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Historia De Ribeirão De São Domingos Tcc

O presente trabalho retrata a formação do distrito de ribeirão de São Domingos Minas Gerais.

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Manhuaçu 2011 Samuel viana cunha Formação do distrito de Ribeirão de são domingos, pertencente À santa margarida minas GERAIS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em História. Orientador: Janaina Vargas Hilário Dedico este trabalho à minha esposa, que tanto me acompanhou nos momentos de dificuldade, na busca do conhecimento e desenvolvimento da história, para contribuir a cada dia com o saber. AGRADECIMENTOS A professora Vanessa Gomes Santos, também a Janaina Vargas Hilário, ao professor João Paulo de Souza Andrade e ao professor Gelson Pereira de Araújo Dias e a minha tutora Simone do Amaral Teodoro, aos meus pais e amigos, e a todos aqueles que colaboraram de forma direta e indireta, sendo muitos, fica aqui os meus agradecimentos por terem ajudado a construir o conhecimento proporcionando assim a historia. "A história é um carro aberto, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a segue. É um trem riscando trilhos, abrindo novos espaços, acenando muitos braços, balançando nossos filhos...". (HOLANDA, Chico Buarque: Canção pela Libertação da América Latina). CUNHA, Samuel Viana. A formação do Distrito de Ribeirão de São Domingos no final do século XIX á meados do século XX: 2011.38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Historia) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Manhuaçu, 2011. RESUMO O OBJETIVO DESTE TRABALHO É RETRATAR A HISTORIA DA FUNDAÇÃO DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO DOMINGOS, ANALISAR A QUESTÃO DA HABITAÇÃO E DO CONTEXTO AO QUAL FOI FORMADO, LEVANDO EM CONTA A REALIDADE DA CRIAÇÃO DO DISTRITO COM A SUA ECONOMIA E A SUA INSERÇÃO NA HISTORIA NACIONAL, SERÁ POSTO EM DESTAQUE A SUA RELIGIOSIDADE E Á CONTRIBUIÇÃO DA MESMA PARA A FORMAÇÃO DO POVOADO. SERÁ DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA O CONHECIMENTO DA HISTORIA REGIONAL DO DISTRITO, POSTO QUE POUCOS SABEM DA SUA REALIDADE, E DAS SUAS INFLUÊNCIAS POLITICAS-RELIGIOSAS. VISANDO UM MAIOR CONHECIMENTO SOBRE A QUESTÃO, FORAM ANALISADAS MUITAS FONTES DE PESQUISA, PRINCIPALMENTE NO QUE DIZ RESPEITO NA ANÁLISE DO CONTEXTO NACIONAL, POIS TEM TUDO A VER COM A FUNDAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO. SABENDO QUE O OBJETIVO NADA MAIS É DO QUE APERFEIÇOAR O CONHECIMENTO HISTÓRICO E AS MUDANÇAS OCORRIDAS NO PAÍS E NA POPULAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS, VISANDO UM A CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTORIOGRAFIA E PARA O CONHECIMENTO REGIONAL. Palavras-chave: Religiosidade, Agricultura, Transporte, Politica e Povoamento. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------- ----------------------7 2 HISTÓRIA NACIONAL NO CONTEXTO REGIONAL------------------------------------ -9 3 RIBEIRÃO DE SÃO DOMINGOS DURANTE A SUA FORMAÇÃO------------------15 4 A MANEIRA DE SE CONSTRUIR A HISTORIA-------------------------------------- -----25 5 CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------- ----------------------28 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS-------------------------------------------------- -----------30 APÊNDICE-------------------------------------------------------------------- --------------------------31 ANEXO----------------------------------------------------------------------- ----------------------------33 7 1 Introdução O presente trabalho de conclusão de curso destaca-se por sua relevância para a história local da região de Ribeirão de São Domingos, além de proporcionar uma fonte de pesquisas históricas para as futuras gerações e os futuros pesquisadores de historia regional. O trabalho tem o objetivo de retratar a formação do povoado no decorrer do período histórico, entre o final do século XIX e até meados do século XX, ou melhor, até a sua elevação á categoria de distrito, pertencendo ao Município de Santa Margarida. O trabalho está dividido em três capítulos, o primeiro capitulo fala sobre a historia nacional e o contexto da historia regional, tem o objetivo de mostrar as mudanças ocorridas no país e o contexto em que o distrito iniciou o seu povoamento. O segundo capitulo vem falar sobre a formação do povoado de São Domingos, até a sua elevação a distrito, falando sobre a sua importância e a importância da historia do seu povo para o desenvolvimento do mesmo trazendo a tona varias duvidas pertinentes a historia. O terceiro capitulo tem como objetivo falar sobre a construção da historia, mostrar como a historia é construída e feita no decorrer do tempo. O objetivo principal é buscar respostas para á questões que rodeiam a população no decorrer do tempo, buscando informações para levarem ao conhecimento sobre o povoado, destaca-se a importância da igreja para a formação do povoado, posto que a mesma tivesse grandes influências para a formação e consolidação do mesmo, através do seu empenho e união trazida á população. A uma grande importância em se estudar a historia local, visto que é ela que compõe toda a história nacional e mundial, percebemos isso através dos acontecimentos, visto que nenhum deles esta longe do nosso alcance. A historia local é de grande importância para se formar uma identidade das pessoas, ao qual ali moram, sabendo que muita das vezes não sabe o porquê vieram para aonde estão, por não ter tido contato com os antepassados, como é o caso dos jovens. A um ponto muito importante em conhecer a identidade principalmente para a população jovem, uma vez acessível a toda formas de informações estão ligados nos acontecimentos históricos e atuais de vários lugares, mas não da cidade de origem, trazendo muitas das vezes vergonha ou até mesmo um desprezo pela cidade, uma vez que ela parece ter surgido do nada. 8 A história de Ribeirão de são Domingos tem como objetivo resgatar a importância da localidade para a população, mostrando assim o quanto são Domingos foi, e é importante para a nossa sociedade, destacando se os acontecimentos do período ao qual foi formado visando entender o porquê de muitos acontecimentos e dificuldades passadas pela população. São Domingos apesar de pequeno tem muitos acontecimentos históricos inseridos na sua formação, que são objetivo de explicação desse trabalho, como a questão religiosa, a presença da participação coronelística no povoado, a cafeicultura que tanto proporcionou para o desenvolvimento crescimento e aumento da população, trazendo assim uma busca incessante de informações para se obter um melhor trabalho para a historiografia local. Foram várias as formas de desenvolver o trabalho da historiografia Dominguense, como o estudo de textos sobre o povoamento da zona da mata, além de uma busca minuciosa de informações com moradores. O trabalho será propriamente de relato orais das pessoas residentes no povoado, uma vez que são as fontes mais acessíveis por parte da pesquisa, isso deixa claro o quanto a historia oral pode ser de grande proveito para o crescimento do conhecimento histórico, pois é através dela que se têm informações dos próprios participantes da historia, porque não á ninguém melhor para relatar um fato do que aqueles que o viveram no seu dia a dia. Além- documentos da igreja local e vizinha, de cartórios e de escolas, o que trouxe um rico material para poder assim desenvolver um trabalho de grande proporção e importância para a historiografia, levando em conta que a história nunca é exata, mas sempre esta a procura de respostas concretas para a sua afirmação. 