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Farmacotécnica Industrial
Validação de limpeza:
Considerações gerais:
Fatores que influenciam programa de limpeza:
- equipamento (incluindo seu design)
- formulação/ produto
- processo produtivo
- amostragem/ seleção de metodologia analítica
- agentes de limpeza/ equipamentos utilizados na limpeza
"Limpeza manual "Limpeza automatizada "
"Clean-out-of-place "Clean-in-place "
"Equipamento dedicado "Equipamento não-dedicado "
"Superfície crítica "Superfície não-crítica "
"Equipamento principal "Acessórios "
"Produto de elevado risco "Produto de risco reduzido "
"Produto definido "Produto de fermentação, síntese "
"Estéril "Não-estéril "
"Produto sólido "Produto líquido "
"Concentração elevada "Concentração baixa "
"Solubilidade elevada "Solubilidade reduzida "
Características do equipamento:
- design facilidade na remoção de resíduos
- equipamentos dedicados ( redução do risco de contaminação cruzada
- local crítico ( risco de elevado nível de contaminação cruzada em uma
única dose do produto
Equipamento:
- exemplo: tubulações contendo válvula tipo esfera
- as tubulações e válvulas devem ser facilmente identificadas pelo operador
responsável pela limpeza
- avaliar o fluxo e o diagrama da tubulação
- A superfície de contato com o produto não deverá ser reativa, permitir a
liberação ou a absorção de qualquer componente visando garantir a
segurança, a identidade, a atividade, a qualidade e a pureza do produto.
- O limite residual do produto é função de seus efeitos alergênicos, da
toxicidade (DL50, genotoxicidade, citotoxicidade) e da potência e/ou
concentração.
- A solubilidade da substância ativa ou do excipiente ( materiais
insolúveis podem necessitar de remoção física do resíduo ou da utilização
de agentes de limpeza contendo agentes tensoativos.
Influência das características do produto na remoção de resíduo:
Produtos líquidos: podem facilmente penetrar em juntas, o-rings, etc; maior
uniformidade dos resíduos
Produtos sólidos e semi-sólidos: molhabilidade comprometida; maior
variabilidade na detecção de resíduos entre os pontos
Outras considerações:
Além da solubilidade, concentração, propriedades físico-químicas do ativo e
dos excipientes, os seguintes efeitos devem ser considerados:
- produto de degradação decorrente do procedimento de limpeza (temperatura,
pH)
- a interação entre o agente de limpeza e o resíduo
Procedimentos de limpeza:
- manual
- automatizado: clean-in-place (CIP) e clean-out-of-place (COP)
Parâmetros críticos nos processos manuais:
- volume dos agentes de limpeza
- volume da água de enxágüe
- temperatura
- concentração do agente de limpeza
- procedimento descrevendo o nível de desmontagem do equipamento
Limpeza manual:
- procedimento elaborado de forma detalhada e com redação adequada ao
entendimento do operador
- treinamento do operador
- inspeção visual, após a limpeza e anterior ao uso do equipamento
- programa de controle de alterações bem definido
Clean-in-place:
- limpeza do equipamento em seu local de instalação permanente em uma
configuração similar àquela na qual é utilizado
Considerações gerais:
- processo de monitorização integral com controle do sistema
- um determinado ciclo deve abranger o maior número de condições possíveis
e apresentar resultados reprodutíveis
- o sistema de controle constitui o principal foco da validação do processo
Parâmetros críticos:
- volume dos agentes de limpeza
- volume da água de enxágüe (pH e condutividade)
- velocidade o fluxo e temperatura da operação de lavagem e enxágüe
- período da operação de lavagem e enxágüe
- pressão
- concentração do agente de limpeza
- qualificação mecânica ( velocidade do fluxo (flow rate) e pressão
- características dos dispositivos de dispersão dos fluidos (spray balls
systems)
- recirculação e reuso das soluções de limpeza
- possibilidade de refluxo
- limpeza do sistema
Clean-out-of-place:
- limpeza de partes menores do equipamento removidas do sistema e
transportadas para a área de lavagem na qual o procedimento de limpeza é
realizado
Os seguintes fatores devem ser considerados na validação:
- o procedimento de desmontagem das partes
- transporte dos itens para a área de lavagem
- identificação dos componentes
- eliminação de contaminação cruzada no transporte e limpeza
- armazenamento dos itens até sua utilização
Utilização de equipamentos de limpeza automatizados:
- reduz a diferença entre CIP e COP`de forma significativa
- são considerados altamente reprodutíveis
Armazenamento após limpeza:
- identificação
- registros contendo a data da limpeza, o responsável pela operação e pela
inspeção
- proteção visando excluir possibilidade de contaminação cruzada
- inspeção visual do equipamento imediatamente anterior ao uso
Freqüência da limpeza:
Determinado em função das alterações do processo:
- entre lotes de diferentes produtos
- entre lotes do mesmo produto
Intervalos entre processos:
Avaliação crítica:
Equipamentos:
- intervalo entre o final do processo de fabricação e o início da limpeza
(DEHT: dirty equipment hold time)
- intervalo entre o término da limpeza e o início da produção do próximo
lote (CEHT: cleaning equipment hold time)
Intervalo de permanência do equipamento entre o término do processo
produtivo e a sua limpeza (DEHT):
Importância:
A característica do resíduo na superfície do equipamento pode ser alterada
em função do tempo:
- secagem do resíduo decorrente de sua exposição à luz, ar, calor, etc
- proliferação microbiana
Possíveis efeitos:
- maior dificuldade na remoção de resíduos
- ineficácia do procedimento de sanitização
Worst-case:
- o procedimento de limpeza deve ser eficaz considerando a pior condição
possível de operação prevista na performance qualification
Como estabelecer os intervalos máximo e mínimo de permanência do
equipamento na condição não-limpa?
- qual o maior intervalo? prever período adicional
- qual o menor intervalo
Controle DEHT:
Estabelecer critérios para definir o "fim do processo produtivo":
- o horário relativo ao fechamento da válvula de descarga
- o horário do término da transferência do produto
Estabelecer critério para definir o "início da limpeza" do equipamento:
- o horário do início da pré-lavagem
- o horário do início do ciclo automatizado
- o horário da imersão no agente de limpeza
Protocolo de validação:
- pelo menos 1 das 3 corridas requeridas para validar o processo deverá ser
efetuada considerando o pior caso
Reflexões adicionais:
Por que validar o pior caso?
- considerando a secagem do resíduo como único fator determinante para sua
remoção, que outra abordagem poderia ser apresentada?
Intervalo de permanência do equipamento entre o término da limpeza e sua
utilização (CEHT):
- nada permanece indefinidamente limpo, qualquer que sejam as condições
Recontaminação:
Endógena: crescimento microbiano a partir de contaminação inicialmente
presente
Exógena: contaminantes externos decorrentes do ambiente que alcançam o
equipamento (poeira)
1) as características do equipamento
2) condição de armazenamento
3) natureza dos possíveis contaminantes
Condições críticas:
- armazenamento do equipamento na presença de água (FDA)
- acesso de contaminantes decorrente das características do equipamento
(aberturas)
Armazenamento:
- envolver partes menores em filme de material polimérico
- cobrir quaisquer aberturas que promovam a exposição da superfície crítica
do equipamento
- manter os equipamentos limpos em local controlado (temperatura, umidade,
ar)
Como estabelecer o CEHT?
- qual o maior intervalo de tempo após a limpeza e o uso do equipamento?
Objetivo:
- proteger o equipamento visando atender o maior intervalo de tempo
necessário (adicionar margem de segurança)
Justificativa:
Avaliação técnica fundamentada nas condições de armazenamento:
- ausência de umidade
- proteção do item empregando filme
- vedação de aberturas que possam expor o equipamento ao ambiente
- local apropriado para o armazenamento
- exemplo: validade 4 ou 5 meses
Determinação da validade:
- permitir a máxima permanência do equipamento na condição de armazenamento
- efetuar a amostragem e análise da superfície do material buscando
possíveis contaminantes: microbiológica (bioburden), poeira (contador de
partícula ou TOC) ( inspeção visual é muito importante!
