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Fisiologia Das Sensações

Trabalho sobre sistemas sensoriais entregue à disciplina de Fisiologia.

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FISIOLOGIA DAS SENSAÇÕES Alessandra Maria Monteiro e Silva, Eduardo Fabiano Viana Barreto, James Chagas Almeida, José Roberto Pimentel Cabral de Seixas, Marcelle Moreira Veras de Brito, Pedro Eickmann Bruno da Cunha e Pedro Luiz de França Neto Universidade Federal de Pernambuco – Fisiologia - Departamento de Fisiologia e Farmacologia - Biomedicina Introdução A fisiologia sensorial é a ciência que estuda as diversas áreas das sensações de estímulo do corpo. O sistema sensorial é composto por receptores sensoriais, estruturas responsáveis pela percepção de estímulos provenientes do ambiente e do interior do corpo. Essas terminações sensitivas do sistema nervoso periférico são encontradas nos órgãos dos sentidos: pele, ouvido, olhos, língua e fossas nasais. Estes têm a capacidade de transformar os estímulos em impulsos nervosos, os quais são transmitidos ao sistema nervoso central, que por sua vez, determina as diferentes reações do nosso organismo. Os receptores sensoriais são classificados de acordo com o estímulo que conseguem captar. Os quimiorreceptores são transmissores de informações acerca de substâncias químicas dissolvidas no ambiente. Localizam-se principalmente na língua e no nariz. Os termorreceptores detectam estímulos de variação térmica. São encontrados na pele. Os mecanorreceptores conseguem captar estímulos mecânicos. Localizam-se na pele. Os fotorreceptores detectores de luz encontrados nos olhos. Os receptores de dor são classes de dendritos presentes na pele humana. O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber as variações dos meios interno e externo, a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. Objetivos Este tudo tem como objetivo mostrar como funciona na prática o processamento e a transmissão sensorial-motora através de mecanismos anátomo-fisiológicos do sistema nervoso. Usando artefatos numa aula prática de Fisiologia na Universidade Federal de Pernambuco, grupos de seis alunos faziam testes para mostrar que cada parte do organismo responde de maneira diferente a estímulos iguais. Materiais e Métodos Primeiro teste (Discriminação de pontos): Duas varetas do jogo "Pega Vareta". O teste consiste em, usando as duas varetas, espetar levemente um voluntário de olhos vendados, com a ponta das varetas, ao mesmo tempo (é importante para a precisão dos resultados que as duas varetas toquem o voluntário ao mesmo tempo). Pergunta-se então se ele está sentindo em um ou dois pontos, repetindo o procedimento em diferentes regiões do corpo, com diferentes distâncias entre as varetas. Segundo teste (Topognosia): Dois objetos, que caibam na mão, de pesos levemente diferentes. O voluntário deverá estar com olhos fechados, ou vendados. Na primeira etapa, os braços do voluntário deverão estar apoiados em uma mesa, e os dois objetos serão colocados lentamente sobre suas mãos abertas. Pergunta-se qual dos dois é o mais pesado. Nessa primeira etapa o voluntário deverá responder sem tirar os braços da mesa. Já na segunda etapa, o procedimento é o mesmo, porém os braços do voluntário não estão mais apoiados e seus movimentos serão permitidos. Novamente pergunta-se qual é o mais pesado. Terceiro teste (barognosia): Duas canetas de pontas porosas. Uma caneta será dada ao voluntário, que estará vendado ou de olhos fechados. Com a outra caneta, marca-se um ponto em alguma parte do corpo do voluntário. Então ele terá que tentar fazer um ponto no mesmo lugar em que foi marcado. É ideal que se faça em diferentes regiões do corpo, observando, sempre, a proximidade entre os pontos. Quarto teste (Sistema ântero-lateral): Três copos, um com água fria, um com água morna e um com água em temperatura ambiente. Posicione os copos de maneira com que o que contém água em temperatura ambiente fique no meio, e os outros dois, nas pontas. O voluntário deverá colocar o dedo indicador de cada mão nos copos das pontas (frio e morno) e deixar lá por alguns instantes. Passados estes, os dois dedos devem ser retirados dos copos e colocados, juntos, ao mesmo tempo, no copo com água em temperatura ambiente. É importante o cuidado com a temperatura da água, para evitar queimaduras. Resultados Ao realizarmos o teste de discriminação de pontos e