subcutânea e do comprimento da agulha Libertar a pele pinçada Puxar ligeiramente o êmbolo para trás e aspirar. Se aparecer sangue dentro da agulha, ela deve ser removida e introduzida de novo. Se não houver evidência de sangue, injectar lentamente Retirar a agulha, no sentido inverso da sua inserção, e exercer pressão com o algodão Arrumar o material utilizado Lavar as mãos Fazer registos Locais de administração: • Região peri-umbilical • Terço médio do braço • Terço médio externo da coxa • Tórax anterior 13.5.9. Via intradérmica Actividades preliminares: • Aplicar as 5 certezas • Explicar ao utente o que se vai fazer • Avaliar as condições da pele • Seleccionar o local adequado • Seleccionar a seringa e agulha adequadas • Promover a privacidade do doente Material: • Seringa (de insulina ou de 1mL) • Agulha • Cartão do medicamento • Álcool e algodão • Contentores para desperdiçar a seringa e a agulha Acções: • Utilizar a técnica asséptica • Proceder à identificação do utente • Posicionar o utente de forma a este ficar relaxado • Limpar a pele do local de injecção • Esticar a pele com os dedos e inserir a agulha, com o biesel para cima, quase ao mesmo plano da pele • Introduzir apenas o biesel na pele e não aspirar • Injectar lentamente, devendo-se sentir resistência e formar uma pápula • Retirar a agulha suavemente e colocar o algodão • Marcar a pele à volta do local com caneta indelével • Arrumar o material utilizado • Lavar as mãos • Fazer registos LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 116 Locais de administração: • Região anterior do antebraço • Tórax posterior • Região lateral e posterior do braço 13.5.10. Via intramuscular Actividades preliminares: • Aplicar as 5 certezas • Explicar ao utente o que se vai fazer • Avaliar as condições da pele • Seleccionar o local adequado • Seleccionar a seringa e agulha adequadas • Promover a privacidade do doente Material: • Seringa • Agulha • Cartão do medicamento • Álcool e algodão • Contentores para desperdiçar a seringa e a agulha Acções: • Deltóide médio: o Posicionar o utente com o braço ao lado do corpo e cotovelo flectido o Localizar o acrómio e injectar 4cm abaixo o Nos adultos, esticar o tecido com o indicador e o polegar, introduzindo com um ângulo de 90º o Nas crianças e adultos magros, apertar a massa muscular e introduzir a agulha apontando levemente para os ombros LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 117 • Glúteo dorsal (glúteo médio ou grande nadegueiro): o Posicionar o utente em decúbito dorsal, com os dedos dos pés juntos e os calcanhares afastados o Localizar o grande trocânter e a espinha ilíaca póstero-superior o Desenhar uma linha imaginária entre estes pontos, sendo que o local de injecção situase acima desta linha o Ou traçar uma linha imaginária do sulco nadegueiro perpendicular à linha média do corpo, dividindo-a ao meio com uma perpendicular, sendo o local no quadrante superior externo o Introduzir a agulha com um ângulo de 90º • Glúteo médio e músculos minimus (região ventro-glútea): o Posicionar o utente em decúbito lateral com o membro que fica por cima flectido o Colocar a mão sobre a trocânter, fazer um “V” com o indicador e o dedo médio na espinha ilíaca postero-superior e na crista ilíaca o Na centro deste “V”, injectar com um ângulo de 75 a 80º • Vasto lateral (terço médio da coxa): o Posicionar o utente em decúbito dorsal com os membros ligeiramente flectidos o No adulto, é a área entre a porção média interior e a porção lateral da coxa, no terço médio contando desde a coxa até ao joelho o Esticar a pele com o polegar e o indicador, introduzindo com um ângulo de 90º Aquando a administração, utilizar a técnica em “Z” e/ou a “locque de ar” de modo a evitar refluxo para o tecido subcutâneo • LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 118 13.5.11. Via endovenosa Actividades preliminares: • Aplicar as 5 certezas • Explicar ao utente o que se vai fazer • Avaliar as condições da pele • Seleccionar o local adequado • Seleccionar a seringa e agulha adequadas • Promover a privacidade do doente Material: • Garrote • Solução antisséptica • Agulha • Seringa • Algodão e álcool • Penso rápido Acções: • Posicionar o utente • Seleccionar veia mais adequada • Verificar o trajecto da veia • Puncionar com um ângulo inferior a 45º com a veia • Introduzir lentamente e com o biesel virado para cima • Retirar na mesma direcção do puncionamento • Estancar a hemorragia com o algodão LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 119 14. FARMACOLOGIA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Analgésicos: Ácido acetilsalicílico (acção periférica) Ácido mefenâmico (acção periférica) Azopropazona (acção periférica) Celecoxibe (acção periférica) Clonidina Clonixina Codeína (acção central) Etofenamato (acção periférica) Fenilbutazona (acção periférica) Glafenina (acção periférica) Heroína (acção central) Ibuprofeno (acção periférica) Indometacina (acção periférica) Levorfanol (acção central) Meperidina ou petidina (acção central) Metadona (acção central) Morfina (acção central) Nimesulide (acção periférica) Paracetamol (acção periférica) Piroxicam (acção periférica) Tramadol (acção central) • • • • • • Anestésicos: Bupivacaína Cloreto de etilo Fenol Lidocaína Mepivacaína Procaína • • • • • • • • • • Anti-eméticos: Clonazepam Clorpromazina Clozapina Domperidona Fenotiazina Haloperidol Metoclopramida Ondasetrom Sulpiride Valproato de sódio • • • • Narcóticos: Codeína Meperidina ou petidina Metadona Morfina • • • • • • • • • • • • • • • • • • Ansiolíticos: Alprazolam Bromozepam Buspirona Clonidina Diazepam Flumazenil Flunitrazepam Flunitrazil Flurazepam Hidroxizina Lorazepam Mepobromato Midazolam Nitrazepam Oxazepam Tiapride Tiopental Valeriana • • • • • • • • • • • • • • • Anti-inflamatórios: Ácido acetilsalicílico Ácido mefenâmico (AINE) Azopropazona (AINE) Beclometisona Celecoxibe (AINE) Clonidina Clonixina Etofenamato (AINE) Fenilbutazona (AINE) Glafenina (AINE) Ibuprofeno (AINE) Indometacina (AINE) Nimesulide (AINE) Paracetamol (AINE) Piroxicam (AINE) • • • • • • • • • Neurolépticos (anti-psicóticos): Amilsupride Carbamazepina Carbonato de lítio Ciamemazina Clorpromazina Clozapina Flupentixol Haloperidol Melperona LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 120 • • • Metoclopramida Sulpiride Tiapride • • • • • • • • • • • • • • Anti-depressivos: Alprazolam Amineptina Amitroptilina Catecolamina Doxepina Fluoxetina Fluvoxamina Imipramina Mianserina Noradrenalina Nortriptilina Trazodona • • • • • • • • • • Anti-espasmódicos (espasmolíticos); Bupivacaína Butilescopolamina Cloreto de etilo Diazepam Fenol Lidocaína Mepivacaína Procaína • Anti-agregantes plaquetares: Ácido acetilsalicílico • • Pré-anestésicos: Hidroxizina Midazolam Indometacina Paracetamol • • • • Indutores anestésicos: Midazolam Tiopental Anti-histamínicos: Cetotifeno Cimetidina Hidroxizina Ranitidina • Descongestionantes nasais: Fenilefrina • • • Expectorantes: Ambroxol Bromexina Carbocisteína • • • Broncodilatadores: Aminofilina Salbutamol Teofilina • • Antagonistas dos opiáceos: Nalaxona Naltraxona • • • Estimulantes do SNC: Cafeína Teobromina Teofilina Anti-tússicos: Codeína Morfina • • Fármacos para parkinsónicos: Carbidopa Levodopa • • Anti-diarreicos: Codeína Loperamida • • • • Laxantes: Agar-agar Farelo Óleo de rícino Parafina • • • • Anti-convulsivantes: Carbamazepina Diazepam Gabapentina Hidantoína • • Anti-flatulentes: Cemeticona Dimeticona • Anti-piréticos: Ácido acetilsalicílico • • Antiácidos: Hidróxido de alumínio Hidróxido de magnésio • • LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 121 • Inibidores da secreção gástrica: Pirenzepina • • Protectores da mucosa gástrica: Misoprostol Sucralfato • • • • • • Tríade do tratamento do aumento da secreção de HCl: Cimetidina Claritromicina (agente microbiano) Lansoprazole (inibidor da bomba de protões) Tríade do tratamento da úlcera péptica: Amoxicilina Claritromicina Omeprazol (inibidor da bomba de protõe LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 122 15. NUTRIENTES 15.1. GLÍCIDOS • • • Monossacarídeos (açúcar simples): – glicose: - único utilizado pelo SNC - encontra-se em frutas (uva), mel, certas raízes leguminosas e milho – frutose: - encontra-se em frutas, mel, vegetais – galactose: - nas glândulas mamárias Dissacarídeos (açúcar duplo): – sacarose: - glicose + frutose - encontra-se