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Instalações Elétrica - Industrial - Dispositivos De Comandos Eletromagnéticos

Material Técnico de Instalações Elétricas

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4 Dispositivos de Comando Eletromagnético Este texto tem por finalidade a familiarização com dispositivos e chaves de comando a distância, com possibilidade de efetuar acionamentos seqüenciais pré-determinados ou deslocados em relação ao tempo. 4.1 Generalidades Todo acionamento elétrico além de contar com proteção adequada deve ter ainda dispositivos que permitam a sua ligação e desligamento, sem risco para o operador. Os dispositivos de comando, de acionamento e controle são constituídos por chaves, algumas aptas a interromper ou ligar circuitos com carga (disjuntores), outras perfazendo essas funções somente sem carga (seccionadoras). São fatores determinantes na escolha de disjuntores e seccionadoras suas tensões e correntes nominais, sendo que naqueles é imprescindível à consideração de sua capacidade disruptiva, isto é, o valor máximo da intensidade de corrente que a chave consegue interromper. Em muitas aplicações deve-se executar o comando automaticamente ou à distância. Essas duas funções são executadas pelos "contatores", objeto do presente. Um aspecto de relevante importância no âmbito dos sistemas elétricos, onde estão inseridos os dispositivos de comando, é que coexistem usualmente 3 tipos de circuitos, cada qual com sua função, a saber: - circuito de potência, principal ou de força; - circuito de comando ou controle e proteção; - circuito de sinalização ou supervisão. O circuito de potência é geralmente trifásico e alimenta a carga principal, apresenta usualmente correntes relativamente altas e, portanto condutores com grandes bitolas. Circuito Principal ou Circuito de Força é também o responsável pelo fornecimento da corrente necessária à operação dos equipamentos de comando, proteção, sinalização e supervisão. No caso das montagens no laboratório, os equipamentos serão os motores ou lâmpadas incandescentes para a sinalização. Os motores usados nas montagens do Laboratório de Instalações Elétricas são de potência baixa, pois o objetivo de sua utilização é meramente didático. O circuito de comando e proteção é independente do circuito de potência, não obstante utilize frequentemente a mesma fonte de tensão.O circuito de comando e proteção tem como carga os elementos (usualmente bobinas) que acionam mecanismos que permitem que chaves (contatos), associadas aos dispositivos de comando, mudem de estado (abrir/fechar). Essas chaves podem estar inseridas em circuitos de potência, de sinalização e no próprio circuito de comando e proteção. Os circuitos de comando e proteção incluem chaves (em série) que interrompem esse circuito (cortando a alimentação das bobinas) quando dispositivos de proteção assim determinarem. Os circuitos de sinalização e supervisão fornecem indicações e informações (usualmente luminosas ou sonoras) sobre o estado do circuito principal, como por exemplo, se está operando ou não, se há sobrecarga etc. 4. 2 Elementos de comando auxiliar ou manual 4.2.1 Botoeira As chaves auxiliares tipo botoeiras, são chaves de comando que têm por finalidade interromper ou estabelecer momentaneamente por pulso, um circuito de comando para iniciar, interromper ou continuar um processo de automação. Podem ser montadas em caixas externas ou em painéis. As botoeiras podem ter diversos botões agrupados em painel ou caixa e cada botão pode acionar também diversos contatos (de abertura ou de fechamento). Em geral, externamente são construídos com proteção contra ligação acidental através de uma guarnição que impeça uma possível ativação ou desativação não desejada e possuem longo curso para a ligação. As botoeiras luminosas são dotadas de lâmpadas internas que são alimentadas e se iluminam quando os botões são acionados, elas não devem ser usadas na função desligar e nem na de "desligar em emergência". As botoeiras são marcadas e coloridas conforme a codificação estabelecida por normas para indicar a sua função. Devem ser instaladas bem à mão na altura prevista e disposta fisicamente na posição e espaçamento correto no caso da instalação de várias botoeiras. O parâmetro para escolha de equipamento de manobra para baixa tensão com seus acionamentos, independente do tipo (manual, por