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Manual De Amamentação

Manual de amamentação, esclarecendo mitos e preocupações.

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    December 2018
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MANUAL DE A MAME NTAÇÃO Dr. Alfredo Elias Gilio o Dra. Alice D’Agostini Deutsch utsch Dra. Virginia Spinola Quintal ntal Manual de Amamentação Copyright© 2008, Office Editora e Publicidade Ltda Produzido e Editado por: /FlCE%DITORAE0UBLICIDADE,TDA2UA'ENERAL%LOY!LFARO s#HÉCARA)NGLESA   3ÎO0AULO 30 4ELEFONES     sE MAILOFlCEEDITORA UOLCOMBR 0ROIBIDAAREPRODU ÎOPARCIALOUTOTALDESTAOBRA PORQUALQUERMEIOOUSISTEMA SEMOPRÏVIOCONSENTIMENTODOSEDITORES !POIO3UPPORT0RODUTOS.UTRICIONAIS,TDA )MPRESSONO"RASIL 2008 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) #ÊMARA"RASILEIRADO,IVRO 30 "RASIL 'ILIO !LFREDO%LIAS -ANUALDEAMAMENTA ÎO!LFREDO%LIAS'ILIO !LICE$!GOSTINI$EUTSCH 6IRGINIA 3PINOLA1UINTAL 3ÎO0AULO/FlCE%DITORA  "IBLIOGRAlA !LEITAMENTOMATERNO /BRASDEDIVULGA ÎO!MAMENTA ÎO OBRASDE DIVULGA ÎO"ÐBES .UTRI ÎO /BRASDEDIVULGA ÎO,EITEMATERNO OBRASDE DIVULGA ÎO)$EUTSCH !LICE$!GOSTINI))1UINTAL 6IRGINIA3PINOLA)))4ÓTULO   #$$  Índices para catálogo sistemático: 1. Amamentação : Bebês : Alimentação : Puericultura 649.33 2 Introdução A amamentação é uma prática que promove saúde, bem-estar físico e emocional, além de estreitar o vínculo entre mãe e filho. É também uma das experiências mais fascinantes para a mulher. Atualmente a maioria das mães e dos profissionais de saúde estão convencidos das vantagens do d aleitamento materno. Entretanto, há muito E MANUAL D O Ã Ç T A A MAME N s Gilio Dr. Alfredo Elia Deu h tsch utsc gostini Dra. Alice D’A l Spinola Quintal Dra. Virginia desconhecimento, crendices e tabus envolvendo d este e assunto e, por isso as mães freqüentemente encontram dificuldades para amamentar. Este e Manual surgiu da necessidade de ajudar as mães nesta tarefa. Foi escrito em linguagem simples, aborda as dúvidas mais comuns, e está baseado na ampla experiência dos autores. Esperamos que consiga atingir seus objetivos. Dr. Alfredo Elias Gilio 3 3 MANUAL DE A MAME NTAÇÃO Dr. Alfredo Elias Gilio Doutor em Pediatria pela Faculdade de Medicina da USP. Diretor da Divisão de Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da USP. Coordenador do Centro de Imunizações e da Clínica de Especialidades Pediátricas do Hospital Israelita Albert Einstein. Dra. Alice D’Agostini Deutsch Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da USP. Neonatologista do Berçário Anexo à Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.Coordenadora do Berçário do Hospital Israelita Albert Einstein. Dra. Virginia Spinola Quintal Mestre em Pediatria pela Faculdade de Medicina da USP. Neonatologista do Hospital Universitário da USP. Coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário da USP. Membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 4 4 Sumário Leite materno exclusivo ........................................... 14 Estética dos seios ..................................................... 14 Por que amamentar? ................................................... 6 Empedramento dos seios ......................................... 15 Amamentar: Todas as mães estão aptas? ..................... 6 Rachadura ou fissura mamária................................. 16 Vantagens do leite materno para o bebê ..................... 7 Como lidar com palpites ......................................... 16 Vantagens do leite materno para a mãe ...................... 8 Mitos e crendices .................................................... 16 Cuidados com o seio antes do parto ........................... 8 Papel de pessoas importantes .................................. 17 Colostro...................................................................... 9 Prevenção de nova gravidez .................................... 17 Qual a melhor técnica da amamentação .................... 9 Se acontecer uma nova gravidez ............................. 17 Higiene dos seios .................................................... 10 Uso de medicamentos pela mãe .............................. 18 Primeira mamada .................................................... 10 Papel das vacinas .................................................... 18 Horário das mamadas.............................................. 10 Licença-maternidade ............................................... 18 Duração das mamadas ............................................ 11 Licença-paternidade ................................................ 19 Arroto ...................................................................... 11 Depressão pós-parto ................................................ 19 Leite fraco ............................................................... 11 Desmame ................................................................ 20 Pouco leite .............................................................. 12 Retorno ao trabalho ................................................. 20 Mamadeiras e chucas prejudicam a amamentação? ........................................................ 12 Leituras sugeridas .................................................... 20 Muito leite ............................................................... 13 Centros de Referência Estaduais em Banco de Leite Humano no Brasil ...................................... 21 Sites de interesse ..................................................... 21 Bancos de leite humano. Como doar seu leite para outros bebês .................................................... 13 Referências bibliográficas ........................................ 