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Improbidade Adm 16 Setembro 2016

Improbidade administrativa para iniciantes

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    Josué Alves de Souza Dutra                      IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA                            Belo Horizonte­MG,  2016    Centro Universitário Una  Curso de Direito        Josué Alves de Souza Dutra                  IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA          Monografia  realizada  em atendimento às  exigências  curriculares  para  conclusão  do curso de graduação em Direito.                  Belo Horizonte­MG,  2016  Centro Universitário Una  Curso de Direito                            Sumário      1. Apresentação  2. Tema  3. Problema  4. Justificativa  5. Objetivos:    5.1 Gerais     5.2 Específicos  6.        Hipóteses  7.        Referencial Teórico  8.        Sumário provisório  9.        Cronograma  10.      Referências bibliográficas                      Apresentação      A  improbidade  administrativa  é  caracterizada,  sucintamente,  pela  violação  aos  princípios  da  moralidade, impessoalidade e economicidade  e  enriquecimento  ilícito no exercício, conforme previsto por lei.    A  Administração  Pública  não  exerce  suas  atividades  e  direitos  com  a  mesma  autonomia  e  liberdade  com  que  os  particulares  exercem  os  seus.  Enquanto   a  atuação  dos  particulares  funda­se  no  princípio  da  autonomia  da  vontade,  a  atuação  do  Poder  Público  é  orientada  por  princípios  como  o  da  legalidade,  da  supremacia  do  interesse  público  sobre  o  privado  e  da  indisponibilidade  dos  interesses  públicos.  Desta  forma,  nota­se  que  ao  agente  público não  é  permitido  atuar da  mesma maneira que é permitida ao particular, ou  seja, de maneira  pessoal, que não prevista em lei, defendendo interesses que não  os públicos.    Os  atos  de  improbidade  praticados  por  qualquer  agente  público  têm  nova  disciplina  legal.  Veio  a  lume  a  Lei  8.429,  de  2  de  junho  de  1992.  O  diploma  dá  concreção à Constituição Federal (artigos. 37, § 4º., e 15, V).    As  disposições  desta,  alcançam  todas  as  pessoas  qualificadas  como  agentes  públicos,  na  administração  direta,  indireta  e  fundacional,  ainda  que  transitoriamente,  com  ou  sem  remuneração. E também as  empresas incorporadas      ao  patrimônio   público  e  as  entidades  para  criação  ou  custeio  o  erário  haja  concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual.    São  abrangidos  ainda  aqueles  que,  mesmo  não  sendo  agentes  públicos,  induzam  ou  concorram  para  a  prática  do  ato  de  improbidade  ou  dele  se  beneficiem  sob  qualquer  forma,  direta  ou  indiretamente.  Neste  sentido,  são  equiparados  a  agentes  públicos,  ficando  sujeitos  às  sanções  previstas  na  Lei de  Improbidade  Administrativa,  os  responsáveis  e  funcionários  de  pessoas jurídicas  de  direito  privado  que  recebam  verbas  públicas  e  promovam  o  seu  desvio,  apropriação,  ou uso em desconformidade  com as finalidades para as quais se deu  o  repasse.  Os  atos  incrimináveis  são  aqueles  que  importam  vantagem  ilícita,  ou  que  causam  prejuízo  ao  erário,  ou  que  atentam  contra  os  princípios  da  administração pública.  A improbidade é um fenômeno  que acompanha o Homem em sua trajetória   no  tempo.  O  tema,  portanto,  é  antiquíssimo  e  ao  mesmo  tempo  atual.  Em  toda  parte não existem soluções mágicas ou acabadas para o combate à corrupção.    