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FORÇAS, MATERIAIS E DISPOSITIVOS MAGNÉTICOS - TÓPICOS DAS AULAS 1. Forças devido aos campos magnéticos. 2. Torque e momento magnéticos. 3. Dipolo magnético. 4. Magnetização em materiais. 5. Classificação dos materiais magnéticos. 6. Condições de fronteira magnéticas. 7. Indutores e indutâncias. 8. Energia magnética. 9. Circuitos magnéticos. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Forças devido aos campos magnéticos •
Há pelo menos três maneiras da força provocada por campos magnéticos se manifestar: 1. Movimento de partículas carregadas submetidas a um campo magnético externo. 2. Presença de um elemento de corrente em um campo magnético externo. 3. Interação entre dois elementos de corrente.
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1. Força sobre partícula carregada: – Um campo magnético pode exercer força somente sobre uma carga em movimento. – Desse modo, a força magnética experimentada por uma carga Q em movimento, com velocidade u em um campo magnético B, é dada por →
Fm
→ → = Q u× B
sendo perpendicular à direção da velocidade e à do campo magnético, portanto, não realiza trabalho. →
→
Fm ⋅ d l = 0 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
– Para uma carga Q em movimento, na presença de um campo elétrico e de um campo magnético simultaneamente, a força total sobre a carga é dada por
→ → F = Fe + Fm = Q E + Q u × B →
→
→
→
→ → → F = Q E + u× B →
Equação da força de Lorentz Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
2. Força sobre um elemento de corrente: – Para determinarmos a força sobre um elemento de corrente Idl, devido a um campo magnético externo B, partimos das seguintes expressões → →
→ dQ → d l Id l = d l = dQ = dQ u dt dt → → → Fm = Q u × B
– Uma carga elementar dQ, se movimentando com uma velocidade u, é equivalente a um elemento de corrente de condução Idl. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
– Portanto, temos que →
d Fm →
Fm =
→ → → → = dQ u × B = Id l × B
∫ Id L
→
→
l×B
caso a corrente I percorra um caminho fechado L, ou um circuito. – Devemos ter em mente que o campo magnético produzido pelo elemento de corrente Idl não exerce força sobre ele mesmo. – O campo B, que exerce força sobre Idl, deve ser gerado por um outro elemento, ou seja, B é externo ao elemento de corrente Idl. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
– Se, ao invés do elemento de corrente em uma linha (Idl), tivermos elementos de corrente em uma superfície (KdS) ou em um volume (Jdv), temos que
→
→
→
d Fm = K dS × B →
→
→
d Fm = J dv × B
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3. Força entre dois elementos de corrente: – De acordo com a lei de Biot-Savart, ambos os elementos de corrente geram campos magnéticos. – Dessa forma, podemos determinar a força d(dF1) sobre o elemento I1dl1 devido ao campo dB2, gerado pelo elemento de corrente I2dl2.
Figura 1 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
– Dessa forma, as densidades de fluxo magnético geradas pelos elementos de correntes são dadas por →
→
→
I 1 d l1 × R 21 µ0 d B1 = − 3 4 π R 21 →
→
I 2 d l 2 × R 21 µ0 d B2 = 3 4 π R 21 →
e
– Portanto, as forças exercidas pelos campos externos nos elementos de corrente são dadas por
→
→
→
d F 2→1 = I1d l1 × B2 →
→
→
F 2→1 = ∫ I1d l1 × B2 L1
→
→
→
e d F 1→2 = I 2 d l2 × B1 →
→
→
e F 1→2 = ∫ I 2 d l2 × B1 L2
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– Substituindo as expressões dos campos magnéticos externos obtemos
d l1 × d l 2 × R 21 3 R 21 →
→
F 2 →1
I1 I 2 = µ0 4π
∫ ∫ L1
L2
→
→
→ → d l1 × d l 2 × R 21 3 R 21 →
→
F 1→ 2 →
I1 I 2 = −µ0 4π
∫ ∫ L1
L2
→
F 2 → 1 = − F 1→ 2 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercícios 1. Uma partícula carregada de massa 1 kg e carga 2 C, parte da origem, com velocidade inicial zero, em uma região onde E=3âz V/m. Determine: a) A força sobre a partícula. b) O tempo que a partícula leva para alcançar o ponto P (0, 0, 12). c) A velocidade e a aceleração da partícula em P. d) A energia cinética da partícula em P. 2. Uma partícula carregada se move com uma velocidade uniforme 4âx m/s em uma região onde E=20ây V/m e B=B0âz Wb/m². Determine B0 tal que a velocidade da partícula permaneça constante. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercício 3. Uma espira retangular, percorrida por uma corrente I2, é colocada paralelamente a um fio infinitamente longo, percorrido por uma corrente I1, como mostrado na figura 2. Determine: a) A expressão da força sobre a espira. b) A força sobre o fio infinitamente longo, se I1=10 A, I2=5 A, ρ0=20 cm, a=10 cm e b=30 cm.