na cana de açúcar, beterraba, frutos, vegetais, alimentos com açúcar de mesa – lactose: - glicose + galactose - leite e produtos lácteos – maltose: - glicose + glicose - encontra-se no malte Polissacarídeos: - encontram-se em grãos, sementes, raízes, batata, banana (verde) – glicogénio: - de origem animal produzido no fígado - encontra-se no tecido nervoso e músculo – fibras dietéticas: - indigeríveis; fornecem massa e estímulo no intestino - encontra-se em peles e sementes de frutas, vegetais e grãos 15.2. LÍPIDOS • Fontes de gorduras: - alimentos animais - alguns alimentos vegetais como castanhas, sementes, abacate, azeitonas, côco, nozes e óleos vegetais (são livres de colesterol porque ele é produzido no fígado) • Gorduras: > saturadas: - gorduras de origem animal, contudo, o côco e o óleo de palma são ricos em gordura saturada - prejudiciais em excesso (o organismo produz ácidos gordos saturados, não há necessidade de os ingerir) - associados às doenças cardiovasculares e cancro da mama > polinsaturadas: - ricas em vitaminas lipossolúveis - encontram-se nos vegetais, soja, milho, girassol e devem ser ingeridas através de óles vegetais e peixes gordos (sardinha, salmão) - têm a mesma quantidade de calorias que as gorduras saturadas LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 123 - fornecem ácidos gordos insidspensáveis a uma pele saudável e ao desenvolvimento das células - previne a doença de Alzheimer > monoinsaturadas: - ricas em vitaminas lipossolúveis - encontram-se no azeite, frutos secos, sementes e abacate - úteis protectores vasculares - fornecem ácidos gordos indispensáveis a uma pele saudável e ao desenvolvimento das células • Colesterol: > ligado às proteínas de baixa densidade (LDL) e baixíssima densidade (VLDL): - pessoas com níveis de elevados de LDL na corrente sanguínea têm maior risco de contrair doenças cardiovasculares - consumo exagerado de gorduras saturadas de origem animal aumenta a quantidade de LDL > ligado às proteínas de alta densidade (HDL): - níveis elevados de HDL no sangue, traduzem-se numa redução de doenças cardiovasculares – é um importante marcador para determinar o risco de doenças cardiovasculares de um indivíduo – não há colesterol nos vegetais mas encontra-se em produtos de origem animal, principalmente na gema do ovo, carnes vermelhas e miudezas – a maioria das pessoas com elevado nível de colesterol, consegue baixá-lo reduzindo a quantidade de gorduras saturadas na sua alimentação – os alimentos ricos em colesterol mas que contém poucas gorduras saturadas e muitas mono e polisaturadas, ajudam o organismo a eliminar o colesterol 15.3. PROTEÍNAS > Essenciais (não podem ser sintetizadas pelo organismo e devem ser obtidas na dieta): histimina, isolina, leucina, valina, lisina, metionina, treonina, triptofano > Nao essencias (podem ser sintetizadas pelo organismo em quantidades adequadas): alanina, arginina, asparagina, glutanina, ácido glutânico, glicina, hidroxitrolina, serina, tirosina Funções: - plática - energética Fontes: animal: leite e derivados, carne, ovo, peixes vegetal: legumes, castanha, amendoins Causas de alteração do metabolismo das proteínas: - ingestão insuficiente (anorexia, dietas desiquilibradas, infusões endovenosas e hipocalóricas) - alteração do metabolismo (traumatismos, septicémia, neoplasias, doenças metabólicas) - deficiência específica de proteínas do plasma (doenças do fígado, enteropatias - síntese reduzida de proteínas) - desiquilíbrios entre ácido aminados essencias ingeridos LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 124 Nota: quando há deficiência energética a partir dos glícidos e das gorduras, aumenta a produção energética das proteínas. Sendo assim, as gorduras e os hidratos de carbono poupam as proteínas. Aumenta o catabolismo proteico dos vários tecidos, principalmente dos músculos, produzindo astenia muscular, acarreta perda de matriz óssea, o que produz osteoporose e fracturas. 15.4. VITAMINAS Lipossolúveis (A, D, E e QUE): - são solúveis em gordura - requerem a presença de lípidos, bílis e suco pancreático para serem absorvidas - ingestão excessiva destas vitaminas acumula-se sob forma de gordura no fígado Hidrossolúveis - facilmente eliminadas pelos rins Funções Estados carenciais A (retinol) - favorece o crescimento normal - protege a visão e participa na formação da púrpura rectidiana - protege os epitélios - participa no metabolismo dos corticóides, colesterol e hormonas sexuais - aumenta a resistência às infecções - evita o cancro do pulmão e da bexiga - restabelece feridas e recupera cirurgias D (calciferol) - influencia o equilíbrio do cálcio e do fósforo - fornece a absorção intestinal E (tocoferol) - influencia a função reprodutora K (naftoquinona) - actua na coagulação do sangue - protege os vasos sanguíneos Fontes Vitaminas Lipossolúveis - anemia, xeroftalmia - dificuldade de adaptação visual e da fotofobia - diminuição da resistência às infecções - atraso no crescimento Animal: fígado, rins, manteiga, ovos, produtos lácteos - raquitismo (na criança) - osteomalacia (no adulto) Animal: óleo de fígado de bacalhau, peixe, ovos, leite e derivados, fígado Vegetal: cacau - esterilidade - distrofia muscular Animal: óleo de fígado de bacalhau, fígado, ovos, leite e seus derivados Vegetal: gérmens de cereais, sementes, banana, repolho, espinafre, folhas verdes - hemorragias constantes Vegetal: folhas verdes, ervilha, cenoura Vegetal: folhosos, cenoura, pimento, tomate, banana, manga, mamão LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 125 Vitaminas Hidrossolúveis B1 (tiamina) - favorece o crescimento - aumenta o apetite - estabelece o equilíbrio nervoso - indicados para síndromes dolorosos (dores reumatismais) B2 (riboflavina) - protege a pele e os olhos - dá vitalidade B5 (ácido pantotênico) - actua na síntese de várias substâncias de importância biológica B6 (piridoxina) - actua em certas funções do sistema nervoso B12 (cianocobalamina) - regula o metabolismo proteico - influi na hematopoiese Ácido fólico - importante para reacções metabólicas - anorexia - atonia do trato gastrointestinal - obstipação - depressão mental, apatia, polineurite - beribéri seco - beribéri húmido - beribéri infantil Animal: fígado, carne, gema, leite - queilose - estomatites e glocites - prurido - descamação em forma de escama em torno do nariz e das orelhas - sensação de queimadura e de prurido nos olhos - fotofobia Animal: carne (aves), peixe, leite, fígado e ovos - dermatite - distúrbio degenerativo do sistema nervoso - transtornos gastrointestinais Animal: fígado e víceras, carne, gema e leite Vegetal: iguais à B1 e B2 e tomate - degeneração e atrofia de vários órgãos - disfunção do SNC - alterações cutâneas Animal: iguais à B5 - anemia perniciosa Animal: fígado, leite e derivados, bacalhau, carne, ovos Vegetal: nenhum - anemia Animal: vísceras, carne, ovos Vegetal: vitaminas da B3, feijão, laranja, cenoura Vegetal: levedura, arroz, batata, ervilha, soja, maçã, pêra, ameixa, banana, pêssego, nozes Vegetal: levedura, sementes, soja, vagem, espinafre, ameixa e pêra Vegetal: iguais à B5 LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 126 C (ácido ascórbico) - favorece o crescimento - fortalece os ossos - dá vitalidade aos vasos, às gengivas - aumenta a resistência orgânica - reforça a actuação do ferro - previne infecções e cancro (da bexiga) H (biotina) - protege a pele PP (ácido micotínico) - protege a pele - funções do SNC - escorbuto - gengivites - diáteses hemorrágicas - diminuição da resistência às infecções Animal: não tem - furunculose - seborreia do corpo cabeludo - equisema Animal: leite, carne, ovos e fígado Vegetal: tudo o do anterior, chocolate (cacau), banana, nozes, laranja - pelagra - lesões da pele e mucosas Animal: iguais à H Vegetal: iguais à H, amendoim, chá, café Vegetal: pimento verde, tomate, ervilha, cenoura, bróculos, laranja, limão, mamão, kiwi 15.5. MINERAIS Funções Sódio - transmissão de impulso nervosos - controlo de contracções musculares - regulação da permeabilidade da membrana celular Potássio - é um electrólito - auxilia na regulação dos impulsos nervosos e contracções musculares - necessário para as reacções enzimáticas intracelulares - para a síntese de proteínas Estados carenciais Fontes Macroelementos - diminuição de peso ou - sal de cozinha, paragem de crescimento, leite, carne, peixe, perturbações, lesões