Limites de aceitação:
- nenhum aumento superior a 1 ciclo logarítmico para o bioburden
- visualmente limpo
- valor não superior ao dobro dos dados obtidos no início do período de
armazenagem
Contaminação microbiana:
- ações preventivas devem ser estabelecidas
- evidenciar que a rotina de limpeza e armazenamento dos equipamentos não
permite a proliferação microbiana
Bioburden:
- controle da biocarga na limpeza e armazenamento do equipamento assegura a
eficácia dos processos de esterilização e sanitização
Se possível:
- justificar a segurança da limpeza do equipamento
- efetuar uma avaliação para constatar o julgamento técnico
Caso contrário:
- determinar a validade do tempo de permanência após limpeza, empregando 3
avaliações
Pré-lavagem anterior ao uso
Uso de swabs para controle
Critérios de aceitação:
- base racional científica x arbitrário
Determinação dos limites:
Fundamentos:
Limites e critérios de aceitação devem ser:
- práticos (ausência de resíduo?)
- verificáveis
- realizáveis
- lógicos, facilmente compreendidos e fundamentados em literatura
científica
- validação de limpeza para cada produto
- agrupar os produtos em "famílias" e selecionar o pior caso de cada grupo
Agrupar os produtos de acordo com o risco:
- baixo risco ( equipamento dedicado, muito solúvel, de fácil detecção
- médio risco ( equipamento não dedicado, potência similar, muito solúvel,
toxicidade limitada, detectável
- alto risco ( equipamento não dedicado, alta toxicidade, de difícil
limpeza e detecção
- risco extremo ( equipamento não dedicado, altamente tóxico, difícil de
limpar e detectar e, ainda, alergênico
Contaminação do próximo lote:
- resíduo permanece no equipamento no lote subseqüente
- potenciais contaminantes x próximo lote
Os valores numéricos relativos aos limites de tolerância podem ser
fundamentados da seguinte forma:
- valor não maior que determinada concentração do contaminante no produto
subseqüente (ex.: 5 ppm)
- valor não maior que uma fração da menor dose terapêutica do produto no
lote subseqüente
- toxicidade do resíduo
- no limite de detecção analítico
Abordagem "Lilly":
- contaminação não maior que 1/1000 da dose terapêutica do produto no
próximo lote
- contaminação não maior que 10 ppm em qualquer amostragem
- o equipamento deve ser inspecionado e considerado visualmente limpo
1) O equipamento deverá ser considerado visualmente limpo
2) Limite máximo permitido de 10 ppm de qualquer agente ativo no lote
subseqüente
3) Limite máximo permitido de 1/1000 da dose mínima diária do agente ativo
residual em uma máxima dose diária do produto subseqüente
4) Entre os limites 2 e 3, selecionar aquele que apresentar maior restrição
relativo aos resíduos
Cálculo do Limite Máximo:
Potência farmacológica:
Fator de segurança:
- limites baseados em fração da concentração da menor dose terapêutica
- diferentes fatores de segurança para diferentes formas farmacêuticas
fundamentados no risco
"Fração da dose diária "Via de administração "
"1/10 a 1/100 "Tópica "
"1/100 a 1/1000 "Oral "
"1/1000 a 1/10000 "Injetável e oftálmico "
"1/10000 a 1/100000 "* Produto sob investigação e em "
" "pesquisa "
Limite no produto subseqüente (LSP):
LSP = 0,001 x dose diária mínima do ativo no produto A
dose diária máxima do produto B
Ex:
- concentração do ativo no produto A:
- posologia: 5 mL (3-5 vezes ao dia) ( 2000 μg/mL
- dose diária do produto B: 5 mL (3-4 vezes ao dia)
( LSP = 1,5 ppm
Tolerância máxima no próximo lote:
TM = MDT x MLP x FS
MDD
TM = tolerância máxima permitida
MDT = menor dose terapêutica
MLP = menor lote de qualquer produto fabricado no mesmo equipamento
FS = fator de segurança
MDD = maior dose diária de qualquer produto, fabricado no mesmo equipamento
Ex:
- dose terapêutica do produto A: 100 mg
- via de administração – oral: FS = 1/1000
- tamanho do lote a ser fabricado: 10 kg
- maior dose diária do produto a ser fabricado: 800 mg
( TM ou MAC = 100 x 10000 x 1/1000 = 1250 mg
800
Toxicidade:
- ativos ou produtos em fase preliminar de estudos clínicos
- agentes de limpeza
- produtos de degradação
MAC = ADI x B
R
Onde,
B = menor lote de qualquer produto subseqüente
R = maior dose diária de qualquer produto fabricado no mesmo equipamento
ADI = NOEL x AAW x SF
Onde,
ADI = ingestão diária aceitável
NOEL = LD50 x fator empírico (ver referência)
AAW = peso médio adulto
SF = fator de segurança
Limite por superfície de área:
LSA = LSP x BSSP x 1000
SESA
Onde,
LSP = limite no produto subseqüente (μg/g; μg/mL ou ppm)
BSSP = lote do produto subseqüente (kg)
SESA = área da superfície do equipamento (cm2)
Limite na amostra analisada:
LAS = LSA x área superficial "swabbed"
qte de solvente de dessorção
[LAS] = ppm ou μg/g
Fator de recuperação:
- o limite determinado para a amostra analisada deve ser ajustado em função
do fator de recuperação do método de amostragem
- ex: 0,8 ou 80%
- limite no produto subseqüente x limite na amostra
Limitação analítica:
- viável quando o risco de contaminação e suas conseqüências são críticas
- elevado custo e pode não ser necessário e, tampouco justificável
- os constantes avanços tecnológicos nos métodos analíticos permitem o
desenvolvimento de métodos cada vez mais sensíveis
- "none detected" (reflexões... limite de quantificação)
Inspeção visual:
- 4μg/cm2: limite entre visualmente limpo e sujo
- no caso do limite máximo determinado ser significativamente maior que o
limite visual, a inspeção pode ser considerada válida, incluindo a
visualização das áreas críticas
Amostragem:
Resíduo:
Distribuição e dispersão:
- melhor caso (hot spots) ( uniformidade na detecção do resíduo
- pior caso (critical site) ( não uniformidade na detecção de resíduo,
podendo ocasionar elevada concentração de contaminante em uma única dose do
produto subseqüente
Quais os possíveis contaminantes?
- ativo
- produto de degradação
- excipiente
- detergente
- microorganismo
- endotoxina
- partículas
- agentes sanitizantes
- lubrificantes
- poeira ambiental
- contaminantes relacionados ao equipamento
- água residual
Métodos de amostragem:
Swab (zaragatoa) e wipers:
- área definida
- evitar presença de cola ou madeira
- pode ser utilizado seco ou umedecido com água ou solvente não aquoso
- utilização em locais de difícil acesso
Vantagens:
- solubiliza ou remove fisicamente a amostra
- elevada aplicação
- econômico e disponível
- quantitativo
- pode ser empregado para avaliar ativo, detergente e microorganismo
Limitações:
- técnica invasiva (fibras)
- resultado dependente da técnica
- design e o material pode inibir a recuperação dos contaminantes
- áreas extensas e difíceis de alcançar
- eficácia dependente da seleção do local
Rinse solution (solução de lavagem):
- coleta de volume da água de lavagem nas diferentes etapas do processo de
limpeza (usual: parte final)
Vantagens:
- uso em monitorização on-line
- fácil de amostrar
- não-invasivo
- permite amostragem de extensa área
Limitações:
- distribuição e resíduo não uniforme na superfície pode comprometer a
sensibilidade do método de análise
- não detecta o local exato do contaminante
- volume da solução influencia os resultados
- remoção física do resíduo limitada
Coupon sampling:
- cupons do mesmo material de construção do equipamento pode ser afixado no
equipamento e desafiado
- após o desafio, o material pode ser enviado ao laboratório e submetido à
análise
Vantagens:
- útil na avaliação do material de construção
- reduzida variabilidade no índice de recuperação
- permite avaliação direta da superfície
Limitação:
- invasivo
- pode interferir no procedimento de limpeza
Solvente orgânico:
- utilização de solvente orgânico visando maximizar a recuperação dos
possíveis resíduos
Vantagens:
- semelhantes aquela utilizando solução aquosa
Limitações:
- segurança do operador
- pode requerer a remoção do solvente
- limitações semelhantes àquela empregando solução aquosa
Fator de recuperação:
- do equipamento para o swab
- do swab para o solvente a ser analisado
- qual o fator adequado?