Figura 2 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Torque e momento magnéticos • Tendo considerado a força sobre uma espira de corrente em um campo magnético, podemos determinar o torque sobre ela. • Se a espira for colocada paralelamente a um campo magnético, ela sofre uma força que tende a girá-la. • O torque T, ou momento mecânico de força sobre a espira, é o produto vetorial entre a força F e o braço de alavanca r, ou seja,
→
→
→
T = r× F onde a unidade do torque é dada em Newton-metro. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Considerando uma espira retangular, de comprimento l e largura w, submetida a um campo magnético uniforme, temos
Figura 3 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
→
→
→
F = ∫ Id l × B =
( ) ( ) ( ) ( ) Idzâ × B â − Idzâ × B â z x x z x x ∫ ∫ 2 −3
4 −1
= IlBx ây − IlBx ây = Fo ây − Fo ây = 0 • Ou seja, nenhuma força é exercida na espira como um todo. • Entretanto, Fo e -Fo agem em diferentes pontos sobre a espira e, com isso, geram um conjugado.
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• Se a normal ao plano da espira faz um ângulo α com B, o torque sobre a espira é dado por
S = l w => Representa a área da espira.
Figura 4
→
→
T = Fo w sen α = BIlw sen α = BIS sen α Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Definimos
→
m = ISâ n como o momento dipolo magnético da espira em A m². • O momento dipolo magnético é o produto entre a corrente e a área da espira. Sua direção é perpendicular à espira. • Dessa forma, temos que
→
→
→
T = m× B Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Essa expressão é geralmente aplicável para determinar o torque sobre uma espira plana, em qualquer formato, embora tenha sido obtida para uma espira retangular. • A única limitação é que o campo deve ser uniforme.
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Exercício 4. Uma bobina retangular, de área 10 cm², é percorrida por uma corrente de 50 A e está sobre o plano 2x + 6y - 3z = 7, tal que o momento magnético da bobina está orientado para fora da origem. Calcule seu momento magnético.
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Dipolo magnético •
Um ímã, ou uma espira filamentar de corrente, é usualmente referido como dipolo magnético.
• Podemos determinar o campo magnético B em um ponto P (r, θ, φ) devido a uma espira circular, percorrida por uma corrente I, da seguinte forma: ― Determinando A. ― Simplificando a expressão encontrada para campos distantes (r >> a). ― Determinando B.
Figura 5 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Dessa forma, encontramos
µ0m (2 cosθâr + senθâθ ) B = ∇× A = 3 4πr →
→
→
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• Podemos fazer um comparativo das expressões determinadas para os campos elétrico e magnético da seguinte forma
Figura 6 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Figura 7
• Um ímã, ou uma espira filamentar de corrente, é usualmente referido como dipolo magnético. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Magnetização em materiais • Sabemos que um dado material é composto de átomos. • Cada átomo pode ser considerado como constituído de elétrons orbitando em torno de um núcleo central positivo.
