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Livro Análise De Investimentos - Ronaldo De Almeida Nobre

bolsa de valores

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Análise de Investimentos Gráfico de Barras Ronaldo de Almeida Nobre Gráfico de Barras pág. 2 Apresentação A análise de investimentos em ações de empresas negociadas em Bolsas de Valores pode ser feita com base nos estudos desenvolvidos em duas escolas: a Escola Fundamentalista e a Escola Técnica. A Escola Fundamentalista avalia o preço de uma ação orientando-se pelo conjunto de dados econômicos e financeiros da empresa, divulgados através de balanços e relatórios, e por outras informações relevantes, complementadas por uma análise gerencial e mercadológica da empresa, que a relacionando com o seu setor de atividade e a insere no contexto global da economia. Normalmente, a partir de séries históricas desses dados, complementados com hipóteses formuladas para o futuro, procede-se a projeções de resultados, que determinarão a decisão de compra ou de venda das ações da empresa. Quando procedemos à análise da empresa, o foco de mercado é aquele no qual seu produto esta disputando sua participação. Algumas vezes observa-se um bom desempenho da empresa no seu mercado, mas na Bolsa de Valores suas ações tem um mau resultado. Isto poderá deixar em dificuldades um analista que tenha somente uma visão fundamentalista. A explicação que poderá ser dada é que a ação está concorrendo num mercado completamente diferente do mercado de seu produto. Muitas vezes, oportunidades de investimento em ações de outra empresa, que não participa do mesmo mercado do produto, passa a ser concorrente no mercado de ações. Essa visão do que ocorre no mercado de ações pode ser amplamente analisada pelo uso dos instrumentos utilizados pela Escola Técnica. Assim, um entendimento mais abrangente pode obtido pelo analista de mercado de capitais que domine a análise fundamentalista e a análise técnica. A análise desenvolvida pela Escola Técnica utiliza somente dados produzidos no mercado de ações, não se fazendo necessário o conhecimento dos motivos pelos quais uma ação sobe ou desce. O que importa é detectar, o mais rápido possível, o começo destes movimentos, a fim de que nos posicionemos na ponta compradora ou vendedora, de acordo com a indicação gráfica do momento. Embora essa Escola não ignore que o movimento de preços das ações está relacionado a fatos inerentes ao desempenho da empresa, tais como notícias do balanço, data das Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias, novos contratos e rescisões, incentivos ou pronunciamentos governamentais que lhe afetem direta ou indiretamente, etc., é fato que estes dados não são democraticamente acessíveis a todos os participantes do mercado, a cada momento. Ou seja, alguns participantes do mercado obtêm informações relevantes para o desempenho da ação, antes que outros o façam, beneficiando-se deste conhecimento antecipado nas suas negociações. Este fato que se conhece como assimetria da informação, representa o pilar da Análise Técnica e acarreta a divisão dos processos de alta e baixa de preços em fases definidas, consistindo o trabalho do analista em identificálas e posicionar-se adequadamente em cada uma delas. Seguindo esta premissa básica, os investidores do mercado acionário podem ser classificados, de acordo com o grau de informação que possuem, acerca dos ativos, a cada Gráfico de Barras pág. 3 momento, em três grupos: “por dentro” ou “bem informado” (insiders), “por fora” (outsiders) e “super por fora” ou “muito por fora”(out outsiders). Os primeiros são os que possuem informações privilegiadas sobre o papel e o mercado. Os segundos são os analistas técnicos e investidores que, embora não as possuindo, usam os instrumentos da análise técnica para identificar a atuação do primeiro grupo. E, por fim, o último grupo corresponde ao público em geral, que não tem um método de atuação definido, deixando-se guiar muitas vezes por boatos e notícias de jornal. A hipótese básica de que os mercados não são informacionalmente eficientes é adotada tanto pela Escola Técnica como pela Fundamentalista. Contrapondo-se a esta tese, existe uma terceira Escola desenvolvida nos meios acadêmicos, chamada de Escola de Caminhos Aleatórios (Random Walk) que, contrariamente às outras duas, pressupõe que não há assimetria informacional envolvida no mercado, isto é, não existem participantes detentores de informações privilegiadas sobre o mesmo, o que resultaria em um movimento aleatório do mercado semelhante ao movimento browniano das moléculas. O presente trabalho apresenta o Gráfico de Barras que é somente um dos inúmeros instrumentos de Análise Técnica. Iniciamos, no capítulo 2, com um pequeno histórico dos fatos que levaram Charles Dow para Nova York e a fundação do Wall Street Journal. O legado deste período desembocou no capítulo 3, onde é abordada a Teoria de Dow. No capítulo 4, abordamos a Estrutura Lógica a que uma técnica de análise deve ser submetida para que seus resultados tenham um grau de confiabilidade que permita assumir riscos que o mercado acionário está exposto. Quem está acostumado a acompanhar o desenvolvimento das técnicas utilizadas em Análise de Investimentos deve estar sempre atento a teorias não testadas, ou mesmo a embustes propostos por pessoas mal intencionadas. Deve-se ter uma estrutura de identificação de modelos, de forma a permitir a separação do joio do trigo. Além disso, uma técnica bem desenvolvida deve ser complementada por uma boa tática de mercado, combinada com objetivos bem definidos. Em seguida, no capítulo 5, será apresentada com detalhes a construção do gráfico de Barras, com uma descrição detalhada dos eixos, escalas e ajustes devido a eventos da empresa. As Linhas de Tendência, base da Teoria de Dow, são amplamente abordadas no capítulo 6, permitindo que se aprenda, de maneira fácil e objetiva, o seu traçado e o uso de pontos de compra e venda, por exemplo. Isto faz com que o analista já possa dar seus primeiros passos sozinho. O segredo é experimentar muitas vezes antes de entrar em campo. A partir das linhas de tendência, vamos aprender a traçar os canais de alta e de baixa, ficando assim definida o que Dow chamou de tendência Primária. No capítulo 7, apresentamos as principais Formações que aparecem durante uma reversão da tendência ou durante a mesma. Essas Formações vão ajudar ao analista a diagnosticar as projeções de preços com maior probabilidade de acerto. O restante deste trabalho representa um Resumo das principais Formações e Considerações Finais sobre o uso do Gráfico de Barras, como ferramenta de decisão no processo de compra e venda de ações. Gráfico de Barras pág. 4 O capítulo 10, Referências, é um resumo das principais fontes consultadas para se formar os conceitos aqui apresentados, e esperamos que seja útil para aqueles que desejem aprimorar seus conhecimentos sobre o fascinante mundo da análise técnica do mercado. Este trabalho foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação BIBLIOTECA NACIONAL do Ministério da Cultura- Nº do Registro 170.044 – Livro 285 – Folha 187- em 22/03/1999. Gráfico de Barras pág. 5 ÍNDICE 1 - Introdução 2 - Histórico 3 - Teoria de Dow 4 - Esquema Lógico 5 - Construção do Gráfico 5.1- Gráfico de Preços 5.2- Gráfico de Volume 5.3- Ajuste da Escala 6 - Linhas de Tendência 6.1- Suporte e Resistência 6.2- Tendência de Alta 6.3- Tendência de Baixa 6.4- Canal 6.5- Pá de Ventilador 7 - Formações 7.1- Topo Duplo e Fundo Duplo 7.2- Cabeça e Ombros 7.3- Triângulos 7.4- Retângulos 7.5- Bandeiras e Flâmulas 7.6- Gap 7.7- Diamante 7.8- Pires 8 – Resumo 9 - Considerações Finais 10 – Referências 10.1 – Bibliografia 10.2 – Hemerografia 10.3 – Software 10.4 – Sites na Internet 10.5 – Livrarias Gráfico de Barras pág. 6 1- Introdução Toda vez que alguém compra e vende ações é porque, de alguma forma, com ou sem alguma técnica, já fez uma projeção dos preços das ações, e o resultado da projeção o levou a tomar aquela decisão. Não estão incluídos, nesse caso, aqueles decorrentes de imprevistos financeiros em que se é obrigado a vender a qualquer preço. As técnicas usadas na projeção de preços seguem duas grandes linhas. A primeira seria a Análise Fundamentalista, em que se projeta preços, levando-se em consideração dados da empresa dentro do setor econômico em que ela opera e, ainda, do setor dentro da própria economia do país. A outra linha é a chamada Análise Técnica, em que os preços são projetados a partir de dados de mercado, isto é, preços ( máximos, mínimos, médio, Tc) e quantidade de ações negociadas. Essas duas escolas não são antagônicas, em princípio, porém, o pleno conhecimento dos fundamentos de cada uma poderá ser de grande proveito para o analista de investimento que irá, aos poucos, perceber que, no fundo, as duas se completam. Dentro dessa idéia, somente dever-se-iam tomar decisões com base em informações provenientes da empresa e do mercado de ações. Quanto às informações a respeito do mercado de ações, praticamente é bem transparente, visto que as cotações e quantidade de ações negociadas são amoladamente divulgadas, diariamente, seja através das Bolsas de Valores, das empresas de teleinformática , da imprensa e, ultimamente, pela Internet. Por outro lado, as informações sobre o andamento dos negócios das empresas já não fluem para o mercado com a mesma velocidade que as cotações, principalmente porque não seria possível a divulgação dos negócios diários das empresas. Já é vitorioso o mercado quando consegue que as empresas sejam obrigadas a divulgar informações trimestrais sobre seus resultados e a noticiar fatos relevantes de seus negócios. Mesmo assim, a análise fundamentalista tem que trabalhar com projeções de dados trimestrais o que, de certa forma, contrasta com a dinâmica diária do mercado de ações. O conhecimento do que está realmente acontecendo nas empresas e nas decisões do Governo, em alguns casos, torna-se privilégio de alguns, o que naturalmente leva a uma classificação dos investidores, quanto à possibilidade de acesso às informações, em duas grandes categorias: a) os “insiders” (estão “por dentro”); e b) os “outsiders” (estão “por fora”). Esta classificação é puramente teórica para efeitos didáticos pois, na realidade, existe uma distribuição estatística do conhecimento das informações. Para se saber se uma ação vai subir ou cair é preciso ter conhecimento do que estão fazendo os “insiders”. Mas isto é logicamente impossível porque quem soubesse qual a movimentação atual dos insiders, também seria um insider. No caso em questão, trata-se de desenvolver um técnica que permita detectar o atual e provável movimento futuro dos grandes investidores. Gráfico de Barras pág. 7 Uma solução, então, se apresenta através do acompanhamento dos movimentos dos “insiders” com o auxilio de um instrumento que grave a seqüência dos movimentos diários do preço das ações e que mostre, num só lance, um pequeno histórico do que vem acontecendo. Um desses instrumentos, pode ser um gráfico. Nesta solução está implícito que existe uma certa correlação entre o movimento dos “insiders” e o movimento dos preços das ações na Bolsa. Evidentemente, quem tem a privilegiada capacidade de armazenar todos os dados necessários na cabeça, não precisará usar instrumentos como gráficos para identificar ou analisar o que está acontecendo. Muitos operadores dentro do recinto de negociações das Bolsas de Valores tem essa habilidade bem desenvolvida. Muitos chamam de “feeling” do mercado. Mas, por que os “insiders” se movimentam? Várias são as causas das trocas de posição de comprado ou vendido. Parece que na maioria das vezes está claro que a principal dessas causas está diretamente relacionada com a capacidade da empresa na geração de lucros. Porém, outras podem ser arroladas, tais como: fusão com outra empresa, mudança do controle acionário, novos produtos, expectativa de bonificações, alteração na política do governo, etc. Através dos gráficos, pode-se observar, empregando-se técnicas de análise estatística, o comportamento dos “insiders” diante de um fato novo em relação a uma empresa, a um setor da economia, ou até mesmo em relação à orientação geral da economia do País, apesar de ainda não terem sido, tais fatos novos, amplamente divulgados. Os gráficos vão mostrar as principais fases da movimentação de ação na Bolsa, caracterizando, principalmente, as de maior importância: a acumulação e a distribuição. Desse ponto em diante, recomenda-se a leitura dos “Princípios de Dow” a respeito das regras fundamentais que regem os principais movimentos do mercado de ações e suas fases características. A leitura desse assunto no livro “Technical Analysis of Stocks Trends”, citado na Bibliografia, poderá ajudar muito na fundamentação da matéria. Finalmente, deve ficar claro que não há nada errado com os gráficos, pois eles simplesmente gravam no papel ou no monitor do microcomputador o que tem acontecido no mercado. Poderá acontecer erros com quem os está interpretando, porém, aqueles que não fazem gráficos, não podem perceber a sua utilidade e nem deveriam criticar quem deles se utiliza, sem antes ter um pouco de paciência para estudar e poder fazer uma crítica consistente, com conhecimento de causa. Gráfico de Barras pág. 8 2-Histórico Charles Henry Dow nasceu em 6 de novembro de 1851, em Sterling, Connecticut, e é considerado o pai do jornalismo financeiro moderno. A sua teoria, aplicável a gráficos dos mais diversos ativos financeiros, não foi, na realidade, organizada por ele, mas por terceiros, num período de mais de 30 anos, que analisaram os artigos por ele redigidos até a sua morte, em 4 de dezembro de 1902. Dow trabalhava no The Providence Journal, em Rhode Island, junto com Edward Jones (1856-1920), transferindo-se ambos para a Kiernan News Agency em New York, em 1880. Em 1882, deixaram esta empresa e fundaram a “Dow Jones & Company”, editando um informe financeiro, com a finalidade de divulgar cotações e notícias econômicas do mercado bursátil de Nova York.. Por esta época, Dow concebeu a idéia de usar a média de preços de um grupo de ações que fosse representativo do conjunto de todas elas, para prever a tendência do mercado como um todo. Tendo isto em mente, em 3 de julho de 1884, iniciou o cálculo e a divulgação de um índice composto de 11 ações: 9 ferrovias e 2 indústrias. Daí em diante, fez diversas experiências para chegar à combinação de ações que lhe parecesse representar, mais adequadamente, o comportamento global do mercado. Nesse meio tempo, Dow e Jones tornaram-se os