volante, manivela, alavanca ou botão de comando) é possibilitar que sejam acionados pelo operador sem maiores reflexões e que o efeito desejado seja conseguido rapidamente. Quando são usados botões de comando para o acionamento à distância, em equipamentos de manobra de baixa tensão, é importante que estes botões sejam identificados por cores nas funções de "liga" e "desliga" e eventuais símbolos complementares, que facilitem e acelerem o comando que se quer realizar. O botão de "desliga" deve, então, estar sob o botão "liga" na posição vertical. Essa disposição também é utilizada e recomendada em diversos outros paises. Existem diferenças, entretanto para a posição horizontal dos botões. As normas recomendam a disposição do botão "desliga" à esquerda do botão "liga". Abaixo podemos ver exemplos práticos de botoeiras: " " " " " " " " " " " " " " " 4.2.2 Botões permanentes São botões cujo acionamento inverte o estado do contato elétrico de forma contínua, de maneira que uma nova inversão requer uma segunda intervenção do usuário e ou operador. Um exemplo prático são as chaves liga/desliga ou interruptores permanentes. Os interruptores utilizados em instalações elétricas prediais do tipo liga/desliga são um dos exemplos mais simples de botões permanentes. " " " " 4.2.3 Botões pulsadores (pushbutton) Os botões pulsadores, também conhecidos como pushbutton (do inglês "botão de empurrar"), são aqueles botões ou interruptores que uma vez acionados pelo operador invertem o estado de seus contatos (aberto ou fechado) e assim permanecem enquanto durar a ação do operador, retornando ao seu estado de "descanso" ou "repouso", a também chamada de "condição inicial". Os interruptores de instalações elétricas prediais do tipo "campainha" são exemplos simples e diretos de botões pulsadores. " " " " " 4.2.4 Chave fim de curso Estes tipos de chaves são dispositivos auxiliares de comando e acionamento mecânico que atuam num circuito com funções tais como: válvulas direcionais com solenóides, contatores e circuitos de sinalização para indicar a posição da haste do cilindro ou de uma parte móvel da máquina. As chaves de fim de curso são basicamente constituídas por uma alavanca ou haste com/sem roldanas na extremidade que transmite o movimento aos contatos que abrem ou fecham conforme a necessidade. Quando dependem de uma ação mecânica para acionar seus contatos, são ditos mecânicos; podendo ser movimento retilíneo ou angular. Quando o móvel de ataque tiver baixa velocidade é recomendável um fim de curso de manobra rápida. A haste terá um movimento lento, porém o disparo do contato será rápido acionado por mola de disparo. As chaves do tipo "fim de curso" são utilizadas em três casos: controle, comando e segurança. Controle: acelerar movimentos, determinar pontos de paradas de partes móveis, produzir seqüência e controle de operação, sinalizar. Comando: inversão de curso ou sentido de movimento de partes móveis, paradas. Segurança: paradas de emergência, alarme e sinalização. Um mesmo fim de curso pode desempenhar ao mesmo tempo várias funções, dependendo dos contatos e do curso do objeto ou elemento de atuação. Em geral o ângulo de ataque da parte móvel deve ser de 30° para uma velocidade de até 0,5m/s; para velocidades superiores o ângulo de ataque deve ser menor. Independente das características elétricas, um fator importante para as chaves fim de curso, e outros aparelhos que estão sujeitos a elevados números de manobras, é a vida útil ou robustez. As características elétricas definem apenas o desgaste dos contatos em função do número de manobras com a carga elétrica. A robustez mecânica é o valor que garante a vida útil do aparelho em função das solicitações mecânicas que ele está sujeito. Outro fator a ser considerado é o grau de proteção, que é a classificação padronizada que indica para determinado equipamento elétrico a sua proteção contra choques, penetração de corpos estranhos e de líquidos. Cada fabricante fornece as características mecânicas e elétricas, assim como seu grau de proteção, para efetuarmos a sua seleção conforme necessidade de projeto. Abaixo temos exemplos de chave do tipo "fim de curso": " " " " " " " " 4.2.5 Termostato O termostato é um dispositivo destinado a manter constante a temperatura de um determinado sistema, através de regulação automática. A função do termostato é impedir que a temperatura