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Fermentações Industriais

Neste trabalho, são discutidos os principais aspectos relacionados às fermentações industriais, sendo ainda apresentados alguns exemplos de produtos obtidos nesse tipo de processo.

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1. INTRODUÇÃO O objetivo primordial da biotecnologia é a obtenção de produtos metabólicos úteis através do processamento biológico. Entende-se por processo biológico, todo sistema reacional envolvendo seres vivos. Dentre estes seres, destacam-se microrganismos tais como fungos, bactérias, algas, etc. Denominam-se processos fermentativos os processos biológicos que têm aplicação industrial. (RECH, 2006, p. 10) Em termos industriais, entretanto, aceita-se a denominação fermentação ou processo fermentativo para caracterizar qualquer transformação intermediada por um microorganismo através de uma seqüência de reações bioquímicas. Assim, são considerados, também, processos fermentativos, as transformações envolvendo respiração microbiana, biossíntese, fotossíntese e respiração com substratos inorgânicos. (BARROS, 2002, p. 53) Desde os primórdios da civilização, o homem vem utilizando, mesmo que inconscientemente, as fermentações para a produção de bens de consumo. Exemplos clássicos dessa pratica estão incluídos entre os alimentos, como o pão e o queijo, e as bebidas, como a cerveja e o vinho. Há indícios de que, por volta de 6000 a.C., os antigos mesopotâmicos já produziam um tipo de cerveja, aproveitando a cevada que, naquela região, crescia em estado selvagem. Nas pirâmides egípcias, foram encontradas evidencias da fabricação de pão usando leveduras, há milhares de anos. (BARROS, 2002, p. 47) Foi o cientista francês Louis Pasteur, quem criou, no final do século XIX, o termo fermentação, que reservou exclusivamente para os processos em que as transformações provocadas por leveduras e outros microrganismos ocorriam na ausência de ar. Em 1897, Eduard Buchner, ao isolar enzimas de levedura, mostrou que eram elas, e não as leveduras, as verdadeiras responsáveis pela fermentação alcoólica. (WARD, 1991, p. 2) Ao longo do século XX, um número considerável de processos fermentativos industriais foi introduzido ou aperfeiçoado aproveitando o potencial de matérias-primas renováveis na obtenção de produtos químicos, combustíveis, alimentos e bebidas, bioinseticidas, biofertilizantes, fármacos e enzimas, dentre outros. Dentre essas matérias-primas, os resíduos agrícolas e agroindustriais desempenham um papel marcante, com uma gama de processos fermentativos sendo realizados com base em materiais como, por exemplo, caldo e melaço de cana-de-açúcar, farelos de soja, trigo, milho, aveia e arroz, resíduos celulósicos e da indústria de papel. (BARROS, 2002, p. 47) Neste trabalho, serão discutidos os principais aspectos relacionados às fermentações industriais, sendo ainda apresentados alguns exemplos de produtos obtidos nesse tipo de processo. 2. DESENVOLVIMENTO MICROORGANISMOS INDUSTRIAIS Entre os microorganismos com aplicação industrial em processos fermentativos, incluem-se, principalmente, as bactérias, os bolores ou fungos filamentosos e as leveduras ou fungos unicelulares. (BARROS, 2002, p. 48) Para a execução com sucesso de um processo fermentativo, é necessário que sejam respeitadas as características do agente fermentativo. Dependendo de cada grupo, gênero, espécie e linhagem microbiana, tanto em termos de crescimento quanto de formação de produtos, haverá a necessidade da formulação de um meio de cultura com a adequada proporção de nutrientes. (BARROS, 2002, p. 48) O uso de condições ambientais adequadas é, também, fundamental para os resultados do processos fermentativos. (BARROS, 2002, p. 48) A definição adequada do microorganismo a ser empregado, assim como do meio de cultura para este microorganismo, é etapa fundamental para o sucesso de um processo fermentativo. No entanto, é sempre importante lembrar que a definição de um processo fermentativo mais adequado, assim como as preocupações com a recuperação do produto, são etapas da mais alta importância. (BORZANI) 2.1.1 Características desejáveis de microorganismos para aplicação industrial Para uma aplicação industrial, espera-se que os microorganismos apresentem as seguintes características gerais: - apresentar elevada eficiência na conversão do substrato em produto; - permitir o acúmulo do produto no meio, de forma a se ter elevada concentração do produto no caldo fermentado; - não produzir substâncias incompatíveis com o produto; - apresentar constância quanto ao comportamento fisiológico; - não ser patogênico; - não exigir condições de processo muito complexas; - não exigir meios de cultura dispendiosos; - permitir a rápida liberação de produto para o meio. (SCHMIDELL, 2001) 2.1.2 Condições ambientais desejáveis Dentre as condições