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Jogos Matemáticos Como Estratégia Pedagógica Na Construção Do Conhecimento No 5...

A Matemática permeia todas as áreas do conhecimento que serão utilizadas na vida prática. O objetivo da pesquisa é averiguar qual a importância da utilização de jogos matemáticos no ensino fundamental e se existe diferença de aplicabilidade destes jogos em relação ao ensino público e privado. Salienta-se que o ensino da Matemática nas escolas não deve se distanciar dos seus principais objetivos, entre os quais está a construção da cidadania, o preparo para o mundo do trabalho e o desenvolvimento cognitivo, conforme...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA TATIANA MAIARA FERREIRA DA SILVA JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA SANTARÉM-PA Agosto-2013 TATIANA MAIARA FERREIRA DA SILVA JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal do Oeste do Pará como requisito para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia. Orientador: Profº. Msc. Ednilson Sérgio Ramalho de Souza. SANTARÉM-PA Agosto-2013 TATIANA MAIARA FERREIRA DA SILVA JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal do Oeste do Pará como requisito para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia. Orientador: Profº. Msc. Ednilson Sérgio Ramalho de Souza. Banca Examinadora: _____________________________________ Profº. Msc. Ednilson Sérgio Ramalho de Souza. Orientador Universidade Federal do Oeste do Pará _____________________________________ Profª Dra. Maria de Fátima Sousa Lima Universidade Federal do Oeste do Pará _____________________________________ Prof. Dr. José Ricardo e Souza Mafra Universidade Federal do Oeste do Pará Nota: _____________. Santarém, __________de __________ de 2012. Dedico com todo carinho a minha família. AGRADECIMENTOS Agradeço à Deus, por me permitir ter força e persistência, e não desistir nunca de minhas conquistas. Aos professores que passaram pela minha vida acadêmica no curso de Pedagogia. A minha família que me deu forças em todos os momentos de minha vida. A todos que se fizeram presentes nesta jornada acadêmica e para os que contribuíram para a realização deste trabalho. Os meus mais sinceros agradecimentos. “Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida Estes são imprescindíveis”. Bertold Brecht. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................9 2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA.................................................................. 11 2.1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA.......................................................................... 11 2.2 A MATEMÁTICA COMO ATIVIDADE HUMANA.............................................. 11 2.3 O PROFESSOR COMO MOTIVADOR DA APRENDIZAGEM DISCENTE...... 12 2.4 A MATEMÁTICA NA ESCOLA......................................................................... 14 3 JOGOS MATEMÁTICOS.................................................................................... 15 3.1 CONCEITO DE JOGOS MATEMÁTICOS........................................................ 15 3.2 OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA FAVORÁ VEL À CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS.................................................... 16 3.3 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA................... 17 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS MATEMÁTICOS ESCOLAR..........................18 3.5 JOGOS MATEMÁTICOS: A BRINCADEIRA SOCIALIZADORA E LÚDICA.... 19 4 JOGOS MATEMÁTICOS: O USO EM DUAS ESCOLAS (PÚBLICA E PARTI CULAR) DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA............................. 25 4.1 OS JOGOS DISPONÍVEIS NA ESCOLA........................................................ 25 4.2 O JOGO MATEMÁTICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA ESCOLA PARTICULAR....................................................................................................... 29 4.2.1 Docentes sobre a Matemática através de Jogos Matemáticos............. 29 4.2.1 Discentes sobre a Matemática através de Jogos Matemáticos............. 30 4.3 OS JOGOS MATEMÁTICOS NA ESCOLA PÚBLICA.................................... 33 4.3.1 O Jogo Matemático como Recurso Pedagógico na Escola Pública...... 33 4.3.2 O Jogo Matemático como Recurso Pedagógico na Escola Pública....... 34 5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 38 APÊNDICES........................................................................................................... 40 RESUMO A Matemática permeia todas as áreas do conhecimento que serão utilizadas na vida prática. O objetivo da pesquisa é averiguar qual a importância da utilização de jogos matemáticos no ensino fundamental e se existe diferença de aplicabilidade destes jogos em relação ao ensino público e privado. Salienta-se que o ensino da Matemática nas escolas não deve se distanciar dos seus principais objetivos, entre os quais está a construção da cidadania, o preparo para o mundo do trabalho e o desenvolvimento cognitivo, conforme esclarece a Nova LDB n. 9394/96. O que se verificou na pesquisa realizada é que a escola pública está bem munida de materiais pedagógicos para o ensino da Matemática e que seu bom uso está nas mãos dos docentes, porém, o mesmo não se pode afirmar sobre escola particular, pois o investimento em materiais chega a ser bem menor do que na escola pública. Porém, em termos de utilização dos jogos, segundo os docentes participantes da pesquisa, este tipo de metodologia do ensino da Matemática é valorizado, embora na escola pública exista possibilidade maior do que na particular por conta da oferta de material diversificado. Quanto aos benefícios à aprendizagem, as duas escolas afirmaram que os jogos matemáticos são relevantes e eficazes no ensino da Matemática e atingem o objetivo final de aprendizagem discente. Palavras-Chave: Matemática, Jogos Matemáticos, Utilização, Público e Privado. ABSTRACT The Mathematics permeates all areas of knowledge that will be used in practical life. The objective of the research is to ascertain how important the use of mathematical games in primary and if there is difference of applicability of these games in relation to public and private education. It is noted that the teaching of Mathematics in schools should not distance themselves from their main objectives, among which is the construction of citizenship, preparation for the world of work and cognitive development, as clarifies the New LDB n. 9394/96. What we found in the survey is that public school has many educational materials for the teaching of mathematics and its proper use is in the hands of teachers, however, the same can not be said about the private school, because the investment materials gets to be much smaller than in public school. However, in terms of the use of games, according to the teachers participating in the research, this type of methodology of teaching mathematics is valued, although in public school there is greater possibility than in particular on account of supply of diversified material. Regarding benefits to learning, the two schools said the mathematical games are relevant and effective in teaching Mathematics and reach the ultimate goal of student learning. Keywords: Mathematics, Mathematical Games, Use, Public and Private. 9 1 INTRODUÇÃO Sabe-se que a Matemática ensinada nas escolas apresenta-se como uma ciência exata, que exige dos alunos uma fantástica memória para guardar conceitos, regras e definições que levaram séculos para serem constituídos e que estão em constante construção por conta de indivíduos que ao interagirem com o mundo reelaboram e constroem seus conhecimentos. Essas escolas não estimulam a construção de conhecimentos significativos levando o aluno a ser receptor passivo. Tornar o processo de ensino aprendizagem da Matemática agradável e eficaz é de fundamental importância para o professor. Por isso, a pesquisa se torna relevante, para averiguar se as escolas locais entre públicas e particulares estão fazendo o diferencial no ensino, motivando seus alunos ao aprendizado matemático. A Matemática de forma lúdica está ligada à ideia de festa, divertimento, à comunicação através da participação numa alegria coletiva com fatores culturais individuais através da participação numa alegria coletiva com fatores culturais individuais e coletivos, como o prazer de dominar o corpo, a vontade, com questões de afetividade e de sensibilidade, com a problemática do inconsciente individual e coletivo. Quer seja na perspectiva biológica, cultural, estética, psicanalítica ou metafísica, na diversidade de conceitos ou teorias, sobre o jogo ressaltam três noções fundamentais: A noção de ação, a noção de liberdade e a noção de prazer. Como problemática de pesquisa se utilizou do seguinte questionamento: Os jogos lúdicos são usados da mesma forma por escolas públicas e particulares? De que forma se dá esse uso e quais os resultados. A escola e o professor precisam estar atentos quando oportunizar um jogo lúdico, para direcionar atividades, respeitando o tempo de cada criança na construção de seus conceitos e os objetivos que deseja atingir durante essa 10 atividade. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é averiguar qual a importância da utilização de jogos matemáticos no ensino fundamental e se existe diferença de aplicabilidade destes jogos em relação ao ensino público e privado. Como objetivos específicos, buscou-se: Demonstrar conceitos relevantes sobre jogos lúdicos; Apontar os jogos utilizados nas escolas pesquisadas; Verificar de que forma os jogos lúdicos são inseridos no ensino da Matemática nas escolas pesquisadas; Analisar os benefícios do uso dos jogos lúdicos no ensino da Matemática. A pesquisa é do tipo qualitativa, com abordagem descritiva comparativa, tendo sido realizado levantamento bibliográfico e de campo. O local de pesquisa foram duas escolas do Ensino Fundamental do município de Santarém, sendo uma escola pública municipal e outra escola particular, sendo a primeira localizada em bairro periférico e a segunda em bairro mais centralizado. Os informantes da pesquisa foram às diretoras da escola e os professores de Matemática destas escolas, um de cada escola. A população amostra foram alunos do 5º ano de cada escola. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário semi-estruturado, contendo perguntas do tipo subjetiva. O método de análise de conteúdo foi o utilizado para as transcrições do levantamento bibliográfico e de campo realizado neste estudo. Os procedimentos éticos de pesquisa mantiveram em anonimato os nomes dos dois estabelecimentos e dos participantes da pesquisa. O estudo de campo foi realizado no primeiro semestre de 2013, quando se visitou as escolas, se pediu autorização para a pesquisa e se conversou com os participantes, tendo sido realizado registro fotográficos dos espaços contendo os materiais lúdicos utilizados pelos professores. O trabalho está divido em três capítulos: O primeiro irá destacar sobre a Aprendizagem Matemática. O segundo capítulo destaca os Jogos Matemáticos. O 11 terceiro capítulo apresenta os resultados da pesquisa dos Jogos Matemáticos: O Uso em duas Escolas (Pública E Particular) do Ensino Fundamental de Santarém/Pa. 12 2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA 2.1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Borin (1996) destaca que diferentes países (China, Índia, Grécia, e Egito....) antes do surgimento da numeração moderna utilizavam-se diversos métodos para prática calculatória. Ao longo da historia, o ser humano construiu seus conceitos matemáticos através da utilização de objetos (pedra, sementes...), para contar seus pertences, limitar território e construir objetos. Por volta do final do terceiro milênio até que os egípcios e sumérios aprenderam a calcular superfície e volume, com base no cumprimento, a dividir ações entre trabalhadores, os primeiros sistemas de escrita surgiram para atender às necessidades de calcular a riqueza material das sociedades, suprindo assim uma necessidade social. Para Câmara (2002, p. 5) “acredita-se que depois do século IX na Arábia surge a matemática como disciplina que veio interagir a aritmética e a trigonometria”, desde então, passou a fazer parte da vida do ser humano e vem se aprimorando. Constata-se que, conforme as necessidades de cada geração, os conceitos matemáticos foram sendo construídos gradativamente até chegar o avanço da tecnologia. 2.2 A MATEMÁTICA COMO ATIVIDADE HUMANA A Matemática é uma atividade humana dinâmica que auxilia o processo de desenvolvimento antrópico. Câmara (2002, p. 27) afirma que, No decorrer do tempo, o ser humano constituiu seus conceitos matemáticos por meio da utilização de objetos concretos (pedra, sementes etc.) para contar seus pertences, e limitar seu território e construir objetos de utilização 13 pessoal. Os conceitos matemáticos foram sendo construído gradativamente ate chegarmos ao presente avanço tecnológico. Quando as escolas promovem o ensino da Matemática de forma mecânica, os alunos se condicionam a receber informações prontas e não desenvolvem capacidades de buscar resolver situações problemas. Câmara (2002, p.18) esclarece que, quando o professor oportuniza aos educandos situações ativas de expressão, o que é possível também por meio de jogos, os alunos podem “conectar suas experiências pessoais com as dos colegas, refletir sobre o significado das ações que realizaram, avaliar seu desempenho, ao mesmo tempo que ampliam seus vocabulários e suas competências linguísticas. Nessa perspectiva, ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Em função disso, no intuito de promover uma aprendizagem significativa e alcançar resultados satisfatórios, educadores buscam cada vez mais instrumentos que sirvam de recursos pedagógicos auxiliares envolvendo os Jogos para ensinar Matemática é uma maneira inteligente de lograr êxito na ação educativa. 2.3 O PROFESSOR COMO MOTIVADOR DA APRENDIZAGEM DISCENTE Numa perspectiva de trabalho em que se considere o aluno como protagonista da construção de sua aprendizagem, o papel do professor ganha novas dimensões. Uma faceta desse papel é a de organizador da aprendizagem, para desempenhá-la, além de conhecer as condições socioculturais, expectativas e competência cognitiva dos alunos, precisará escolher os problemas que possibilitam a construção de conceitos e procedimentos e alimentar o processo de resolução sempre tendo em vista os objetivos a que se propõe atingir. Carraher (1993) destaca que além de organizador, o professor também é consultor nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos alunos, 14 mas aquele que fornece as informações necessárias que o aluno não tem condições de obter sozinho. Outra de suas funções é como mediador, ao promover a confrontação das propostas dos alunos, ao disciplinar as condições em que cada aluno pode intervir para expor sua solução, questionar, contestar. O professor é responsável por arrolar os procedimentos empregados e as diferenças encontradas, promover o debate sobre resultados e métodos, orientar as reformulações e valorizar as soluções mais adequadas. O docente atua como controlador ao estabelecer as condições para a realização das atividades e fixar prazos, com tempo necessário aos alunos. Atua como um incentivador da aprendizagem, quando estimula a cooperação entre os alunos, tão importante quanto à própria interação adulto e criança. Além da interação entre professor e aluno, a interação entre os discentes, desempenha papel fundamental na formulação das capacidades cognitivas e afetivas. Em geral, exploram-se mais o aspecto afetivo dessas interações e menos sua potencialidade em termos de construção de conhecimento. Carraher (1993) destaca que o professor deve compreender que ao longo do ensino fundamental os conhecimentos numéricos são construídos e assimilados pelos alunos num processo que intervém como instrumento eficaz para resolver determinados problemas e como objetos que serão estudados, considerando-se suas propriedades, relações e o modo como se configuram historicamente. Nesse processo, o aluno perceberá a existência de diversas categorias numéricas criadas em função de diferentes problemas que a humanidade teve que enfrentar (números naturais, números inteiros positivos e negativos, números racionais e números irracionais). À medida que se deparar com situações problemas 15 envolvendo a adição, subtração, multiplicação, divisão, ele irá ampliando seu conceito de número. Câmara (2002) destaca que a aprendizagem com jogos lúdicos, auxilia o professor na interação de toda a turma; além, de apresentar várias estratégias para serem trabalhadas na sala de aula, para facilitar e motivar o aprendizado discente. Ao se apresentar uma forma