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História Da Engenharia Civil

Como surgiu a engenharia civil no mundo

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HISTÓRIA DA ENGENHARIA CIVIL Introdução Antes que alcançasse o desenvolvimento que tem hoje, foi preciso que a engenharia civil percorresse um longo trajeto de seis mil anos desde que o homem deixou as cavernas e começou a pensar numa moradia mais segura e confortável. Já os templos, os palácios e os canais, que foram marcas registradas na Antiguidade, começaram a fazer parte da paisagem cerca de dois mil anos depois do aparecimento das primeiras habitações familiares. A designação "engenharia civil" foi inicialmente utilizada por oposição à de "engenharia militar" Designava assim, toda a engenharia não militar. Com o passar do tempo e na maioria dos países, o termo passou a ser utilizado num âmbito mais restrito, referindo-se apenas ao ramo da construção. Contudo, em alguns países como a Bélgica, a Dinamarca, a França, a Noruega e a Suécia, os engenheiros não militares são ainda genericamente referidos como "engenheiros civis", independentemente da sua especialidade ser a construção ou outra (mecânica, química, eletricidade, etc.). Pré-história A engenharia civil na pré-história era inicialmente ligada à necessidade de abrigo e proteção contra animais ferozes e fenômenos da natureza. Mas conforme as comunidades evoluíam e ampliavam seus conhecimentos, a engenharia civil passou a ter importância na segurança contra inimigos humanos. Era Antiga São diversas as obras remanescentes que atestam o desenvolvimento da engenharia civil ao longo de milênios. Os registros escritos destas construções, contudo, se perderam no tempo. Grandes obras de engenharia surgiram há mais de cinco mil anos na Mesopotâmia, embora haja poucos edifícios remanescentes. Os sumérios que habitavam a região construíram muros e templos e criaram canais para irrigação. Ainda na mesma região surgiu a pavimentação, feita com pedras achatadas colocadas nos trajetos mais movimentados das cidades. No Antigo Egito, dentre as mais notáveis obras de engenharia destacam-se as Pirâmides de Gizé, feitas há mais de quatro mil anos, e a cidade de Alexandria (durante a era de Alexandre, o Grande), na qual foi concebido um grande farol, não mais existente.. Na Grécia Antiga, houve, pela primeira vez, a conexão entre a engenharia e a ciência pura, sendo um dos primeiros trabalhos com aplicações práticas de princípios físicos e matemáticos desenvolvidos por Arquimedes, que criou um sistema capaz de transportar água para diferentes elevações. No Império Romano, houve o surgimento de novas técnicas construtivas, especialmente a partir da grande oferta de matérias-primas e trabalho escravo. Embora não tenha grande ligação com a ciência as grandes obras da engenharia romana eram voltadas sobretudo para bens públicos, como aquedutos, portos, mercados, pontes, barragens e estradas. "Vitrúvio" foi o autor de um dos manuscritos mais antigos sobre engenharia, no qual descreve as técnicas e habilidades que um profissional deve dominar, como conhecimentos científicos, filosóficos e éticos, dentre outros. Os romanos também foram os primeiros a utilizar concreto em suas obras, quando descobriu-se que uma mistura formada principalmente por cinzas vulcânicas solidificava-se e dava origem a um material tão duro quanto as rochas. Na China, a engenharia civil se desenvolveu de forma quase independente àquelas do mundo ocidental. Os chineses utilizavam-se da grande variedade de matérias primas existentes em seu território para construção das fundações de pedra e casas de tijolos e telhados de argila. Destaca-se, ainda o surgimento de pontes suspensas antes feitas com fibras de bambu e posteriormente com correntes de ferro, além dos pagodes, templos em forma de torres. Contudo, a mais notável obra ainda remanescente é a Muralha da China, que se estende por milhares de quilômetros e cuja construção iniciou-se em 220 a.C. Na América, por fim, as grandes civilizações inovaram em técnicas que os permitiram criar grandes templos, especialmente de cunho religioso. Durante a civilização Maia, muitas grandes obras foram realizadas, das quais destaca-se a cidade de Teotihuacan. Os Incas, séculos depois, estenderam seus domínios na cordilheira dos Andes e criaram elementos de infraestrutura como