de determinado sistema varie além de certos limites preestabelecidos. Um mecanismo desse tipo é composto, fundamentalmente, por dois elementos: um indica a variação térmica sofrida pelo sistema e é chamado elemento sensor; o outro controla essa variação e corrige os desvios de temperatura, mantendo-a dentro do intervalo desejado. Termostatos controlam a temperatura dos refrigeradores, ferros elétricos, ar condicionado e muitos outros equipamentos. Exemplo de elemento sensor são as tiras bimetálicas, constituídas por metais diferentes, rigidamente ligados e de diferentes coeficientes de expansão térmica Assim, quando um bi-metal é submetido a uma variação de temperatura, será forçado a curvar-se, pois os metais não se dilatam igualmente. Esse encurvamento pode ser usado para estabelecer ou interromper um circuito elétrico, que põe em movimento o sistema de correção. Outro tipo de elemento sensor combina as variações de temperatura com variações de pressão para ativar mecanismos corretores. Um recipiente de metal, de volume variável, cheio de líquido ou gás, ligado a um bulbo por um tubo fino, é exemplo desse tipo de sensor. As mudanças de temperatura sofridas pelo fluido do recipiente principal são comunicadas ao bulbo pelo tubo de ligação; como o volume do bulbo é fixo, resulta da mudança de temperatura uma variação na pressão do fluido contido; essa variação transmite-se ao recipiente principal, provocando alteração de seu volume e compensando, dessa forma, o aumento ou diminuição de temperatura. Outro sistema utilizado é o elétrico, tendo a resistência do fio como elemento sensor. " " " " " " " " " 4.2.6 Pressostato (conversor hidráulico-elétrico) Elemento de entrada de sinal para comando onde é feita a conversão de um sinal hidráulico em um sinal elétrico, ou seja, ao haver uma variação de pressão (geralmente pré-determinada) na sua entrada X, um pequeno carretel desloca-se e aciona um micro comutador e, um decréscimo no valor da pressão em X, o comutador retorna a sua condição normal. Em geral os pressostatos apresentam os seguintes elementos: corpo; elemento de pressão; mola; parafuso de ajuste; comutador e as tomadas hidráulicas. " " " " " " 4.2.7 Elementos de Entrada Remota de Sinal (Sensores Sem Contato Mecânico) O termo sensor é utilizado para designar sistemas conversores de uma energia não elétrica em energia elétrica. O sensor deverá interagir com o processo a medir sem alterar as condições a determinar e emitir para o exterior um sinal elétrico de saída proporcional (analógico) ou não (digital) ao valor medido. Os sensores sem contato mecânico, geralmente, são subdivididos segundo a tecnologia de detecção empregada: indutivo, capacitivo, ótico, ultrassônico, magnético, etc. Nesse item será fornecida uma noção sobre aqueles sensores mais empregados nos sistemas elétricos: indutivo, ótico e capacitivo. 4.2.3.1 Sensor Ótico Os sensores óticos encontram uma ampla gama de aplicação nos sistemas automatizados. Permitem a detecção de objetos de qualquer material, dimensão ou forma. Seu funcionamento se dá através da emissão de um feixe de luz, dentro da faixa dos infravermelhos, que será recebida ou não pelo receptor. O sinal de saída será dependente do resultado da detecção: algumas vezes digitais "0" ou "1", ou conforme a intensidade do feixe recebido fornece uma tensão de saída (em geral entre 0 e 10V). Nestes sensores, a luz ambiente não deve influenciar no resultado da detecção, para isso, é normal a emissão de feixes de infravermelho modulados com receptores sintonizados para uma determinada freqüência com filtros de polarização. Com o desenvolvimento da fibra ótica e das células fotoelétricas, ampliou a aplicação destes sensores que permitem o seu uso em áreas limitadas ou de difícil acesso ou ainda quando os motivos de segurança justificam sua aplicação com relação aos demais. Outra razão é a possibilidade de detectar com fidelidade objetos de dimensões reduzidas, em torno de até 0,1 mm. Quando existem problemas com a superfície ou o tipo de material do alvo (como, por exemplo, garrafas ou materiais polidos), faz-se o emprego de fotocélulas de reflexão com filtros polarizados. Deve ser dada a atenção para as condições ambientais entre este tipo sensor e o alvo, uma vez que ambientes muito sujos reduzem a distância de detecção. " " " 4.2.3.2 Sensor Indutivo Detectam materiais metálicos (ou