Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Fundaçõe1-rev.setembro 03

Fundações I - Apostila sobre sapatas do prof. Hiroshi Paulo Yoshizane - UNICAMP

   EMBED


Share

Transcript

"UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA Missão/CESET: Formar e aperfeiçoar cidadãos e prestar serviços atendendo às necessidades tecnológicas da sociedade com agilidade, dinâmica e qualidade. " " ST – 631 - 2003 FUNDAÇÕES I PROF. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Fundações 1. Considerações: Trata-se do elemento estrutural que transmite ao terreno a carga de uma edificação. 1.1 Concepções básicas: O estudo de uma fundação compreende preliminarmente duas partes para a escolha do tipo de fundação: Cálculo das cargas atuantes; Análise do terreno. As cargas estruturais devem ser transmitidas às camadas de terreno, capazes de suportá-las sem ruptura; As deformações das camadas de solo abaixo das fundações devem ser compatíveis com a das estruturas; A execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas; À par do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve levar em consideração o fator econômico. 2 Terreno: "Tipos". 2.1 Rochas: São materiais componentes da crosta terrestre, os quais por essa definição, assumem a categoria dos produtos efusivos do magma, dos quais fazem parte basaltos e granitos. Há outro grupo de rocha, os chamados sedimentares, dos quais fazem parte calcários e alguns arenitos e siltitos. Finalmente temos também os denominados metamórficos, dos quais temos os gnaisses, mármores, alguns arenitos, siltitos e argilitos. 2.2 Blocos de rochas e matacões: Blocos de rochas são definidos como partes de jazimentos fraturados e intemperizados com diâmetro médio acima de 1m, e geralmente no subsolo, se encontram esparsamente e envolto de solo laterítico (residual). Matacões são fragmentos similares às dos blocos de rocha, porém com diâmetro médio entre 0,25m a 1,0m. As frações de diâmetro entre 0,07m a 0,25m são denominados de pedras e são comumente encontrados dentro dos solos residuais, solos coluvionares e às vezes em solso aluvionares. 2.3 Rochas alteradas: São encontradas normalmente em torno das rochas firmes, com características da rocha matriz, porém já apresentando fissuras e laterização por força do intemperismo, onde internamente às fissuras, apresentam alterações profundas, por conta de intrusões de outros materiais. 2.4 Solos: São os materiais que tem origem de meteorização das rochas (intemperismo físico, químico e biológico). São tipicamente a capa do esqueleto rochoso da litosfera. Projeto de fundações por sapatas I.Dimensionamento: 1. Dados (informações) técnicos básicos: Taxa de trabalho do solo; Cargas da superestrutura; Seções arquitetônicas dos pilares; Planta baixa da localização dos pilares. 2.Pilar isolado: onde; ( S= área da base da sapata; ( P= carga solicitante do pilar; ( (s = tensão admissível do solo; ( 1,05= coeficiente de segurança, considerando também o peso próprio da sapata; Para ( sapata flexível e 1,10 para sapata rígida. 2.2 Como determinar e definir a dimensão da sapata. Princípio matemático básico inicial: S = A x B Onde; A = maior dimensão da sapata (comprimento); B = menor dimensão da sapata (largura). Sendo, a = maior dimensão do pilar e b = menor dimensão do pilar. Obs: As dimensões dos pilares são representadas e definidas pelo cálculo estrutural da construção. "projeto estrutural". A – a = B – b ( A – B = a - b A = + 1ª Aproximação analítica + - Ajusta-se A=B para satisfazer o parâmetro: A = B S Obs: As dimensões de "A" e "B" da sapata, são escolhidas e definidas de modo a "sempre" resultar num dimensionamento "econômico" e dimensões construtivas múltiplas de 5cm, para facilitar a execução. De início, o mais econômico é a que tem balanços "x" iguais: Esquema ilustrativo: b = largura do pilar = tensão admissível do bloco B = largura da sapata h = altura da base h1 = 0,75 . ( A – b ) h2 = 0,75 . ( B – b ). Obs: Para o cálculo, adota-se sempre os maiores valores de A, B, a e b. A = comprimento da sapata; B = largura da sapata; a = comprimento do pilar (maior dimensão); b = largura do pilar (menor dimensão); x = distância da face do pilar à face da sapata (balanço); C.G. = centro de gravidade do pilar e da sapata. - Como calcular o C.G. : Adotar um sistema qualquer de eixos "x" e "y". xCG = ; yCG = Sistema de equações: ; ; sendo: A = maior dimensão da sapata; B = maior dimensão da sapata. ; sistema de equações S = Área. (Obs: 1.Para os casos de pilares quadrados, a sapata, por economia, deverá sempre ser quadrada e o valor da área "S" será: . 