23 5 5 Por que amamentar? Amamentar: Todas as mães estão aptas? Um dos principais benefícios para a mãe que amamenta seu bebê é a completa sensação de bem-estar que deriva desta experiência. Ao falarem de suas experiências com a amamentação, as mulheres enfatizam como se sentiram completas e felizes emocional, física e intelectualmente por amamentar seus filhos. Uma das grandes provas disso é que a mãe que amamentou um bebê irá quase certamente amamentar o próximo filho. O par “mãe/bebê” desenvolve um relacionamento interdependente e muito especial. Decorrente desta relação simbiótica tão única, muitas mulheres definem este período como sendo um dos tempos mais completos de suas vidas. Finalmente, conhecendo os inúmeros benefícios para a saúde que a amamentação confere, tanto para a mãe como para o bebê, a decisão para amamentar é a melhor possível para a mãe e seu bebê. 6 A princípio, todas as mães estão aptas a amamentar seus bebês. A maior parte das mulheres pode amamentar, a despeito do tamanho ou do formato dos seios. No início, a amamentação ao seio pode ser dolorosa e difícil, mas a maioria das mulheres se acostuma logo, especialmente se contar com a ajuda de profissionais de saúde. Muitas mulheres não se atraem pela idéia de amamentar, mas terminam por aceitar quando finalmente pegam o bebê no colo. Se não estiver segura, pense ao menos em tentar: sempre será possível passar para a mamadeira, caso a tentativa realmente não funcione. Lembre-se que é muito mais difícil para o bebe passar da mamadeira para o seio e talvez não haja outra oportunidade se você não tentar desde o início. Mesmo que você pretenda voltar a trabalhar logo após o parto, vale a pena começar a amamentação ao seio. O leite materno é mais vantajoso para o bebê e, particularmente nos primeiros meses de vida, transmite maior imunidade e nutrientes mais adequados. Caso você tenha se submetido a cirurgia de redução ou aumento das mamas, você poderá amamentar dependendo do tipo de cirurgia realizada. Nos anos mais recentes, as técnicas utilizadas procuram manter os ductos condutores do leite íntegros. Se você está na dúvida, vá em frente e tente amamentar de qualquer maneira. Não irá prejudicar seu bebê. A lactação pode ocorrer normalmente, e se não der certo, você 6 infecciosos ainda insuficiente e suscetível às infecções. A natureza desenvolveu mecanismos de proteção adaptativa, e dentre eles estão o colostro e o leite humano, que possuem vários agentes protetores. O leite humano é rico em anticorpos, que são proteínas que protegem as mucosas da criança (boca, intestinos, pulmão, rins e vias urinárias) contra toxinas, microrganismos (vírus e bactérias) e outros agentes potencialmente perigosos. Estes anticorpos são dirigidos a inúmeros microrganismos, com os quais a mãe entrou em contato durante toda a sua vida, representando uma “memória” do seu repertório imunológico que passa para o filho, protegendo-o principalmente de diarréia, doenças respiratórias e urinárias. Outros tipos de elementos de defesa são as enzimas, como lactoferrina e lisozima e as gorduras do leite humano, que são ativas contra vírus, bactérias, fungos e parasitas. Além disso, temos os prebióticos, que são ingredientes não digeríveis que atuam de forma benéfica no organismo, estimulando seletivamente o crescimento das bactérias benéficas no intestino, melhorando a saúde. O leite materno contém um tipo de carboidrato não digerível (oligossacarídeo) que atua como prebiótico e é considerado o terceiro maior componente do poderá complementar a mamada com outro leite. Aguarde e verifique as mamadas, o ganho de peso e converse com o profissional que está cuidando de vocês. As contra-indicações de fornecer o leite da própria mãe para o bebê são poucas. Por exemplo, se a mãe é portadora de Aids, ela não deve amamentar pelo risco de transmitir a doença para seu filho. Outras doenças maternas e/ou suas medicações raramente contraindicam a amamentação. Converse com seu médico para orientação específica. Vantagens do leite materno para o bebê O leite materno contém todos os nutrientes que seu bebê necessita, nas quantidades certas. O leite materno contém inúmeros anticorpos e outros fatores de proteção que ajudam a combater infecções. Sabe-se que os bebês amamentados ao seio têm menos chance de contrair infecções respiratórias e de ouvido, gastrenterite, diabetes, doença de Crohn, doenças auto-imunes, obesidade, entre outros problemas. O leite materno é de fácil digestão e provoca menos problemas digestivos, diarréia e constipação. Toda criança nasce com o sistema imune imaturo, o intestino desprovido de bifidobactérias, o estômago com a função de excluir os agentes 7 7 Cuidados com o seio antes do parto leite materno, com teores similares aos teores protéicos. Os prebióticos promovem o predomínio de bactérias benéficas no intestino, como as bifidobactérias. O benefício destas bactérias é que estas têm sido associadas a efeitos protetores à saúde dos bebês. Portanto, podemos afirmar que os prebióticos exercem um papel importante no fortalecimento do sistema imunológico dos recém-nascidos. O colostro humano também possui glóbulos brancos derivados do sangue materno e que têm capacidade de proteger a criança contra a ação de bactérias. Além disso, o leite humano está relacionado a uma menor incidência de processos alérgicos, como eczema atópico, alergia alimentar e respiratória. O leite humano representa, portanto, um verdadeiro “suplemento” imunológico durante o período de imaturidade do recém-nascido e da criança nos primeiros meses de vida. Uma das primeiras e mais surpreendentes alterações do corpo durante a gestação ocorre nos seios. Cuidados especiais durante a gestação ajudarão a prepará-los para a amamentação e para aliviar algum desconforto que você