*** Exercícios!
Qualificação de instalação:
Equipamentos e sistemas:
Ciclo de vida – Qualificação:
Aquisição de equipamentos/ Novas instalações (Controle de mudanças) (
Qualificação ou Requalificação ( (aprovação para uso) ( Vida útil
(Calibração/ Manutenção preventiva) ( Desativação do equipamento ou sistema
Equipamento/ Instalações:
IQ:
- FAT = Factory Acceptance Testing
- SAT = Site Acceptnce Testing
- desenhos mecânicos e elétricos
- calibração
- materiais de construção
- Commissioning é definido em ASHRE (American Society of Heating and
Refrigeration Engineers) como o "processo de melhorias que os sistemas
estão desenhados, instalados, funcionalmente testados, e capazes de serem
operados e mantidos para performance de acordo com a intenção do desenho".
- Passivation, de acordo com ASTM (American Society for Testing and
Materials) é a "remoção de ferro exógeno ou compostos de ferro da
superfície de aço inoxidável por meios de dissolução química, mais
tipicamente por tratamento com solução ácido que irá remover a contaminação
de superfície, mas não irá afetar significativamente o próprio aço
inoxidável"
Aspectos gerais:
- desenhos e documentação técnica devem representar o equipamento/ sistema
instalado
- os instrumentos críticos deverão ser identificados e submetidos à
calibração periódica
- POPs: utilização do equipamento/ sistema, limpeza, manutenção preventiva,
calibração, etc
- descrição do equipamento/ sistema
- lista de peças sobressalentes críticas
Estrutura do protocolo:
1) Capa (redação. revisão, aprovação)
2) Índice
3) Descrição
4) Objetivo e metodologia
5) Alcance ou abrangência: define os limites possíveis do sistema/
equipamento a ser qualificado
6) Responsabilidades: indústria farmacêutica e fornecedor
7) Verificação da documentação: especificações e ordem de compra;
documentação do fornecedor; POPs para a verificação; instrumentos críticos;
desenhos (referência) e P&ID (Process & Instrumentation Diagrams)
8) Verificação do equipamento: instalação
9) Verificação das conexões
10) Verificação das peças sobressalentes e lubrificantes
11) Procedimento para documentação: pessoal e data de preparação
12) Conclusões gerais
13) Anexos
14) Desvios
Validação de processos:
Formas farmacêuticas sólidas:
- estudo baseado em avaliação intensiva: maior detalhamento quando
comparado às análises de rotina
- maior tamanho das amostras e/ou maior freqüência de amostragem – no
mínimo 3 lotes sucessivos
- demonstra que o produto apresenta uniformidade em um determinado lote,
consistência entre lotes e atende aos critérios de aceitação
Estratégias para validação:
FDA menciona a possibilidade:
Matriz: potências diferentes do mesmo produto; tamanhos diferentes do mesmo
equipamento
Família: produtos diferentes, mas similares (ex: soluções orais, linha OTC,
solubilidade)
Bracketing: avaliar extremos (ex: maiores e menores volumes de enchimento,
velocidades de operação mais e menos rápida)
Ex: Formulação A tem granulação comum para comprimidos de potência 25, 50 e
75 mg
- peso médio de 150, 300 e 500 mg
Estratégia para validação:
- 3 lotes de granulado/ mistura
- 2 lotes de cada potência para compressão e revestimento
- análise comparativa dos dados e avaliação da variabilidade em cada
potência e entre potências
- relatório de validação único
Os lotes empregados para os estudos de qualificação do desempenho, no
geral, são comercializados e sua produção deverá simular efetivamente a
produção de rotina
Desvios e OOS:
- parâmetros críticos do processo não foram adequadamente identificados
- tempo insuficiente para o desenvolvimento do processo
- excetuando falhas atribuídas a erro do operador ou quebra do equipamento
não relacionados aos procedimentos de manutenção
( Inconsistência na validação
- avaliar o impacto do desvio ou problema na validação
- documentar claramente o que ocorreu e quando ocorreu
- entrevistar os envolvidos e documentar a entrevista
- coletar qualquer dado adicional que possa ser relevante
- descrever a seqüência dos eventos e de quando e o que aconteceu, revisar
os batch records
- documentar todas as ações aplicáveis
- listar todas as causas possíveis relacionadas ao evento
- após investigação, eliminar as causas que não se ajustam aos dados
- estabelecer a causa ou a mais provável causa fundamentada nos dados
- relacionar as ações corretivas que necessitam ser implementadas
Revalidação:
Repetição de uma parte ou toda a validação baseado em:
- alterações nas características físicas do princípio ativo ou excipientes
- alterações nas fases do processo
- substituição de equipamentos
- mudança do local de fabricação
- alterações das especificações
Revisão anual:
- tendências (dados de processo e laboratório)
- estabilidade
- reclamações
- sistema de controle de alterações (Change control): avaliar o impacto das
alterações e determinar a necessidade e extensão da revalidação
Sistemas críticos de suporte à produção:
- documentação
- metrologia
- manutenção
- treinamento
- Change control: instalações e sistemas; métodos de fabricação; embalagem;
formulações; matérias-primas; fornecedores; procedimentos de limpeza;
sistemas de computadores e controladores
Checklist:
- métodos analíticos validados para controle em processo e produto final
- matérias-primas aprovadas
- princípio ativo validado e caracterizado; pelo menos 2 lotes diferentes
do mesmo fornecedor
- instalações e equipamentos qualificados
- programas de calibração e manutenção preventiva implantados
- variáveis chave do processo identificadas e suas faixas operacionais
estabelecidas: instrução, operação, fabricação, amostragem e limpeza
- POPs relevantes implantados
- sistemas de qualidade: controle de alterações, tratamentos de desvios e
revisão da qualidade
Protocolo de validação:
1) Informação geral
2) Objetivo
3) Atividades pré-validação
4) Lista de equipamentos e seu status de qualificação
5) Qualificação das instalações
6) Diagrama de fluxo do processo
7) Descrição do processo
8) Lista de parâmetros críticos do processo e excipientes críticos
9) Amostragem, testes e especificações
10) Critérios de aceitação
11) Referências
Anexos: Protocolos de estabilidade, Procedimentos para tratamento de
desvios
IQ ( OQ (calibração) ( (treinamento) ( Protocolo PQ ( Execução PQ ( Análise
de dados ( Conclusão
Qualificação de moinho:
Testes OQ ( moinho sem material (extremos operacionais; velocidade (±10%),
direção correta, segurança, calibração)
Testes PQ ( com placebo ou produto (processe cerca de 1 kg de material e
demonstre a redução de tamanho de partículas à faixa desejada)
Qualificação de compressora:
OQ (compressora sem material):
- extremos operacionais: velocidade da compressora (±30%); alarmes;
sensores (indicadores); segurança
PQ (comprimidos):
- extremos operacionais: velocidade 1h (±10%); peso/volume (±10%); força
compressora (±25%); avaliar atributos (espessura, dureza, friabilidade,
peso); avaliações no Start Up/ Shut Down e alarmes
Qualificação do equipamento de revestimento:
OQ (câmara vazia):
- extremos operacionais: velocidade da câmara; volume e temperatura do ar;
umidade do ar; condições do spray; alarmes; sensores; segurança
PQ (placebo ou produto):
- condições desfiadas: faixas extremas de spray; extremos de carga; outras
variáveis (ângulo de atomização)
Variáveis na fabricação de comprimidos:
- tamanho de partícula do princípio ativo
- densidade da substância ativa/ excipientes
- carga de pó no granulador
- quantidade e concentração do aglutinante
- velocidade do misturador e tempos de mistura
- conteúdo de umidade do granulado
- condições de moagem
