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ESTUDO DE CASO DA TEMPERATURA DO AR EM LAJE COM E SEM VEGETAÇÃO NO BAIRRO
DO RECIFE
Marcelo Kozmhinsky1 ,Raimundo Mainar de Medeiros2, Romildo Morant de
Holanda3 Vicente de Paulo Silva4, Alex Souza Moraes5
1Mestrando em Engenharia Ambiental, UFRPE, e-mail:
[email protected];
2Dr. em Meteorologia e Pesquisador da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, e-mail:
[email protected]; 3Prof. Dr. Universidade
Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail:
[email protected]; 4Prof. Dr. Universidade Federal Rural de
Pernambuco, UFRPR, e-mail:
[email protected]; 5 Prof. Dr.
Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail:
[email protected]
Resumo
O estudo da temperatura do ar na laje do edifício ITBC no Bairro do Recife,
Recife, PE, Brasil, visa à melhoria da qualidade ambiental para os
moradores da cidade. Foram utilizados dados de temperatura do ar extraídos
de dois sensores datalogger ux100-00, sendo um sensor localizado na área
que possui vegetação com grama esmeralda com 2 cm de substrato e o outro
está inserido no lado com piso cerâmico, ambos situados a 1,75 m da laje. A
temperatura máxima registrada foi de 0,8°C a mais na laje com vegetação e a
mínima apresentou a mesma leitura em ambos os lados, indicando que fatores
externos interferem nos resultados através de ventos, maresia e insolação.
Sugere-se o uso de telhados verdes para amenização da temperatura e
melhoria da qualidade de vida da população.
Palavras-Chave: telhado verde, ilha de calor, clima, urbanização.
SUMMARY
The study of the air temperature in the slab of the ITBC building in the
Recife neighborhood, Recife, PE, Brazil, aims to improve the environmental
quality for the residents of the city. Air temperature data extracted from
two datalogger sensors ux100-00 were used, a sensor located in the area
that has vegetation with emerald grass with 2cm of substrate and the other
one is inserted in the side with ceramic floor, both located 1.75 m Of the
slab. The maximum temperature recorded was 0.8 °C higher on the vegetated
slab and the minimum showed the same reading on both sides, indicating that
external factors interfere in the results through winds, sea air and
insolation. It is suggested the use of green roofs to temper the
temperature and improve the quality of life of the population.
Keywords: Green roof, heat island, climate, urbanization
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, elevados índices da urbanização que transformaram
as cidades resultaram em alterações profundas no uso e ocupação do solo,
provocando diminuição de áreas verdes, aumento de edificações e áreas
impermeabilizadas, desencadearam o aparecimento do fenômeno conhecido como
ilhas de calor (NÓBREGA et al, 2016).
De acordo com RANGEL et al (2015) os telhados verdes contribuem para o
aumento de áreas verdes, contribuindo para redução das ilhas de calor,
colaborando portanto com a qualidade de vida dos habitantes e do meio
ambiente.
A composição do telhado verde é constituída de várias camadas
sequenciadas por vegetação, substrato, filtragem, drenagem e
impermeabilização. (SAVI, 2015) (KOZMHINSKY et al, 2016).
De acordo com Kozmhinsky et al, (2016), os telhados verdes proveem
para o aumento da qualidade de vida nas cidades melhorando a qualidade do
ar, reduzindo a poluição sonora e a temperatura ambiental, captando e
retendo água de chuva, umidificando o ar nos meses mais quentes e secos,
fomentando o desenvolvimento sustentável para os habitantes.
AMORIM (2015) ressalta que o clima das cidades sofre modificações
devido às rápidas mudanças na ocupação dos solos urbanos em função do
desenvolvimento desenfreado nos centros e nas periferias alternado as
características das cidades.
Tem como objetivo realizar estudo comparativo da temperatura do na
laje de edificação com e sem cobertura vegetal, através de leitura dos
registros de dados climatológicos com uso de dois sensores datalogger ux100-
003 no mês de janeiro de 2017.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida no Bairro do Recife, Recife - PE na laje
do edifício Information Technology Business Center (ITBC) localizado na Rua
Domingos José Martins, nº75 no Bairro do Recife com coordenadas geográficas
de 8º03'42''S de latitude e 34º52'18''O de longitude. Área da laje de
aproximadamente 400m².
Figura 1. Localização do Bairro do Recife, no município do Recife.
Fonte:(https://recifeguide.wordpress.com/recife/)
Figura 2. – Edifício ITBC no Bairro do Recife. Fonte: Google Earth
(2017)
A área em estudo compreende a laje do Edifício ITBC, localizada no
sétimo andar com altura aproximada de 23m. Foram utilizados dados da
temperatura do ar no período de 1 a 31 de janeiro de 2017, obtidos através
da leitura de dois sensores datalogger ux100-00, sendo um sensor localizado
na área que possui vegetação com grama esmeralda com 2cm de substrato e o
outro está inserido no lado com piso cerâmico, ambos situados a 1,50 m da
laje.