9 2 Historia Nacional e o contexto da historia regional. O Brasil é um país cheio de contrastes; tanto naturais, como históricos. A nossa sociedade é uma sociedade miscigenada, pois somos descendentes de índios, africanos, portugueses, italianos e vários outros... Por isso a nossa riqueza cultural, pois o desenvolvimento do país se deu através de várias lutas e transformações no decorrer da historia. Fomos colonizados e explorados por vários anos, tivemos que buscar os nossos direitos através de lutas e reindivicações, isso mostra a garra do nosso povo. Não sabemos por que, mas fomos beneficiados pela natureza, pois nossos recursos naturais sempre foram abundantes, e alvo de muitas especulações, trazendo assim um desconforto e também por outro lado um conforto, pois através desses recursos obtivemos muitas riquezas, e desenvolvimento para o crescimento do país. Uma dessas riquezas muito exploradas no período colonial, por volta do século XVII, foi o ouro encontrado na região que hoje conhecemos como Minas Gerais, mais anteriormente eram conhecida como interior do Brasil, posteriormente conhecida como as Gerais, o ouro trouxe um grande desenvolvimento para o interior do país, e principalmente para a colônia, apesar de tudo, através da extração do ouro o interior do país começou a se desenvolver e a crescer em numero de habitantes, casa e vilas surgiram, cidades como Mariana e ouro preto foram feitas, tudo com recursos e objetivo de se explorar as riquezas trazidas pelo ouro. Uma nova população surge, com meios econômicos e sociais diferentes, o Brasil deixa de ser litoral e começa a se interiorizar economicamente, fazendo com que assim novas formas de exploração viessem a aparecer, e novas formas de se aproveitar a natureza, visto que através desse crescimento do interior, ouve a necessidade, de melhorar a forma de abastecimento, fazendo surgir assim às pequenas fazendas destinadas a produção para o mercado interno, como o de animais para o transporte, e animais para o consumo e produção de leite. Outro ponto de muita importância seria o desenvolvimento nos locais por onde se transportava o ouro, trazendo assim um desenvolvimento humano durante o caminho real. Essas pessoas que ali habitavam podem analisar que não estavam inseridas no contexto do ouro diretamente, mas indiretamente tinham tudo a ver com a produção e o desenvolvimento proporcionado pelo ouro. 10 Após a decadência da extração do ouro, o Brasil como sendo um país de atividade agrícola desde a sua colonização recorre para a produção cafeeira, anteriormente implantada no Rio de Janeiro, por volta do final do século XVIII, e o seu auge no inicio do século XIX, o café proporcionou um grande desenvolvimento econômico e social na capital do país naquele período, principalmente em fortalecer o poder do imperador que necessitava de renda e trabalho para a população, mas isso também proporcionou o que hoje nos vemos o resultado que é a concentração de renda em uma única região do país, a região sudeste. O café trouxe consigo renda, trabalho e desenvolvimento para a região, fazendo com que o ouro não fosse mais o produto tão desejado, trazendo uma nova economia, como foi também chamado o ouro verde, pelo seu alto preço no mercado internacional. Com a escassez de terras na região fluminense, e com a necessidade de muitos produtores em se expandir a suas produções e até mesmo de outros, buscarem entrar no mercado cafeicultor, começaram acima adentrar ao leste, chegando assim à região conhecida como mata mineira, hoje zona da mata. Era um local habitado por índios, muitos deles fugiram da região litorânea por causa da habitação dos homens brancos, era uma região de clima favorável parecido com o do Rio de Janeiro, com terras boas e férteis, proporcionando assim uma grande produção. O café além de ter proporcionado riqueza também proporcionou um grande fluxo imigratório para as regiões produtoras, proporcionando assim um grande contingente de estrangeiros no país, muitos italianos, em busca de trabalho e de terras para criarem as suas famílias. Muitos desses vieram para o Brasil favorecidos pela lei de imigração de 1865, que fixava ajuda aos imigrantes, nas passagens e moradia no país, além de conceder lotes de terras para os mesmos perante pagamento, garantia de serviços e outros, isso tudo graças, a necessidade de mão de obra na lavoura cafeeira, pois com o fim do trafico de escravos em 1850, os trabalhadores ficavam cada dia mais escassos para a lavora cafeeira, muitos desses imigrantes saiam em busca de uma vida melhor para eles e seus familiares tendo o Brasil como um caminho, tudo isso graças á politica de propaganda do imperador e de concessão de direitos. O café foi um grande fator que originou a introdução da população na zona da mata mineira, trazendo com ele riqueza, trabalho e desenvolvimento, para um local ainda pouco habitado e muito menos conhecido por parte, do povo Brasileiro, o café. 11 trouxe desenvolvimento social e de transporte para uma área até então desconhecida. Através de todos esses acontecimentos no país inicia-se um povoado, no centro norte da zona da mata mineira, ao qual se da o nome de Ribeirão de São Domingos, em homenagem á São Domingos de Gusmão, é um distrito pequeno, mas de grande desenvolvimento social e cultural, mostrando o quanto a riqueza do nosso país é grande, que até pequenos lugares são cheios de historia, fornecendo assim uma grande área de pesquisa para a qual é objetivo. São Domingos é cheio de mistérios, principalmente por ser um local tão pequeno e de movimentos tão grandes atraindo assim interesses da população ao redor, em busca de trabalho e diversão. A pesquisa tem como objetivo principal desvendar algumas questões que embasam a mente da população, muitos desinteressados e muitos sem saber a realidade não dão o devido valor ao local assim como ele merece, uma das questões aqui abordadas, é o distrito pertencer politicamente a um município, e eclesiasticamente a outro, sabendo que no contexto da historia do Brasil até o inicio da república a igreja estava ligada ao estado, ou seja, não havia separação entre estado e igreja, porque então que o distrito ficou pertencendo a um município de paroquia diferente do outro? Sabendo que o município ao qual o distrito pertence é Santa Margarida, que pertence eclesiasticamente a Arquidiocese de Caratinga, porque então a igreja do distrito de Ribeirão de São Domingos esta ligada a paróquia de Pedra Bonita, uma vez que são os padres de Pedra Bonita que trabalham em São Domingos, e a Paroquia de Pedra Bonita pertence à Arquidiocese de Mariana, isso mostra um das