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Floresta Nacional De Contendas Do Sincorá - Ba

O presente trabalho visa descrever as atividades de um levantamento preliminar da situação da atual da fitofisionomia da Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, localizada no estado da Bahia. A mesma se localiza na zona de transição entre a savana estépica e a caatinga. O estudo foi conduzido em 17 unidades amostrais, cada uma de 4x100 metros (400m²) onde foram inventariados todos os indivíduos acima de 15 centímetros de CAP. Foi calculado o Índice de Valor de Importância ...

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5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ FLORESTA NACIONAL DE CONTENDAS DO SINCORÁ - BA Marcos Antônio Camargo Ferreira – [email protected] Engenheiro Florestal, Doutorando em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia Departamento de Pós Graduação em Engenharia Florestal. Endereço: SAIN L4 LOTE4, Edifício Sede do Ibama, CEP 70818-9000 – Brasília - DF José Imaña Encinas – [email protected] Professor, Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia Departamento de Pós Graduação em Engenharia Florestal Sidney Carlos Sabbag – [email protected] Engenheiro Florestal, Diretoria de Uso Sustentável da Floresta e da Biodiversidade-IBAMA. Resumo: O presente trabalho visa descrever as atividades de um levantamento preliminar da situação da atual da fitofisionomia da Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, localizada no estado da Bahia. A mesma se localiza na zona de transição entre a savana estépica e a caatinga. O estudo foi conduzido em 17 unidades amostrais, cada uma de 4x100 metros (400m²) onde foram inventariados todos os indivíduos acima de 15 centímetros de CAP. Foi calculado o Índice de Valor de Importância (IVI). Foram catalogados 690 indivíduos distribuídos em 51 espécies. Palavras-chave: Floresta Nacional, fitossociologia, caatinga, savana estépica. Contendas national forest of Sincorá - BA Abstract: This paper describes the activities of a preliminary survey of the current situation of the phytophisiognomy National Forest Contendas of Sincorá, located in the state of Bahia. It is located in the transition zone between the savanna and the brush community. The study was conducted in 17 sampling units of 4x100 meters (400m ²) each, It was measured all the individuals with over 15 cm CAP. After that it was calculated the Importance Value Index (IVI). Have been cataloged 690 individuals distributed in 51 species. Key words: National Forest, phytosociology, brush forest, savannah. 1. INTRODUÇÃO A Floresta Nacional (FLONA) de Contendas do Sincorá foi criada por meio do Decreto sem número de 21 de setembro de 1999 com uma área de 11.034 hectares, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Ituaçu, Estado da Bahia em nome do Ibama. A Flona foi transferida ao Ibama, por meio de dispositivo legal, que permite que empresas consumidoras de matéria prima florestal, portanto obrigadas a cumprir com a reposição florestal. De início efetuamos levantamento para aquisição de informações para planejar a execução do inventário florestal propriamente dito. A segunda etapa é após a analise dos dados é a execução do Inventário Florestal da Flona. Com a finalidade de obter uma visão atual da situação da área no que tange a vegetação nativa, o presente trabalho descreve a realização de um levantamento florístico preliminar, na Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, no Estado da Bahia. 