de trabalhar com jogos visou-se efetivamente um projeto integrando professor, objetivo da proposta e jogo que pretende utilizar. É somente o profissional quem sabe exatamente qual material lhe é mais útil, devendo planejar a execução e avaliação das atividades a serem desenvolvidas. Enfim, há uma série de atividades exploratórias que podem ajudar o professor na sala de aula na hora que for explicar essas atividades. Mas cabe ao docente procurar estes auxílios metodológicos com o propósito de desenvolvimento educacional de seus alunos, que com toda certeza irão responder positivamente. É importante que os docentes procurem conhecer os materiais do jogo e promover todo o tipo de situação que possibilite seu conhecimento e a assimilação por parte dos alunos. Desenvolver tal hábito contribui para o estabelecimento de atitudes que favorecem a observação como um dos principais recursos para a aprendizagem acontecer. Esse momento de trabalho, portanto, deve ser longamente explorado, estando o professor disponível para responder às dúvidas que surgirem. Chevallard (2001) destaca que todos os aspectos que caracterizam um bom conhecimento do material e o domínio das regras são necessários para o jogo acontecer, mas não são suficientes para garantir o bom desempenho na disciplina. Daí a importância da ajuda do professor no momento de aplicabilidade do jogo, o docente deve ficar atento a todo desenrolar da proposta metodológica, testá-la antes, 16 e, procurar pesquisar todas as formas de compreensão por parte do aluno, em suma, deve prepará-lo para a docência na pedagogia da presença, que é aquela em que o professor é parceiro e não o “chefe” do saber. A prioridade dessa metodologia é, portanto, incentivar a criança a jogar bem, que se traduz em compreensão da disciplina de Matemática em especial do conteúdo explorado com a metodologia aplicada, o discente precisa saber valorizar principalmente o desenvolvimento de competências na disciplina. Isto tem como conseqüência, a melhoria do aprendizado, assimilação dos conteúdos, bem como um momento descontraído na sala de aula. 2.4 A MATEMÁTICA NA ESCOLA No âmbito escola faz-se importante que o professor mostre a Matemática não apenas como uma matéria curricular, mas sim, como um recurso utilizado para facilitar o cotidiano das pessoas. O ensino da Matemática deve respeitar e estimular a construção do conhecimento pela criança-adolescente ao invés de ser interiorizado através de lista do professor, dos objetos em si. Assim devem-se propor situações interessantes e envolventes durante as aulas de Matemática para chamar a atenção do discente despertando o gosto pela pesquisa e estudo. Segundo Chevallard (2001, p.25): Um ensino de Matemática de obrigatoriedade contribui para a formação do cidadão na medida em que a construção do conhecimento matemático exige uma participação crítica e autônoma do indivíduo. E inegável a importância do cotidiano. As aplicações no mundo do trabalho e o auxilio na construção de conhecimento em outras áreas é indispensável, assim com os fracos resultados em relação à sua aprendizagem. Cada vez mais a Matemática está presente nas diversas atividades da vida contemporânea, daí a necessidade de proporcionar aos educando um conhecimento matemático capaz de inseri-lo na sociedade como cidadão consistente e crítico. 17 3 JOGOS MATEMÁTICOS 3.1 CONCEITO DE JOGOS MATEMÁTICOS A Matemática é, antes de tudo, um modo de pensar. Quando mais esse modo de pensar, de raciocínio for trabalhado com a criança, mas significativa será a aprendizagem dessa disciplina, principalmente se esta for trabalhada partindo de jogos e brincadeiras. Segundo Chamorro (2003, p.158): O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela escola tradicional dado o fato de parecerem destituídas de significado funcional. Para a pedagogia, corrente, é apenas um descanso ou excedente de energia. Mas, esta visão simplista não explica nem a importância que as crianças atribuem a seus jogos e muito menos a forma constante de que revestem os jogos infantis, simbolismo ou ficção. O jogo tem vários objetivos dentre eles por desenvolver habilidade sensóriomotora e assimilação do conteúdo em sala de aula. O professor deve, inclusive aproveitar a realidade do aluno para facilitar sua aprendizagem no dia-a-dia. O surgimento do interesse pelo jogo matemático, começou recentemente, quando os professores perceberam a dificuldade e o fracasso que a maioria dos alunos apresentava na resolução de problemas matemáticos. Por isso, usando jogos como: quebra-cabeça, pescaria da memória, montagem de livros com peças geométricas, fazem com que os alunos desenvolvam habilidades de raciocínio, organização, atenção e concentração nas aulas de matemáticas, tornando-as mais dinâmicas, o aluno fica mais motivado para realizar atividades propostas pelo professor sem comentar que as aulas ficam mais prazerosas e atrativas. Chamorro (2003, p. 26) comenta que: Ensinar por meios de jogos é um caminho para educar, desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo competir igualdade de condições com os inúmeros recursos a que o aluno tem acesso a escola, despertando ou estimulando sua vontade de frequentar com assiduidade a 18 sala de aula e encontrando seu envolvimento no processo ensino aprendizagem, já que o aluno aprende e se diverte simultaneamente. Não existe um caminho que posa ser identificado como único e melhor para o ensino da disciplina de Matemática. No entanto, conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa a sua própria prática. O educador pode possibilitar ao aluno vivenciar os jogos visando, entre outros benefícios, aumentar sua motivação na disciplina de Matemática. 3.2 OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA FAVORÁVEL À CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS No início do século XIX ocorreu o surgimento de inovações pedagógicas. Fiorentini (2004) enfatiza que, naquela época, o jogo passou a ser entendido como objeto e ação de brincar e que deveria fazer parte da história da educação préescolar, pois manipulando e brincando com materiais como bola, cubo e cilindro, montando e desmontando cubos, a criança estabelece relações matemáticas e adquire noções primárias de Física e Metafísica. Já no século XX, segundo Moura (2009) começou a produção de pesquisas e teorias que discutem a importância do ato de brincar para a construção de representações infantis. Estudos e pesquisas de Piaget e Vygotsky, entre outros, evidenciam pressupostos para a construção de representações infantis relacionadas às diversas áreas do conhecimento. Com a expansão de novos ideais, crescem as experiências que introduzem o jogo com o intuito de facilitar tarefas do ensino. Fiorentini (2004) enfatiza que, antes de utilizar jogos em sala de aula, o professor deve ter em mente que estes podem ocasionar vantagens e/ou desvantagens no processo de ensino aprendizagem, dependendo da maneira como forem utilizados. O uso de jogos em sala de aula, segundo Fiorentini (2004), é um suporte metodológico adequado a todos os níveis de ensino, desde que a finalidade 19 deles seja clara, a atividade desafiadora e que esteja adequado ao grau de aprendizagem de cada aluno. Através das teorias de Fiorentini (2004), percebe-se que é necessário que, ao escolher os objetos para se trabalhar com os jogos com os alunos, deve-se classificar ou escolher cuidadosamente as atividades para obter um bom resultado no desenvolvimento dos mesmos. É muito importante, nos jogos coletivos ou individuais, estar sempre diversificando as práticas para que as mesmas sejam bem aproveitadas. Os jogos trabalhados com critério pedagógico em sala de aula trazem diversos benefícios. Mayer (2005) apresenta os seguintes: favorece a identificação de dificuldades; promove competição entre os alunos, que se empenham ao máximo para vencer; faz com que os alunos se tornem mais confiantes, críticos e capazes de trabalhar em equipe. Considerando essas vantagens, os educadores que utilizam os jogos em suas propostas pedagógicas têm ótimas chances de alcançar os objetivos que estão postos como necessários para formar cidadãos mais humanos e competentes. Os jogos ajudam a tornar o aprendizado de matemática muito mais divertido e prazeroso, facilitando a compreensão dos alunos. 