pontes, estradas e complexos urbanos, centralizados na então capital, Cusco. Período medieval O Império Romano, devido à sua grande extensão e falta de governo central, não conseguiu se manter unido e chegou ao fim no ano de 476. Muitas das obras de infraestrutura, inclusive estradas, aquedutos e portos então existentes, foram demolidas para construção de fortificações. Durante todo o período medieval, quase não houve avanços científicos, o que afetou também o desenvolvimento de técnicas de engenharia, que passaram a se restringir a conceitos práticos pouco estruturados. Não havia método científico nas construções, pelo que eram baseadas no sistema de tentativa e erro, sendo numerosos os exemplos de colapso de estruturas. Neste período nota-se, ainda, a criação de grandes fortificações em castelos, para prevenir invasões. Houve um avanço na utilização de rodas de água para transportar água e mover moinhos. Era moderna A partir da Renascença, o profissional engenheiro passou a ganhar importância e reconhecimento, ao contrário do período medieval em que projetos eram criados por artesãos. Um dos pioneiros do período foi Filippo Brunelleschi, que projetou o domo da catedral de Santa Maria del Fiore em Florença. Ainda com o surgimento da impressão de livros, começaram a surgir os primeiros manuais com técnicas de projeto e construção. Posteriormente, a Revolução Industrial começava a mudar radicalmente o perfil da Inglaterra, o que posteriormente viria a acontecer no restante da Europa. A população começou a migrar da zona rural para as cidades para trabalharem nas indústrias. As obras estruturais necessárias para o desenvolvimento industrial era geralmente conduzida por engenheiros militares. No entanto, em 1768, o inglês John Smeaton se autodenominou 'engenheiro civil' para diferenciar-se dos profissionais militares, criando assim uma nova e distinta profissão. Poucos anos depois criou a Sociedade dos Engenheiros Civis, com a finalidade de reunir profissionais para conceber e executar grandes projetos. A Revolução Industrial trouxe consigo novas técnicas e materiais pertinentes à engenharia. A Ponte de Ferro, no Reino Unido, foi a primeira ponte de arco construída somente com ferro fundido e também a construção da primeira ferrovia. A utilização do ferro como elemento estrutural causou grandes mudanças, especialmente por conta de sua resistência, capacidade de pré-fabricação e facilidade de montagem. Os engenheiros civis, a partir de então, puderam inovar no formato dos prédios, além de agilizar sua construção. A demanda de profissionais especializados logo demandou o surgimento de centros de ensino voltados para a engenharia. O primeiro deles foi a École Polytechnique em Paris, criada no ano de 1794. Várias décadas depois academias surgiram pela Europa e Estados Unidos, onde, em 1835, formaram-se os primeiros engenheiros civis pela Instituto Politécnico Rensselaer. No Brasil O termo "engenharia civil" apareceu no Brasil ainda no período colonial. Mas somente depois da chegada da família real portuguesa, em 1808, surgiu a primeira escola de engenharia brasileira: a da Real Academia Militar do Rio de Janeiro. Com algumas modificações ao longo dos anos, essa escola se dividiu em duas: O Instituto Militar de Engenharia, que tinha ideais puramente militares; e a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, voltada para a pesquisa e as engenharias. A engenharia civil se desenvolveu gradativamente no país, alcançando grande popularidade. Durante o governo Vargas, o Brasil era considerado um dos especialistas na tecnologia do concreto armado. Na época da ditadura militar, entretanto, houve uma considerável retração no setor da construção. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) é o conselho de fiscalização profissional responsável pela regulamentação e julgamento final das atividades profissionais relacionadas às classes que abrange: Engenharia, Agronomia, bacharéis em Geografia, Geologia e Meteorologia, aqui no Brasil. O CONFEA foi instituído em 1933 por decreto do presidente Getúlio Vargas e coordena os Conselhos regionais de Engenharia e Agronomia (CREA). No dia 31 de dezembro de 2010, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, sancionou a lei n° 12.378, criando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), separando a profissão de arquiteto deste conselho.