2. CARACTERIZAÇÃO DA FLONA A Floresta Nacional de Contendas do Sincorá é a primeira criada no Estado da Bahia. Situa-se na Chapada Diamantina, no município de Contendas do Sincorá, comarca de Ituaçu. De acordo com IBAMA (2008), a Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, tem 947 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ em um dos seus objetivos garantir a manutenção de diversos exemplares da fauna e da flora, como a Baraúna, Gonçalo-Alves e Velame, além do Veado Campeiro, Caititu, Suçuarana, Tatu, Paca, Onça e Cágados, que estão ameaçados de extinção. Em um extenso areal circundante da flona, ela é atualmente a única área que preserva a vegetação nativa, concentrando nos seus domínios exemplares de fauna e flora formadores do bioma Caatinga e transição com o Cerrado. O Plano de Manejo da flona foi publicado através da Portaria do IBAMA nº. 94, de 4 de dezembro de 2006. Consta que possui na sua infra-estrutura uma casa-sede, casa de apoio, área cercada, energia, água de poço sendo que a sua situação fundiária está 100% regularizada. A população rural está composta por pequenos e médios produtores que utilizam intensamente o solo com atividades de pastagem e agricultura de subsistência. Com isto a pressão sobre a Flona é muito grande, devendo a flona como instituição se precaver com severa vigilância nos limites da área. Em trabalho realizado em 1998 (LIMA & LIMA, 1998) se desenvolveu o estudo da composição florística e fitossociologia da área, o qual serviu de base para este trabalho. De suas 11.034 hectares o levantado em campo apresentou uma área mensurada equivalente a 10.928,02 hectares de vegetação nativa. Como não existe nenhum outro trabalho de Inventário Florestal na Flona, Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas – DBFLO do IBAMA resolveu efetuar um inventário piloto sobre o total de sua área. 2.1. Localização da FLONA A sede da Flona localiza-se na rodovia BA-026, km 20, em Contendas do Sincorá no estado da Bahia. Embora tenha o nome de Flona de Contendas de Sincorá, a mesma tem como município base Tanhaçu com sede distante a 20 quilômetros da mesma. A mesma se encontra localizada dentro do Bioma Cerrado especificamente na formação Vegetação Nativa Natural Savana (caatinga). 948 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ Figura 1. Localização geográfica da Flona Contendas do Sincorá. 2.2 Aspectos Legais A aquisição da Flona foi efetivada por meio do uso do dispositivo legal contido na IN 01/1996 do MMA, que rezava o seguinte: ”Art. 2o - A pessoa física ou jurídica não enquadrada no art. 8o desta Instrução Normativa e obrigada a reposição florestal pode optar pelas seguintes modalidades, observadas as peculiaridades estaduais ou regionais: I) apresentação de Levantamento Circunstanciado - LC de floresta plantada não vinculada ao IBAMA. II) execução ou participação em Programa de Fomento Florestal; III) compensação, através da alienação ao patrimônio público, de área técnica e cientificamente considerada de relevante e excepcional interesse ecológico, e conforme disposto em normas especificadas a serem baixadas pelo IBAMA.” Regulamentado pela Portaria no 71-N, de 5 de junho de 1998 que reza o seguinte:“Art. 1o Estabelecer os seguintes critérios para a reposição florestal obrigatória na modalidade de compensação, através de alienação ao Patrimônio Público Federal, de áreas técnica e cientificamente consideradas de relevante e excepcional interesse ecológico, conforme previsto no art. 2o inciso III da Instrução Normativa/MMA, no 1/1996.” Isto possibilitou que grandes empresas consumidoras de matéria prima florestal e que são obrigadas a efetuar plantios florestais a fim de atingirem sua auto sustentabilidade, possam propor ao Ibama áreas florestais com interesse ambiental. Desta maneira a propriedade conhecida como fazenda Extrema - Lapinha, foi convertida em Floresta Nacional Contendas do Sincorá. A ITASIDER – Usina Siderúrgica Itaminas S/A detentora efetuou um inventário florestal, entorno do ano de 1990, onde foi identificado um volume de madeira de 1.432.412,21m³ o que correspondeu a 162,46 m³ por hectare, em área de exploração de 8.816,655 hectares que represenatram 80% da área total, calculo este efetuado na época da exploração. 