possa sentir. Use sutiã especial durante toda a gravidez. Mantenha os seios adequadamente apoiados, sempre respeitando o aumento de volume. Se seus seios forem grandes, durma de sutiã. A pele dos seios e da barriga está sendo muito estirada e como resultado pode coçar e ficar muito seca. Mantenha a pele macia e sem irritações. Faça massagens nos seios e na barriga para aumentar a elasticidade da pele. Manteiga de cacau e óleo de amêndoas, óleos com vitamina E são eficazes para hidratar a pele. Evite hidratar os mamilos – se ficarem muito macios e úmidos podem doer. Caso sinta desconforto nos mamilos, exponha-os ao ar, ocasionalmente, quando estiver em casa. Dor nos mamilos e ingurgitamento são comuns nos primeiros dias após o parto. Caso seus mamilos sejam planos ou invertidos, procure orientação sobre a posição que você deve colocar seu bebê. Talvez você precise de um intermediário de silicone para amamentá-lo. Mas não deixe que estes problemas a desencorajem de amamentar. Amamentar o bebê quando ele pede e colocá-lo na posição correta podem ajudar a minimizar estes problemas. Vantagens do leite materno para a mãe A amamentação acelera o processo do retorno do útero ao tamanho normal e pode ajudá-la a perder o peso que você adquiriu na gravidez. A amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama para a mulher. 8 8 Colostro A posição também é importante. O bebê precisa estar alinhado, colocado de lado, sua barriga deve ficar junto do corpo da mãe (barriga com barriga). A cabeça deve estar apoiada, em linha reta em relação ao corpo, e de frente para o peito. Devemos levar o bebê à mãe, não a mãe ao bebê. Numa boa pega, a boca está bem aberta, a língua está sobre a gengiva e as bordas dos lábios viradas para fora (“boca de peixe”). Se a pega estiver inadequada, com as pontas dos dedos desvire suavemente os lábios para fora. O queixo do bebê deve estar encostado na mama e deve-se ver mais aréola acima da boca do bebê do que abaixo dela. Quando o bebê está sugando adequadamente, suas bochechas ficam arredondadas. Se estiverem encovadas ou o bebê estiver fazendo barulho de chupar ao sugar, a técnica está incorreta; devemos interromper a mamada e reiniciar a pega de maneira correta. Os seios começam a secretar um líquido claro ou amarelado a partir da 22ª semana de gestação, que se intensifica nos primeiros dois ou três dias após o parto, e é chamado de colostro. É o primeiro alimento do bebê antes que o leite propriamente dito seja produzido. Embora sua quantidade seja pequena, trata-se de um alimento único e valioso porque é muito rico em nutrientes e anticorpos que irão proteger seu bebê de processos infecciosos. Em comparação com o leite maduro, contém uma maior quantidade de proteínas, minerais e gorduras, que correspondem ao que seu bebê necessita nos primeiros dias de vida. O colostro funciona ainda como laxante, limpando os intestinos do mecônio (as primeiras fezes verde-escuras que o bebê elimina). Mesmo que você não esteja animada a amamentar por muito tempo, vale a pena proporcionar ao bebê o valioso colostro dos primeiros dias. Posição Qual a melhor técnica da amamentação Existem quatro posições básicas indicadas para um bom sucesso na amamentação. Devemos escolher a melhor para cada situação. A mãe deve estar confortável, com apoio para os pés, os braços e para as costas. Pode ser útil colocar um travesseiro nas costas e no colo. O bebê deve estar calmo e alerta. Se estiver muito excitado e chorão, deve ser colocado no colo para que se acalme antes de ser colocado para mamar. 1ª Posição sentada. A mãe amamentando sentada e o bebê em posição de aconchego. 9 9 2ª Posição deitada. A mãe amamentando em posição deitada. Esta posição é boa para quem foi submetida a um parto cesárea. Higiene dos seios 3ª Criança sentada. A criança fica na posição sentada. Indicada quando as mamas são grandes, mamas doloridas e mamilos fissurados ou ainda criança hipotônica (sindrômica). O bebê fica sentado com as pernas abertas a cavaleiro na coxa da mãe. Primeira mamada Deve ser com banho diário. Não usar sabonete, álcool ou água boricada nos mamilos e nas aréolas. Não é necessário limpar os mamilos antes de cada mamada. Quanto mais cedo acontecer a primeira mamada, maior a chance de que a amamentação seja bem-sucedida. Desde que o recém-nascido nasça sem problemas, esteja alerta e pronto para sugar imediatamente. O momento da primeira mamada deve ser abordado já no prénatal pelo obstetra para que, se possível, a mãe já faça o contato inicial imediatamente após o nascimento, ainda na sala de parto, ou o mais precocemente possível. A primeira mamada não será necessariamente efetiva na sala de parto. Após o primeiro contato, nas primeiras mamadas, a enfermeira e/ou o pediatra devem ajudar a mãe a achar a posição e a técnica melhor para facilitar o ato da amamentação. 4ª Criança em posição invertida Esta posição é boa para recém-nascidos pequenos e mamas grandes, pois o bebê tem dificuldade para abocanhá-la. Também é utilizada quando há fissuras mamárias. 