A leitura dos dados foi realizada através do software bhw-pro-cd para
programação do datalogger e leitura dos dados em computador.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das leituras dos dados da temperatura do ar na laje
do ITBC, no bairro do Recife, estão representados através dos gráficos
desenvolvidos a partir das medições dos dois sensores localizados na
cobertura Edifício ITBC localizado na Rua Domingos José Martins, nº 75 no
Bairro do Recife.
Figura 1. Temperatura do ar no período dos 31 dias do mês de janeiro
de 2017 para o sensor no lado com gramado.
Na figura 1 a temperatura do ar no sensor do lado gramado registrou no
mês de janeiro de 2017 com oscilação máxima nos dias 24 com 28,1°C e 27 com
28,0°C. A oscilação mínima ocorreu nos dias 07 e 09 com 26,9°C seguida do
dia 08 com 27,0°C. Essas oscilações demonstram variabilidades ao longo dos
dias amplificadas e/ou reduzidas, provavelmente, em função da brisa,
insolação e vento.
Figura 2. Temperatura do ar no período dos 31 dias do mês de janeiro
de 2017 para o sensor no lado com piso cerâmico
Na figura 2 a temperatura do ar no sensor localizado no lado com piso
cerâmico apresentou no mês de janeiro de 2017 com variação máxima no dia 15
com 28,9°C e nos dias 11 e 27 com 28,8°C. A oscilação mínima ocorreu no dia
07 de janeiro com 26,9°C seguida do dia 06 com 27,2°C. Essas oscilações
demonstram variabilidades ao longo dos dias amplificadas e/ou reduzidas, em
função dos mesmos fatores apresentados no lado revestido com grama.
Em relação à temperatura média, observou-se que a temperatura média do
ar no sensor instalado no gramado foi de 27,6°C, enquanto que no lado de
piso cerâmico a temperatura média registrada foi de 27,9°C.
De acordo com Beatrice (2011) em experimento comparativo de
profundidade de solo realizado com perfis de substrato com 0,05, 0,075 e
0,10 m para telhado verde, foi utilizado sensores termoelétricos
(termopares) do tipo T, composto por fio de cobre e outro de constantin com
junta eletrosoldada, revestidos por capeamento isolante, podendo registrar
temperaturas na faixa de - 46°C a 78°C, com erro aproximado de ± 1°C.
Determinou, portanto que nos solos de 0,10 m, foi observado o melhor
desempenho térmico.
De acordo com experimentos feitos por Wong et al (2003) em Cingapura,
observou-se que na comparação entre telhados verdes e telhados sem
vegetação houve alteração máxima em 4,2°C na redução da temperatura da
superfície e redução no ganho de calor.
Observa-se, portanto que a diferença nas temperaturas máximas entre os
dois ambientes do edifício ITBC é de 0,8°C a mais no lado com piso
cerâmico, o que demonstra interferência na absorção do calor pelo gramado
sem refletir intensamente no sensor, como no sensor localizado acima do
piso cerâmico. Em relação à temperatura do ar mínima, observa-se que
fatores externos como vento, maresia, e insolação interferem na atenuação
da temperatura, visto que o ambiente está localizado entre o Porto do
Recife e o rio Capibaribe, pois ambos tiveram o mesmo valor.
CONCLUSÕES
A temperatura do ar máxima se diferencia em 0,8°C a mais no sensor
localizado no lado do piso cerâmico, significando maior aquecimento e
refletância do piso que interfere na temperatura do sensor.
A temperatura mínima foi igual em ambos os sensores indicando que
fatores externos como ventos, brisa e insolação podem interferir nesse
ambiente.
A indicação do telhado verde para cobertura de edificações funciona
para amenizar temperatura ambiental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
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da ilha de calor urbana em Presidente Prudente (SP) – BRASIL. Revista
Brasileira de Climatologia, [S.l.], v. 16, jun. 2015.
BEATRICE, C. C. Avaliação do potencial de uso de três espécies vegetais
como cobertura leve de telhados em edificações. 2011. Dissertação (Mestrado
em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos,
University of São Paulo, São Carlos, 2011.
NÓBREGA, R. S.; SANTOS, P. F. C. dos; MOREIRA, E. B. M. M. Morfologia
urbana e ilhas de calor na cidade do Recife/PE: distribuição espacial e
intensidade. Revista de Geografia (Recife) V. 33, N°. 4, 2016. (pág.319-
33)
SAVI, A. C. Telhados verdes: uma análise da influência das espécies
vegetais no seu desempenho na cidade de Curitiba. Dissertação (mestrado)
Universidade Federal do Paraná, Setor de Tecnologia, Pós- Graduação em
Construção Civil. Curitiba, 2015.
KOZMHINSKY, M.; PINHEIRO, S. M. G.; EL-DEIR, S. G. Telhados Verdes: uma
iniciativa sustentável. I ed. 65 p. EDUFRPE. Recife, 2016.
WONG, N.H.; Y. CHEN; C. L. ONG; A. SIA. Investigation of thermal benefits
of rooftop garden in the tropical environment. Building and Environment. v.
38, n.2, p. 261-270. 2003.
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