949 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ Porém, a área continuo sendo explorada durante a década de 90, até o ano de 2000. Neste ano a fazenda foi ofertada ao Ibama, e em troca de créditos de reposição florestal a ITASIDER transferiu a dominialidade da fazenda Extrema – Lapinha ao Ibama, onde foi criada a Flona Contendas de Sincorá. Após a promulgação da Lei numero 11.516 de 28 de agosto de 2007, que criou o instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a administração da Flona deixou de ser de responsabilidade do Ibama, sendo transferida para este novo órgão. 2.3 Justificativas Após 6 anos da transferência ao Ibama, tornou-se imprescindível a execução de um inventário florestal para avaliar o desenvolvimento da vegetação após a exploração efetuada a fim de dar subsídios para efetuar algum tipo de intervenção no sentido de garantir a biodiversidade da área, devolvendo uma situação mais próxima possível a primitiva. O inventário florestal é uma ferramenta que o gestor deve utilizar de maneira constante, avaliando e analisando o desenvolvimento tanto da vegetação quanto da fauna, e também de outros recursos como, por exemplo, o regime hídrico da área. Não se pode conceber hoje em dia, com tanta tecnologia a disposição, abrir-se mão de tal ferramenta. Do ponto de vista econômico, é uma região de população predominantemente de baixa renda, com ocupação principal nas atividades agropecuárias, na maioria das vezes com culturas de subsistência, o que contribuiu para a alteração da fitofisionomia no entorno da FLONA. 3. METODOLOGIA Conforme ANDRADE-LIMA, et.al. (2005), a vegetação xerófila das caatingas é essencialmente heterogênea no que se refere à fitofisionomia e à estrutura, tornando difícil à elaboração de esquemas classificatórios capazes de contemplar satisfatoriamente as inúmeras tipologias ali ocorrentes. Para os cálculos dos parâmetros da estrutura horizontal, foram analisadas a abundância, dominância e freqüência, e o IVI (Índice de Valor de Importância). Índice de valor de importância é a soma da abundância, da freqüência e da dominância relativas de cada espécie da associação vegetal. Para MEUNIER, é o índice que caracteriza a importância de cada espécie na comunidade (sob a perspectiva horizontal, ou, esquematicamente, vista sob a ótica de uma "planta baixa" da área), reunindo os critérios de análise dos três parâmetros. Foram implantadas e georreferenciadas inicialmente 17 unidades amostrais de 400 metros (4x100m) distribuídas aleatoriamente na área da floresta nacional, onde foram medidos a Circunferência a Altura do Peito (CAP) a partir de 15 centímetros e estimada as alturas, conforme Imaña (2007), Nos trabalhos fitossociológicos brasileiros, segundo Amorin et al (2005) das variáveis determinadas para lenhosas, a densidade, a altura e a área basal estão ligadas à ocupação do espaço e ao porte das plantas. A identificação preliminar foi realizada por etnobotânicos da região e que já prestam trabalhos a FLONA. Posteriormente as espécies não identificadas foram trazidas para o Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Ibama. Faz-se necessário explicitar que índices (como de Margalef ou o de Shannon), para serem uma real expressão da diversidade deve se basear em levantamentos florístico detalhados, e por este trabalho se tratar de um inventário exploratório e preliminar, e que algumas espécies ainda estão identificadas apenas com seus nomes populares, os mesmos que ainda não foram calculados. 