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Fundamentos de Economia
Marcelo Abrahão de Mattos
2012
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO: FLUXOS REAIS E MONETÁRIOS 4
DEFINIÇÃO DE BENS DE CAPITAL, BENS DE CONSUMO, BENS INTERMEDIÁRIOS E
FATORES DE PRODUÇÃO. 5
MICROECONOMIA 7
INTRODUÇÃO 7
PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA ANÁLISE MICROECONÔMICA 7
A hipótese coeteris paribus 8
Papel dos preços relativos 8
Objetivos da empresa 8
Aplicações da análise microeconômica 9
DEMANDA E OFERTA 10
Introdução 10
DEMANDA DE MERCADO 10
Conceito 10
Relação entre quantidade procurada e preço do bem: a Lei Geral da
Demanda 10
Variáveis que afetam a demanda de um bem 12
OFERTA DE MERCADO 13
Conceito 13
Relação entre quantidade ofertada e preço do bem: a Lei da Oferta 13
Variáveis que afetam a oferta um bem 15
ELASTICIDADE 16
Elasticidade-preço da demanda 16
Elasticidade-preço da oferta 19
EQUILÍBRIO DE MERCADO 20
A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio 20
Deslocamento das curvas de demanda e oferta 22
INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA 24
O QUE É MOEDA? 24
BREVE HISTÓRICO 24
TIPOS DE MOEDA E AFINS: 25
OFERTA DE MOEDA: CONCEITO DOS MEIOS DE PAGAMENTO 25
AGREGADOS MONETÁRIOS 25
CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA 25
MULTIPLICAÇÃO MONETÁRIA 26
BANCO CENTRAL 26
Funções do BC 26
Instrumentos de política monetária 26
TAXA DE JUROS 27
DEMANDA DE MOEDA 27
POLÍTICA MONETÁRIA 27
I N F L A Ç Ã O 28
INTRODUÇÃO 28
TIPOS DE INFLAÇÃO 28
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA 31
POLÍTICA FISCAL 31
DÉFICIT PÚBLICO 31
ECONOMIA INTERNACIONAL 32
DETERMINAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO 32
A INFLAÇÃO INTERNA E SEUS EFEITOS SOBRE A TAXA DE CÂMBIO 33
A ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL NO MERCADO DE DIVISAS: POLÍTICAS EXTERNAS 34
BALANÇO DE PAGAMENTOS 34
A ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 35
A DIFERENÇA ENTRE "INTERNO" E "NACIONAL" 35
PIB versus PNB 36
INTRODUÇÃO
Seja em nosso cotidiano, seja através dos jornais, rádio e televisão,
deparamo-nos com inúmeras questões econômicas, como por exemplo:
aumentos de preços
períodos de crise econômica ou de crescimento
desemprego
setores que crescem mais do que outros
diferenças salariais, dissídios coletivos
crises no balanço de pagamentos
valorização ou desvalorização da taxa de câmbio
ociosidade em alguns setores de atividade
diferenças de renda entre as várias regiões do país
taxas de juros
déficit governamental
elevação de impostos e tarifas públicas
Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos
cidadãos comuns, que, com altas doses de empirismo, têm opiniões formadas
sobre as medidas que o Estado deve adotar. Um estudante de Economia, de
Direito ou de outra área pode vir a ocupar cargo de responsabilidade em uma
empresa ou na própria administração pública, e necessitará de conhecimentos
teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos que nos
rodeiam diuturnamente.
O objetivo do estudo da Ciência Econômica é o de analisar os problemas
econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa
qualidade de vida.
A palavra economia deriva do grego oikosnomos (de oikos, casa, e
nomos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado, e
pode ser assim definida:
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a
sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as ilimitadas
necessidades humanas.
Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o
objeto do estudo da Ciência Econômica:
escolha
escassez
necessidades
recursos
produção
distribuição
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são
escassos; contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se
renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção
e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos
da sociedade.
FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO: FLUXOS REAIS E MONETÁRIOS
Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma
economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha
transações com o exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as
famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). As
famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às
unidades de produção (empresas) através do mercado dos fatores de produção.
As empresas, através da combinação dos fatores de produção, produzem bens e
serviços e os fornecem às famílias por meio do mercado de bens e serviços.
A esse fluxo denominamos fluxo real da economia.
Como pode ser observado, famílias e empresas exercem um duplo papel.
No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços,
enquanto as empresas os oferecem; no mercado de fatores de produção, as
famílias oferecem os serviços dos fatores de produção (que são de sua
propriedade), enquanto as empresas os demandam.
No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a
presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e
para o pagamento dos bens e serviços.
Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da
economia.
Unindo os fluxos real e monetário da economia temos o chamado fluxo
circular de renda.
Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da
demanda, determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-
se os preços dos bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de
produção são determinados os preços dos fatores de produção (salários,
juros, aluguéis, lucros, royalties etc).
Esse fluxo, também chamado de fluxo básico, é o que se estabelece
entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora os setores públicos,
adicionando-se o efeito dos impostos e dos gastos públicos ao fluxo
anterior, bem como o setor externo que incluem todas as transações com
mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o resto do mundo.
DEFINIÇÃO DE BENS DE CAPITAL, BENS DE CONSUMO, BENS INTERMEDIÁRIOS E
FATORES DE PRODUÇÃO.
Os bens de capital são aqueles utilizados na fabricação de outros
bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo. É o caso,
por exemplo, de máquinas, equipamentos e instalações. São usualmente
classificados no ativo fixo das empresas, e uma de suas características é
contribuir para a melhoria da produtividade da mão-de-obra.
Os bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das
necessidades humanas. De acordo com sua durabilidade, podem ser
classificados como duráveis (por exemplo, geladeiras, fogões, automóveis)
ou como não-duráveis (alimentos, produtos de limpeza etc).
Os bens intermediários são aqueles que são transformados ou agregados
na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo
produtivo (insumos, matérias-primas e componentes). Diferenciam-se dos bens
finais, que são vendidos para consumo ou utilização final. Os bens de
capital, como não são "consumidos" no processo produtivo, são também bens
finais.
Os fatores de produção, chamados recursos de produção da economia, são
constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial),
terra, capital e tecnologia.
A cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber:
Como se observa, em Economia considera-se o lucro também como
remuneração a um fator de produção, representado pela capacidade
empresarial ou gerencial dos proprietários da empresa.
MICROECONOMIA
INTRODUÇÃO
A Microeconomia, ou Teoria dos Preços analisa a formação de preços no
mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o
preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados
específicos.
Assim, enquanto a Macroeconomia enfoca o comportamento da Economia
como um todo, considerando variáveis globais como consumo agregado, renda
nacional e investimentos globais, a análise microeconômica preocupa-se com
a formação de preços de bens e serviços (soja, automóveis) e de fatores de
produção (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos.
A Teoria Microeconômica não deve ser confundida com economia de
empresas, pois tem enfoque distinto. A Microeconomia estuda o funcionamento
da oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço
sendo obtido pela interação do conjunto de consumidores com o conjunto de
empresas que fabricam um dado bem ou serviço. Do ponto de vista da economia
de empresas, onde se estuda uma empresa específica, prevalece a visão
contábil-financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada
principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia prevalece
a visão do mercado.
A abordagem econômica se diferencia da contábil mesmo quando são
abordados os custos de produção, pois o economista analisa não só os custos
efetivamente incorridos, mas também aqueles decorrentes das oportunidades
sacrificadas, ou seja, dos custos de oportunidade ou implícitos. Como
detalharemos mais tarde, os custos de produção do ponto de vista econômico
não são apenas os gastos ou desembolsos financeiros incorridos pela empresa
(custos explícitos), mas também quanto as empresas gastariam se tivessem de
alugar ou comprar no mercado os insumos que são de sua propriedade (custos
implícitos).
Os agentes da demanda — os consumidores — são aqueles que se dirigem
ao mercado com o intuito de adquirir um conjunto de bens ou serviços que
lhes maximize sua função utilidade. No Direito utilizou-se a conceituação
econômica para se definir consumidor: pessoa natural ou jurídica que no
mercado adquire bens ou contrata serviços como destinatário final, visando
atender a uma necessidade própria. Deve-se salientar que o Código
Brasileiro de Defesa do Consumidor considera o consumidor como
hipossuficiente, uma vez que entre fornecedor e consumidor há um
desequilíbrio que favorece o primeiro.
