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Levantamento De Solos (prof. Sérgio Lima)

Levantamentos de solos: taxonomia, classificação, tipos, interpretação, etc.

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LEVANTAMENTO DE SOLOS 1. Conceitos A classificação de objetos é essencial para organizar os nossos conhecimentos, proporcionando à mente uma visão global e sistemática dos objetos classificados e facilitar relaciona-los. A classificação tem ocupado uma posição de destaque em todos os ramos das ciências naturais, incluindo estudos de solos. A ciência do solo, uma disciplina relativamente nova comparada a outros campos, tais como: botânica, biologia, zoologia, mineralogia, sente a falta de um sistema taxonômico internacionalmente aceito. Muitos fatores são responsáveis pela larga variedade de esquemas de classificação, mas tal proliferação é talvez devida, em parte, a propriedades peculiares dos solos em cada região, os quais existem como sistemas multidimensionais no espaço e no tempo. Os propósitos de uma classificação são: a) Organizar os conhecimentos; b) Salientar e entender relações entre indivíduos e classe da população a ser classificada; c) Levantar propriedades dos objetos classificados; d) Estabelecer novas relações e princípios entre indivíduos; e) Estabelecer grupos ou subdivisões (classes) de objetos sob estudo com propósitos definidos. Um levantamento de solos é efetuado com o exame e identificação dos solos, o estabelecimento de seus limites geográficos, a representação em um mapa de solos, a descrição dos solos mostrados no mapa e sua interpretação com a finalidade proposta. 2. Finalidades Findo o levantamento de solos, o mapa final e o relatório são redigidos. Assim, a partir deste trabalho, outros técnicos poderão iniciar estudos detalhados de certos aspectos de seu interesse particular, como: a) Avaliação dos recursos dos solos - maior eficiência das explorações agrícolas, pastoris e florestais. b) Seleção mais apropriada para trabalhos experimentais; c) Seleção de áreas prioritárias; d) Zoneamento de culturas; e) Ensino de pedologia; f) Programas de adubação, controle à erosão, reflorestamento, irrigação e drenagem; g) Planejamento de trabalhos de engenharia; h) confecção de mapas interpretativos; i) previsão de safra. 3. Levantamento taxonômico de solos O levantamento de solos constará de um mapa onde mostrará a representação gráfica e geográfica das unidades de mapeamento e de um memorial descritivo ou boletim. No boletim deve apresentar os objetivos do levantamento, descrição de área, material e métodos, considerações sobre critérios adotados no levantamento, descrição das classes e fases dos solos mapeados, legenda e Bibliografia. Os levantamentos de solos podem ainda conter em seu relatório, interpretações dos levantamentos pedológicos. Um levantamento pedológico de solos usa basicamente uma classificação taxonômica para classifica-los. Quanto maior o nível de detalhe exigido no levantamento, mais demorado, trabalhoso e numerosos serão os dados obtidos. Unidade de mapeamento é um meio utilizado para representar graficamente a distribuição geográfica dos solos. 3.1. Classificações taxonômicas de solos Uma classificação de solos natural ou taxonômica é aquela em que o propósito é, tanto quanto possível, o de revelar relações das características mais importantes dos solos, sem referência a nenhum objetivo específico e aplicado. Numa classificação natural, praticamente todos os atributos da população são considerados e, aqueles que tem maior número de características covariantes ou associadas são selecionados para definir e separar as várias classes. Nos atuais sistemas de classificação do solo tenta-se aproximar ao máximo dos sistemas de classificação natural (ideal) embora haja uma tendência de se dar peso a propriedades de maior relevância agrícola (Finkel, 1982). Dentro da estrutura conceituais de cada sistema grandes diferenças em metodologia são encontradas. Essas diferenças estão basicamente relacionadas com o maior ou menor