2. Deve-se sempre respeitar uma dimensão mínima conforme indicadas: Para pequenas construções A=0,60m x B= 0,60m, isto é: Para edifícios médios: A = 0,80m e B = 0,80m. 3. Pilares próximos: Quando se tem dois ou mais pilares centrais em que devido a sua proximidade, torna-se impossibilitado o dimensionamento isoladamente pois as bases se sobrepõem uma à outra, a solução é projetar uma única sapata, sustentando os pilares. Nesse caso, denomina-se sapata associada. 3.1 Esquema: ( Impossível ! ( Solução: 3.2. Observações: ( A sapata é dimensionada para a resultante "R" das cargas; ( O centro de gravidade "CG" deve coincidir com o ponto de aplicação da resultante "R"; ( Deve ser empregada viga de rigidez sob os pilares e sobre a sapata; ( A solução econômica (A e B) e determinada por tentativas, procurando-se obter balanços "x" aproximadamente iguais nas duas direções; ( Nos casos de edifícios, é freqüente o emprego de sapatas associadas nos fossos dos elevadores. 3.3 Dimensionamento: "Roteiro". 1º passo: "Calcular a resultante "R" ( 2º passo: "Calcular o ponto de aplicação de "R". , então; 3° passo: "Determinar a área "S" necessária para a sapata". onde; o coeficiente 1,10 é o fator majorativo de 10%¨de acréscimo para considerar o peso da sapata e da viga. 4º passo: "De início, adotar um valor para a dimensão "A" da sapata. ; para envolver os dois pilares. b1; b2 = menor dimensão do pilar. 5° passo: "Determinar o valor da dimensão "B" da sapata, em função do "A" adotado no 4° passo. ; onde; S = área da sapata A = comprimento da sapata Verificar se com os valores "B" e "A" encontrados, os balanços "x" ficaram ou não discrepantes. Se ficarem discrepantes, redimensionar, repetindo-se os passos 4º e 5º, até resultar balanços "x" aproximadamente iguais nas duas direções. 4. Pilares no alinhamento da testada: Assim se denominam os pilares próximos ao alinhamento do terreno com a calçada pública, denominados essa face ou divisa como testada de frente, nas escrituras do terreno. Por norma, os valores dos balanços "x" devem obedecer conforme o esquema seguinte: e da largura da calçada. Procedimento técnico: 1°. De início, deve-se consultar o código de obras do município, para certificar de que no código não consta nenhuma restrição no sentido de impossibilitar ou proibir o avanço da sapata sob a calçada. 2°. Verificar, principalmente, se existe ou não redes de abastecimento de água ou mesmo dutos de esgoto, pois sabe-se que qualquer vazamento, implicará na alteração da compacidade do sub-solo, o que comprometerá drasticamente na estabilidade estrutural. 3°. Caso não haja restrições do item 1º, os procedimentos usuais na prática se seguem: ( Dimensiona-se a sapata normalmente como visto anteriormente para pilares centrais isolados (tópico 2); ( Verifica-se se a sapata normalmente dimensionada não avançou além de 1,00m, nem da largura da calçada; ( Se isto foi atendido tecnicamente, pode-se considerar a sapata dimensionada a critério técnico. ( Caso, não tenha atendido, o procedimento mais viável tecnicamente consiste na imposição da dimensão de 1,00m ou da largura da calçada, nessa direção e determina-se a outra dimensão da sapata (dá-se um giro de 90° na sapata, desde que atenda à restrição). ( Desse modo, deixa-se bem claro de que o fator econômico ou dimensionamento mais econômico possível, de balanços "x" iguais não será atendido, portanto, certifique-se no projeto, de forma escrita, para que o profissional não seja questionado, principalmente pelo cliente. 