com características metálicas) a uma distância de até 60 mm (dependendo do detector), sendo insensíveis a ambientes agressivos (umidade, pó, sujeiras, etc.). O princípio de funcionamento é através de um oscilador, formado por bobinas que constituem a face sensível de detecção, onde é criado um campo eletromagnético alternado de alta freqüência. Logo que um objeto com propriedades ferromagnéticas é colocado em frente à face do sensor, as correntes induzidas no objeto pelo campo magnético provocam uma carga adicional que altera a amplitude das oscilações. Como resultado ocorre uma variação na tensão de saída do oscilador. Os mais simples possibilitam a definição de um estado lógico "0" ou "1", conforme o resultado da detecção. Características do sinal elétrico de saída de um sensor indutivo: - sinal de saída (0/1), apenas para modelos digitais; - saídas de contato NA ou NF. Nesse caso existe limite de distância do detector ao alvo entre 0,6 a 60 mm, geralmente. Isso variará do tipo de sensor e características ferromagnéticas do alvo. - tensão de saída analógica linear (0 a 10V) e proporcional à distância de detecção (apenas para sensores indutivos analógicos). Algumas aplicações: "1) Detectores de movimento e de "2) Controle de movimento: " "posição: "- fins de curso de cilindros " "- medição de velocidade de rotação;"(pneumáticos ou hidráulicos); " " "- referenciação de eixos de um " "- reconhecimento de presença de "robô; " "objetos metálicos; "- detecção de abertura ou " "- detecção de velocidade nula. "fechamento de portas. " "3) Controle da produção: "4) Controle de sistemas mecânicos: " "- operação automática, exemplo "- falhas de ferramentas; " "chegada de material em máquinas "- substituição de sensores de " "automáticas; "contato. " "- sistemas de alimentação; " " "- confirmação de presença de " " "conteúdo metálico em embalagens. " " "5) Contagem e seleção de objetos: " " "- alimentação de máquinas " " "ferramentas; " " "- controle e seleção de objetos. " " " " " " " 4.2.3.3 Sensor Capacitivo Empregados para detecção de objetos metálicos ou não metálicos, para pequenas distâncias. São largamente empregados para detecção de fluidos e de objetos isolantes. Pode detectar até uma distância de 50 mm, entre o sensor e o alvo. O princípio de seu funcionamento e forma construtiva é semelhante ao sensor indutivo, diferindo-se pela colocação de um condensador na face de detecção. Assim que um material metálico ou não metálico for colocado diante do sensor, a capacidade de acoplamento é alterada o que provoca oscilações no campo magnético. Esta situação é detectada por um comparador que irá gerar um sinal de saída proporcional ao sinal de detecção. Existe, geralmente, junto destes sensores um potenciômetro para ajuste da distância de detecção do objeto. Aplicações típicas: - controle de nível em silos; - controle da altura de líquidos em sistemas de enchimento automático; - controle de vazão. " " " 4.2.8 Relés Os relés elétricos consistem de várias combinações de contatos que são atuados por solenóides. Os relês recebem sinais de botões, temporizadores, chaves fim de curso, pressostato ou outros relé. Desde que o sinal recebido pelo relé seja momentâneo, o relé pela sua ação deve abrir ou fechar contatos. Apenas ao manter a corrente sobre o solenóide do relé ou ter um travamento mecânico que os contatos mantêm-se na posição atuado. O método de travamento mecânico permite ao solenóide ser desenergizado; necessário nos casos onde o relé deve permanecer atuado por muito tempo e elimina o constante zumbido da bobina do solenóide. Um segundo solenóide deve ser provido para destravar o relé do tipo trava mecânica. Existem duas classes de relés elétricos: (1) relés de sinal e (2) relés de potência ou contator. O relé tipo sinal, usado geralmente para processamento de sinal para comando indireto, em geral operam com baixa corrente e os relés de potência para correntes elevadas. Os contatores são empregados em geral para comando do motor elétrico, em casos especiais nos sistemas hidráulicos, ou em alguns casos para válvulas direcionais pilotadas. Os contatos em movimento dos relês são geralmente conhecidos como pólos ou simplesmente "contatos". Esses pólos ou contatos fazem ou desfazem contatos elétricos, dependendo de seu projeto. Os pólos e seus contatos, em geral, são conectados em diferentes cargas do circuito; entretanto, o