grandes duvidas da população, porque pertencer a um município e não ao outro, também levando em conta que todos os registros de nascimento e casamentos antigos do distrito, ou melhor,vila, antes de receber o nome de distrito, está armazenado no Cartório de Pedra Bonita, isso deixa claro o quanto a historia esconde relatos que devem ser investigados e analisados no decorrer do tempo,. Outro problema que indaga a historia de Ribeirão posto que como surgisse o povoado, e qual foi o objetivo de fundação do mesmo, porque o local ao qual o povoado se localiza é um local bom geograficamente, bem centralizado em relação aos povoados menores, fazendo com que assim se formasse um povoado mais desenvolvido. São Várias as questões que rodeiam o distrito, como a vinda de imigrantes para o local há muitos anos, e como, e porque esses imigrantes vieram até aqui, fixando 12 assim moradia e desenvolvendo as suas famílias, além da questão fundiária do local, por não ter concentração latifúndios no local sendo as terras bem distribuídas, sabendo que cada família tem um pequeno lote de terra, fazendo com que assim se desenvolvesse o município mais rápido e com maior distribuição, de renda. Sabendo que são várias as alternativas de verdade para o inicio do povoado constatando a hipótese da formação da população da mata mineira, ou zona da mata, São Domingos pode ter sido um local de passagem de pessoas com mercadorias, fazendo com que assim, se constituísse ao longo do caminho pequenas fazendas para o abastecimento das pessoas que aqui passavam, analisando também a questão do distrito esta localizado no centro entre duas cidades, Santa Margarida e Pedra Bonita, tanto uma quanto a outra com aproximadamente 14 á 15 quilômetros uma da outra, pode também ser um local de passagem de pessoas das cidades vizinhas para se encontrarem uma com as outras, além do mais a igreja católica é antiga e grande mostrando assim um grande numero de pessoas que a frequentavam desde muitos anos, deixando a impressão, que poderia ser um local de assistência religiosa, posto que o povo é muito religioso até os dias atuais. Em relação aos imigrantes é um grande numero encontrado, principalmente de italianos deixando a impressão de ser graças à lavoura de café, vendo que esta é muito importante na região, pois ela se destaca na sua produção e emprego de mão de obra, posto que o comercio é bem desenvolvido principalmente no período da safra de café, além do mais as terras ajudam, por seu relevo fácil de trabalhar e o seu clima favorável, trazendo assim o destaque para aqueles que procuram trabalho. Além do mais a religião católica é predominante na sociedade mostrando assim o quanto ela foi importante na fundação da mesma, posto que o Brasil é um país de religião predominantemente católica, desde a sua fundação, com a colonização Portuguesa, além do mais o nome ao qual se deu ao povoado tem a ver com o período, em que o Brasil era completamente ligado a religião, pois vemos o nome do povoado como um nome típico da época de domínio da igreja, sabendo que sempre se nomeava um santo ao se registrar uma cidade, quando esta era formada em consequência da igreja, ou de pessoas ligadas à mesma. Visto que a igreja era a autoridade maior desses pequenos povoados, e a submissão aos padres, uma ordenança para com os fiéis, o que acarretava um grande desempenho e desenvolvimento gerado pelos padres que ali trabalhavam durante anos e anos de carreira de sacerdócio na comunidade. 13 Segundo o historiador Barros (2005, p.79). "Metodologia remete a uma determinada maneira de trabalhar algo, de eleger ou constituir materiais, de extrair algo desses materiais, de se movimentar sistematicamente em torno do tema definido pelo pesquisador. "A metodologia vincula-se a ações concretas, dirigidas às resoluções de um problema; mais do que do pensamento, remete à ação". Como se refere o autor metodologia é toda a maneira a ser usada para se fazer determinada tarefa, ou seja, é como ira proceder durante o trabalho. A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho foi de grande importância, pois é através dela que se pode obter informações para uma melhor interpretação da historia de Ribeirão de São Domingos. Foi utilizado um trabalho realizado por uma turma do 2º ano do ensino médio do ano de 1995, sem nome, pois por ser um trabalho que estava nas mãos de terceiros não se pode obter referência de quem o fez, também foi utilizada fonte oral, pois por ser um distrito com um elevado numero de pessoas idosas, era a única fonte de apoio mais concreta e de maior acesso, destacando a importância dessas pessoas para o desenvolvimento, da comunidade. Umas das fontes de grande importância foram às pesquisas na igreja católica local e da cidade vizinha de Pedra Bonita, a qual a igreja local esta ligada eclesiasticamente, pois nessa igreja pode se conseguir relato do livro de tombos, sobre o município á anos atrás, e de como era a sua população, além de se poder retirar relato de como a população vivia e de como era a vida deles em relação á fé perante a igreja. O cartório da cidade vizinha também foi de grande importância para o relato das pessoas que aqui vivem, além de poder confirmar os relatos dos moradores ao qual contavam em relação aos pais e a parentes antigos, sabendo que a população antiga da região esta toda registrada nos livros do cartório da cidade vizinha de Pedra Bonita. Foi utilizada fontes do cartório de registro de imóveis da cidade de Abre Campo, ao qual constava registros de terra da paroquia, sendo uma forma de provar os relatos do povoado, ter sido todo pertencente ás terras da igreja. Fontes também como textos extraídos da internet foram de grande importância, pois através deles se pode comprovar o contexto histórico ao qual o país passava pela época, além de 14 ser uma forma de embasar a questão do território á anos atrás, além da ajuda dos textos selecionados, Fernando Gaudereto Lamas, sobre povoamento da mata mineira e o de Mônica Ribeiro de Oliveira, cafeicultura mineira e Formação, que tem como objetivo destacar o povoamento da zona da mata. Todos esses procedimentos foram usados para melhor compreender e interpretar a situação do distrito naquele momento da historia, mas não pode deixar de destacar a troca de informações com pessoas instruídas da comunidade, como professores de historia e outros, ao qual puderam oferecer informações sobre o município e determinados fatores que pudessem ter originado a sua formação. Mas juntando tudo isso teve um grande trabalho de montagem e desvendamentos sobre a realidade ao qual o município pertence, tendo que obter entrevistas em locais diferentes do município, como na cidade vizinha, além de muita leitura e dedicação para que se pudesse entender o Brasil e a sua historia como formação de um povo e uma sociedade rica em cultura. 