conhecimento dos recursos dos solos, graus diferentes de tecnologia a disposição, a seleção de características relevantes e do detalhe de observações, medições e mapeamentos. As classificações naturais tornaram-se possíveis depois que Dukuchaiev emitiu seu conceito de solo individual, sendo o arranjamento de indivíduos de uma população em grupos e ordens tal que se possa rapidamente compreender as características dos indivíduos e as relações entre si. Várias classificações foram elaboradas, em vários paises e em várias partes do mundo. No Brasil, Setzer (1947) e Paiva Neto et al. (1951) sofreram grande influência da escola alemã, que considerava o tipo de rocha e a sua composição mineralógica, como sendo os principais fatores responsáveis pelas características dos solos resultantes (VAGERLE, cientista alemão contratado pelo IAC para dar início ao levantamento de solos no Estado de São Paulo). Ex: Massapé, Salmourão, Solos Arenito Bauru, Solos Arenito Botucatu, etc. Em 1938 surgiu a classificação de Baldwing, Kellog e Thorp, revisada em 1949 por Thorp e Smith influenciando praticamente todas as classificações do Brasil. Classifica os solos em ordem, subordem, grande grupo, família e série baseando-se no critério de zonalidade (interação solo x meio bioclimático). Ex : Solo zonal, intrazonal e azonal. A partir da década de 1950, os norte-americanos propuseram diversas modificações no sistema de classificação adotado até aquela época. Em 1960 foi publicado a 7a Aproximação, tendo influenciado todas as classificações Brasileiras desde então. Em 1975 foi publicada a definitiva a Soil Taxonomy. As categorias do sistema são as mesmas de 1938. Atualmente nos levantamentos taxonômicos são usados os princípios básicos descritos pela Classificaçã0 Brasileira de solos 2a Aproximação (Embrapa,1981), atualizados pelas publicações do próprio órgão em 1988. Pela nomenclatura atual das legendas de solos, é possível obter uma série de informações importantes acerca do solo em questão, somente a partir da leitura da legenda do mapa pedológico, mesmo antes da consulta ao respectivo texto do boletim. Nesta nova classificação nota-se que várias unidades antes identificadas como unidades de mapeamento simples (somente uma classe taxonômica), correspondem agora a mais de uma unidade taxonômica devido ao maior detalhamento dos mapas e às mudanças de conceitos das unidades até a presente época. No atual sistema de classificação taxonômica dos solos, normalmente obedece a seguinte ordenação: 1. Símbolo 2. Classes de solo : maiúscula 3. Saturação por base 4. Mudança textural abrupta; só se houver 5. Atividade da argila : só para solos com Ta ou Tb 6. Tipo de horizonte A 7. Classes de textura 8. Fase pedregosidade e rochosidade : só se houver 9. Fase de vegetação 10. Fase de relevo 11. Rocha subjacente : substrato só para Solo Litólico 4. Tipos de levantamento taxonômico de solos: Os tipos de levantamento são: a) Esquemático b) Exploratório c) Reconhecimento (baixa intensidade) d) Reconhecimento (média intensidade) e) Reconhecimento (alta intensidade) f) Semi-detalhado g) Detalhado h) Ultra-detalhado a) Esquemático - Escala de publicação - ( 1:1.000.000 - Tipo de unidade de mapeamento - associação de classes de solos de alto nível categórico - Método de análise - previsão de classes com dados e mapas já existentes, com ou sem fotointerpretação - Objetivos - informação generalizada sobre a distribuição de solos de um país, continente ou região. - Área mínima mapeável - > 40 km2 b) Exploratório - Escala de publicação - 1: 750.000 a 1:2.500.000 - Tipo de unidade de mapeamento - associação em subdivisões de classes de solos de alto nível categórico. - Método de análise - identificação no campo a grandes intervalos e extrapolação de mapas já existentes e/ou fotointerpretação. - Objetivos - avaliação qualitativa dos solos de regiões e pré- avaliações para levantamentos em escalas maiores. - Área mínima mapeável - 22,5 km2 a 250 km2 c) Reconhecimento (baixa intensidade) - Escala de publicação - 1: 500.000 