10 Horário das mamadas O intervalo entre as mamadas deve ser de acordo com a necessidade da criança (sinais de fome) ou da mãe (peitos cheios). O recém-nascido 10 precisa ser amamentado freqüentemente nos primeiros dias. Na prática, isto significa 10 a 12 vezes em 24 horas. Cada criança tem seu ritmo próprio, que deve ser respeitado. O controle deve ser feito pelo exame do bebê: atividade, vivacidade, turgor firme e pelo ganho de peso. Devemos usar curvas de peso apropriadas para crianças amamentadas (a curva da Organização Mundial da Saúde). Alguns recém-nascidos são exageradamente dorminhocos. Nos primeiros dias, se o bebê estiver dormindo por períodos maiores que três horas, devemos acordá-lo para mamar. Com o tempo, ele próprio estabelecerá o seu intervalo. Arroto Duração das mamadas A mãe precisa saber que seu leite é tudo que a sua criança necessita e ela também precisa acreditar que pode amamentar. Nas primeiras semanas após o parto, a mulher se torna mais sensível e fica suscetível a emoções e insegurança. É muito freqüente ela duvidar de sua capacidade de cuidar e alimentar seu filho, achando que seu leite é fraco ou insuficiente, e fazendo o que as pessoas lhe dizem que faça – e nem sempre os conselhos são os melhores. Com isso a mãe acaba desmamando precocemente o seu filho. Para que isso não ocorra, ela precisa de uma pessoa experiente que lhe oriente, apóie e lhe dê confiança para manter a amamentação. A mãe deve procurar um profissional de saúde para receber orientação adequada. Não existe leite fraco – o que pode estar acontecendo é que a técnica deve estar incorreta e precisa ser avaliada. Após a mamada deve-se fazer o bebê arrotar. Devemos colocá-lo de pé, apoiado sobre o ombro da mãe ou de outro adulto e dar tapinhas nas costas. Não é obrigatório que arrote em todas as mamadas. Caso não arrote devemos colocá-lo no berço em decúbito lateral direito. Leite fraco Devemos deixar o bebê mamar quanto tempo quiser, desde que esteja mamando correta e vigorosamente. Quando o bebê esvaziar o primeiro peito, ele o larga e então devemos oferecer o segundo peito. Às vezes, um peito só é suficiente (principalmente nos primeiros dias de vida). Nos primeiros dias de vida, como saber se o bebê mama o suficiente? Verifique: uSe a técnica de amamentação está correta uSe há bom esvaziamento de um dos peitos uSe o bebê elimina urina pelo menos seis vezes ao dia uSe o ganho de peso é de 20 a 30 g/dia. 11 11 Pouco leite Se a mãe está produzindo pouco leite, a causa é quase sempre uma inadequada interação mãe-bebê, a qual é passível de correção. Pode-se realizar a técnica da relactação com a ajuda de um profissional experiente. A queixa de pouco leite é muito comum. Infelizmente, muitas vezes por falta de conhecimento, se utilizam complementos com mamadeira desnecessariamente. A quantidade de leite que a mãe produz varia de um dia para outro e até no decorrer do mesmo dia. Por outro lado, existem fases de aceleração do crescimento do bebê onde ele necessita de maior volume de leite e passa a mamar a toda hora. Estes períodos geralmente ocorrem no final da primeira semana de vida, com seis semanas, três meses e entre os quatro e os seis meses. Quais são os sinais de que o bebê não está mamando o suficiente? uEliminação de urina menor que seis vezes ao dia; uGanho de peso insuficiente; u Perda de mais de 10% de seu peso de nascimento; uNão recuperação do peso de nascimento até o 10º dia de vida; uPeso inferior ao percentil 10 (curva de peso para a idade para crianças amamentadas – OMS); uGanho de peso menor de 500 g no último mês (nos primeiros meses); uDiminuição da atividade do bebê. 12 Mamadeiras e chucas prejudicam a amamentação? O uso de bicos pode causar o desmame precoce do bebê. Quando se dá mamadeiras ou chucas ao bebê, ele aprende a chupar o bico só com os lábios e se atrapalha ao mamar o peito de sua mãe (“confusão de bicos”) e passa a querer mamar só o mamilo. Desta forma o bebê não consegue obter o leite do peito, pois não pressiona os depósitos abaixo da aréola. Conclusão, ele se cansa e não consegue estimular a produção de leite pela mama. O mamilo fica dolorido e pode apresentar rachaduras ou fissuras. Este processo faz com que a mãe pense que não tem leite ou que seu leite é fraco e o bebê passa definitivamente para a mamadeira, ocorrendo o desmame. 12 Muito leite A retirada do leite para doação deve ser realizada com toda a higiene, em local adequadamente limpo. O leite colhido deve ser colocado em frascos previamente esterilizados e a seguir congelado. O tempo máximo de armazenamento do leite materno ordenhado deve ser: uNa prateleira da geladeira: por 24 horas. uNo congelador ou freezer para pasteurizar: até 15 dias. uNo congelador ou freezer para uso em casa: por 20 dias. O transporte do leite materno congelado de casa para o Banco de Leite deve ser feito em bolsa térmica com gelo reciclável (gelox). Todo o leite doado ao Banco de Leite é submetido a testes de qualidade, pasteurizado e posteriormente dado aos bebês prematuros ou doentes internados na Maternidade. A Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (REDEBLH) é constituída por 182 Bancos de Leite Humano e coordenada pelo Centro de Referência Nacional, com sede no Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz. Para entrar em contato com os bancos de leite pode-se ligar para o tel. 21-2553-0052 (Rio de Janeiro) ou obter o telefone e o e-mail do banco mais próximo através do site: www.fiocruz.br/redeblh. Algumas mulheres apresentam vazamento do leite entre as mamadas, assim como da outra mama enquanto a criança está mamando, devido ao reflexo da descida do leite. Isso é normal e não deve preocupar. Se a mãe, após amamentar seu filho, apresentar ainda leite no peito, esse excedente pode ser doado para bebês internados através dos Bancos de Leite humano. Algumas mães produzem uma grande quantidade de leite, que em determinados momentos pode exceder a necessidade da criança. Esta produção pode provocar ingurgitamento mamário e mastite. Nestes casos, o que se recomenda é a retirada do leite após as mamadas. Geralmente com o tempo ocorre uma adequação entre a produção de leite e a necessidade da criança. Bancos de leite humano. Como doar seu leite para outros bebês Após amamentar seu filho, a mãe pode doar o leite excedente para outros bebês internados. A doadora deve estar saudável, não ter o hábito de ingerir bebidas alcoólicas e nem fumar. Caso estiver tomando algum remédio, deve informar o Banco de Leite. A doadora deve ter alguns exames negativos (como exemplo: sorologia para HIV e hepatite B e C, entre outros), exames que costumam ser realizados durante o pré-natal. 