15 3 Ribeirão de São Domingos durante a sua formação . A história regional é um texto muito comentado por diversos autores atuais, como Francisco Carlos Teixeira da Silva e Maria Yedda Linhares, em seu texto região e historia agrária, disponível em: Revista Estudos Históricos, vol.8, n°15 ed. FGV 1995. O texto tem como objetivo retratar a necessidade de uma melhor análise e mais sintática sobre a história regional, apontando as dificuldades e barreiras pelas quais muitos autores se deparam durante a sua carreira de pesquisa, eles mostram o quanto a historia agrária é necessária e se desenvolveu no Brasil a partir dos anos 60 influenciados pela escola dos analles. Deixam clara a questão do embasamento, sobre a geografia e a historia deixando a entender que um pode ajudar e prejudicar o trabalho do outro, como por exemplo, a divisão do país, por parte do órgão conhecido como IBGE, deixa claro que uma região desligada por meios geográficos da outra, pode estar completamente ligado, por traços históricos, levando a uma interpretação diferente da realidade local, isso pode trazer grandes dificuldades para os recém-pesquisadores, ainda mais que se muitos forem para o campo sem nenhum conhecimento prévio, sobre a área á qual esta inserido, levando uma interpretação mal feita o que pode deixar o trabalho com deficiências e mal elaborado por parte do historiador. Isso nos mostra a importância da historia regional e o seu aperfeiçoamento para uma melhor compreensão da realidade social brasileira, trazendo consigo muito conhecimento e melhoria na parte de ensino e conhecimento da realidade das regiões do país, isso para a população é de grande valia, pois reforça a sua cultura e a historia local, fazendo se assim um conhecimento diferente da realidade ali formada. Outro texto muito importante para o conhecimento da historia regional é de Fernando Gaudereto Lamas, O povoamento e colonização da zona da mata mineira no século XVIII, disponível em : www.historica. arquivoestado.sp.gov.br/ materiais. O texto aponta como foi o inicio do povoamento de uma região ainda desconhecida e temerosa, por seus relatos de índios selvagens uma região de mata fechada de difícil acesso e de pontos inóspitos do conhecimento humano. O texto tem como fator principal apontar sobre como o caminho real de transporte de ouro e das minas gerais para a capital no Rio de Janeiro proporcionou um povoamento em 16 uma região a pouco interessada para o homem. Deixa claro sobre como uma estrada proporciona um desenvolvimento ao longo do tempo trazendo consigo o crescimento e o desenvolvimento de vários arraiás ao longo da estrada, com o objetivo de alimentar as tropas que por ali passavam, e tinham que fazer várias paradas durante a viagem para descansar e abastecer os animais e a eles próprios. Mostra o quanto essas questões trouxeram interesse até mesmo do imperador, e outros órgãos do governo que investiram no povoamento das margens da estrada real para um melhor abastecimento das tropas, mostrando assim a importância do local para o desenvolvimento e a manutenção das minas e da própria estrada, destaca as produções ali existentes, com várias culturas com o objetivo de obter um pequeno lucro, pois precisavam sobreviver e manterem as suas famílias, além do mais deixa claro que nenhuma cidade, povoado ou arraial, começa do nada tem toda uma ligação, com algum meio maior, porque como as pessoas iriam frequentar, ou melhor, viver em um local nada agradável, ou seja, um local esquecido da sociedade fazendo assim as pessoas que ali habitarem ficarem a mercê da própria sorte sem contar com nenhuma informação sobre os acontecimentos que ocorriam na sociedade da época. Outra questão importante é em relação ao comércio, vamos ver o quanto o comercio proporciona mesmo de forma pequena o desenvolvimento da população, trazendo consigo desenvolvimento para a sociedade. Outra autora que faz referência ao desenvolvimento humano e ao crescimento da zona da mata é Mônica Ribeiro de Oliveira, em seu texto cafeicultura mineira formação e consolidação. A autora aborda com muita clareza a questão do povoamento das minas gerais e da estrada real, assim como foi abordado pelo nosso outro autor, só que ela parte de um principio diferente. A autora busca através de relatos de quantidades de escravos e de documentos de terras, entender a formação e a consolidação da lavoura cafeeira, em meio á mata, o caminho real e a região de produções variadas, para o abastecimento do mercado interno. A autora destaca como iniciou esse aumento de produção através da disseminação e da boa adaptação ás terra da mata, além do mais o esgotamento das terras da região Fluminense, com o povoamento continuo da região da estrada real. A autora retrata também no inicio do século XIX a dificuldade da expansão cafeeira, por causa da dificuldade de se transportar o produto, em meio ás matas 17 fechadas, e caminhos difíceis, além do mais ressalva a questão do custo do transporte, que diminuía em grandes proporções o ganho por parte dos produtores. O final do texto aponta o maior desenvolvimento a partir de criação de empresas de crédito financiadas pelos próprios fazendeiros, e construção de linhas férreas, através desses e do governo, trazendo com ela desenvolvimento e crescimento urbano e rural, pois através dessas linhas férreas, a população tinha uma maior facilidade de entrar e sair do seu meio, além dos produtores de café terem maior acesso ao mercado, para negociarem o seu produto trazendo consigo um desenvolvimento para a lavoura além de conseguir um maior transporte de mão de obra, proporcionando um ganho no lucro da produção. Isso nos mostra a importância de se estudar a historia regional, pois ela esta completamente ligada com a história do país, em todo o seu contexto nacional e de desenvolvimento, deixando claro que esses autores demonstram de maneiras distintas mais objetivas a importância da historia regional, dando ênfase a um trabalho mais completo e sistêmico por parte dos historiadores, ou jovens historiadores, a procura de uma historia completa e concreta sobre a formação do estado brasileiro e as suas peculiaridades. Esses autores se fundamentaram em pesquisas concretas, muitos relatam sobre a de documentos em igrejas da região, além de documentos de doações de terras, compra e venda de escravos, produções de safras de café e outros produtos para a análise do desenvolvimento da agricultura, além de compreender o fato histórico da época, para tentar entender os acontecimentos que levaram a determinadas atitudes, por parte dos produtores ou dos povos que ali habitavam. Buscaram também fontes muito ricas em historia que são as fontes orais, de habitantes que ali viviam ou de viajantes que ali passaram durante anos e viram todas as mudanças ocorridas no tempo em questão, porque ao analisar constatamos que ninguém melhor para contar a historia regional do que quem ali mora, porque são eles que estão ali no seu dia a dia vendo as mudanças e as transformações que ocorrem em seus ambientes deixando claro que a historia é cheia de fatos e contos que devem ser reunidos e unidos a cada dia para o desenvolvimento e o crescimento da realidade e da necessidade de cada povo. Perante essas analises da importância da historia regional foi realizado uma pesquisa da historia local da fundação de Ribeirão de São Domingos, um local pequeno de população aproximadamente três mil habitantes. São