a 1: 750.000 - Tipo de unidade de mapeamento - unidades simples e associação de subdivisões de classes de solos de alto nível categórico (unidades mais homogêneas). - Método de análise - identificação no campo a grandes intervalos, determinados por fotointerpretação ou mapas. - Objetivos - estimativa do potencial de solos em estados ou territórios. - Área mínima mapeável - 10 km2 a 22,5 km2 d) Reconhecimento (média intensidade) - Escala de publicação - 1: 250.000 a 1: 500.000 - Tipo de unidade de mapeamento - unidades simples e associação de subdivisões de classes de solos de alto nível categórico (mais homogêneas). - Método de análise - observações no campo a médios intervalos e fotointerpretação. - Objetivos - avaliação qualitativa e quantitativa aproximada dos solos visando elaboração de projetos de desenvolvimento agrícola. - Área mínima mapeável - 2,5 km2 a 10 km2 e) Reconhecimento (alta intensidade) - Escala de publicação - 1:100.000 a 1.250.000 - Tipos de unidade de mapeamento - unidades simples e associações de subdivisões de classes de solo de alto nível categórico. - Método de análise - observações no campo a pequenos intervalos. Limites obtidos por fotointerpretação e verificados no campo. - Objetivos - avaliação qualitativa e quantitativa de recursos de solos em áreas prioritárias para desenvolvimento agrícola. - Área mínima mapeável : 0,4 Km2 a 2,5 Km2 f) Semi-detalhado - Escala de publicação - 1: 25.000 a 1:100.000 - Tipos de unidade de mapeamento: associações e unidades simples (séries e fase de séries) constituídas de classes de solos de alto nível categórico. - Método de análise - identificação no campo, a pequenos intervalos. Limites determinados por fotointerpretação e verificados no campo. - Objetivos - planejamento de áreas para uso potencial agrícola e conservação de solos. - Área mínima mapeável - 2,5 ha a 40 ha g) Detalhado - Escala de publicação - 1: 10.000 a 1:25.000 - Tipos de unidade - unidades simples e associações constituídas de séries e fases de séries - Método de análise - identificação no campo por observações sistemáticas ao longo de transversais. Limites verificados por fotointerpretação e verificados sistematicamente no campo a pequenos intervalos. - Objetivos - projetos conservacionistas, áreas experimentais, uso e manejo de áreas agrícolas, pastoris e florestais intensivos, projeto de irrigação e engenharia. - Área mínima mapeável - 0,4 ha a 2,5 ha. h) Ultra-detalhado - Escala de publicação - 1:10.000 - Tipo de unidade - unidades simples constituídas por fases de séries. - Método de análise - identificados no campo a intervalos mínimos entre observações. Limites totalmente percorridos no campo (antes F.I.) em malhas ortogonais. - Objetivos - parcelas experimentais e projetos especiais de irrigação. - Área mínima mapeável : < 0,4 ha. 5. Interpretação dos levantamentos taxonômico de solo Um levantamento de solos tem como objetivo determinar características dos solos classificá-los em unidades definidas de um sistema uniforme de classificação, estabelecer seus limites arranjados em mapas e prever ou determinar seu comportamento para diferentes aplicações (interpretação). Os propósitos da interpretação dos levantamentos de solos são os de desagregar e reorganizar os conhecimentos nele contidos, para fins específicos. Nestas condições, a carta de solos se apresenta como base de apoio a todas as atividades que envolvam a participação do solo. A partir dela podem ser obtidas outras cartas, bastando para tanto eleger critérios válidos à reunião das informações presentes. Pela desagregação de informações contidas num levantamento pedológico, obtém-se vários outros mapas específicos mostrando em destaque aspectos contidos dentro do mapa de solo e respectivo relatório. O importante é que assim eliminam-se detalhes que não interessam à finalidade dos objetivos propostos num determinado trabalho. Podem ser assim obtidos mapas de profundidade do solo, vegetação, declividade, textura, disponibilidade de água, deficiência de água, deficiências e disponibilidades nutricionais, distribuição do alumínio, suscetibilidade à erosão, impedimento à mecanização, uso atual, etc. A seguir, as principais classificações interpretativas mais utilizadas na agricultura. 