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Integral Dupla (conceitos)

Conceitos fundamentais de integração dupla, como é utilizada.

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    December 2018
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INTEGRAIS DUPLAS VOLUMES E INTEGRAIS DUPLAS Na tentativa de resolver o problema de determinar áreas, chegamos à definição de integral definida. Vamos aplicar procedimento semelhante para calcular o volume de um sólido e, no processo, chegar à definição de integral dupla. Consideremos uma função f de duas variáveis definida em um retângulo fechado R = [a,b] x [c,d] = {(x,y) IR2| a < x < b, c < y < d } y d R c a b x e vamos, inicialmente, supor f(x,y) > 0. O gráfico de f é a superfície de equação z = f(x,y). z S y R x Seja S o sólido que está contido na região acima de R e abaixo do gráfico de S, ou seja, S = {(x,y,z) IR3| (x,y) R, 0 < z < f(x,y)} Nosso objetivo é determinar o volume de S. O primeiro passo consiste em dividir o retângulo R em sub-retângulos. Faremos isso dividindo o intervalo [a,b] em m subintervalos [xi-1 , xi], de mesmo comprimento x = (b – a) / m, e o intervalo [c,d] em n subintervalos [yj-1 , y j], de mesmo comprimento y = (b – a) / n. traçando retas paralelas aos eixos coordenados passando pelos extremos dos subintervalos, formamos os sub-retângulos. Rij = [x i-1,x i] x [y j-1,y j ] = {(x,y) | x i-1 < x < x i , y j-1 < y < y j } cada um dos quais com área A = x y. y R Rij d (xij , yij) yj y yj-1 y2 y1 c a x1 xi xi-1 x2 b x x Se escolhermos um ponto arbitrário (xij , yij) em cada Rij, podemos aproximar a parte de S que está acima de cada Rij por uma caixa retangular fina (ou um prisma) com base Rij e altura f(xij , yij). O volume desta caixa é dado pela sua altura vezes a área do retângulo da base: Vij = f(xij , yij) A. Se seguirmos com esse procedimento para todos os retângulos e somarmos os volumes das caixas correspondentes, obteremos uma aproximação do volume total de S: n m i 1 j 1 V f ( x ij , y ij ) A Essa dupla soma significa que, para cada sub-retângulo, calculamos o valor de f no ponto amostra escolhido, multiplicamos esse valor pela área do sub-retângulo e, então, adicionamos os resultados. z S f (xij , yij ) Vij y R (xij , yij ) x n m i 1 j 1 Nossa intuição diz que a aproximação V f ( x ij , y ij ) A melhora quando aumentamos os valores de m e de n e, portanto, devemos esperar que: n m i 1 j 1 V = lim m, n f ( x ij , y ij ) A . Usamos essa expressão para definir o volume do sólido S que corresponde à região que está acima do retângulo R e abaixo do gráfico de f. Mesmo f não sendo uma função positiva, podemos dar a seguinte definição: A integral dupla de f sobre o retângulo R é f ( x, y)dA R n m i 1 j 1 lim m, n f ( x ij , y ij ) A se esse limite existir. Pode ser provado que o limite existe sempre que f for uma função contínua. Além disso, se f(x,y) > 0, então o volume do sólido que está acima do retângulo R e abaixo da superfície z = f(x.y) é V f ( x, y)dA . R n m A soma f ( x ij , y ij ) A é chamada soma dupla de Riemann e é usada como i 1 j 1 aproximação do valor da integral dupla. Exemplo 1: O volume do sólido que está acima do quadrado R = [0,2] x [0,2] e abaixo do parabolóide elíptico z = 16 – x2 – 2y2 pode ser aproximado pela subdivisão de R em quatro quadrados iguais e a escolha do ponto amostra como o canto superior de cada quadrado Rij. y (1,2) (2,2) R22 (1,1) (2,1) 2 R12 1 R11 0 R21 1 2 x Solução: Os quadrados estão ilustrados na figura acima e a área de cada um vale 1. O parabolóide é o gráfico de f(x,y) = 16 – x2 – 2y2. Aproximando o volume pela soma de Riemann com m = n = 2, temos: 2 2 i 1 j 1 f ( x ij , y ij ) A = f(1,1) A + f(1,2) A + f(2,1) A + f(2,2) A V = 13(1) + 7(1) + 10(1) + 4(1) = 34 Esse é o volume das caixas aproximadoras, como mostra a figura abaixo: Obtemos melhor aproximação do volume quando aumentamos o número de quadrados. A figura abaixo mostra como as figuras começam a parecer mais com o sólido verdadeiro e as aproximações correspondentes vão se tornando mais precisas quando usamos 16, 64 e 256 quadrados. INTEGRAIS ITERADAS Se f for contínua no retângulo R = { (x,y) | a < x < b, c < y < d }, então calculamos a integral dupla de f em R através de integrais iteradas, como mostrado abaixo: b d f ( x, y)dA R d b f ( x, y)dy dx a c f ( x , y)dx dy c a Este resultado, conhecido como Teorema de Fubini, vale sempre que f for limitada em R, podendo ser descontínua em um número finito de pontos de R. Exemplo 2: Calcule o valor da integral y x 2 ydA , onde R = [0,3] x [1,2] R 2 R 1 0 3 3 2 0 3 0 1 0 3 2 3 x3 x dx = 2 2 3 3 x3 = 2 0 2 y2 x 2 2 x ydy dx = x ydA = R 3 2 2 Solução: x 3 0 3 x2 dx = 0 1 4 1 x 2 dx = 2 2 27 13,5 2 ou 2 3 x ydx dy = x ydA = R 2 2 2 1 0 1 x3 y 3 3 2 dy = 0 1 27 y 0 dy = 3 2 1 9y 2 9 y dy = 2 2 = 1 36 9 27 13,5 2 2 2 O valor obtido é o volume do sólido acima de R e abaixo do gráfico da função f(x,y) = x2 y (Veja figura ao lado) Exemplo 3: Calcule y sen(xy)dA , onde R = [1,2] x [0, ]. R Solução: 2 y sen(xy)dA R 0 1 ( cos 2 y cos y)dy 0 1 sen 2 sen cos xy 12 dy y sen(xy)dxdy 0 1 sen 2 y 2 sen y 0 1 sen 0 sen 0 0 2 Obs.: 1) Se mudarmos a ordem de integração, invertendo as integrais iteradas, a resolução das mesmas irá requerer a aplicação de técnicas de integração, tornando o trabalho mais demorado. Portanto é importante observar o tipo de função que iremos integrar e fazer uma boa escolha da ordem de integração. 2) O valor obtido nesta integral representa a diferença do volume da parte do sólido que está acima do retângulo R e do volume da parte do sólido que está abaixo de R. Como o resultado foi zero, estes volumes são iguais. Exemplo 4: Determine o volume do sólido S que é delimitado pelo parabolóide elíptico x2 + 2y2 + z = 16, os planos x = 2 e y = 2 e os três planos coordenados. Solução: Observemos, primeiro, que S é o sólido que está abaixo da superfície z = 16 – x2 – 2y2 e acima do retângulo R = [0,2] x [0,2], como mostra a figura. Vamos calcular o volume deste sólido usando integral dupla: V 16 x 2 2 y 2 dA R 2 2 16 x 2 2 y 2 dxdy 0 0 2 16x 0 2 32 0 2 x3 3 2 2xy 2 dy 0 8 4 y 2 dy 3 88 4 y 2 dy 3 0 y3 88 y 4 3 3 2 0 88.2 4.8 3 48 INTEGRAIS DUPLAS EM REGIÕES GENÉRICAS Para integrais simples, a região sobre a qual integramos é sempre um intervalo. Mas, para integrais duplas, queremos ser capazes de integrar a função f, não somente sobre retângulos, mas também sobre um região D de forma mais geral, como mostra a figura abaixo. Vamos supor que D seja uma região limitada, o que significa que D pode ser cercada por uma região retangular R. Definimos, então, uma nova função F com domínio R por f (x, y), se x, y está em D F(x, y) 0, se (x, y) está em R mas não está em D y y R D D 0 D D x 0 x Se a integral dupla