número de pólos ou contatos requeridos depende do número de circuitos que devem ser chaveados. Os contatos dos relês são normalmente abertos ou fechados quando o solenóide está desenergizado. Os contatos são classificados de acordo com o número de funções que ele deve desempenhar. Se apenas uma única função é desempenhada, para abrir ou fechar uma linha, ele é chamado de contato de porta-única ou contato simples. Um contato duplo é um contato que está ligado à uma linha comum entre um ramo e está em contato com as outras linhas todas às vezes.Também é conhecido como contato reversor ou inversor. Os relês elétricos são geralmente montados sobre painéis de maneira tal que ele possa ser protegido. Eles são disponíveis de forma a serem "plugados" para simplificar sua recolocação; porém, o tipo parafusado ou terminal soldado são os mais comuns. Hermeticamente fechados os relês são disponíveis para aplicações onde é necessário devido a uma atmosfera explosiva, ser à prova de água ou à prova de poeira. " " " " " " " " " " " " " " " 4.3 Elementos de comando auxiliar automáticos São dispositivos de trabalho que operam com eventos ou ocorrências que são independentes de uma ação humana, ou seja, não necessitam de um operador para realizar controle ou acionamento dos circuitos de potência. 4.3.1 Temporizadores Elétricos Temporizadores elétricos são usados para iniciar ou parar vários componentes elétricos que controlam o sistema hidráulico. Se a seqüência de operação da unidade motora pode ser estabelecida, temporizadores elétricos podem ser empregados para coordenar os movimentos motores e o tempo de ciclo automaticamente. Os temporizadores são também denominados de relê de tempo e, liga ou desliga os contatos num circuito, após um determinado tempo regulável. Os contatos podem ser NA ou NF. Existem relês temporizadores com retardo para ligar ou com retardo para desligar, temporizador com retardo para ligar (temporizador ON), sua simbologia em detalhe e simplificada, conforme figura, explica o seguinte funcionamento: ao ser ligado o contato S, é aplicada a tensão entre os bornes A1 e A2 e em conseqüência inicia-se a contagem do tempo ajustado. Uma vez atingido esse tempo, a bobina do relê é energizada e a armadura é atraída pelo campo; ligando dessa maneira dois dos bornes. O temporizador com retardo para desligar (temporizador OFF), tem de imediato um sinal de saída, ao ser fechado um constato S. Somente quando for desligado esse contato, é que se dará início a contagem de tempo, após o qual será defeito o sinal de saída. Existem temporizadores mais antigos que são atuados mecanicamente através de cames e engrenagens, contendo um motor síncrono. Os temporizadores atuais são eletrônicos e o tempo é estabelecido pela taxa de descarga entre um capacitor e um resistor. O capacitor pode ser carregado no começo da contagem do tempo, quando a tensão decresce até certo valor, a temporização está completa. Outros sistemas mais modernos e precisos utilizam sofisticados circuitos eletrônicos que incluem sistemas digitais e até microprocessadores e microcontroladores. " " " " " " 4.3.2 Contadores O contador funciona na seguinte condição: - ajustar um número para desligar o circuito ou ligar um circuito; - a bobina recebe pulsos e, cada pulso corresponde um número; - quando atingir o número ajustado o contato NF abre e o NA fecha e realiza a operação de um circuito. Existe uma bobina para recomeço ("reset"). " " " 4.3.3 Controladores de temperatura Os controladores de temperatura são dispositivos elétricos e ou eletrônicos que controlam a temperatura de um determinado material ou ambiente através de sensores e quando um determinado nível, que pode ser programado ou escolhido, é atingido faz com que contatos internos sejam acionados. Desta forma, os controladores de temperatura podem ser utilizados para monitorar e ou controlar temperaturas, servindo tanto de dispositivo de controle, quanto de segurança. Controladores de temperatura podem ser obtidos com diferentes configurações de sinal de saída, tais como: contatos tipo NA e ou NF, nível de sinal proporcional a temperatura ou sinal digital (0/1). As saídas de controle podem ser com 1 relé SPDT ou controle do tipo P (proporcional). O controle P (proporcional) é aquele em que a potência aplicada na carga varia de forma proporcional à diferença (desvio) entre a pré-seleção