cutâneas, ovos caquexia, náuseas, vómitos e diarreia excesso: o sódio faz com que o corpo acumule fluidos; o excesso de fluidos causa uma pressão maior sobre o vaso sanguíneo, criando uma hipertensão - fraqueza muscular - náuseas - taquicardia - insuficiência cardíaca - carne (aves), peixe, cereais, frutas, citrinos, legumes, tomates e batata LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 127 Cálcio - exerce acção sobre a permeabilidade das membranas celulares - sobre a construção e relaxamento muscular - transmissão dos impulsos nervosos, bem como sobre a excitabilidade dos nervos periféricos - na coagulação sanguínea, o cálcio é essencial participar na protrmbina - funciona como activador de enzimas Fósforo - permeabilidade celular - estrutura dos ossos e dentes - metabolismo das gorduras e carboidratos Magnésio - componente dos ossos e dentes - presente no núcleo de todas as células - activa enzimas no metabolismo dos carboidratos - irritabilidade nervosa - leite e derivados, pão integral, frutos cítricos, ovos - má mineralização - leite, carne, peixe, - pouco crescimento, raquitismo legumes, amendoins, legumes, cereais, castanhas - tremores - raquitismo e osteomalácia Enxofre - componente da pele, unhas, cartilagem e de todas as proteínas, biotina e tiamina - alimentos marinhos, chocolate, mandioca, feijão, nozes, batatas, cereais, leite, carne, folhas verdes - alimentos ricos em proteínas Fontes Funções Microelementos Ferro - na hemoglobina, actua como vector de O2 de reserva, formando com ele uma combinação, isto é, fazendo parte da molécula da hemoglobina, entra na constituição dos eritrócitos Cobre - como o ferro - fígado, gema de ovo, espinafre, agrião e legumes - crustáceos e frutos do mar, fígado, nozes, legumes e cacau LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 128 Zinco - é essencial para o crescimento normal - fígado, ostras, - promove curas de feridas legumes, peixe e grãos - envolvido na imunidade - promove a divisão e a diferenciação celular, principalmente devido ao seu papel na síntese proteica - influência na sensibilidade do paladar - pode reduzir o risco de degeneração da retina do olho em idosos Iodo - papel no organismo ligado à produção de tiroxina e dos outros compostos iodados da tiróide Flúor - aumenta a resistência dos doentes à cárie Cobalto - componente essencial da vitamina B12 - crustáceos, músculos e peixe - água, peixe, chá-preto, feijão preto - lagostim Manganês - essencial para a estrutura óssea normal - reprodução normal - função normal do sistema nervoso central - vegetais, cereais e frutos 15.6. CELULOSE ou FIBRA Funções: – acção reguladora impeditiva: - dos processos de formação de cálculos biliares (pedras) - aumento do nível de colesterol - condicionam a absorção de diversos minerais e de outros nutrientes – a sua falta é responsável: - obstipação - desenvolvimento de diverticulose e de algumas formas de cancro - pela acção da flora bacteriana e pela aptidão para trocarem iões e pela capacidade de retenção de água, desempenham outras funções insubstituíveis na formação de fezes Fontes: cereais, leguminosas secas, legumes verdes e frutos 15.7. ÁGUA Funções: – auxilia todos os órgãos a funcionarem adequadamente – auxilia na digestão, absorção, circulação e eliminação LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 129 – como solvente para os constituintes corpóreos e como meio para todas as alterações químicas do corpo – participa na regulação da temperatura corpórea – conduz nutrientes – envolvida na lubrificação das partes móveis do corpo 15.8. ALIMENTAÇÃO > Alimentos que devem ser comidos com moderação: – principais fornecedores de proteínas, todavia contêm importante quantidade de gordura: - leite e produtos lácteos (nutrientes principais: minerais, proteínas e gordura) - carne, peixe e ovos - leguminosas secas: ervilhas secas, feijão, grão e frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, pinhões) > Alimentos a ingerir em muita pouca quantidade: – são grandes fornecedores de energia: - manteiga, margarina, azeite e outros óleos vegetais (nutrientes principais: gorduras, sobretudo e vitaminas) - açúcar e mel (nutrientes: hidratos de carbono) > Alimentos que devem entrar em maior quantidade na dieta: – alimentos ricos em grandes variedades de nutrientes, ricos em amido e pobres em gordura: - produtos em grão: pão, cereais, arroz, aveia (evitar produtos refinados) - vegetais e frutas: couves, alface, tomate, cenouras, abóbora, laranja, maçã, pêra (nutrientes principais: vitamina A e C, minerais e hidratos de carbono, são muito ricos em fibras e de uma maneira geral as folhas e os caules dos vegetais (este grupo de alimentos devem entras em todas as refeições Índice de Massa Corporal (IMC) IMC = Peso / Altura2 IMC - | - Repercursões na saúde < 20 20-25 25-27 > 27 Pode estar associado a problemas de saúde em certas pessoas Peso satisfatório para a maior parte das pessoas Pode conduzir a problemas de saúde em certas pessoas Risco aumentado de problemas de saúde LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 130 16. FRACTURAS A fractura é a perda de continuidade do osso ou solução de continuidade do tecido ósseo, provocada por uma força superior àquela que o osso pode suportar. No entanto, e embora o osso seja a parte mais directamente afectada, outras partes podem ser envolvidas, dando origem, por exemplo, a um edema nos tecidos moles, uma hemorragia nos músculos e articulações, luxações, ruptura de tendões, lesões vasculares, nervos, entre outros. As fracturas podem-se classificar quanto ao grau, aspecto e traço. No que diz respeito ao grau da fractura, esta pode-se designar por: – completa: abrange toda a secção transversal do osso, em geral com desvio, em que o osso desloca-se da posição normal; – incompleta: abrange somente uma parte da secção transversal do osso e, em geral, sem desvio. Quanto ao aspecto da fractura, esta pode ser: – aberta ou exposta: quando há ruptura da pele e do tecido mole subjacente, permitindo o acesso directo à fractura ou ao seu hematoma; os topos da fractura encontram-se em contacto com o meio (o osso contacta com o exterior); – fechada: quando a fractura não comunica com o exterior. E quanto ao traço da fractura, a classificação é a seguinte: a) transversal: ocorre na secção transversal do osso; b) oblíqua: o traço de fractura é oblíquo em relação ao eixo do osso; c) espiralada: quando o mecanismo de fractura é o mecanismo de torção; LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 131 d) cominutiva: o traço de fractura é constituído por múltiplas esqueríolas (lascas de osso); e) impactada: compressão de extremidades de ossos fracturados; f) por compressão: força vértebras a comprimirem-se; as g) em ramo verde: um dos lados do osso quebra-se e o outro curva-se (característica na criança); h) por avulsão: contracção forçada de uma massa muscular, fazendo com que um fragmento ósseo se separe no ponto de inserção; i) com afundamento: em osso achatado, estando geralmente associada a lesão dos tecidos moles. Em casos de traumatismos deste tipo, deve-se aplicar compressas frias e manter o lesionado na posição mais cómoda para ele, afim de diminuir a sua dor e deve-se recorrer de imediato ao Serviço de Urgências. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 132 17. LIGADURAS • • • • Objectivos: Compressão Imobilização Protecção e oclusão Contenção e suspensão • • • • • • Princípios gerais: Inspeccionar estado da pele e necessidade de trocar o penso Aplicar da parte distal para a proximal, em direcção ao tronco Deixar expostas as áreas distais à ligadura (por ex.: dedos) Ensinar ao doente os cuidados a ter As ligaduras deverão ser suficientemente espessas para poderem absorver e dar suporte, mas não grandes demais que impeçam a função desejada Aplicar as ligaduras de forma mais laxa sobre pensos húmidos ou feridas a drenar Manter uma pressão uniforme Evitar sobreposições irregulares e desnecessárias Proteger as proeminências e depressões ósseas Manter as ligaduras esticadas, limpas, funcionais e firmes Registar a hora da aplicação da ligadura, situação da pele e cuidados da pele • • • Ligadura circular: Utilizar para ligar porções de corpos circulares, como um braço As extremidades iniciais e terminais ficam com a mesma localização Utilizar para iniciar e terminar outros tipos de ligaduras • • • • • • • • • • • • • • Ligadura espiral e espiral invertida: A volta em espiral apenas se sobrepõe parcialmente à anterior (metade a ¾ da largura da ligadura) Usar mais frequentemente em porções cilíndricas A espiral invertida vira a ligadura a meio de cada volta. Usar para ligar porções circunferenciais que vão aumentando de tamanho. É necessária para aplicar ligaduras sem grande flexibilidade Ligadura em leque ou volta em oito: A volta em oito sobrepõe-se de uma forma oblíqua e alternadamente ascendente e descendente Cada volta cruza a anterior, formando um oito Fica com um aspecto de um osso de arenque e usa-se para ligar e imobilizar articulações Ligadura em espiga ou cruzado: A espiga é uma variante da volta em oito. Todas as voltas se sobrepõem num ângulo agudo, subindo e descendo alternadamente Usar para ligar o ombro, a anca, coxa e virilha Usar também para ligar o dorso da mão ou do pé, e, neste caso, chama-se cruzado da mão ou do pé LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 133 • • • • • • Ligadura recorrente: Utilizar em áreas arredondadas, como um coto, a cabeça ou os dedos Começar por prender a ligadura com diversas circulares, depois coloca-se o rolo no centro da porção a ser ligada Fazer meia volta, segurando-a com o dedo. Passe o rolo para trás e para a frente sobre o topo da cabeça (por exemplo), da superfície anterior para a posterior e de novo para trás Segurar cada prega com o dedo, para não fugir. Sobrepor a ligadura de um lado e do outro até cobrir totalmente a porção a ligar Terminar com várias circulares sobre as dobras Prender com adesivo ou alfinete. Se a área for grande, reforçar com tiras de adesivo aplicadas obliquamente 17.1. Penso Simples – permeável ao ar e vapor de água – impermeável aos líquidos corporais Material: - kit de material: - 1 pinça de QUEocher - 2 pinças de dissecção (uma com garras e uma sem garras) - 1 tesoura e compressas - taça ou saco para sujos - cuvete - transfer com sonda cânula - soro fisiológico ou soro de lavagem - solução de desinfecção - éter - lençol - adesivo Procedimentos: - lavar as mãos - limpar a ferida com soro fisiológico de cima para baixo ou do centro para a periferia da parte distal para a periferia relativamente ao executante (num movimento único) - secar e desinfectar a ferida (se existir sistema de drenagem, limpar, secar e desinfectar o local de inserção do dreno) - encerrar o penso, cobrindo-se primeiro a incisão cirúrgica e depois o local de inserção do dreno com um compressa cortada ao meio, tapando-se depois a área LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 134 18. FEZES Características Normal Anormal Coloração Lactente: amarela Adulto: castanha Branca ou argila Negra (melena) Vermelha (sangue) Clara (gordurosa) Odor Afectado pelo tipo de alimento Consistência Macia, formada Lactente: 4 a 6 por dia (amamentado ao seio) ou 1 a 3 por dia Frequência (mamadeira) Adulto: 1 por dia ou 2 a 3 por semana Quantidade Forma 150g (adulto) por Nocivo Líquida Dura Lactente: mais de 6 por dia ou menos de 1 a 2 em cada 1-2 dias Adulto: mais de 3 por dia ou menos de 1 por semana Causa da anormalidade Ausência de bile Ingestão de ferro ou sangramento do GI superior Sangramento do GI inferior, hemorróidas Má absorção de gordura Sangue nas fezes ou infecção Diarreia ou má absorção Obstipação Hipo ou hipermotilidade dia Assemelha-se diâmetro do recto Estreita, forma de Obstrução, peristaltese lápis rápida ao Sangue, pús, Sangramento interno, corpos estranhos, infecção, objectos deglutidos, muco, parasitas irritação e inflamação Classificação Obstipação Consistência Frequência Dificuldade Sintomatologia Duras Menor que o normal Menor esforço doloroso Fecalomas Duras, que ficam no recto Não evacua Impossibilidade Distensão abdominal Diarreia Líquidas Não evacua Mais que 3 evacuações líquidas por dia Difícil controlar Não evacua Não há saída de de gases nem movimentos peristálticos Distensão Desconforto Distensão Cólicas abdominal abdominal abdominais Dor Não há Desconforto Irritação do Ventre duro evacuação abdominal e rectal ânus Dificuldade Hemorragias Anorexia Anorexia expiratória Anorexia LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 135 18.1. Enemas Avaliação/planeamento: 1. verificar o diagnóstico e as prescrições 2. anotar a data e o tipo de cirurgia ou exames auxiliares de diagnóstico 3. verificar a prescrição médica para o enema de limpeza ou enema salino normal 4. avaliar a capacidade da pessoa para se voltar, deambular e cooperar 5. anotar a existência de lesões cutâneas, musculares, ósseas, perineais ou rectais 6. verificar a prescrição médica para colheita de fezes para análises 7. pesquisar no processo a hora e características da última dejecção 8. avaliar a capacidade para reter a solução do enema 9. reunir o equipamento, que deverá ser descartável e usado apenas por 1 pessoa ou ser esterilizado após a utilização 10. determinar necessidade de conforto e segurança 11. assegurar a segurança e acesso conveniente à sanita, se apropriado 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Preparação: explicar que o edema será dado e justificar porquê, mesmo que a pessoa não responda a estímulos explicar ao utente que não deve puxar o autoclismo da sanita ou permitir que o pessoal auxiliar despeje a arrastadeira até o enfermeiro verificar o líquido de retorno do enema perguntar qual a posição mais confortável explicar que o líquido do enema deverá ser retido cerca de 15 minutos proporcionar privacidade do utente cobrir a pessoa com o resguardo e dobrar a roupa de cima para os pés da cama despir a parte de baixo do pijama colocar a cama na altura do trabalho ajustar o suporte IV ou a mesa para segurar o irrigador do enema (recipiente do líquido) 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. Material: irrigador para enema sonda recta, tubo e clamp lubrificante hidrossolúvel sal de mesa e água da torneira a 40,5ºC (ou soro fisiológico preparado) resguardo impermeável arrastadeira ou cadeira sanitária, se indicada ponta de borracha em forma de mamilo, se a pessoa for incapaz de reter o líquido luvas limpas resguardo papel higiénico roupão e chinelos do utente recipiente para a amostra, se necessário colher de chá, de plástico descartável ou copo graduado de vidro, se necessário suporte de soros ou mesa de apoio clamp ou pinça hemostática (se o clamp não estiver fixo) 500 a 1500cc de água recipiente para líquido de retorno material para higiene parcial ou total compressas para afastar a região nadegueira 1. 2. LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 136 Administração: 1. colocar um resguardo impermeável sob as nádegas do utente 2. mobilizar o utente para o lado mais confortável (o utente pode ser deitado sobre a arrastadeira a partir do passo 10) 3. expor o ânus, dobrando o resguardo 4. ajustar o suporte de soros IV ou a mesa de apoio, de forma a que o reservatório de líquido esteja 45cm acima do ânus 5. colocar as luvas 6. colocar a arrastadeira 7. segurar a ponta da sonda sobre a arrastadeira ou tina, abrir o clamp e permitir a saída de uma pequena quantidade de líquido. Fechar o sistema 8. lubrificar a ponta da sonda rectal a menos que esta não esteja pré-lubrificada 9. afastar as nádegas para visualizar o ânus. Segurar a ponta da sonda rectal contra o ânus, direccionando-a para o umbigo. Depois do esfíncter anal relaxar, inserir suavemente 5 cm de sonda 10. segurar a sonda no local até completar o procedimento. Usar a tetina de borracha se o utente tiver dificuldade em reter o líquido 11. verificar o nível do líquido no irrigador antes de administrar o enema 12. abrir o clamp. Se o líquido não descer lentamente, elevar rapidamente o irrigador 60cm ou ligeiramente mais para aumentar a pressão 13. ajustar gradualmente a altura do irrigador para compensar a descida de líquido. O objectivo é manter o nível de líquido do irrigador 45cm acima do ânus 14. administrar lentamente a solução (750mL deverão levar 10 minutos a serem administrados). 15. suspender temporariamente a administração da solução e seguir o parágrafo 16 até aos sintomas cessarem se: a) o utente tiver urgência em defecar ou cólicas abdominais b) o utente começar por expelir a solução em redor do tubo rectal ou o nível de líquido começar a aumentar no reservatório. Rodar a arrastadeira para baixo do ânus para colher o líquido. Não retirar o tubo rectal. Estimar a quantidade de líquido perdido 16. durante a administração, pedir ao utente para abrir a boca e “ofegar como um cão” durante curtos períodos. Evitar hiperventilação 17. administrar 500 a 750mL de solução. Não administrar toda a quantidade se o utente se sentir desconfortável 18. clampar a sonda. Retirá-la suavemente e envolvê-la em várias camadas de papel higiénico. Durante a remoção, manter a sonda direccionada para o umbigo. 