A conceituação de empresa, entretanto, possui duas visões: a econômica
e a jurídica. Do ponto de vista econômico, empresa ou estabelecimento
comercial é a combinação, pelo empresário, dos fatores de produção:
capital, trabalho, terra e tecnologia, de tal modo organizados para se
obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo.
Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma
universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo
de relações jurídicas entre o empresário e a empresa. O empresário é,
assim, o sujeito da atividade econômica, e o objeto é constituído pelo
estabelecimento, que é o complexo de bens corpóreos e incorpóreos
utilizados para o processo de produção. A empresa, nesse contexto, é o
complexo de relações jurídicas que unem o sujeito ao objeto da atividade
econômica.
PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA ANÁLISE MICROECONÔMICA
A hipótese coeteris paribus
Para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da
hipótese de que "tudo o mais permanece constante" (em latim, coeteris
paribus). O foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se
o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis
interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.
Adotando-se essa hipótese, torna-se possível o estudo de um
determinado mercado selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os
agentes econômicos — consumidores e produtores — nesse particular mercado,
independentemente de outros fatores, que estão em outros mercados poderem
influenciá-los. Sabemos, por exemplo, que a procura de uma mercadoria é
normalmente mais afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para
analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permaneça
constante (coeteris paribus); da mesma forma, para avaliar a relação entre
a procura e a renda dos consumidores, supomos que o preço da mercadoria não
varie. Temos, assim, o efeito "puro" ou "líquido" de cada uma dessas
variáveis sobre a procura.
Papel dos preços relativos
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos,
isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços
absolutos (isolados) das mercadorias.
Por exemplo, se o preço do guaraná cair em 10%, mas também o preço da
soda cair em 10%, nada deve acontecer com a demanda (procura) dos dois bens
(supondo que as demais variáveis permaneceram constantes). Agora, tudo o
mais permanecendo constante, se cair apenas o preço do guaraná,
permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na
quantidade procurada de guaraná, e uma queda na de soda. Embora não tenha
havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou,
quando comparado com o do guaraná.
Objetivos da empresa
A grande questão na Microeconomia, que inclusive é a origem das
diferentes correntes de abordagem, reside na hipótese adotada quanto aos
objetivos da empresa produtora de bens e serviços.
A análise tradicional supõe o Princípio da Racionalidade, segundo o
qual o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a
utilização dos recursos de que dispõe. Essa corrente enfatiza conceitos
como receita marginal, custo marginal e produtividade marginal em lugar de
conceitos de média (receita média, custo médio e produtividade média), daí
ser chamada de marginalista. Como veremos, a maximização do lucro da
empresa ocorre quando a receita marginal iguala-se ao custo marginal.
As correntes alternativas consideram que o móvel do empresário não
seria a maximização do lucro, mas fatores como aumento da participação nas
vendas do mercado, ou maximização da margem sobre os custos de produção,
independente da demanda de mercado.
Geralmente, nos cursos de Economia, a abordagem marginalista compõe a
Teoria Microeconômica propriamente dita, pelo que é chamada de Teoria
Tradicional, enquanto as demais abordagens são usualmente analisadas nas
disciplinas denominadas Teoria da Organização Industrial ou Economia
Industrial.
Aplicações da análise microeconômica
A análise microeconômica, ou Teoria dos Preços, como parte da Ciência
Econômica, preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e
serviços, bem como dos fatores de produção. O instrumental microeconômico
procura responder, também, a questões aparentemente triviais; por exemplo,
por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse
bem deve cair, coeteris paribus.
Entretanto, deve-se salientar que, se a Teoria Microeconômica não é um
manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela
representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias,
dentro de um horizonte de planejamento, tanto ao nível de empresas quanto
ao nível de política econômica.
Em relação às empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as
seguintes decisões:
Política de preços da empresa
Previsões de demanda e de faturamento
Previsões de custos de produção
Decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de
produção, isto é, da melhor combinação de fatores de produção)
Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo-
benefício da compra de equipamentos, ampliação da empresa etc.)
Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos
consumidores podem afetar a procura do produto)
Localização da empresa (se a empresa deve situar-se próxima aos
centros consumidores ou aos centros fornecedores de insumos)
Diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, em
diferentes mercados consumidores do mesmo produto)
Em relação à política econômica, a Teoria Microeconômica pode
contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões:
Efeitos de impostos sobre mercados específicos
Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou
na compra de insumos como máquinas, fertilizantes etc.).
Fixação de preços mínimos na agricultura
Controle de preços
Política salarial
Política de tarifas públicas (água, luz etc.)
Política de preços públicos (petróleo, aço etc.)
Leis antitrustes (controle de lucros de monopólios e oligopólios)
Como se observa, são decisões necessárias ao planejamento estratégico
das empresas e à política e programação econômica do setor público.
Evidentemente, a contribuição da Microeconomia está associada à
utilização de outras disciplinas, como a Estatística, a Matemática
Financeira, a Contabilidade e mesmo a Engenharia, de forma a dar conteúdo
empírico a suas formulações e conceitos teóricos.
DEMANDA E OFERTA
Introdução
Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no
conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de
satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem
adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que os bens
econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada
em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor
para consumidor (uns preferem uísque, outros cerveja etc.).
A Teoria do Valor-Utilidade contrapõe-se à chamada Teoria do Valor-
Trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos (Malthus, Smith,
Ricardo, Marx). A Teoria do Valor-Utilidade pressupõe que o valor de um bem
se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa
para o consumidor. Ela é, portanto subjetiva, e considera que o valor nasce
da relação do homem com os objetos. Representa a chamada visão
utilitarista, onde prepondera a soberania do consumidor, pilar do
capitalismo.
A Teoria do Valor-Trabalho considera que o valor de um bem se forma do
lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os
custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra,
em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e o capital pouco
significativo. Pela Teoria do Valor-Trabalho, o valor do bem surge da
relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo que eles
incorporam ao bem. Nesse sentido, a Teoria do Valor-Trabalho é objetiva
(depende de custos).
Pode-se dizer que a Teoria do Valor-Utilidade veio complementar a
Teoria do Valor-Trabalho, pois não era mais possível predizer o
comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão-de-obra
(ou mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de
gostos, hábitos, renda etc).
Ademais, a Teoria do Valor-Utilidade permitiu distinguir o valor de
uso do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele
representa para o consumidor. Valor de troca se forma pelo preço no
mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.
A Teoria da Demanda, objeto desta apostila baseia-se na Teoria do
Valor-Utilidade.
DEMANDA DE MERCADO
Conceito
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um
determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em
determinado período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do
consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a
renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar a
influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou
seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as
decisões do consumidor.
Relação entre quantidade procurada e preço do bem: a Lei Geral da Demanda
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada
e o preço do bem, coeteris paribus. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa
relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala de procura,
curva de procura ou função demanda.
A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma
escala de procura, conforme a apresentada a seguir:
Outra forma de apresentar essas diversas alternativas seria através da
curva de procura. Para tanto, traçamos um gráfico com dois eixos, colocando
no eixo vertical os vários preços P, e no horizontal as quantidades
demandadas Q. Assim:
Os economistas supõem que a curva ou a escala de procura revela as
preferências dos consumidores, sob a hipótese de que estão maximizando sua
utilidade, ou grau de satisfação no consumo daquele produto. Ou seja,
subjacente à curva há toda uma teoria de valor, que envolve, como vimos, os
fundamentos psicológicos do consumidor.
A curva de procura inclina-se de cima para baixo, no sentido da
esquerda para a direita, refletindo o fato de que a quantidade procurada de
determinado produto varia inversamente com relação a seu preço, coeteris
paribus.
Matematicamente, a relação entre a quantidade demandada e o preço de
um bem ou serviço pode ser expressa pela chamada função demanda ou equação
da demanda:
Onde:
Qd = quantidade procurada de um determinado bem ou serviço, num dado
período de tempo;
P = preço do bem ou serviço.
A expressão Qd=f(P) significa que a quantidade demandada Qd é uma
função f do preço P, isto é, depende do preço P.
Variáveis que afetam a demanda de um bem
Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas
por seu preço. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a
procura.
Para a maioria dos produtos, a procura será também afetada:
Pela renda dos consumidores
Pelo preço dos bens substitutos (ou concorrentes)
Pelo preço dos bens complementares
Pelas preferências ou hábitos dos consumidores.
Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também,
temos um bem normal. Existe também uma classe de bens que são chamados bens
inferiores, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda;
por exemplo, se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne
de segunda e aumentará o consumo de carne de primeira. Temos ainda o caso
de bens de consumo saciado, quando a demanda do bem não é influenciada pela
renda dos consumidores (arroz, farinha, sal etc.).
A demanda de um bem ou serviço também pode ser influenciada pelos
preços de outros bens e serviços. Quando há uma relação direta entre preço
de um bem e quantidade de outro, coeteris paribus, eles são chamados de
bens substitutos ou concorrentes, ou ainda sucedâneos. Por exemplo, um
aumento no preço da carne deve elevar a demanda de peixe, tudo o mais
constante. Quando há uma relação inversa entre o preço de um bem e a
demanda de outro, eles são chamados de bens complementares (quantidade de
automóveis e preço da gasolina, quantidade de camisas sociais e preço das
gravatas etc.).
Finalmente, a demanda de um bem ou serviço também sofre a influência
dos hábitos e preferências dos consumidores. Os gastos em publicidade e
propaganda objetivam justamente aumentar a procura de bens e serviços
influenciando suas preferências e hábitos.
Além das variáveis anteriores, que se aplicam ao estudo da procura
pela maior parte dos bens, alguns produtos são afetados por fatores mais
específicos, como efeitos sazonais e localização do consumidor, ou fatores
mais gerais, como condições de crédito, perspectivas da economia,
congelamentos ou tabelamentos de preços e salários etc.
Suponhamos que agora a curva da procura inicial fosse a indicada no
gráfico pela letra D0. Sendo o bem superior, caso houvesse um aumento na
renda dos consumidores, coeteris paribus, a curva da procura iria se
deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, o
consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades. A nova curva
será D1.
Dessa forma, movimentos da quantidade demandada ocorrem ao longo da
própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a curva de procura
se desloca (em virtude de variações da renda ou de outras variáveis, que
não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quantidade
demandada).
OFERTA DE MERCADO
Conceito
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores
desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma
maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de
seu próprio preço, dos demais preços, do preço dos fatores de produção, das
preferências do empresário e da tecnologia.
Relação entre quantidade ofertada e preço do bem: a Lei da Oferta
Há uma relação diretamente proporcional entre a quantidade ofertada e
o preço do bem, coeteris paribus. É a chamada Lei Geral da Oferta. Essa
relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala de oferta,
curva de oferta ou função oferta.
A relação preço/quantidade ofertada pode ser representada por uma
escala de oferta, conforme a apresentada a seguir:
Essa escala pode ser expressa graficamente como a seguir:
Matematicamente, a função ou equação da oferta é dada pela expressão:
Onde:
Q0 = quantidade ofertada de um bem ou serviço, num dado período;
P = preço do bem ou serviço.
Variáveis que afetam a oferta um bem
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse
bem se deve ao fato de que, coeteris paribus, um aumento do preço no
mercado estimula as empresas a produzirem mais, aumentando sua receita.
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é determinada pelos
seguintes fatores:
Capacidade instalada. A capacidade instalada das empresas aptas a
produzir é um dos mais importantes fatores determinantes da oferta de
qualquer produto. Quando novas empresas se instalam ou quando as já
estabelecidas aumentam suas capacidades de produção, a oferta pode
expandir-se, deslocando-se para mais potencialidades das unidades
produtivas, para todos os níveis de preços possíveis. Alterações nas
dimensões das plantas instaladas projetam-se assim sobre as alterações
possíveis na capacidade de oferta. Deslocamentos da curva de oferta
para mais e para menos decorrem essencialmente de investimentos em
capacidade produtiva.
Condições de oferta dos fatores. Na definição da capacidade de oferta
de um produto qualquer, os investimentos em plantas produtivas
complementam-se pela condição de oferta dos fatores de produção. A
oferta dos fatores é uma das forças determinantes de seus níveis de
remuneração. Mantidas inalteradas todas as demais condições que
prevalecem no mercado de fatores, se ocorrerem modificações na oferta
de qualquer um deles, os padrões de remuneração poderão alterar-se,
para mais ou para menos, transferindo-se desta forma para os custos de
processamento. Sob novos padrões de custos, a disposição dos
produtores para cada nível de preço resultará alterada, deslocando-se
conseqüentemente a oferta para mais e para menos.
Preço dos insumos. De igual forma, os movimentos que se observarem no
mercado e nos preços dos insumos (bens e serviços intermediários
empregados na produção de bens finais) redefinem padrões de
sensibilidade dos produtores. Reduções dos preços dos fertilizantes,
dos defensivos agrícolas e das sementes podem induzir à expansão da
oferta de produtos agrícolas, dados diferentes níveis possíveis de
preços. O oposto poderá ocorrer sob a hipótese de os agricultores
terem seus custos expandidos com a aquisição desses mesmos insumos. O
aumento do preço da nafta e de seus derivados, mantidos os preços de
produtos finais de matérias plásticas, é fator suficiente para redução
de sua oferta.
Tecnologia. Mudanças tecnológicas modificam padrões de produtividade e
de produção e podem transferir-se para as curas de oferta. Novas
tecnologias geralmente atuam no sentido de alterar a oferta para mais,
independentemente dos preços de mercado dos produtos resultantes. A
utilização de estufas ampliou a oferta de verduras e legumes. Avanços
em genética expandem a produtividade de grãos e melhoram o rendimento
de carcaças animais. A tecnologia de laminação e de aglomeração
modificou a oferta no setor madeireiro. A reciclagem de sucatas, os
fornos elétricos e o lingotamento contínuo modificaram os padrões da
oferta de produtos siderúrgicos. Os avanços no setor têxtil, das
cardas às conicaleiras, e dos fios para os teares de maior velocidade
e informatizados, modificaram a oferta de tecidos. Em todos os campos,
a tecnologia tem alterado padrões de produtividade e tem feito avançar
as curas de oferta.
Expectativas. As expectativas dos produtores quanto à evolução da
procura transmitem-se para a capacidade de oferta, o mesmo ocorrendo
com suas expectativas quanto ao comportamento futuro dos preços de
seus produtos. Se eles estimam que a demanda estará em expansão e os
preços poderão reagir em relação aos seus níveis correntes, suas
decisões empresariais geralmente são no sentido de se antecipar aos
movimentos esperados, expandido a oferta. Em alguns casos, quando
ELASTICIDADE
Cada produto tem sua própria sensibilidade com relação às variações
dos preços e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida através
do conceito de elasticidade. Genericamente, a elasticidade reflete o grau
de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em
outra variável, coeteris paribus.
Trata-se de um conceito econômico que pode ser objeto de cálculo a
partir de dados do mundo real, permitindo-se, desse modo, o confronto das
proposições da Teoria Econômica com os dados da realidade.
O conceito de elasticidade representa uma informação bastante útil
tanto para as empresas quanto para a administração pública. Nas empresas a
previsão de vendas é de extrema importância, pois permite uma estimativa da
reação dos consumidores em face de alterações nos preços da empresa, dos
concorrentes e em seus salários. Para o planejamento macroeconômico é de
igual importância, pois, poder-se-ia prever por exemplo qual seria o
impacto de uma desvalorização cambial de 30% sobre o saldo da balança
comercial, ou qual a sensibilidade dos investimentos privados a alterações
na tributação ou na taxa de juros etc.
Elasticidade-preço da demanda
Conceito
É a resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às variações
de seu preço, ou, de outra forma, é a variação percentual na quantidade
procurada do bem X em relação a uma variação percentual em seu preço,
coeteris paribus.
Podemos expressar simbolicamente tal conceito da seguinte forma:
Como a correlação entre preço e quantidade demandada é inversa, ou
seja, a uma alteração positiva de preços corresponderá uma variação
negativa da quantidade demandada, o valor encontrado da elasticidade-preço
da demanda será sempre negativo. Para se evitar problemas com o sinal, o
valor da elasticidade normalmente é colocado em módulo.
Suponhamos, por exemplo, os seguintes dados:
P0 = preço inicial = $ 20,00
P1 = preço final = $ 16,00
Q0 = quantidade demandada, ao preço P0 = 30
Q1 = quantidade demandada, ao preço P1 = 39
A variação percentual do preço é dada por:
A variação percentual da quantidade demandada é dada por:
O valor da elasticidade-preço da demanda é dado por:
Significa que, dada uma queda de 20% no preço, a quantidade demandada
aumenta em uma vez e meia os 20%, ou seja, 30%. Trata-se de um produto cuja
demanda tem grande sensibilidade a variações do preço. Isso nos remete aos
conceitos de demanda elástica e inelástica.