ambientais mais importantes podem ser citadas: (BARROS, 2002, p. 48) Temperatura: dependendo da sua temperatura ideal de crescimento, os microorganismos podem ser classificados em psicrófilos (temperatura ideal até 25ºC), mesófilos (temperatura ideal entre 25ºC e 40ºC) e termófilos (temperatura ideal acima de 40ºC); pH: em geral, as bactérias preferem ambientes com pH levemente ácidos a neutros, e as leveduras se desenvolvem bem com o pH entre 4 e 6, enquanto que os fungos filamentosos admitem uma ampla faixa: 3 até 8; Oxigênio: os microorganismos podem ser classificados como aeróbios (dependem da presença de oxigênio), anaeróbios estritos (exigem a completa ausência de oxigênio), anaeróbios facultativos (desenvolvem-se bem em aerobiose e em anaerobiose), microaerófilos (necessitam de quantidades mínimas de oxigênio) e aerotolerantes (suportam a presença de oxigênio, embora se desenvolvam melhor em anaerobiose). 2.2 PRINCIPAIS FASES DE UM PROCESSO FERMENTATIVO 2.2.1 Preparo do Inóculo Chama-se inóculo, pé-de-cuba ou pé-de-fermentação um volume de suspensão de microorganismo de concentração adequada capaz de garantir, em condições econômicas, a fermentação de um dado volume de mosto. Para que se obtenha um inóculo com capacidade produtiva elevada, deve-se dar condições para que o microorganismo desejado seja propagado, que incluem desde sua manutenção até a propagação propriamente dita. (SCHMIDELL, 2001, p. 194) O preparo do inóculo consiste de uma série de passos que visam obter uma população microbiana elevada, ativa e adaptada às condições do processo, a ser adicionada ao meio do fermentador principal, para iniciar a fermentação. Pode-se partir de culturas puras estocadas em laboratório e aumentar gradativamente o volume da suspensão microbiana, através de transferências sucessivas pata frascos cada vez maiores. Outras vezes, os microorganismos utilizados numa batelada são recuperados por centrifugação ou filtração, tratados para a eliminação de contaminantes, e reutilizados na batelada seguinte. A opção pela forma de preparo o inóculo depende de cada processo. Se um microorganismo é muito suscetível a mutações ou alterações de comportamento, ou ainda, se o nível de contaminação por agentes externos da planta industrial for muito elevado, a reutilização do cultivo deve ser evitada. (BARROS, 2002, p.58 - 59) O volume de inóculo introduzido no fermentador de produção está comumente ao redor de 10% de sua capacidade útil. No entanto, pode variar de 0,5 a 50%. (SCHMIDELL, 2001, p. 195) 2.2.2 Matérias-primas, preparo do meio e esterilização Para a realização da fermentação, é necessário que seja preparado um meio, ou mosto, que favoreça tanto o crescimento microbiano quanto a formação do produto. (BARROS, 2002, p. 60) Como já se sabe, cada microorganismo possui condições ótimas de crescimento tais como: temperatura, pH, nível de oxigênio dissolvido, entre outras. O meio de cultivo, por sua vez, tem influência marcante nesse processo. Em microbiologia, é chamado de meio de cultura. Aqui, na área de fermentações industriais, é chamado de mosto ou meio de fermentação. Este, deve possuir nutrientes classificados nos seguintes grupos: a) fontes dos elementos "principais" – C, H, O e N; b) fonte dos elementos "secundários" – P, K, S, Mg; c) vitaminas e hormônios; d) fontes de "traços" de elementos, ou seja, requerimentos de elementos em quantidades mínimas para o crescimento microbiano (por exemplo, Ca, Mn, Fe, Co, Cu, Zn). (SCHMIDELL, 2001, p. 196) Na formação de um meio de fermentação (mosto) deve-se levar em conta a necessidade desses nutrientes, lembrando que o meio, além de propiciar o desenvolvimento microbiano, deve favorecer a formação do produto que se deseja. (SCHMIDELL, 2001, p. 197) Alguns dos substratos e/ou matérias-primas, possíveis para utilização em cultivos microbianos, são: açúcares, melaços, soro de leite, celulose, amido, resíduos como liquor sulfítico e água de maceração de milho, metanol, etanol, alcanos, óleos e gorduras, etc. (SCHMIDELL, 2001, p. 198) 2.2.2.1 Características desejáveis de meios de cultivo para aplicação industrial (SCHMIDELL, 2001, p. 15 - 16) Algumas características gerais, que devem ser consideradas, são: - ser o mais barato possível; - atender às necessidades nutricionais do microorganismo; - auxiliar no controle do processo, como é o caso de ser ligeiramente tamponado, o que evita variações drásticas de pH, ou evitar uma excessiva formação de espuma; - não provocar problemas na recuperação do produto; - os componentes devem permitir algum tempo de armazenamento, a fim de estarem disponíveis todo o tempo; - ter composição razoavelmente fixa; - não causar dificuldades no tratamento final do efluente. Após a sua preparação, o meio pode ser esterilizado, a fim de eliminar microorganismos contaminantes e evitar a queda do rendimento do processo, dentre outros