3.3 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Mayer (2005) pontua que resolução de problema e jogo são elementos semelhantes, pois ambos se unem através do lúdico. Para ela, as situações de ensino devem ter caráter lúdico para desestruturar o aluno, proporcionando-lhe a construção de novos conhecimentos. A relação entre jogos e resolução de problemas, conforme destaca Antunes (2006), evidencia vantagens no processo de criação e construção de conceitos por meio da discussão de temática entre os alunos e entre o professor e os alunos. Para 20 ele, o jogo é um problema, porque, ao jogar, o indivíduo constrói conceitos, de forma lúdica, dinâmica, desafiadora e motivante. Esclarece Mayer (2005) que o jogo é um importante recurso metodológico que pode ser utilizado em sala de aula, para desenvolver a capacidade de lidar com informações e criar significados culturais para os conceitos matemáticos. A utilização de jogos nas aulas auxilia os alunos a aprenderem a respeitar regras, a exercer diferentes papéis, a discutir e a chegar a acordos, a desenvolver habilidade de pensar de forma independente e na construção de conhecimento lógico matemático. Mayer (2005) destaca que as atividades com jogos em sala de aula são uma forma interessante de propor problemas, porque é atrativo para o aluno e favorece a criatividade na elaboração de estratégias durante o jogo. Os jogos matemáticos têm como prioridade incentivar a criança no seu desenvolvimento sensorial e motor, também promove a integração, a socialização entre os alunos, facilitando o aprendizado de forma coletiva. Para tanto, é importante que os educadores mantenham o equilíbrio na distribuição da riqueza material e cultural, oferecendo aos alunos a oportunidade de produzir recursos necessários para uma vida digna. Os jogos criam uma situação imaginária que permite ir além do próprio conhecimento. Existem várias formas de ensinar as crianças com jogos utilizando produtos reciclados, tais como, caixa de fósforos usada, palito de sorvete, caixas de ovos e outros, sendo materiais alternativos acessíveis a todos os docentes. Mayer (2005, p. 26) afirma que: Mesmo existindo no comércio vários jogos, como cubos e peças de encaixe, é interessante que a escola os possua para seus alunos, em grupos pequenos, para que possam explorar esses desafios. A impossibilidade de compra não impede que sejam os mesmos providenciados com sucatas para seu uso em situações diversas. Mesmo sem o emprego de regras, a atividades já é pelo manuseio e conversa interior um produtivo estímulo. 21 Ao jogar, o aluno resolve questões por meio de tentativa e erro; pode reduzir um problema em situações mais simples; representar problemas, através de desenhos, gráficos ou tabelas; fazer analogias de problemas semelhantes e desenvolver o pensamento dedutivo. O jogo pode ser aproveitado como instrumento facilitador no processo de construção de conhecimentos, visto que facilita seu desenvolvimento cognitivo, tendo em vista que os jogos matemáticos e a matemática recreativa são carregadas de ludicidade. 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS MATEMÁTICOS ESCOLAR São classificados em três tipos os jogos trabalhados em sala de aula, segundo Fiorentini, (2004, p. 34): Jogos estratégicos onde são trabalhadas as habilidades que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam caminho para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso; Jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais. Jogos geométricos, que tem como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras, ângulos e polígonos. A partir do momento que o professor passa a trabalhar com jogos, o papel dele muda de comunicador de conhecimento para o de observador, organizador, consultor, mediador e incentivador da aprendizagem e do processo de construção do saber pelo aluno. Segundo Fiorentini, (2004, p. 36) o uso de jogos trará benefícios como: Perceber se o assunto ficou bem entendido pelos alunos; detectar os alunos que tem mais dificuldades; com o intuito de vencer o aluno aperfeiçoa e ultrapassa seus limites; os alunos tornam-se mais críticos, alertas e confiantes, expressando o que pensam; o aluno passa a fazer perguntas, tira conclusões sem a necessidade de interferência ou aprovação do professor; o aluno, durante o jogo, não tem medo de errar, pois o erro é necessário para se chegar a uma resposta certa; com a quebra da rotina da aula, o aluno se empolga e aprende sem perceber. Os jogos são instrumentos para exercitar e estimular o raciocínio com lógica e critério, condições essenciais para se jogar bem e ter um bom desempenho escolar. O 22 docente deve lançar questões desafiadoras e ajudar os alunos a pensar, esperar que eles pensem, dar tempo para isso e acompanhar suas descobertas. São muitas as potencialidades dos jogos no processo ensino-aprendizagem, cabendo ao professor selecionar de forma criteriosa os que são adequados a cada situação pedagógica. 3.5 JOGOS MATEMÁTICOS: A BRINCADEIRA SOCIALIZADORA E LÚDICA A experiência da brincadeira e do viver criativo ocupa o espaço potencial existente entre o individuo e o meio ambiente, dependendo da capacidade do individuo para confiar. Dessa maneira, ao formar vínculos com os alunos, os professores facilitam a aprendizagem a partir das brincadeiras, aprendizagem esta que é complexa e formadora da cultura. Desta forma, o brincar é oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem. Mayer (2005) destaca que brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, enfim aprende com facilidade, o brincar estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção. É uma arte, um dom natural que, quando bem cultivado, irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto. Fiorentini, (2004) ilustra muito bem isso no caráter abrangente e imaginativo da criança que, “quando brinca a criança assimila o mundo a sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.” Os elementos fundamentais da brincadeira são: a situação imaginária, a imitação e as regras. Segundo ele, sempre que brinca, a criança cria uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser, inicialmente, a imitação de um adulto observado. 23 Aranão (1996) diz que ele traz consigo regras de comportamento que estão implícitas e são culturalmente constituídas. Num momento posterior, a criança se afasta da imitação e passa a construir novas combinações e, também, novas regras. Nesse sentido, o autor define a brincadeira como criadora de uma “zona de desenvolvimento proximal”, que seria o caminho que a criança percorrerá para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e serão consolidadas em nível de desenvolvimento real. Habilidades, papéis, e valores necessários à participação da criança na sociedade são por ela internalizados durante as brincadeiras, em que imita comportamentos adultos. Algumas situações levam a criança à auto- avaliação, quando ela observa como se saiu no jogo. Outras situações permitem o desenvolvimento moral pró-social, como ajudar a um coleguinha em dificuldades. Lopes (2001) ainda afirma que, não há fronteira fechada entre a fantasia e a realidade. Ele defende que existem diferentes formas de vinculação entre estas esferas da vida humana, fato que é, primeiramente, observado nos jogos e brincadeiras das crianças, que segundo ele, permite à criança reordenar o real em novas combinações. Esta atividade é marcada pela cultura, inicialmente passada à criança, por meio das pessoas com quem se relaciona principalmente a mãe. Quando a criança brinca, interioriza socializa o novo com o antigo, pois a construção imaginária não parte do nada, assim como nossas criações e reflexões. Isso dar-se por experiências já vividas ou associadas. Com isso, pode-se perceber a importância de brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, motor, social, e moral dos alunos, enquanto instrumento de aprendizagem. Lopes (2001) comenta que a brincadeira da criança, assim como no adulto, é um meio de comunicação, de prazer e de recreação, e pode ser considerada como 24 um espaço em que a criança atua, domina e exerce, em função de sua própria iniciativa, elemento este muito importante, pois no jogo, a criança é capaz de decidir, (se vai ou não brincar), sendo esta característica essencial para diferenciá-la de outras atividades. Nela a comunicação ocorre de forma integrada, marcada pelo faz de conta, constituindo-se então, numa atividade de segundo grau diferente das atividades reais, com normas e outros significados. Pelo brincar, a criança aprende um novo