950 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ 4. RESULTADOS Nesta fase preliminar, foram amostrados 690 indivíduos distribuídos em 57 espécies, que verificadas as sinonímias locais, foram reunidos em 51 espécies. Destas 51 espécies 15 ainda necessitam de confirmação em relação a sua nomenclatura botânica oficial, com altura média em torno de 4,8 metros. Tabela 1. Parâmetros fitossociológicos da área estudada. N.Cientifico Total DOR FR DER IVI Amburana cearensis 1,073314553 20,06086 4,807694 8,213552 33,08211 Anandenathera colubrina 0,062913802 1,175895 1,923078 1,026694 4,125666 Annona sp. 0,189393939 3,539881 3,365386 2,977413 9,882679 Aspidosperma sp. 0,150011141 2,803794 0,961539 0,616016 4,381349 Astronium sp. 0,002578304 0,04819 0,480769 0,102669 0,631629 Auxema 0,001790489 0,033465 0,480769 0,102669 0,616904 Cabralea canjerana 0,133785332 2,500524 4,326925 3,593429 10,42088 0,00669245 0,125086 0,480769 0,102669 0,708525 Calliandra tweediei 0,017093201 0,319482 1,442308 0,718686 2,480476 Callisthene sp. 0,015788133 0,295089 0,480769 0,513347 1,289206 Cordia sp. 0,010973708 0,205105 0,961539 0,410678 1,577321 Dalbergia decipularis 0,031202254 0,583188 0,480769 0,718686 1,782643 Eriotheca sp. 0,441383372 8,249707 5,288463 5,13347 18,67164 Eugenia dysenterica 0,004336962 0,08106 0,961539 0,205339 1,247938 Eugenia sp. 0,020443405 0,382099 1,442308 0,718686 2,543093 Inga sp 0,001790489 0,033465 0,480769 0,102669 0,616904 Jacaranda sp. 0,060303667 1,12711 1,442308 1,129363 3,698782 Luehea sp. 0,013376942 0,250023 0,961539 0,513347 1,724908 Machaerium brasiliensis 0,026212758 0,489931 2,403847 0,924025 3,817803 Manihot Piauhyensis 0,381700407 7,134199 7,211541 12,11499 26,46073 Maytenus tetragona 0,004909919 0,091769 0,961539 0,205339 1,258647 Mimosa sp 0,161271327 3,014253 5,769233 4,825462 13,60895 Caesalpinia sp. Myrocarpus sp. 0,15936943 2,978706 5,288463 4,928131 13,1953 NI 0,002037179 0,038076 0,480769 0,102669 0,621515 Patogonula bahiensis 0,054844665 1,025078 2,884616 2,156057 6,065752 Platycyamus sp. 0,229906735 4,297088 3,365386 3,080082 10,74256 Poeppigia sp 0,051637701 0,965138 1,442308 1,334702 3,742149 Ppiptadenia sp. 0,030231411 0,565042 0,480769 1,334702 2,380514 Prodosia sp. 0,009978992 0,186513 0,961539 0,308008 1,45606 Psidium sp. 0,049385663 0,923046 3,365386 1,64271 5,931142 Pterocarpus sp. 0,064576967 1,20698 1,442308 0,924025 3,573313 Schinopsis brasiliensis 0,032236758 0,602523 1,442308 0,718686 2,763517 Sclerolobiun sp. 0,356068564 6,655125 4,807694 10,78029 22,24311 Sebastiania bahiensis 0,016560033 0,309516 1,442308 0,410678 2,162502 Spondia sp 0,043878915 0,820122 0,480769 0,821355 2,122247 Tabebuia sp. 0,564783868 10,55613 5,769233 16,01643 32,34179 ni5 - Imburana Fêmea 0,610103132 11,40318 4,326925 3,49076 19,22086 ni10 - Pé de Cabra 0,003827667 0,071541 0,961539 0,205339 1,238419 ni2- Emburanhé 0,005809142 0,108576 0,961539 0,205339 1,275454 ni6 Imburiahém 0,014522855 0,27144 0,961539 0,308008 1,540987 ni7 - Incó liso 0,016162147 0,30208 0,961539 0,410678 1,674296 ni9 - Pau de Anel 0,030963522 0,578726 1,442308 0,821355 2,842389 ni11 - Pinhao Branco 0,055481283 1,036977 3,365386 1,437372 5,839734 ni15 - Vaquetinha 0,005880761 0,109915 0,961539 0,308008 1,379462 ni13 - Rasga Gibão 0,053483894 0,999645 1,442308 1,026694 3,468647 951 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ ni14 - Tinge cuia 0,005379424 0,100545 0,480769 