13 13 Leite materno exclusivo duas vezes ao dia, por cinco minutos em cada mama. Mesmo que você não obtenha o volume de leite que você desejaria, continue assim mesmo. Aos poucos, você terá desenvolvido a habilidade e progressivamente retirará mais leite. Você poderá ser bem-sucedida na amamentação exclusiva por bastante tempo. Nos primeiros dias ou semanas, quando os padrões de intervalos e tempo de mamadas vão sendo definidos, você pode começar a se organizar para retirar e armazenar seu leite para os momentos nos quais você possa não estar presente para alimentar seu bebê. Há várias maneiras de coletar leite materno: por retirada com bomba manual ou elétrica ou por expressão manual (usando suas mãos para retirar o leite e colocando num recipiente). Estética dos seios Alimente-se com critério e evite ganhar muito peso. Se você engordar muito em curto período de tempo, sua pele não terá tempo de se adaptar para acomodar as novas formas. Mantenha a pele macia e sem irritações. Felizmente, as mamas são uma parte firme, resistente e vigorosa de seu corpo e não necessitam ser tratadas como uma porcelana frágil. Entretanto, suas mamas precisam estar confortáveis, o que envolve utilizar um bom sutiã de amamentação. Um bom sutiã, que fornece um bom suporte, sempre seco, é o ponto crucial do conforto das mamas. Você deve ter, pelo menos, três deles (um em uso, um seco pronto para uso e outro, lavando). Nunca utilize um sutiã apertado! Você deve deixar os hidratantes naturais de seu corpo cuidarem de suas mamas e não deve usar nenhum tipo de adstringente, inclusive sabão. Durante o banho, deixe a água cair abundantemente sobre elas e troque seu sutiã uma vez ao dia, ou mais, se houver vazamento de leite. Também pode ser utilizado um protetor de pano ou descartável entre o seio e o sutiã. Eles são muito úteis para proteção de sua roupa e de sua aparência nas ocasiões em que há extravasamento de leite. Alguns princípios são comuns a todos os métodos u Limpeza - lave bem as mãos com água e sabão uLave as mamas apenas com água limpa e enxugue com um papel toalha limpo. Seque o mamilo primeiro e depois o resto da mama u Siga as instruções do manual para manter sua bomba limpa e esterilize as partes de acordo com as orientações uPratique por um tempo (antes de voltar a trabalhar) a retirada do leite. Considere as primeiras vezes como sessões de treino prático, como na verdade foram as primeiras mamadas. Pratique uma ou 14 14 Empedramento dos seios Embora muitos ainda recomendem utilizar pomadas ou cremes calmantes após as mamadas, eles podem não ser efetivos e ainda causar algum dano, pois a fricção ao retirar a pomada antes da próxima mamada pode machucá-la. A única pomada que pode ser utilizada é a de lanolina pura, que não necessita ser retirada antes da mamada. Cuidado, se você for alérgica a lã, pois a lanolina é um de seus derivados, isso pode irritar sua pele. O empedramento dos seios ocorre quando o leite se acumula e forma caroços endurecidos e doloridos na mama pelo bloqueio da saída dos ductos. Para evitar o empedramento, toda vez que o peito estiver muito cheio ou pesado ele deve ser esvaziado. Para retirar o leite faça massagens suaves em todo o peito. Apóie com a mão a mama a ser massageada; massageie a aréola com movimentos circulares utilizando as pontas dos dedos; massageie o corpo da mama com movimentos circulares utilizando a palma da mão. A massagem não deve causar dor. Depois, coloque o polegar e o indicador na linha que divide a aréola do restante do peito e aperte suavemente um dedo contra o outro. O leite inicialmente sai em gotas e logo após em pequenos jatos. A escolha de um bom sutiã u Aquele que dá um bom suporte, mantendo o contorno de seus seios; u Aquele que possibilita que você descubra uma mama de cada vez, usando apenas uma mão para abri-lo; u Deve ser feito de algodão ou outro tecido absorvente e arejado; u As tiras devem ser largas e ajustáveis; u A taça deve suportar a metade inferior da mama em uma posição natural e cobrir completa e confortavelmente a mama inteira; u Coloque o sutiã e estenda os braços ao longo do corpo. Se o sutiã estiver bem ajustado, o mamilo estará na projeção entre o meio de seu ombro e do cotovelo; u Não use sutiã apertado. Fique longe dos sutiãs com cortes baixos que se puxam para cima; u Quando comprar o sutiã antes do nascimento de seu bebê, compre com certa folga, pois a mama cresce após o parto. 15 15 Rachadura ou fissura mamária Muitos palpites podem confundi-la ou desencorajá-la. Muitas vezes esses palpites são feitos com boas intenções, mas por pessoas que não têm experiência com amamentação. Procure ajuda de pessoas que já amamentaram e, principalmente, de profissionais de saúde – enfermeiras e pediatras. O bico ou mamilo mamário pode ficar esfolado ou rachado, causando muita dor quando o bebê abocanha o peito para mamar. A principal causa deste problema é a pega incorreta, ou seja, o modo errado do bebê pegar o bico do peito. Devemos evitar esta situação fazendo com que o bebê abra bem a boca e abocanhe boa parte da aréola. O lábio do bebê deve estar virado para fora. Se o peito estiver muito cheio, deve-se fazer o esvaziamento do leite em excesso até que a aréola fique bem macia. Na hora de interromper a mamada, a mãe deve primeiro colocar o seu dedo mínimo no canto da boca do bebê, a fim de que ele passe a sugar o dedo e não o mamilo, e só então retirar o bebê do peito. Assim não machucará o mamilo. Se surgirem fissuras, devemos inicialmente fazer com