de F sobre R existe, então definimos a integral dupla de f sobre D por f (x, y)dA F(x, y)dA D R Cálculo da Derivada Dupla sobre Regiões Planas Genéricas 1) Regiões planas inscritas em faixas verticais: Consideremos uma região D inscrita na faixa vertical a < x < b e entre o gráfico de duas funções contínuas de x, ou seja: D = { (x,y) | a < x < b, g1(x) < y < g2(x) } onde g1 e g2 são contínuas em [a,b]. Por exemplo, as regiões D representadas abaixo: y = g2(x) y y D D 0 a b y = g2(x) y = g2(x) y D D 0 a y = g1(x) x y = g1(x) b D D x 0 a y = g1(x) A integral dupla de f em D é calculada pelas seguintes integrais iteradas: b g2 (x) f ( x , y)dA D sempre que f for contínua em D. f ( x , y)dydx a g1 ( x ) bx 2) Regiões planas inscritas em faixas horizontais: Consideremos uma região D inscrita na faixa horizontal c < y < d e entre o gráfico de duas funções contínuas de y, ou seja: D = { (x,y) | c < y < d, h1(y) < x < h2(y) } onde h1 e h2 são contínuas em [c,d]. Por exemplo, as regiões D representadas abaixo: x = h2(y) y d y d D D x = h2(y) y d D D x = h2(y) D D x = h1(y) c c 0 x x 0 c 0 x x = h1(y) x = h1(y) A integral dupla de f em D é calculada pelas seguintes integrais iteradas: d h2 (x) f ( x , y)dA D f ( x , y)dxdy c h1 ( x ) sempre que f for contínua em D. Exemplo 5: Calcule ( x 2 y)dA onde D é a região limitada pelas parábolas D y = 2x2 e y = 1 + x2. Solução: y A região D está inscrita na faixa vertical –1 < x < 1, pois essas são as abscissas dos pontos de intersecção das duas parábolas e podemos escrever: D = { (x,y) | –1 < x < 1, 2x2 < y < 1 + x2 } Assim, calculamos a integral dupla através das seguintes integrais iteradas: y = 1 + x2 y = 2x2 –1 1 x 1 1 x (x 2 y)dA 1 (x D 1 2x 2 y)dy dx y2 xy 2 1 x2 2x 2 dx 1 1 x (1 x 2 ) (1 x 2 ) 2 2x 3 4x 4 dx 2x 3 4x 4 dx 1 1 x x3 1 2x 2 x4 1 1 3x 4 x3 2x 2 x 1 dx x4 4 x3 2 3 x2 2 1 x5 3 5 1 32 15 x 1 Exemplo 6: Determine o volume do sólido que está abaixo do parabolóide z = x2 + y2 e acima da região do plano xy limitada pela reta y = 2x e pela parábola y = x2. Solução: D é uma região inscrita na faixa vertical 0 < x < 2, portanto: D = { (x,y) | 0 < x < 2, x2 < y < 2x } Assim, o volume é: 2 2x y = 2x x2 V x2 D 0 2 2 x y 0 y = x2 y 2 dA 2 0 14x 3 3 2x y3 3 x x2 2 dx x2 4 y 2 dy dx 2x 0 x6 dx 3 14.16 32 128 12 5 21 216 35 3 8x 3 3 14x 4 12 x x5 5 4 x6 dx 3 x7 21 2 0 Mas também podemos inscrever a região D na faixa horizontal 0 < y < 4, com: y D = { (x,y) | 0 < y < 4, x y} 2 Portanto, o volume pode ser calculado como: y 4 V (x 2 2 y dA D 4 0 x y 5 2 2 y dx dy y 0 1 32 y 3 4 2 0 2 13 3 y dy 24 2 52 y 15 x3 3 2 72 y 7 y xy 4 2 y 2 13 4 y 96 4 0 0 y 3 2 3 y 5 2 y3 24 y3 dy 2 2 2 13 .32 .128 .256 5 7 96 216 35 xydA , onde D é a região limitada pela reta y = x – 1 e pela parábola Exemplo 7: Calcule D y2 = 2x + 6. Solução: y2 = 2x + 6 y=x–1 A intersecção das duas curvas é calculada da seguinte maneira: y2 6 y2 6 x y 1 [y2 = 2x + 6] [y = x – 1] ex=y+1 y2 – 2y – 8 = 0 2 2 y = –2 ( x = –1 ) ou y = 4 (x = 5 ) Portanto os pontos de intersecção das curvas são (-1,-2) e (5,4). Novamente, a região D pode ser considerada inscrita tanto em uma faixa vertical como em uma faixa horizontal. Mas a descrição de D considerada inscrita na faixa vertical -3 < x < 5 é mais complicada, pois sua fronteira inferior é constituída por mais de uma curva. Assim, preferimos expressar D como: y2 6 D = { (x,y) | -2 < y < 4,