primeiros editores do The Wall Street Journal, fundado em 8 de julho de 1889. A partir de janeiro de 1897, o índice Dow-Jones passou a ser calculado de forma dual, isto é, médias separadas para os setores Industrial e Ferroviário, cada uma composta de 12 e 20 ações, respectivamente. O procedimento adotado fazia uso da média aritmética simples das ações que o compunham, sendo o resultado plotado em um gráfico de linhas, para a ulterior divulgação. Usavam-se somente os preços de fechamento para o cálculo e este era feito diariamente. Após a morte de Dow, sucedeu-lhe na redação do “Wall Street Journal” William Peter Hamilton, que deu continuidade ao seu trabalho, escrevendo 252 artigos nos 27 anos seguintes, até a sua morte, em 1929. Hamilton modificou, em 1916, a média do setor Industrial (DJIA: Dow–Jones Industrial Average) para incluir 20 ações no lugar das 12 iniciais e, finalmente, para 30 em 1o de Outubro de 1928, número este que se mantém até hoje. Também introduziu modificações para que o índice pudesse acompanhar os splits (desdobramentos) concedidos pelas empresas emissoras das ações, deixando, para isto, de usar média aritmética simples no seu cálculo. Gráfico de Barras pág. 9 3-Teoria de Dow Conforme já dissemos, Dow não escreveu nenhuma tese ou livro, e muito menos sistematizou a sua Teoria como a conhecemos hoje, cabendo isto a outros estudiosos que lhe sucederam. O primeiro a descobrir os méritos das observações de Dow e dar o nome de Teoria de Dow a essas técnicas foi S.A. Nelson, repórter do Wall Street Journal, durante o período de Dow na editoria. Nelson reuniu no livro “The A B C of Stock Speculation”, editado em 1902, as principais idéias de Dow publicadas em sua coluna diária. Essas idéias foram explanadas em 15 capítulos intitulados “Dow Theory”. Hamilton, sucessor de Dow na redação do jornal, escreveu um livro intitulado “The Stock Market Barometer”, onde reuniu seus artigos e observações durante os mais de 25 anos em que trabalhou como repórter e editor, depois da morte de Dow (1902). O próprio título do livro já deixava claro o caráter preditivo que a teoria possui, já que um barômetro, ao contrário de um termômetro, permite prever mudanças no tempo, antecipando as tempestades que estão por vir. Dos seus editoriais, o mais famoso foi “A Turn in a Tide” escrito em 25/10/1929, dia seguinte da “quinta-feira negra”, no qual faz uma análise do comportamento futuro do mercado, fundamentada nos princípios de Dow. Dois meses depois, Hamilton faleceu e, a partir daí, a Teoria de Dow ficou conhecida e popular. Outro estudioso da Teoria de Dow foi Robert Rhea, que em seu livro “The Dow Theory”, publicado em 1932, resumiu as principais conclusões sobre a teoria. Essas conclusões explicam os principais movimentos de alta e de baixa que ocorreram nos trinta anos que se seguiram à publicação da obra, com raras exceções As conclusões que se seguem foram resumidas do livro “Technical Analisys of Stock Trends” de Edwards e Magee, e são um apanhado do original de Rhea. Os Princípios da Teoria de Dow podem ser enunciados de maneira simples, conforme o texto abaixo: 1. As médias e os preços descontam tudo (exceto os Atos de Deus). O que se pretende dizer com isto é que a situação presente do mercado é uma antecipação do futuro e não um reflexo do passado. Isto é, se o preço de um ativo está alto não é porque no passado esteve baixo e, portanto, devia subir, mas sim porque o mercado está prevendo uma situação positiva da empresa emissora do título, a se concretizar numa data posterior. Analogamente, se o preço está baixo é porque o mercado está antecipando posteriores problemas relativos à empresa, ao seu setor de atuação, ou até mesmo à economia como um todo. Assim, os preços das ações e as médias (índices do mercado) são o valor futuro descontado para o presente, da mesma forma como se faz com fluxos de caixa na Matemática Financeira. Gráfico de Barras pág. 10 Portanto, o que é mostrado pelo mercado, no momento, é o preço justo da ação, não havendo ativo avaliado para mais ou para menos que este parâmetro. Este primeiro princípio está relacionado à idéia de valor; 2. O mercado deve ser sempre analisado como sendo composto de três movimentos, todos se desenvolvendo ao mesmo tempo: O primeiro é o movimento do dia a dia, representando o curto prazo; O segundo é a pequena mudança, ocorrendo de duas semanas a um mês e, às vezes, em até vários meses, correspondendo ao médio prazo; O terceiro é o movimento principal ou de longo prazo cobrindo, em média, quatro anos de duração, e correspondendo ao ciclo médio da economia capitalista. Este princípio está associado ao tempo. 3. A tendência do mercado pode ser decomposta, para efeito de análise, em : Tendência Primária ou Histórica, a qual não comporta nenhum tipo de manipulação. Este movimento principal pode apresentar reversões que não alteram, em absoluto, a sua trajetória; Tendência Secundária ou Intermediária, que consiste nas reversões acima citadas e permite que ocorra alguma manipulação; Tendência Terciária, consistindo em pequenas oscilações reforçando ou contrariando um dos dois movimentos anteriores, e onde é verificada, por vezes, a influência dos manipuladores de preço. Neste terceiro princípio está implícita a idéia de volume, isto é, para manipular a Tendência Primária seria necessário um investidor com tamanhos recursos, que não haveria mais o mercado formado pela lei da oferta e procura, mas somente ele atuando sozinho. Para influir na Tendência Secundária é possível haver recursos disponíveis a este propósito, dependendo do papel e das condições das negociações no momento. Já a Tendência Terciária, esta sim sofre usualmente os efeitos de grupos interessados na especulação de curto prazo, visto que se relaciona a volumes menores de negociações. Os movimentos citados estão, segundo Dow, em ordem decrescente de força: o movimento Primário corresponderia às marés, determinadas pela posição da Lua; às ondas, que podem ser geradas pelos ventos, se associa o movimento Secundário e, finalmente, as marolas são a Tendência Terciária, correspondendo a uma espécie de ruído, causadas até por movimentos de embarcações, por exemplo. Desta forma, as marés e as ondas são originadas por forças naturais, enquanto as marolas podem ser criadas por um fator externo, proposital; Gráfico de Barras pág. 11 No gráfico a seguir procura-se mostrar um movimento hipotético de alta de preços, que pode ser decomposto em três movimentos coexistentes e correspondentes 10 Preço 0 0 2 4 6 8 10 Tempo aos prazos dos três movimentos abordados. Observa-se que a Tendência Primária está representada pela reta ascendente e os movimentos Secundário e Terciário se desenvolvendo sobrepostos a ela. Em determinados instantes, esses movimentos se adicionam à tendência de longo prazo, reforçando-a, e, em outros, se subtraem dela, corrigindo-a; mas sem contrariar a direção principal do mercado no momento, que é de alta. 4. O mercado de Alta compõe-se de três fases: Acumulação, Alta e Euforia. Como a difusão de informações relevantes na formação de preços do ativo ou mercado não é simultânea, a Teoria Dow prevê, como já se viu na Introdução, a atuação de 3 grupos de investidores, sendo que aqui veremos em que seqüência isto se dá. Acumulação - Nesta fase inicial do período de alta, após os preços terem caído bastante, os insiders começam a acumular a ação de forma disfarçada, isto é, compram com uns, vendem com outros, pois o seu interesse é o de fazer posição no papel, com o preço mais baixo possível, o que não conseguiriam se houvesse excessiva demanda no mercado. Os operadores de pregão não anunciam que compram, mas vão aos Gráfico de Barras pág. 12 vendedores e fecham negócio. É difícil para o analista identificar esta fase; Alta A partir deste momento, já há um consenso entre os profissionais de mercado de que se passou uma fase de acumulação e há um movimento de alta. O grupo “por dentro”, agora devidamente posicionado na ação, tem interesse em que o seu preço suba, não disfarçando mais as suas compras (compra anunciada). Com a entrada dos analistas (outsiders) demandando o papel, ocorre uma valorização expressiva do ativo, até que o público em geral se sente atraído para o mercado; Euforia - Com a chegada deste último grupo (out outsiders), os níveis de preço chegam rapidamente a patamares elevados, a partir dos quais se encerra o ciclo de alta, tendo início, logo a seguir, o ciclo de baixa. Estas fases estão a seguir representadas. BANESPA 70 50 40 Euforia 30 20 Alta 10 Acumulação 50000 x10000 J A S O N D 96 F M A M J J A S O N D 97 F M A MJ J A S O N D 1 O trabalho do analista técnico é detectar, o quanto antes, a transição da primeira para a segunda fase; 5. O mercado de Baixa compõe-se de três fases: Distribuição, Baixa e Pânico. Gráfico de Barras pág. 13 Da mesma forma que para o mercado de alta, o de baixa vai apresentar a atuação dos já citados grupos, em uma ordem característica para este movimento. Distribuição- Na fase inicial deste movimento, os analistas percebendo que o ciclo anterior está se esgotando, procuram se desfazer da ação ainda com um preço alto. Para isto, quem lhes dá saída do mercado é a massa de investidores desinformados que chegou por último e acha que o processo de alta, agora sem mais nenhum fundamento, vai continuar. Na fase de distribuição, os operadores não anunciam que vendem, mas vão ao encontro dos compradores para fechar negócio, isto é, não assustam os compradores, para que possam passar o papel a um bom preço. Neste momento, a grande parte dos insiders já deixou o ativo ou o mercado, ou assumiu uma posição vendida no mercado futuro, por exemplo, cabendo ao analista seguí-los o mais rapidamente possível. Baixa- Em seguida, verifica-se o período de baixa propriamente dita, no qual o público em geral acredita ser um reajuste para uma posterior alta. Contudo, após algum tempo, o grupo out outsider percebe que o papel não sobe de preço, o que é óbvio, pois não há um outro grupo de pessoas que o demandem de suas mãos, estando o mercado pronto para a fase final de baixa. Pânico- A partir deste momento, o que se observa é um processo no qual o último grupo vende de uma forma desordenada, contribuindo grandemente para a rápida depressão dos preços. A inclinação deste movimento é fortemente descendente, pois trata-se de uma fase de liquidez estreita, na qual junta-se a grande quantidade de vendedores com a falta de compradores. No gráfico seguinte aparecem as fases da baixa. Gráfico de Barras pág. 14 ESTRELA 3.5 Baixa 3.0 2.5 2.0 Distribuição Pânico 1.5 1.0 20000 15000 10000 5000 x100000 Nov Dec 1994 Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec 1995 Feb Mar Apr May Jun Após o Pânico, o mercado entra numa etapa de Baixa Lenta, onde os vendedores resistem em vender mais baixo e os compradores não se animam a pagar mais caro, retraindo-se bastante o número de negócios. A partir de então, inicia-se novamente a fase de Acumulação de um novo processo de alta, repetindo-se todo o ciclo de novo. Aliás, a tendência cíclica do mercado já era conhecida pelos negociadores de títulos, antes mesmo de Dow, se traduzindo num antigo ditado comum nos EUA: “Buy low, sell high” (comprar na baixa e vender na alta). 6. As médias devem se confirmar (convergir) . Da análise das duas médias – Ferroviária e Industrial – Dow concluiu que, no comportamento normal do mercado, ambas apontavam na mesma direção. Isto é, conforme observado por Hamilton, para se ter um movimento de alta validado, as duas médias devem estar em alta e, analogamente, em baixa, as duas devem estar nessa tendência. No caso de divergência entre as duas, ou seja, uma em trajetória ascendente e a outra em descendente, qualquer uma das duas tendências – alta ou baixa – não se fundamenta. Mais tarde, com a criação dos diversos indicadores, observou-se que a divergência entre os mesmos e os preços era um importante fator de antecipação de reversões de tendência. Gráfico de Barras pág. 15 7. O Volume acompanha a tendência. Quando a tendência do mercado está definida, o volume de negócios é geralmente alto, se retraindo nos momentos de indefinição. O volume utilizado nos gráficos tem importante função de confirmação dos movimentos das cotações e corresponde à quantidade de ações negociadas e não ao volume financeiro (moeda) das operações. Tanto na baixa como na alta o volume elevado confirma tendência forte, sendo fundamental sua percepção nos rompimentos de Linhas de Tendência ou de Figuras. Na tabela a seguir, estão relacionadas as possíveis combinações entre movimentos de preços de um ativo e o volume correspondente no momento: PREÇOS VOLUME Avaliação do Mercado Subindo Caindo Subindo Caindo Alto Alto Baixo Baixo Forte para cima Forte para baixo Fraco para cima Fraco para baixo Nas situações em que o mercado é fraco, espera-se uma reversão iminente da tendência. Desta forma, o mercado com pouco volume é perigoso: tanto pode subir quanto cair. Não se recomenda o uso do volume em dinheiro negociado como indicador da ponderação do preço, por ser função do próprio preço. Isto é, a sua variação seria em parte devido à flutuação da cotação e não exclusivamente a maior ou a menor transação com o ativo. 8. O mercado de lado pode aparecer nos movimentos secundários. O mercado de lado ou de desenvolvimento lateral pode substituir uma Tendência Secundária ou uma parte dela somente, o que é mais comum, significando que a pressão de compra e venda está mais ou menos equilibrada. Dificilmente o mercado terá uma tendência primária de lado. 9. Usar somente preços de Fechamento. Dow utilizava, em suas análises, gráficos de linhas construídos ligando-se as cotações de fechamento dos dias, não utilizando-se os preços de abertura, nem os máximos e os mínimos, que deram origem às barras de preços dos gráficos de barras. O uso do fechamento conferia ao índice uma certa volatilidade, fazendo com que o mesmo acompanhasse de perto os movimentos rápidos do curto prazo; Gráfico de Barras pág. 16 Hoje em dia é comum o uso das outras cotações, tanto no gráfico de barras, como nos diversos indicadores disponíveis nos Softwares de análise técnica. Contudo, o fechamento continua sendo da maior importância, pois é em cima dele que os traders estabelecem seus planos de atuação para o dia seguinte. Há, inclusive, um ditado comum nos EUA que afirma que “A abertura é dos tolos e o fechamento dos espertos”. 