que o bebê faça uma boa pega. Após a mamada, aplicar o leite de peito sobre os mamilos, deixando-os secar ao ar livre. Se possível colocar, por baixo do sutiã, uma concha mamária ou um coador de chá sem o cabo para proteger os mamilos nos intervalos das mamadas; isto ajuda a cicatrização. Mitos e crendices A amamentação é cercada de muitos mitos e crendices. O mais comum é que o leite materno é “fraco” e que a mamadeira (com leite de vaca) é mais “forte”. Não há qualquer fundamentação científica nessa crença e sabemos que o leite materno é o leite mais adequado para o recém-nascido. Evidentemente, com leite materno ou com a mamadeira, o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança é fundamental e deve ser feito pelo pediatra. Outra crendice muito comum é que o bebê precisa receber água ou chá para não passar sede. Isso não é verdade. O leite materno tem toda a água que a criança precisa, mesmo no verão. Além da água ou chá é comum o conceito de que se necessita introduzir precocemente outros alimentos com fruta, suco ou sopinha. Hoje sabemos que o aleitamento materno pode ser exclusivo, ou seja, sem qualquer outro tipo de alimento até o 6º mês de vida, desde que a criança esteja evoluindo bem. Muitas mães acreditam que a amamentação poderá deformar os seus seios, que poderiam ficar mais flácidos com a amamentação. O que se sabe hoje é justamente o contrário. Como lidar com palpites Esta é uma fase de sua vida em que você precisa de toda a ajuda que puder obter. Comentários ou perguntas que deixem você insegura devem ser rapidamente abortados. 16 16 Papel de pessoas importantes principalmente nos primeiros dois meses pós-parto. Após esse período e até os seis meses de pós-parto, também é grande a proteção, porém o receio de uma nova gravidez pode interferir na amamentação. Os profissionais de saúde devem dar orientação segura e discutir com a paciente o melhor método anticoncepcional para cada família, para uma maior segurança. Nos casos de bebês com mais de seis meses de idade, devido à mudança dos hábitos alimentares e substituição das mamadas por outros alimentos, além do aparecimento das menstruações, torna-se necessário o uso de anticoncepcionais. Oposição à amamentação é menos freqüente nos dias de hoje, mas cuidado com atitudes negativas ou comentários que podem ser prejudiciais. No início, o pai pode sentir-se excluído enquanto a mãe e o bebê estão estabelecendo um ritmo na amamentação. A atitude do pai frente à amamentação é o mais importante fator para o seu sucesso. É fundamental que o pai leia e se convença dos benefícios da amamentação para a saúde e bem-estar do bebê para se tornar o grande aliado neste processo. Ele poderá ajudar bastante no incentivo à amamentação e ao mesmo tempo interagir com o bebê, executando outras funções. Por exemplo, pode ser ele a ajudar o bebê a arrotar após as mamadas, trocar fraldas, acalmá-lo para dormir. As avós e babás podem ajudar muito por estarem presentes e diminuírem o restante do trabalho com o bebê, com a casa, com os demais filhos. Por outro lado, algumas amigas ou mesmo avós, que não tiveram boas experiências anteriores com amamentação, podem diminuir sua segurança. Procure sempre ajuda de pessoas que já amamentaram e foram bem-sucedidas ou de profissionais de saúde que incentivam a amamentação e possuam interesse e tempo para escutá-la e orientá-la. O papel do pediatra da criança nesse processo é fundamental. Se acontecer uma nova gravidez Uma nova gravidez não impede que o filho continue mamando e nem prejudica o feto em desenvolvimento. É possível amamentar durante toda a gravidez até o nascimento do outro filho. Logo após o nascimento, o leite a ser produzido é o colostro novamente. A mãe deve ser encorajada a desmamar o filho mais velho para que não se sinta culpada. Se esta situação puder ser prevista, o desmame deve ser programado para antes do nascimento do novo irmão. Prevenção de nova gravidez A amamentação exclusiva (leite de peito exclusivo por livre demanda dia e noite) confere proteção de 100% contra uma nova gravidez, 17 17 Uso de medicamentos pela mãe A vacina para gripe (influenza) está especialmente indicada no período epidêmico, que vai de março a julho. As puérperas devem receber a vacina para gripe porque quando adquirem a doença têm risco aumentado de desenvolver formas graves e pneumonia. Uma razão adicional é que quando a mãe recebe a vacina está indiretamente protegendo o seu filho contra a gripe. É importante esclarecer que a vacina para gripe não causa a gripe, porque é feita com vírus inativados. Além disso, vale ressaltar que a gripe é diferente do resfriado comum. A gripe é mais grave e é causada por um tipo específico de vírus, chamado vírus influenza. O resfriado comum é mais leve e é causado por vários outros tipos de vírus. Na linguagem comum, freqüentemente chamamos de “gripe” um resfriado comum. Por outro lado, a vacina para gripe não protege contra os resfriados comuns. Como regra geral, a mulher que está amamentando não deve receber medicamentos sem orientação médica. Entretanto, a maioria dos medicamentos de uso comum não contra-indica a amamentação. De qualquer forma, é sempre necessária a orientação do ginecologista ou do pediatra. Licença-maternidade Papel das vacinas Amamentar e trabalhar são compatíveis. Evidentemente, um tempo mínimo de um mês precisa ser estabelecido para sua recuperação e o estabelecimento de um padrão de mamadas. A lei brasileira concede licença-maternidade de 120 dias e, até que o filho complete seis meses de idade, a mãe tem direito a dois descansos especiais remunerados de meia hora cada um, durante a jornada de trabalho. Há a possibilidade da licença-maternidade se estender por até seis meses com novas leis de incentivo à amamentação, sendo opção da empresa aderir a este novo modelo. De maneira geral não há qualquer contra-indicação para vacinação da mulher que está amamentando. As vacinas rotineiras para os adultos, como a dupla (difteria e tétano); hepatite A; hepatite B; tríplice viral (sarampocaxumba-rubéola) e varicela (catapora) - para os adultos que ainda não tiveram essas doenças, podem ser utilizadas normalmente. A vacina para o HPV, que previne o câncer de colo do útero, e está indicada para as mulheres de nove a 26 anos de idade, também pode ser utilizada normalmente. 