- tempos de mistura do lubrificante
- dureza dos comprimidos
- vazão da solução de revestimento
Pré-formulação:
Definição:
- etapa de investigação objetivando identificar as propriedades físico-
químicas de substâncias ativas e excipientes que podem influenciar na forma
farmacêutica proposta, no processo produtivo e nas propriedades
farmacocinéticas e biofarmacêuticas do produto final
- a investigação das propriedades físico-químicas dos excipientes é
limitada aos estudos para a avaliação de sua compatibilidade com as
substâncias ativas
Caracterização da substância no estado sólido:
- alterações na estrutura cristalina de uma determinada substância pode
influenciar de forma significativa suas propriedades físico-químicas
Polimorfismo de formas cristalinas sólidas:
- polimorfismo: diferentes estruturas cristalinas de uma determinada
substância
Diferenças observadas entre polimorfos:
- dureza
- solubilidade
- forma
- ponto de fusão
- densidade
- propriedades eletromagnéticas
- propriedades ópticas e elétricas
Ritonavir® (Abbott):
- inibidor de HIV protease
- os polimorfos apresentam diferente solubilidade
- em 1998, o Abbott interrompeu sua produção: as formas cristalinas
polimórficas utilizadas apresentavam diferentes perfis de dissolução e
eficácia
Zantac® (Glaxo):
- detentora de patente de um polimorfo da droga anti-úlcera
- após expirar a patente, outra empresa, a Novopharm iniciou a produção de
genérico
- a Glaxo perdeu a exclusividade da comercialização do produto
Palmitato de cloranfenicol:
- apresenta 3 formas cristalinas polimórficas (A, B, C)
- a forma A é utilizada e a forma B apresenta maior atividade e toxicidade
Outras substâncias:
- cloridrato de ranitidina (2)
- acetato de cortisona (4)
- citrato de tamoxifeno (2)
Aspectos regulatórios:
- as patentes podem ser requeridas para um determinado polimorfo de uma
substância e não para a composição química
- o FDA somente permite a comercialização de diferentes estruturas
cristalinas de uma mesma substância após investigação consistente relativa
à sua bioequivalência
Cristal (forma sólida) ( Aparência externa e Estrutura interna ( Amorfa e
Cristalina ( Cristal ( polimorfos e solvato (pseudopolimorfos)
Formas farmacêuticas:
- substâncias ativas raramente são administradas de forma isolada, mas sim
em preparações empregando diversos agentes
Utilização de preparações farmacêuticas – Vantagens:
- segurança e liberação adequada
- proteção da substância ativa
- mascarar sabor e odor
- promover preparações líquidas de substâncias insolúveis
- controlar a liberação do ativo
- promover a inserção da substância ativa em determinada via
Principais formas farmacêuticas:
- suspensão
- emulsão
- xarope
- elixir
- parenteral
- cápsula
- comprimido
- pomada
- creme
- supositório
- aerossol
Excipientes e veículos:
- solubilizante
- suspensor
- espessante
- estabilizante
- conservante
- flavorizante
- corante
- diluente
- emulsificante
- desagregante
- lubrificante
- deslisante
- aglutinante
Caracterização de sólidos e pesquisa de polimorfos:
- análise térmica: TGA (análise termogravimétrica) e DSC (calorimetria
diferencial exploratória)
- difração de raios X
- microscopia eletrônica
DSC (calorimetria diferencial exploratória):
- quantifica a perda ou o ganho de calor resultante de mudanças físicas ou
químicas na amostra (em função da temperatura)
Processos:
Endotérmicos:
- fusão
- ebulição
- sublimação
- vaporização
- dessolvatação
- degradação química
Exotérmicos:
- cristalização
- degradação
XRPD (difração de raio-x):
- permite a caracterização da estrutura do cristal
TG (termogravimetria):
- alterações da massa x tempo
- alterações da massa x temperatura
Caracterização física das partículas sólidas:
- tamanho médio
- distribuição de tamanho
- características morfológicas
- densidade aparente
- ângulo de repouso
- ângulo de queda
- capacidade de indução de atividade eletrostática
- dureza
Fluidez:
- a capacidade de movimentação de uma determinada partícula sólida depende
de suas propriedades
Condições adequadas de fluidez:
- área superficial pequena/ unidade de massa
- forma esférica
- maior dureza
- baixa capacidade de indução de atividade eletrostática
- densidade aparente elevada
Índice de Hausner (HR):
- razão entre os valores de densidade aparente antes e após compactação
- HR > 1,40 (partículas coesivas)
- HR < 1,25 (boa fluidez)
- 1,25 < HR < 1,40 (característica intermediária)
Índice de Carr:
"% "Fluidez "
"5 – 15 "Excelente "
"12 – 16 "Boa "
"18 – 21 "Média "
"23 – 35 "Pobre "
Equipamento de compressão
Encapsuladora
Excipientes: compatibilidade
Água purificada no laboratório moderno:
- necessidades
- desafios
- respostas
Programa:
Introdução:
Fontes de água:
- 2/3 da Terra
- menos de 1% de água doce
Total do mundo = 1,36 bilhões km3
- oceanos = 97,2% (1,32 bilhões km3)
- geleiras = 2,15% (29 milhões km3)
- água doce total = 0,65% (8,5 milhões km3) onde 97,54% é de água
subterrânea; 1,5% de lagos e rios e 0,96% de vapor e umidade
Exemplos de utilização:
- família típica = 1200 L/ dia
- por pessoa = 300 L/ dia
- 1 kg de fármaco = 10000 Litros
- O mundo no terceiro milênio ( 1 bilhão de habitantes sem água potável
Energia elétrica no Brasil (2001):
- situação mais que crítica na região sudeste
- reservatórios em níveis críticos – hidrelétricas
- racionamento, medidas de economia compulsória
- todos segmentos afetados
- economia e crescimento em xeque
Qualidade da água purificada:
Água – solvente universal:
Laboratórios:
- meios de cultura de células
- diluição de amostras
- soluções diversas
- fases móveis – HPLC
- preparo de reagentes
Uso doméstico:
- preparo de refeições
- água para beber
- café
- banhos
- louça
Contaminantes da água purificada:
- contaminantes
- monitorização da qualidade
- tipos de água
- aplicações
Tecnologias:
- filtro profundidade
- carvão ativo
- seqüestrantes
- RP
- EDO
- troca iônica
- UV
- UF
- TOC
- RESTV
- microfiltração
Aplicações:
- químicas
- analíticas
- cultura celular
- ambiental
- farmacêutica
- clínica
- bioquímica
- instrumentação biomolecular
Contaminantes:
Íons inorgânicos: cátions (sódio, hidrogênio, ferro, cálcio, chumbo) e
ânions (SiO4-, cloreto, sulfato, bicarbonato, carbonato)
Orgânicos: naturais (ácidos húmicos e ácido tânico) e artificiais
(pesticidas, solventes, herbicidas e detergentes)
Partículas (colóides): material sólido insolúvel (pequenas partículas
deformáveis com carga negativa)
Microorganismos: bactérias, algas, fungos (lipopolissacarídeos de bactérias
gram negativas)
Gases: oxigênio, nitrogênio, radônio, gás carbônico
Perfil de contaminantes – Origem da água:
Água de superfície: alto nível de material biológico, partículas, baixo
nível de íons dissolvidos
Águas subterrâneas: alto nível de íons, baixo nível de partículas, baixo
nível de material biológico
Monitoração da qualidade:
- bactérias: análise bacteriológica
- pirogênio – LAL "in vitro"
SDI – Silt density index test ( para PARTÍCULAS:
- determina a capacidade de uma amostra de água entupir um filtro ou
superfície de membrana com sólidos em suspensão (taxa de decaimento de
vazão)
- 47 mm, filtro 0,45μm a 30 p.s.i.g. ( teste utilizado para determinar o
tipo e tamanho de pré-tratamento
Água ( válvula esfera ( regulador de pressão (com manômetro) ( suporte de
filtração + disco de membrana 0,45μm
Fluxo x tempo (decaimento da vazão)
SDI = % entupimento/ tempo
% entupimento = 1 – vazão final x 100
vazão inicial
Teste geralmente dura 15 minutos (t = 15 min)
Resistividade e condutividade ( para ÍONS:
Sólidos totais dissolvidos: é uma medida de todos íons presentes na água.