5.1. Classificação de solos de acordo com sua capacidade de uso. O maior emprego das interpretações de levantamentos de solos tem sido a elaboração de planos conservacionista de propriedades agrícolas. As informações contidas nos levantamentos detalhadas são interpretadas e as séries são desmembradas em tantas unidades de mapeamento quantas forem as ocorrências de variações significativas à conservação do solo. O sistema de capacidade de uso é uma classificação técnico- interpretativa, originalmente desenvolvido nos E.U.A. representando um grupamento de unidades pedológicas em classes de terras, tomando por base características e propriedades selecionadas, mais relacionadas com o comportamento agrícola dos solos, com o propósito de definir sua máxima capacidade de uso, sem riscos de degradação do solo, especialmente no que diz respeito à erosão acelerada. O sistema usado atualmente é a Classificação de Capacidade de Uso IV Aproximação, 1991, onde se divide em Grupos, Classes, Subclasses e Unidades. Grupos: são 3: A, B e C, estabelecidos com base nos tipos de intensidade de uso das terras. Classes: de I a VIII, baseadas no grau de limitação de uso. Subclasses: são 4, baseadas na natureza da limitação de uso. Unidades: baseadas em condições específicas que afetam o uso ou manejo da terra. Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens, reflorestamento e vida silvestre. Classe I: terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação (cor: verde-claro) Classe II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação e/ou de manutenção de melhoramentos (cor: amarela) Casse III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação e/ou manutenção de melhoramentos (cor: vermelho). 5.2. Classificação das terras de acordo com sua aptidão agrícola 6. Constituição do levantamento de solos As informações de um levantamento de solos são apresentadas sob duas formas que se complementam, uma em forma de representação cartográfica ou mapa e outra em forma de texto. A representação cartográfica constitui o mapa pedológico e o texto é o relatório ou boletim técnico. 6.1. Mapa pedológico As informações contidas no mapa pedológico são apresentadas em duas formas: uma no mapa propriamente dita e outra na legenda de solos. O mapa de solos é constituído por unidades de mapeamento. Por unidade de mapeamento entende-se cada unidade de legenda, isto é, cada porção de solo que difere em uma ou mais características de outro solo ou outra unidade de mapeamento. As informações contidas no mapa propriamente dito dizem respeito a localização, distribuição e extensão das unidades de mapeamento. No levantamento semidetalhado, que é o tipo usado nos levantamentos de solo dos Hortos da Chamflora Agrícola Ltda., cada unidade de mapeamento é descrita e representada por uma legenda composta por classes e fases de solos. Cada unidade de solo é representada por uma unidade simples de mapeamento, isto é, a unidade é predominantemente constituída por uma única unidade taxonômica, podendo apresentar ocorrências de outras unidades taxonômicas (inclusões) de até 20% da área de cada unidade . Cada unidade de mapeamento deve ser representada por uma legenda onde devem constar as seguintes informações, em uma determinada ordem, como o exemplo a seguir: PVd1 - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO EPIÁLICO Tb A moderado textura média/argilosa fase floresta tropical subcaducifólia relevo ondulado. 1o - Símbolo - PVd1 2o - Classe de solo - PODZÓLICO VERMELHO AMARELO 3o - Saturação por bases - DISTRÓFICO EPIÁLICO 4o - Atividade da argila - Tb 5o - Tipo de horizonte A - A moderado 6o - Classe de textura - média/argilosa (média no horizonte A e argilosa no horizonte B) 7o - Fase de vegetação - floresta tropical subcaducifólia 8o - Fase de relevo - ondulado. A ordenação das legendas deve obedecer a seguinte seqüência: primeiramente devem ser listadas as unidade que apresentem horizonte B latossólico, seguidas dos solos com B textural, solos com horizontes A e C e por último os solos com apenas o horizonte superficial. 