topognosia, observou-se que quanto mais distal, mais precisos são os resultados. Isso pode ser explicado observando-se o mapa cortical do homúnculo sensorial, no qual há uma maior presença de células sensoriais em áreas como as das mãos. Nas áreas mais distais, cada neurônio, é responsável por uma região menor, o que facilita a diferenciação de pontos, mesmo sendo muito próximos. A taxa de convergência entre os neurônios distais é menor, ou seja, o estímulo que é transmitido a um neurônio secundário originando-se de um número menor de neurônios primários, diferente de áreas mais proximais em que um secundário é estimulado da mesma forma por vários primários, em locais distintos o que causa uma maior imprecisão para distinguir pontos em locais próximos. No teste de barognosia foi observada uma maior facilidade de distinguir pesos ao balançar as mãos, pois isso faz com que aumente a inércia do objeto, permitindo assim que o mais pesado exerça uma maior pressão sob sua mão. Devido à propriocepção distinguimos qual o mais pesado, pois haverá uma maior angulação no punho que estiver com o objeto mais pesado. Os resultados apresentados no teste do sistema ântero-lateral, para percepção de temperatura, mostraram que uma baixa temperatura é mais rapidamente percebida, pois os axônios das células responsáveis pela sensação de frio são mais mielinizados, transmitindo a informação com mais rapidez. Conclusão e Discussão No estudo, analisamos as sensações que o corpo sofre com estímulo, temperatura e pressão de um corpo saindo da inércia e ficando estável. Concluímos que nosso corpo é dividido em partes menos e mais sensíveis, onde podemos observar no homúnculo. O teste mostrou que as extremidades da pare superior do corpo (mãos) e a cabeça são áreas de extrema sensibilidade. Os dedos das mãos em relação às costas distinguiram com mais facilidade dois pontos, isto, porque os dedos têm uma maior área sensorial e menor área de campo receptor. Ao colocar nossos dedos em água gelada e morna observamos que o estímulo da gelada é primeiramente interpretado por haver mais receptores. Sentimos maior sensibilidade ao tirarmos um corpo da inércia do que o deixando estável. Podemos concluir com os experimentos sensoriais de reação imediata que o teste de discriminação de dois pontos afirma que a percepção de tato tem uma ação precisa, rápida e discriminativa na área das mãos nas pontas dos dedos (Sistema epicrítico) e é grosseiro (pouco discriminativo), lento e menos preciso em áreas como nos ombros e costas (sistema protopático). Tendo em vista que o voluntário pode dizer com precisão o número de estímulos apresentados nas pontas dos dedos mesmo sendo pequenos e muito próximos, mas não soube diferenciar estímulos de mesma distância e intensidade em locais como as costas. Podemos explicar esse fato com base na representação do homúnculo no córtex somatossensorial que tem como critério a densidade de receptores de tato. Logo, percebe-se que a quantidade de receptores nas mãos é maior que em outros locais, como a perna. Com o número maior o campo receptivo se torna menor, o que os torna mais específicos. Com o teste de topognosia, notamos que é de difícil à percepção o local exato na pele do estímulo feito, já que o voluntário não contava o auxílio da percepção visual. A área dos campos receptores na região do braço (onde foi realizado o experimento) é maior o que o torna menos específico. No teste de barognosia, percebe-se que o reconhecimento de pesos distintos é mais rápido quando os objetos, que apresentavam forma e dimensões similares diferindo apenas o peso (massa), encontram-se em movimento. Isto pode ser explicado porque o movimento das mãos faz com que o objeto pressione-a com maior força, estimulando em menos tempo os receptores para pressão, levando em consideração a inércia. O experimento de temperatura evidenciou a relatividade quanto à percepção do ambiente, ou seja, o estímulo que nos identificamos depende de um referencial. No teste notamos que o dedo direito que estava em um meio com água quente (morna) quando colocado em um meio com água na temperatura ambiente, nos passa a informação que este novo meio esta frio. E o dedo esquerdo que estava em um meio com a água fria, quando colocado no meio com água ambiente no mesmo momento que o direito, passa-nos a informação que a água esta quente. A primeira sensação que sentimos é a de frio do dedo esquerdo. 2