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3 Liderança
3.1 INTRODUÇÃO
A liderança é um dos papéis dos administradores. O líder influencia
o comportamento de um ou mais liderados, isso está ligado ao processo de
motivação, com mútua dependência entre líder e liderado, sendo que um
depende do outro para realizar metas. Os liderados seguem o líder ou
aceitam sua liderança por identificarem seus interesses com as proposições
do líder.
O que é liderança?
Conseguir conduzir as ações ou influenciar o comportamento de outras
pessoas;
É a realização de uma meta por meio da direção de colaboradores.
Grande líder: tem essa capacidade por um longo período de tempo e numa
grande variedade de situações;
Quando o líder induz a realização de certos objetivos que
representam os valores e motivações tanto dele quanto dos
colaboradores.
A liderança é definida como uma realização de influência, na qual quem
influencia é o líder.
Em uma definição mais complexa, analisamos também os liderados, a tarefa e
a conjuntura.
3.2 Liderança como processo social
Segundo Douglas McGregor, a liderança é um processo em que interagem
quatro variáveis:
3.2.1 Motivações dos liderados
Segundo Petracca, a relação de influência recíproca entre líderes e
liderados faz com que sem liderados não haja liderança nem missão. Havendo
dois tipos de liderados: os fiéis, que, seguem o líder por razões de
caráter moral (impõe obrigações), e os mercenários, que atuam por motivos
de interesse (exigem recompensas materiais). O líder pode influenciar as
ações de seus liderados apenas se oferecer vantagens.
3.2.2 Tarefa ou Missão
O que liga o líder aos seguidores é uma tarefa ou missão. Sem esse
componente, não há liderança, apenas influência ou popularidade.
Segundo William Safire, a missão deve estar sintonizada com as
motivações dos liderados. Há dois tipos de missão, que correspondem aos
dois tipos de seguidores:
Moral (seguidor fiel): O líder (transformador ou carismático)
apela ao senso de responsabilidade, valores, desejos, aptidões
e habilidades dos liderados. A recompensa que o liderado recebe
não é nada mais que a realização da missão (ou a tentativa de
realizá-la). A obediência dos seguidores é fruto da crença ou
fé na pessoa do líder ou no que ele representa.
Calculista (seguidor mercenário): O líder (transacional)
promete uma recompensa (que pode ser psicológica ou material)
em troca da obediência dos seguidores. Há, assim, relações de
troca, nas quais há um contrato psicológico do tipo calculista,
estabelecendo metas e oferecendo incentivos para sua
realização. A obediência é conseguida por meio da expectativa
ou oferecimento de recompensa, e não pela força ou pelo
comprometimento.
3.3 O líder
A liderança sempre está ligada a pessoas. É uma função que qualquer
pessoa desempenha, quando é responsável por um grupo. Essas pessoas têm
metas para realizar com a colaboração de grupos.
Formas de estudar a liderança:
Foco nos traços de personalidade dos líderes: não têm nenhum valor de
previsão. Alguns dos traços de personalidade mais característicos dos
líderes são: determinação, iniciativa nas relações pessoais, vontade
de liderar e autoconfiança.
Análise das motivações dos líderes: David McClelland identificou no
líder a necessidade de poder (o interesse em perseguir, ocupar e
exercitar posições de poder). A pessoa busca alcançar posições nas
quais possa influenciar o comportamento alheio. A necessidade de poder
tem duas manifestações principais:
A pessoa busca satisfação pessoal por meio da influência sobre o
comportamento alheio;
A pessoa dá ênfase ao poder social ou institucional e busca a
satisfação de metas coletivas.
Foco na liderança como habilidade que pode ser desenvolvida: Mintzberg
coloca a liderança como um complexo de habilidades. A habilidade de
comunicação é o alicerce da liderança por ser o meio de persuadir,
inspirar e motivar os seguidores e prova que certas características do
líder podem ser desenvolvidas.
3.3.1 Conjuntura
É representada pelo meio organizacional e social em que ocorre o
processo de liderança. O meio influencia o comportamento do líder e dos
liderados e define o modelo de liderança a ser seguido. As diferenças
culturais, por exemplo, definem qual é o comportamento apropriado nas
relações entre líderes e liderados. Por isso, o administrador deve ter um
profundo entendimento da conjuntura, especialmente se pretende desempenhar
com sucesso a liderança em diferentes conjunturas.
3.4 Estilo de liderança
O estilo pode ser autocrático (liderança orientada para a tarefa) ou
democrático (liderança orientada para as pessoas), dependendo da maneira
como o líder se relaciona com os liderados. Há, porém, disfunções: o
excesso de democracia (a demagogia, que consistia em buscar a popularidade
com os governados) e a tirania (o abuso da autoridade).
3.4.1 Liderança orientada para a tarefa
3.4.2 Liderança orientada para as pessoas
3.4.3 A régua da liderança
Os dois estilos de liderança podem variar para mais ou para menos.
Para explicar como isso ocorre, Tannenbaum e Schmidt desenvolveram a idéia
de uma escala ou régua dos estilos de liderança. Nela, a autoridade do
gerente e a autonomia dos liderados se combinam.
3.4.4 Liderança bidimensional
As mais avançadas idéias a respeito da liderança reconhecem que os
dois estilos de liderança não são mutuamente exclusivos. Isso permite
identificar pelo menos quatro estilos básicos de liderança, com o líder
dando muita ou pouca ênfase para a tarefa e, ao mesmo tempo, muita ou pouca
ênfase para as pessoas.
Um dos modelos que combinam os dois estilos é a grade gerencial de
Blake e Mouton, que propõe cinco estilos:
I. Líder-tarefa, orientado para a produção (9,1).
II. Líder-pessoas, orientado para as pessoas (1,9).
III. Líder negligente, que não se preocupa com tarefas nem pessoas (1,1).
IV. Líder-equipe, orientado simultaneamente para as pessoas e tarefas (9,9)
– melhor estilo.
V. Líder "meio termo", medianamente preocupado com resultados e pessoas
(5,5).