5.2. Boletim técnico O boletim é composto de várias partes, as quais podem variar em número e conteúdo, de acordo com os objetivos e finalidades do levantamento, porém a estrutura básica permanece. As partes básicas que compõem o boletim e as informações nela contidas são descritas a seguir. 5.2.1. Introdução Devem constar nesse capítulo a entidade executora, objetivos e finalidades a serem preenchidas pelo levantamento. 5.2.2. Descrição geral da área A descrição geral deve conter as seguintes partes: -Situação, limites e extensão: indicando a posição da área total estudada, município, estado e a área em Km2 ou ha. -Geologia: descrição das formações geológicas e litologia da área. -Relevo: focalizando o aspecto fisiológico da área. -Clima: classificação do clima segundo Köppen. -Vegetação: classificação da vegetação natural de acordo com EMBRAPA (1981). 5.2.3. Material e método Compõem-se dos seguintes ítens: -Método de trabalho de campo: descreve a metodologia utilizada no campo, bem como o número de pontos amostrados. -Método de trabalho de escritório: relata método de confecção de mapa de classes de declive, fotointerpretação, compilação do mapa, registro de informações e redação do boletim. -Método de trabalho de laboratório: registra a metodologia usada nas análises das amostras em laboratório. 5.2.4. Critérios adotados no mapeamento São feitas considerações sobre as normas adotadas para a separação dos solos em unidades de mapeamento. 5.2.5. Descrição das classes de solos Neste capítulo são discutidas, para cada unidade de mapeamento, suas características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas e sas variações encontradas. 5.2.6. Legenda Descrição dos critérios que nortearam a organização da legenda. 5.2.7. Distribuição proporcional das unidades de mapeamento Quadro com as áreas de cada unidade e porcentagem de ocorrência em relação a área total levantada. 5.2.8. Bibliografia consultada 7. Recursos básicos para Levantamento de solos O tipo de material ou recurso utilizado em um levantamento está condicionado ao tipo de levantamento a ser feito. Quanto mais detalhado for o levantamento, menor deverá ser a escala do resumo básico utilizado. Em levantamento para fins conservacionistas, por exemplo, o ideal é que se utilize material de escala 1:15000 ou maior. Em levantamento de reconhecimento 1:100000 ou menor. Os principais recursos básicos são: 1- Cartas Topográficas 2- Mapas geológicos e geomórfológicos 3- F. A. 4- Fotoíndices 5- Fotomosaicos 6- Imagens de radar e satélite 1. Cartas topográficas: são planialtimétricas e mostram as posições horizontal e vertical dos elementos de uma área, em plano horizontal, com escala definida. São publicadas determinando quadrículas de latitude e longitude a intervalos de 30 minutos. 2. Mapas geológicos e geomórfológicos: são mapas geológicos possibilitam o estudo da gênese dos solos, facilitando sua classificação (IPT:1:500.000). Os mapas geomorfológicos possibilitam o estudo da fisiografia da área, também possibilitando a maior facilidade de classificação. 3. Fotografias aéreas: principalmente as verticais são usadas para levantamentos detalhados de solos, com escalas de 1:10000,1:25000 e 1:35000 dimensões de 23X23 cm. Sempre que possível deve ser dado preferência a este material (misc.,1) 4. Fotoíndices: representa a reunião de fotos, dispostas como obtidas na linha de vôo. Este arranjo de fotos é fotografado e reproduzido em folha de 60 x 60 cm na escala 1:100000 (3600 Km2). Os fotoíndices auxiliam na localidade do número e posição de cada foto da área fotografada. 