Figura 8
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• Os elétrons também giram em torno de seus próprios eixos.
Figura 9
• Portanto, um campo magnético interno é gerado pelos elétrons que orbitam em torno do núcleo ou pela rotação dos elétrons em torno de si mesmos.
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• Esses dois movimentos eletrônicos geram campos magnéticos internos Bi que são similares ao campo magnético produzido por uma espira de corrente.
Figura 10 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Sem um campo externo B aplicado ao material, a soma dos momentos de dipolo magnético é igual a zero devido à orientação aleatória dos mesmos.
Figura 11
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• Quando um campo externo B é aplicado, os momentos magnéticos dos elétrons tendem a se alinhar com B, tal que o momento magnético líquido é diferente de zero.
Figura 12
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• Se há N átomos em um dado volume ∆v e o k-ésimo átomo tem um momento de dipolo magnético igual a mk, temos que
N
→
∑m
k
→
M = lim ∆v→0
k =1
∆v
representando a densidade de polarização magnética do meio.
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• Um meio para o qual M não é zero em nenhum ponto é dito magnetizado. • Para um volume diferencial dv’, o momento magnético é dado por
→
→
d m = M dv ' • Desse modo,
→
→
→
µ0 M × âR µ0 M × R d A= dv' = dv' 2 3 4πR 4πR →
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• Integrando dA por todo o volume e considerando que
→
R 1 = ∇ ' 3 R R 1 1 M M × ∇ ' = ∇ '× M − ∇ '× R R R →
→
→
→
→
→
→
∇ × F dv = − F × dS ' ' ' ∫ ∫ v
S
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•
Temos que
µ0 A = 4π
→
→
∫ v'
µ0 Jm dv ' + R 4π
→
∫ S'
Km dS ' R
onde:
→
→
→
J m = ∇× M →
→
K m = M × ân
Representa a densidade de corrente de magnetização ligada, em um volume, em A/m². Representa a densidade de corrente ligada em uma superfície, e ân é o vetor normal à superfície.
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• No espaço livre, temos que M=0, logo
→ B ou ∇× = J f µ0 →
→
→
→
∇× H = J f
→
onde Jf representa a densidade de corrente livre em um volume.
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• Em um meio material M é diferente de zero, dessa forma
→ → → B ∇× = J f + J m = J µ0 →
→
→
→
→
→
= ∇× H + ∇× M ou
B = µ0 H + M →
→
→
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• Para materiais lineares, temos que
→
→
M = χm H Representa a susceptibilidade magnética do meio
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• Dessa forma
B = µ0 H + χ m H →
→
→
→
→
= µ 0 (1 + χ m ) H = µ 0 µ r H Representa a permeabilidade relativa do meio Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Classificação dos materiais magnéticos • Em geral, podemos usar a susceptibilidade magnética (χm) ou a permeabilidade magnética relativa (µr), para classificar os materiais em termos de suas propriedades magnéticas, ou de seu comportamento magnético. • Um material é dito não magnético se χm=0 (ou µr=1). • Ele é magnético caso essa condição não se verifique. • Espaço livre, ar e materiais com χm=0 (ou µr≈1) são considerados não-magnéticos.
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•
Em termos genéricos, os materiais magnéticos podem ser agrupados em três categorias principais, são elas: 1. Diamagnéticos 2. Paramagnéticos 3. Ferromagnéticos
Figura 13 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• O diamagnetismo ocorre em materiais em que os campos magnéticos, devido aos movimentos de translação dos elétrons em torno do núcleo e de rotação dos elétrons em torno de seus próprios eixos, se cancelam mutuamente. • Desse modo, o momento magnético permanente (ou intrínseco) de cada átomo é zero, e os materiais são fracamente afetados pelo campo magnético. • Os materiais cujos átomos têm um momento magnético permanente diferente de zero podem ser ou paramagnéticos ou ferromagnéticos. • O paramagnetismo ocorre em materiais para os quais os campos magnéticos produzidos pelos movimentos de translação dos elétrons em torno do núcleo e de rotação dos elétrons em torno de seus próprios eixos não se cancelam completamente.