Demanda elástica: A variação da quantidade demandada supera a variação
do preço, ou
No exemplo anterior EpD ' 1,5 ,ou, em módulo "EpD" ' 1,5
Os consumidores desse produto têm grande reação ou resposta, nas
quantidades, a eventuais variações de preços. Em caso de aumentos de
preços, diminuem drasticamente o consumo; quando há quedas do preço de
mercado, aumenta o consumo, em uma vez e meia a variação do preço.
Demanda inelástica: Ocorre quando uma variação percentual no preço
provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades
procuradas, coeteris paribus, ou:
Exemplo:
Nesse caso, uma redução de 10% nos preços, provoca um aumento de 5%
nas quantidades procuradas. Os consumidores desse produto reagem pouco a
variações dos preços, isto é, possuem baixa sensibilidade ao que acontece
com os preços de mercado.
Exemplos de Elasticidades
"Produto "Epd "
"Sal "0,1 "
"Água "0,2 "
"Café "0,3 "
"Cigarros "0,3 "
"Calçados "0,7 "
"Habitação "1,0 "
"Automóveis "1,2 "
"Refeições em restaurantes"2,3 "
"Viagens de Avião "2,4 "
"Cinema "3,7 "
"Marcas Específicas de "5,6 "
"Café " "
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda
Afinal, o que faz com que alguns bens tenham demanda elástica ou
inelástica, isto é, que fatores explicam os valores obtidos para a
elasticidade-preço da demanda?
Disponibilidade de bens substitutos: Quanto mais substitutos houver
para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações
em seu preço, para cima, por exemplo, farão com que o consumidor passe
a adquirir seu substituto, provocando queda em sua demanda mais que
proporcional à variação do preço. Nesse sentido, quanto mais
específico o mercado, maior a elasticidade. Ou seja, a elasticidade-
preço da demanda de guaraná será maior que a de refrigerantes em
geral, pois existem mais substitutos para o guaraná do que para
refrigerantes em geral. Na mesma linha, a elasticidade-preço da
procura da pasta de dente de mentol é maior que a de pastas de dente
em geral etc.
Essencialidade do bem: Se o bem é essencial, será pouco sensível à
variação de preço; terá, portanto, demanda inelástica.
Importância do bem, quanto a seu gasto, no orçamento do consumidor:
Quanto mais importante o gasto referente a um determinado bem (maior
ponderação) em relação ao gasto total (orçamento) do consumidor, mais
sensível torna-se o consumidor a alterações em seu preço (ou seja, a
demanda é mais elástica). Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda
de carne tende a ser mais elevada que a de fósforos, já que o
consumidor gasta uma parcela maior de seu orçamento com carne do que
com fósforos.
Periodicidade de aquisição: O intervalo de tempo entre uma e outra
aquisição do produto é também apontado como fator determinante da
elasticidade-preço da demanda. Grandes intervalos podem "apagar" da
memória os preços de referência. Os exemplos clássicos são as
especiarias de uso doméstico, como o cravo da índia e a noz-moscada –
variações nos preços desses produtos tendem a não ser percebidas pelos
consumidores, reproduzindo-se em baixa variação de quantidades
procuradas. Para outros produtos, a periodicidade é de tal amplitude
que os produtos se modificam entre uma aquisição e outra, reduzindo-se
a sensibilidade a preços. É o que ocorre com automóveis novos. A
elasticidade—preço da procura de automóveis a longo prazo é estimada
em 0,2, diferente da de curto prazo, estimada entre 1,2 e 1,5.
Elasticidade-preço da oferta
Conceito
A elasticidade-preço da oferta (EpO) mede a reação dos vendedores às
mudanças no preço. Essa reação também é calculada pela razão entre dois
percentuais: a variação percentual na quantidade ofertada dividida pela
mudança percentual no preço. Ou seja,
EpO = variação percentual em Q
variação percentual em P
Como a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta, ou seja,
a uma alteração positiva de preços corresponderá uma variação positiva da
quantidade ofertada, o valor encontrado da elasticidade-preço da oferta
será sempre positivo.
Suponhamos, por exemplo, os seguintes dados:
P0 = preço inicial = $ 20,00
P1 = preço final = $ 16,00
Q0 = quantidade ofertada, ao preço P0 = 39
Q1 = quantidade ofertada, ao preço P1 = 27
A variação percentual do preço é dada por:
A variação percentual da quantidade demandada é dada por:
(Q1/Q0) – 1 = (27/39) – 1 = 0,69 – 1 = - 0,31 ou 31%
O valor da elasticidade-preço da oferta é dado por:
Epo = variação percentual em Q = - 0,31 / - 0,2 = 1,55
variação percentual em P
Significa que, dada uma queda de 20% no preço, a quantidade ofertada
diminui em 31%, Trata-se de um produto cuja oferta tem grande sensibilidade
a variações do preço. Isso nos remete aos conceitos de oferta elástica e
inelástica.
Oferta elástica: A variação da quantidade ofertada supera a variação
do preço, ou
Epo > 1
Os ofertantes desse produto têm grande reação ou resposta, nas
quantidades, a eventuais variações de preços. Em caso de aumentos de
preços, aumentam drasticamente a oferta; quando há quedas no preço do
produto, diminui a quantidade ofertada.
Oferta inelástica: Ocorre quando uma variação percentual no preço
provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades
ofertadas, coeteris paribus, ou:
Epo < 1
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da oferta
Disponibilidade de fatores: Embora os produtores possam sensibilizar-se
com as variações para mais nos preços dos produtos, dispondo-se produzir
mais, eles podem encontrar deferentes graus de dificuldade para expandir
a produção, em função da disponibilidade de fatores produtivos, naturais,
humanos e de capital. Ocorrendo flexibilidade na oferta de fatores ou
então ociosidade, as quantidades ofertadas podem ser aumentadas, no caso
de estimulação via preços. Mas situações de pleno emprego ou de oferta
inflexível, torna inelástica a capacidade de oferta, por mais que os
produtores se encontrem estimulados.
Um dos casos clássicos é o de oferta de água mineral: a vazão das
nascentes é determinada e quantitativamente limitada. Isto pode configura
até casos de anelasticidade de oferta. A geração de energia por
hidroelétricas é outro exemplo clássico. Não obstante as usinas possam
regular a produção para mais ou para menos, as tarifas são menos
relevantes que a disponibilidade de água nos reservatórios. O mesmo
ocorre no setor primário de produção, no caso de culturas permanentes: as
quantidades ofertadas são dadas pela capacidade máxima de produção das
lavouras. Elas podem, efetivamente, variar para mais e para menos, em
função dos preços. Estimulados por preços mais altos, os produtores podem
melhoras os tratos culturais e expandir as quantidades produzidas. Mas há
limites. Geralmente, a elasticidade da oferta é baixa. No caso de
culturas permanentes, alterações só ocorrem a prazos longos.
Defasagem de resposta: O fator tempo é outro relevante determinante da
elasticidade de oferta. Independentemente da disponibilidade ou não de
recursos, há determinados produtos que exigem grandes intervalos de tempo
para ser produzidos, definindo curas de oferta inelásticas. Entre a
sinalização dos preços mais altos e a defasagem de tempo para a produção
podem ocorrer intervalos tão longos que impeçam a pronta resposta dos
produtores. Em contrapartida, há casos em que a resposta pode ser mais
rápida. Ou, sem outros termos, se o preço permanecer estimulante por
longos períodos, a capacidade de expansão das quantidades ofertadas é
maior do que se as alterações forem efêmeras e de curto prazo.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a
quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.
Seja o quadro a seguir representativo da oferta e da demanda do bem X:
Como se observa na tabela, existe equilíbrio entre oferta e demanda do
bem X quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias.
Graficamente:
Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E) teremos o
preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que
atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio E
(A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma
competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão
maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos
preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão.
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de
equilíbrio E (B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção,
um acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma
competição entre os produtores, conduzindo a urna redução dos preços, até
que se atinja o ponto de equilíbrio.
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores quanto de
ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma
situação de equilíbrio estacionário sem filas e sem estoques não desejados
pelas empresas.
Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços,
ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada
essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem um determinado
nível desejado tanto pelos consumidores quanto pelos ofertantes. Para que
isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de
forças oligopólicas, que normalmente impedem quedas de preços dos bens e
serviços.
Deslocamento das curvas de demanda e oferta
Como vimos, existem vários fatores que podem provocar deslocamento das
curvas de oferta e demanda, com evidentes mudanças do ponto de equilíbrio.
Suponhamos, por exemplo, que o mercado do bem x (um bem normal, não
inferior) esteja em equilíbrio, o preço de equilíbrio inicial é P0 e a
quantidade, Q0 (ponto A).
Se, por hipótese, os consumidores obtêm um aumento de renda real
(aumento de poder aquisitivo) coeteris paribus, a demanda do bem x, aos
mesmos preços anteriores, será maior. Isso significa um deslocamento da
curva de demanda para a direita, para D1. Assim, ao preço P0 teremos um
excesso de demanda, que provocará um aumento de preços até que o excesso de
demanda se acabe.
O novo equilíbrio se dará ao preço P1 e quantidade Q1 (ponto B).
Da mesma forma, um deslocamento da curva de oferta afetará a
quantidade de mercado e o preço de equilíbrio. Suponha, para exemplificar,
que haja uma diminuição dos preços das matérias -primas usadas na produção
do bem x. Conseqüentemente, a curva de oferta do bem x se deslocará para a
direita, e, por raciocínio análogo ao anterior, o preço de equilíbrio se
tornará menor e a quantidade, maior.
INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA
O QUE É MOEDA?
É um instrumento aceito pela coletividade para intermediar transações
econômicas. É aceita e garantida por lei dentro do território nacional
("curso forçado").
A moeda tem diversas funções reconhecidas, que justificam o desejo de
as pessoas a reterem (demanda):
Meio de troca: A moeda é o instrumento intermediário de
aceitação geral, para ser recebido em contrapartida da cessão de
um bem e entregue na aquisição de outro bem (troca indireta em
vez de troca direta). Isto significa que a moeda serve para
solver débitos e é um meio de pagamento geral.
Unidade de conta: Permite contabilizar ou exprimir numericamente
os ativos e os passivos, os haveres e as dívidas.
Esta função da moeda suscita a distinção entre preço absoluto e
preço relativo. O preço absoluto é a quantidade de moeda
necessária para se obter uma unidade de um bem, ou seja, é o
valor expresso em moeda. O preço relativo exige que se considere
dois preços absolutos, uma vez que é definido como um quociente.
Assim, P1 e P2 designam os preços absolutos dos bens 1 e 2,
respectivamente. P1/P2 é o preço relativo do bem 1 expresso em
unidades do bem 2. Ou seja, é a quantidade de unidades do bem 2
a pagar por cada unidade do bem 1.
Reserva de valor: A moeda pode ser utilizada como uma acumulação
de poder aquisitivo, a usar no futuro. Assim, tem subjacente o
pressuposto de que um encaixe monetário pode ser utilizado no
futuro, isto porque pode não haver sincronia entre os fluxos da
despesa e das receitas, por motivos de precaução ou de natureza
psicológica. A moeda não é o único ativo a desempenhar esta
função; o ouro, as ações, as obras de arte e mesmo os imóveis
também são reservas de valor. A grande diferença entre a moeda e
as outras reservas de valor estão na sua mobilização imediata do
poder de compra (maior liquidez), enquanto os outros ativos têm
de ser transformados em moeda antes de serem trocados por outro
bem.
Sachs e Larrain (2000) observam ainda que em períodos de alta inflação
a moeda deixa de ser utilizada como reserva de valor, mas que em outros
casos, que apesar de ser um "ativo dominado" (há ativos tão seguros quanto
a moeda, mas que rendem juros), ela é preferida como reserva de valor por
alguns grupos (especialmente aqueles que realizam atividades ilegais), pois
mantém o anonimato de seu dono - ao contrário, por exemplo, dos depósitos a
prazo, que podem ser facilmente rastreados.
BREVE HISTÓRICO
Antigamente o homem não precisava de dinheiro. Ele caçava, pescava e
era nômade. A agricultura permitiu que ele se fixasse em um território e se
organizasse em comunidade.
O homem passou a produzir o suficiente para sua subsistência. As
atividades produtivas não eram voltadas ao mercado por isso eventuais
trocas eram diretas: escambo
Algumas mercadorias utilizadas para escambo: vasilhas, facas, conchas,
colares, plumas, tabaco, peles, pedras, sementes, cereais, sal (salário!),
gado (pecus),alimentos e outros produtos diversos,...No Brasil: trocava-se
pau-brasil por panos de algodão, açúcar, fumo, zimbo (concha). À medida que
as trocas foram se intensificando os metais passaram a serem cada vez mais
utilizados. Especialmente por serem: homogêneos, duráveis, portáteis,
divisíveis, escassos, não-perecíveis,...mas roubáveis! Por esta última
característica os comerciantes começaram a depositar em casas de ourives
(que trabalhavam com ouro). Em troca dos depósitos os ourives passaram a
emitir certificados equivalentes a quantia depositada.
Com o tempo os certificados passaram a ser trocados pelas mercadorias
sem a necessidade de retirar o ouro para o pagamento. Os ourives passaram a
emprestar os metais ou os certificados (1ºs bancos). Para exercer o
controle dos metais em circulação os governantes implantaram a cunhagem da
moeda: Moeda Metálica. A partir do século XVII surgiram bancos comerciais
privados. Alguns destes bancos receberam o monopólio da emissão de notas
bancárias (dando origem aos bancos centrais). Banco da Inglaterra foi o
primeiro banco central em 1694 pois financiava o déficit da Coroa. O estado
passou a monopolizar e controlar a emissão de papel-moeda lastrado em ouro
(padrão-ouro). Com o tempo o padrão-ouro passou a representar um obstáculo
à expansão comercial, pois a quantidade existente de ouro é limitada. Em
1920 abandonou-se o padrão-ouro e a emissão monetária foi livre (moeda
fiduciária). No acordo de Bretton Woods (1944) só o dólar americano
respeitava o padrão-ouro e as demais moedas teriam paridades fixadas em
relação ao próprio dólar. Em 1971 todas as moedas passaram a ser
fiduciária.
TIPOS DE MOEDA E AFINS:
Moeda metálica
Papel-moeda
Moeda escritural
Quase-moeda: apresentam características de moeda por terem reserva de
valor, mas não possuem liquidez imediata.
OFERTA DE MOEDA: CONCEITO DOS MEIOS DE PAGAMENTO
É a moeda total à disposição do setor privado não bancário, de
liquidez imediata (Liquidez imediata é a capacidade da moeda de ser um
ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações).
Soma da moeda manual e da moeda escritural (M1).
AGREGADOS MONETÁRIOS
M0: moeda em poder do público (papel moeda e moedas
metálicas)
M1: M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais
M2: M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança +
títulos emitidos por instituições depositárias
M3: M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas
registradas no Selic
M4: M3 + títulos públicos de alta liquidez
CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA
Criação de moeda: quando há aumento do volume dos meios de pagamento.
Ex: aumento do empréstimo ao setor privado, saque de dinheiro da poupança
para compra de bens. Destruição de moeda: quando há redução do volume dos
meios de pagamento. Ex: resgate de um empréstimo no banco, quando o
depositante retira depósito à vista e o coloca em depósito a prazo.
MULTIPLICAÇÃO MONETÁRIA
Os bancos comerciais multiplicam moeda escritural quando emprestam ao
público, parte do dinheiro depositado.
BANCO CENTRAL
Órgão responsável pela política monetária e cambial de forma
compatível com a atividade econômica e o equilíbrio da macroeconomia. Segue
a legislação e normas do Conselho Monetário Nacional. Regula e fiscaliza as
atividades de intermediação financeira.
Criado no Brasil pela Lei nº 4.595/31.12.64, Lei de Reforma Bancária.
Anteriormente quem realizava as funções do BC era a SUMOC (Superintendência
da Moeda e do Crédito).