problemas. A esterilização é, em geral, feita por tratamento térmico. (BARROS, 2002, p. 60) 2.2.3 Recuperação e purificação de produtos A recuperação e a purificação dos produtos presentes no biorreator fazem parte dos chamados tratamentos finais em processos biotecnológicos. Em geral, essa é a etapa mais complexa e onerosa de um processo fermentativo. (BARROS, 2002, p. 61) Na recuperação e purificação de produtos são usadas muitas técnicas comuns nos processos químicos, dependendo das características de cada produto e do meio em que ele está contido. É preciso, primeiramente, separar as células e outros materiais sólidos do meio, através de métodos físicos como a sedimentação, a filtração e a centrifugação. Em seguida, dependendo se o produto é intracelular ou extracelular, são usados, para o primeiro caso, métodos de ruptura de células, para liberação do produto, e feito o enriquecimento, usando diferentes técnicas como, por exemplo, no caso da fermentação alcoólica, a destilação. (BARROS, 2002, p. 61) Figura 1.2: Fluxograma de um processo fermentativo Fonte: Schmidell et al., 2001 2.3 BIORREATORES Denominam-se "biorreatores", "reatores bioquímicos", ou ainda, "reatores biológicos", os reatores químicos nos quais ocorrem uma série de reações químicas catalisadas por "biocatalisadores", os quais podem ser enzimas ou células vivas. Assim, logo de início, pode-se classificar os biorreatores em dois grandes grupos: (PORTO, 2005) Grupo 1: Biorreatores nos quais as reações ocorrem na ausência de células vivas, ou seja, são tipicamente os "reatores enzimáticos"; Grupo 2: Biorreatores nos quais as reações se processam na presença de células vivas. Em qualquer processo biotecnológico industrial, o elemento central é o reator, pois nele se desenvolvem, devidamente controlados, as transformações de interesse. Isso não quer dizer que o reator constitui a etapa mais importante do processo. Para que o resultado que se tem em vista seja alcançado, dois outros conjuntos de operação devem ser também cuidadosamente considerados, a saber: (BORZANI, 2001, p. 249) Os tratamentos iniciais: "Up Stream" que antecedem a operação no reator e cuja a finalidade é colocar ao sistema nas condições previamente escolhidas, para que as transformações, no reator, se desenvolvam. Os tratamentos finais: "Down Stream" que englobam a separação e a purificação dos produtos e subprodutos obtidos, bem como o tratamento dos resíduos formados. Se os agentes das transformações são microorganismos vivos, de modo que as reações que se desenvolvem no reator são conseqüências da atividade vital das células microbianas, o processo é denominado processo fermentativo. Neste caso,o reator é, muito frequentemente, chamado de fermentador ou dorna. (BORZANI, 2001, p. 250) 2.3.1 Classificação dos biorreatores Os biorreatores podem receber diversos tipos de classificação, como por exemplo: (PORTO, 2005) - quanto ao tipo de biocatalisador (células ou enzimas); - quanto à configuração de biocatalisador (cel/enz livres ou imobilizadas); - quanto a forma de se agitar o líquido no biorreator. Considerando as várias propostas uma classificação mista e abrangente é apresentada na Tabela 1, à seguir. Tabela 1: Classificação geral dos biorreatores. CLASSIFICAÇÃO DOS BIORREATORES 1. Reatores em fase aquosa (fermentação submersa): 1.1. Células ou enzimas livres: - reatores agitados mecanicamente (STR: stirred tank reactors) - reatores agitados pneumaticamente: coluna de bolhas (bubble column) reatores air-lift - reatores de fluxo empistonado (plug-flow) 1.2. células ou enzimas imobilizadas em suportes: - reatores com leito fixo; - reatores com leito fluidizado - outras concepções 1.3. células ou enzimas confinadas em membranas: - reatores com membranas planas - reatores de fibra oca 2. Reatores de fase não aquosa (fermentação semi-sólida) - reatores estáticos (bandejas) - reatores com agitação (tambor rotativo) - reatores com leito fixo - reatores com leito fluidizado gás-sólido. Fonte: Schmidell et al., 2001 A Figura 2 mostra alguns tipos de configurações de biorreatores. Figura 2: Configurações de biorreatores (a) STR; (b) coluna de bolhas; (c) air-lift; (d) plug-flow; (e) com células imobilizadas (leito fixo); (f) com células imobilizadas (leito fluidizado); (g) reator com membranas planas; (h) hollow-fiber Fonte: Schmidell et al., 2001 2.4 PROCESSOS FERMENTATIVOS a) descontínuo b) descontínuo alimentado: c) semicontínuo: d) contínuo: e) em estado sólido 2.4.1 Fermentação Descontínua As fermentações descontínuas clássicas, ou simplesmente, fermentações descontínuas, vêm sendo utilizadas pelo homem desde a Antiguidade e, ainda hoje, são as mais empregadas para obtenção de vários produtos fermentados. São também conhecidas por fermentações por batelada ou processo descontínuo de fermentação. (SCHMIDELL, 2001, p. 193 - 204) Seu modo de operação pode ser descrito assim: no instante inicial a solução nutriente esterilizada no fermentador é inoculada com microorganismos e incubada, de modo a permitir que a fermentação ocorra sob condições ótimas. No decorrer do processo fermentativo nada é adicionado, exceto oxigênio, no caso de processos aeróbicos (na forma de ar), antiespumante, e ácido ou base para controle do pH. Terminada a fermentação, descarrega-se a dorna, e o meio fermentado segue para os tratamentos finais. Então, deve-se lavar a dorna, esterilizá-la e recarregá-la com mosto e inóculo. (SCHMIDELL, 2001, p. 193 - 204) A fermentação descontínua pode levar a baixos rendimentos e/ou produtividades, quando o substrato adicionado de uma só vez no início da fermentação exerce efeitos de inibição, repressão, ou desvia o metabolismo celular a produtos que não interessam. Por outro lado, apresenta menores riscos de contaminação (se comparados com processos contínuos de fermentação) assim como grande flexibilidade de operação,devido ao fato de poder utilizar os fermentadores para diferentes produtos. (SCHMIDELL, 2001, p. 193 - 204) Ademais, é o mais utilizado na indústria de alimentos. Alguns dos alimentos e bebidas produzidos por esse processo fermentativo são iogurte, chucrute, picles, cerveja, vinho entre outros. (SCHMIDELL, 2001, p. 193 - 204) 2.4.2 Fermentação Descontínua Alimentada Vários processos fermentativos têm sido desenvolvidos em função de diferentes aplicações. Um desses, que tem importância tanto em escala industrial como em nível de pesquisa, é o processo descontínuo alimentado, também conhecido como processo por batelada alimentada ou, simplesmente, fermentação descontínua alimentada. (SCHMIDELL, 2001, p. 205 - 218) Basicamente, o processo descontínuo alimentado é definido como uma técnica em processos microbianos, onde um ou mais nutrientes são adicionados ao fermentador durante o cultivo e em que os produtos aí permanecem até o final da fermentação. (SCHMIDELL, 2001, p. 205 - 218) Antes de 1940 a maioria dos processos fermentativos envolvia a conversão de carboidratos a outros compostos orgânicos simples. Seguindo o sucesso da aplicação das feremntaçoes descontinuas alimentadas para produção de levedura, tentou-se a utilização destas para a produção de glicerol, acetona, butanol, ácido lático e outros materiais, resultando, em muitas ocasiões, em um melhor controle do processo de fermentação e mais eficientes utilizações dos componentes do meio. (SCHMIDELL, 2001, p. 205 - 218) 2.4.3 Fermentação Semicontínua O processo fermentativo recebe a denominação de semicontínuo quando, uma vez colocados no reator o meio de fermentação e o inóculo, as operações que se seguem obedecerem à seguinte ordem: (SCHMIDELL, 2001, p. 219 - 222) Operação nº 1 – Aguarda-se o término da fermentação. Operação nº 2 – Retira-se parte do meio fermentado, mantendo-se, no reator o restante de mosto fermentado. Operação nº 3 – Adiciona-se ao reator um volume de meio de fermentação igual ao volume de meio fermentado retirado na Operação nº 2. O meio de fermentação adicionado na Operação nº 3 encontra, no reator as células microbianas existentes no meio fermentado que nele foi mantido. Em outras palavras, o meio fermentado não retirado do fermentador na Operação nº 2 seve de inóculo ao meio de fermentação adicionado na Operação nº 3. Reinicia-se, desse modo, a seqüência de operações acima descrita, que será repetida enquanto não houver queda da produtividade do processo. (SCHMIDELL, 2001, p. 219 - 222) Um processo como o aqui descrito chama-se semicontínuo, porque são intermitentes tanto o fluxo de entrada do meio no reator quanto o de saída de material fermentado. O antigo processo de fabricação de vinagres a partir do vinho, conhecido como processo lento, é um exemplo típico de processo semicontínuo. (SCHMIDELL, 2001, p. 219 - 222) 2.4.3.1 Vantagens Em que pese o fato de o processo semicontínuo apresentar relativamente poucas aplicações, seu emprego, principalmente quando o volume de produção é relativamente pequeno, pode apresentar algumas vantagens significativas, destacando-se: (SCHMIDELL, 2001, p. 219 - 222) possibilidade de operar o fermentador por longos períodos (às vezes, alguns meses) sem que seja necessário preparar um novo inóculo; possibilidade de aumentar a produtividade do reator apenas modificando se o cronograma de trabalho; possibilidade de, uma vez conhecidas as melhores condições de operação, conseguir produtividade significativamente maior do que a obtida em processo descontínuo. 2.4.4 Fermentação Contínua O processo de fermentação contínua caracteriza-se por possuir uma alimentação continua de meio de cultura a uma determinada vazão constante, sendo o volume de reação mantido constante através da retirada contínua de caldo fermentado. A manutenção de volume constante de líquido no reator é de primordial importância, a fim de que o sistema atinja a condição de estado estacionário ou regime permanente, condição na qual as variáveis de estado (concentração de células, de substrato limitante e de produto) permanecem constantes ao longo do tempo de operação do sistema. (SCHMIDELL, 2001, p. 223 - 246) De fato, o processo contínuo caracteriza-se fundamentalmente por ser um sistema que pode operar por longos períodos de tempos em estado estacionário, decorrendo desta situação uma série de vantagens em relação ao processo descontínuo tradicional. (SCHMIDELL, 2001, p. 223 - 246) 2.4.4.1 Vantagens e desvantagens do processo contínuo em relação ao descontínuo As principais vantagens apresentadas pelo processo contínuo de fermentação, em relação ao descontínuo tradicional, são decorrentes da operação em estado estacionário, podendo-se destacar: (SCHMIDELL, 2001, p. 223 - 246) - aumento da produtividade do processo, em virtude de uma redução dos tempos mortos ou não-produtivos; - obtenção de caldo fermentado uniforme, o que facilita o projeto das operações de recuperação do produto de interesse; - possibilidade de associação com outras operações contínuas na linha de produção; - maior facilidade no emprego de controles avançados; - menor necessidade de mão-de-obra. Entretanto, ao lado das vantagens apontadas, o processo contínuo de fermentação apresenta também algumas desvantagens ou problemas práticos, que podem limitar o emprego deste tipo de sistema em escala industrial, para alguns processos fermentativos. Assim, podem-se destacar: - maior investimento inicial na planta; - possibilidade de ocorrência de mutações genéticas espontâneas, resultando na seleção de mutantes menos produtivos; - maior possibilidade de ocorrência de contaminações, por se tratar de um sistema essencialmente aberto, necessitando pois, de manutenção de condições de assepsia nos sistemas de alimentação e retirada de meio; - dificuldades de manutenção de homogeneidade no reator, quando se trabalha com baixas vazões. 2.4.4.2 Aplicações Apesar dos problemas acima mencionados, a utilização do processo contínuo de fermentação encontra grande aplicação prática, podendo-se citar como exemplo típico a fermentação alcoólica, onde se utiliza normalmente, em escala industrial, o processo contínuo com reciclo de células. Outro importante exemplo de utilização do processo contínuo em larga escala é o tratamento biológico de resíduos, em reatores de fluxo ascendente, empregados para o tratamento de uma grande variedade de efluentes industriais, tais como os oriundos de fábricas de cervejas e refrigerantes, de fábricas de laticínios e de indústrias alimentícias de um modo geral. (SCHMIDELL, 2001, p. 223 - 246) 2.4.5 Fermentação em Estado Sólido A fermentação em estado sólido pode ser definida como "processos que referem-se a cultura de microorganismos sobre ou dentro de partículas em matriz sólida (substrato ou material inerte), onde o conteúdo de líquido (substrato ou meio umidificante) ligado a ela está a um nível de atividade de água que, por um lado, assegure o crescimento e metabolismo das células e, por outro, não exceda à máxima capacidade de ligação da água com a matriz sólida". (SCHMIDELL, 2001, p. 247 - 276) 2.5 BIOQUÍMICA DA FEREMNTAÇÃO O metabolismo pode ser definido como o conunto de transformações químcas necessárias para manter as atividades vitais (nutricionais e funcionais) de um organismo. De uma forma simplificada, o metabolismo pode ser dividido em dois tipos: (BARROS, 2002, p. 49 – 52) catabolismo ou desassimilação – tem como finalidade a produção de energia, ocorrendo a degradação de substâncias mais complexas para formar outras mais simples; anabolismo ou assimilação – utiliza a energia produzida no catabolismo para a biossíntese de moléculas mais complexas responsáveis pela produção e demais atividades da célula. De um modo geral, os microorganismos são capazes de obter energia para seu desenvolvimento e manutenção a partir de diferentes fontes, como carboidrato, proteínas e até, em alguns casos, de substâncias inorgânicas. Os diferentes microorganismos apresentam semelhanças e diferenças com respeito às suas formas de obtenção de energia e formação de produtos de biossíntese. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Como já mencionado, no catabolismo, a célula promove a degradação de um certo composto, como carboidratos, obtendo, nesse processo, a energia necessária para sua manutenção e reprodução. Essa energia é armazenada na forma de adenosina trifosfato, ou ATP, que contém três íons fosfato. Cada vez que um desses íons é liberado, formando adenosina difosfato (ADP), há uma concomitante liberação de energia química que será usada pela célula. Há, portanto, a necessidade de produção de mais ATP, o que torna necessário o reinício do ciclo. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Considere-se um meio de cultura, contendo todos os nutrientes necessários para um dado microorganismo, com glicose como fonte de carbono e substrato energético. Inicialmente, ocorrerá a degradação da glicose em ácido pirúvico ou, em sua forma ionizada, piruvato. Essa conversão ocorre através de uma seqüência de reações bioquímicas chamada de glicólise ou via glicolítica. A glicólise não é a única via de conversão de glicose em piruvato, mas é a mais freqüente. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) É importante mencionar que cada reação da via glicolítica é catalisada por uma enzima específica. Em algumas reações dessa via, ocorre o consumo de ATP, enquanto em outras é possível a incorporação de um fosfato inorgânico (Pi) numa molécula de ADP para formar ATP. Tem-se, então, um gasto de 2 ATP e a formação de 4 ATP, com o saldo energético de 2 ATP. Outro ponto a ressaltar é a passagem de 2 moles da coenzima nicotinamida adenina dinucleotídeo de sua forma oxidada (NAD+) para a reduzida (NADH). Isso se dá na etapa de oxidação de gliceraldeído-3-fosfato a 1,3-difosfoglicerato, em que o NAD+ serve como aceptor de elétrons da reação de oxirredução. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Assim, o balanço final da via glicolítica é o seguinte: A partir desse ponto, para que as células continuem consumindo glicose e produzindo mais ATP, é preciso que o NADH que foi produzido seja reoxidado a NAD+, para uma nova utilização na via glicolítica. Existem agora, duas alternativas para a continuação do processo, dependendo do microorganismo, da presença de oxigênio e/ou das condições do cultivo: a respiração e a fermentação. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Se o microorganismo for aeróbio, ou anaeróbio facultativo com ampla disponibilidade de oxigênio, as duas moléculas de NADH produzidas na via glicolítica servirão como doadoras para o sistema de transporte de elétrons, o que levará à regeneração do NAD+ e à formação de seis moléculas de ATP. O piruvato, por sua vez, será oxidado a acetil-CoA pelo NAD+ com a conseqüente formação de duas novas moléculas de NADH que, da mesma forma, serão reoxidadas no sistema de transporte de elétrons, sendo sintetizadas, assim, mais seis moléculas de ATP. Cada molécula de acetil-CoA, então, se condensará com uma de ácido oxalacético, formando duas moléculas de ácido cítrico e dando início a via bioquímica chamada de ciclo do ácido cítrico ou de Krebs em que há a formação de uma grande quantidade adicional de energia (24 ATP/mol glicose). No caso, ocorre a degradação completa da glicose, e os produtos finais são dióxido de carbono e água. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Com microorganismos anaeróbios estritos, é claro que a respiração não pode ser utilizada, já que para eles o oxigênio é letal. Nesse caso, a reoxidação do NADH é feita pela formação de produtos de fermentação, através de vias metabólicas, efetuadas a partir do piruvato, dependentes da capacidade de cada espécie microbiana. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) Em microorganismos anaeróbios facultativos, a definição do metabolismo predominante – respiração ou fermentação – vai depender da condição de cultivo com respeito à oxigenação do meio. Se houver uma total disponibilidade de oxigênio (aerobiose), o microorganismo realizará, preferencialmente, a respiração, visto que o rendimento energético nessa via é, muitas vezes, maior. Na ausência de oxigênio, o microorganismo se comportará como se fosse anaeróbio. Finalmente, com o oxigênio em quantidade limitada para a população microbiana, a respiração e a fermentação ocorrerão simultaneamente. (BARROS, 2002, p. 49 – 52) As vias glicolítica citadas acima, via glicolítica e ciclo de Krebs, podem ser melhor visualizadas nas imagens que se encontram em anexo. Anexo1. Etapas da via Glicolítica Anexo 2. Ciclo de Krebs. 2.6 EXEMPLOS DE PRODUTOS OBTIDOS POR FERMENTAÇÃO 2.6.1 Produção de Etanol A via fermentativa é a maneira mais importante para a obtenção de álcool etílico no Brasil. Mesmo que venha a haver disponibilidade de derivados de petróleo que permitam a produção de álcool de síntese, a via fermentativa ainda será de grande importância para a produção de álcool de boca, sob a forma de aguardentes. Um dos fatores que torna a produção do etanol por fermentação a forma mais econômica de sua obtenção, é o grande numero de matérias-primas naturais existentes em todo o país. Na obtenção do álcool por via fermentativa, distinguem-se três fases: o preparo do substrato, a fermentação e a destilação. (LIMA, 2001, p. 1 – 42) O preparo do substrato é o tratamento da matéria-prima para dele se extraírem os açúcares fermentescíveis. Difere para as distintas matérias- primas. A fermentação é um processo comum a todos os substratos açucarados, cujo principio é a transformação dos açucares em etanol e dióxido de carbono. As variações entre os processos de fermentação são apenas em detalhes. Na destilação, separa-se o etanol, geralmente em duas operações. A primeira para p separar do substrato fermentado, sob a forma de mistura hidroalcoólica impurificada com aldeídos, ésteres, alcoóis superiores e ácidos orgânicos. Outra, para separar as impurezas do etanol. (LIMA, 2001, p. 1 – 42) Diferentes espécies microbianas – bactérias e leveduras – são capazes de produzir etanol. Industrialmente, entretanto, leveduras anaeróbicas facultativas pertencentes ao gênero Saccharomyces , e especialmente, à espécie S. cervisiae, são as mais empregadas. (BARROS, 2002, p. 62 – 64) As leveduras utilizadas no processo de fermentação alcoólica não tem a capacidade de metabolizar diretamente polissacarídeos como o amido e a celulose. Nesse caso, matérias-primas contendo esse tipo de carboidratos necessitam ser previamente tratadas, a fim de produzir xaropes de substratos simples como a glicose. Em alguns países do hemisfério norte, o uso de materiais amiláceos para a produção de álcool etílico é relativamente comum. No Brasil, por outro lado, considerando sua posição geográfica, o cultivo da cana-de-açucar é favorecido e, com isso, o caldo de cana-de-açúcar ou o melaço resultante da produção de açúcar são as matérias-primas utilizadas. Nessas matérias-primas, a sacarose é o principal constituinte, com teores da ordem de 14% a 20% (p/v) no caldo e 60% no melaço. Normalmente, na preparação do mosto, são incorporadas fontes de fosfato, como o superfosfato e o nitrogênio inorgânico, como o sulfato de amônio, visto que melaço e caldo de cana-de-açúcar são pobres desses nutrientes. (BARROS, 2002, p. 62 – 64) Hoje em dia, no Brasil, o processo fermentativo de produção de etanol é realizado por processo em regimes descontínuo alimentado ou contínuo, a fim de manter baixos teores de substrato e, em decorrência, aumentando a produtividade em virtude da redução do tempo de processo. (BARROS, 2002, p. 62 – 64) 2.6.1.1 Bioquímica da Fermentação Alcoólica A fermentação alcoólica é a ação de leveduras sobre açúcares fermentáveis contidos em uma solução/suspensão. É um processo biológico no qual a energia formada por reações de oxidação parcial pode ser utilizada para o crescimento de leveduras e a oxidação parcial anaeróbia da hexose na produção de álcool e CO2. (PORTO, 2005) A transformação do açúcar em etanol e CO2 envolve 12 reações em seqüência ordenada, cada qual catalisada por uma enzima específica, conforme apresentado na Figura 3. Tal aparato enzimático está confinado no citoplasma celular, sendo, portanto, nessa região da célula que a fermentação alcoólica se processa. (PORTO, 2005) A simplificação se dá em três etapas: (PORTO, 2005) 1- Via aeróbia - C6H12O6 respiração CO2+H2O (crescimento celular rápido) 2- Via anaeróbia - C6H12O6 fermentação C2H5OH+CO2 (crescimento celular lento) - C6H12O6+2ADP+PO4-3 2C2H5O+ 2CO2+2ATP+H2O. Figura 3: Seqüência de reações enzimáticas pela fermentação alcoólica de carboidratos endógenos (glicogênio e trealose) ou exógenos (sacarose e maltose), conduzida por Saccharomyces cerevisiae (LIMA, 2001). O objetivo primordial da levedura, ao metabolizar anaerobicamente o açúcar, é gerar uma forma de energia (ATP, adenosina trifosfato) que será empregada na realização dos diversos trabalhos fisiológicos (absorção, excreção e outros) e biossínteses, necessárias à manutenção da vida, crescimento e multiplicação, para perpetuar a espécie. O etanol e o CO2 resultantes se constituem, tão somente, de produtos de excreção, sem utilidade metabólica para a célula em anaerobiose. Entretanto, o etanol, bem como outros produtos de excreção (como o glicerol e ácidos orgânicos) podem ser oxidados metabolicamente, gerando mais ATP e biomassa, mas apenas em condições de aerobiose. (PORTO, 2005) Ao final da fermentação, em regime descontinúo alimentado, as células de levedura são separadas do mosto por centrifugação e submetidas a baixos valores de pH, a fim de eliminar bactérias contaminantes. Esse procedimento permite a reciclagem de cerca de 80% da massa celular para uma nova fermentação. (BARROS, 2002, p. 62 – 64) O mosto fermentado e isento de células, referido como vinho, contendo teores de etanol na ordem de 10% (p/v), é encaminhado para seção de tratamento final onde a separação do álcool etílico e de subprodutos é feita por destilação, processo térmico baseado nos diferentes pontos de ebulição e pressões de vapor de uma mistura de componentes voláteis. Dependendo de sua utilização, o etanol pode ser apresentado em graduações que vão de 96 graus Gay-Lussac (°GL, que corresponde a um percentual volumétrico de etanol em água) a 99,95°GL. (BARROS, 2002, p. 62 – 64) 2.6.2 Produção de Antibióticos Do grande número de antibióticos conhecidos de origem microbiana, somente 123 são produzidos atualmente por fermentação. A penicilina G e a