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• O ferromagnetismo ocorre em materiais para os quais os átomos têm momento magnético permanente relativamente grande. • São denominados materiais ferromagnéticos porque o material mais conhecido dessa categoria é o ferro. • Outros materiais são o cobalto, o níquel e seus compostos. • De forma distinta dos materiais diamagnéticos e dos paramagnéticos, os materiais ferromagnéticos apresentam as seguintes propriedades: – São capazes de serem magnetizados fortemente por um campo magnético. – Retêm um grau considerável de magnetização quando retirados do campo. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
– Perdem suas propriedades ferromagnéticas e tornam-se materiais paramagnéticos lineares quando a temperatura fica acima de um certo valor (temperatura Curie). – São não-lineares, isto é, a relação constitutiva B=µ0µrH não se verifica para materiais ferromagnéticos porque µr depende de B e não pode ser representado por um único valor. • Embora B=µ0(H+M) seja válida para todos os materiais, inclusive os ferromagnéticos, a relação entre B e H depende da magnetização prévia do material ferromagnético, isto é, sua história magnética. • Ao invés de termos uma relação linear entre B e H, somente é possível representar essa relação pela curva de magnetização ou curva B-H.
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Curva B-H
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Material desmagnetizado
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Curva inicial de magnetização
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Ponto de saturação
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Histerese Atraso de B em relação à diminuição de H
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Densidade de fluxo remanente Causa de permanentes
ímâs
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Intensidade de campo coercitiva HC = 0
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Laço de histerese O formato varia de um material para outro
Figura 14 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Laço de histerese
Figura 14
A área representa a energia perdida por unidade de volume durante um ciclo de magnetização
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Exercício 5. Em uma certa região (µ=4,6µ0),
→
−y
B = 10 e â z mWb/m² encontre: a) Χm. b) H. c) M. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Condições de fronteira magnéticas • São definidas como as condições que o campo H, ou B, deve satisfazer na fronteira entre dois meios diferentes. • Fazemos uso da lei de Gauss para campos magnéticos e da lei circuital de Ampère. → →
∫ B⋅ dS = 0
→ →
e
∫ H⋅ dl = I
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• Considerando a fronteira entre dois meios magnéticos 1 e 2 caracterizada, respectivamente, por µ1 e µ2, temos Meio 1 (µ1) B1N
θ1
B1 ∆S
B1T
B2N Meio 2 (µ2) →
→
∫ B⋅ d S = B
1N
θ2
B2
∆h
B2T Figura 15
∆ S + B1T 2πρ ∆ h − B2 N ∆ S + B2 T 2πρ ∆ h
= (B1 N − B2 N )∆ S = 0 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Ou seja, a componente normal de B é contínua na fronteira.
B1 N = B 2 N ⇒ B1 cos θ 1 = B 2 cos θ 2 • Dessa forma, em relação a H, obtemos que
B1N = B2 N
µ1H1N = µ 2 H 2 N
A componente normal de H é descontínua na fronteira.
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• Aplicando
→
→
∫ H ⋅d l = I Meio 1 (µ1) H1N
θ1
H1
H1T
H2N Meio 2 (µ2)
θ2
H2
K ∆h X X
a
b
X
X
d
X c
∆w
H2T Figura 16
Corrente na superfície da fronteira e normal ao caminho. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Temos que
∆h ∆h ∫ H ⋅ d l = H 1 N 2 + H 1T ∆ w − H 1 N 2 ∆h ∆h − H 2N − H 2 T ∆w + H 2 N 2 2 = K ∆w →
→
(H 1T − H 2 T )∆w = K ∆w H 1T − H 2 T = K Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Ou seja, a componente tangencial de H na superfície é descontínua. • Se a fronteira está livre de corrente, ou os meios não são condutores, então K=0 e
H1T = H 2T • Dessa forma, temos que
B1T
µ1
=
B2T
µ2
A componente tangencial de B é descontínua na fronteira.
