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Arquétipos e relacionamentos afetivos
Platão disse que são as idéias primordiais.
Arquétipo é o projeto de tudo que existe. Nada pode existir sem antes ter
sido pensado. Esse pensamento primeiro é a perfeição de tudo que existe.
Portanto, o arquétipo é a perfeição em qualquer atividade, profissão,
coisa; literalmente de tudo que existe.
Nos seres humanos os arquétipos provocam reações afetivas e emocionais.
Geram sentimentos através dos neurotransmissores e hormônios.
Isso é da mais extrema importância em todas as áreas humanas. Tudo que se
faz em publicidade é baseado em arquétipos, para criar as neuroassociações
com os produtos.
No caso de relacionamentos afetivos é fundamental para se criar um
sentimento, tanto nosso em relação a uma pessoa, quanto dela para nós. Não
levar isso em consideração é simplesmente ignorar a força mais poderosa do
universo.
Como tudo que é poderoso é preciso cuidado, cautela, conhecimento e analise
para se usar corretamente.
Vejamos alguns casos:
Uma jovem mulher casada vai passear numa praia sozinha (seja por qual razão
for pela qual está sozinha). Lá encontra um rapaz que também está passeando
pela praia no fim de tarde. Param para conversar e o seguinte diálogo
acontece:
O rapaz pergunta:
- Você vem sempre aqui?
- Não, é a primeira vez que venho. E você porque vem aqui?
- Venho para ver as borboletas.
Falam mais algumas coisas irrelevantes e vão embora. Ela volta para sua
cidade e ele continua lá. Um ano depois ela volta na mesma praia. Neste um
ano ela terminou o casamento e agora está só. No mesmo horário eles se
encontram novamente. Um ano depois. Ela o vê vindo em sua direção, mas ele
não lembra ainda quem é ela. Quando ele chega perto ela o cumprimenta:
- Oi, você aqui de novo?
Ele pára e começa a pensar. Em seguida diz:
- Eu já volto e corre pela praia em direção contrária!
Dali a pouco volta e retoma a conversa. Imediatamente começam um
relacionamento.
O que aconteceu? Um ano antes ele contou a história da borboleta. Este é um
arquétipo de transformação. Muito poderoso precisa ser usado com cuidado.
Ela ao ouvir isso inicia internamente um processo de mudança que não
consegue mais deter. Volta para sua cidade, muda sua vida, termina o
casamento e um ano depois "sem querer", volta ao mesmo local. Quando ele a
vê não se lembra dela, pois apenas tiveram uma breve conversar um ano
antes. Com quantas ele conversa naquela praia? Ele tem uma atitude
inteligente, pois precisa ganhar tempo para se lembrar onde parou a
conversa com ela. Corre para longe dela para ganhar tempo. Quando se lembra
volta. E aí é inevitável o relacionamento, pois toda a transformação que
ela fez na vida foi em função dele ter falado borboletas. A mudança está
neuroassociada com ele e é com ele que ela começa um relacionamento.
Uma cliente ouvindo essa história achou que era a coisa mais fácil
conseguir que o "ficante" virasse namorado. Ele estava estagnado na vida,
na carreira, etc. Telefona para ele e diz:
- Fulano, tive um sonho com muitas borboletas. Ele acha estranho, mas sonho
é sonho!
Uma semana depois ele chega para ela e diz:
- Resolvi mudar minha vida. Voltei a estudar, mudarei de emprego e não
ficaremos mais juntos!
Ela fica perplexa, pois achava que ele ia ficar junto dela. A borboleta
provou transformações. Ele mudou tudo na vida dele. Inclusive ela.
Esse é um bom exemplo de que não se deve generalizar a aplicação de um
arquétipo. Seu uso deve ser bem ponderado. Precisa estar incluído em
metáforas (estórias) com um sentido preciso do que se quer obter. Uma coisa
tão poderosa não pode ser usada levianamente. É preciso estudar muito bem o
que irá se falar, para obter o resultado desejado.
Arquétipos e metáforas são a arma mais poderosa para se conquistar alguém.
Porque desenvolvem amor antes que o relacionamento comece. Parece óbvio,
mas o amor tem de surgir antes do relacionamento começar. Um conhecimento
tão poderoso, não se obtém do dia para a noite. Querer simplificar as
coisas e dar saltos é pura ilusão. Portanto, não se deve sair por ai
atirando para todo lado e falando "borboleta" para todo mundo. É preciso
pensar. Para se conseguir um relacionamento de longo tempo é preciso seguir
um protocolo. Atirar para todo lado na "balada" não é a solução. Quem está
disposto a gastar o tempo necessário para se obter esse conhecimento?