Domingos teve o 18 seu inicio por volta do final do século XIX, com a fundação da capela ao qual deu origem ao nome do distrito. São Domingos segundo pesquisa e relato dos moradores ao qual foram indagados, teve inicio segundo alguns moradores com a doação de uma quantia de 6 alqueires de terras por três fazendeiros ao qual possuíam terras perante aonde hoje se localizam o distrito, esses fazendeiros seriam Manoel João Ferreira, ao qual hoje se tem descendência a família de Ferreira, José Bento Pereira, hoje os descendentes da família Bento, Antônio Manoel de oliveira, hoje descendentes conhecidos da família dos Manoel, contasse alguns descendentes que o motivo pela doação foi a necessidade de se construir uma capela para que as famílias que ali habitavam pudessem se reunir para rezar ao seu Deus, deixando um ponto muito importante, pois nessa época era comum a construção de capelas para um ponto de encontro, levando em conta que outros parentes dos doadores, falaram sobre o local ser de passagem para os habitantes das cidades vizinhas, que se localizam a leste e oeste do Ribeirão, ao passarem no local sempre faziam parada para adorar a Deus, e um ponto muito importante é a passagem de um Ribeirão dentro do município que servia para os tropeiros darem de beber aos seus animais, vendo que o distrito fica no centro das duas cidades, dando acesso á ambos, além do mais era comum fazendeiros doarem terras para a igreja, como uma forma de fé e respeito, pois naquele período o que não faltava para eles era terra. Outros descendentes dos doadores retratam outro fato de suma importância e de grande poder de veracidade, eles retratam que as terras ali doadas foram pelo motivo o qual estava ocorrendo o velório de parentes do mesmo, e para fazer o sepultamento deveriam caminhar em torno de 14 quilômetros, o que poderia causar um desgaste muito grande toda vez que se houvesse um velório, então se reuniram e resolveram doar um pedaço de terra cada um para fazerem um cemitério e uma capela, para a parada de viajantes, levando-se em conta que a igreja local esta do lado do cemitério separado apenas por uma rua, e ao analisar a dificuldade de locomoção da época e a importância de um velório, tem-se um relato com alto grau de veracidade, podendo assim mesmo sem afirmação dizer que foi o inicio do povoado. Ao pesquisar sobre o documento de doação á única coisa conseguida foi um documento datado de 1962, assinado pelo padre Adelino Austácio Pereira, e um documento do livro de tombos assinado por dom Oscar bispo de Mariana pedindo e 19 autorizando ao padre a vender terras infrutíferas da igreja, o que era comum, por falta de recursos eclesiásticos, e prejuízos por parte das terras paradas. Ao pesquisar essas famílias antigas houve-se o relato que os antepassados vieram de outras regiões em busca de terra para o trabalho, São Domingos está bem localizado geograficamente para a época, por esta até próximo ao distrito de Carangola, que no período do final do século XIX começou a se desenvolver, com a passagem de um ramal da ferrovia Leopoldina Raywail, proporcionando assim uma maior facilidade de transporte de mercadoria para a capital Rio de Janeiro, á qual possuía o porto de importação e de exportação da época. Além disso, não pode deixar de retratar a topografia do terreno e a qualidade das terras para a produção de café, que estava a pleno o vapor na época, nas matas de Minas Gerais, deixando claro o interesse de habitação na zona leste de Minas Gerais. Analisando por este ponto e observando a necessidade de transporte ferroviário no período para se levar e trazer mercadoria para a capital, São Domingos acaba sendo uma bela rota para se cortar caminho, levando em conta que o transporte de cargas era feito por animais, e esses haviam a necessidade de pousos, pois a viagem era longa e demorada, além do mais os moradores que ali habitavam tinham a necessidade de vender as suas mercadorias e transportá-las, fazendo assim com que se aglomerasse um numero maior de pessoas em mesmo local dando inicio ao povoado, e com o passar do tempo com a produção de café e a necessidade de mão de obra, juntamente com a oferta de terra ouve então uma pequena imigração de famílias para o local a procura de espaço, além das mesmas que iam se multiplicando. Após a construção da capela o povoado recebe o nome já mencionado anteriormente, Ribeirão por causa de um rio pequeno que corta o distrito, e São Domingos por ter sido um povoado originário com a construção da capela pela igreja católica, tudo a ver com a época em questão. O povoado cresce e desenvolve com o passar do tempo o número de plantações de café, criação de gado cresce favorecidos pela ferrovia a qual passava em Carangola melhorando assim o transporte de mercadorias. Os caminhos de passagem eram bons graças á topografia do terreno trazendo pessoas de outros lugares a passarem, como á relato que de tropeiros de Caratinga, Matipó e outros lugares próximos passavam, com boiadas a caminho de Fervedouro até Carangola, 20 para enviarem suas mercadorias no trem que ali passava, e buscarem as que vinham, por não terem uma ferrovia mais próxima, ou por terem negociado com compradores dessa região, isso mostra que a região era uma importante rota de transporte de mercadorias. Graças ao desenvolvimento da cafeicultura local, a população de fora das dependências do distrito começou a crescer, trazendo consigo a vinda de imigrantes para o local encontrasse descendentes legítimos de italianos que vieram para trabalharem na lavoura de café, por volta do inicio do século XX, também a relato da população de turcos que passaram pelo local não tendo moradia fixa por muito tempo, pois ao seu trabalho estava ligado ao comércio, não tendo assim um desenvolvimento nesta área, causando assim um desinteresse por parte dos mesmos. Já com a população italiana foi diferente, á abundancia de terras férteis, e as boas produções de café fizeram com que eles constituíssem família, e se desenvolvesse no lugar, conhecido hoje como a família dos Pagane. Ao analisar o período foram vários os motivos que levaram a vinda desses italianos, o primeiro foi ás vantagens que o governo oferecia aos estrangeiros e também o valor que muitos deles tinham para o desenvolvimento do país, além da grande oferta de emprego e terras na área da cafeicultura, além do mais como é o caso da região de São Domingos esta relativamente próxima a linha férrea de Carangola proporcionando assim uma maior facilidade para a chegada, pois eles vinham até o Rio de Janeiro de navio, chegando lá pegavam um trem até Carangola e vinham de carro de boi, normalmente até o seu destino, muitas das vezes já guiados por um coronel da época . Deve-se lembrar do quanto o coronelismo esteve presente em nossa sociedade, principalmente em lugares pequenos, pois por falta de quem comandasse o lugar o governo necessitava de alguém para tomar conta das pessoas, ou melhor, dos votos para as eleições, além do mais nesses pequenos lugares não havia autoridade para aplicar as leis como policiais e delegadas, ficando a cargo dos coronéis, que aproveitavam todo o seu poder para