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• No caso geral,
H1−H2 ×ân12 = K →
→
→
considerando que ân12 representa o vetor unitário normal à interface e orientado do meio 1 para o meio 2. • Se a fronteira está livre de corrente, ou os meios não são condutores, então K=0, logo temos que
→
→
H 1T = H 2T
→
→
B 1T
B 2T
µ1
=
µ2
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• Considerando uma fronteira onde não há qualquer fonte de corrente na superfície da interface de separação, temos que
B1 N = B 2 N B1 cos θ 1 = B 2 cos θ 2
Meio 1 (µ1) θ1 B1
B1 T
B2 ân12
H 1T = H 2 T
θ2
Meio 2 (µ2) Figura 17
µ1
=
B2T
µ2
B1sen θ 1
µ1
=
B 2 sen θ 2
µ2
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• Dessa forma,
tg θ 1
µ1
=
tg θ 2
µ2
ou
tg θ 1 µ r1 = tg θ 2 µ r 2
• Essa expressão representa a lei da refração para linhas de fluxo magnético.
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Exercícios 6. A região 1, descrita por 3x + 4y ≥ 10, é um espaço livre, enquanto que a região 2, descrita por 3x + 4y ≤ 10, é um material magnético para o qual µ≈10µ0. Assumindo que a fronteira entre o material e o espaço livre seja livre de corrente, determine B2, se B1 = 0,1âx + 0,4ây + 0,2âz Wb/m². 7. Um vetor unitário normal apontando da região 2 (µ=2µ0) para a região 1 (µ=µ0) é ân21 = (6âx + 2ây - 3âz)/7. Se H1 = 10âx + ây + 12âz A/m e H2 = H2xâx - 5ây + 4âz A/m, determine: a) O vetor H2x. b) A densidade de corrente K na interface. c) Os ângulos que B1 e B2 fazem com a normal à interface. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Indutores e indutâncias • Um circuito, ou um caminho fechado condutor, que é percorrido por uma corrente I gera um campo magnético B. • Este campo B gera um fluxo
→
→
ψ = ∫ B⋅ d S S
que atravessa cada espira do circuito.
Figura 18
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• Se o circuito tiver N espiras idênticas, definimos o fluxo concatenado (λ) como
λ = Nψ • Ainda, se o meio que circunda o circuito é linear, o fluxo concatenado é proporcional à corrente que o gerou, ou seja,
λ ∝ I → λ = LI onde L é uma constante de proporcionalidade denominada indutância do circuito. • A indutância L é uma propriedade que é função da geometria do circuito. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Figura 19 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Um circuito, ou parte de um circuito, que tem uma indutância é denominado indutor. • Podemos definir a indutância L de um indutor como a razão entre o fluxo magnético concatenado e a corrente através do indutor, ou seja,
λ Nψ
L= = I I
Comumente referida como autoindutância.
• O fluxo concatenado é gerado pelo próprio indutor. • A unidade de indutância é o henry (H), que é equivalente à unidade de webers/ampère (Wb/A). Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Podemos considerar a indutância como uma medida da quantidade de energia magnética que pode ser armazenada dentro de um indutor. • A energia magnética (em joules) armazenada em um indutor é expressa como
Wm
1 = LI 2
2
2W m → L= 2 I
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• Se, ao invés de termos um circuito, tivermos dois circuitos percorridos por correntes I1 e I2, uma interação magnética existirá entre os circuitos.
Figura 20
• Quatro componentes de fluxo (ψ11, ψ12, ψ21 e ψ22) são geradas. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• O fluxo ψ12 representa o fluxo que passa através do circuito 1 devido à corrente I2 no circuito 2.