Funções do BC
Banco emissor: Emissão do papel-moeda e moeda metálica e execução de
serviços do meio circulante;
Banco dos bancos: é o órgão em que os bancos depositam seus fundos e
transferem fundos de um banco para o outro (pela câmara de compensação
de cheques). Além disso, o Banco Central também empresta aos bancos (o
chamado redesconto bancário);
Banco do governo: é o canal que o governo tem para implementar a
política monetária. Grande parte dos fundos do governo é depositada no
Banco Central. De outra parte, quando o governo necessita de recursos,
ele normalmente emite títulos (obrigações) e os vende ao público via
Banco Central;
Banco depositário das reservas internacionais: é o responsável pela
defesa da moeda nacional, e da administração do câmbio e das reservas
de divisas internacionais do país.
Execução da política monetária: a principal atribuição de um Banco
Central é o controle da oferta de moeda e crédito
Controle e regulamentação da oferta de moeda: é uma função normativa –
regula a moeda e crédito do sistema econômico;
Execução da política cambial e administração do câmbio: controle das
operações com moeda estrangeira e capitais financeiros externos. Uma
das mais importantes missões do Banco Central é a defesa da moeda
nacional.
Fiscalização das instituições financeiras
Instrumentos de política monetária
Controle das emissões: o Bacen controla o volume de moeda manual da
economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas
emissões e respectivos volumes.
Depósitos compulsórios ou reservas obrigatórias: os bancos comerciais
são obrigados a depositar no Bacen um percentual sobre os depósitos à
vista.
Operações de mercado aberto (open market): Consistem na compra e venda
de títulos públicos ou obrigações pelo governo. Quando o governo
coloca seus títulos junto ao público, o efeito é de reduzir os meios
de pagamento ("enxuga" os meios de pagamento), já que parte da moeda
em poder do público retorna ao governo como pagamento desses títulos.
Ao contrário, quando o governo compra os títulos, efetua pagamento em
moeda aos portadores dos mesmos, o que aumenta a oferta de moeda (os
meios de pagamento).
Operações de redesconto: Consiste na liberação de recursos pelo Banco
Central aos bancos comerciais, que podem ser empréstimos ou redesconto
de títulos. Existem os redescontos de liquidez, que são empréstimos
para os bancos comerciais cobrirem um eventual débito na compensação
de cheques, e os redescontos especiais ou seletivos, que são
empréstimos autorizados pelo Banco Central visando beneficiar setores
específicos. Por exemplo, para estimular a compra de máquinas
agrícolas, o Banco Central abre uma linha especial de crédito, pela
qual os bancos comerciais emprestam (descontam) aos produtores rurais
e redescontam o título junto ao Banco Central Controle das emissões do
volume de moeda manual da economia cabendo suprir necessidades de
novas emissões.
TAXA DE JUROS
É a quantia paga pela obtenção de recursos de terceiros em um
percentual deste montante durante determinado período de tempo.
No Brasil a Taxa SELIC (Sistema especial de liquidação e custódia)
definem a taxa de juros onde são vendidos os títulos públicos no mercado
aberto; esta taxa acaba balizando as demais taxas do mercado. Esta taxa
SELIC é definida pelo COPOM (comitê de Política Monetária do Banco Central)
conforme reunião mensal. A oferta e demanda de capital no mercado acabam
definindo o preço a pagar pelo empréstimo, ou seja, o juro. Além disso, têm-
se risco, prazo e liquidez que influenciam na taxa de juro conforme o tipo
de investimento.
DEMANDA DE MOEDA
A demanda de moeda ocorre por três motivos básicos:
Transação: representa a guarda de moeda para se fazer em face de
pagamentos, dado que os pagamentos e recebimentos não são
perfeitamente sincronizados.
Precaução: é a guarda de moeda para cobrir gastos imprevistos.
Especulação: a moeda é considerada também como reserva de valor e não
apenas meio de troca. Por isso, não seria estranho que os agentes
econômicos guardassem moeda ociosa, na expectativa de mudanças na taxa
de juros de mercado e, assim, aplicá-la melhor no futuro.
POLÍTICA MONETÁRIA
Nesta, o governo atua sobre a quantidade de moeda e títulos públicos,
sendo os recursos disponíveis a sua emissão, compra e venda de títulos,
regulamentação sobre crédito e taxas de juros, entre outros.
Se o objetivo é controlar a inflação, por exemplo, compram-se títulos
públicos, diminuindo o estoque monetário da economia. Quando se anseia o
crescimento econômico, o meio seria aumentar o estoque de moedas.
Esta política não necessita obedecer ao Princípio da Anterioridade e
pode ser implementada logo depois da sua aprovação. E é exatamente esta a
vantagem da política monetária sobre a política fiscal já que ambas
representam meios diferentes para as mesmas finalidades – melhor
distribuição de renda, questão distributiva.
I N F L A Ç Ã O
INTRODUÇÃO
Primeiramente, devemos analisar o real significado deste termo que é
tão utilizado e supostamente conhecido. Tecnicamente podemos definir
inflação como sendo "Uma taxa de variação relativa dos preços". Dentro
deste contexto surge o termo indexação de uma determinada economia como
forma de eliminar o efeito inflacionário do contexto econômico.
Aumento persistente de preços é que acaba por ocasionar perdas de
poder aquisitivo para a população do país onde ocorre. É um fenômeno
monetário perigoso, porque a elevação de um preço puxa a de outros, dando o
pontapé inicial a uma bola de neve conhecida como hiperinflação. As causas
são diversas, mas normalmente resultam ou da emissão sem lastro de moeda
(quando o governo precisa de dinheiro para pagar suas dívidas sem que tenha
ocorrido um aumento nas atividades econômicas), ou do reajuste no câmbio
(quando o governo é obrigado a desvalorizar sua moeda em relação à outra
mais forte, em geral o dólar).
TIPOS DE INFLAÇÃO
Existem basicamente em uma economia, três tipos distintos de inflação.
Na verdade, geralmente, um desses três tipos é mais preponderante em uma
determinada economia, entretanto, dificilmente existirá somente um tipo de
inflação na economia. Os tipos de inflação também mantêm uma certa relação
com a estrutura de mercado (oligopolista, monopolista, monopsonista, etc.)
onde esteja ocorrendo. Os tipos de inflação se classificam, portanto em:
Inflação de demanda
A inflação de demanda é acarretada basicamente por uma certa defasagem
entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo esta última bem
maior do que a primeira, causando dessa forma uma pressão nos preços em
função de um certo patamar de demanda reprimida. Dentro deste contexto a
inflação da moeda estreitamente relacionada com a inflação de demanda, pois
quando o governo pratica a emissão de moeda (aumentando a base monetária)
cria na população, a curto prazo, a idéia do aumento do poder aquisitivo.
Entretanto, esse aumento é bastante ilusório, pois a própria moeda
quando chega na economia, já está com valor menor do que aquele que esta
deveria representar. No entanto essa "riqueza" inesperada poderá
efetivamente pressionar determinados segmentos de mercado que apresentam
baixa elasticidade (baixa capacidade de absorver variações na demanda sem
repassá-las para os preços dos produtos).
Um outro efeito também negativo associado à essa questão de
elasticidade, se refere ao fato do empresário não ter capacidade de
repassar para o produto um certo aumento de custo (impostos por exemplo)
pois o seu segmento de mercado se apresenta extremamente inelástico. Neste
caso a tendência no sentido de uma falência, infelizmente, é bastante
forte.
Inflação de custos
Este tipo de inflação se caracteriza basicamente por uma majoração
exógena de determinados componentes do produto, tais como matéria-prima,
salários, impostos, combustíveis, etc. Nestes casos o comportamento da
demanda não é um fator muito determinante do preço final das mercadorias.
Geralmente a inflação de custos está bastante associada a estruturas
de mercado oligopolizadas onde a disputa por segmentos de mercado não é
feita através dos preços. Com uma significativa elevação dos custos de
produção, os preços finais da mercadoria, conseqüentemente ficarão fixados
num patamar mais elevado, independentemente do nível de demanda no segmento
de mercado.
Um ótimo exemplo deste tipo de inflação pode ser verificado no setor
automobilístico, que é fortemente oligopolizado (formado por cartéis).
Neste setor mesmo em períodos nos quais as vendas baixem
significativamente, os preços não seguirão essa tendência.
O que muitas empresas ou particularmente revendedoras fazem para
sobreviver durante determinadas crises é promover certas ofertas ou
promoções, entretanto sem baixar os preços, que são conseqüência direta dos
custos de fabricação, montagem, distribuição e comercialização. Obviamente,
mesmo neste tipo de mercado oligopolizado, a questão da elasticidade deve
ser considerada. Todo empresário trabalha com uma certa margem de lucro ou
como também é denominada "mark-up". Esta margem de lucro pode representar
nesses momentos de esfriamento do mercado uma importante "arma estratégica"
para se manter no mercado.