18 18 Licença-paternidade de responsabilidade e mudança de relacionamento entre vocês. Além disso, a personalidade de seu bebê pode ter influência. Se ele chora muito, dorme pouco, demora para aprender a mamar, você estará submetida a novos desafios. No entanto, uma depressão mais importante e intensa pode também ocorrer e você deve estar atenta para procurar ajuda prontamente. Abaixo algumas diferenças entre o “baby blues” e a depressão. Após o nascimento, o pai tem direito a cinco dias de licença remunerada a partir da data do parto. No entanto, seu pagamento está condicionado à apresentação da certidão de registro do filho, podendo-se aceitar como suficiente o atestado da maternidade onde ocorreu o nascimento da criança. A licença-paternidade justifica-se na possibilidade do pai poder dar maior assistência à mãe e ao filho, por ocasião do nascimento desse, permitindo ainda que este efetue o registro de nascimento da criança. Diferenças entre “baby blues” e depressão “Baby blues” Depressão pós-parto Você é mãe de um novo bebê e está numa das fases mais intensas de sua vida! Você estará passando por uma avalanche de emoções, incluindo excitação, alegria e uma intensa sensação de satisfação interna, assim como, ao mesmo tempo, preocupação, desapontamento e, possivelmente, até mesmo depressão. Várias vezes ao dia você pode “perder o controle” por pequenas coisas, chorando por nada ou às menores provocações. A primeira coisa que você precisa saber é que estas reações são normais. Estes sentimentos ocorrem em cerca de 50% das mães e são chamados de “baby blues”. Em geral, ocorrem após alguns dias do nascimento e têm curta duração. A razão disso pode decorrer das alterações hormonais abruptas que ocorrem, mas mais provavelmente são decorrentes da mudança em seu corpo e em sua vida! Ambos, você e seu companheiro, estão envolvidos por novos sentimentos 19 Depressão Início dos sintomas Três a dez dias após o parto (algumas vezes após a saída de alguém que auxilia) Qualquer tempo no primeiro ano após o parto Duração Alguns dias, até duas semanas Pelo menos duas semanas, ou mais Incidência 30%-80% das novas mães 10%-40% das novas mães Sintomas Mudanças de humor, choro fácil, dor de cabeça, esquecimentos, inquietude, irritabilidade, sentimentos negativos em relação ao bebê e outros familiares Todos apresentados pelo “baby blues” mais ansiedade, desespero, problemas para dormir e se alimentar, sentimentos de desesperança e de indefesa, medo irracional sobre o bebê ou si mesma Tratamento Dieta balanceada, suplementação de vitaminas, exercícios, ajuda no cuidado ao bebê, suporte emocional (familiar e de amigos), psicoterapia breve Todos os anteriores para o “baby blues” aliados à medicação antidepressiva e acompanhamento psicoterapêutico Prognóstico Bom Também bom 19 Desmame casa, ela deve aproveitar a “pausa amamentação” para ir amamentar (são previstos por lei dois períodos de 30 minutos, até o 6º mês). Se essas medidas não forem possíveis, a mãe pode: u Até 20 dias antes de voltar ao trabalho, começar a tirar o seu leite e acondicioná-lo para fazer um estoque em congelador ou freezer; u Amamentar antes de sair de casa para o trabalho e imediatamente após regressar. Amamentar durante a noite; u No trabalho, retirar o leite, tantas vezes quanto o bebê mamaria se estivesse com a mãe; u Nos dias de folga, oferecer o peito à vontade; u Evitar mamadeiras e chupetas, usar preferencialmente o copo ou colher, às vezes precisa ser adicionado a papa de frutas e dado com colher. O desmame é a passagem gradativa da amamentação no peito para a alimentação habitual da família. O leite de peito é o alimento único e suficiente para uma nutrição adequada do bebê nos primeiros seis meses de vida. Após este período, o desmame é importante por dois motivos principais. O primeiro é nutricional, pois o bebê necessita de outras fontes de proteínas, ferro, vitaminas, etc. O segundo motivo é estimular o desenvolvimento da criança. A idade recomendada para iniciar os alimentos semi-sólidos é seis meses, com estimulação da mastigação de sólidos de forma progressiva. Retorno ao trabalho Leituras sugeridas Os pediatras e outros profissionais de saúde devem orientar as mães a aproveitarem ao máximo a licença-maternidade e dar aleitamento exclusivo. Se possível prolongar o período de licença com férias. É muito comum a mãe, por receio de que o bebê demore em aceitar o leite de outra forma (copo ou mamadeira) ou outros alimentos, comece a dar alimentos artificiais com muita antecedência. Devemos orientar para que ela espere até os últimos dias antes de voltar ao trabalho, dando o tempo suficiente para treinar a pessoa que vai ficar com o bebê na sua ausência. A mãe pode pedir para levar o bebê consigo ao trabalho. Se não for possível, deve pedir à pessoa que vai cuidar do bebê para levá-lo ao seu trabalho para que possa amamentá-lo. Se o trabalho for perto de sua 20 u Murahovschi J, Teruya KM, Bueno LGS, Baldin PEA. Manual de amamentação. Da teoria à prática. Centro de Lactação de Santos. u King FS. Como ajudar as mães a amamentar. Tradução de Zuleika Thomson Z, Gordan ON. Londrina: Editado e publicado pela African Medical and Research Foundation. Nairobi. Kenya. 