explorar a população. São Domingos não chegou a ter Coronel, mas foi vitima do poder do coronelismo, o coronel da cidade vizinha, antes ainda não sendo cidade, a cidade hoje com o nome de Pedra Bonita, era comandada pelo coronel que se chamava Pedro Vitor, cujo qual tinha todo o poder na região indo até a região de parte do 21 Ribeirão de São Domingos, isso se deve graças a todo este território ter um dia pertencido a um mesmo local que é hoje a cidade de Abre Campo, até 1937, a cidade de Santa margarida, Pedra Bonita Matipó, Sericita e outros, pertenciam a Abre Campo, bem no auge do poder coronelístico. Durante este período o coronel da cidade de Pedra bonita tinha domínios na região de São Domingos, por todos pertencerem a um mesmo local, segundo relatos os moradores de Ribeirão, que podiam votar eram buscados por capangas do Coronel, para votarem na cidade vizinha, estabelecendo assim o voto de cabresto, isso também mostra o porquê de haver tantos registros de nascimento, e de terras na cidade vizinha, primeiro pela ligação eclesiástica, e segundo pelo domínio do coronel na região, proporcionando ainda mais o laço com a cidade, sabendo que o maior laço entre Pedra Bonita e São Domingos era eclesiástico. Ao analisar o contexto observa que o laço eclesiástico e pelo motivo de todos os povoados terem anteriormente durante a sua fundação pertencido a uma mesma sede administrativa, trazendo interesse e maior facilidade para os padres da época construírem as suas capelas, sabendo que nada impedia a eles de construírem igrejas em locais fora da cidade, porque a divisão regional não tinha nada a ver com a divisão eclesiástica, pois igreja e estado eram separados um do outro. Vendo assim pode-se analisar o porquê de São Domingos esta ligado eclesiasticamente a outra cidade, que não seja, a do município, pois a iniciativa da construção da capela foi de uma igreja ligada a outra sede administrativa religiosa, pois a Cidade de Pedra Bonita esta ligada á Mariana, e Santa Margarida á Caratinga, esse divisão civil e religiosa se deve ao fato de o governo eclesiástico não mudar de sede de acordo com o governo civil, pois vemos vários casos de distritos que fizeram partes de vários municípios até a sua emancipação, um exemplo é o Munícipio de Santa margarida, cujo qual já foi distrito de São Simão, hoje Manhuaçu, Ponte Nova, Abre Campo, Matipó, até se tornar município. Mas a região de São Domingos esta ligada ao domínio coronelístico não apenas nesse período, mas até a sua elevação de distrito, ao entrevistar o filho do coronel Pedro Vitor, chamado Getúlio Vitor de oliveira, ele conta que para São Domingos se tornar distrito de Santa Margarida, ouve a necessidade de seu pai o coronel Pedro Vitor, doar a região de São Domingos para Santa Margarida, isso se deve a grande amizade entre ele e o padre de Santa margarida, cujo nome é 22 Antônio Galdino, o primeiro prefeito da cidade de Santa margarida, segundo relato do senhor Getúlio Vitor o seu pai constava muito do padre, e havia o motivo da região estar gerando muito transtorno para os seus domínios, pois com o aumento da riqueza dos fazendeiros ali existentes ele estava perdendo o domínio na região, lhe gerando um desgaste muito grande e prejuízos financeiros, isso tudo tem um ponto de razão, pois o domínio do coronel no período era muito grande, mas não se pode esquecer que quando um local era emancipado lhe era dado um distrito para ser dominado, como Santa Margarida emancipou primeiro São domingos passou para o domínio de Santa Margarida, se tornando distrito pela lei 1.039 artigo 1º de 12 de Dezembro de 1953, e pela lei municipal de nº 20 de 05 de Janeiro de 1954, sobre o domínio de Santa Margarida. Antes mesmo de se tornar distrito, São Domingos já era um local muito conhecido, principalmente pela sua religiosidade e povo hospitaleiro e acolhedor, um local de muitas festas religiosas como a adoração a Santos da igreja católica, festas referente a igreja, como é o caso de uma festa muito comentada que era a festa de Nossa senhora do Rosário, cujo objetivo era de adoração, mas havia todo o movimento festejo por parte da população com a participação do congado local, uma cultura típica das pequenas cidades brasileiras, introduzida pelos africanos, no período de escravidão, essa festa tinha todo o ritual de sacrifício, e toda forma teatral, como assim relata os moradores, era um momento de encontro da comunidade, pois as festas que acontecia na comunidade estavam todas ligadas a ação da igreja, isso é claro ao analisarmos a influencia da igreja na sociedade, além do mais como relata no livro de tombos da igreja da cidade vizinha de Pedra Bonita, era um momento até mesmo dos moradores comercializarem. A religião estava tão ligada à realidade da sociedade Dominguense, que a união trazida através dela movia a todos, isso levou ao ano depor volta do ano de 1925 o Senhor Alfredo Nascimento já sonhava em construir uma Igreja para São Domingos de Gusmão. E no ano de 1932 o senhor Alfredo juntamente com outros paroquianos e o Padre José Artur Ramos da Paróquia de São José Pedra Bonita, decidiram construir a Igreja, então ele reuniu seus filhos, que eram muitos, ele que era um grande proprietário de terras da Vila. (Dos dez filhos que teve, nove já faleceram e a Senhora Maria das Graças Nascimento, conhecida como Dona Quinha com 91 anos confirmou a história da construção contada nos livros 23 existentes, quando construíram a Igreja ela tinha 12 anos.) Saíram em campanha de arrecadação nas comunidades e cidades vizinhas, eles ganhavam arroz,feijão,porcos,galinhas,enfim alimentos e animais de criação, tudo que lhes doavam. Depois eles vinham até São domingos e iam de carro-de-boi até a cidade de Carangola á62 km de distância, chegando lá trocavam tudo por materiais de construção. Outro senhor que foi um dos idealizadores da construção foi Simeão Pereira de Souza Campos, grande fazendeiro da região. A vontade de contribuir para o desenvolvimento do lugar era muito grande por parte dos moradores e todo empenho era em favor da fé. A dificuldade não impedia o povo de desenvolver, o comercio era todo realizado em Carangola compra e venda de produtos, o que levava ao desenvolvimento do transporte da época, que era o carro de boi, muitos fazendeiros também se tornavam comerciantes, pois levavam produtos agrícolas e traziam produtos industrializados, isso porque a viagem era longa e dependia de recursos, porque ter um carro de boi nessa época, era ter uma grande riqueza. Isso mostra o quanto o café proporcionou o desenvolvimento da indústria e do nosso comercio no país, pois até mesmo nos lugares pequenos toda a atividade, estava ligada direta ou indiretamente a produção de café, mostrando o porquê do desenvolvimento do Ribeirão de São Domingos. A população crescia mais a saúde e a educação era precária, típica do país no inicio da década de 30. Não havia posto de saúde pelo menos, apenas alguns farmacêuticos, que trabalhavam por conta própria, deixando assim parte da população que não tinha recursos financeiros sem atendimento, além da educação, até por volta do ano de 1920, quem quisesse