Geralmente expressa em partes por milhão de NaCl (fator 0,5)
Condutividade: da água é usada para determinar indiretamente os Sólidos
Totais Dissolvidos. A condutividade de uma solução é a soma da
condutividade de cada íon presente nela.
Resistividade (R) = 1/ χ (condutividade)
* Influência da temperatura ( aumento da temperatura provoca aumento da
condutividade?
pH e CO2 ( para ÍONS:
- dióxido de carbono + água = ácido carbônico
- ácido carbônico ( íon hidrogênio + bicarbonato
- bicarbonato em meio básico ( H+ + carbonato
* Influência do CO2 atmosférico:
- com o tempo, há diminuição da resistividade da amostra
TOC – Carbono Oxidável Total ( para ORGÂNICOS:
- dois tipos de analisador ( analisador com oxidação físico-química e
analisador ANATEL
Princípio da análise de TOC por oxidação físico química:
1) Degaseificação: eliminação de CO2 e carbono inorgânico
2) Oxidação: conversão do carbôno orgânico em CO2
3) Medição: medição de CO2 por IV
Medição de TOC por foto-oxidação – sistema ANATEL:
1) Oxidação de orgânicos por UV 185
2) Medição da alteração de condutividade causada pela formação de CO2
Normas e especificações de qualidade:
ASTM:
- resistividade mínima; TOC máximo; sódio máximo; sílica total máxima;
contagem bacteriana máxima (UFC/L); endotoxinas
- tipos I, II e III
NCCLS/ CAP:
- contagem bacteriana máxima; resistividade mínima; silicatos máximos;
partículas; contaminantes orgânicos
- tipos I e II
Especificações USP XXIV e 2000:
- água purificada e água para injetáveis
- condutividade (645); TOC (643) e pirógenos
ISO 3696:
- resistividade mínima; TOC máximo; absorbância a 254 nm; sílica total
máxima; resíduo seco após evaporação por aquecimento a 110°C
- tipos I, II e III
Tecnologias de purificação de água:
Destilação:
- simples/ múltipla
Vantagens:
- remove uma grande porcentagem de todos os tipos de contaminantes
- produz água com resistividade entre 0,2 e 1 Megohm.cm
- investimento médio
- bem conhecida e percebida como de fácil operação
Desvantagens:
- nem todos os contaminantes são removidos e alguns são introduzidos
durante o processo
- sem controle do nível de pureza
- altos custos de operação por aquecimento elétrico (0,7 KW/L) e
resfriamento a água (18 L/L)
- requer efetivamente manutenção regular (limpeza ácida) ou pré-tratamento
(DI) para assegurar um bom desempenho
Deionização (DI):
- Na+ e Cl- ( R-H e R-OH ( R-Na e R-Cl ( H+ + OH- ( H2O
Vantagens:
- efetiva na remoção de íons (resistividade: 1-10 Megohm.cm)
- instalação simples
- baixo investimento
- regenerável
Desvantagens:
- não remove partículas, material orgânico ou microorganismos
- resinas regeneradas podem gerar partículas, orgânicos ou promover o
crescimento de bactérias
- troca iônica padrão: origem da resina é desconhecida
- altos custos de operação: regeneração/ transporte
- qualidade da água é variável; glóbulos danificados
Osmose reversa (RO):
Água de alimentação ( Membrana ( Permeado e Rejeitado
Vantagens:
- remove uma certa porcentagem de todos os tipos de contaminantes da água
(íons, orgânicos, pirógenos, vírus, bactérias, partículas, colóides)
- baixos custos de operação devido a pouca utilização de energia elétrica
- manutenção mínima
- bom controle dos parâmetros operacionais
Desvantagens:
- contaminantes não são suficientemente removidos para satisfazer as
exigências da água tipo 1
- membranas de osmose reversa estão sujeitas a incrustações e obstruções a
longo prazo, se não forem apropriadamente protegidas
- consumo de água semelhante ao dos destiladores, até recentemente
Eletrodeionização:
- membranas íon seletivas
- caminhos da água em um módulo EDI
- vantagens da tecnologia EDI na purificação da água para laboratórios
Migração de íons em um campo elétrico:
- ânions ( ânodo (+) e cátions ( cátodo (-)
Membrana permeável a ânions:
- os cátions não chegam ao cátodo por causa da membrana
Membrana permeável a cátions:
- os ânions não chegam ao ânodo por causa da membrana
Fluxo EDI: separação e concentração de íons:
Captura e transferência de íons:
Transporte acelerado de íons e regeneração contínua:
- a resina promove o transporte iônico
- a hidrólise ocorre no campo elétrico
Módulos EDI: módulos compactos para sistemas compactos
Tecnologia de purificação de água EDI:
- qualidade alta e constante: não há risco de degradação de resinas ou
contaminação externa: resistividade > 5 Megohm.cm; TOC < 50 ppb;
contaminação bacteriana < 10 UFC/mL
- baixo custo de operação e baixa manutenção
- fácil de usar
- não há regeneração química (nenhum descarte de ácido ou base)
- sistema compacto
- desvantagem: necessita pré-tratamento (osmose reversa)
Microfiltração em membrana (MF):
- filtro de superfície
- membrana durapore
Vantagens:
- remoção de 100% de todos contaminantes (partículas, bactérias) maiores
que o tamanho do poro
- teste de integridade disponível
- filtração esterilizante (membranas 0,22 μm LRV > 7)
- manutenção mínima: simplesmente substitua quando necessário
- altas vazões são obtidas a baixas pressões
- eficiência independente da vazão
Desvantagens:
- efeito mínimo sobre outros contaminantes
- retenção na superfície: pode estar sujeita a obstrução ou entupimento
Ultrafiltração (UF):
- ultrafiltros são 2 membranas assimétricas, compostas em alguns casos, de
polímeros diferentes
- sob pressão, moléculas pequenas passam pela membrana, enquanto moléculas
maiores que o NMWL são retidas
- o NMWL está relacionado às dimensões das moléculas: peso molecular,
estereoquímica. pH e salinidade
Vantagens:
- remoção efetiva (> 99%) de todas moléculas orgânicas com peso molecular
acima do NMWL
- muito eficiente na remoção de pirógenos e vírus, bem como partículas
- não há risco de incrustação: risco limitado de obstrução
- baixo uso de água e energia
- baixa manutenção: procedimentos bem documentados e aceitos
Desvantagens:
- quase nenhuma remoção de íons, gases e orgânicos de baixo peso molecular
(as membranas de UF mais fechadas tem um cut-off de 1000 dalton)
Carvão ativado (CA):
- área superficial total: 1000 m2/g
- retenção de material orgânico por adsorção
- redução de oxidantes (cloro livre)
Vantagens:
- remoção efetiva de uma ampla gama de substâncias orgânicas (mesmo de
baixo peso molecular) por ligação não específica (forças de van der Waals)
- grande capacidade devido a grande área superficial
Desvantagens:
- muito pouco efeito sobre outros contaminantes (exceto algumas partículas
removidas por filtração em profundidade)
- quando todos os sítios estão ocupados, estabelece-se o equilíbrio e os
orgânicos são liberados
- bactérias podem se desenvolver após algum tempo
- eficácia depende da vazão
Tecnologia UV:
Lâmpada de vapor de mercúrio de baixa pressão:
- comprimentos de onda: 185, 254, 313
- ação germicida ótima em 260 nm
Ação da UV sobre contaminantes orgânicos:
Vantagens:
- conversão de traços de contaminantes orgânicos em espécies com carga e ao
final em CO2 (185 + 254)
- destruição limitada de microorganismos e vírus (254)
- baixo uso de energia
- fácil operação
Desvantagens:
- técnica de polimento apenas pode ser prejudicada se a concentração de
orgânicos na água de alimentação for muito alta
- orgânicos são convertidos e não removidos
- efeito limitado sobre outros contaminantes
- projeto tem de ser adequado para garantir eficácia
Comparação de custos:
"Características "Destilador "Sistema RiOs (osmose "
" " "reversa) "
"Preço "R$ 700 "R$ 6465 "