saber, renovando-se a cada geração. É por meio da brincadeira que a criança expõe seus sentimentos, interage consigo e com o mundo. Para Antunes (2006, p. 35): A brincadeira é algo de pertence à criança, à infância. Através do brincar a criança experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e recria, a cada nova brincadeira, o mundo que a cerca. O brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consegue, com o outro, com o mundo. Além de ser uma forma de comunicação, o brincar constitui-se como uma necessidade básica da criança, tão importante quanto a saúde, habitação, nutrição, enfim, a brincadeira auxilia no desenvolvimento infantil, onde desenvolve diversas potencialidades, e também na socialização com outras crianças e adultos. O brincar contribui para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, sendo fundamental a sua utilização na educação, como destaca D’Ambrósio, (1996, p. 45): Contribuições sobre a relevância do brincar e de suas manifestações para o adequado desenvolvimento e aprendizagem na infância têm mobilizado esforços dos mais diversos estudiosos e produzido uma ampla literatura internacional e nacional, quanto à pertinência de sua utilização em diferentes contextos educativos. Para tanto, o educador deve ter uma formação profissional capacitada para a utilização do brincar como instrumento para o conhecimento. A capacitação dos professores de Educação Infantil deve ser baseada na riqueza de recursos lúdicos onde o brinquedo deve ser utilizado a fim de promover o desenvolvimento das crianças, tornando-os mais inteligentes. A criança aprende mediante a interação com 25 os colegas e professores, daí surgem a necessidade de o professor ser um mediador, oferecendo subsídios para que a criança possa brincar de maneira que sinta prazer e, consecutivamente, aprenda através da brincadeira. A mediação do professor é algo de extrema relevância à importância que se constitui o brincar, como afirma, D’Ambrósio, (1996, p. 36): Atrelada à importância que se constitui o brincar dentro de diferentes contextos, como em casa, na escola e em instituições especialmente organizadas para esse fim (brinquedotecas), ganhas realce a figura do educador, conforme foi mencionado, pois, ao exercer suas funções, pode atuar como mediador entre as situações de brinquedo e a criança. O professor deve criar espaços e tempos para a brincadeira e os jogos, permitindo diversas formas de brincadeira, de modo que as crianças não atrapalhem umas as outras, que possam brincar e jogar em amplos espaços para que se movimentem e não atrapalhe quem está realizando brincadeiras e jogos mais sedentários. A ludicidade deve fazer parte do cotidiano da escola, visto que, a mesma possibilita o desenvolvimento integral. É através de atividades lúdicas, como a brincadeira, que é desenvolvida a afetividade e a socialização, fazendo com que a criança construa seu conhecimento de maneira lúdica e prazerosa. Lopes (2001) destaca que a aprendizagem e a ludicidade não possui objetivos diferentes, pois é através da brincadeira e do jogo que evidenciamos a aprendizagem das crianças. Por meio da brincadeira, a criança expõe o que é realmente significativo para ela, demonstrando a aprendizagem adquirida de forma espontânea. A brincadeira no espaço escolar se constitui como um fator fundamental para que a criança se desenvolva fisicamente, intelectualmente e socialmente, pois quando ela brinca, desenvolve suas habilidades, sua inteligência e aprende a socializar-se com outras crianças e adultos. Através da brincadeira, a criança projeta seu inconsciente, desenvolve sua 26 criatividade, sua imaginação e sociabilidade, assim como, descarrega suas emoções. A brincadeira se coloca num patamar importantíssimo para a felicidade e a realização da criança, no presente e no futuro. Para Sabini (2008) por meio das brincadeiras é possível evidenciar o nível de desenvolvimento das crianças, seu modo de ser e reagir, suas fantasias, seus desejos, seus receios, seus conflitos afetivos. Durante a brincadeira, o espaço, os brinquedos, os objetos, os gestos tem um significado diferente do que realmente é, pois as crianças recriam os acontecimentos, os fatos, tendo consciência de que estão brincando e assumindo um papel neste momento. O papel assumido pela criança durante o brincar, parte do conhecimento que ela tem das características do personagem no qual ela está interpretando, da imitação de alguém, de alguma história, da televisão, de alguma experiência vivida, enfim. De um determinado papel, ela pode recriar outro, relacionando com diversas situações já vividas ou evidenciadas pela criança. Cabe ao professor estimular, possibilitar espaços para que a criança brinque livremente com os colegas, crie seus personagens de forma espontânea e criativa, tenha livre escolha de brincar com o que e quem ela quiser. Tudo isto, reflete em resultados significativos em relação ao conhecimento e aprendizagem que as crianças adquirem enquanto brincam. Smole, (2000, p. 39) comenta que nos dias atuais, estas ideias continuam influenciando as práticas pedagógicas de nossas escolas, que nem sempre atingem o ideal de desenvolvimento educacional da criança, podendo ser encontrada: Na forma de ausência e proibição da brincadeira, onde é considerada um estorvo na situação de aprendizagem; Como instrumento didático, que concebe o mesmo como preparação para a escolaridade futura da criança; Como atividade recreativa que permite que as crianças liberem suas energias; Como jogos simbólicos que tem como fim extravasar supostas emoções reprimidas e traumáticas da vida cotidiana da criança; onde o professor não proíbe e também não interfere na brincadeira da criança, e neste caso, o que vai se constatar é que a criança reproduz somente aquilo que já sabia, não havendo, um desenvolvimento da aprendizagem, ou seja, 27 um avanço no conhecimento infantil, portanto se a escola fica só no conhecimento que a criança tem, ela é considerada ineficiente. É importante que o professor conheça as fases de desenvolvimento da criança para adequar o seu conteúdo à faixa etária a que se destina. O lúdico é valioso pela alegria experimentada e por oferecer excelentes oportunidades para o desenvolvimento integral da criança. É na interação da criança com o mundo físico e social que as características e peculiaridades desse mundo vão sendo conhecidas. Para cada criança a construção desse conhecimento exige elaboração, ou seja, uma ação sobre o mundo. Sabini (2008) destaca que perante os novos desafios que a sociedade impõe, a escola deve se preocupar em formar pessoas independentes, capazes de ser o seu principal agente do seu desenvolvimento, que saibam usar seus saberes e habilidades na construção ativa de uma comunidade igualitária, prosperem e possam, ao mesmo tempo, alcançar a mais simples e também mais ambiciosa das aspirações: ser feliz. O desenvolvimento pessoal pode ser conseguido através do estímulo da autodescoberta e a apresentação de situações que propiciem o surgimento da autoconfiança e do senso crítico. Para que estas novas habilidades possam ser aproveitadas, principalmente em um sentido societário, é necessário que sejam expressas. Kishimoto (2007) destaca que no contexto das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais se concebe a educação escolar como uma prática que tem possibilidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para construir os instrumentos de compreensão da realidade e de participação em relações sociais e culturais diversificadas, condições estas fundamentais para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade democrática e não excludente. A escola conquista 28 estes objetivos sociais à medida que traz para o seu interior o cultivo dos bens culturais e sociais que existem ao seu redor, nos diversos participantes do processo educacional, como professores, pais e diversos agentes da comunidade. A educação vem a ser nesse sentido a estimulação das potencialidades da criança pelas demandas das situações sociais que elas mesmas se encontram. Através dessas demandas ela é estimulada a atuar como membro de uma unidade para emergir de sua original inépcia para a ação e o sentimento, e para conceber por si mesma o seu ponto de vista sobre o bem-estar do grupo a que pertence. Os jogos permitem excelente vivência em grupo; por meio deles a criança aprende a exercitar a liderança, a compartilhar e saber ser