A existência do Estado  prende­se  à  noção de um aparelho organizador das  relações  sociais  para  satisfação  das  necessidades  públicas,  realizando­as  mediante  serviços   públicos  atribuídos  a  pessoas  jurídicas por ele  criadas através  das  atividades  executadas  pelas  pessoas  físicas  investidas  em  funções  públicas  (dotadas  de  poderes  administrativos  correlatos)  pelas  mais  variadas  formas  de  investidura  ou  vínculo.  Porém,  há  uma  distância,  às  vezes  pequena,  às  vezes  grande,  entre o Estado ideal e o Estado real, e a ciência jurídica, bem conhecendo  essa  dura  realidade,  fornece  meios  para  a  responsabilização  do  agente  público  pelo mau uso do poder que o povo lhe confere.    Houve  um  inegável  avanço promovido pela Lei nº 8. 429, de 02 de junho de  1992,  a  “Lei  de  Improbidade  Administrativa”,  ou  “lei  do  colarinho  branco”.  Como  ficou  conhecida  quando  de  sua  promulgação,  a  qual  foi  editada  para  dar  exequibilidade  ao  artigo.  37,  §  4º,  da  Constituição  Federal  de  1988,      constituindo­se  no  principal  instrumento  legislativo  de  todos  os  tempos  para  a  defesa  do  patrimônio  público,  e  do  qual  se  tem  valido  o  Ministério  Público  brasileiro,  seu  principal  operador  e  até  aqui  o  responsável  por  sua  efetiva  operacionalização.  É  igualmente  uma  grande aliada do cidadão no controle social,  o qual  pode solicitar  ao Ministério  Público representação para apurar ato  lesivo ao  patrimônio público.    A  sociedade  encontra  nela  a  possibilidade  de  exercer  o  controle   social,  exigindo  moralidade  e  compromisso  social  dos  responsáveis  pela  gestão  dos  recursos  públicos,   pois  o  dispositivo  impõe  limites  para  os  gastos  com pessoal e  coerência na gestão do orçamento dos entes federativos e seus órgãos.    Esta  lei,  um  marco  em  nosso  Direito  Brasileiro,  definiu  as  sanções  aplicáveis  aos  agentes  públicos  nos  casos  de  enriquecimento  ilícito  através  da  prática  de ato de improbidade administrativa, bem como quais atos administrativos   configuram  o  crime  de  improbidade,  prevendo  também,  expressamente,  a  legitimidade do Ministério Público para a propositura da ação principal.                                TEMA:        O sujeito ativo na Improbidade Administrativa    PROBLEMA:    Quem  pode  figurar  na  condição  de  sujeito  ativo  para  fins  da aplicação das  sanções  previstas  na  lei  de  Improbidade  Administrativa,  Lei  N°8.429,  de  02  de  junho de 1992?    Justificativa:    Oportunidade  ímpar  para  buscar  entender,   através  de  pesquisas  e  consultas,  as   várias  hipóteses  de  aplicabilidade  da  Lei  N°8.429,  de  02   de  junho  de  1992  (Lei  da  Improbidade  Administrativa  ­  LIA),  bem  como  da   incidência  de  suas  sanções   àqueles  que  afrontarem  o      contido  nesta  norma,  e  principalmente,  definir  aqueles   que  são  passíveis  de  responder  por  estas afrontas na condição de sujeito ativo.  Objetivos:    Geral  Apresentar  este   projeto  de  pesquisa  monográfico  para  a  conclusão  do  Curso  de  Graduação  no  curso  de  Direito.  Promover  uma  definição  acerca  das  possibilidades  de  figuração  na condição  de sujeito ativo para fins de imputação de  competência  à  luz  do  entendimento  desta  importantíssima  lei,  e  também  a  beira   do entendimento dos principais juristas, militantes acerca da Lei N°8.429, de 02 de  junho de 1992 (Lei da Improbidade Administrativa ­ LIA).  