Dessa forma a elasticidade do empresário em absorver a crise em seu
setor está bastante associada à sua capacidade de reduzir sua margem de
lucro sem comprometer sua sobrevivência empresarial. Tanto a determinação
do percentual da margem de lucro como o quanto e quando reduzir, não devem
ser arbitrados empiricamente.
Inflação estrutural
A inflação estrutural está estreitamente relacionada com a
ineficiência de serviços fornecidos pela infra-estrutura de uma determinada
economia. Essa ineficiência, obviamente eleva desnecessariamente os custos
dos serviços prestados pelo governo, acarretando dessa maneira uma
majoração dos custos de produção e em seguida o aumento dos preços das
mercadorias no mercado.
Fica claro perceber que se as estradas de um determinado país estão em
péssimo estado de conservação, conseqüentemente os custos de transporte e
distribuição ficarão mais elevados. Se os portos são ineficientes, as
exportações acabarão ficando mais caras e o produto ficará pouco
competitivo no mercado internacional.
Assim como esses exemplos, uma série de outros podem ser dados como
forma de explicar, embora não justificar, de que forma a infra-estrutura de
uma economia ou mesmo de um segmento de mercado poderá influenciar o nível
de inflação e a estrutura de preços das atividades desse setor. Geralmente
em economias em desenvolvimento como é o caso do Brasil, onde o processo
tecnológico ainda é dependente e muitas vezes obsoleto, isso evidentemente
provoca elevação nos custos de produção, distribuição, comercialização, com
conseqüência direta para a formação dos preços de mercado nas diversas
instâncias do comércio.
Obs.: A inflação inercial não é mais um tipo de inflação e sim uma
certa conseqüência "natural" de todo processo inflacionário. Esta inércia
inflacionária pode ser entendida como se fosse um efeito de manutenção da
taxa inflacionária. Entre todos os agentes de determinado segmento de
mercado ou até mesmo da economia como um todo existe um efeito psicológico
tendendo ao repasse das expectativas de inflação do momento para os preços
de seus produtos. Isso provoca a manutenção da taxa de inflação em um
determinado patamar ou até mesmo um crescimento acentuado tendendo para a
hiperinflação.
Hiperinflação
Diz-se hiperinflação quando os preços aumentam tanto e tão rápido que
todos gastam o dinheiro assim que o recebem. Essa velocidade no consumo se
dá devido ao temor de que o dinheiro perca seu valor. A partir daí, a
confiança da população na estabilidade da moeda é destruída e busca-se
investir em moedas estrangeiras, ouro, imóveis. Nos anos 20, a Alemanha
chegou a registrar o caso mais famoso de hiperinflação do mundo: 1 trilhão
por cento entre agosto de 1922 e novembro de 1923. No Brasil, a
hiperinflação registrada foi mais amena, mesmo assim, chegou a bater os 80%
em um único mês (março de 1990).
É tido também como um descontrole geral de preços. Segundo alguns
conceitos, a hiperinflação se caracteriza quando a taxa mensal de inflação
atinge 50%.
Estagflação
Situação econômica caracterizada pela conjunção de uma tendência à
estagnação ou recessão seguida de inflação.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA
POLÍTICA FISCAL
Diz respeito aos instrumentos disponíveis pelo governo para a
arrecadação de impostos e contribuições, e o controle de suas despesas. Ela
também é utilizada para estimular ou inibir os gastos do setor privado.
Assim, se o objetivo é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais
empregadas são a redução dos gastos da coletividade ou o aumento da carga
tributária, o que inibe o consumo. Porém, se a meta é o crescimento do
emprego, aumentam-se os gastos públicos e diminuem-se os tributos, elevando
assim a demanda. Se o objetivo a atingir é a melhor distribuição da renda,
então os recursos utilizados devem se dar em benefício dos menos
favorecidos. O governo passa, então, a gastar em regiões mais atrasadas,
impor impostos progressivos, ou seja, quanto maior o nível de renda, maior
a proporção paga do imposto em relação à renda, etc.
Exemplo de políticas fiscais:
Redução do montante dos seus gastos
Aumento de tributos (o que levaria a redução da renda disponível dos
indivíduos e, conseqüentemente, o nível de consumo)
Aumento da tributação sobre a rentabilidade dos investimentos,
desestimulando-os.
Elevação de tributos sobre as exportações.
Isenção de tributos das importações
DÉFICIT PÚBLICO
Déficit nominal ou total: déficit total do governo, incluindo juros e
correções monetárias e cambiais da dívida passada.
Déficit operacional: diferença entre os gastos públicos e a
arrecadação tributária no período, somados aos juros reais da dívida
passada, ou seja, não inclui a correção monetária e cambial da dívida.
Também chamado de necessidades de financiamento do setor público.
Financiamento do déficit
Emissão de moeda: forma eminentemente inflacionária
Venda de títulos da dívida pública ao setor privado: elevação da
dívida visto que o governo deverá oferecer taxas de juros mais
atraentes.
ECONOMIA INTERNACIONAL
O que leva muitos países a comercializarem entre si? Esta é uma
questão básica a ser respondida. Os economistas clássicos fornecem a
explicação teórica básica para o comércio internacional através do chamado
Princípio das Vantagens Comparativas.
O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se
especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais
eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Esta será, portanto
a mercadoria exportada, por outro lado este país deverá importar aqueles
bens cuja produção implicar um custo relativamente maior.
A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo
em 1817. No exemplo construído por esse autor, existem dois países
(Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator
de produção (mão de obra).
"Quantidade de homens/hora para a produção de "Tecido"Vinho"
"uma unidade de mercadoria "s " "
"Inglaterra "100 "120 "
"Portugal "90 "80 "
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo na produção de ambas as
mercadorias. Mas em termos relativos, o custo da produção de tecidos em
Portugal é maior do que o da produção de vinho, e na Inglaterra, o custo
da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos.
Comparativamente, Portugal tem a vantagem relativa na produção de vinho, e
a Inglaterra na produção de tecidos. Segundo Ricardo, os dois países
obterão benefícios ao especializarem-se na produção da mercadoria em que
possuem vantagem comparativa, exportando-a, e importando outro bem. Não
importa aqui, o fato de que um país possa ter vantagem absoluta em ambas as
linhas de produção, como é o caso de Portugal, no exemplo acima.
A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os
movimentos de mercadorias no comércio internacional, a partir da oferta ou
dos custos de produção existentes nesses países. Logo, os países exportarão
e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente
menor em relação àqueles existentes, para os mesmos bens, nos demais países
exportadores.
Segundo a corrente estruturalista, os produtos manufaturados
apresentam elasticidade - renda da demanda maior que um, e os produtos
primários, menor que um, significando que o crescimento da renda mundial
provocaria um aumento relativamente maior no comércio de manufaturados,
acarretando uma tendência crônica ao déficit no balanço de pagamentos dos
países exportadores de produtos básicos ou primários.
DETERMINAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO
Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, entram
necessariamente em jogo duas moedas, exigindo que se fixe a relação de
troca entre ambas. A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda
nacional em moeda de outros países. Exemplo: dólar pode custar 0,97 de
real, 1 libra pode custar 1,27 real etc.
A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer de dois modos:
institucionalmente, através de decisão de autoridades econômicas com
fixação periódica das taxas (taxas fixas de câmbio), ou através do
funcionamento do mercado, onde as taxas flutuam automaticamente, em
decorrência das pressões de oferta e demanda por divisas estrangeiras
(taxas flutuantes).
A oferta de divisas é realizada tanto pelo os exportadores, que
recebem moeda estrangeira em contrapartida de suas vendas, como através da
entrada de capitais financeiros internacionais. Como as divisas não podem
ser utilizadas internamente, precisa ser convertida em moeda nacional. Isso
é feito pelo Banco Central da seguinte forma: recebe dos importadores do
exterior a quantia em divisas – dólar, por exemplo, retendo-as em seus
cofres, e paga, ao exportador nacional em moeda nacional, em reais, a
importância correspondente.
Uma taxa elevada de câmbio significa que o preço da divisa estrangeira
está alto, ou que a moeda nacional está desvalorizada. Assim, a expressão
desvalorização cambial indica que houve um aumento da taxa de câmbio –
maior número de reais por unidade de moeda estrangeira. Por sua vez,
valorização cambial significa moeda nacional mais forte, isto é, se paga
menos reais por dólar, por exemplo, tem – se uma queda na taxa de câmbio.