1997;177. 20 Sites de interesse u www.aleitamento.org.br u www.saude.gov.br u www.anvisa.gov.br u www.fiocruz.br/redeblh u www.isaude.sp.gov.br Centros de Referência Estaduais em Banco de Leite Humano no Brasil Rio de Janeiro Centro de Referência Nacional Instituto Fernandes Figueira Av. Rui Barbosa, 716 - 1º andar Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2553.0052 R.5102/0800-268877 Fax: (21) 2553.9662 e-mail: redeblh@fiocruz.br Acre Maternidade Bárbara Heliodora Av. Getúlio Vargas, 811 Rio Branco - AC Tel.: (68) 224.1290 - Fax: (68) 229.1270 e-mail: [email protected] Bahia Hospital Geral Clériston Andrade Av. Fróes da Mota, s/n Feira de Santana - BA Tel.: (75) 221.0353 - Fax: (75) 221.6888 e-mail: [email protected] Alagoas Maternidade Escola Santa Mônica Av. Comendador Leão, s/n Maceió - AL Tel.: (82) 327.6599 - Fax: (82) 231.8685 Ceará Hospital Geral César Calls Av. Imperador, 545 Fortaleza - CE Tel.: (85) 488-2688/488.2626 e-mail: [email protected] Amapá Hospital da Mulher Mãe Luzia Av. Fab, 81 Macapá - AP Tel.: (96) 224.2117/212.6151 R. 232 Fax: (96) 212.6151/212.6199 e-mail: [email protected] Distrito Federal Hospital de Taguatinga Área Especial, 24 - Setor C Norte Brasília - DF Tel.: (61) 353.1017 - Fax: (61) 352.6900 e-mail: [email protected] Amazonas PAM Codajás Rua Codajás, 26 Manaus - AM Tel.: (92) 612.4433/612.4444/663.4826 Fax: (92) 665.5555/663.6804 Espírito Santo Hospital Dr. Dório Silva Av. Civit, s/n Serra - ES Tel.: (27) 3328.3611 R. 235/3328.6472 e-mail: [email protected] 21 Goiás Hospital Materno Infantil de Goiânia Av. Perimetral Esq. com R-7, s/n Goiânia - Goiás Tel.: (62) 291.4900 R. 211 e-mail: [email protected] Maranhão UFMA - Hospital Universitário Materno Infantil Rua Silva Jardim, 215 - Térreo São Luís - Maranhão Tel.: (98) 222.8769/219.1178 e-mail: [email protected] Mato Grosso Hospital Geral Universitário Rua 13 de Junho, 2.101 - 2º andar Cuiabá - MT Tel.: (65) 616.7000/616.7035 e-mail: [email protected] Mato Grosso do Sul Núcleo de Hospital Universitário Av. Felinto Müller, s/n Campo Grande - MS Tel.: (67) 345.3027 Fax: (67) 345.3049 e-mail: [email protected] Minas Gerais Hospital Maternidade Odete Valadares Av. do Contorno, 9.494 Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3337.2748/3337.5678 Fax: (31) 291.5595/291.7748 e-mail: [email protected] Pará Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará Rua Oliveira Belo, 395 Belém - PA Tel.: (91) 210.2252/210.2299 Fax: (91) 241.9266 e-mail: [email protected] Paraíba Complexo de Saúde Cruz das Armas BLH Anita Cabral Av. Centenário, s/n João Pessoa - PB Tel.: (83) 241.8787/215.6020/215.6064 Fax: (83) 215.6002/215.6003 e-mail: [email protected] 22 Paraná Universidade Federal do Paraná - HC Rua General Carneiro, 181 Curitiba - PR Tel.: (41) 360.1867 Fax: (41) 264.5872 e-mail: [email protected] Pernambuco Instituto Materno Infantil de Pernambuco Rua dos Coelhos, 300 Recife - PE Tel.: (81) 2122.4719/2122.4703 Fax: (81) 2122.7703 e-mail: [email protected] Piauí Maternidade Dona Evangelina Rosa Av. Higino Cunha, 1.552 Teresina - PI Tel.: (86) 228.2022 Fax: (86) 228.1714 e-mail: [email protected] Rio Grande do Sul Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Rua Anes Dias, 285 Porto Alegre - RS Tel.: (51) 3214.8284/3214.8080 R. 8284 e-mail: [email protected] Rio Grande do Norte Maternidade Escola Januário Cicco Av. Nilo Peçanha, 259 Natal - RN Tel.: (84) 215.4308/0800.842400 e-mail: [email protected] Roraima Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth Rua Presidente Costa e Silva, 950 Boa Vista - RR Tel.: (95) 623.2444 - Fax: (95) 224.8007 Santa Catarina Maternidade Darcy Vargas Rua Miguel Couto, s/n Joinville - SC Tel.: (47) 433.0499 R.104/461.5704 e-mail: [email protected] São Paulo e Grande São Paulo Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros Av. Celso Garcia, 2.477 - 3º andar São Paulo - SP Tel.: (11) 6292.4188 R. 256 Fax: (11) 6694.4925 e-mail: [email protected] São Paulo - Interior Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Rua Sete de Setembro, 1.050 Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 602.1220/610.2649 Fax: (16) 610.2449/610.2776 e-mail: [email protected] Tocantins Hospital Dona Regina Acne 1 Conjunto 04 Lotes 36/38 Palmas - TO Tel.: (63) 225.8212/0800.6468283 Fax: (63) 218.1710 e-mail: [email protected] 23 Referências Bibliográficas s -URAHOVSCHI* 4ERUYA+- "UENO,'3 "ALDIN0%!-ANUAL de Amamentação. Da teoria à prática. Centro de Lactação de Santos. s 6INAGRE2$ $INIZ%-!/LEITEMATERNOESUAIMPORT½NCIA na nutrição do recém-nascido prematuro. São Paulo: Editora Atheneu, 2001. s 3PALLICCI-$" #OSTA-4: -ELLEIRO-ORGS 'RAVIDEZ e nascimento. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. (Acadêmica; 43). s !LMEIDA*!'!MAMENTAÀâOUMH¤BRIDONATUREZA CULTURA Rio de Janeiro. Editora Fiocruz, 1999. s #OORDENAÀâO-ATERNO )NFANTIL-ANUALDEPROMOÀâODO aleitamento materno: normas técnicas. 2ª ed., Brasília: Ministério da Saúde, 1997;52. s 1UINTAL63 #ARBONARE3")MUNOBIOLOGIADO,EITE(UMANO Rio de Janeiro: Artmed, 2006. p. 9-51, cap. 1. In: Procianoy, Renato S, Leone Cléa R. Programa de Atualização em Neonatologia PRORN: Artmed, 2006. Agradecimento As figuras ilustrativas das págs. 9, 10 e 12 e 15 foram gentilmente cedidas por: s -URAHOVSCHI* 4ERUYA+- "UENO,'3 "ALDIN PEA. Manual de Amamentação. Da teoria à prática. Centro de Lactação de Santos. s #ARTILHADEPROMOÀâODOALEITAMENTOMATERNODO Centro de Tecnologia e Gestão do Terceiro Setor do SENAC São Paulo. s -ANUALDE0ROMOÀâODO!LEITAMENTO-ATERNO Normas Técnicas do Ministério da Saúde. Manual de amamentação 2008 - cód.: 990447 Apoio: 9 788587 181220 Agência Brasileira do ISBN ISBN 978-87181-22-0