19. deitar fora o papel sujo e a sonda rectal dentro do irrigador ou colocá-los na embalagem vazia do conjunto descartável. Retirar as luvas 20. pedir ao utente para reter o líquido, permanecendo deitado durante 15 minutos, se possível. Estimular para que respire lentamente com a boca aberta, para maior relaxamento. Fornecer papel higiénico para que o utente possa pressionar o ânus e colocá-lo em posição confortável 21. ajudar o utente na cadeira sanitária ou arrastadeira 22. dar ao utente uma campainha de chamada e deixá-lo sozinho. Lembrar-lhe para não eliminar o líquido de retorno ao puxar o autoclismo 23. explicar que durante a próxima hora a pessoa poderá necessitar de evacuar várias vezes 24. observar os resultados do enema, verificando a cor, consistência e quantidade do conteúdo de retorno. Se prescrito, recolher uma amostra para exame LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 137 19. COLHEITA ASSÉPTICA DE URINA 1. 2. 3. 4. Antes: conferir a requisição e verificar se está completamente preenchida identificar a técnica necessária para a colheita pretendida informar o utente da análise que vai fazer, da preparação, se necessária, dos procedimentos e da colaboração a prestar identificar os rótulos dos frascos com o nome, número do processo, cama, enfermaria, análise, data e hora Durante: preparar o material necessário preparar o doente, explicando o que vai fazer e solicitando colaboração colher a quantidade necessária e suficiente do produto e de acordo com a técnica correcta 4. uso de técnica asséptica médica sempre e cirúrgica se técnica invasiva 1. 2. 3. 1. 2. 3. 4. • • • Após: providenciar para o envio rápido e oportuno do produto ao laboratório, evitando que se deteriore (não mais de 15 minutos) deve ser acompanhado da requisição providenciar para que todo o material seja arrumado, limpo e esterilizado registar as colheitas efectuadas, os procedimentos e se houve intercorrências Notas: há 4 técnicas de colheita asséptica de urina, cuja escolha depende do estado do doente ou do seu grau de colaboração: o técnica do jacto médio o técnica por cateterismo vesical (última opção) o técnica por saco (em crianças pequenas) o técnica de recolha em doente com cateterismo vesical se o doente se encontrar com mobilidade limitada, fazer lavagem e desinfecção dos genitais conforme indicado para cateterismo vesical. Se for independente, instruí-lo para fazer ele próprio a lavagem e desinfecção solicitar ao doente que inicie a micção e após desperdiçar o início do jacto, abrir o frasco esterilizado e recolher 20mL de urina, sem tocar no seu interior LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 138 20. ALGALIAÇÃO • • • • • • • • • • • • • • Material: tabuleiro sonda vesical compressas esterilizadas campo estéril perfurado 1 par de luvas de exame 2 pares de luvas esterilizadas lubrificante hidrossolúvel estéril seringa de 5 ou 10mL água destilada cuvete ou taça saco colector de urina solução de lavagem e desinfecção (Betadine) resguardo para protecção da base da cama arrastadeira (se necessário) Algaliação feminina: 1. lavar as mãos, reunir todo o material, levando-o para junto da utente e colocando-o em condições de ser facilmente utilizado 2. informar a utente do procedimento que se vai executar e a sua finalidade 3. providenciar para que haja privacidade da doente 4. colocar a utente em posição correcta. Posição ginecológica ou em decúbito dorsal com os joelhos flectidos, abdução coxo-femural, pés apoiados sobre a cama e afastados 5. colocar 1 resguardo impermeável sob as nádegas da utente (para a lavagem) 6. calçar luvas de exame e realizar a lavagem perineal com solução detergente de iodopovidona e soro fisiológico 7. lavagem cirúrgica das mãos e calçar luvas esterilizadas para proceder à desinfecção 8. desinfectar toda a área genital com betadine dérmico e técnica asséptica 9. afastar os pequenos lábios com o polegar e o indicador de modo a visualizar o meato urinário 10. desinfectar primeiro a região do meato, depois os pequenos lábios e por fim os grandes lábios, do centro para a periferia. É feita sempre no sentido descendente, em direcção do ânus, utilizando movimentos únicos 11. calçar novas luvas esterilizadas ecolocar campo perfurado sobre a região perineal ou compressas 12. lubrificar adequadamente a algália (5 a 6cm) 13. com a mão não dominante, separar os pequenos lábios, de modo a que o meato urinário seja bem visualizado. 14. introduzir a algália com a mão dominante através do meato de forma suave e contínua até surgir urina 15. introduzir a algália mais 2,5cm, enchendo-se o balão com a quantidade de água destilada recomendada (5 a 10mL) e traccionar suavemente e confirmar fixação 16. conectar a algália ao sistema de drenagem 17. retirar luvas e fixar externamente a algália na face interna da coxa utilizando adesivo 18. observar a quantidade e características da urina drenada 19. colocar o doente em posição confortável, arrumar todo o ambiente e reunir todo material utilizado e sujos 20. lavar as mãos e proceder aos registos (hora, complicações, quantidade e características da urina) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 139 Algaliação masculina: 1. lavar as mãos, reunir todo o material, levando-o para junto do utente e colocando-o em condições de ser facilmente utilizado 2. informar o utente do procedimento que se vai executar e a sua finalidade 3. providenciar para que haja privacidade do doente 4. colocar o doente em decúbito dorsal 5. colocar resguardo sob as nádegas 6. calçar luvas de exame 7. realizar a lavagem perineal com solução detergente de iodopovidona e soro fisiológico 8. lavagem cirúrgica das mãos se calçar luvas esterilizadas para proceder à desinfecção da região genital 9. desinfectar com solução apropriada (betadine dérmico) toda a área genital e com técnica asséptica 10. repuxar o prepúcio, de modo a desinfectar o meato, a glande e corpo do pénis com movimentos do meato para o escroto (movimentos únicos) 11. calçar novas luvas esterilizadas 12. colocar campo perfurado sobre a região perineal ou utilizar compressas 13. lubrificar a algália 14. com a mão não dominante segurar o corpo do pénis, repuxando-se e elevando-o até uma posição quase vertical 15. introduzir suavemente a algália até ultrapassar a curvatura (mais ou menos 10cm) 16. depois de ultrapassar a primeira curvatura, repuxar o pénis em direcção aos pés a fim de desfazer a curvatura prostática e prosseguir na introdução da algália 17. quando a urina começar a fluir, dever-se-á introduzir a algália mais 2,5cm, de forma a garantir o seu correcto posicionamento na bexiga 18. insuflar o balão da algália introduzindo-se água destilada com a seringa. A quantidade a introduzir depende do fabricante /5 a 10mL) 19. conectar a algália ao sistema de drenagem 20. retirar as luvas 21. fixar externamente a algália utilizando adesivo 22. utiliza-se a face anterior das coxas e abdómen, de forma a eliminar a curvatura penoescrotal 23. colocar correctamente o saco colector em suporte próprio 24. observar a quantidade e características da urina 25. deixar o utente confortável e o ambiente arrumado 26. reunir todo o material utilizado no cateterismo vesical 27. lavar as mãos 28. proceder aos registos (hora, complicações, quantidade e características da urina) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 140 21. RESÍDUOS HOSPITALARES (RH) • • • • Grupo I (resíduos não perigosos): resíduos comparados ao lixo urbano o Resíduos provenientes de gabinetes, sanitários, salas de reunião, etc. o Embalagens e invólucros comuns o Colocam-se em recipientes de cor preta Grupo II (resíduos não perigosos) o Material ortopédico (sem sangue) o Material de protecção pessoal o Fraldas e resguardos descartáveis (sem sangue) o Embalagens de medicamentos, ou de outros produtos clínicos, vazias o Frascos de soros não contaminados o Colocam-se em recipientes de cor preta Grupo III (resíduos perigosos): RH de risco biológico o Material usado em diálise o