"Consumo de água "95 L/ h "20 L/ h "
"Consumo de energia "3,5 kWh "0,07 kWh "
"Tipo de água "III ou IV "III ou IV "
"Horas úteis/ dia "10 "10 "
"Dias úteis/ mês "22 "22 "
"R$/ kWh médio "0,3 "0,3 "
"Consumo kWh mensal "770 "15,4 "
"Valor kWh/ mês. R$ "231,00 "4,62 "
"Consumo água/ mês. m3 "20,9 "4,4 "
"Tarifa de água/ m3 "Até 30 = R$ 4,97 "Até 10 = 13,25 (min) "
"Valor água/ mês. R$ "103,87 "13,25 "
"Energia + água/ mês "334,87 "17,87 "
"Preços por litro de "1100 L/ mês a R$ "1100 L/ mês a R$ "
"água produzida "334,87 = R$ 0,30/ L "198,97 (energia + água"
" " "+ consumíveis) = R$ "
" " "0,18/ L "
Diferença de R$ 317,00/ mês
- preço do RiOs = R$ 6465,00
- amortização = R$ 6465,00/ R$ 317,00 por mês = 20 meses
Respondendo ao desafio:
Opções de equipamento
Qualificação de sistemas de purificação de água
Produção de diferentes tipos de água:
- tipo I: Milli-Q
- tipo II: destilação; Milli-Q e Elix
- tipo III: destilação, RiOs e Elix
Aplicações da água tipo III:
- uso geral em laboratório
- preparo de meios microbiológicos
- alimentação de máquinas de lavagem de vidraria
- alimentação de sistemas de água ultrapura
Produção de água tipo III: sistemas RiOs de Osmose Reversa:
RiOs: otimização da tecnologia RO:
- qualidade/ quantidade
- monitorização da qualidade
- conveniência/ facilidade de uso
- uso da água de alimentação
- disponibilidade dos dados
- upgrade (capacidade/ tipo de água)
- economia de espaço em bancada: dimensões otimizadas dos RiOs
- disponibilidade de dados por RS 232: um relatório de qualidade pode ser
obtido todos os dias com a condutividade e temperatura da água de entrada e
a condutividade do permeado, via impressora serial ou aquisição de dados
- controle completo: operação de acordo com GLPs
- possibilidades de upgrade
- recuperação de água de entrada (rendimentos)
Aplicações da água tipo II:
- preparação de meios microbiológicos
- preparação de tampões
- preparação de reagentes: químicos/ bioquímicos
- água para instrumentação (câmaras climáticas, umidificadores,
analisadores clínicos)
- água purificada (farmacopéia)
Produção de água tipo II: sistemas Elix:
- uma alternativa revolucionária à destilação e deionização
- tecnologia de eletrodeionização
- sistemas Elix baseados na tecnologia EDI
- vantagens sistemas Elix
- os sistemas Elix são construídos utilizando os mesmo componentes dos
sistemas RiOs e têm, portanto, dimensões idênticas
- Elix: uma combinação de tecnologias avançadas
- água de entrada ( Progard ( Osmose reversa ( EDI ( Água purificada
- vazões e recuperação (até 24%)
- qualidade da água excede as especificações para água tipo II
Características e benefícios:
- módulo Progard otimizado
- vazão independente de temperatura
- maior recuperação da água de entrada
- bomba silenciosa
- qualidade da água alta e constante (íons, orgânicos)
- compacto e completo
- display completo e de fácil leitura
- escolha do idioma no display
- armazenamento automático de parâmetros de operação
- upgrade para vazões maiores
- baixos custos operacionais e fácil manutenção
Tanques Millipore em PE:
- reservatórios em polietileno para os sistemas RiOs e Elix
Características:
- reservatórios moldados a sopro (vs rotomoldagem): material limpo;
distribuição homogênea do material e superfície mais lisa
- reservatórios cilíncricos com fundo cônico: superfície de contato
minimizada, sem cantos vivos, 100% esgotável e limpos
- sensores de nível: operação automática de RiOs e Elix; exibição direta do
nível de água no display do RiOs/ Elix display; evita contaminação como nos
visores transparentes
- transbordo protegido: tubo transparente com válvula: evita que qualquer
contaminação entre pelo "ladrão"
Opções e acessórios:
- módulo de sanificação UV: previne a formação de biofilme e previne a
proliferação de bactérias no tanque
- bomba de distribuição/ recirculação: alimentação sob pressão de
instrumentos e pontos de coleta de água (estéril/ não estéril);
recirculação de água dentro do tanque
Filtros de respiro:
- carvão ativado para remoção de orgânicos voláteis
- CaCl2 para remoção de CO2 do ar
- filtro Durapore hidrofóbico, membrana de 0,65 μm para remoção de
partículas e bactérias
Água tipo I: sistemas Milli-Q:
- sistemas pessoais Simplicity e Direct-Q
Preparação da água tipo I:
- pré-purificação (RO, Elix, Destilação); eliminação parcial de todos os
tipos de contaminantes ( sistema de água ultrapura
Produção no momento do uso:
- a água do tipo I é um excelente solvente, facilmente recontaminável e
deve, portanto, ser produzida no momento do uso
- este gráfico mostra o decaimento de resistividade na água do tipo I
causado por adsorção de CO2 da atmosfera
Aplicações típicas:
- absorção/ emissão atômica
- cromatografia líquida (CLAE/ HPLC)
- cromatografia iônica (IC)
- cromatografia gasosa (GC)
- cromatografia gasosa/ espectrometria de massa (GC/ MS)
- analisadores de TOC
- monocamadas de Langmuir
- eletroforese capilar
- seqüenciamento de DNA/ proteínas
- cultura de células
- microeletrônica
- estudos em toxicologia
- eletroforese
- fertilização in vitro
- eletroforese 2D
- biologia molecular
Diversidade: 8 modelos Milli-Q
Qualidade, controle e conveniência: pistola dispensadora de água
Diversidade: 2 módulos Q-Gard
Diversidade e qualidade: cartuchos Quantum de ultrapurificação (remoção de
íons - IX, íons e orgânicos – EX e íons, orgânicos e orgânicos voláteis -
VX)
Controle e conveniência: display Milli-Q
Controle: saída serial RS 232 acoplada
Milli-Q "upgradable": ultrafiltração, fotoxidação UV e Monitoração TOC
Estabilidade microbiológica de medicamentos e cosméticos:
Conservantes – Considerações gerais:
- conservantes são substâncias incorporadas em produtos farmacêuticos e
cosméticos de múltipla dose objetivando manter sua estabilidade
microbiológica e evitar que o uso inadequado desses produtos acarrete
doenças em pacientes acometidos por alguma moléstia ou que se encontre sob
tratamento
- Não devem ser utilizados como substitutos das Boas Práticas de
Fabricação, embora seu emprego possa minimizar a proliferação de
contaminantes
Destruição ou inativação microbiana – Aspectos toxicológicos:
Clostridium botulinum:
- toxina botulínica A: exotoxina
- 0,000000002 g (quantidade letal para um adulto)
- teoricamente 0,5 g elimina a população de todo um país
Pseudomonas aeruginosa:
- LPS: endotoxina
- aumenta a temperatura corpórea
Crescimento microbiano em produtos farmacêuticos e cosméticos:
Principais contaminantes:
- Psedomonas, Burkholderia, Enterobacter e Acinetobacter
Alteração da estabilidade de produtos farmacêuticos e cosméticos:
- hidrólise do ácido acetilsalicílico
- alteração do anel esteroidal de corticóides
- destruição da vitamina C
- degradação do paracetamol
Contaminação microbiana:
- durante a produção, proveniente de equipamentos e matérias-primas
- após a produção, proveniente de contato com recipiente de estocagem ou
material de acondicionamento
- durante sua utilização pelo paciente/ consumidor
Conservantes – Características ideais:
- apresentar amplo espectro de ação
- ser efetivo e estável em extensa faixa de pH
- ser compatível com os demais componentes da fórmula
- não alterar características físicas do produto como: cor, odor, sabor,
etc
- inativar rapidamente os microorganismos
- ter adequado coeficiente de partição óleo em água, de modo a permitir
concentração efetiva em ambas as fases
- ser seguro, ou seja, atóxico