5 – Pilares de divisa: São assim denominados os pilares próximos às divisas com terrenos de terceiros (divisa limítrofe). Sendo assim a sapata não pode invadir sob o terreno alheio. Soluções: Existem para esse caso duas soluções: 1ª. Solução: Emprego da viga alavanca. Quando o pilar central mais próximo estiver a uma distância razoável ao pilar da divisa. A viga alavanca ou de equilíbrio, terá como função, sustentar e combater o momento ocasionado pela excentricidade da sapata de divisa, conforme o esquema a seguir: ( Consiste em amarrar a sapata ao pilar da divisa P1, à sapata do pilar isolado P2 central, situada à uma certa distância D, através de uma viga alavanca ou viga de equilíbrio. ( A sapata da divisa é deslocada (entrante) internamente ao terreno da construção, e, portanto o seu CG não coincide com o CG do pilar P1, gerando assim uma excentricidade "e" (distância entre o CG do pilar até o CG da sapata, a qual é combatida pela viga alavanca). ( Assim sendo, tem-se então um esquema isostático para a viga alavanca de uma viga bi-apoiada (nos CGs das sapatas), com um balanço "e" numa das extremidades, então, o dimensionamento da sapata. Baseia-se na reação de apoio R1, que ocorre no seu CG. ( Esquema isostático (Fv = 0 ( R1 + R2 = P1 + P2 (M2 = 0 ( P1.D = R1.(D-e) Então : R1 = e = - - f Onde: D = distância entre CGP1 até CG P2 e = excentricidade CG P1 – CG sapata1 f = folga M2 = momento no apoio R2 (Para dimensionar a sapata, é necessário se conhecer R1, portanto; B1 = f(R1) ( B1 em função do R1 A reação R1, depende de se conhecer a excentricidade e portanto. R1 = f(e) ( R1 em função da excentricidade mas por sua vez a excentricidade e depende da dimensão B1 da sapata, e = f(B1) ( e em função de B1 Então: B1 = f(R1) R1 = f(e) ( indeterminável !!! e = f(B1) A solução matemática, consiste em se adotar um valor inicial para uma incógnitas: Na prática, nota-se que R1 é um pouco maior que P1, então, como valor inicial é usual adotar-se de 20 % acima isto é: 1º passo: R1a = 1,2 P1 R1a = valor inicialmente adotado para reação de apoio R1 para sair da indeterminação. 2º passo: S1a = Calcular a área necessária para a sapata de divisa, caso a reação R1 a fosse um valor real. 3º passo: S1a = B1a. A1a B1a = A sapata econômica de divisa deve atender a condição: 2,5 B1 A11,5 B1 ou seja A11,5B1 = para não dar uma excentricidade e elevada A12,5B1 = para não dar uma sapata muito alongada Então, fixa-se B1 = B1a Com A1a = 2B1a e substituindo na expressão da área, tem-se: B1a(2B1a) = S1a ( B1a = 4º passo: Com B1 já fixado, pode-se determinar e e = - - f 5º passo: Com e definido e (M2 = 0 do esquema isostático, tem-se: R1 = R1 real. 6º passo: Com R1 real, determina-se S1 por: S1 = S1 real. 7º passo: Com B1 fixado (3º passo) e S1 determinado (6º passo), determina- se A1 A1 = 8º passo: Verificar se B1 fixado no 3º passo e A1 no 7º passo satisfaz a condição econômica. 2,5B1 A1 1,5 B1 se não for satisfatório, deve-se voltar ao 3º passo, adotando um novo B1 repetindo-se a seqüência dos passos 4º até 8º. 9º passo: Dimensionamento da sapata do pilar P2: O dimensionamento da sapata S2, por se tratar de um pilar central isolado, é o mesmo do "tópico 2", porém na reação R2, ao invés da carga P2, percebe-se que a viga alavanca ocasionará um alivio na carga do P2. A favor da segurança, devido ao P1 poder não ativar totalmente, desconta-se apenas 50 % do alívio em P2 e R2. 10º passo: Calculo do alívio (P. (P = R1 – P1 11° passo: Calculo da reação no P2. R2 = P2 – Esquema representativo do alívio no P2. 6 - SAPATA ASSOCIADA Aplica-se quando o pilar central está próximo do pilar de divisa. Basicamente são 3 as soluções: 1ª Solução Quando a carga do pilar central P2 é maior que a carga no pilar P1. Esquema isostático ( O ponto de reação R, deve coincidir com o CG da sapata associada ( A sapata é dimensionada para R 1º passo: R = P1 + P2 2º passo: Determinação da área da sapata S S = O coeficiente 1,10, corresponde ao fator majorativo em R para considerar o peso próprio da sapata e da viga de rigidez. 3º passo: Com base em: Formula-se a equação: X = Como P2 > P1 X > D-X, portanto torna-se possível empregar uma sapata associada retangular. Devido a restrição de não poder invadir sob divisa, e a imposição do CG da sapata coincidir com o ponto de aplicação de R, a dimensão A da sapata é imposta e devera ser determinado e definido por: A = Assim sendo, restará determinar analiticamente a dimensão B da sapata por: B = Obs: Desta maneira não será atendida a condição econômica da sapata, o que então fará com que os valores dos balanços X serão aproximadamente iguais. Solução II: Quando a carga do pilar central P2 é menor que á carga do pilar P1 de divisa. Passos: 1º Passo ( R = P1 + P2 2º Passo ( S = 3º Passo ( X = Estes três passos são idênticos ao da solução I. O que difere da solução I. Neste caso, como P2