Peças anatómicas não identificáveis o Resíduos resultantes da administração de sangue e medicamentos o Colocam-se em recipientes de com branca, com indicativo de risco biológico Grupo IV (resíduos perigosos): RH específicos e de incineração obrigatória o Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas o Cadáveres de animais de experiência laboratorial o Materiais cortantes ou perfurantes o Produtos químicos ou fármacos rejeitados o Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração o Colocam-se em recipientes de cor vermelha (excepto os objectos perfurantes e cortantes, que devem ser colocados em contentores imperfuráveis) LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 141 22. DICIONÁRIO A • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ABCESSO – colecção de pus no interior de uma cavidade fechada com limites bem definidos ABCESSO AGUDO – é aquele que se desenvolve rapidamente, num período de poucos dias ou horas ACIDOSE METABÓLICA – aumento de eliminação de gases, aumento de retenção de ácidos, diminuição do pH ACIDOSE RESPIRATÓRIA – bradipneia, aumenta o CO2, diminui o pH ACUIDADE VISUAL – capacidade de ver ADENOPATIA – dilatação dos gânglios AEROCOLIA – presença de ar no cólon AEROFAGIA – deglutição de ar. AFASIA – defeito de adaptação da palavra à ideia, quer se trate de uma ideia a transmitir (afasia motora ou de Broca), ou de uma ideia a receber (afasia sensorial ou de Wernicquee); AGENÉSIA – desenvolvimento incompleto ou ausência congénita de qualquer órgão ou registo ALCALOSE METABÓLICA – aumento da retenção de bases, aumento de eliminação de ácidos, aumento do pH, bradipneia ALCALOSE RESPIRATÓRIA – taquipneia, diminui CO2, aumenta o pH ALERGÉNIO – substâncias que provocam alergia ALERGIA – é uma resposta ou uma reacção anormal do organismo a substâncias estranhas ALEXIA – perda de capacidade de leitura ALOPÉCIA – perda de cabelo AMAUROSE – cegueira AMBLIOPIA – perda parcial da visão AMENORREIA – ausência de fluxo menstrual ANAFILAXIA – penicilina nas picadas de insecto ANALGESIA – ausência de sensibilidade dolorosa ANASARCA – edema generalizado ANEMIA – baixa concentração de hemoglobina no sangue ANESTESIA – ausência de sensibilidade ANEURISMA – tumor formado no trajecto de uma artéria pela dilatação da túnica elática ANISOCÓRIA – assimetria pupilar, diferença de diâmetro entre as pupilas; tem o nome da pupila que reage menos à luz. ANOREXIA – falta de apetite ANÓSMIA – ausência de cheiro ANÓXIA – falta de O2 nos tecidos ANSIOLÍTICOS – drogas que diminuem a ansiedade ANÚRIA – ausência de micção, tendo em consequência a falta de excreção renal APALESTESIA – ausência de sensibilidade vibratória APIRÉTICO – temperatura normal APLASIA – diminuição da formação das células e órgãos APNEIA – ausência de respiração ARRITMIA – alteração do ritmo das pulsações cardíacas ou de qualquer outro fenómeno orgânico rítmico ARTRITE – inflamação das articulações LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 142 • • • • • • • • • • • • • • • • • B • • • • • • • • • • • ARTROSE – degenerescência da cartilagem das articulações ASCITE – presença de líquidos no abdómen que vão provocar a sua distensão ASNÓSMIA – ausência de olfacto ASTENIA – fraqueza muscular, falta de força ATAXIA – perda de capacidade de coordenar os movimentos embora haja o poder de os executar ATETOSE – movimentos involuntários lentos, do tipo de reptação; localizam-se em geral nas mãos, pés (dedos), face (boca e língua) e pescoço. ATOPIA – edema e excesso de produção de muco ATRITO PLEURAL – presença de ar na pleura ATROFIA – redução das dimensões de uma parte do corpo ou órgão ATROFIA POR CAUSA ENDÓCRINA – por perda do estímulo endócrino ATROFIA POR COMPRESSÃO – resulta da pressão exercida ou contínua numa determinada área ATROFIA POR FÍSICA OU QUÍMICA – por medicamentos, produtos industriais e radiação ATROFIA POR HIPÓXIA – devido à deficiente oxigenação ATROFIA POR INACTIVIDADE – é a falta de estímulo num músculo estriado ocorrido por imobilizações prolongadas ou em lesões que afectam a sua enervação motora ATROFIA POR INANIÇÃO – situações em que há impedimento de ingestão prolongada ou de doenças catabólicas (assimilação de alimentos) AUSCULTAÇÃO – técnica que permite ouvir sons ampliados pelo organismo, utilizando material auxiliar AZIA ou PIROSE – Sensação de calor e ardor na garganta e no esófago, acompanhado de abundante secreção salivar BACTERIÉMIA – existência de bactérias no sangue, sem multiplicação BASÓFILOS – células imunitárias libertadpras de histidina BERIBÉRI – doença nutricional resultante da ingestão prolongada de dietas deficientes em tianina BERIBÉRI HÚMIDO – uma forma mais aguda que provoca em edema mais generalizado, ocasionando transtorno no sistema circulatório que pode levar à morte por insuficiência cardíaca BERIBÉRI INFANTIL – ocorre entre o segundo e o quinto mês de vida, nas crianças amamentadas por mulheres que consumem dietas pobres em tiamina BERIBÉRI SECO – doença crónica debilitante que produz neurite e leva a paralisia dos membros BILIRRUBINÉMIA – quantidade de bilirrubina no sangue e o seu aumento indica disfunção hepática BRADICARDIA – menos de 60 porm BRADICARRITMIA – diminuição do nº de pulsações por minuto BRADIPNEIA – diminuição anormal do nº de ciclos respiratórios, isto é, da frequência respiratória. BULIMIA – apetite insaciável C • CÃIMBRA – perturbação na qual um ou mais músculos se contraem involuntariamente, causando espasmo de dor e, por vezes, imobilidade. • CAQUEXIA – estado de desnutrição LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • • • • D • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Pág. 143 CAUSAS ADJACENTES – determinantes ou desencadeantes (facilitam a eclosão da doença) CAUSAS EFICIENTES – por si só originam doença CAUSAS PREDISPONENTES – favorecem o aparecimento das afecções CAUTERIZAÇÃO – emprego de calor excessivo para destruir tecidos doentes CEFALEIA – dor de cabeça CIANOSE – tom azulado que se observa especialmente na pele da face e das extremidades acompanhando estados em que o sangue não é adequadamente oxigenado CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE – é provocada por uma insuficiência circulatória dos membros inferiores. A circulação é suficiente para as exigências musculares durante o repouso, mas ao fim de curto tempo de marcha o paciente sente uma espécie de cãibra e dor na perna, que desaparece com o repouso. CLIMATÉRIO – período mais ou menos longo, variável de mulher para mulher, que antecede e segue a menopausa CÓLICA RENAL – dor na região lombar com irradiação para a raiz das coxas e órgãos genitais COMPRESSÃO – é a acção exterior exercida sobre um órgão ou uma região que tende a diminuir o seu volume. CONJUNTIVITE – inflamação da conjuntiva e/ou canal lacrimal CONTUSÕES – lesão dos tecidos moles sem a correspondente lesão traumática superficial CREATINÉMIA – quantidade de creatinina no sangue CRIOTERAPIA – é o emprego terapêutico do frio DEGENERESCÊNCIA – são todas as alterações de estrutura, função e composições química de uma célula, tecido ou órgão DEGENERESCÊNCIA FIBRINÓIDE – depósito amorfo agrupado formado por eosinófilos DEGENERESCÊNCIA GRANULOSA – células ficam com o citoplasma aos grânulos DEGENERESCÊNCIA HIALINA – mudança celular transformando o tecido num aspecto vítreo, róseo e homogéneo DEGENERESCÊNCIA MUXOMIDOSA – substituição de tecido normal por tecido muxodenso DEGENERESCÊNCIA VACUOLAR – células cheias de vacúolos DIAGNÓSTICO – opinião que se chega quanto à natureza de uma doença DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – distinção das doenças DIARREIA – mais de 4 dejecções líquidas por dia DIPLÉGIA – paralisa dos membros superiores DIPLOPIA – visão dupla dos objectos DISARTRIA – dificuldade da fala expressa por uma dificuldade em articular palavras; DISESTESIA – perturbação aberrante das sensibilidades DISFAGIA – dificuldade em deglutir DISFASIA – dificuldade da função da linguagem – fala; DISFONIA – dificuldade da fonação expressa por uma alteração do tom da voz; DISLEXIA – defeito em que o nível individual de leitura está abaixo do esperado relativamente à inteligência geral do indivíduo DISMENORREIA – dores no período menstrual DISMETRIA – desigualdade no tamanho dos membros DISPARÉSIA – parésia dos membros superiores DISPAREUNIA – dor no acto sexual LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 