- não ser irritante ou sensibilizante
- não se decompor no decorrer de processos de esterilização
- apresentar ação biocida
- estar de acordo com a legislação vigente
* RDC 162 de 11 de setembro de 2001
Fatores que podem influenciar a atividade de substâncias microbianas:
- dissociação como função do pH
- solubilização
- coeficiente de partição óleo em água
- interação com outros componentes do produto
- interações com o material de acondicionamento
Interações – Conservantes x Componentes da fórmula:
Partículas sólidas:
- cloreto de benzalcônio ( caulim
- dióxido de titânio, carbonato de cálcio, talco e óxido de magnésio
Macromoléculas:
- hypromellose
- polissorbatos (Tween)
- polietilenoglicol
- PVP
- gelatina
Colóides naturais:
- acácia
- Tragacanth
- alginato de sódio
- goma guar
- carragenina
- os colóides naturais reduzem a ação da atividade antimicrobiana da
seguinte forma: interação do conservante com a macromolécula e proteção à
célula
Açúcares:
- reação de transesterificação entre sorbitol e metilparabeno
- demais açúcares: glicose, frutose, lactose, maltose
Suspensões:
- orais antiácidas: aumenta viscosidade no decorrer do armazenamento (30
-40°C)
- a adição de sorbitol entre 0,5 a 7% promove a estabilidade da fórmula
- oftálmicas: principais componentes – hypromellose, polissorbato e cloreto
de benzalcônio
Componentes que contribuem com a atividade do conservante:
- EDTA
- propileno de butilenoglicol
- gliceril monolaurato
- componentes naturais: própolis e extratos (Aloe vera, semente de
grapefruit, calêndula e camomila)
- ácido salicílico
- sacarose, uréia (diminui Aa)
- carbopol 940
pH:
- equilíbrio entre a forma dissociada e não dissociada ( função do pH
- amônio quartenário x ácido benzóico
Coeficiente de partição óleo em água:
- concentração livre do conservante na fase aquosa é dependente do
coeficiente de partição óleo em água do antimicrobiano e do grau de
interação deste com o agente tensoativo
Estabilidade microbiológica de produtos fitoterápicos – Considerações
gerais:
Limite microbiano:
OMS:
- matéria-prima vegetal (a ser submetida à infusão) ou utilizada para
produtos tópicos:
< 107 UFC/ g de bactérias aeróbias
< 104 UFC/ g de bolores e leveduras
< 102 UFC/ g E. coli
< 104 UFC/ g de outras enterobactérias
ausência de Salmonella
- matéria-prima vegetal: uso interno
< 105 UFC/ g de bactérias aeróbias
< 103 UFC/ g de bolores e leveduras
< 101 UFC/ g de E. coli
< 103 UFC/g de outras enterobactérias
ausência de Salmonella
Farmacopéia européia:
- fitoterápicos nos quais água fervente é adicionada antes do uso:
< 107 UFC/ g de bactérias aeróbias
< 105 UFC/ g de bolores e leveduras
< 102 UFC/ g de E. coli
- outros fitoterápicos:
< 105 UFC/ g de bactérias aeróbias
< 104 UFC/g de bolores e leveduras
< 103 UFC/ g de enterobactérias e outras bactérias gram-negativas
ausência de E. coli e Salmonella
Influência de processos de descontaminação na estabilidade de matérias-
primas de origem vegetal:
- radiação ionizante x Eto
Resistência microbiana – Estratégias:
- formação de esporos
- produção de exopolissacárides
- transporte ativo de substâncias antimicrobianas
- via metabólica alternativa: Burkholderia cepacia (emulsão cosmética) (
utilização de propilparabeno como fonte de carbono e energia; hidrólise do
metilparabeno
Estabilidade – Alterações:
- pH
- viscosidade
- cor e odor
Estabilidade microbiologia de bioativos:
Curva de crescimento microbiano:
- fase lag ( fase log ( fase estacionária ( fase morte
Seleção de conservantes:
Avaliar:
- características do agente antimicrobiano
- fatores que possam influenciar a efetiva concentração do conservante na
fase aquosa do produto
- componentes que possam contribuir para a atividade antimicrobiana da
fórmula
Associação de conservantes:
- ampliar o espectro de ação
- utilização de concentrações individuais mais baixas podendo resultar em
redução de efeitos tóxicos
- prevenção de resistência microbiana
- possibilidade de se obter efeito sinérgico
Principais conservantes empregados em cosméticos e medicamentos:
- parabenos
- cloreto de benzalcônio
- ácido benzóico
- bronopol
- sais fenilmercúricos
- clorhexidina
- clorobutanol
- DMDM hidantoína
- imidazolidinil uréia
- diazolidinil uréia
- metil dibromo glutaronitrila
- isotiazolinonas
- formol
- fenoxietanol
Conservantes x BPF:
Teste de eficácia de sistemas conservantes:
Método oficial:
- contaminação proposital do produto empregando-se microorganismos
específicos e determinação da carga sobrevivente em intervalos de tempo
específicos
Condições para o desafio:
- carga microbiana: 105 a 106 UFC/ mL
- inoculo: 0,5 a 1,0% volume da amostra
- armazenamento: 22,5 ± 2,5°C
- intervalos de tempo: 7, 14, 28 dias
- validação da técnica de contagem
- frasco original
Organismos desafiantes:
- Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Cândida
albicans e Aspergillus niger
Critérios de interpretação:
- diferenciados para cada categoria de produtos: categoria 1 (1A, 1B e 1C)
e categoria 2
CTFA (The Cosmetic, Toiletry and Fragrance Association):
- método semelhante ao official
- microorganismos: inclui formadores de esporo
- critérios de interpretação: produtos para área de olhos e demais produtos
- menciona desafio empregando-se mistura de microorganismos
Método não oficial:
Regressão linear:
- fundamento teórico-matemático: valor D (tempo de redução decimal)
- resultados rápidos (0, 2, 4, 24 e 48 horas, para bactérias)
- permite estimar o tempo requerido para a destruição completa de qualquer
população microbiana
Critérios de interpretação:
- bactérias patogênicas: valor D < 4 horas
- fungos e bactérias não-patogênicas: valor D < 28 horas
Conservação eficaz:
- BPF
- antimicrobiano adequado
- acondicionamento adequado
Estabilidade de medicamentos – Considerações gerais:
International Conference on Harmonization (ICH):
- 1980: harmonização das exigências regulatórias (União Européia) visando
único mercado para produtos farmacêuticps
- 1989: WHO (World Health Organization) – Conference of Drug Regulatory
Authorities – ICDRA, em Paris: EUA, Japão e UE
- 1990: International Conference on Harmonization (ICH)
- dividido em 4 categorias maiores: qualidade, segurança, eficácia e guias
multidisciplinares
Q = "quality topics", isto é, aqueles relacionados à qualidade química e
farmacêutica
S = "safety topics", isto é, aqueles relacionados aos estudos pré-clínicos
in vivo e in vitro
E = "eficacy topics", isto é, aqueles relacionados aos estudos clínicos em
humanos
Stability:
- stability testing of new drug substances and products (second revision) –
Q1A (R2)
- stability testing of new drug substances and products (second revision) –
Q1B
…
Validação analítica
Impurezas
Introdução:
- 1950: Higuchi e Garret estabelecem as bases matemáticas para
quantificação do prazo de validade dos medicamentos
Estabilidade:
- de acordo com o FDA
- capacidade de um produto permanecer dentro de especificações pré-
estabelecidas visando garantir sua identidade, potência, qualidade e pureza
no decorrer dos retestes realizados nos períodos especificados ou na data
de expiração
- é a capacidade que apresenta determinada formulação, em sistema
específico de acondicionamento, de manter-se dentro de suas especificações,
quando mantida sob condições definidas de armazenamento
- a estabilidade de produtos farmacêuticos depende de fatores ambientais
como temperatura, umidade e luz, e de outros relacionados ao próprio