ter acesso a uma educação melhor tinha que dispor de bons recursos financeiros, porque era paga, a primeiras escola publica não se sabe bem a data de fundação, mas foi criada pelo município de Matipó, antes havia as chamadas casa de escola, eram casa alugadas, ao qual tinha o objetivo de educar, por causa da distancia e do difícil acesso poucas pessoas estudavam até o primário. Para romper a barreira da saúde, muitas pessoas se ligavam a praticas da época como chás, benzedores e a parteiras, que tinham de cumprir o papel dos médicos que não situavam no local, mostrando a dificuldade os meios pelo qual a população precisava ir para enfrentar as dificuldades do sai a dia, a falta de politicas publicas que olhassem para os pequenos povoados, e as 24 suas necessidades, São domingos era apenas um desses, mais havia vários outros por ai sofrendo com o descaso governamental e com as lutas pelo poder, dos coronéis e fazendeiros da época, preocupados apenas com os seus cargos se esquecendo da maior parte da população que agonizava, nos locais afastados, por falta de recursos e investimentos públicos, mas que sempre buscou viver de forma digna, levando em conta o papel da igreja, que além de cuidar do corpo espiritual na maioria das vezes cuidava do corpo físico dos doentes, deixando claro que a igreja não só dava inicio ao município mais cuidava da sua maneira, sendo na época a única maneira possível e acessível pela população. 25 4 A maneira de se construir a historia O estudo da historia regional é de muita importância, para o crescimento da historiografia nacional, pois é através do amontoado de relatos é que se vai construindo a história no seu dia a dia, por isso a grande necessidade de se construir a historia através de fontes verídicas no decorrer da pesquisa, são várias as formas de se contar a historia, através de fotos antigas, documentos, cartas e vídeos, mas não podemos nos esquecer das fontes muito utilizadas por vários historiadores e de grande importância quando se trata de historia regional, que são as fontes orais, pois ela quando bem analisadas são ricas em conhecimentos e relatos, pois contam com a vivência do ser no seu dia a dia. Para se formular a historia de Ribeirão de São Domingos não foi diferente, foi preciso se aprofundar em relatos orais da população, porque era um dos melhores meios de pesquisa ao qual se tinha acesso. Proporcionando assim um trabalho gostoso de fazer e rico em detalhes. Através das entrevistas podem-se encontrar várias explicações sobre o povoado, desde a sua fundação até a sua elevação a distrito, levando em conta que todas as fontes tinham de ser recolhidas e analisadas, pois a dificuldade da historia oral são as controvérsias que se encontram no decorrer da pesquisa, isso exige um trabalho muito sistêmico por parte do pesquisador, o primeiro ponto é conhecer bem o contexto nacional ao qual se insere a historia pesquisada, pois assim a chance de um equivoco será bem menor, e uma montagem por parte do historiador será mais completa. Durante a entrevista foram muitos os dados coletados, o que proporcionou uma maior fonte de montagem da historia, foram coletados informações dos entrevistados, sobre a questão de terras do distrito, sobre as famílias que doaram as terras para o inicio do povoado, e os nomes dos descendentes das famílias, foram coletadas informações sobre o domínio coronelístico na região, sobre a vida religiosa da população, sobre as festas realizadas em torno da igreja, dados sobre os imigrantes que vieram para o local e aqueles que não permaneceram, sobre o comercio e sobre o transporte na região de carga e animais, para a exportação, além de tropeiros e outros que passava. Para se ter uma boa informação é necessário uma boa entrevista, isso se deve as boa prestação de informações dos 26 entrevistados, todos eles foram entrevistados oralmente, acompanhado de informações e perguntas pertinentes ao assunto, levando em conta que as pessoas mais velhas tem um grande orgulho em contar o seu passado. Ao entrevistar o senhor Waldemar de Paula Portes, (mais conhecido como Dengo), na sua residência, morador do centro do distrito, ele relata ser descendente de italiano, pois a sua mão veio da Itália ainda jovem, diz ela ter saído com seus pais a procura de uma vida melhor no Brasil, conta ele também que a sua atual casa foi construída por turcos, que um dia habitaram a região, mais insatisfeitos com o local foram embora, não sabendo paradeiro dos mesmos. Ao entrevistar o senhor Amilton Ferreira (conhecido como Hirto) na sua residência no córrego da pimenta, ele conta ser descendente de um dos doadores das terras para a igreja o senhor Manoel Ferreira, que é o seu Bisavô, ele contou que as terras foram doadas para se construir uma capela, pois as igrejas vizinhas eram muito longe. Entrevistando outro descendente dos doadores o Senhor José Venuto de Oliveira, conhecido como Venute, conta ele ser descendente do doador, pelo qual seria o Senhor José bento Pereira, seu bisavô ao qual doou o terreno para a construção de um cemitério e uma capela no local, para que os moradores tivessem maior facilidade para ir à igreja e enterrar os seus parentes. Ao visitar a cidade vizinha de Pedra Bonita, entrevistei o Senhor Getúlio Vitor de Oliveira, filho do então coronel Pedro Vitor, em sua residência que contou em seu relato sobre o domínio de seu pai na região de São Domingos, buscando pessoas para votarem, lembrando ele que naquela época havia poucos eleitores e eles votavam apenas em quem o seu pai mandasse o típico voto de cabresto, e ao perguntar sobre o seu pai ter dado São Domingos para Santa margarida ele diz que o seu pai deixou de intervir e passou para o domínio do padre Galdino Por ele gostar muito dele, e o coronel se encontrar enfermo na época. Entrevistando Dona Maria das Graças Nascimento, conhecida como Quinha, ela conta a historia do seu pai, juntamente com seus filhos deram inicio na construção da nova igreja do distrito, pois a antiga era muito pequena e não cabia às pessoas, contou também que o seu pai ia até a cidade vizinha de Carangola buscar material de construção, e que os pedreiros vieram todos de lá para fazer e decorar toda a igreja. Entrevistando também dona Hilda Maria de Ornelas em sua residência, conhecida como Hilda cunha, que fica no distrito, ela relata que o seu pai falava muito sobre o transito de pessoas diferentes, com cargas e animais provenientes de 27 outras localidades que cortavam o Distrito de Ribeirão de São Domingos, conta também sobre algumas vendas que havia no decorrer da estrada, pois o mesmo comprou terras perto do Ribeirão aonde tinha uma venda de parada de tropeiros, contou também sobre o transporte de mercadoria feito por carros de boi, uma vez que o seu pai já levou muitos produtos até a cidade de Carangola, aonde se situava a estação ferroviária. Após analisar e descrever todos os dados, montando assim a historia de Ribeirão de São Domingos, observa-se o quanto a historia tem os seus pontos em comum, e as suas analises correspondem aos períodos analisados, observamos isso através da analise das informações juntamente com o