e a temperatura medida no processo (sensor), dentro da faixa determinada pelo ajuste de XP%), a potência aplicada na carga é 0% e abaixo dessa banda é 100%. É indicado para processos estáticos. Resultará em ESTABILIZAÇÃO da temperatura ao longo do tempo. Veja o gráfico a seguir. " " " " " " 4.4 Sinalização A sinalização é a forma visual ou sonora de chamar a atenção para uma situação determinada em um circuito, em uma máquina ou em um conjunto de máquinas. Tal indicação é feita por buzinas, campainhas, sinalizadores luminosos, em cores determinadas por normas. A sinalização luminosa é a mais empregada e suas cores são estabelecidas por normas para as principais aplicações. COR/CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO "Vermelha "Condições anormais. " "Amarela "Atenção ou cuidado " "Verde "Máquina pronta para operar " "Branca (incolor) "Circuitos sob tensão " " "(funcionamento) normal " "Azul "Todas as funções para as quais não " " "se aplicam as cores acima " Usa-se ainda a sinalização intermitente, quando é necessária uma atenção mais urgente. Sob cada sinalizador é necessária uma etiqueta de identificação. Além das etiquetas de identificação os sinalizadores podem conter ainda nas lentes: símbolos, números, letras ou textos para indicar uma situação dos circuitos ou máquinas. Para a sinalização sonora, as buzinas (ou em inglês buzzer) são as mais empregadas para indicar o início de funcionamento de uma máquina, ou ficar a disposição do operador quando for necessário. O som deve estar entre 1.000 a 10.000 Hz e conter harmônicos que o tornarão diferentes do ruído local. As campainhas são usadas para indicar anomalias em máquinas, por exemplo, se um motor com sobrecarga não puder parar de imediato, o alarme chamará a atenção do operador para as providências necessárias ou pode indicar a sua parada anormal. " " " " " " " " " 4.4 Contatores Os contatoresPor serem elementos distintos dos demais elementos de controle e acionamento, principalmente no que se refere aos níveis de corrente de trabalho, dedicamos um item somente para estes dispositivos tão importantes no acionamento de sistemas de potência, em especial os motores 4.4.1 Generalidades São constituídos por um conjunto de contatos fixos e outro de contatos móveis, que são acoplados mecanicamente e comandados por núcleo de ferro que se encontra no interior de uma bobina. Usualmente os contatores possuem um conjunto de contatos normalmente fechados (NF) que quando a bobina é acionada "abrem"; simultaneamente possuem um conjunto de contatos normalmente abertos (NA) que quando a bobina é acionada "fecham". Um contator utilizado, por exemplo, no comando de um motor, possui pelo menos: - 3 contatos principais NA - 1 contato auxiliar NA - 1 contato auxiliar NF. É possível acoplar outros contactos auxiliares no contator, conforme as necessidades. Este tipo de contator possui os 3 contatos NA de "potência" dimensionados para uma carga com corrente relativamente alta. Enquanto os contatos auxiliares são dimensionados para uma corrente auxiliar de comando bem menor. Os contatores aplicados especialmente em circuitos de controle geralmente se apresentam com 10 contatos de baixa capacidade de corrente, combinando 5 NA e 5 NF e, podendo haver outras variações conforme a aplicação. O comando do contator é realizado pela energização da bobina, quando o núcleo de ferro é atraído, ocasionando o deslocamento dos contatos móveis que nessas condições se justapõem ou se afastam dos fixos. Em outras palavras, os contatos são mantidos abertos ou fechados conforme circule (b) ou não (a) corrente pela bobina. " " " "(a) Contator Desenergizado "(b) Contator Energizado " Na figura a seguir podemos ver um exemplo de um contator, apresentado na chamada "vista explodida". Contator – Vista Explodida A corrente que circula pela bobina é a corrente do circuito de comando, sendo, portanto muito menor de que aquela que circula pelo circuito principal. Consegue-se assim ligar ou desligar correntes de intensidades relativamente grandes através da ligação ou interrupção de corrente de pequena intensidade. Nessas condições é fácil concluir pela economia, que advém do emprego do contator sempre que seja exigido comando a distância. Esquema de Contator. A seguir podemos observar diferentes modelos de contatores, de diversos fabricantes, nacionais e importados. " " " " " " " " " " " " " " " " " " Na figura abaixo podemos ver um esquema do panorama da linha de contatores "Sirius" da Siemens: Onde: Obs.: As referências de páginas da lista acima são do catálogo Siemens de contatores e dispositivos auxiliares. 