Figura 21
• Se B2 é o campo devido à I2 e S1 é a área do circuito 1, então
→
→
ψ 12 = ∫ B2 ⋅ d S S1
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• Definimos a indutância mútua M12 como a razão entre o fluxo concatenado λ12 = N1ψ12 sobre o circuito 1 devido à corrente I2 no circuito 2, ou seja,
Figura 22
M 12 =
λ12 I2
N 1ψ 12 = I2
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• De maneira similar, a indutância mútua M21 é definida como o fluxo concatenado do circuito 2 por unidade de corrente I1, ou seja,
Figura 23
M 21
λ 21
N 2ψ 21 = = I1 I1
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• Se o meio que circunda os circuitos é linear, ou seja, ausência de material ferromagnético, temos que M12=M21. • A indutância mútua é expressa em henrys (H). • Dessa forma, a auto-indutância dos circuitos respectivamente, podem ser definidas como
λ11
N1ψ 1 L1 = = I1 I1
1
e
λ22
N 2ψ 2 e L2 = = I2 I2
onde ψ1=ψ11 + ψ12 e ψ2= ψ21 + ψ22.
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2,
• A energia total no campo magnético é a soma das energias devido a L1, L2 e M12 (ou M21), ou seja,
1 1 2 Wm = W1 + W2 + W12 = L1 I1 + L2 I 22 ± M 12 I1 I 2 2 2 • O sinal positivo é considerado se as correntes I1 e I2 fluem tal que os campos magnéticos dos dois circuitos se reforçam. • Se as correntes fluem de tal modo que seus campos magnéticos se opõe, o sinal é considerado negativo.
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• Um indutor é um condutor montado com formato adequado para armazenar energia magnética. • Exemplos típicos de indutores são toróides, solenóides, linhas de transmissão coaxial e linhas de transmissão de fios paralelos. • A indutância de cada um desses indutores pode ser determinada pelo seguinte procedimento: – Escolhe-se um sistema de coordenadas apropriado. – Considera-se que o indutor é percorrido por uma corrente I. – Determina-se B a partir da lei de Biot-Savart, ou a partir da lei de Ampère, desde que se constate presença de simetria. – Calcula-se o fluxo magnético. Nψ – Determina-se o valor da indutância. L=
I
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• Em um indutor, tal como uma linha de transmissão coaxial ou uma linha de transmissão de fios paralelos, a indutância produzida pelo fluxo interno ao condutor é denominada indutância interna (Lin). • Enquanto que a produzida pelo fluxo externo é denominada indutância externa (Lext). • A indutância total L é dada por
L = Lin + Lext de forma que
LextC = µε Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Energia magnética • Considere um volume diferencial em um campo magnético.
Figura 25 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Seja o volume coberto com lâminas metálicas condutoras nas superfícies do topo e da base percorridas por uma corrente ∆I.
Figura 26
• Assumimos que toda a região está preenchida com tais volumes diferenciais. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Dessa forma, cada volume diferencial tem uma indutância de
∆ψ µH ∆ x∆ z ∆L = = ∆I ∆I onde ∆I=H ∆y. • Com isso, temos que
∆Wm ∆Wm
1 1 2 2 = ∆ L ∆ I = µH ∆ x∆ y∆ z 2 2 1 2 = µH ∆v 2
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• A densidade de energia magnetostática wm, em J/m³, é definida como
2
1 B ∆Wm 1 2 wm = lim = µH = µBH = 2 2 2µ ∆v →0 ∆v • Desse modo, a energia em um campo magnetostático em um meio linear é dada por
1 → → 1 2 W m = ∫ w m dv = ∫ B ⋅ H dv = ∫ µ H dv 2 2 que é similar elestrostático.
à
equação
da
energia
para
um
campo
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Exercícios 8. Calcule a auto-indutância, por unidade de comprimento, de um solenóide infinitamente longo. 9. Um solenóide muito longo, com seção reta de 2 x 2 cm, tem um núcleo de ferro (µr=1000) e 4000 espiras/metro. Se o solenóide for percorrido por uma corrente de 500 mA, determine: a) Sua auto-indutância por metro. b) A energia armazenada, por metro, nesse campo.