texto utilizado de Fernando Gaudereto lamas, ao qual ele conta sobre a formação da sociedade da zona da mata mineira, juntamente com a importância do caminho real para a sua formação e desenvolvimento, isso percebemos no caso do distrito de Ribeirão de São Domingos o quanto o caminho que dava acesso à cidade de Carangola, proporcionou desenvolvimento do distrito com a passagem de pessoas diferentes além da facilidade de acesso a mercadorias e informações, mostrando o quanto uma passagem pode ser importante para o desenvolvimento de uma localidade. Outro texto muito importante e que fala sobre a importância da cafeicultura como forma de desenvolvimento de um local e a sua importância para a região da zona da mata mineira, é o texto de Mônica Ribeiro de Oliveira, que retrata a importância do café para o desenvolvimento da região da zona da mata mineira e das cidades além de proporcionar trabalho e riqueza, isso deixa claro, pois ao analisarmos a região de Ribeirão de são Domingos, o café foi de grande importância para o crescimento e o desenvolvimento da localidade, trazendo riqueza e trabalho. O que leva a importância de se buscar e estudar a historia regional como um meio de se identificar no decorrer do passar do tempo. 28 5 conclusão O presente trabalho de conclusão de curso foi de grande importância e destaque para a historia local de Ribeirão de São domingos, uma vez que retratou toda a sua formação, com todos os aspectos que rodeiam a nossa sociedade brasileira. O trabalho teve como objetivo nos informar sobre o desenvolvimento do povoado, até a sua elevação a distrito, nos mostrando o quanto é importante estudar e pesquisar sobre a história local, pois toda a localidade esta inserida num contexto histórico de desenvolvimento e crescimento por parte da sociedade. Uma vez que a historia nunca esta pronta, mas sempre pronta a se buscar uma nova descoberta, a historia de Ribeirão de São Domingos, nos trouxe todo o conhecimento do povoado, mas deixando ainda algumas questões pertinentes para o estudo, uma vez que o trabalho foi de grande ganho para o desenvolvimento da historiografia local e da historiografia nacional, ele foi de grande conhecimento, posto que no futuro próximo possa até mesmo ser trabalhado na sala de aula do distrito, para que os alunos possam compreender melhor a historia, posto que a historia local esta mais próxima da sua realidade e de uma forma contextualizada o leva a ver a historia de uma forma diferente do que é muitas das vezes passadas para os alunos nas nossas escolas, além do mais a historia local tem como objetivo levar a população a valorizar a sua comunidade posto que ela esta se desenvolvendo a cada dia no passar dos anos. Uma vez ao pesquisar a historia local nos leva ao novo conhecimento da historia, visto que nos professores nos deparamos com uma historia contada, a partir do momento em que trabalhamos para construí-la vemos o quanto a historia participa da nossa realidade, pois nos sentimos os verdadeiros criadores da historia. Muitas são as limitações em uma pesquisa histórica, falta de fontes, controvérsias nos relatos, dificuldades de informações, principalmente quando é um pouco comentado e até mesmo conhecido pela população, deixando sempre um gosto maior de procura por parte de nos historiadores, no caso de Ribeirão de São Domingos não é diferente uma vez que o acesso a fontes de informação são difíceis, contando apenas com a boa vontade e o carisma da população presente buscando ajudar e contar o que for possível. Mas isso não deixou que se encontrasse a 29 resposta por varias questões que nos rodeiam, pois o conhecer é um bem precioso, mas nunca se pode falar que toda a historia foi descoberta, uma vez que a historia e apenas decifrada, mas nunca acabada, porque a historia cresce e aparece no decorrer dos anos, deixando assim o historiador na busca constante da verdade, pois quanto menos sabemos maior é a nossa vontade de buscar, deixando sempre o gosto da verdade que nos leva a trabalhar e pesquisar a cada dia, sobre o nosso ser na historia. 30 Referências Ata arquivo. Prefeitura municipal de Santa margarida, 1954. BEZERRA, Joana D`vArc& CRISTINA, Patrícia. Paraíba: Um convite ao ensino de historia local. Disponível em: www. Anpuhpb.org/anais. HOLANDA, Chico Buarque: Canção pela libertação da América Latina. LAMAS, Fernando Gaudereto. A Zona da Mata Mineira: Subsídios para uma historiografia. Disponível em: www.viannjr.edu.br /revista/eco/doc. (artigo. 2001. pdf). LAMAS, Fernando Gaudereto. Povoamento e colonização da Zona da Mata Mineira no século XVIII. Disponível em: www.historica. arquivo estado. sp.gov.br/ materiais. LINHARES, Maria Yedda. Região e Historia Agraria. Revista Estudos Históricos, vol.8, n°15 ed. FGV 1995. LIVRO DE TOMBO. Arquivo Paroquial. 1958. NEVES, Erivaldo Fecundes. Historia Agrária e Historia regional, na perspectiva 6sócio-econômica. Disponível em: WWW. uesb. br/ anpuhba/artigos. NISHIKAWA, Taise Ferreira da Conceição e NISHIKAWA, Reinaldo: Historia regional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. OLIVEIRA, Mônica Ribeiro. Cafeicultura Mineira: Formação e consolidação 1809- 1870. Disponível em: www.cedeplar.ufnng.br/ diamantina 2000/2000/Mônica/ pdf. 31 APÊNDICES 32 APÊNDICE A- Questionário 1-Qual é o seu nome completo? 2-Nasceu neste distrito sim ou não? 3-Seus país também nasceram neste distrito? Se não de onde vieram e por quê? 4-Vocês sempre possuíram terras perto do distrito? Se não de quem comprou? 5-Quem foram às pessoas mais antigas que você conhece? 6- Você já ouviu falar de quem pertenceu às terras que hoje são da paroquia? Quem as doou para a paroquia, e por quê? 7- Porque a comunidade recebeu este nome e como era ela há uns 80 anos atrás, você já ouviu falar? 8- Como era o distrito de modo produtivo há anos atrás, e para onde vendia, e como era transportado? 9-Você é parente de que família aqui da região? 10-Você já ouviu falar que o distrito já pertenceu à cidade de Pedra Bonita? 11-Você já ouviu os seu país contarem aonde eles votavam há anos atrás e como eram as eleições? 12- Sempre foram os padres de fora que deram assistência à igreja local? 13-Você conhece pessoas de outra nacionalidade aqui neste distrito? Sabe quando vieram e se ainda a algum parente por aqui? 14-Onde moravam essas pessoas e o que faziam antes de se mudarem? 33 ANEXOS 34 ANEXO A- documento de escritura de terras da paróquia. Copia original de escritura de terras, documento paroquial. 35 ANEXO B- Fotos da igreja datada Foto da segunda igreja construída. Fonte: Arquivo paroquial. (autor desconhecido) 36 ANEXO C- foto de uma festa de congado. Foto do congado. Fonte. Arquivo paroquial. (autor desconhecido). 37 ANEXO D- Ata de criação do distrito de Ribeirão de São Domingos Ata de criação do distrito de Ribeirão de são Domingos, Fonte prefeitura municipal de Santa Margarida. ----------------------- Sistema de Ensino Presencial Conectado CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SAMUEL VIANA CUNHA FORMAÇÃO DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO DOMINGOS, PERTENCENTE À SANTA MARGARIDA MINAS GERAIS. Manhuaçu 2011