As taxas de câmbio estão intimamente relacionadas com os preços dos
produtos exportados e importadas e conseqüentemente, com o resultado da
balança comercial do país. Se a taxa de câmbio se encontrar em patamares
elevados, estimulará as exportações, pois os exportadores passaram a
receber mais reais pela mesma quantidade de divisas derivadas da
exportação; em conseqüência haverá maior oferta de divisas. Por exemplo:
Suponhamos uma taxa de câmbio de 0,90 real por dólar, e que o exportador
vendia 1000 unidades de seu produto a 50 dólares cada. Seu faturamento era
de 50.000 dólares ou 45.000 reais. Se o câmbio for desvalorizado em 10% , a
taxa de câmbio subirá para 0,99 real por dólar e, vendendo as mesmas 1000
unidades, receberá os mesmos 50.000 dólares, só que valendo agora 49.500
reais. Isso estimulará o exportador a vender mais, aumentando a oferta de
divisas.
Do lado das importações, a situação se inverte, pois se o preço dos
produtos importados se eleva, em moeda nacional, haverá um desestímulo às
importações e, conseqüentemente, uma queda na demanda de divisas.
A INFLAÇÃO INTERNA E SEUS EFEITOS SOBRE A TAXA DE CÂMBIO
Até aqui analisamos a paridade cambial sem considerarmos os efeitos da
inflação. No entanto, o aumento do nível de preços internos – ocorrência da
inflação – provoca uma redução da taxa real de câmbio, ou seja, com a
inflação gera-se, internamente, uma queda no poder aquisitivo da moeda. Os
efeitos da perda do poder aquisitivo são: um desestímulo às exportações,
uma vez que o preço do produto exportado não sofre correlação equivalente à
inflação; e um estímulo às importações, já que os bens importados, ao não
serem corrigidos, ficam mais baratos.
A ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL NO MERCADO DE DIVISAS: POLÍTICAS EXTERNAS
O governo pode atuar através da política cambial ou da política
comercial. A política cambial diz respeito a alterações na taxa de câmbio,
enquanto a política comercial constitui-se de mecanismos que interferem no
fluxo de mercadorias e serviços.
As políticas cambiais mais freqüentes são:
Regime de taxas fixas de câmbio;
Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio;
Regime de Bandas cambiais:
Dentre as políticas comerciais externas, podemos destacar as
seguintes:
Alterações das tarifas sobre importações;
Regulamentação do comércio exterior.
BALANÇO DE PAGAMENTOS
O início da contabilização do balanço de pagamentos no Brasil data de
1947, quando os levantamentos eram feitos pelo Banco do Brasil e pela
Fundação Getúlio Vargas. Atualmente, essa tarefa é atribuição do Banco
Central do Brasil. Desde o início, o saldo do balanço de pagamentos em
transações correntes tem sido predominantemente deficitário, o que é
considerado natural para economias pobres, que dependem de poupança externa
para se desenvolver. Na maior parte do período, os déficits foram
decorrência de saldo negativo na conta serviços, pois a balança comercial
mostrou predomínio de resultados positivos. A década de 70 constitui a
exceção mais expressiva, pois nesse período o país acumulou déficits nos
balanços comercial e de serviços. A maior parte das dificuldades na balança
comercial dessa época resultou do brusco aumento dos gastos com importação
em razão do choque do petróleo ocorrido em 1973.
A crise da dívida externa dos anos 80 fez ressurgirem os superávits
comerciais. Essa crise se caracterizou pelo corte abrupto nos fluxos de
capitais das nações industrializadas para as menos desenvolvidas. Além
disso, os países devedores, em particular os da América Latina, foram
submetidos a fortes pressões para pronto pagamento dos créditos tomados no
passado. Com isso, foram forçados a adotar programas de ajustamento que
tinham como meta obter rápido incremento de divisas para honrar os
compromissos externos.
Entre 1990 e 1991, houve uma drástica redução dos investimentos
diretos no país, bem como dos empréstimos e financiamentos a longo prazo,
reflexo da insegurança dos investidores internacionais quanto às atitudes
do governo Collor. De 1992 em diante, a crise de confiança em nosso governo
foi superada e o país voltou a captar recursos internacionais em volumes
crescentes.
Em julho de 1994, o Plano Real foi implantado. Dentre suas
conseqüências, destaca-se a valorização da moeda nacional, que estimulou
importações e reduziu exportações. Esse fato contribuiu para nova
transformação nas relações econômicas brasileiras com o resto do mundo,
deixando o país numa situação muito vulnerável aos movimentos especulativos
internacionais.
A ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
O balanço de pagamentos é o registro estatístico – contábil de todas
as transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os
residentes dos demais países.
Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exemplo,
todas as exportações e importações do período considerado: os fretes, os
seguros, os empréstimos obtidos no exterior etc. Ou seja, todas as
transações com mercadorias, serviços e capitais físicos e financeiros entre
o país e o resto do mundo.
O balanço de pagamentos apresenta as seguintes subdivisões:
Balança Comercial: Essa conta compreende basicamente o comércio de
mercadorias. Se as exportações FOB excedem as importações FOB, temos um
superávit no balanço de comércio; caso contrário temos um déficit.
Balança de Serviços: Registram-se todos os serviços pagos/ recebidos
pelo Brasil, tais como fretes, seguros, lucros, juros, royalties e
assistência técnica, viagens internacionais.
Transferências Unilaterais: Também conhecidas como conta donativos,
registram as doações inter-países. Estes donativos podem ser em divisas
como em mercadorias.
Balança de Transações Correntes: O somatório das balanças comercial,
de serviços e de transferências unilaterais resulta no saldo em conta
corrente ou balanço de transações correntes. Se o saldo do balanço de
transações correntes for negativo, temos uma poupança externa positiva,
pois indica que o país aumentou seu endividamento externo, em termos
financeiros, mas absorveu bens e serviços em termos reais no exterior.
Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais: Na conta de capital
aparecem as transações que produzem variações no ativo e no passivo
externos do país e que, portanto, modificam sua posição devedora ou credora
perante o resto do mundo.
Produto Interno Bruto (PIB)
É o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos com
os serviços de fatores de produção situados dentro dos limites geográficos
de um País durante certo período de tempo, mesmo que parte pertence a
estrangeiros.
PIB = PNB + RLEE
Produto Interno Líquido (PIL)
PIL = PIB - Depreciação
A DIFERENÇA ENTRE "INTERNO" E "NACIONAL"
O conceito de interno está associado ao de território econômico. Este
é constituído pelo território terrestre, o espaço aéreo e as águas
territoriais do país, os enclaves extraterritoriais mantidos no exterior
por força de acordos internacionais e os equipamentos móveis (aeronaves,
embarcações, plataformas flutuantes e satélites) que fazem parte dos
estoques de capital mobilizados pelos agentes econômicos sediados no país.
Assim, quando se emprega o adjetivo interno, a referência é à localização
territorial dos agentes econômicos e não à sua nacionalidade. Já para o
conceito de nacional, a referência é à nacionalidade dos agentes
econômicos. Então, nacionais são os produtos gerados pelos recursos de
propriedade de uma nação, os fluxos de renda por ela apropriados e os
dispêndios que ela realiza, independentemente das bases territoriais onde
ocorram (ROSSETTI, 1997, p. 562).
PIB versus PNB
PIB > PNB - ocorre quando o país usa dentro do seu território
econômico, mais recursos pertencentes a outras nações,
comparativamente aos recursos nacionais usados por outros povos em
outros países. Por isso, remetem mais pagamentos do que recebem, a
título de remuneração de fatores. Assim, REE > RRE. Tem-se uma RLEE >
0.
PIB < PNB - ocorre quando o país fornece recursos para outras nações,
em escala superior ao emprego que fazem de recursos pertencentes a
outros povos. Neste caso,
REE < RRE. Tem-se uma RLEE < 0.
Obs.: Só faz parte do PIB os bens e serviços finais avaliados a preços de
mercado. Então, os serviços realizados pelas "donas de casa"; as hortas
domésticas, a produção não declarada das atividades ilegais não entra na
composição do PIB.
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Preço do bem y
Q1
Q0
P1
P0
B
D
De
O2
O1
A
Quantidade do bem y