Especifico:  Justificar  e  definir  a   figuração  do  sujeito  ativo  para  fins  de  aplicabilidade  e  competência  da   Lei  8429/92/  Lei   N°8.429,  de  02  de  junho  de  1992  (Lei  da  Improbidade Administrativa ­ LIA)            Hipóteses    Seriam  definidos  como  sujeito  ativo,  para  fins  da  aplicabilidade  da "LIA", qualquer  servidor  público,  qualquer  agente  público,  e  de  quaisquer  órgãos  públicos,  qualquer  um  dos poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo, estão passíveis de se  submeterem  a  esta  lei?  E  no  âmbito  da  esfera  privada,  há  possibilidades  do  cidadão  sem  ligação  direta  a  administração   pública  sofrer  as  penalidades  da  referida lei.  Referencial Teórico      A  legalidade  é  o  motor  de  atuação  de  toda  a atividade  administrativa,  constituindo  princípio  constitucional  de  acordo  com  o  art.  37,  caput,  da  Constituição  de  1988.  Segundo  Celso  Antônio  Bandeira  de Mello, o princípio da legalidade é capital para a  configuração do  regime  jurídico­administrativo,  pois é aquele que  qualifica  o Estado  de Direito  e  que lhe  dá identidade própria. A ideia de administração pública só pode  ser  exercida  em  conformidade  com  a  lei,  sendo,  portanto,  sub  legal,  infra  legal,  consistente  em  comandos  complementares  à  lei.  A  finalidade  é  que  a  lei  possa  combater a exacerbada personificação dos governantes, sendo o antídoto natural do  poder monocrático  ou oligárquico, pois  tem como raiz a ideia  de  soberania  popular,  de exaltação da soberania.    Para  o  Professor  Bandeira  de  Mello,  o  que  mais  importante  se  pode  extrair desse  princípio  é  o  estabelecimento de uma igualdade  entre os  cidadãos perante a norma  legal  e  que  estas  não  podem  ser  elaboradas  sem estarem submissas  ao  dever  de  conferir  tratamento  equivalente às pessoas. Desta  forma, esse princípio  estabelece  que  a  lei  deve  ser  norma  direcionada  não  somente  para  o  aplicador   da  lei,  mas  também  para  o  próprio  legislador,  o  qual,  por  conseguinte, será  aquele  a  quem  se  destinará o preceito constitucional da igualdade perante a legislação.        Já  para  Celso  Antônio  Bandeira  de  Mello,  pelo  princípio  da  moralidade  administrativa,  a  Administração  e  seus  agentes  têm  de  atuar  na  conformidade  de  princípios  éticos.  Para   o  autor,  compreendem  no  âmbito  da  moralidade  administrativa  os  chamados  princípios  da  lealdade  e  boa­fé.  E  arremata  com  a  seguinte lição:  “Quanto  a  nós,  também  entendendo  que  não  é  qualquer  ofensa  à  moral  social  que  se  considerará  idônea  para  dizer­se  ofensiva  ao  princípio  jurídico  da  moralidade  administrativa,  entendemos  que  este  será  havido  como  transgredido   quando  houver  violação  a  uma  norma  de  moral  social  que  traga  consigo  menosprezo  a  um  bem  juridicamente  valorado.  Significa,  portanto,  um  reforço  ao  princípio  da  legalidade,  dando­lhe  um  âmbito   mais  compreensivo  do  que normalmente teria.”  Sobre  o  conteúdo  do  princípio  da   publicidade  Celso  Antônio  Bandeira  de  Mello  ensina que:     "Consagra­se  nisto  (princípio  da  publicidade)  o  dever  administrativo  de   manter  plena  transparência  em  seus  comportamentos.  