liderada. Para que estas habilidades possam surgir de forma espontânea e profícua é necessário que o educador saiba como balanceá-las. Compete ao meio escolar contrabalançar os vários elementos do ambiente social e ter em vista dar a cada indivíduo a oportunidade para fugir das limitações do grupo social em que nasceu, entrando em contato com um ambiente mais amplo. (BRASIL, 2004). Ao contrário do que rotineiramente se pode pensar, planejar situações que permitam fluir a afetividade não compromete em nada a sua espontaneidade. O que pode ocorrer é a falta do hábito inviabilizar qualquer iniciativa e as pessoas tornam-se inacessíveis sem perceber. O ambiente lúdico, mais uma vez, por sair da realidade, dá lugar para a afetividade e isto pode significar muito. A escola deve propiciar um ambiente salutar e oferecer estes espaços para discussão, uma conduta de exemplos capazes de frutificar atitudes verdadeiras e conscientes, espaços de convívio onde prevaleçam o respeito e o amor. 29 4 JOGOS MATEMÁTICOS: O USO EM DUAS ESCOLAS (PÚBLICA E PARTICULAR) DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA Será apresentado nesta parte do trabalho os posicionamentos dos gestores e docentes de duas escolas (pública e particular) do ensino fundamental do município de Santarém. Os dados obtidos serão expostos na íntegra, com comentários posteriores da pesquisadora, confrontando e analisando os dados obtidos, de forma a se compreender o universo pesquisado e se atingir os objetivos esperados. 4.1 OS JOGOS DISPONÍVEIS NA ESCOLA Houve uma diferença considerável em termos de disponibilidade de jogos matemáticos nas escolas pesquisas, pois a escola pública dispunha de mais jogos do que a escola particular, que tinha apenas três tipos de jogos matemáticos. Porém, para se melhor explicar sobre o tema, nesta parte do trabalho se enfatizou primeiramente, a função de cada tipo de jogo matemático encontrado nas duas escolas, sendo que o destaque é para o nome dos jogos, conceito e funções. O Ábaco consiste em uma pequena tábua que contém um certo número de contas, e é possível através dele realizarem-se cálculos numa velocidade bem maior do que se o cálculo fosse feito apenas utilizando-se a mente. Os ábacos antigos continham 10 contas em cada fio, porém os ábacos utilizados hoje em dia tem a chamada barra divisora, existindo cinco contas abaixo da barra divisora e duas acima deles, desta forma as contas que estão sobre a barra divisora contam cinco, e as abaixo contam apenas um. (FIORENTINI, 2004). Ao jogar Xadrez, por exemplo, o jogador tem que lidar com técnicas de defesa, estratégias de ataque, melhor posicionamento das peças e muita concentração. Sabemos que as estratégias são fundamentais em nossa vida cotidiana, e que as técnicas de concentração são fundamentais para a concretização 30 do aprendizado. Outros jogos que estimulam o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático são o sudoku, caça-palavras, bilhar, batalha naval, caminho das águas, e tantos outros que sob pesquisa pode-se encontrar. No ábaco, cada pino equivale a uma posição do Sistema de Numeração Decimal, sendo que o 1º, da direita para a esquerda representa a unidade, e os imediatamente posteriores representam a dezena, centena, unidade de milhar e assim por diante. O ábaco de pinos tem uma grande vantagem frente ao ábaco horizontal, pela possibilidade de movimentação das peças, que podem ser retiradas e não só "passadas" de um lado para outro, como no ábaco horizontal. Nas atividades de subtração, essa estratégia facilita muito o manuseio do aluno, que necessita retirar e reagrupar peças em diferentes posições. (FIORENTINI, 2004). Por ser um material bastante prático, ele pode também ser feito com materiais de sucata. Embora não tenha tanta durabilidade quanto os ábacos de madeira (que podem ser construídos por pais ou encomendados para marceneiros), pode constituir uma alternativa para o problema de falta de material. Para a base podem ser usadas caixas de sapato, formas de ovos, bandejas de isopor, retângulos de madeira ou algo semelhante, onde possam ser fixados palitos objetos retos que sirvam como pinos. Para servir de roscas, podem ser usadas tampinhas de refrigerante (de preferência aquelas antigas de chapinha de ferro amassadas e furadas no meio), canudinhos de refrigerante cortados em pequenos pedaços, ou mesmo arruelas e porcas de mecânicos. O professor pode usar seus próprios recursos e descobrir outras possibilidades de confeccionar o ábaco com seus alunos. O Dominó - A forma mais comum de jogar o dominó no Brasil é entre duplas (4 jogadores 2x2), onde cada jogador recebe 7 peças, ou jogar-se com 2 jogadores com 7 pedras cada um e 14 pedras para comprar no caso do oponente não ter a 31 pedra da vez. O primeiro a jogar pode ser por duas regras: O que tem a pedra 6x6 (barata, carreta, carrilhão, carretão, bucha, dozão, carrão) sempre começa a partida, ou quem sortear a peça mais alta antes de iniciar a primeira partida iniciará, as demais partidas iniciam no sentido anti-horário a partir deste jogador. Segundo Câmara (2002) o objetivo é baixar todas as peças primeiro, ou fechar o jogo (menos habitual). O jogo fica fechado quando não é mais possível baixar peças, geralmente quando as duas pontas do jogo têm o mesmo número e não existem mais peças com este número na mão dos jogadores. Quando o jogo fica fechado, quem tiver menos pontos em peças na mão ganha e leva a pontuação em peças na mão do adversário, no caso de jogo por pontos. Conteúdos a serem trabalhados: Noções de quantidade, igualdade, probabilidade e temas transversais, como: conhecimentos gerais sobre histórico e regras do dominó e a sua relevância nas atividades lúdicas. Objetivos da atividade: Demonstrar a aplicabilidade da Matemática em atividades lúdicas e desenvolver a capacidade do aluno para trabalhar em grupos, competindo com os colegas, respeitando a individualidade de cada colega e, principalmente, incentivar o aluno para a pesquisa e aprendizagem de forma prazerosa. Habilidades trabalhadas: Desenvolvimento de agilidade nas atitudes, fazendo uso do raciocínio lógico matemático para aplicar a estratégica adequada para competir e vencer. Câmara (2002) aponta a sequência didática da atividade: a) Incentivo a pesquisa sobre a historia e regras do dominó; b) Estabelecimento de prazo para a apresentação da pesquisa; c) Discussão sobre o resultado da pesquisa; d) Organização do ambiente para a realização do jogo; e) Escolha dos participantes 32 (grupos); f) Análise dos resultados g) Conclusão da atividade, demonstrando, matematicamente, o número de vencedores e perdedores. Os tipos de jogos matemáticos existentes na Escola Particular pesquisada: Figura nº 01: Xadrez, Ábaco e Tabuada. Fonte: Escola Particular pesquisada, 2013. 33 Os tipos de jogos matemáticos existentes na Escola Pública pesquisada: 34 Figura nº 02: Blocos Lógicos, Dominó: Frações e Adição, Divisão e Multiplicação, Dominó Subtração, Jogo da Memória, Xadrez, Ábago, Tabuada de madeira, Lotos Numéricas, Material Dourado. Fonte: Escola Pública pesquisada, 2013. 4.2 O JOGO MATEMÁTICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA ESCOLA PARTICULAR 4.2.1 Docentes sobre a Matemática através de Jogos Matemáticos O professor de Matemática da Escola Particular pesquisada, respondeu a um questionário contendo cinco perguntas do tipo subjetivas: Quais materiais pedagógicos para ensinar Matemática a Escola possui? Passa-repassa, joguinhos de dominó, ábaco, tabuada de madeira. A Escola pesquisada demonstrou ter uma quantidade mínima de recursos metodológicos para o ensino da Matemática para o 5º ano do Ensino Fundamental. Não se têm variedade, novidades, ficando nas mãos do docente a variação e momento de uso, para que um recurso pedagógico não se torne regra, e, sim uma exceção significativa como instrumento motivador da aprendizagem. Quais materiais pedagógicos existente na Escola você costuma utilizar em sala de aula para ensinar Matemática? Bingo de tabuada, campeonato (equipe). A Escola já possui poucos materiais pedagógicos, e o docente não chega a utilizar todos os que a escola possui, podendo variar mais para inovar os meios de ensino motivador da aprendizagem. Seria interessante que o docente pudesse encaixar os jogos existentes na escola para ensinar Matemática. Quais materiais metodológicos você utiliza confeccionados por você ou pelos alunos em sala de aula para ensinar Matemática? Tiro ao alvo. Tabelas. Criação de problemas (frutas, outros objetos). 