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Exercício 10.Dois anéis circulares coaxiais de raios a e b (b>a) estão separados por uma distância h (h >> a, b) como mostrado na figura 27. Determine a indutância mútua entre os anéis.
Figura 27 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercício 11.Determine a indutância mútua de duas espiras circulares coplanares e concêntricas de raios 2 m e 3 m.
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Circuitos magnéticos • O conceito de circuitos magnéticos está baseado na resolução de alguns problemas de campo magnético utilizando a abordagem de circuitos. • Dispositivos magnéticos como toróides, transformadores, motores, geradores e relés podem ser considerados circuitos magnéticos. • A análise desses circuitos é simplificada se uma analogia entre circuitos elétricos e magnéticos for explorada. • Uma vez feito isso, podemos diretamente aplicar conceitos de circuitos elétricos para resolver circuitos magnéticos análogos. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Resumo da analogia entre circuitos elétricos e magnéticos
Figura 28 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Analogia entre um circuito elétrico e um circuito magnético
Figura 29
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• Definimos a força magnetomotriz (fmm), em ampères-espiras, como →
ℑ = NI =
∫ H ⋅d
→
l
• A fonte de fmm em circuitos magnéticos é usualmente uma bobina percorrida por uma corrente. • Definimos também relutância, em ampères-espiras/weber, como
l ℜ = µS onde l e S são, respectivamente, o comprimento médio e a área da seção reta do núcleo magnético. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• O recíproco da relutância é a permeância. • A relação básica para elementos de circuitos é a lei de Ohm (V=RI), ou seja,
ℑ =ψℜ • Baseado nisso, as leis de Kirchhoff de corrente e de tensão podem ser aplicadas aos nós e às malhas de um determinado circuito magnético da mesma forma como em um circuito elétrico. • As regras de soma de tensões e de combinação de resistências em série e em paralelo também são válidas para fmm’s e relutâncias. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Para n elementos de circuito magnético em série, temos
ψ 1 = ψ 2 = ψ 3 = ... = ψ n ℑ = ℑ1 + ℑ2 + ℑ3 + ... + ℑn • Para n elementos de circuito magnético em paralelo, temos
ψ = ψ 1 +ψ 2 +ψ 3 + ... +ψ n ℑ1 = ℑ2 = ℑ3 = ... = ℑn Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
• Algumas diferenças entre circuitos elétricos e magnéticos devem ser destacadas: – Diferentemente de um circuito elétrico onde flui corrente I, o fluxo magnético não flui. – A condutividade (σ) é independente da densidade de corrente (J) em um circuito elétrico, enquanto que a permeabilidade (µ) varia com a densidade de fluxo magnético (B) em um circuito magnético. Isso porque materiais ferromagnéticos, não lineares, são normalmente utilizados na maioria dos dispositivos magnéticos práticos. • Apesar dessas diferenças, o conceito de circuito magnético é útil como uma análise aproximada dos dispositivos magnéticos práticos. Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercício 12.O núcleo toroidal da figura 30 tem ρ0=10 cm e uma seção reta circular com a=1 cm. Se o núcleo é feito de aço (µr=1000) e tem uma bobina com 200 espiras, calcule a intensidade de corrente que irá gerar um fluxo de 0,5 mWb no núcleo.
Figura 30 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercício 13.O toróide da figura 31 tem uma bobina com 1000 espiras enroladas em torno de seu núcleo. Se ρ0=10 cm e a=1 cm, qual a corrente necessária para estabelecer um fluxo magnético de 0,5 mWb: a) Se o núcleo é não magnético ? b) Se o núcleo tem µr=500 ?
Figura 31 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira
Exercício 14.No circuito magnético da figura 32, calcule a corrente na bobina que irá gerar uma densidade de fluxo magnético de 1,5 Wb/m² no entreferro de ar, assumindo que µr=50, e que todos os trechos do núcleo tenham a mesma área de seção reta de 10 cm².
Figura 32 Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira