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Universidade Potiguar – UnP
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Projeto de Urbanismo: desenho urbano
Professor: Trícia Santana
Aluna: Nathália Laurindo
Data: 23/08/2013
SANTOS, Carlos Nelson F. Dos. A cidade como se fosse um jogo de cartas. Rio de Janeiro – RJ. p 26 a 30.
O jogo urbano se joga sobre um sítio determinado que é a sua "mesa". (p. 28).
Há os políticos, técnicos e funcionários que representam o GOVERNO. [...] Existem as EMPRESAS [...] cujas ações têm reflexos diretos no meio urbano. Por fim, entra a POPULAÇÃO [...] (p. 28).
[...] para que o jogo urbano dê certo, é preciso que todos conheçam bem as cartas do baralho que está sendo usado e que sejam bem esclarecidas as regras para arrumá-las. Se apenas alguns tiverem acesso às normas e puderem alterá-las com exclusividade, provoca-se o desequilíbrio. (p. 28).
O governo dispõe de autoridade para fazer cumprir a lei. Os grupos de capital interessados têm recursos financeiros, os grupos de população podem e devem exercer pressões pelo que julgam ser o seu direito. (p.28).
[...] só pode haver jogo limpo quando cada um souber o que são suas cartas, o quanto valem e tiver domínio sobre as próprias jogadas. (p.28).
As diversas formas de combinar os padrões de lotes (terras privadas) e áreas públicas (ruas e demais espaços abertos) configuram a estrutura urbana. Constituem o "jogo escolhido" para aquela cidade. (p.29).
O exercício de viver no presente preparando o futuro não é espontâneo. Exige uma disciplina que, se praticada, vai se tornando cada vez mais natural. (p.30).
Comerciantes, donas-de-casa, vereadores, funcionários, padres, quaisquer moradores do lugar, mesmo e principalmente as crianças têm de conhecer os padrões e a estrutura daquela cidade, de sua cidade. [...] Em conjunto formularão uma imagem coletiva. (p.30).
Se forem seguidos os padrões que todo mundo conhece, a estrutura que todo mundo "projeta" junto, o resultado será sempre uma soma com todas as chances de harmonia. (p.30).
O que não dá é para jogar com o mesmo baralho, mas segundo duas regras diferentes; ou jogar com vários baralhos ao mesmo tempo, sem organizar um campeonato com a concordância de todos; ou ficar dependendo de um sozinho que se diz dono exclusivo das cartas e só admite jogadas que ele banque dentro de suas normas e interesses. (p.30).
Conhecidos universalmente os princípios, todos serão capazes de participar das soluções. [...] Será imprescindível relembrar as regras até que se tornem óbvias. (p.30).
Todos se tornarão fiscais do que for da compreensão e interesses comuns. (p.30).
CONSIDERAÇÕES
As ideias centrais de Carlos Nelson dos Santos evidenciam que as cidades devem ter identidade e para alcançá-la é necessário que a participação de todos os habitantes da cidade seja efetiva.
Se não houver essa integração de todas as classes, os indivíduos dificilmente reconhecerão aquele espaço como o seu lugar. A cidade passa a ser um joguete elitista, que funciona para atender aos caprichos de uma parcela ínfima da sociedade.
Ao contrário se todos puderem conhecer, participar, decidir e "projetar" o local onde vivem, a cidade atenderá as necessidades de todas as classes. As pessoas terão um lugar no espaço, identificar-se-ão com aquele local, divulgarão suas boas qualidades e preservarão sua história.
Portanto, para que esse jogo de cartas do funcionamento das cidades esteja claro quanto às suas regras, é preciso mudar a doutrina utilizada hoje. Pois os demais setores populacionais precisam opinar, decidir, gerar influencia sobre um local onde todos participam do jogo.