144 • • • • • • • • E • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • DISPEPSIA – dor e dificuldade na digestão DISPLASIA – acção de modelar, há perturbação no desenvolvimento de um membro, tecido ou órgão, provocando deformidades ou monstruosidades DISPNEIA – dificuldade em respirar DISPNEIA PAROXÍSTICA NOCTURNA – dificuldade respiratória nocturna de aparecimento súbito; sinal patogonómico de insuficiência cardíaca DISÚRIA – dor ou dificuldade na micção DOENÇA DO MONGE – provocada pela hipotensão atmosférica DOENÇAS VENÉREAS – transmissíveis DOSE INFECCIOSA – dose de microorganismos necessários para iniciar a infecção ECTOMIA – extracção EDEMA – tumefacção devido à excessiva passagem de líquidos através das paredes dos vasos sanguíneos ou linfáticos para os espaços intercelulares dos tecidos ELECTROTERAPIA – conjunto de técnicas que utilizam a electricidade com fins terapêuticos. É a aplicação da corrente eléctrica no diagnóstico e tratamento das doenças EMBOLIA – coágulo que vem doutro local ENFARTE – ocorre num órgão quando os ramos das artérias são obstruídos ENFISEMA SUBCUTÂNEO – acumulação de ar debaixo da pele ENTORSE – lesão dos ligamentos de uma articulação ENURESE – micção involuntária durante o sono ENXAQUECA – cefaleia com características próprias; dor sobre as sobrancelhas ou região da nuca (prevenção – chá e café; agravamento – chocolate) EOSINÓFILO – penetra nos tecidos a partir do sangue e liberta substâncias químicas que inibem a inflamação EPISTAXIS – pequena saída de sangue pelo nariz EQUIMOSE – "pequena contusão"; mancha produzida por sangue ERITEMA – coloração vermelha da pele ERUCTAÇÃO – saída de ar pela cavidade oral proveniente do tubo digestivo (arrotar) ERUPÇÃO – aparecimento na superfície da pele de pequenas lesões ESCORIAÇÕES – arranhões e perda de pele ESCOTOMAS – ponto de não visão em qualquer altura do campo visual ESPECIFICIDADE – preferência por determinado hospedeiro ESPLENOMEGÁLIA – aumento do tamanho do baço ESTOMATITE – infecção da boca EUPNEIA – respiração normal (12-16 ciclos/min) EURÍTMICO – de 60 a 90 porm EXANTEMA – todos os tipos de erupções cutâneas F • • • FACTORES ENDÓGENOS – actuam internamente no organismo FACTORES EXÓGENOS – actuam fora do organismo FAGÓCITO – célula que é capar de englobar partículas sólidas em especial micróbios no seu protoplasma • FAGOCITOSE – incorporação de partículas ou células sólidas interior no protoplasma de outras células • FASCICULAÇÕES MUSCULARES – movimentos vermiculares (ondulações), que aparecem espontaneamente ou depois de percutir o músculo • FERIDA CONTUSA – lesão das partes moles, perda de tecido LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 145 • • • • • • • FERIDA INCISA – apresenta os bordos lisos, instrumento cortante FERIDA LACERADA – apresenta bordos retalhados, instrumento rombo FERIDA PERFURANTE – apresenta bordos irregulares, instrumento pontiagudo FISIOLOGIA – ramo da ciência médica que estuda as funções dos vários órgãos FISIOPATOLOGIA – estudo das funções do organismo doente FLEIMÃO – colecção de pús que se encontra de forma dispersa FOTOFOBIA – dificuldade em enfrentar a luz pois as sensações luminosas são penosas para os olhos • FRACTURA – quebra de continuidade do osso • FREMITE TÁCTIL – barulho semelhante ao da água a sair de uma esponja G • • • H • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • GASTRALGIAS – dor a nível gástrico GLICÉMIA – quantidade de glicose no sangue GLOSSITE – infecção da língua HEMATEMESES – saída de sangue pela cavidade oral proveniente do tubo digestivo; o sangue apresenta um tom castanho escuro devido à digestão HEMATÓCRITO – massa de glóbulos existentes em cada litro de sangue; serve para ver a massa globular e a massa do líquido HEMATOMA – rompimento de vasos de grande calibre HEMATÚRIA – presença de sangue na urina HEMIANÓPSIAS – amputações do campo visual HEMIBALISMO – de todos os movimentos involuntários é o mais dramático e violento. Atinge de preferência as articulações proximais dos membros. O membro superior é arremessado violentamente, descrevendo largos sectores de círculo com centro na cintura escapular. O membro inferior é sujeito a largos movimentos de flexão e extensão da coxa. HEMIPARÉSIA – parésia em metade do corpo (hemi-corpo direito ou esquerdo) HEMIPLÉGIA – plégia em metade do corpo (hemi-corpo direito ou esquerdo) HEMOPTISES – saída de sangue pela cavidade oral proveniente da árvore respiratória; o sangue apresenta um tom vermelho vivo e arejado HEMOPTÓICA – expectoração raiada de sangue HEPATOMEGÁLIA – aumento do volume do fígado; edema do fígado HÉRNIA – prolapso, ruptura HÉRNIAS INGUINAIS – hérnias proximais das virilhas HGM – hemoglobina globular média HIPERCAPNIA – PO2 acima do normal HIPERÉMIA – maior afluxo de sangue de sangue a um determinado órgão HIPERESTESIA – aumento da sensibilidade HIPERÓSMIA – aumento do cheiro HIPERPLASIA – aumento da formação das células HIPERTENSÃO – valores da TA acima do normal HIPERTERMIA – aumento da temperatura HIPERTONIA – aumento do tónus muscular HIPERTROFIA – aumento do volume das células ou órgãos HIPERVENTILAÇÃO – aumento da ventilação HIPOALGESIA – diminuição da sensibilidade dolorosa HIPOESTESIA – diminuição da sensibilidade LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 146 • • • • • • • I • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • L • • • • • • • • • HIPOPLASIA – ligeira diminuição de um órgão ou tecido HIPÓSMIA – diminuição do cheiro HIPOTENSÃO – valores da TA abaixo do normal HIPOTERMIA – diminuição da temperatura HIPOTONIA – diminuição do tónus muscular HIPOVOLÉMIA – perda de líquidos HIPÓXIA – diminuição de O2 ICTERÍCIA – coloração amarela da pele e mucosa IMUNIDADE – capacidade que o organismo tem para se defender de agentes agressores estranhos INCONTINÊNCIA – perda constante e involuntária de urina pela uretra INFECÇÃO – processo pelo qual uma doença é transmitida a outra pessoa INFESTAÇÃO – é a invasão do organismo por parasitas que vivem que vivem no hospedeiro INFLAMAÇÃO – resposta do organismo a uma lesão sofrida INFLAMAÇÃO CATARRAL – excessiva produção de muco INFLAMAÇÃO FIBRINOSA – extravasamento de grande quantidade de proteínas plasmáticas INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA – resposta inflamatória de tipo celular, produtiva crónica (hepatite) INFLAMAÇÃO HEMORRÁGICA – rotura de vasos ou diapedeses de glóbulos vermelhos INFLAMAÇÃO MEMBRANOSA – formação de falsas membranas constituídas por fibrina precipitada, epitélio necrosado e leucócitos INFLAMAÇÃO MISTA – mistura de vários tipos de inflamação INFLAMAÇÃO SEROSA – extensa libertação de líquido com baixo conteúdo proteico INFLAMAÇÃO SUPURATIVA – produção de grandes quantidades de pús INSPECÇÃO – observação que se faz no primeiro contacto com o doente e constitui uma avaliação organizada do corpo e comportamento do doente INTOXICAÇÃO – é o estado patológico de estar envenenado pelo álcool, drogas ou qualquer substância tóxica INVASIBILIDADE – capacidade de penetrar no organismo e movimentar-se através dele IONOGRAMA – exame que avalia a quantidade de iodo no sangue ISOCÓRIA – igualdade no tamanho das pupilas ISQUÉMIA – fornecimento insuficiente de sangue LEUCEMIA – tumor da medula vermelha LEUCOCITOSE – aumento dos glóbulos brancos LEUCOGRAMA – número total de leucócitos no sangue LEUCOPNIA – número de leucócitos inferior ao normal LEUCORREIA – aumento do exsudato vaginal LINFÓCITOS – aparecem nas infecções crónicas LUXAÇÃO – deixa de haver contacto andémico entre as superfícies articulares e o osso LUXAÇÃO PATOLÓGICA – devida a doença nas estruturas periarticulares ou articulares LUXAÇÃO TRAUMÁTICA – provocada por lesões, com a aplicação da força de modo que produz rotura da articulação M LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • • • • • • • • N • • • • • • • • • • • • O • • • • • • • Pág. 147 MACRÓFAGO – importante nos estados infecciosos avançados e na reparação de tecidos MASTÓCITO – induz a inflamação através da libertação de mediadores químicos MELENA – presença de sangue nas fezes de coloração castanho escuro (cheiro intenso) MENARCA – primeira menstruação MENOPAUSA – data da última menstruação confirmada por análises clínicas e sanguíneas MENORRAGIA – aumento do período menstrual METÁSTASES – alastração das células malignas METEORISMO – som provocado pelo movimento intestinal METRORRAGIA – hemorragia