0,102669 0,683983 ni8 - mostarda 0,013026802 0,243478 0,961539 0,205339 1,410356 0,00287274 0,053693 0,480769 0,102669 0,637132 ni3 - Embuzeiro ni12 - Quiabento 0,02637987 0,493055 0,961539 0,924025 2,378618 ni1 - Cajuzinho de Ovelha 0,002578304 0,04819 0,480769 0,102669 0,631629 ni4 - Estala Bagem 0,027056277 0,505697 0,480769 0,821355 1,807822 Total geral 5,350291253 100 100 100 300 Embora a quantidade de unidades amostrais ainda seja insuficiente, uma análise preliminar com as amostras disponível, foi realizada para verificar a tendência inicial da fitossociologia local. 400 350 300 250 200 150 100 50 0 ni4 - Estala ni1 - Cajuzinho ni12 ni3 ni8 - mostarda ni14 - Tinge ni13 - Rasga ni15 ni11 - Pinhao ni9 - Pau de ni7 - Incó liso ni6 ni2ni10 - Pé de ni5 - Imburana Vochysiaceae Sapotaceae Myrtaceae Mimosoideae Meliacea Malvaceae Fabaceae Euphorbiaceae Celstraceae Boraginaceae Bignoniaceae Apocinaceae Annonaceae Anacardiaceae Figura 2. Números de indivíduos identificados por família. A família Fabaceae apresentou o maior numero de indivíduos, incluindo treze das espécies identificadas representando 37,98% do total da população. Este resultado se assemelha ao encontrado por Santos et. al. (2007) na floresta seca no estado de Minas Gerais, onde a família Fabaceae foi quem mais apresentou o maior numero de espécies. Em outras regiões do semi-árido nordestino, Rodal et al. (1992) observaram que a família Fabaceae foi uma das mais bem representadas. Isso demonstra a grande distribuição da família Fabaceae e seu poder adaptativo a diversos tipos de solo e clima. A segunda família com o maior número de indivíduos foi a Bignoniaceae com 16,12% dos indivíduos e apenas 2 espécies. Apresentou uma elevado quantidade de indivíduos da espécie conhecida como Pau darco considera como do gênero Tabebuia. Este dado também é coincidente com a segunda família mais importante no trabalho de Santos et. al. (2007). A família Euphorbiaceae foi a terceira com maior numero de indivíduos, representando 12,52% do total de indivíduos amostrados, com 122 indivíduos distribuídos em apenas 2 espécies. Para Santos (2005), a família Euphorbiaceae, com cerca de 317 gêneros e 8.000 espécies, distribui-se principalmente nos trópicos e subtrópicos (Cronquist 1981), sendo a segunda família mais representativa da Caatinga em número de espécies, superada apenas por Leguminosae (Sampaio 1995). Amorim et. al. (2005) em seu trabalho na Estação Ecológica do Seridó, informa que as famílias com os maiores números de espécies foram Mimosaceae, com três espécies, e Caesalpinaceae e Euphorbiaceae, ambas com duas. Estas três famílias também foram as mais representativas em outros locais. Este fato reforça a característica de vegetação de ecótono da flona. 952 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ Da mesma forma, que a família Bignoniaceae, a Euphorbiaceae apresentou apenas 2 espécies, neste caso a espécie em destaque é a conhecida pelo nome popular de borracha identificada como Manihoti piauhiensis com 118 indivíduos amostrados na área. Conforme Andrade et. al. (2005) está é uma família predominante na caatinga. O número de indivíduos por família poderá ser alterado quando ficar concluída a identificação de todos os indivíduos amostrados. 