5. Mosaicos: representa a reunião de fotos, dispostas como obtidas na linha de vôo, não apresentando numeração e divisão entre as fotos. Este arranjo de fotos é fotografado e reproduzido em folha de 60 x 60 cm na escala 1:100000 (3600 Km2). Os mosaicos auxiliam na localização da área fotografada. MAPEAMENTO DE SOLOS 1. Evolução das legendas de identificação dos solos do Brasil. O estabelecimento de uma legenda em um levantamento de solos requer inicialmente a identificação e definição de todas as unidades taxonômicas individuais e suas respectivas fases. Estas são conjunto de características edáficas que devem ser determinadas em áreas representativas. As características edáficas nos conjuntos que compõem cada unidade nào sào fixas, variando de acordo com os conhecimentos do executor na época em que foi confeccionado o mapa e do objetivo específico de cada mapeamento. Os levantamentos de solos e, consequentemente as suas legendas dos mapas de solos, evoluiram igualmente com os conhecimentos de morfologia e gênese de solos adquirido desde então. A classificação do solo é dinâmica, pois reflete diretamente os conhecimentos da época. 10.1- Classificações antigas: SETZER(1947) e PAIVA NETO it al. (1951) sofreram grande influência da escola Alemã,que considerava o tipo de rocha e a sua composição mineralógica, como sendo os principais fatores responsáveis pelas características dos solos resultantes. (VAGERLE, cientista alemão contratado pelo IAC para dar ínicio ao levantamento de solos do Est. de S. Paulo) Os solos que constarm nos mapas (legendas) são os seguintes: 1- Solos Massapé- Salmourão: rochas pré- devonianas (granitos, gnaisses, micaxitos, filitos) 2- Solos Devonianos: arenitos de textura variável 3- Solos Glaciais: arenitos, argilitos, tilitos, varvitos. 4- Solos Corumbataí: argilitos, folhelhos argilosos com sílex, calcáreo e arenitos muito finos. 5- Solos Arenito Bauru: arenitos de deposição eólica. 6-Terra Roxa Legítima: eruptivas básicas 7-Terra Roxa Misturada: eruptivas básicas + arenito Botucatu. 8-Solos Arenito Bauru: arenitos com cimento calcáreo , de deposição flúvio-lacustre. 9-Solos Terciário:argilitos, folhelhos e arenitos 10- Solos de baixadas: sedimentos aluviais recentes. Tal classificação teve mérito como trabalho inicial embora não tenha levado em conta características dos perfis dos solos classificados, pois todos os perfis foram divididos em três camadas: 0-40 cm; de 40-80 cm e 80-150 cm. A partir da criação do CNEPA e levantamentos regionais, principalmente o levantamento do R.J. e DF em 1954, passou -se a utilizar a classificação dos EEUU de 1938, revisada em 1949. Usando tal classificação a comissão de solos promoveu o levantamento dos solos do Est de São Paulo (Boletim 12,1960) A unidade taxonômica usada pela Comissão de Solos (1960), foi o grande Grupo , porém, as unidades de mapeamento incluem Grandes grupos, Subgrupos e Variações de Grandes Grupos. O esquema seguido para classificação dos solos do Est de São Paulo foi o seguinte: "ORDEM "SUBORDEM "GRANDE GRUPO "VARIAÇÃO E FASE " "1- Zonal "1- Solos com "- Podzol Vermelho "- orto pirac Laras " " "horizonte B "Amarelo (PVA) " " " "textural "- PVA integrade LVA " " " " "-Solos podzolizados "- Lins " " " "de Lins e Marília "-Marília " " " "(SPLM) " " " " "-Solos Podzolizados " " " " "com cascalho " " " " "-Terra Roxa Estrutur" " " " "a-da (TRE) " " " " "-Mediterrâneo " " " " "Verme-lho Amarelo " " " "2- Solos com "(MVA) " " " "horiz. B "- Terra Roxa "- orto " " "latossóli-co "Legítima (LR) "- fase arenosa " " " "- Latossolo Vermelho" " " " "Escuro (LVE) " " " " " " " Nas legendas de identificação dos solos da zona do médio Jequitinhonha 1958-1959- M.G. foi introduzido fase de vegetação (floresta, cerrado). As legendas de solos a partir de 1962 demonstram influência da 7a Aproximação,onde aparecem horiz. diagnósticos (superficiais e subsuperficiais) e Propriedades diagnósticas (ativ da arg, V%, Classes texturais) Atualmente as legendas dos mapas pedológicos dos levantamentos, em uso pelo SNLCS da EMBRAPA, são mais imformativas e compõe- se de várias partes e cada uma delas fornece determinados tipos de informação. Sua ordenação e o significado de cada parte é sempre em ordem alfabética dentro de cada classe .