fora do período menstrual MIALGIA – dor muscular (sintoma de gripe) MICROCEFALIA – encéfalo reduzido MIDRÍASE – dilatação pupilar (sinal de morte aparente) MIOCLONIA – contracção brusca e rápida de um músculo ou grupo de músculos (agonistas e antagonistas) sendo por vezes sucessivas – rítmicas ou arrítmicas. MIOSE – contracção pupilar (sinal de morte aparente) MONÓCITOS – removem, sistema de limpeza MONOPARÉSIA – parésia de 1 só membro MONOPLÉGIA – paralisia de 1 só membro MORFOGÉNESE – explica as alterações estruturais bem como as alterações funcionais NECROSE – morte de certa porção de tecido NECROSE CASEOSA – combinação de necrose de coagulação com necrose de liquefacção NECROSE DE COAGULAÇÃO – gangrena seco NECROSE DE LIQUEFACÇÃO – acção de enzimas que digerem as células e as transformam em líquido proteico NECROSE GASOSA – gás expandindo-se através dos espaços dos músculos e tecido conjuntivo NECROSE GORDUROSA ENZIMÁTICA – enzimas que destroem o próprio pâncreas NECROSE TRAUMÁTICA – falta de irrigação por traumatismo NEOPLASIA – designação dada a qualquer nova formação de tecido NEUTROFILIA – aumento de neutrófilos NEUTRÓFILOS – aumentam a infecção NICTÚRIA – aumento do volume de urina à noite NOSOLOGIA – classificação científica das doenças OBSTIPAÇÃO – obstrução das vias intestinais; diminuição do número de dejecções diárias e mais sólidas que o normal ODINOFAGIA – dor à deglutição (o indivíduo engole mas provoca dor) OFTALMOPLEGIA – perda do movimento do olho; não há movimento da órbita. OLIGOANÚRIA – diurese inferior a 200ccomdia OLIGÚRIA – redução acentuada de secreção renal (diurese <1000ccomdia, entre 200cc a 500ccomdia) OPISTÓTONO, posição de – organismo na posição de arco (apoiado pela nuca e calcanhares formando uma curvatura) devido à presença de tétano ou meningite, a nível cerebral, caracteriza-se por espasmos dos músculos do corpo ORTOPNEIA – dificuldade em respirar deitado LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 148 • • • • P • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Q • • • OSTOMIA – corte OTITE – inflamação do ouvido com dor OTORRAGIA – saída de sangue pelo ouvido OTORREIA – saída de LCR pelo ouvido PALPAÇÃO – efectuar o exame físico através da sensação táctil permitindo tocas as estruturas do corpo PARALISIA/PLÉGIA – ausência de força muscular – força 0 PARAPARÉSIA – diminuição da força muscular nos membros inferiores PARAPLEGIA – ausência de força muscular nos membros inferiores PARÉSIA – diminuição da força muscular PARESTESIAS – sensação estranha de a uma picada sentir várias; diminuição da sensibilidade, formigueiro PARÓSMIA – perversão do cheiro (cheiro indefinido) PATOGENECIDADE – capacidade de provocar doenças num hospedeiro susceptível PATOGÉNESE – mecanismo pelo qual se origina uma doença PATOGNOMÓNICAS – sinal ou sintoma característico de determinada doença e cuja presença ou ausência depende o diagnóstico PELAGRA – eritema generalizado, parestesias PERCUSSÃO – técnica que se baseia na produção de sons através da aplicação da força física que determina se o tecido subjacente contém ar, líquidos ou é sólido PERÍODO DE INCUBAÇÃO – intervalo de tempo que decorre entre a entrada do agente no hospedeiro e o início do aparecimento dos sinais e sintomas PETÉQUIAS – equimoses de pequenas dimensões PIORREIA – derrame purulento proveniente de um dente PIÚRIA – presença de pus na urina (com aspecto leitoso) PNEUMOTÓRAX – ar na cavidade pleural POLAQUIÚRIA – necessidade de urinar num ritmo miccional maior, pouco POLICITÉMIA – é um excesso de eritrócitos resultante de um aumento de fornecimento de O2 ou tumores na medula óssea POLIDIPSIA – muita sede POLIFAGIA – muita fome POLIGLOBULINA – aumento do número de glóbulos vermelhos no sangue POLIPNEIA – aumento anormal da frequência respiratória, ciclos mais amplos e respiração mais profunda POLIÚRIA – aumento da produção e secreção de urina PRECORDIALGIA – dor no tórax por cima do externo na zona precordial PRESSÃO ATMOSFÉRICA – força exercida pela atmosfera, por unidade de superfície PROGNÓSTICO – previsão do resultado e da evolução provável duma doença baseada na natureza e nos sintomas de caso PRURIDO – coceira, comichão PTOSE PALPEBRAL – descaimento das pálpebras PÚSTULA – abcesso de pequenas dimensões QUADRANTANÓPSIAS – 1/4 do campo visual está intacto QUEILOSE – fissura do canto dos lábios QUERINOSE SENIL – envelhecimento precoce da pele LIVRO DE ESTÁGIO Pág. 149 R • • • • • • • • • • • • • • • • • S • • • • • • • • • • RADIAÇÕES IONIZANTES – são emitidos naturalmente ou artificialmente RADIAÇÕES POR IV – fototérmicas, penetram no tecido subcutâneo, aumentam a temperatura cutânea, baixam a TA RADIAÇÕES POR UV – fotoquímicas, penetram superficialmente na pele, acção autorraquítica, transformam-se em vitamina D1 e D3 RAIOS α e β – penetração muito pequena no tecido humano RAIOS γ – tratamento de cancros profundos REABSORÇÃO – absorção de 1 sólido, líquido ou gás pela corrente sanguínea REACÇÕES CITOTÓXICAS – combinação de Iga e IgM com antigénio, activação do complemento, lise celular RECTORRAGIA – saída de sangue vermelho vivo proveniente do recto RECTRORRAGIAS – saída de sangue vivo pelo recto REGENERAÇÃO – reconstituição de estruturas teciduais consecutivas À sua perda mais ou menos total RENOVAÇÃO – processo de formação de células em que cada um dá origem a outra REPARAÇÃO TECIDUAL – processo final de resposta inflamatória; consiste na substituição das células mortas ou lesadas por células viáveis RESERVATÓRIO – ambiente no qual agente infeccioso é encontrado RETENÇÃO VESICAL – persistência da urina na bexiga impossível de remover pela micção RINORRAGIA – saída de sangue pelo nariz (epistaxis) RINORREIA – saída de LCR pelo nariz RUBOR – coloração vermelha da zona lesada SEBORREIA – cabelo extremamente oleoso e com caspa de grandes dimensões e húmida SEPTICÉMIA – presença de bactérias no sangue mas com multiplicação e proliferação celular SINAIS – fenómenos observados pelos outros no organismo do doente, são objectivos SÍNDROME – conjunto de sintomas que frequentemente ocorrem juntos e que caracterizam a doença SINTOMA – reacções sentidas pelo doente e só por ele observadas, são subjectivos SINTOMATOLOGIA – conjunto de sintomas de uma doença SINUSITE – inflamação dos seios nasais SOM MACIÇO – ascite, derrame pleural (líquido) SOM TIMPÂNICO – presença de gases, ar (pneumotórax) SUDORESE – transpiração T • • • • • • TAQUIARRITMIA – aumento do número de p/m TAQUICARDIA – batimentos cardíacos acima de 60 p/m TAQUIPNEIA – aumento anormal da frequência respiratória; respiração superficial TENESMO VESICAL – falsa vontade de urinar na ausência de urina TERMOTERAPIA – emprego terapêutico do calor TETRAPARÉSIA - diminuição da força muscular nos 4 membros (provocada por toda a lesão superior a C4/C5) • TETRAPLÉGIA - paralisia nos 4 membros (provocada por toda a lesão superior a C4/C5) • TNM – Classificação tumoral (tumor, nódulo, metástases) LIVRO DE ESTÁGIO • • • • • • • • • • • U • • • • • Pág. 150 TONTURA – mecanismo sintomatológico no qual dá a sensação de “ver tudo à roda” TÓNUS – contracção normal dos tecidos TOSSE – mecanismo de limpeza das vias aéreas, no qual é provocado um ruído devido a expiração forçad contra a glote que está fechada TÓXICO – substância que tem potencialmente capacidade de provocar lesão no organismo TRAUMATISMO – interrupção da continuidade bruscamente produzida aos tecidos; perda de continuidade do tecido normal TROFISMO – estado de nutrição TROMBOCITOPENIA – traduz diminuição de plaquetas podendo resultar em hemorragias crónicas TROMBOSES – coágulo no local TUMOR – deve-se a migração de líquidos e células para os espaços existentes num determinado local do organismo TUMOR HETERÓLOGO – maligno TUMOR HOMÓLOGO – benigno URÉMIA – quantidade de ureia no sangue URETRITE – infecção da uretra URGÊNCIA – forma súbita de urinar impondo micção urgente URINA TIPO II – avalia a densidade, cor e elementos anormais URTICÁRIA – eritema cutâneo e edema localizado V • • VARIZES – dilatação e tortuosidade das veias VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO – velocidade com que os glóbulos vermelhos se assentam • VERTIGEM – perda de equilíbrio; semelhante à tontura só que sentimo-nos “a andar à roda” e o resto está parado • VGM – volume globular médio • VIRULÊNCIA – gravidade da doença, grau de patogenecidade LIVRO DE ESTÁGIO