35 30 25 20 15 10 5 Amburana cearensis Anandenathera Annona sp. Aspidosperma sp. Astronium sp. Auxema Cabralea canjerana Caesalpinia sp. Calliandra tweediei Callisthene sp. Cordia sp. Dalbergia decipularis Eriotheca sp. Eugenia dysenterica Eugenia sp. Inga sp Jacaranda sp. Luehea sp. Machaerium brasiliensis Manihot Piauhyensis Maytenus tetragona Mimosa sp Myrocarpus sp. NI Patogonula bahiensis Platycyamus sp. Poeppigia sp Ppiptadenia sp. Prodosia sp. Psidium sp. Pterocarpus sp. Schinopsis brasiliensis Sclerolobiun sp. Sebastiania bahiensis Spondia sp Tabebuia sp. ni5 - Imburana Fêmea ni10 - Pé de Cabra ni2- Emburanhé ni6 Imburiahém ni7 - Incó liso ni9 - Pau de Anel ni11 - Pinhao Branco ni15 - Vaquetinha ni13 - Rasga Gibão ni14 - Tinge cuia ni8 - mostarda ni3 - Embuzeiro ni12 - Quiabento ni1 - Cajuzinho de ni4 - Estala Bagem 0 Figura 3. - Valor de Importância das espécies amostradas. Analisados os parâmetros e dados coletados, as espécies Amburana sp. e Tabebuia sp. apresentaram os maiores índices e muito próximos, 33,08 e 32,34 respectivamente. Vale ressaltar que o numero de indivíduos de Amburanas (80) levantado é praticamente a metade do numero de Tabebuias (156). A espécie conhecida popularmente por borracheiro ocupou o terceiro lugar no Índice de Valor de Importância. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 ni4 - Estala Bagem ni1 - Cajuzinho de ni12 - Quiabento ni3 - Embuzeiro ni8 - mostarda ni14 - Tinge cuia ni13 - Rasga Gibão ni15 - Vaquetinha ni11 - Pinhao Branco ni9 - Pau de Anel ni7 - Incó liso ni6 Imburiahém ni2- Emburanhé ni10 - Pé de Cabra ni5 - Imburana Fêmea Tabebuia sp. Spondia sp Sebastiania bahiensis Sclerolobiun sp. Schinopsis brasiliensis Pterocarpus sp. Psidium sp. Prodosia sp. Ppiptadenia sp. Poeppigia sp Platycyamus sp. Patogonula bahiensis NI Myrocarpus sp. Mimosa sp Maytenus tetragona Manihot Piauhyensis Machaerium brasiliensis Luehea sp. Jacaranda sp. Inga sp Eugenia sp. Eugenia dysenterica Eriotheca sp. Dalbergia decipularis Cordia sp. Callisthene sp. Calliandra tweediei Caesalpinia sp. Cabralea canjerana Auxema Astronium sp. Aspidosperma sp. Annona sp. Anandenathera Amburana cearensis V Figura 4. Valor de cobertura. 953 5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008 ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ Embora os dados preliminares sejam insuficientes, a estimativa média da volumetria para a época da área de trabalho ficou em torno de 32,67 m³/ha. 5. CONCLUSÕES Este inventário preliminar inferiu a idéia de que a exploração foi de forma exaustiva devido principalmente aos diâmetros e as alturas das espécies florestais medidas, ficando claro que não houve plano de manejo florestal, mas sim um desmatamento. A existência de espécies de biomas florestais (floresta estacional) indica que a Flona encontra-se em área de transição entre o cerrado, caatinga e floresta estacional. Este trabalho teve a intenção de demonstrar que o inventário florestal da Flona e também das demais áreas do Sistema Snuc devem ser executados e implementados de forma continua e constante. Desta forma, será possível a administração efetuar com maior segurança um planejamento mais adequado às realidades das áreas e garantir que os recursos financeiros sejam adequadamente alocados. Agradecimentos Ao Gabriel e a Carolina. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Meunier, I. Inventário Florestal. 2002. Apostila da disciplina de Inventário Florestal no Departamento de Ciência Florestal da UFRPE, 48p. Pellico Netto, Sylvio. Inventário Florestal. Brasil: Curitiba, 1997. 316p. SANTOS, M.J.; MACHADO, I.C.; LOPES A.V.Biologia reprodutiva de duas espécies de Jatropha L. (Euphorbiaceae) em Caatinga, Nordeste do Brasil, Revista Brasil. Bot., V.28, n.2, p.361-373, abr.-jun. 2005. Rubens M.S.;Vieira1, F.A.; Gusmão,E.; Nunes,Y.R.F. Florística e estrutura de uma floresta estacional decidual, no Parque Municipal da Sapucaia, Montes Claros (MG). Cerne, Lavras, v. 13, n. 3, p. 248256, jul./set. 2007 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 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