4.5 Aplicações e Funcionamento do Contator 4.5.1 Com Botão "Liga-Desliga" Em muitas aplicações necessita-se comandar o contator por meio de um par de botões liga-desliga, um de ligar, NA (Normalmente Aberto) em posição de repouso, outro de desligar, NF (Normalmente Fechado) na posição de repouso. O circuito da figura abaixo constitui o comando do contator através do par de botões liga-desliga (L/D) respectivamente. Ao se fechar o botão L (liga) é aplicada uma tensão de linha (VRT) na bobina do contator, que a energiza mudando o estado de todos os contatos do contator. Assim, os contatos NA se fecham e os NF se abrem, em particular, os contatos principais se fecham, o que ocorre também com o contato auxiliar, que permite que o circuito continue energizado, independente do estado (em repouso ou não) do botão L (liga). Qualquer elemento série que abra o circuito que alimenta a bobina, a desenergizará e os contatos voltarão ao estado anterior. É o caso de D que corresponde ao botão "desliga". O circuito da figura mostra a atuação na rede de carga ao ligar os terminais RST aos terminais U-V-W. Podemos também observar na figura o caminho percorrido pelas correntes do circuito de potência (setas vermelhas indicam ICA, ICB e ICC) e pela corrente de energização e manutenção da bobina do contator (seta azul, IB). Na figura a seguir, podemos ver o mesmo tipo de circuito, porém de uma forma menos "didática" e mais técnica. A apresentação de circuitos de comando e acionamento deve seguir o modelo desta figura. Este tipo de apresentação ou desenho é conhecido como "forma trifilar", pois apresenta os condutores do circuito de potência de forma separada, ou seja, os três condutores são desenhados como três grandes linhas. Chave magnética com botão "liga-desliga" Na figura abaixo, temos um exemplo de diagrama na forma unifilar. Este tipo de apresentação é utilizada quando se requer um "enxugamento" do desenho, devido a sua complexidade. 4.5.2 Contator Com Elemento de Controle Muitas vezes é necessário condicionar a ação de acionar um processo (por exemplo, ligar um motor), ao fato de um outro processo já estar em andamento. Consideremos por exemplo, o caso de uma esteira de carga que transporta areia, que deve ser elevada para um silo através de um elevador de caçambas. Nesse processo, a correia transportadora só poderá ser ligada depois que o elevador estiver funcionando, pois caso contrário, a correia "enterrará" a caçamba na areia, impedindo o bom funcionamento do sistema. Isto se obtém, a partir de conveniente arranjo de contatos auxiliares, de forma que se iniba a operação do motor que move a correia, quando o motor que aciona as caçambas não estiver operando. A figura a seguir mostra uma forma de se conseguir esse efeito, onde se observa que o circuito de comando do contator que energiza o motor da caçamba, apresenta um contato NA inserido no circuito de comando do motor da esteira. Assim, só será possível energizar a bobina do contator do motor da esteira, se o circuito de comando do motor de caçamba estiver energizado e, portanto a caçamba operando. Note que de modo geral, poderá haver múltiplas possibilidades de condicionar processos através do enlace lógico de circuitos de comando, utilizando-se contatos auxiliares comandados pelo contator de um processo porém, inseridos no circuito de comando de outro processo. Caso C1 não for energizado S2/C1 não fechará não permitindo o comando de C2. 4.5.3 Contatores Associados à Temporizadores Entende-se por temporizador, um dispositivo que é composto por um contador de tempo regulável e, uma ou mais chaves que podem ser utilizadas em circuitos de comando ou de sinalização. Quando energizado o temporizador inverte o estado de suas chaves após certo intervalo de tempo pré- estabelecido. A associação de temporizadores com contatores permite, por exemplo, ligar um circuito depois de certo tempo que um primeiro circuito foi acionado. Para tanto, é necessário que a energização do temporizador seja feita por um contato auxiliar do contator que aciona o primeiro circuito e, um contato NA do temporizador energiza a bobina do contator do segundo circuito, depois de decorrido o tempo pré-estabelecido. 