35 Se por um lado o docente deixa de utilizar os materiais existentes na escola, como os jogos, a criatividade também inclui um estilo divertido e com uso de ludicidade e objeto concreto para ensinar Matemática, mostrando que o docente varia as metodologias empregadas em sala de aula em prol do aprendizado discente. Você já utilizou de jogos matemáticos em sala de aula para ensinar Matemática, quais? Sim. Passa-repassa, joguinhos de dominó, ábaco, tabuada de madeira. Os jogos, como já foi mencionado nesta pesquisa, é tido como brincadeira por trazer um momento prazeroso à criança, divertido, integrador e acolhedor, por isso, se tornam essenciais para a Matemática no ensino fundamental. Qual sua percepção da aprendizagem dos alunos em relação ao aprendizado de Matemática quando se utiliza de jogos matemáticos? Grandes objetivos alcançados. A docente demonstra o quanto é importante buscar suscitar a vontade de aprender nos alunos, de criar oportunidades para este aprendizado. O maior objetivo dos professores a lançarem mão deste tipo de recurso metodológico, como os jogos matemáticos, é facilitar e alcançar o aprendizado discente, fazer com que o alunos se estimulem ao aprendizado e que este ocorra de forma integral e satisfatória. Participaram da pesquisa 10 alunos do 5º ano da Escola Particular participante da pesquisa, que responderam a um questionário contendo quatro perguntas do tipo objetiva sobre o uso de jogos matemáticos em sala de aula. 36 4.2.1 Discentes sobre a Matemática através de Jogos Matemáticos Participaram da pesquisa 10 alunos do 5º ano da Escola Particular pesquisada, sendo que os mesmos responderam a um questionário contendo 4 perguntas do tipo objetivas. Os alunos foram orientados em relação aos objetivos da pesquisa e tiveram um tempo determinado pelo docente para as respostas. Você gosta da disciplina de Matemática? 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 90% Sim Não 10% Sim Não Gráfico nº 1: Aceitação da Disciplina de Matemática Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. A maioria dos alunos 90% (9) afirmaram que gostam da disciplina de matemática e apenas 10% (1) afirmou que não gosta. Esse resultado demonstra que qualquer esforço do docente para promover o ensino desta disciplina será sempre bem vindo em sala de aula e só irá contribuir ainda mais com o aprendizado dos alunos que já possuem boa aceitação da disciplina. Por isso, é no mínimo curioso o fato da escola dispor de poucos jogos matemáticos para o ensino dessa matéria. Você tem alguma dificuldade na disciplina de Matemática? 37 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 60% 40% Sim Não Sim Não Gráfico nº 2: Dificuldade Discente na Disciplina de Matemática Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. A maioria dos alunos afirmaram que não tem dificuldade na disciplina de Matemática, sendo 60% (6) porém, uma parcela significativa dos participantes da pesquisa afirmaram que tem dificuldade, sendo 40% (4) dos alunos. Sendo assim, é importante que os docentes procurem motivar o aprendizado discentes, uma vez que já contam com a boa aceitação da turma a esta disciplina. A professora utiliza jogos em sala de aula para ensinar Matemática, quais? Gráfico nº 3: Docente utiliza Jogos Matemático em sala de aula Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. 38 Todos os participantes da pesquisa, 100% (10) alunos, afirmaram que os docentes utilizam de jogos matemáticos para o ensino desta disciplina em sala de aula. É importante destacar aqui, que oficialmente, os docentes só dispõe na escola de três tipos de jogos matemáticos, por isso, utilizam os que possuem, merecendo que a escola pesquisada possa auxiliar os docentes e ofertar uma maior variedade de jogos matemáticos para motivação da aprendizagem. Você gosta quando as aulas de Matemática são ensinadas com jogos matemáticos? 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 90% Sim Não 10% Sim Não Gráfico nº 4: Motivação dos Jogos Matemáticos a Aprendizagem Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. A maioria dos alunos, 90% (9) afirmaram que aceitam, que gostam de assistir as aulas quando estas são ministradas com este tipo de recursos. Essa afirmação já é uma dupla “dica” em relação a proposta de uso de jogos matemáticos. 4.3 OS JOGOS MATEMÁTICOS NA ESCOLA PÚBLICA 4.3.1 O Jogo Matemático como Recurso Pedagógico na Escola Pública A professora de matemática da Escola pública pesquisada, respondeu a um questionário subjetivo contendo cinco perguntas: Quais materiais pedagógicos para ensinar matemática a Escola possui? Material dourado, dominó, entre outros. 39 A Escola Pública pesquisada demonstrou possuir diversos jogos matemáticos que facilitam o aprendizado, porém, a exemplo da professora da Escola particular, a professora da Escola Pública pesquisada, também não demonstra fazer muito uso do material que a Escola possui, pois, na pesquisa foram identificados diversos instrumentos pedagógicos de ensino da Matemática, e a docente só citou dois. Ou seja, tem o material, mas não aproveita o mesmo da forma contemplar o que a Escola dispõe para facilitar o aprendizado do aluno. Quais materiais pedagógicos existente na Escola você costuma utilizar em sala de aula para ensinar Matemática? Os acima mencionados, entre outros confeccionados, como: tabuleiros de tabuada, dominós, etc. A Escola Pública pesquisada dispõe dos materiais mencionados como sendo os confeccionados pela professora, talvez esta não tenha conhecimento que sua Escola possui esses materiais e que eles podem ser solicitados e manuseados pelos alunos, e, que qualquer docente pode ter acesso, desde que esteja em seu planejamento, para que todas as séries que também necessitarem desses recursos possam contar com ele, já que é da Escola, é de todos. Quais materiais metodológicos você utiliza confeccionados por você ou pelos alunos em sala de aula para ensinar Matemática? Tabuleiros de tabuada, tangran, peças de formas geométricas, etc. A Escola pesquisada possui tabuleiro de tabuada, porém, é interessante saber que a docente confecciona esse material e que utiliza de outros para despertar a atenção dos alunos para o aprendizado de Matemática. Você já utilizou de jogos matemáticos em sala de aula para ensinar matemática, quais? Sim, os acima mencionados. 40 A professora demonstrou boa vontade de estimular a curiosidade dos alunos através de recursos metodológicos interessantes e divertidos, como são os jogos de dominó e os confeccionados pela própria docente. Essa utilização de metodologia diversificada para ensinar Matemática, ajuda o aluno no desenvolvimento pleno, na busca da construção do conhecimento. Qual sua percepção da aprendizagem dos alunos em relação ao aprendizado de Matemática quando se utiliza de jogos matemáticos? Bem melhor do que sem eles. As professoras concordaram neste aspecto e demonstraram a importância do uso de jogos matemáticos para motivar o aprendizado, e notam o quanto os alunos gostam desse tipo de metodologia, justamente por ela facilitar a aquisição de conhecimento, fazer com que o aluno goste mais da disciplina, e, começa a gostar quando a entende melhor, e nisso os jogos matemáticos são essenciais, pois, a maioria são simples, e, tem mesmo a função facilitadora de conhecimento. 4.3.2 O Jogo Matemático como Recurso Pedagógico na Escola Pública Você gosta da disciplina de Matemática? 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 50% 50% Sim Não Sim Não Gráfico nº 5: Aceitação da Disciplina de Matemática Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. Dos 10 alunos da Escola Pública participantes da pesquisa, 50% (5) afirmaram não gostar da disciplina de Matemática e 50% (5) afirmaram gostar. Aqui nota-se que 41 os docentes do 5º ano da Escola Pública, necessitam conquistar mais seus alunos, possuem esse desafio, por isso, a importância dos jogos matemáticos, por oferecer um aprendizado divertido, que fascine os alunos e estimule ao aprendizado. Você têm alguma dificuldade na disciplina de Matemática? Gráfico nº 6: Dificuldades Dicentes na Disciplina de Matemática Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. Aqui um resultado preocupante e que enseja urgência em motivar cada dia mais os alunos ao aprendizado, é que 100% (10) dos alunos, a totalidade dos participantes da pesquisa, afirmaram que possuem dificuldades no aprendizado da disciplina, por isso, os jogos matemáticos, que remetem as brincadeiras, a motivação, a integração do grupo, se faz necessário, e, ao contrário da escola particular que tem poucos recursos pedagógicos para oferecer aos docentes para trabalhar a disciplina de Matemática, a escola pública possui diversidade deste recurso metodológico, por isso, deve aproveitar de maneira sensata e eficaz, usando sempre os momentos mais adequados para propor este tipo de metodologia. A professora utiliza jogos em sala de aula para ensinar Matemática, quais? 