10. Deve-se presumir que uma tendência será mantida até que se tenha uma sinalização definitiva de sua reversão. Enquanto não houver um sinal evidente de mudança de tendência, admiti-se a continuação da anterior. O analista gráfico não deve, portanto, se antecipar a novas formações, sob pena de aumentar demasiadamente o risco envolvido na operação. Gráfico de Barras pág. 17 PRINCIPAIS CRÍTICAS A Análise Técnica recebe, de uma parte dos investidores, uma forte reação subjetiva, que os leva a uma profunda descrença de todas as conclusões baseadas na observação gráfica. Há, entretanto, algumas críticas objetivas fundamentadas, por um lado, na limitação intrínseca do enfoque gráfico da Teoria de Dow e, por outro, na impaciência ou mal conhecimento da técnica. A seguir, são enumeradas as principais críticas a essa Teoria, como também uma argumentação em sua defesa: 1. A Teoria de Dow não é infalível. O que se deseja com o uso de gráficos é a minimização dos riscos inerentes às operações em bolsa, elevados para aqueles que não seguem um método definido de atuação. A margem de acerto dos gráficos desta teoria está na faixa dos 75% a 85%. Ou seja, a Análise Técnica possibilita, desde que rigorosamente respeitados seus princípios, um trade lucrativo em 75% - 85% das operações, já descontando as acelerações desiguais dos movimentos de alta e baixa, o que representa uma sensível diferença em relação a não se adotar procedimento algum de análise, ou mesmo métodos da Escola Fundamentalista, ambos incapazes de garantir uma margem total de acerto. 2. As sinalizações são atrasadas. Este fator é irrelevante, pois o pressuposto é que o que se propõe não é a maximização de ganhos, mas sim a capitalização em cima de tendências que já estejam definidas no mercado, precisando-se, por força da teoria, de algum tempo para confirmação. Com o desenvolvimento dos computadores, a Análise Gráfica ganhou uma nova dimensão, pela facilidade com que diversos indicadores puderam ser calculados, sendo possível trabalhar com prazos diversos. Adotando-se prazos curtos, estes instrumentos de análise se antecipam às técnicas mais antigas de se esperar a ruptura de linhas ou de figuras do gráfico de barras, havendo, contudo, uma coerência entre rentabilidade e risco. Isto é, os indicadores mais rápidos, embora incrementem o ganho, nos expõem a um maior risco, em função do número maior de falsas sinalizações que produzem. 3. Às vezes o analista fica em dúvida. Um dos preceitos gráficos diz que uma tendência só está definida após a sua confirmação. Portanto, se o mercado ainda está indefinido, não poderá o grafista antecipar conclusões sobre o seu comportamento. Seguindo-se estes princípios, não se consegue comprar nos fundos do mercado, nem vender nos topos, mas aproveitase uma boa parte da tendência do momento para a obtenção de lucros. Gráfico de Barras pág. 18 4. A Teoria de Dow não pode ajudar o investidor que quer negociar nas tendências intermediárias. Este argumento se refere à Teoria na sua fase inicial, onde a ausência de outros indicadores impedia o aproveitamento da tendência secundária. Com o uso difundido de softwares de análise gráfica, esta limitação deixou de existir, sendo utilizada até mesmo a tendência terciária, que não se imaginava ser objeto de estudo no início do século. 5. Não se pode comprar e vender médias. Esta é outra oposição que não resiste nos dias de hoje, referindo-se ao fato de não serem possíveis negócios com os índices propostos por Dow (Ferroviário e Industrial). Ou seja, a análise era feita nos gráficos de dois setores em conjunto, mas quando se tinha que operar, devia-se comprar uma ou mais ações isoladamente. Gráfico de Barras pág. 19 4-Esquema Lógico O objetivo principal de quem faz análise de investimento em ações é conseguir, através de uma projeção de preço, antecipar-se aos demais investidores podendo, dessa forma, maximizar seus ganhos e minimizar seus riscos. No caso do Gráfico de Barras será usado somente o preço das ações como variável relevante para se efetuar essa projeção. Em outras palavras, o que se pretende é projetar preços, exclusivamente, como função de preços anteriores. Esta tomada de posição baseiase no seguinte raciocínio: o preço de uma ação reflete a opinião dos investidores naquele momento, incluindo nessa avaliação todos os fatores racionais e irracionais que possam pesar sobre os mesmos. Para chegar a essa conclusão, foi necessário realizar uma análise estatística do comportamento do próprio mercado, através da construção de grande número de gráficos e, a partir desta observação, concluir que os gráficos apresentavam modelos de comportamento que se repetiam em determinadas condições. Para melhor entendimento do que foi exposto, observe-se a figura abaixo, que pretende resumir as fases de montagem de um esquema lógico para quem quer analisar um método de projeção válido para se utilizar no mercado de ações. Como foi dito anteriormente, serão usados na projeção do preço de uma ação somente seus valores anteriores. Dessa maneira, ter-se-á que construir séries históricas desses valores e mantê-las atualizadas através de dados contínuos, que virão de seu próprio mercado. Gráfico de Barras pág. 20 Com essas séries históricas deverá ser feita uma pesquisa e ser criado um modelo que dê a melhor forma da projeção dos preços. Isto significa que essa pesquisa deverá ser orientada no sentido de descobrir formações características, após as quais, a tendência dos preços tenha sido, na maioria dos casos avaliados, sempre a mesma. Com essa pesquisa feita tentar-se-á estabelecer um modelo característico de formação do gráfico, isto é, toda vez que o gráfico formar aquela figura, está identificado o modelo. Com base nesse modelo deverse-á estabelecer qual será a tendência do preço e, se possível, com que probabilidade essa tendência será seguida. Nessa altura poderá ser tomada uma decisão (compra ou venda), pois a projeção já foi feita, e tem-se em mãos as séries históricas atualizadas. Esta decisão de compra, venda ou manutenção da posição é a conjugação de três fatores: projeção de preços, objetivos do investidor e situação atual do mercado, como se observa no fluxograma anterior. Este tipo de análise será feito para cada ação em particular, e o comparativo entre elas será feito pela melhor projeção de preços. É sempre conveniente lembrar que para cada projeção de preços está associada uma probabilidade, menor que um, de acerto dessa projeção. O esquema lógico apresentado na figura anterior mostra apenas “Pesquisa P” e o “Modelo P” que seriam a pesquisa e o modelo de “como projetar”. A etapa anterior, ou seja, “o que projetar” já ficou definida quando se admitiu que o preço de uma ação reflete a opinião dos investidores, naquele momento, sobre o papel. Em outras palavras, podemos resumir que existe uma forte correlação entre o comportamento dos preços de uma ação no passado e a provável tendência que eles terão no futuro. Isto decorre do fato de que o comportamento dos investidores mais fortes pode ser percebido por sua repetitividade, diante da possibilidade de ganhar ou perder dinheiro na Bolsa. Este comportamento é da máxima relevância, pois são estes investidores que irão influenciar na formação do preço. Daí ser necessário estarmos atentos aos movimentos dos investidores mais bem informados para tentar descobrir seus movimentos e rapidamente detectar a possível nova direção do mercado. As pesquisas e os modelos, uma vez definidos, não serão alterados mas, com o passar do tempo, novos dados estarão constantemente testando os modelos vigentes, até que, pelo acúmulo de experiências oriundas desses novos dados, possa ser determinado um novo modelo que melhor espelhe a realidade. Uma vez definida a maneira de atuação, o somatório das decisões dos investidores funciona como feedback para a série de dados, como pode ser visto na linha na base do fluxograma. Gráfico de Barras pág. 21 5-Construção do Gráfico O Gráfico de Barras compõe-se de dois gráficos dispostos verticalmente , sendo que no gráfico superior será colocado o gráfico do preço do ativo, em função do tempo, e no gráfico inferior, o volume (nº de ações) de títulos negociados no período de tempo correspondente . Gráfico de Preços Gráfico do Volume 5.1-Gráfico dos PreçosEixo dos “x” (abscissas)- calibrado linearmente com o tempo. Poderá ser diário correspondendo as barras aos dias de pregão. Pode-se ou não deixar espaços correspondentes aos dias que não houver pregão: sábados, domingos e feriados, depende do critério do analista. De um modo geral, procura-se não deixar espaços entre as barras de preços em função desses dias. Poderá ser calibrado em horas e minutos, correspondendo aos chamados gráficos intra-dia ( mais conhecido no mercado pelo correspondente em inglês - intraday ). Aqui a escala é linear. Para se calibrar o eixo do tempo em períodos intraday será interessante observar a seguinte fórmula para cálculo do intervalo mínimo, de maneira que se tenha uma boa representação do confronto das forças de oferta e procura : Tmínimo = k.d N Onde: k – constante definida pelo usuário que expressa o número mínimo de negócios por barra de gráfico, por exemplo 15 negócios por barra. d – duração do pregão expressa em minutos N – número total de negócios realizados durante um dia de pregão, podendo ser a média dos últimos trinta dias. Gráfico de Barras pág. 22 Exemplo: k = 15 negócios / barra d = 360 minutos (seis horas) N = 1500 negócios Tmínimo =(15 x 360) / 1500 Tmínimo = 3,6 minutos Isto significa que o período de tempo mínimo para se calibrar um gráfico intraday de uma ação que tenha 1500 negócios por dia é de 3,6 minutos . Sugere-se, então, que se use o gráfico com barras de 5 minutos. A seguir, sugerimos uma tabela de referência para obtenção dos intervalos de intraday número de negócios, para um pregão de 6 horas de duração e uma constante de 15 minutos: N-negócios > 1000 400-1000 200-400 100-200 <100 Tmínimo 5 min 15min 30min 60 min 1 dia Eixo dos “y” (ordenadas)- calibrado com os preços conforme diagrama abaixo. Qualquer que seja a unidade de tempo (período) a que se refira o eixo dos “x”, deverão ser utilizados para a confecção do gráfico os seguintes preços: • • • • Máximo- o maior preço do período; Mínimo- o menor preço do período; Abertura- o preço do primeiro negócio do período; Fechamento- o preço do último negócio do período. Modo de grafar - será grafado na linha vertical correspondente ao período, por exemplo dia, com uma barra vertical que começa no preço mínimo e sobe até o preço máximo. Na altura correspondente ao preço de abertura, coloca-se um traço para a esquerda e, na altura correspondente ao preço de fechamento, coloca-se um traço para a direita. No esquema abaixo, estão representados todos os valores mencionados e tem-se o aspecto final de uma barra de preço do Gráfico de Barras. Gráfico de Barras pág. 23 Máximo Abertura Fechamento Mínimo Pela figura acima, vê-se que a abertura está voltada para o passado, enquanto que o fechamento aponta para o futuro. Em períodos de inflação acentuada será necessário deflacionar os preços diários pelo índice de inflação diário. Isto mostrará o gráfico com preços reais. Escalas - Para se calibrar o eixo dos preços pode-se e deve-se utilizar uma escala linear ou uma escala logarítmica. Escala Linear ou Aritmética: é aquela na qual há uma relação linear entre preço e tamanho da barra, isto é, espaços iguais correspondem a variações iguais da grandeza representada no eixo. Exemplo: Quando o preço varia 1,00 a escala vertical varia 1 cm, independente do nível de preço. Pode-se observar que, ao passar de 1,00 para 2,00, o preço variou 1,00, o que corresponde a 100% do preço inicial. Quando passou de 2,00 para 3,00, a variação foi de Gráfico de Barras pág. 24 50% correspondentes ao mesmo 1,00 e, assim, a mesma distância em cm. Nas escalas lineares o que importa é que cada variação nominal da grandeza colocada no eixo corresponda a uma distância igual no papel do gráfico. Para pequenas regiões de variação de preço não é grande a distorção introduzida por esta escala, podendo ser usada em gráficos diários, por exemplo, desde que não se observem muitos meses. Escala logarítmica: a escala é feita considerando-se as distâncias proporcionais ao logaritmo dos preços, o que resultará em espaços iguais correspondendo a variações proporcionais da grandeza representada no eixo. Exemplo: Pode-se observar que, ao passar de 1,00 para 2,00, o preço variou 100%, correspondendo a uma certa distância na escala. Quando passou de 2,00 para 4,00, a variação foi de 100%, correspondendo à mesma distância em cm. Nas escalas logarítmicas, o que importa é que a cada variação proporcional da grandeza colocada no eixo corresponda uma distância igual no papel do gráfico. Isto significa que ao ser adotada esta escala no gráfico de barras os preços terão que percorrer sempre a mesma distância no papel, quando se pensar na mesma variação percentual. Exemplificando: a dificuldade que uma ação terá para passar de 1,00 para 2,00 é equivalente a passar de 20,00 para 40,00, apesar de que, aparentemente, a primeira só tenha que subir 1,00 e a segunda 20,00, pois a variação percentual, em ambos as hipóteses, é de 100%. Portanto, esta escala expressa melhor do que a escala linear o conflito entre oferta e demanda no mercado: uma ação vai mais rápido de 4,00 para 6,00 do que de 2,00 para 4,00, porque, embora a variação absoluta de preço seja 2,00, em ambos os casos, a variação percentual é de 50% no primeiro, contra 100% no Gráfico de Barras pág. 25 segundo. No Gráfico de Barras dizemos que a escala é semi-logarítmica (ou mono-log) porque somente o eixo vertical (preço) utiliza uma escala logarítmica, enquanto o eixo horizontal (tempo) utiliza uma escala linear. 5.2-Gráfico do Volume O volume será grafado, numa escala linear, com barras que vão do eixo horizontal (cota zero) até à altura correspondente à quantidade de títulos negociados naquele período (total de compras e vendas) e não a valores monetários. É importante salientar que o estudo será realizado sempre com as cotações, servindo a quantidade negociada como observação complementar. Assim, a parte destinada à quantidade negociada é bem menor que a dos preços, embora as variações destes últimos estejam limitadas a uma faixa muito mais estreita. Como já se afirmou, a escala adotada para o volume é a aritmética, porque não importa na análise a variação percentual do mesmo, mas apenas se houve o seu aumento ou redução. Na figura seguinte, temos um exemplo de representação do volume no Gráfico de Barras diário de um ativo. A última escala a ser considerada é a horizontal de tempo, que também é linear. A idéia é que a passagem de um dia para o outro tem sempre a mesma representatividade, independente de ser do dia 4 para o dia 5 ou do dia 5 para o dia 6, por exemplo. Quanto ao período de tempo associado a cada barra, os gráficos de barras podem ser intraday, diários, semanais ou até anuais, sendo que, neste último caso, toma-se o preço de abertura como a abertura do primeiro pregão do ano, o fechamento como o fechamento do último, o máximo e mínimo como a maior e a menor cotações ocorridas durante o ano e o volume como sendo a soma de todos os volumes verificados em todos os pregões. Gráfico de Barras pág. 26 Nos gráficos intraday, cada barra de preço representa um certo período fracionário do dia, sendo mais usados os de 5, 10, 15, 30 e 60 minutos. A seguir, temos dois Gráficos de Barras traçado pelo MetaStock, sendo o primeiro com a escala de preços linear e o segundo com a escala logarítmica : Gráfico de Barras da Petrobrás pn Escala de Preços Linear Gráfico de Barras pág. 27 Gráfico de Barras da Petrobrás pn Escala de Preços Semi-Logarítmica Pode-se notar que na escala logarítmica há uma aglomeração de valores no topo, em relação à linear, onde o espaçamento é uniforme para toda a escala. Admite-se o uso desta última para análise no curto e médio prazos, mas não para o longo prazo, pois ocorrerão distorções nas linhas e figuras traçadas, conforme veremos mais tarde. 5.3 - Ajuste da Escala Independente da valorização dos títulos de uma companhia, é comum que a empresa conceda, de tempos em tempos - dependendo da sua situação econômica e de seus interesses - certos benefícios às suas ações, tais como bonificações, dividendos, subscrições, etc. Desta forma, surgem descontinuidades na escala de preços e/ou volume conforme o caso, que poderão alterar significativamente as análises e projeções efetuadas. Para contornar esse problema é comum os Softwares de gráficos procederem a um ajuste do banco de dados do ativo, dando origem a uma nova cotação a partir do evento, chamada de Preço ex-benefício. Este processo, que pode ser opcionalmente estendido para o volume, tem um sério inconveniente, que é a perda da exatidão dos valores anteriores. A seguir, analisaremos o significado e o efeito de cada um dos possíveis benefícios nas escalas de preços e de volume, dando origem a diferenças entre o valor da ação com Gráfico de Barras pág. 28 direitos e ex-direitos. Sendo essas últimas as que já exerceram os direitos concedidos pela empresa. 5.3.1-Ajuste da Escala de Preços Na escala de preços, os ajustes são devidos à concessão dos seguintes benefícios: • Dividendos Consistem na distribuição aos acionistas dos lucros obtidos no exercício, caso eles existam, em proporção à quantidade de ações por eles possuídas e sob forma de dinheiro. Com a distribuição de dividendos, o preço da ação deve ser subtraído do valor bruto dos mesmos, o que leva a uma fórmula de reajuste muito simples. Pex = Pcom − D • Bonificação São ações distribuídas gratuitamente aos acionistas, proporcionalmente à quantidade delas que eles possuem, devido ao aumento do capital social da empresa, por meio de incorporação de reservas, lucros em suspenso ou reavaliação do ativo imobilizado. A Bonificação também pode ser oferecida em dinheiro, embora não seja esta forma a usualmente adotada. Em linhas gerais, a Bonificação corresponde ao aumento do valor nominal das ações, não estando relacionada com qualquer vantagem real para o acionista. Para entendermos isso, examinemos o caso mais comum de Bonificação, em que uma empresa delibera, em Assembléia, incorporar parte de suas reservas ao capital social. A situação inicial dessa empresa – antes da incorporação – poderia ser, por hipótese: Capital Social Reservas R$ 1.000.000,00 R$ 2.000.000,00 Patrimônio Líquido R$ 3.000.000,00 Neste caso, se a empresa possui 1.000.000 de ações, cada uma terá o valor nominal – e não o valor de mercado – de R$ 1,00, que se obtém pelo quociente entre o Capital Social e o número total de títulos em circulação. Com a inversão de R$ 1.000.000,00 de reservas acumuladas para o capital, seu balanço ficaria: Gráfico de Barras pág. 29 Capital Social Reservas R$ 2.000.000,00 R$ 1.000.000,00 Patrimônio Líquido R$ 3.000.000,00 Ou seja, não houve aumento real do Patrimônio Líquido, mas cada ação deveria valer, a partir da presente data, R$ 2,00 ou a empresa deve emitir mais 1.000.000 de títulos e distribuí-los gratuitamente aos seus acionistas, já que não houve mudança do seu Patrimônio Líquido. Assim, bonificando as ações, já em circulação, em 100%, ela passará a ter 2.000.000 de títulos no mesmo valor anterior de R$ 1,00, perfazendo o novo Capital Social. Contudo, o mercado reage a esse evento, havendo uma fórmula de ajuste do preço após exercida a Bonificação. Pex = Pcom 1 + b Onde: b = proporção da bonificação concedida na forma decimal Para o caso da S/A analisada: Pex = 1,00 = R$ 0,50 1 + 1 Assim, o Software vai dividir por dois as cotações do ativo anteriores a esta data e preservar as novas cotações nos valores que surgirem. • Desdobramentos (Splits) Ocorrem quando a empresa aumenta o número de ações em circulação sem aumentar o seu Capital Social. Isto é feito com a finalidade de reduzir o valor nominal de suas Gráfico de Barras pág. 30 ações, facilitando a aquisição de pequenos lotes pelos investidores. Neste caso, o ajuste também é bem simples, bastando dividir o preço anterior pelo número de vezes em que o título se desdobrou. • Agrupamentos São o contrário dos Desdobramentos, isto é, um certo número de títulos são reunidos para formar um só. O preço ajustado será resultado do produto do preço passado pelo número de títulos que foram agrupados para resultar num só. • Subscrição Corresponde ao aumento do capital da Sociedade Anônima (S/A) por intermédio do lançamento de novas ações a serem adquiridas pelos acionistas. Para o correto entendimento do que foi dito convém que façamos algumas considerações acerca das empresas e do mercado acionário como um todo. As empresas podem ser classificadas, para o que nos interessa no momento, em dois grandes grupos: • LTDA Não possui o seu capital constituído de ações - Fechadas • S/A com registro em bolsa - Abertas (têm ações no domínio público) sem registro em bolsa (Mercado de Balcão) Como podemos observar, as S/A possuem títulos representativos de uma parte ou da totalidade do seu capital social – ações – que conferem a seus proprietários o direito de participação na sociedade, direito este expresso por voto nas Assembléias, participação nos lucros, etc. Por sua vez, a empresa LTDA, que em geral é restrita ao âmbito familiar, não se constituiu de acordo com o disposto acima, podendo adquirir novos recursos para fazer frente a seus investimentos, por intermédio de três maneiras distintas: • Empréstimos; Gráfico de Barras pág. 31 • Reinversão de lucros; • Abertura do capital Na primeira hipótese, a empresa recorre a instituições financeiras, no que se vê obrigada à devolução do numerário levantado num prazo determinado e acrescido de juros, implicando em risco adicional de um processo de endividamento contínuo. No segundo caso, os recursos só estarão disponíveis para os investimentos se a empresa apresentar lucros retidos de exercícios anteriores, o que nem sempre se verifica. Finalmente, na última alternativa para a expansão da empresa, ela deve apresentar um projeto de abertura de capital à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), deixando claro, entre outras coisas, se pretende que as suas ações sejam negociadas em Bolsas de Valores ou não (Mercado de Balcão). Todo esse processo representa para a empresa a obtenção de recursos, sem a exigência de devolução e pagamento de juros, mas lhe obriga a ter que dividir os lucros auferidos com os acionistas e prestar contas periodicamente a eles por meio das Assembléias, entre outras coisas. O ato de disponibilizar as ações no Mercado Primário para aquisição do público em geral, ou para certos grupos, consiste no processo de Subscrição. Para esclarecer o que foi dito, o Mercado de Capitais, que é um segmento do Mercado Financeiro, apresenta a seguinte divisão: Mercado de Capitais - Mercado Primário Mercado de Bolsa - Mercado Secundário Mercado de Balcão O Mercado Primário é onde ocorre a primeira negociação com a ação da empresa, isto é, é o mercado que tem a função de colocação de ações provenientes da primeira emissão da mesma (abertura de capital) ou de suas novas emissões. Para efeito de Análise Técnica não é importante o primeiro caso, pois nele a empresa ainda não tem ações e, portanto, não possui sequer gráfico a ser ajustado. O nosso real interesse é no caso da empresa já possuir ações negociadas no Mercado Secundário, seja em Bolsa ou em Mercado de Balcão. Neste último, não há um lugar físico definido para o desenvolvimento das negociações, sendo os negócios fechados por meio de intermediários, cuja função é a de juntar as pontas. A S/A procede ao aumento do seu capital social, primeiramente aprovando essa proposta em uma AGE (Assembléia Geral Extraordinária), ou em reunião da diretoria, no caso de capital autorizado, por meio do qual se adicionam ao capital da empresa reservas ou novos recursos. No primeiro caso, a concretização do intento pode ser feita por subscrição ou bonificação (assunto do próximo item). Gráfico de Barras pág. 32 Para subscrever suas ações (processo também chamado de underwritting) a S/A contrata um pool de instituições financeiras encarregadas de intermediar o processo, estipulando um prazo (em geral 30 dias) para o acionista exercer o direito de preferência à subscrição, numa certa porcentagem relativa à quantidade de títulos que possui e a um determinado preço de subscrição. Como esse é um direito inerente ao título numa certa porcentagem, é evidente que após ser exercido, ocasionará um novo preço de negociação do mesmo, obtido pela fórmula: Pex = Pcom + s ⋅ S 1 + s Onde: s = porcentagem de subscrição na forma decimal; S = valor pago por ação subscrita (valor nominal mais o ágio de subscrição, se houver) Como exemplo, suponhamos que uma ação que esteja sendo negociada a R$10,00 o lote receba o direito de subscrever 50% ao preço de R$4,00. A sua cotação ajustada será: Pex = 10,00 + 0,5 ⋅ 4,00 = R$ 8,00 1 + 0,5 Havendo a concessão de mais de um benefício, basta aplicar seguidamente as fórmulas anteriores ou mesmo usá-las em conjunto em uma expressão genérica. Pex = Pcom + s ⋅ S − D 1 + s + b É importante notar que este é o preço teórico a que a ação deve ser negociada após exercer seu direito, não significando que isto se verifique na prática, mas que sirva como parâmetro para que o Software de gráficos proceda ao ajuste. Além disso, essas novas cotações esperadas pelo mercado preenchem importante função de ajustar os índices das Bolsas, caso a ação beneficiada faça parte da carteira do mesmo. Essa adaptação do índice Gráfico de Barras pág. 33 aos eventos ocorridos com as ações que lhe compõem não foi utilizada por Dow, como se disse no Histórico, mas foi idealizada, em princípio, por Hamilton. Uma vez que o prazo para o ocorrência dos benefícios tenha se esgotado, só ocorrerão transações na Bolsa com títulos ex-direito, devendo o analista estar atento a esse fato para não ser pego de surpresa pelos novos parâmetros de negociação com o papel. 5.3.2-Ajuste da Escala do Volume Alguns dos benefícios analisados no item anterior também podem alterar o volume negociado de títulos. São eles: • Bonificação • Agrupamentos • Desdobramentos Em geral, os softwares gráficos dão a opção de ajustar somente o preço sem alterar o volume, caso sejam constatados os eventos acima. Mas, num Agrupamento de 1000:1, por exemplo, o novo volume de negociação vai ficar muito pequeno, devendo-se para isto dividir-se os volumes relativos às datas anteriores por 1000, que seria o ajuste para o caso. Gráfico de Barras pág. 34 6-Linhas de Tendência 6.1-Suporte e Resistência Uma das principais perguntas de quem vai querer investir em ações é: “Quando (timing) devo comprar uma ação?” Esta pergunta não é simples de se responder mas, em termos gerais, e para estabelecer as primeiras premissas, pode-se dizer que uma ação de determinada empresa pode ser comprada, com uma certa minimização do risco de perdas, primeiro, quando a bolsa estiver com uma tendência de alta; segundo, quando as ações do mesmo setor da economia que a empresa atua também apresentar uma tendência de alta e, terceiro, quando a ação, em si mesma, sugerir uma tendência de alta. De maneira análoga, seria respondida a pergunta de quando se deve vender uma ação. Essas respostas sugerem a formulação da análise de tendência, que será objeto de estudo no presente capítulo. O retorno de investimento em ações pode se dar de duas formas (definições clássicas): • • Dividendos pagos pela empresa emissora; Ganho de capital no mercado secundário No primeiro caso, o acionista adquire o título visando conservá-lo em seu poder por tempo indeterminado, recebendo periodicamente a participação nos lucros da empresa. Para que isto se dê é necessária a escolha de ações que pertençam a Companhias tradicionalmente pagadoras de bons dividendos. Este tipo de ganho com o papel não é considerado na Análise Técnica e sim na Fundamentalista, onde existe inclusive um indicador próprio – o Cash-Yield– que mede o retorno financeiro anual de uma ação, ou seja, o somatório total dos dividendos pagos pela empresa nos últimos 12 meses dividido pela sua cotação no mercado. Assim, uma ação que ofertou R$0,50 como soma dos dividendos num exercício, por exemplo, sendo sua cotação de R$10,00, apresenta um CashYield de 5% no período considerado. Na segunda alternativa, o investidor adquire o título com o objetivo de ganhar a prazo determinado com a cotação do mesmo na Bolsa, aproveitando-se das sucessivas variações que ele sofre para auferir lucros. Pode até ser que, durante este período, a empresa emissora ofereça dividendos, mas estes não são o interesse principal da Análise Gráfica. Para a análise das tendências da bolsa, do setor e da ação em si deve-se tornar em princípio, para confecção do gráfico, parâmetros que representam o seu comportamento. No caso de ações negociadas na Bolsa de Valores, dispõe-se de índices, como o IBOVESPA, o IBV e Índices Setoriais, que poderão ser de grande utilidade para o analista. Esses valores são calculados diariamente pelas Bolsas, durante a realização do pregão, e com difusão eletrônica instantânea, direto para os participantes do mercado. Dadas as facilidades atuais Gráfico de Barras pág. 35 da informática e das telecomunicações, como vimos anteriormente, pode-se plotar gráficos, numa base diária, intraday e até mesmo de “ticket-by-ticket, tomando-se a pulsação quase instantânea dos movimentos do mercado. Evidentemente, a resposta dada à pergunta formulada no início não deve ser interpretada com rigidez, mas entendendo-se, que se satisfeitas as três condições, o risco será menor do que somente se duas delas forem satisfeitas. O que se visa, quando recorremos a qualquer tendência, é minimizar os riscos. Diz-se que o preço de uma ação chegou ao seu SUPORTE quando, durante um grande desequilíbrio entre a oferta e a procura - desequilíbrio este causado por uma oferta maior que a procura - , o preço da ação caiu tanto que começam a aparecer compradores de maneira a compensar o desequilíbrio, estabilizando o preço. Em outras palavras, SUPORTE de uma ação é o preço mínimo que ela pode atingir num determinado momento, ou seja, é um nível que atrai tantos compradores que os preços são suportados acima dele Por outro lado, chama-se de RESISTÊNCIA do preço de uma ação um preço máximo em que, se a ação o atingir, aparecerão tantos vendedores que ela não conseguirá ultrapassá-lo, isto é, os preços resistem, e não avançam devido à presença de grande número de vendedores dispostos a realizar neste nível. Em resumo, SUPORTE e RESISTÊNCIA seriam os limitantes inferior e superior, respectivamente, do preço de uma ação. Estes dois conceitos devem ser entendidos dinamicamente, isto é, com o passar do tempo, os valores anteriores não são mais respeitados e novos valores são estabelecidos, sendo que a sua interpretação estática pode causar grandes prejuízos. De uma forma prática, o Suporte pode ser associado ao valor mínimo de um período recente, e a Resistência a um valor máximo que tenha acontecido num período recente. Estes níveis tendem a se fortalecer com o passar do tempo e com o número de vezes que os preços os atingem, respeitando-os. Há uma regra geral que diz que, quando há um movimento com tendência definida, antigos Suportes tornam-se novas Resistências e vice-versa. Assim, um Suporte que já tenha sido bem testado, por exemplo, tornar-se-á uma forte Resistência ao avanço dos preços, caso seja perfurado. Ao se deparar com um Gráfico de Barras, a primeira providência será marcar os pontos de máximo e mínimo existentes. Os máximos são as resistências e os mínimos os suportes. A união desses pontos resultará em linhas de tendência que serão estudadas a seguir Há três fatores que indicam a força de uma Linha de Tendência: 1) O tempo de duração da mesma como indicador de trajetória dos preços até ser rompida. Quanto mais extensa for a reta mais significativo será o seu corte; 2) O número de oscilações que não chegam a perfurá-la, isto é, o número de testes a que foi submetida. Quanto mais vezes as cotações recuam ao encostar na reta, respeitando-a, mais força ela adquire; Gráfico de Barras pág. 36 3) A sua inclinação medida em termos da variação percentual na unidade de tempo e comparado esse resultado com a taxa de juros dos títulos de renda fixa. Linhas muito inclinadas (taxas de variação de preços na unidade de tempo) dificultam que o preços a acompanhem, o que torna fácil e pouco significativo o seu corte. Com respeito ao corte de uma Linha, espera-se uma intensificação na negociação, como será visto posteriormente. Gráfico de Barras pág. 37 6.2-Tendência de Alta Quando estivermos diante de uma tendência de alta, a principal linha é a de Suporte de Alta e a sua linha auxiliar é a Resistência de Alta. A seguir, vamos descrever sucintamente como traçar essas linhas. 6.2.1-Linha de Suporte de Alta Para traçarmos uma Linha de Suporte de Alta (LSA) vamos marcar no gráfico os pontos de mínimo apresentados. Precisamos de dois pontos para traçarmos uma reta e, assim, a partir do segundo ponto de mínimo, podemos traçá-la. Esta reta será a Linha de Suporte de Alta. No exemplo a seguir, o primeiro ponto de mínimo em Dezembro de 96 e o segundo ponto de mínimo no início de Janeiro de 97 permitem traçar a LSA que foi respeitada por vários meses que se sucederam. Gráfico da Telebrás pnLinha de Suporte de Alta A penetração da LSA pelas barras de preços pode significar uma sinalização de término da tendência ou uma mudança de Suporte para outro com inclinação diferente. Gráfico de Barras pág. 38 6.2.2-Linha de Resistência de Alta Para traçarmos a Linha de Resistência de Alta (LRA) é preciso primeiro que a Linha de Suporte de Alta já tenha sido traçada. Satisfeita essa condição, localiza-se o primeiro ponto de máximo e a partir desse ponto traça-se uma paralela à Linha de Suporte de Alta . Esta linha é chamada de Linha de Resistência de Alta ou linha de Retorno, para alguns autores. A seguir apresentamos o gráfico anterior com a Linha de Resistência de Alta traçada. Gráfico da Telebras pnLinha de Resistência de Alta Pode-se observar que, apesar da Linha de Resistência de Alta ter sido perfurada para cima, os preços retornaram para baixo dela, mantendo sua validade como linha auxiliar no desenvolvimento da tendência de alta. Este retorno de preços para dentro da região compreendida pelas duas retas é comum, como veremos no estudo do Canal de Alta. Gráfico de Barras pág. 39 6.3- Tendência de Baixa Quando estivermos diante de uma tendência de baixa, a principal linha é a de Resistência de Baixa e a sua linha auxiliar é a Suporte de Baixa. A seguir, vamos descrever sucintamente como traçar essas linhas: 6.3.1-Linha de Resistência de Baixa Para traçarmos uma Linha de Resistência de Baixa (LRB) vamos marcar no gráfico os pontos de máximo que o gráfico vem apresentando. Precisamos de dois pontos para traçarmos uma reta e, assim, a partir do segundo ponto de máximo podemos traçar a reta. Esta reta será a Linha de Resistência de Baixa. No exemplo a seguir, o traçado da LRB se deu por um mínimo no inicio de Fevereiro de 96 e por outro em meados de Agosto do mesmo ano, sendo, portanto, uma reta de médio prazo, prometendo indicação confiável de reversão de tendência quando for rompida. Este se deu no final de Novembro de 96, seguindo-se um desenvolvimento da ação em preços mais elevados. Gráfico de Barras- Banespa pnLinha de Resistência de Baixa Gráfico de Barras pág. 40 6.3.2-Linha de Suporte de Baixa Para traçarmos a Linha de Suporte de Baixa (LSB), ou Linha de Retorno para alguns autores, é preciso, primeiro, que a Linha de Resistência de Baixa já tenha sido traçada. Satisfeita essa condição, localiza-se o primeiro ponto de mínimo e a partir desse ponto traça-se uma paralela à Linha de Resistência de Baixa. Esta linha é chamada de Linha de Suporte de Baixa. A seguir, apresentamos o gráfico anterior com a Linha de Suporte de Baixa traçada. Gráfico de Barras- Banespa pnLinha de Suporte de Baixa A partir do 1º Ponto de Mínimo traçamos uma paralela à Linha de Resistência de Baixa. Esta reta será a Linha de Suporte de Baixa que poderia ter sido traçada a partir do traçado da LRB em agosto de 1996. Em novembro de 1996 o preço chegou até a LSB para, então, reagir e seguir em direção a LRB e rompê-la, iniciando um novo ciclo do comportamento do preço da ação do Banespa. Paralelamente a esse desenvolvimento gráfico, quem acompanha os aspectos fundamentalistas do Banespa - que atualmente está sob intervenção do Banco Central do Brasil - sabe que estão avançadas as negociações favoráveis a uma solução que irá beneficiar os atuais acionistas. Ao que parece, em Gráfico de Barras pág. 41 novembro foram concluídas negociações nas quais a hipótese de liquidação ordinária do Banespa foi afastada. O mercado que havia derrubado as ações, de pronto se recuperou Resumindo tudo o que foi dito para as Linhas de Tendência, seja de Alta ou de Baixa, o seu traçado deve obedecer a duas premissas básicas: • Não deve ser feito por máximos (Alta) ou mínimos (Baixa) muito próximos; • Não será significativa se resultar muito inclinada. Isto é, o corte de Linhas de Tendência menos íngremes é mais expressivo do que o de linhas mais inclinadas. Uma vez traçadas retas confiáveis para o movimento, quando os preços subirem, por exemplo, não o devem fazer direto, mas provavelmente irão testar uma ou duas vezes a LRA, antes de perfurá-la. O mesmo se aplica a uma queda de cotações, que devem primeiro respeitar uma resistência bem traçada antes de experimentarem uma descida acentuada. Além disso, é importante verificar se houve incremento ou retraimento das negociações (volume) na ruptura das Linhas para cima ou para baixo. A quantidade de ações negociadas atribui uma ponderação aos preços ocorridos, isto é, numa ruptura de LRA para cima é necessário que o volume sofra algum incremento para acreditarmos que uma nova tendência esteja se formando. Já na ruptura de uma LSA para baixo não se faz necessário tal confirmação. Gráfico de Barras pág. 42 6.4-Canal É a área compreendida entre a Linha de Suporte e a Linha de Resistência, dentro da qual os preços deverão se manter durante todo o desenvolvimento da tendência vigente. Dependendo da situação, seu rompimento, isto é, quando os preços começam a se comportar fora do canal em andamento, pode significar término da atual tendência. 6.4.1-Canal de Alta Definida uma Linha de Suporte de Alta e, logo em seguida, a sua linha auxiliar, isto é, a Linha de Resistência de Alta, podemos considerar formado o Canal de Alta, dentro do qual os preços se desenvolverão por um largo período de tempo. O comportamento esperado é que os preços tangenciem a LSA para, em seguida, procurarem a LRA e, ao tocá-la, recuarem ou andarem de lado até a LSA e, assim, sucessivamente. Gráfico de Barras Brahma pn Canal de Alta No gráfico da Brahma pode-se observar que, durante o ano de 1994, o preço da ação ficou variando entre o Suporte de R$182,00 e a Resistência de R$315,00, sem uma definição de tendência de alta. Para quem está acostumado a operar em mercados sem tendência, mas com uma boa margem de ganho, poderia ter aproveitado esta oscilação para Gráfico de Barras pág. 43 operações bem lucrativas. O que não está explícito no gráfico é a margem de risco dessas operações. Em meados de 1995, a tendência de alta se confirma e o gráfico se desenvolve dentro de um Canal de Alta durante cerca de um ano e meio. Quem tivesse comprado no início desta tendência poderia efetuar a venda no ano seguinte, aproveitando boa parte do movimento. Aqueles que gostam de operações mais especulativas poderiam comprar e vender dentro do canal, respeitando a LSA e a LRA como pontos de compra e venda, respectivamente. Quando a Linha de Suporte de Alta é rompida, em setembro de 1996, o mercado da ação começa a ter um desenvolvimento lateral e, em alguns meses, estabelecem-se novo Suporte e nova Resistência caracterizando, novamente, um mercado lateral, onde deve-se esperar por rompimento de um dos dois limites para se ter definida a nova direção que o mercado irá tomar. Paralelamente, sabe-se, por fontes fundamentalistas, que a empresa está para ser vendida a um grupo estrangeiro e o mercado ainda não conseguiu avaliar se esta premissa, sendo verdadeira, que conseqüências trará para o preço da ação. No Canal de Alta, a única Linha que imprime novo significado, se rompida, é a LSA. Daí a existência de uma fórmula de projeção de baixa para este canal, caso aconteça a ruptura. Projeção de Baixa para o Canal de Alta Pela projeção pode-se ter uma idéia até onde, estatisticamente, os preços devem cair, se o Canal de Alta for rompido para baixo, não significando que haverá, em seguida, um desenvolvimento lateral. Gráfico de Barras pág. 44 6.4.2-Canal de Baixa Definida uma Linha de Resistência de Baixa e, logo em seguida, a sua linha auxiliar, isto é, a Linha de Suporte de Baixa, podemos considerar como formado o Canal de Baixa, dentro do qual os preços se desenvolverão por um largo período de tempo. O comportamento esperado é que os preços tangenciem a LRB para, em seguida, procurarem a LSB e, ao tocá-la, recuarem ou andarem de lado até a LRB e, assim, sucessivamente. Gráfico de Barras- Paranapanema pn Canal de Baixa No gráfico acima ocorreu uma ruptura para cima da LRB, logo no início de 1997. Neste ponto, estaríamos na expectativa de uma reversão de tendência, iniciando-se uma alta ou até mesmo um desenvolvimento lateral do mercado. Contudo, essas previsões não se verificaram e os preços retornaram para dentro do canal de baixa. Essa margem de erro é inerente à Análise Gráfica que, como já se disse, prevê resultados numa faixa entre 75 e 85%. Gráfico de Barras pág. 45 Gráfico de Barras- Copene an Canal de Baixa No gráfico da Copene an, houve uma saída dos preços do canal de baixa no final de 1995, mas com o seu retorno, para dentro, no início de 1996. Este acontecimento, entretanto, não causa surpresa pois, em nenhum momento, a tendência principal de baixa foi revertida. Lembramos que são possíveis penetrações nas linhas que definem os canais, tanto de alta como de baixa, sendo que no de alta o que importa é estarmos atentos à LSA: se os preços romperem esta linha para baixo, não temos garantia que voltarão para dentro do canal, pois pode estar se iniciando um movimento de baixa ou um desenvolvimento lateral, como se verificou no gráfico da Brahma pn, a partir de agosto de 1996. Já a LRA, esta sim admite ruptura para cima e é provável que, em algum momento posterior, os preços voltem para dentro do canal, respeitando ainda a tendência de alta. Para o Canal de Baixa é válido o mesmo raciocínio, isto é, devemos observar a LRB, pois, se os preços a romperem para cima, pode ser que esteja se iniciando uma tendência de alta. Já a ruptura da LSB apenas nos indica grande probabilidade de que os preços voltarão de novo para dentro do canal, continuando em baixa. Assim, também é possível o uso de projeção gráfica para o caso deste canal ser rompido para cima. Gráfico de Barras pág. 46 Para alguns autores, quando se forma um máximo ou mínimo isolados, fora do canal, isto é, destacados do movimento principal, deve-se traçar uma paralela pontilhada às linhas de tendência, formando o que eles chamam de Canal Virtual, que pode ser tanto de alta como de baixa. Se numa etapa posterior os preços voltarem a bater nesta reta pontilhada e respeitarem-na como Suporte ou Resistência, dependendo do caso, ela é transformada numa linha cheia e indica o novo contorno do canal inicial, conforme ilustra o desenho: Canal Virtual de Alta Como podemos verificar, existe um Canal de Alta definido pela região entre a LSA e a LRA (ou Linha de Retorno). Mas, num certo momento - data D1, os preços furam o suporte e formam um mínimo isolado do movimento anterior. Pode-se traçar, a partir desse instante, uma reta pontilhada (Linha de Retorno Virtual de Alta ou LSA Virtual), que constitui, junto com a LRA, um Canal Virtual à espera de posterior confirmação. A partir de então, os preços voltam para dentro do canal original, até que na data D2 o Canal Virtual de Alta se confirma como Canal de Alta e a Linha de Retorno Virtual torna-se a nova LSA do movimento que se segue. Gráfico de Barras pág. 47 A Paranapanema pn esboça um Canal Virtual de Baixa, logo no início de 1997, com a Linha de Retorno Virtual passando acima da LRB. Para a Copene an, esta formação se dá no final de 1995, com a Reta Virtual de Retorno por baixo da LSB. Em ambos os casos, os canais ainda não se confirmaram e, enquanto isto não ocorrer, não se deve alargar o movimento. 