Não  pode  haver  em  um  Estado  Democrático  de  Direito,  no  qual  o  poder  reside  no  povo  (art.  1º,  parágrafo  único,  da  Constituição),  o  ocultamento  aos  administrados  dos  assuntos  que  a  todos  interessam,  e  muito  menos  em   relação  aos  sujeitos  individualmente  afetados  por alguma medida. Tal princípio está previsto  expressamente  no   art.  37,  caput,  da  Lei  Magna,  ademais  contemplado  em  manifestações  específicas  do  direito  à      informação   sobre  assuntos  públicos,  quer  pelo  cidadão,  pelo  só  fato  de  sê   lo,  quer  por   alguém que seja pessoalmente interessado”    Temos o conceito do ​princípio da eficiência posto por ALEXANDRE MORAES:  "Assim, princípio  da  eficiência é  o  que  impõe  à   administração  pública  direta  e  indireta  e  a  seus  agentes  a  persecução  do  bem  comum,  por meio  do  exercício  de  suas  competências   de  forma  imparcial,  neutra,  transparente,  participativa,  eficaz,  sem  burocracia  e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios  legais  e  morais  necessários  para  melhor  utilização  possível  dos  recursos públicos,  de maneira a evitarem­se desperdícios e garantir­se maior rentabilidade social."  Sumário Provisório      Capítulo  I ­  Abrangência do sujeito ativo na Administração Pública  ●  Definição de sujeito ativo na história da Administração Pública brasileira.  ● Conceito atual de sujeito ativo na Administração Pública   ● Possíveis classes do sujeito ativo no campo da improbidade administrativa     Capítulo II ­ Lei de Improbidade X Lei de Responsabilidade   ● Semelhanças   ● Diferenças   Capítulo III ­ Aplicação mitigada da Lei de Improbidade   ● Poder Executivo   ● Poder Judiciário   ● Poder Legislativo  ● Particular  Capítulo  IV ­ Conclusão         1.1       Referências bibliográficas    Constituição Federal, art. 37, §4°  MORAES.  Alexandre  de.  Constituição  do  Brasil  interpretada  e  legislação  constitucional, Atlas, 2002, p. 2.610.  DI PIETRO, Maria Silvia Zanella, Direito Administrativo, 12° ed., Atlas, p. 675.  MELLO,  Celso  Antônio  Bandeira  de.Curso  de  Direito  Administrativo,  11°  ed.,  São  Paulo: Malheiros, 1999, p. 175­176.  FAZZIO  JUNIOR,  Waldo.  Corrupção  no  poder  público  ­  peculato,  concusão,  corrupção passiva e prevaricação, São Paulo: 2002, p. 55­56.  MATTOS,  Mauro  Roberto  Gomes  de,  O limite da improbidade administrativa, 4° ed.,  Rio de janeiro: Impetrus, 2009.               Cronograma          ATIVIDADES  EM  JAN FE MA AB MA JU JU AG SE OU NO DE 2016  N  V  R  R  I  N  L  O  T  T  V  Z  PESQUISA  X  X  X                    DA        X                  DE          X                DOS            X  X                          X          E                  X  X      REDAÇÃO FINAL                      X    APRESENTAÇÃ                     X  BIBLIOGRÁFICA  REVISAÕ  LITERATURA  COLETA  DADOS  ANÁLISE  DADOS  REDAÇÃO  PRELIMINAR  REVISÃO  CORREÇÃO  O                          Referências bibliográficas    BRASIL.  Constituição  (1988).  ​Constituição  da República  Federativa  do Brasil​.  Brasília: DF: Senado, 1988.  MORAES.  Alexandre  de.  ​Constituição  do   Brasil  interpretada  e  legislação  constitucional,​ Atlas, 2002, p. 2.610.  DI PIETRO, Maria Silvia Zanella, ​Direito Administrativo,​ 12° ed., Atlas, p. 675.  MELLO, Celso Antônio Bandeira de.Cur​so de  Direito  Administrativo,  11° ed., São  Paulo: Malheiros, 1999, p. 175­176.  FAZZIO  JUNIOR,  Waldo.  ​Corrupção  no  poder  público  ­  peculato,  concusão,  corrupção passiva e prevaricação,​ São Paulo: 2002, p. 55­56.  MATTOS,  Mauro  Roberto  Gomes  de,  ​O limite  da  improbidade  administrativa,  4°  ed., Rio de janeiro: Impetrus, 2009.    BACELLAR  FILHO,  Romeu  Felipe.  ​Princípios  constitucionais  do  processo  administrativo disciplinar. ​São Paulo: Max Limonad, 1998.    FIGUEIREDO,  Marcelo.  ​Probidade  administrativa​.  4.  ed.  São  Paulo:  Malheiros,  2000.