4.5.4 Contatores Com Elementos Térmicos O contator passará a integrar também a função de proteção, se for acoplado a acessório provido de elementos térmicos montados de modo conveniente. Emprega-se, como nos disjuntores, lâminas bi-metálicas em série, no circuito de potência. Assim a corrente de carga, se superado um determinado valor, aquece essas lâminas deformando-as. A lâmina é acoplada por sistema mecânico (gatilho), com um interruptor ligado em série no circuito de comando da bobina de modo que quando a lâmina se deforma, a chave é acionada e a bobina desenergizada. O interruptor tem de ser rearmado a fim de permitir a nova ligação do contator, existindo para isso um botão especial (Reset). 4.6 Simbologia Na figura abaixo temos a simbologia no formato padronizado pela ABNT e também outros tipos de apresentação, menos usuais. 4.7 Exercícios: 1 Um portão deve ser acionado, para abertura e fechamento, por um motor de indução trifásico. O sistema deve apresentar as seguintes características: a) O motor é comandado por um botão de "abre", um de "fecha" e um de "para". b) Quando o portão estiver totalmente aberto ou fechado, o motor deve ser desligado, através de chaves de fim de curso. c) Lâmpadas sinalizadoras de cores distintas devem ser ligadas quando o portão estiver abrindo (verde) ou fechando (amarela). d) Na ocorrência de sobrecarga, um elemento térmico deverá desligar o motor, e uma lâmpada sinalizadora vermelha deverá ser ligada. 2 Fornecer o circuito de comando para um motor de bomba que deve ser ligado e desligado através de duas chaves. Observação: A chave de bóia opera como uma botoeira, comandada pelo nível de água no reservatório. 3 - Um sistema de bombeamento de água com dois conjuntos motor-bomba de recalque, um principal e outro de reserva. O recalque é feito de um poço para um reservatório elevado. O nível de água no reservatório de ser mantido entre o valor máximo e um valor mínimo, porém havendo falta de água no poço, o conjunto motor bomba deve ser desligado. Fornecer o circuito de comando par este sistema. 4 - Fornecer os circuitos de força e de comando para um sistema constituído de três motores de indução trifásicos que acionem esteiras transportadoras de areia, com as seguintes características: a) a partir de um único comando (botoeira ), os motores devem ser ligados, automaticamente, na seqüência M1, M2, M3. b) na ocorrência de sobrecarga em um dos motores, devem ser desligados, além do próprio motor, todos os outros que acionam as esteiras anteriores, no sentido de deslocamento da carga transportadora. c) uma lâmpada sinalizadora verde deve ser ligada indicando que todos os motores estão ligados. d) quando um ou mais motores forem desligados devido a sobrecarga em um deles, uma lâmpada sinalizadora deve ser ligada indicando em que motor tal sobrecarga ocorreu. 5 - O sistema apresentado a figura a seguir, utilizado para o deslocamento de carga industrial, conta com três motores de indução trifásicos, com as seguintes funções: - motor M1: deslocamento do conjunto suporte-haste móvel para a direita ou para a esquerda; - motor M2: deslocamento da carga para cima ou para baixo; - motor M3: movimentação da haste móvel no sentido horário ou anti-horário. Pede-se o circuito de força e de comando, com as seguintes características: a) O motor M1 deve ser comandado por um botão de "DIREITA" e um botão de "ESQUERDA", e desligado automaticamente pela atuação de chaves de fim de curso. b) O motor M2 deve ser comandado por um botão de "SOBE" e um botão de "DESCE", e desligado automaticamente pela atuação de chaves de fim de curso. Este motor conta com freio eletromagnético. Quando o motor é ligado, a bobina do freio deve também ser ligada, e o freio solta imediatamente. c) O motor M3 deve ser comandado por um botão de "HORÁRIO" e um botão de "ANTI-HORÁRIO" e desligado automaticamente pela atuação de chaves de fim de curso. d) Na ocorrência de sobrecarga em qualquer um dos motores, todos deverão ser desligados, e uma lâmpada sinalizadora deverá indicar o motor que foi sobrecarregado. 5 - Descreva o funcionamento do circuito apresentado na figura a seguir. Introduzindo um outro contador, com um contato inversor, uma buzina deve ser acionada, quando houver falta de tensão na rede. A condição normal de operação deve ser indicada por uma lâmpada sinalizadora.