6.5- Pá de Ventilador Esta formação consiste no ajuste de retas de suporte ou de resistência, conforme a evolução de preços do ativo, isto é, linhas anteriormente traçadas vão sendo abandonadas progressivamente, dando origem ao traçado de pás de uma hélice. A sua aparição costuma ser uma forte indicação de alta ou de baixa, conforme analisaremos em seguida. 6.5.1- Pá de Ventilador de Alta A sua característica é o rompimento sucessivo de três linhas de resistência. Espera-se após o último rompimento um forte movimento de alta e, portanto, onde ele ocorrer será um bom ponto de compra. A seguir exemplificamos o traçado desta formação: Gráfico de Barras - Eletrobrás bn Gráfico de Barras pág. 48 Pá de Ventilador de Alta Observemos a presença de três linhas de resistência, traçadas seguidamente, para permitir o acompanhamento do ativo. O ponto comum a todas elas (centro da hélice) é o máximo atingido em meados de 1994, seguindo-se, a partir daí, uma rápida queda de preços. A partir de então, a evolução do ativo dá origem ao desenho das outras pás. O traçado, contudo, deve obedecer a alguns princípios básicos, que facilitam a sua correta identificação, evitando erros de análise. São eles: As retas de resistência devem ser traçadas por máximos destacados do movimento; Os ângulos entre as pás devem ser aproximadamente iguais e nem muito pequenos, nem muito grandes, isto é, procura-se fazer um desenho razoavelmente simétrico. O que equivale dizer que não vamos traçar esta figura usando máximos muito próximos entre si ou muito afastados, e sim que estejam isolados de um movimento; Em geral, os máximos ficam posicionados de forma ascendente, pois o mercado está ganhando força para cima, embora esta condição não seja imprescindível para que a Pá de Ventilador dê boas indicações. No gráfico da Eletrobrás bn, a ruptura da terceira linha de resistência, no início de 1996, confirmou a formação, embora tenha sido um ponto falso de compra, pois os preços ainda retornaram para baixo desta linha, para então furá-la para cima, em junho, caracterizando a alta prevista. Gráfico de Barras pág. 49 Gráfico de Barras- Magnesita an Pá de Ventilador de Alta No gráfico da Magnesita, o analista traçaria as três retas de resistência formando a Pá de Ventilador e esperaria a sua posterior confirmação, caso os preços viessem a romper para cima a última linha, confirmando a alta. Não devemos nos esquecer que, quando uma reta de resistência é rompida, se faz necessário um incremento no volume para tornar o movimento confiável. Somente com esta convergência entre volume e preços teremos um ponto de compra na perfuração. A razão para isto é evidente: queremos entrar na fase de euforia, isto é, quando o papel sofre uma demanda (pressão de compradores) considerável, elevando sua cotação. Vale ressaltar que o incremento de volume de que falamos não corresponde à entrada de dinheiro novo no mercado, o que somente ocorre via emissão primária de títulos (subscrição). O aumento de volume a que nos referimos diz respeito a um número maior de compradores e vendedores no momento analisado, mas sempre com o total repartido igualmente pelos dois grupos. 6.5.2 – Pá de Ventilador de Baixa Esta formação apresenta significado e desenho inversos à anterior. Sua característica é a ruptura de três Suportes esperando-se, logo após, a consolidação de um movimento de baixa acentuado. Gráfico de Barras pág. 50 O gráfico a seguir ilustra uma situação deste tipo. Gráfico de Barras- Banco Itaú pn Pá de Ventilador de Baixa As regras para o traçado das linhas que compõem a Pá são as mesmas que para o caso anterior, onde se confirmava uma alta, sendo que agora as palavras Resistência e máximo são substituídas, respectivamente, por Suporte e mínimo. No gráfico da Itaú pn, as três pás ficaram posicionadas de forma bem simétrica, o que confere força considerável aos resultados previstos por esta formação: uma baixa iniciando-se logo após o ponto de venda. Poderíamos pensar em usar quatro ou mais retas na Pá de Ventilador para aceitarmos as indicações de alta ou de baixa. Desta forma, esperaríamos uma melhor confirmação do movimento seguinte. Mas, este procedimento, embora reduza o risco de erro na operação, irá seguramente diminuir a rentabilidade nos casos em que três linhas derem sinalização correta. Gráfico de Barras pág. 51 7-Formações Até o presente momento, somente lidamos com retas de Suporte e Resistência, usadas de forma isolada ou agrupadas, de forma a constituírem um canal de tendência ou mesmo a Pá de Ventilador, que não chega a ser verdadeiramente uma formação, mas sim uma análise de tendência do mercado. A partir de agora, analisaremos o movimento de preços do ativo, dando origem ao traçado de linhas imaginárias que envolvem, de alguma forma, as barras. Muitas dessas linhas se assemelham a figuras geométricas, daí também serem chamadas simplesmente de figuras. As figuras podem ser classificadas em dois grandes grupos: • Figuras de Reversão; • Figuras de Tendência. As primeiras têm este nome porque, quando ocorrem no gráfico de barras, sinalizam uma reversão da tendência anteriormente verificada, isto é, revertem a tendência que existia no mercado, ou no ativo, antes delas aparecerem. Por outro lado, as outras consolidam, confirmam, dão continuidade à tendência anterior a elas, e também são chamadas de Figuras Intermediárias ou de Meio, por aparecerem dentro de um movimento que não contrariam. Para todas elas, a ruptura para cima, sinalizando alta, deve ser acompanhada de volumes crescentes de negócios. Já a ruptura para baixo não precisa de volume incrementado para se confirmar. As figuras possuem duração variável, sendo algumas de poucos dias e outras de até quatro ou mais meses. Além disso, é uma regra mais ou menos universal que o volume correspondente aos preços envolvidos pelas figuras se retraiam durante o seu desenvolvimento, por ser, em geral, um momento de indefinição do mercado, ou mesmo apresentem vagas, como prevê a Teoria de Elliott. Uma das grandes vantagens da inclusão das figuras na análise gráfica, trabalhandose não mais só com as linhas de tendência, é que elas são um auxiliar valioso nos momentos em que o mercado perde a tendência por algum motivo, projetando objetivos de preços a serem atingidos tão logo ele se defina novamente. Em geral, as projeções das figuras no gráfico de barras consistem na altura das mesmas, que se multiplica para cima ou para baixo da formação, conforme esta seja de alta ou de baixa, respectivamente. Esta altura é medida em unidades de comprimento e não em preços, sendo, portanto, fundamental que a escala de preços usada seja a logarítmica, caso se deseje trabalhar com prazos mais longos, e não a aritmética, sem o que obter-se-ão valores inteiramente equivocados para os objetivos projetados. 7.1-Topos e Fundos Duplos Gráfico de Barras pág. 52 O Topo Duplo ou “M”, e o Fundo Duplo ou “W”, são figuras de reversão no gráfico de barras, consistindo em dois máximos (resistências), no primeiro caso, ou dois mínimos (suporte), no segundo, acentuados em relação aos níveis de preço próximos da sua ocorrência. São possíveis ainda os Topos e Fundos triplos ou múltiplos, mas consistindo-se em casos de menor ocorrência e podendo mesmo ser desmembrados em agrupamentos de outras figuras mais simples, que serão vistas mais tarde. 7.1.1- Topo Duplo O gráfico a seguir ilustra esta formação, onde podemos observar que não é necessário que os máximos (topos) estejam numa mesma horizontal. Gráfico de Barras- Petrobrás pnTopo Duplo Esta figura projeta uma baixa de tamanho igual ao seu fulcro, conforme a ilustração a seguir: Gráfico de Barras pág. 53 Projeção do Topo Duplo O valor assinalado como projeção é o estatisticamente mais provável, não querendo dizer que seja rigorosamente respeitado. Gráfico de Barras pág. 54 7.1.2- Fundo Duplo Para esta figura valem as mesmas considerações que as do “M”, aparecendo um exemplo no gráfico a seguir. Gráfico de Barras- Comp. Siderúrgica Nacional on Fundo Duplo O método de projeção é o mesmo que o do Topo Duplo, só que agora o sentido é de alta Projeção do Fundo Duplo Gráfico de Barras pág. 55 7.2-Cabeça e Ombros Sob esta denominação incluem-se diversas figuras. A mais freqüente é aquela cuja forma são três montes, sendo o do meio (cabeça) destacado dos dois montes laterais (ombros). Esta figura é denominada Ombro-Cabeça-Ombro (O-C-O). Variantes dessa figura são: 2O-C-2O, O-2C-O, O-2C-2O, 2O-C-O, etc., a serem detalhadas mais adiante. Em todas elas existe uma linha de referência que, ao ser rompida, confirma a formação. Essa linha é chamada de Linha de Pescoço e pode se apresentar em aclive ou declive, como veremos. Em geral, estas figuras são de reversão de tendência, durando de dois a quatro meses no gráfico diário. 7.2.1- Cabeça e Ombros de Alta( Muito importante) Esta é uma figura de acumulação, sendo dados dois exemplos nos gráficos seguintes. Gráfico de Barras- BR Distribuidora pn Cabeça e Ombros de Alta Gráfico de Barras pág. 56 Gráfico de Barras Bradesco pn Cabeça e Ombros de Alta A linha que une os dois ombros é chamada linha de pescoço. Ela é a referência a partir da qual é traçada a projeção de alta dessa figura, conforme o desenho a seguir: Projeção do Ombro-Cabeça-Ombro de Alta Como se vê, esta figura projeta uma alta igual à altura da cabeça. Gráfico de Barras pág. 57 O gráfico da Bradesco pn apresenta uma formação desse tipo (com linha de pescoço horizontal). Já para a BR Distribuidora observa-se um O-C-O com linha de pescoço inclinada, o que não altera a análise dos objetivos de alta, como podemos constatar: Projeção do Ombro-Cabeça-Ombro de Alta, com neck line ascendente Em geral, a linha de pescoço é inclinada para cima nesta configuração, pois indica que o movimento de alta está ganhando força. Como já havíamos antecipado, existem inúmeras variantes de Cabeça e Ombros, quais sejam: Variantes de Cabeça e Ombros Gráfico de Barras pág. 58 Os objetivos de alta dessas figuras, que também podem aparecer com linha de pescoço inclinada para cima, são obtidos da mesma forma que para o O-C-O, isto é, projetase a altura da cabeça no sentido da alta de preços. Quando há mais de uma cabeça, e elas são de alturas diferentes, toma-se como referência para a projeção a de menor tamanho. Contudo, é conveniente que se trace, também, a projeção pelo tamanho da cabeça maior, servindo como referência para o caso em que os preços excedam a primeira medida. 7.2.2- Cabeça e Ombros de Baixa É uma figura de distribuição, aparecendo, em geral, após uma alta de preços. Os seus princípios gerais são os mesmos que o O-C-O de Alta, anteriormente analisado, sendo que agora a figura projeta uma baixa nos preços futuros. Os exemplos a seguir mostram esta formação. Gráfico de Barras Acesita pn Cabeça e Ombros de Baixa Gráfico de Barras pág. 59 Gráfico de Barras - Banco do Brasil Cabeça e Ombros de Baixa A projeção de baixa desta figura seria da seguinte forma: Projeção do Ombro-Cabeça-Ombro de Baixa Gráfico de Barras pág. 60 Também é possível que a linha de pescoço da figura esteja inclinada, agora para baixo, pois o mercado estará ganhando força nessa direção. Projeção do Ombro-Cabeça-Ombro com neck line descendente As variantes O-2C-O, 2O-C-2O, etc., já mostradas anteriormente, também podem aparecer neste caso: Tanto no gráfico do Banco do Brasil quanto no da Acesita pn, verifica-se que o ponto de venda não está assinalado exatamente em cima do corte da linha de pescoço, mas sim 3% abaixo deste. Este procedimento costuma ser adotado por vários analistas, tanto para definir pontos de compra quanto de vendas indicados pelos gráficos. Funciona como uma espécie de filtro contra movimentos que não sejam relevantes na formação de preços. A idéia é sempre esperar que os preços evoluam 3% para cima ou para baixo (conforme a tendência seja de alta ou de baixa) a partir da ruptura do suporte, resistência ou sinalização de figuras, para então, sim, proceder-se à operação de compra ou venda. Desta forma, nos protegemos de falsas penetrações de preços que nos obrigam a reverter a posição assumida logo a seguir, com prejuízo devido à corretagem de compra e venda. Alguns autores recomendam ampliar este limite de confirmação para 5%. Contudo, devemos sempre nos lembrar que, tornando a operação menos arriscada, perdemos em rentabilidade, o que é indicado para os mais conservadores. Além disso, esses números são para gráficos diários deflacionados. Para gráficos intraday, por exemplo, devese escolher percentuais mais adequados. Há, ainda, uma outra forma de atuar, que consiste em esperar o segundo fechamento acima ou abaixo da ruptura, conforme se esteja em alta ou baixa. Por este método, dois fechamentos na mesma tendência confirmariam o corte. Gráfico de Barras pág. 61 Outro ponto importante nos dois gráficos citados é que, após o O-C-O, os preços não seguiram o trajeto esperado, sem antes efetuarem um movimento contrário de alta. Este movimento de retorno de preços é muito comum, aparecendo em diversas outras situações, tanto de alta quanto de baixa, e sendo conhecido como Pull Back. A seguir, ilustramos como ficariam os O-C-O de Alta e de Baixa com Pull Back após a ruptura da linha de pescoço. Ombro-Cabeça-Ombro de Alta com Pull Back de Baixa Gráfico de Barras pág. 62 Ombro-Cabeça-Ombro de Baixa com Pull Back de Alta Conclui-se que, havendo ou não Pull Back, após a figura, e isto vale para qualquer uma, continuam válidos os métodos de obtenção dos objetivos de alta ou baixa. 7.3-Triângulos (importante) São figuras bastante freqüentes e, durante a sua ocorrência, o que se verifica no movimento de preços é uma confluência para um ponto (o vértice do Triângulo), antes do qual os preços rompem um lado da figura. Se classificam, quanto à forma, em dois tipos básicos: • Triângulos Simétricos; • Triângulos Retângulos. Os primeiros tanto podem ser de tendência quanto de reversão. Quem vai indicar a direção é o lado que for rompido pelos preços. Os segundos serão sempre de tendência. Uma característica comum a todos os Triângulos é que a sua base é sempre perpendicular ao eixo do tempo. Ambos os tipos básicos podem ser de alta ou de baixa, existindo, portanto, quatro formações a serem analisadas. 