penicilina V são produzidas utilizando processos submersos em fermentadores de 40.000 – 200.000 litros. A sua fermentação ocorre por um processo aeróbico e o inóculo se inicia utilizando esporos liofilizados. Tais esporos passam por várias etapas de crescimento para preparar o cultivo de produção. (LIMA, 2001, p. 101 – 122) Na fermentação típica de penicilina há uma fase de crescimento de aproximadamente 40 horas, com um tempo de duplicação de 6 horas, durante o qual se forma a maior parte da massa celular. Depois da fase de crescimento, o cultivo chega à fase real de produção de penicilina. A penicilina é excretada no meio de cultivo e menos de 1% permanece unida ao micélio. Após a separação do micélio por filtração, é realizado a recuperação do produto por meio de duas etapas de extração contínua em contracorrente do caldo de fermentação com acetato de amila, de butila ou metil isobutil cetona. O rendimento é ao redor de 90%. (LIMA, 2001, p. 101 – 122) A fermentação das cefalosporinas é similar à da penicilina. Utilizam- se meios complexos como líquido de maceração de milho, extrato de carne, sacarose, glicose e acetato de amônio. O processo descontínuo alimentado é usado nas fermentações, com adição semicontínua de nutrientes. (LIMA, 2001, p. 101 – 122) 2.6.3 Produção de Aminoácidos Tem-se desenvolvido processos de fermentação para todos os aminoácidos, exceto para glicocola, L-cisteína e L-cistina, porém nem todos se encontram em nível comercial de uso. Comercialmente, a produção de aminoácidos é realizado por processo descontínuo durante 2 – 4 dias em fermentadores com capacidade de até 450 m3. Ao final do processo utiliza- se centrifugação para separar o material celular. Os aminoácidos se obtém mediante precipitação depois da acidificação até o ponto isoelétrico, troca iônica, eletrodiálise e extração com solventes orgânicos. (LIMA, 2001, p. 155 – 176) Há uma enorme gama de produtos, além dos que foram citados acima, com a possibilidade de produção através da fermentação industrial. Dentre eles podemos citar: produção de ácidos, solventes, vitaminas, polissacáridios, esteróides, microorganismos, poliésteres bacterianos, bioinseticidas, inoculantes agrícolas, vacinas, enzimas, etc. (LIMA, 2001) CONCLUSÃO O presente trabalho "Fermentações Industriais" foi de grande contribuição para meu conhecimento sobre o assunto e também muito interessante, uma vez que, trata-se de um assunto da área de meu interesse que é a Biotecnologia Industrial e, que só será visto em torno de alguns anos no curso. Como idéias de trabalhos futuros para aprofundamento no tema referido, sugiro um trabalho que aborde uma fermentação em específico, como por exemplo, o uso da fermentação para obtenção de enzimas. Referente às dificuldades encontradas durante a execução do trabalho, a principal foi o problema em encontrar bibliografias (principalmente livros) mais recentes sobre o assunto. Encontrei muitos livros antigos, como por exemplo, de 1975, e se tratando de artigos científicos, os mais recentes já são mais direcionados a estudos específicos de algum tipo de fermentação e, por esse motivo, as referências deste trabalho são um pouco escassas. Outra dificuldade foi em função da minha disponibilidade de tempo disponível, já que atualmente estou fazendo um estágio em um laboratório bioquímico e, por isso, apenas na parte da noite foi possível pesquisar e escrever o trabalho. REFERÊNCIAS BARROS, N, M; AZEVEDO, J, L; SERAFINI, L, A. Biotecnologia: avanços na agricultura e na agroindústria. Caxias do Sul – RS: Editora EDUCS, 2002. BORZANI, W; SCHMIDELL, W; LIMA, U; AQUARONE, E. Biotecnologia industrial: Fundamentos. São Paulo: E. Blücher, 2001. 1 v. LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger princípios de bioquímica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2002. 975 p. LIMA, U; AQUARONE, E; BORZANI, W; SCHMIDELL, W. Biotecnologia industrial: Processos Fermentativos e Enzimáticos. São Paulo: E. Blücher, 2001. 3 v. PORTO, L, M. Modelagem de processo industrial de fermentação alcoólica contínua com reatores de mistura ligados em série. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Química - Departamento de Processos Biotecnológicos: Campinas –SP, 2005. RECH, R. Bioengenharia para engenharia química. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Ciências e Tecnologia de Alimentos : Rio Grande do Sul – RS, 2006. Disponível em: http://www.enq.ufrgs.br/cursos/grad/BioEng/ITA02003%20poligrafo%202006-2%20- %20parte%201.pdf. Acesso em: 16 de abril de 2010. SCHMIDELL, W; LIMA, U; AQUARONE, E; BORZANI, W. Biotecnologia industrial: Engenharia Bioquímica. São Paulo: E. Blücher, 2001. 2 v. WARD, O, P. Biotecnologia de la fermentacion. Zaragoza – Espanha: Editorial ACRIBIA, S. A., 1991. ANEXOS Anexo 1. Via Glicolítica. Fonte: LEHNINGER, 2002. ANEXOS Anexo 2. Ciclo de Krebs. Fonte: LEHNINGER, 2002.