produto como propriedades físicas e químicas de substâncias ativas e
excipientes farmacêuticos, forma farmacêutica e sua composição, processo de
fabricação, tipo e propriedade dos materiais de embalagem
Definições:
Prazo de validade:
- data limite para utilização de um produto farmacêutico definido pelo
fabricante, com base nos seus respectivos testes de estabilidade, mantidas
as condições de armazenamento e transporte estabelecida pelo mesmo
Vida de prateleira:
- período de tempo durante o qual um produto farmacêutico, se estocado
corretamente, é esperado manter suas especificações, como determinado pelos
estudos de estabilidade em um número de lotes de produtos
- a vida-média é usada para estabelecer o prazo de validade de cada produto
Teste de estabilidade:
- RE n° 560 de 02/04/02: tem como finalidade avaliar o comportamento dos
fármacos ou medicamentos que se alteram com o tempo, por influência de
fatores ambientais, tais como: temperatura, umidade, luz
- ICH: evidenciar a influência de fatores ambientais: temperatura, umidade
e luz na qualidade do produto em determinado período de tempo; tem por
objetivo estabelecer o prazo de validade do medicamento e recomendar as
suas condições de armazenamento
- RE n°1 de 29/07/05: conjunto de testes projetados para obter informações
sobre a estabilidade de produtos farmacêuticos visando definir seu prazo de
validade e período de utilização em embalagem e condições de armazenamento
especificadas
Tipos de estudos de estabilidade:
Longa duração:
- estudo projetado para verificação das características físicas, químicas e
microbiológicas conforme os resultados obtidos nos estudos de estabilidade
de longa duração
Acelerada:
- estudo projetado para acelerar a degradação química e/ou mudanças físicas
de um produto farmacêutico em condições forçadas de armazenamento
Estudo de acompanhamento:
Lotes de produção devem ser amostrados de acordo com o plano pré-
estabelecido:
- um lote por ano para formulações estáveis
- um lote anual, considerando o pior caso, para produtos farmacêuticos com
mesma composição e concentrações diferentes
- um lote a cada 3-5 anos para formulações cujo perfil de estabilidade seja
conhecido, a menos que tenha ocorrido mudança que altere as características
do produto (ex: formulação ou processo de fabricação)
ICH – Q1A (2R):
Acelerado:
- estudo visando elevar a velocidade de degradação química e modificação
física de uma substância e/ou alterações de características de forma
farmacêutica usando condições exageradas de armazenamento
Intermediário:
- estudo conduzido a 30°C/ 65% UR (6 meses)
- no caso de 30 ± 2°C/ 65 ± 5% for a condição de longa duração, não
existirá estudo intermediário
Longa duração:
- estudo conduzido nas condições recomendadas de estocagem no período de
reteste ou prazo de validade
"Objetivo "Tipo de estudo "Uso "
"Selecionar formulações"Acelerado "Desenvolvimento do "
"e recipientes " "produto "
"adequados " " "
"Determinar prazo de "Acelerado e longa "Desenvolvimento do "
"validade e as "duração "produto e Documentação"
"condições de estocagem" "para registro "
"Substanciar vida-média"Longa duração "Documentação para "
"da estabilidade " "registro "
"declarada " " "
"Verificar se não foi "Longa duração "Garantia de qualidade "
"introduzida qualquer " "em geral, incluindo o "
"mudança na formulação " "Controle de qualidade "
"ou processo que possa " " "
"alterar adversamente a" " "
"estabilidade do " " "
"produto " " "
Zonas climáticas:
- definidas como espaço ou zona geograficamente delimitada de acordo com os
critérios de temperatura e umidade aplicável, quando da realização do
estudo de estabilidade
Condições de estocagem:
- casos gerais...
- produtos estocados em refrigerador...
- produtos estocados em freezer...
- para acelerada: produtos em base aquosa embalados em recipientes semi-
permeáveis (em bolsas e frascos plásticos)
Freqüência dos testes:
- longa duração: 0, 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses (anual)
- acelerada: 0, 3 e 6 meses (vida útil tentativa de 24 meses)
- medicamentos acondicionados em recipientes que representem barreira para
o vapor de água (ex: vidro) ( o estudo pode ser conduzido sem controle de
umidade
- medicamentos acondicionados em recipientes utilizando material semi-
permeável (ex: material polimérico) ( avaliação do impacto para potencial
perda de água sob condição de baixa umidade relativa
(zona III: clima quente e seco)
Seleção dos lotes:
- para fins de registro: três lotes representativos do processo de
fabricação, tanto em escala piloto quanto escala industrial
- os lotes devem ser fabricados a partir de diferentes lotes de substância
ativa
Estudo de acompanhamento (on going):
- um lote anual para formulações estáveis
- um lote anual considerando o pior caso, para produtos farmacêuticos com
mesma composição e concentrações diferentes
- um lote a cada 3-5 anos para formulações cujo perfil de estabilidade seja
conhecido, a menos que tenha ocorrido mudança na formulação ou processo de
fabricação
Matrixing:
- diferentes dosagens onde ocorre alteração em relativa quantidade de
substância ativa e excipientes; ou onde diferentes excipientes são
utilizados; ou diferentes recipientes
Stress testing:
- ajuda a identificar degradação de produtos mas somente aqueles que são
formados em condições aceleradas ou armazenamento a longo prazo
- estabelece a via de degradação
- estabelece a estabilidade intrínseca da molécuça
- valida o poder do procedimento analítico indicado
- depende da substância individual da droga e o tipo de produto
- feito em uma só etapa
- deve incluir os efeitos de: temperatura, umidade, oxidação, hidrólise,
fotoestabilidade
Avaliações:
- física
- química
- microbiológica
- toxicológica
- deve-se avaliar a presença ou formação qualitativa e quantitativa de
subprodutos e/ou produtos de degradação, utilizando metodologia adequada e
validada
Principais reações de degradação:
- a degradação ocorre principalmente por 4 processos: hidrólise (presença
de água, H3O+, hidróxido e pH); oxiredução (O2); fotólise (UV e visível) e
traços de íons metálicos (ferro, cobre, cobalto)
- hidrólise e oxidação são as reações mais freqüentes!
Condição acelerada – mudanças significativas:
- perda de 5% na potência em relação ao valor inicial do lote
- qualquer produto de degradação acima do limite especificado
- pH do produto acima do especificado
- dissolução do produto fora do especificado
- produto não atende às especificações para aparência e propriedades
físicas como cor, separação de fase, dureza, etc
Cinética química:
Velocidade de reação:
- reação ordem zero: caracterizada quando se utiliza o método gráfico, que
é representado por: concentração x tempo, resultando em uma reta
- reação de primeira ordem: caracterizada quando o método gráfico, que é
representado por log C x tempo, resultando em uma reta
Equação de Arrhenius:
- energia de ativação
- reação química
- colisão entre duas moléculas
- energia cinética
- temperatura
Estratégias visando a melhoria da estabilidade do produto:
Hidrólise ( remover água; diminuir a atividade da água; eliminar
higroscopicidade; mudar excipiente; usar a forma de dosagem sólida
pH ( identificar pH mínimo
Temperatura ( refrigerar 4°C
Oxidação ( remover O2; usar N2, CO2 ou He; incluir antioxidantes; quelar
metais
Fotólise ( proteger da luz e armazenamento adequado