7.3.1- Triângulo Simétrico de Alta Gráfico de Barras pág. 63 Nos Triângulos Simétricos a convergência dos preços para o vértice se dá de forma simétrica pelos dois lados. Veja-se que serão necessários, sempre, no mínimo quatro pontos para o traçado deste Triângulo . Gráfico de Barras- Paulista de Força e Luz pn Triângulo Simétrico de Alta A ocorrência desta figura não assinala alta ou baixa até que um dos seus lados seja rompido. No caso da Paulista de Força e Luz pn, os preços romperam o lado de cima, indicando sua ascensão. O que o grafista pode fazer nestas ocasiões é verificar a confluência uniforme de preços e traçar a figura, esperando para ver qual lado será rompido. Aí sim, observando a regra dos 3%, ou outra similar, e um incremento de volume, efetuaria a compra no início de agosto. Uma vez comprado, deseja o analista saber até onde a figura projeta alta. Para isto existem, como nas outras formações, regras de projeção, detalhadas a seguir. Gráfico de Barras pág. 64 Projeção do Triângulo Simétrico de Alta Na figura acima, a projeção se obtém por uma paralela ao lado inferior, já que o fechamento rompeu para cima. Até o ponto assinalado como meta de alta a figura garante que os preços vão. Para um prazo mais longo, contudo, há uma projeção complementar: Projeção do Triângulo Simétrico de Alta para um prazo mais longo Alguns autores usam projetar uma paralela da base pelo vértice do Triângulo ou até mesmo pelo ponto de corte. A figura a seguir mostra o primeiro caso, ou seja: Gráfico de Barras pág. 65 Variação da projeção para o Triângulo Simétrico de Alta 7.3.2- Triângulo Simétrico de Baixa Esta figura é, em tudo, análoga à anterior, só que o seu rompimento pelos preços se dá no lado inferior, projetando, portanto, uma baixa. Gráfico de Barras Bradesco pn Triângulo Simétrico de Baixa Gráfico de Barras pág. 66 As regras de projeção seguem os mesmos princípios explicados, sendo as seguintes: Projeções do Triângulo Simétrico de Baixa No gráfico do Bradesco pn, somente se verificou o objetivo de baixa de mais longo prazo, pois o preço, após a ruptura, em meados de outubro, se horizontalizou por cerca de um mês, inviabilizando a projeção de menor prazo. Variação da Projeção do Triângulo Simétrico de Baixa Gráfico de Barras pág. 67 Esta última projeção também pode, como no caso anterior de alta, ser aplicada à ruptura e não ao vértice. Os triângulos Simétricos, como já se disse, podem dar seguimento ou reverter a tendência anterior a eles. As possíveis combinações são esboçadas em seguida. Triângulo Simétrico de Alta Triângulo Simétrico de Baixa Gráfico de Barras pág. 68 7.3.3- Triângulo de Alta O Triângulo Retângulo, que sempre dá seguimento à tendência anterior, se caracteriza por ter um dos lados paralelo ao eixo horizontal. Este será o lado cortado pelos preços, de maneira que, com esta figura, pode-se, de certa forma, antecipar o movimento futuro do mercado ou do ativo, sem a necessidade de esperar a ruptura como no Triângulo Simétrico. No gráfico da White Martins on, verifica-se esta formação do início de maio até agosto, onde se dá a ruptura sinalizando alta. Notemos que os preços ainda efetuam um Pull Back até se definirem no sentido da alta prevista pela figura. Assim, o grafista que efetuasse a compra logo na ruptura do lado horizontal acertaria na tendência, mas erraria no timing, já que os preços fazem uma pequena correção para baixo, antes de subirem. Gráfico de Barras- White Martins on Triângulo de Alta A meta de alta projetada por esta figura é obtida repetindo-a uma vez acima dela mesma, isto é: Gráfico de Barras pág. 69 Projeção do Triângulo Retângulo de Alta 7.3.4- Triângulo de Baixa O gráfico a seguir mostra um Triângulo Retângulo sinalizando baixa, sendo que após a ruptura, os preços seguiram diretamente esta direção, sem efetuarem um Pull Back que, como já se disse, não é regra geral de ocorrer. Gráfico de Barras - Usiminas pn Triângulo de Baixa Gráfico de Barras pág. 70 A baixa projetada por esta figura se obtém repetindo-a para baixo uma vez. Objetivo de Baixa Projeção do Triângulo Retângulo de Baixa Existe uma regra para que o corte dos Triângulos, tanto Simétricos quanto Retângulos, tenha significância, isto é, para que sejam válidas as projeções feitas com base nos seus tamanhos. A sua idéia é que as rupturas são mais fortes, quanto mais afastadas se derem do vértice; e que só devem ser aceitas as que se derem até no máximo 2/3 da altura, medida a partir da base do Triângulo. Esta regra é explicada a seguir, particularizada para o Triângulo Simétrico. Pelo desenho anterior e considerando-se a regra do corte até 2/3 da altura, as rupturas a e b seriam válidas, sinalizando com confiança um posterior movimento de alta ou baixa, respectivamente. Porém, os cortes c e d carecem de significado para projetar o que ocorrerá em seguida. Neste caso, quando os preços saem do Triângulo muito próximo ao seu vértice, significa que eles convergiram, mas não se definiram: a briga entre a oferta e a demanda não foi suficiente para definir uma nova Tendência. Uma variante da regra anterior considera como limite para corte significativo aquele que ocorre até 3/4 da altura, ao invés de 2/3, sendo conhecida como regra dos 3/4. Todas estas considerações também são válidas para os Triângulos Retângulos. Gráfico de Barras pág. 71 7.4-Retângulo O Retângulo, também chamado de Canal Lateral, é um momento de indefinição do mercado, onde a disputa entre compradores e vendedores se faz de forma equilibrada, gerando linhas de suporte e resistência paralelas ao eixo horizontal. Esta figura tanto pode confirmar como inverter o movimento que lhe é anterior, mas em 75% dos casos é de consolidação e só em 25% de reversão. É classificado em dois tipos: Retângulo Ascendente ou de Alta e Retângulo Descendente ou de Baixa. 7.4.1- Retângulo de Alta Nesta figura, quem se rompe é a linha de resistência, sinalizando uma alta das cotações. Gráfico de Barras- CESP pn Retângulo de Alta Observemos que o Retângulo da CESP pn mudou a tendência de baixa que existia anteriormente a dezembro de 1996 (antes do ponto 1) para uma tendência de alta após o início de 1997, sendo, portanto, neste caso, de reversão. Gráfico de Barras pág. 72 A alta que esta figura projeta consiste na sua altura colocada acima da resistência após a ruptura da mesma, conforme o desenho seguinte. Projeção do Retângulo de Alta É importante estarmos atentos para o aumento do volume de negócios na ruptura de quaisquer formações que sinalizem alta. Caso contrário, o corte seria simplesmente devido ao mercado estar redefinindo os contornos da figura em questão. 7.4.2- Retângulo de Baixa Para esta formação valem considerações idênticas às anteriores, observando somente que quem sofre corte agora é a reta de suporte. Gráfico de Barras pág. 73 Gráfico de Barras- Usiminas pn Retângulo de Baixa Gráfico de Barras- Cataguases pna Retângulo de Baixa Gráfico de Barras pág. 74 A meta de baixa é obtida da seguinte forma: Projeção do Retângulo de Baixa Uma vez definido o Retângulo, alguns operadores preferem sair do mercado. Contudo, os que gostam de atuar em mercado de lado podem fazer um trade entre o Suporte e a Resistência, comprando e vendendo quando os preços baterem nestes níveis, da mesma forma que nos canais de alta ou de baixa já estudados. Há autores que chamam os canais de alta e de baixa de menor duração de Retângulos inclinados. Ainda é possível um outro tipo de projeção menos utilizado e que se baseia na duração do movimento lateral para determinar os objetivos esperados de alta ou de baixa. A ilustração a seguir descreve este método: Gráfico de Barras pág. 75 Projeção dos Retângulos de Alta e de Baixa pela extensão do movimento Alguns autores aplicam a idéia de que congestões que duram mais tempo devem projetar objetivos maiores em outros casos, como nos Triângulos, por exemplo. Contudo, as projeções mais comuns no gráfico de barras baseiam-se, como já se disse, na altura das figuras e não na sua largura. Nos gráficos Ponto-Figura, a serem ainda estudados, é que são freqüentes os dois tipos de projeções, como se verá oportunamente. Gráfico de Barras pág. 76 7.5-Bandeiras e Flâmulas Estas figuras correspondem a momentos de indefinição, mas de menor duração que as anteriormente estudadas sendo observadas, portanto, somente em gráficos diários. Em geral, duram entre uma e três semanas no gráfico diário, ocorrendo com freqüência após um movimento íngreme. A propósito, a diferença da Flâmula para o Triângulo reside no fato da duração deste último ser consideravelmente maior - alguns meses, mas ambos têm a base perpendicular ao eixo horizontal e, além disso, a Flâmula, da mesma forma que a Bandeira, não reverte o movimento. Em linhas gerais, a Bandeira é um pequeno paralelogramo ou retângulo, inclinado na direção contrária da tendência em andamento; e a Flâmula, um Triângulo Simétrico de menor duração, que sempre confirma o movimento anterior. Estas figuras perdem totalmente a sua representatividade quando excedem 4 semanas de duração, devendo-se procurar por outra figura, se isto acontecer. A Flâmula, por ser de curta duração, costuma ser rompida próximo ao seu vértice, não valendo a regra dos 3/4 utilizada nos Triângulos. As projeções de preços para estas formações é a mesma: considera-se o comprimento do seu mastro, repetido para cima ou para baixo, conforme a figura se encontre em um movimento de alta ou de baixa, respectivamente. 7.5.1-Bandeira e Flâmula de Alta No gráfico a seguir, temos as duas figuras aparecendo em um movimento de alta que, por isso, é confirmado por elas. Gráfico de Barras pág. 77 Gráfico de Barras Copene an Bandeira e Flâmula de Alta Vejamos o processo de obtenção dos objetivos de alta: Projeção da Bandeira e Flâmula de Alta Gráfico de Barras pág. 78 Observemos que estas figuras, por força de suas projeções, estarão sempre dividindo um movimento de alta em dois. No gráfico da Copene an, a Bandeira prevê uma alta de preços até cerca de R$490,00. Em seguida, vem a Flâmula, que deve alavancar para algo em torno de R$550,00. Como se vê, a cotação foi além, chegando a atingir R$600,00, o que não invalida a análise, pois até R$550,00 a Flâmula garante que vai. Geralmente, num processo de alta ou de baixa, aparecem várias figuras, cada uma projetando valores futuros. Da combinação das projeções, obtém-se o desenho do movimento como um todo. Gráfico de Barras pág. 79 7.5.2-Bandeira e Flâmula de Baixa Neste caso, as figuras aparecem dentro de um movimento de baixa, que perde um pouco de força no curto período de desenvolvimento das mesmas. Gráfico de Barras- CEMIG pn -Flâmula de Baixa As metas de baixa previstas por estas figuras também são obtidas por intermédio do comprimento de seus mastros, conforme desenho a seguir: Projeção da Bandeira e Flâmula de Baixa Notemos que a Bandeira de Alta aponta para baixo, isto é, os preços entram numa área de congestão e caem um pouco para, em seguida, ganharem força e subirem novamente. A Bandeira de Baixa, por sua vez, aponta para cima, indicando uma Gráfico de Barras pág. 80 momentânea redução do ritmo de queda do ativo. Reafirmando o que foi dito para essas formações no caso da alta, agora estas estarão na metade de um movimento de baixa, podendo também aparecerem combinações de diversas figuras, quando a baixa for de longo prazo. 7.6- Gap Quase todos os dias, no gráfico diário, a barra de preços seguinte está, de alguma forma, contida na anterior, ou a contém. Assim, tanto para o mercado em alta como em baixa, são comuns as ocorrências: No entanto, em certas ocasiões, ocorrem falhas neste processo, dando origem a uma lacuna ou hiato – gap – entre o máximo de um dia e o mínimo do dia seguinte, ou viceversa, conforme estejamos numa alta ou numa baixa, respectivamente. Este fato leva a se dividir os Gaps em dois tipos: os de alta e os de baixa:, isto é: Gráfico de Barras pág. 81 Há gráficos que não apresentam este fenômeno, tais como o gráfico de Linhas e o Ponto-Figura. Entretanto, no gráfico de barras, a ocorrência é de razoável freqüência, o que nos leva a um estudo mais detalhado dos casos onde ele aparece. Existe uma regra, segundo a qual, o Gap, seja de alta ou de baixa, será sempre fechado. Isto é, haverá um movimento posterior de preços que preencherá o espaço aberto por ele. No desenho seguinte, mostra-se o fechamento de um Gap de Alta. 7.6.1- Gap de Alta Neste gráfico da Fertisul pn, observa-se um período de alta que vai até meados de setembro de 1996. A partir de então, começa um desenvolvimento lateral, aparecendo um Gap logo no início de 1997. O desenvolvimento lateral iniciado em setembro de 1996 prosseguiu até o fim de abril de 1997, ou seja, no período de início de 1997 até final de março o que ocorreu foi que os preços saíram do Canal Lateral, trabalhando acima deste, para depois voltarem para dentro no início de abril. Assim, o Gap verificado foi coberto no final de março dentro do Canal. Gráfico de Barras pág. 82 Gráfico de Barras- Fertisul pn Gap de Alta 7.6.2- Gap de Baixa No gráfico da Ericson pn, verifica-se um Gap de Fuga no início de abril de 1994, derrubando a cotação, consideravelmente. No início de dezembro aparece um Gap de corte, relativo ao Retângulo de Baixa formado desde setembro. Gráfico de Barras pág. 83 Gráfico de Barras- Ericson pn GAP de Baixa Gráfico de Barras pág. 84 7.7-Diamante A formação de Diamante aparece pouco nos Gráficos de Barras, mas como é citada nos principais livros (cada autor repete os anteriores) não se pode deixar de mencioná-la . O aspecto da formação é o reproduzido abaixo : Gráfico de Barras- Banco do Brasil pn Diamante de Alta Gráfico de Barras pág. 85 7.8-Pires A formação de Pires aparece pouco nos Gráficos de Barras, mas como é citada nos principais livros (cada autor repete os anteriores) não se pode deixar de mencioná-la . O aspecto da formação é o reproduzido abaixo : Gráfico de Barras- BR Distribuidora pn Pires de Baixa Gráfico de Barras pág. 86 8 – Resumo A seguir, encontra-se uma tabela com as formações analisadas, classificadas quanto ao prognóstico de confirmarem ou reverterem a tendência anterior a elas: PPRINCIPAIS RINCIPAIS FFORMAÇÕES ORMAÇÕES D OG RÁFICO D EB ARR S DO GRÁFICO DE BAR RA AS Formação PPá á dde eV entilador Ventilador TTopo opo dduplo u p lo FFundo undo dduplo u p lo C abeça ee O mbros Cabeça Ombros