42 Gráfico nº 7: Utilização de Jogos Matemáticos na Disciplina de Matemática Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. Você gosta quando as aulas de Matemática são ensinadas com jogos lúdicos? Gráfico nº 8: Motivação dos Jogos Matemáticos a Aprendizagem Fonte: Alunos da Escola Particular, 2013. Todos os participantes da pesquisa 100% (10) alunos, afirmaram que gostam quando os docentes utilizam de jogos para ensinar a disciplina de Matemática. E se pensado unir o útil com o agradável, os professores farão bom uso do vasto material pedagógico existente na escola para ensinar Matemática. Os alunos gostam da ideia do uso dos jogos matemáticos para melhorar o aprendizado, por isso, os professores devem propor, sempre que possível, atividades com este tipo de recurso metodológico, que neste caso, já é existente na escola. 43 5 CONCLUSÃO A Matemática está presente no cotidiano de todo cidadão e desempenha papel decisivo na vida das pessoas, ajudando-as resolver situações diversas. Ao olhar as horas no relógio, ao fazer as refeições, caminhar pelas ruas e fazer compras, exercitam-se os conhecimentos matemáticos. O ensino da Matemática deve fundir-se à aprendizagem natural, espontânea e prazerosa que os alunos podem experimentar na escola. O desenvolvimento educacional em ambiente escolar deve ser considerado sob o ponto de vista pessoal e sob o ponto de vista de cooperação, visto como uma atuação participante e construtiva na comunidade, e a Matemática pode contribuir fundamentalmente neste aspecto, como as demais disciplinas. A pesquisa se propunha em averiguar qual a importância da utilização de jogos matemáticos no ensino fundamental e se existe diferença de aplicabilidade destes jogos em relação ao ensino público e privado. O que se constatou foi que os docentes utilizam dos jogos matemáticos em suas aulas, porém, a Escola Particular pesquisada possui poucos recursos metodológicos neste aspecto, todavia, os alunos gostam da disciplina e afirmaram ter pouca dificuldade no aprendizado em Matemática, e ressaltaram gostar das aulas quando os docentes utilizam de jogos matemáticos para facilitar e motivar o aprendizado. Já na Escola Pública, a variedade de material pedagógico chamou a atenção. São diversos tipos de jogos matemáticos, a maioria com efeito de ludicidade. A exemplo da Escola particular, os alunos também gostam das aulas com o uso desse tipo de metodologia, porém, ao contrário dos alunos da escola particular, os alunos da Escola pública afirmaram ter dificuldade na disciplina de Matemática. Teoricamente, precisam de mais motivação para a aprendizagem e na escola possui 44 vastamente este tipo de motivação, cabendo a ação docente promover o aprendizado de forma integradora, divertida e eficaz. O trabalho não se propunha a uma análise aprofundada e comparativa avaliativa do uso de jogos matemáticos pelas escolas pesquisadas, para que funcionasse a pesquisa como uma análise comparativa de melhor ensino. Não era essa a intenção. Contudo, ficou bem claro, que se uma escola está precisando investir mais em recursos metodológicos, a outra, do governo, está precisando fazer melhor uso do material que já dispõe. 45 REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. Inteligências múltiplas e seus jogos inteligência. Petrópolis: Vozes, 2006. ARANÃO, Ivana V. D. A Matemática através de brincadeiras e jogos. Campinas: Papirus, 1996. ARDNER, Martin. Divertimentos matemáticos. São Paulo: IBRASA, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Explorando o ensino da Matemática: artigos. Brasília: MEC, 2004. BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002. BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN: Ensino Fundamental– orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2002. CÂMARA, Marcelo. Algumas concepções sobre o ensino-aprendizagem em Matemática, Educação Matemática em Revista. n.° 12, São Paulo, SBEM, 2002. CARRAHER, Terezinha Nunes; SCHLIEMANN, Ana Lúcia Dias. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1993. CHAMORRO, M. Didática da Matemática para Ensino Fundamental. Madrid: Pearson Educación, 2003. CHEVALLARD, Yves. Estudar Matemática: o elo perdido entre o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2001. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus, 1996. 46 FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no Ensino da Matemática. São Paulo: Boletim SBEM, 2004. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ, 2007. LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. São Paulo: Cortez, 2001. MAYER, R. E. A Capacidade para a Matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005. NOGUEIRA, C. M. I. Tendências em educação matemática escolar: das relações aluno-professor e o saber matemático. Maringá: EDUEM, 2005. SABINI, Cória; LUCENA, Aparecida R. F. Jogos e brincadeiras na educação infantil. São Paulo: Papirus, 2008. SMOLE, Kátia; DINIZ, Maria Ignez S. V.; CANDIDO, Patrícia T. Brincadeiras infantis nas aulas de Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2000. 47 APÊNDICE UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ CURSO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA TEMA: JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA. I. IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA Nome do participante:________________________________________________. Grau de Escolaridade:________________________________________________. Tempo de Trabalho no Magistério:______________________________________. Experiência em escola pública e particular:______________________________. II. EIXO TEMÁTICO 1: MATERIAIS PEDAGÓGICOS DA ESCOLA Quais materiais pedagógicos para ensinar matemática a Escola possui? ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Quais materiais pedagógicos existente na Escola você costuma utilizar em sala de aula para ensinar matemática? ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ III. EIXO TEMÁTICO 2: MATERIAIS METODOLÓGICOS TRAZIDOS PELO PROFESSOR PARA A SALA DE AULA Quais materiais metodológicos você utiliza confeccionados por você ou pelos alunos em sala de aula para ensinar matemática? ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 48 Você já utilizou de jogos matemáticos em sala de aula para ensinar matemática, quais? ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Qual sua percepção da aprendizagem dos alunos em relação ao aprendizado de matemática quando se utiliza de jogos matemáticos? ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 49 UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ CURSO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA TEMA: JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA. QUESTIONÁRIO PARA APLICAÇÃO COM ALUNOS DO 5º ANO – ESCOLA PARTICULAR 1) Você gosta da disciplina de matemática? ( ) Sim ( ) Não 2) Você têm alguma dificuldade na disciplina de matemática? ( ) Sim ( ) Não 3) A professora utiliza jogos em sala de aula para ensinar matemática, quais? ( ) Sim ( ) Não ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4) Você gosta quando as aulas de matemática são ensinadas com jogos? ( ) Sim ( ) Não 50 UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ CURSO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA TEMA: JOGOS MATEMÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO 5º ANO EM DUAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE SANTARÉM/PA. QUESTIONÁRIO PARA APLICAÇÃO COM ALUNOS DO 5º ANO – ESCOLA PÚBLICA 1) Você gosta da disciplina de matemática? ( ) Sim ( ) Não 2) Você têm alguma dificuldade na disciplina de matemática? ( ) Sim ( ) Não 3) A professora utiliza jogos em sala de aula para ensinar matemática, quais? ( ) Sim ( ) Não ____________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4) Você gosta quando as aulas de matemática são ensinadas com jogos? ( ) Sim ( ) Não