TTriângulo riângulo ssimétrico imétrico TTriângulo riângulo aascendente scendente TTriângulo riângulo ddescendente escendente R etângulo Retângulo B andeira Bandeira C unha Cunha FFlâmula lâmula D iamante Diamante FFiguras iguras aarredondadas rredondadas PPull u ll B ack Back Significado Reversão ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Tendência ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Notemos que a Pá de Ventilador e o Pull Back não são considerados figuras, sendo incluídos na tabela acima apenas para efeito de comparação pois, como já se estudou, a Pá resulta somente da análise de linhas de tendência traçadas por máximos ou mínimos, significativos do movimento do qual fazem parte. E o Pull Back é um retorno de preços, que posteriormente seguem o caminho da tendência em curso. A Cabeça e Ombros também pode, como se viu, consolidar, embora seja pouco provável. As figuras que sinalizam com iguais chances a reversão e a consolidação (triângulo simétrico, retângulo, etc.) são usualmente chamadas de formações neutras. Gráfico de Barras pág. 87 9 - Considerações finais A Teoria Dow foi desenvolvida com base em índices e, portanto, só é válida onde houver participação de massas consideráveis de investidores, na formação de preços. Assim, não é comum obter-se resultados satisfatórios com a sua aplicação em ações de 3a e 4a linhas, por exemplo, já que neste caso as cotações podem sofrer alguma manipulação pela entrada e saída de grandes capitais. Além disso, não tem sentido analisar gráficos de ações que apresentem poucos negócios no período em questão. Nesta categoria, incluem-se ações pouco negociadas durante o ano, como também gráficos intraday de papéis com pequeno número de negócios diários. Nesses casos, os gráficos de barras ficam com muitos espaços vazios, relativamente ao eixo do tempo, impedindo a formação de figuras definidas. Em gráficos mensais, as formações terciárias não serão vistas devido a sua curta duração – no máximo 4 semanas. Incluem-se nesta categoria as Bandeiras e Flâmulas, por exemplo. Quando uma ação for negociada em dois mercados, por exemplo, na BVRJ e na BOVESPA, toma-se como referência para análise sua cotação e volume no mercado em que ela for mais líquida, que corresponde ao seu mercado verdadeiro. Lembremos que, uma vez que trabalhamos intensamente com o corte de linhas e figuras, deve-se estar atento aos benefícios a que a ação esteja sujeita. Isto é, não devemos nos descuidar de fazer os ajustes das cotações e do volume quando for o caso, senão poderemos ser surpreendidos por um rompimento de Suporte após uma bonificação, por exemplo, que, na realidade, não existiu. Além disso, as Linhas traçadas antes do exercício do direito, em geral, ficam sem parâmetro para os novos preços de negociação, devendo ser analisadas cuidadosamente. O procedimento geral a ser adotado pelo grafista consiste em : Traçar inicialmente as linhas de tendência do movimento. Este é o primeiro aproach e aqui incluem-se a determinação dos Canais de Alta e de Baixa e das Pás de Ventilador, assim como as suas respectivas projeções para o rompimento. Para a execução desta fase, toma-se o gráfico do ativo numa base de tempo que mostre a tendência primária do mesmo (longo prazo), de modo que se tenha noção da direção para onde o mercado caminha, e lembrando sempre que máximos e mínimos muito próximos não são representativos. Após a verificação do sentido em que as cotações evoluem, é conveniente operar apenas nessa direção. Isto é, num Canal de Alta, por exemplo, especula-se somente no sentido da alta. Nem sempre é fácil negociar dentro de um Canal, mas pode-se pelo menos ter uma idéia de onde não é conveniente comprar ou vender, isto é, próximo dos topos e fundos, dependendo da tendência: de alta ou de baixa. Lembremos sempre de um ditado comum nos EUA: “The trend is your friend” Gráfico de Barras pág. 88 Quando o movimento de preços mostrar-se indeciso, devemos verificar o aparecimento das figuras, a fim de definirmos a estratégia a ser adotada. Para nos auxiliar nesta fase, lembremos que as figuras surgem em momentos de indefinição. Nesta fase de hesitação dos preços, na qual o mercado perde a tendência (já determinada no item anterior), quem está dentro (comprado) não quer sair e quem está fora (vendido) não quer entrar, sendo comum a retração do volume durante o seu desenvolvimento. Com respeito ao rompimento, nas formações de alta é fundamental o incremento das quantidades negociadas. Não ocorrendo isso, provavelmente estaremos diante de uma redefinição dos contornos da figura, isto é, ela é maior do que se esperava inicialmente. Para as formações de baixa, devido à depressão de preços e conseqüente estreitamento de liquidez, o aumento de volume no corte nem sempre ocorre, não devendo ser esperado para a confirmação da tendência. Após este último procedimento, esperaremos uma continuação ou uma reversão da tendência em vigor, conforme a formação identificada. Caso a indicação seja de reversão, vai-se buscar antigas retas de Suporte e Resistência como apoio à análise. Por outro lado, se a sinalização for de consolidação, é de particular importância as projeções de preços, pois o analista, ao contrário do público em geral, sempre se pergunta até onde o movimento vai. Geralmente, é comum o movimento total de alta ou baixa compor-se de mais de uma inclinação, até mesmo por força da classificação das três fases de cada um preconizadas por Dow. Com o passar do tempo, há uma diminuição da inclinação de movimentos muito íngremes, que corresponde a uma redução da taxa de juros: numa alta muito inclinada os investidores realizam logo os ganhos e, numa baixa, a forte depressão das cotações atrai compradores. Desta forma, devemos traçar novas retas de acompanhamento gráfico. É comum haver prognósticos conflitantes entre os gráficos de 5 min., 15 min., 30 min. e Diário, por exemplo. Isto é, enquanto uns indicam venda, outros indicam compra. Caso isso ocorra, se estamos trabalhando com o gráfico de 5 min. não devemos consultar o de 15 min. ou o diário para confirmar nossa posição, pois, se estamos vendo os preços de perto, não tem sentido nos afastarmos dos mesmos para fazermos o diagnóstico. Ordens de Stop Stop Gráfico Como já sabemos, as figuras da Análise Técnica são uma observação estatística de pessoas que negociam no mercado e, portanto, não possuem margem de acerto integral. Assim, faz-se necessário limitar nossas perdas por ordens de Stop (Stop Loss Order) porque sempre há chances de que o mercado caminhe contrariamente às nossas expectativas. Gráfico de Barras pág. 89 Como exemplo, suponhamos que os preços cortem o Triângulo Ascendente, no que teremos um ponto de compra ao preço P1: Pela análise, a figura garante alta até P2, mas os preços retornaram para baixo antes desse nível ser atingido. Podemos supor que baterão na linha de Suporte, obtida pelo prolongamento do lado horizontal do Triângulo, e voltarão a subir, efetuando um Pull Back, para então chegarem à P2. Mas, pode ser também que continuem caindo, furando o Suporte e iniciando, portanto, um movimento de baixa. Para não nos arriscarmos, compraríamos em P1 e teríamos o Stop Gráfico um pouco abaixo da reta de Suporte. Se os preços baterem e subirem, continuaremos comprados, mas se romperem a reta, venderemos de imediato, para limitar nossas perdas. Neste último caso, a previsão de alta da figura não funcionaria: é o chamado trap ou armadilha, para a qual nos preparamos colocando Stops no gráfico. Stop Móvel Há outro tipo de Stop, que não é fixo como o anterior, mas acompanha o movimento dos preços, sendo por isto chamado de Stop Móvel (Trailling Stop) ou Stop Progressivo. Neste caso, estamos comprados num processo de alta e decidimos não devolver ao mercado mais que um certo percentual sobre o nosso ganho. Exemplo: compramos a R$10,00 e decidimos não perder mais que 40% do que ganharmos, por força de uma reversão inesperada. Assim, se a ação sobe para R$15,00 ganharemos R$5,00 mas, como continuamos comprados, colocamos um Stop Móvel em R$13,00, que corresponde à R$15,00 (nossa atual posição) menos 40% do ganho, que seriam 40% de R$5,00 (R$2,00). Se a tendência continuar e o preço subir para R$18,00, nosso Stop se move de R$13,00 para R$14,80 (R$18,00 menos 40% de R$8,00). Dessa forma, conforme a cotação evolui, o Stop é levantado para acompanhá-la Gráfico de Barras pág. 90 Havendo uma baixa no mercado, vamos vender no nível do Stop Móvel que, no exemplo dado, não nos permitirá uma perda maior do que 40% do que ganhamos na alta. Stop de Ganho Este tipo de Stop limita nossos ganhos, ao invés das perdas. Nele, ao comprarmos numa tendência de alta, fixamos de imediato a rentabilidade que desejamos na operação, efetuando a venda quando ela é atingida, mesmo que não haja sinalização gráfica. Exemplo: compramos a R$10,00 e limitamos nosso ganho a 20%. Se a ação chegar a R$12,00, vendemos, realizando o lucro desejado. Este tipo de procedimento não costuma ser muito indicado, já que nos exclui de bons desenvolvimentos de alta logo no seu início. Gráfico de Barras pág. 91 10 – Referências 10.1 - Bibliografia Noronha, Márcio Análise Técnica: Teorias Ferramentas Estratégias. Rio de Janeiro, EDITEC, 1995. Tavares, Miguel Dirceu Fonseca. Análise técnica: gráfico de barras- avaliação de investimentos em ações. Rio de Janeiro, IBMEC, 1987. Nelson, S.A. The ABC of Stock Speculation. Vermont, Fraser Publibishing Company, 1984. (primeira edição em 1903) Hamilton, William P. The Stock Market Barometer New York, John Wiley & Sons, 1998 (primeira edição em 1922) Farrell, Maurice L. The Dow Jones Investor’s Handbook 1971, New Jersey, Dow Jones & Company, 1971. Edwards, Robert D. and John Magee Technical Analysis of Stock Trends . 5th edition, Boston, MA: John Magee, 1966. Greiner, Perry P. The 1971 Encyclopedia of Stock Market (pag 304)-Chapter XVII The Dow Theory . New York, Chartcraft Inc., 1971. Jiler, William L. How Charts Can Help You in the Stock Market. New York: Trendline, 1962. Kaufman, Perry J. Commodity Trading Systems and Methods. New York : Wiley, 1978. Kaufman, Perry J. Technical Analysis in Commodities . New York : Wiley, 1980. Murphy, John J. Technical Analysis of the Futures Markets. New York : New York Institute of Finance, 1986. Manual do MetaStock 5.11: Equis International Manual da Apligraf Aplicativos Gráficos. 10.2 - Hemerografia 1 - Technical Analysis of Stock and Commodities , Diversos números http://www.traders.com 2 –Future Magazine, Diversos Números http://www.futuresmag.com/ 10.3 - Softwares 1 - MetaStock 6.5, Equis International; http://www.equis.com 2 - Smart Track Pro, Apligraf Aplicativos Gráficos; http://www.apligraf.com.br 3 - Supercharts 4.0, Omega Research ; http://www.omega.com 4 - Windows on WallStreet ; http://www.wallstreet.net 5 – OmniTrader ; http://www.nirvana.com 10.4 – Sites na Internet 1 - http://www.wsd.com Gráfico de Barras pág. 92 2 –http://www.investsoftware.com 10.5 - Livrarias Livraria Kaizen - http://www.kaizen.com.br TEL (021) 509-1223 Livraria Interciência – Av. Pres. Vargas 435/ 5º Rio de Janeiro TEL (021)221-6850 Trader’s Library - http://www.traderslibrary.com John Wiley & Sons - http://www.wiley.com Gráfico de Barras pág. 93 RONALDO DE ALMEIDA NOBRE 1. Formação: Engenheiro de Eletrônica - ITA - 1966; Economista - Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro - 1974; Pós-graduação em Engenharia Econômica e Administração Industrial - Escola Nacional de Engenharia - Rio de Janeiro - 1972; Pós-graduação em Poupança e Empréstimo – Northwestern University - Chicago. 1982 2. Experiência Profissional Engenheiro da EMBRATEL - 1967 / 1969 Chefe do Departamento Técnico da Bolsa de Valores RJ 1969/1971 Diretor de Estudos e Pesquisas do IBMEC - 1971/1972 Gerente Geral da Noroeste do Brasil S.A. Crédito Imobiliário - MTSul - 1973 /1974 Diretor da Delfin Capitalização S.A. - Rio de Janeiro – 1975/1978 Diretor da Delfin Rio S.A. Crédito Imobiliário - 1975 Diretor da Delfin Assistência Integral - 1976/1978 Chefe do Departamento Técnico da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança - 1980/1983 Consultor de Investimentos da PREVHAB - Previdência Privada dos Funcionários do B.N.H. - 1984 Titular da Fazenda La Mancha Agroindústria e Comércio Ltda - 1984/1993 Assistente do Presidente da Estratégia Investimentos S.A.CVC - 1994 3. Cursos de Extensão Extensão em Engenharia de Sistemas de Telecomunicações - PUC-Rio -1967 Curso de Sistemas de Telecomunicações-NEC-Toquio-JAPÃO-1968 Curso de Operador de Mercado de Capitais - Bolsa de Valores RJ-1969 Curso de Mercado de Capitais -ADECIF- Rio -1970 Curso de Análise de Investimentos-IBMEC-1971 Curso de Introdução à Teoria Geral dos Sistemas-IBMEC-1971 Curso de Fundamentos de Computadores para Executivos-IBM-1976 Seminário de Planejamento e Projeto de Minicomputadores SCI-1978 Curso de Micro Computadores - DOS 5.0 - 1992 Curso de Micro Computadores - Montagem e Manutenção-1992 Curso de BBS (Remot Access)-1995 Curso de Análise Fundamentalista – BVRJ 1997 Gráfico de Barras pág. 94 Workshop de Redes Neurais CMA - 1997 Curso de Oratória – Rogéria Guida - 1998 Curso de Seleção e Administração de Carteiras – Abamec - Rio 1998 4. Atividades Didáticas Professor do Curso de Pós-graduação em Mercado de Capitais da Fundação Getúlio Vargas - 1969 Professor no Instituto de Administração e Gerência da PUC - Rio- 1970 e 1998/1999 Professor na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro - 1969/1972 e 1996/1999 Professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais -IBMEC-1971/1972 e 1998 Conferencista em Instituições Financeiras e Universidades - 1970/1972 – Mercado de Capitais Conferencista em Universidades do Estado do Rio de Janeiro– 1996/1999 – A Profissão do Analista de Mercado de Capitais 5. Trabalhos Didáticos Publicação Técnica número 12 - Manual do Investidor-1971 -BVRJ Publicação Técnica número 15 - Relação Preço - Lucro - 1971-BVRJ Análise de Investimentos- Gráfico Ponto-Figura 1972 -IBMEC Liquidez e Estabilidade do Sistema Bolsa de Valores -1972 -IBMEC Capitalização- 1975 – Delfin O Serviço Social na Emprêsa - 1976 – Delfin Gráfico de Barras – 1997 Gráfico Ponto-Figura – 1997 Indicadores Técnicos - 1998 Trading Systems para Análise Técnica – 1998 Gráfico de Japoneses – 1999 Trading Systems-1999 Co - Autoria Mercado de Capitais e Desenvolvimento Econômico-1971 -IBMEC Normalização do Lucro Líquido em Função da Subscrição -1971-IBMEC Análise Sistemática de Balanço-1971- IBMEC Investimentos - 1971 - IBMEC Gráfico de Barras pág. 95 ANOTAÇÕES Gráfico de Barras pág. 96 ANOTAÇÕES