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Familia Botanica Rubiaceae

uma síntese de uma das maiores famílias botânicas da flora brasileira: as Rubiaceaes

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CENTRO UNIVERSITARIO DE PATOS DE MINAS – UNIPAM FACULDADE DE ENGENHARIAS E CIENCIAS AGRARIAS – FAECIA Curso: Agronomia Disciplina: Sistemática Vegetal Professor: Evandro Binoto Fagan FAMILIA BOTÂNICA: RUBIACEAE Evandro Vergutz Helton Massao Isewaki Walter Welles Soares 4 Agro B PATOS DE MINAS 2010 Evandro Vergutz Helton Massao Isewaki Walter Welles Soares FAMILIA BOTANICA: RUBIACEAE Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação na disciplina Sistemática Vegetal do curso de Agronomia da Faculdade de Engenharias e Ciências Agrárias do Centro Universitário de Patos de Minas, sob orientação do(a) professor(a) Evandro Binoto Fagan. PATOS DE MINAS 2010 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….2 2. COMO IDENTIFICAR ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE.........................2 3. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA...............................................................................3 4. IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA RUBIACEAE.........................................................3 4.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA..............................................................................4 4.2 IMPORTÂNCIA MEDICINAL...............................................................................4 4.3 IMPORTÂNCIA ORNAMENTAL..........................................................................5 5. FENOLOGIA DE RUBIACEAES...............................................................................5 6. CONCLUSÃO...............................................................................................................6 7. REFERÊNCIAS............................................................................................................6 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui a flora arbórea mais diversificada do mundo. A falta de direcionamento técnico e conscientização ecológica na exploração de nossos recursos naturais tem acarretado prejuízos irreparáveis (LORENZI, H., 2002). O autor complementa que espécies de grande valor estão em vias de se extinguirem, assim como os representantes da fauna que dependem dessas espécies, também estão condenados. Rubiaceae é a quarta maior família botânica dentre as angiospermas (DELPRETE, 2004 apud CONSOLARO, 2008) e possui distribuição cosmopolita com 550 gêneros e 9000 espécies, sendo 120 gêneros e 2000 espécies encontradas no Brasil, correspondendo a uma das principais famílias de nossa flora, ocorrendo como um importante elemento em quase todas as formações naturais (SOUZA e LORENZI, 2008 apud LIMA, L.F. et al, 2010). No cerrado a importância da família não é diferente, já que possui uma riqueza de 376 espécies distribuídas em todas as fitofisionomias, além de ser considerada a sétima família mais rica do bioma cerrado (MENDONÇA et al apud CONSOLARO, H.N., 2008). A maior parte das espécies da família Rubiaceae é própria das regiões mais quentes, principalmente dos trópicos. Mais de 95% de todas as espécies crescem nessas regiões diminuindo em direção ao sul (DELPRETE, 1998 apud OLIVEIRA, 2009). A família é conhecida devido à importância econômica (Coffea arábica, café) e terapêutica de suas espécies, sendo amplamente utilizadas na medicina popular e na fabricação de fitofármacos e fitoterápicos (Uncaria tomentosa, unha de gato) (OLIVEIRA, 2009). Este trabalho tem como objetivo entender a morfologia das espécies de Rubiaceae, assim como obter conhecimentos sobre essa família, existentes na flora brasileira. 2. COMO IDENTIFICAR ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE A maioria das Rubiaceae são arbustos variando de pequenas e grandes arvores. Família da botânica que abrange uma das plantas mais conhecidas em todo o mundo, a espécie Coffea arábica, conhecida popularmente por café, que também apresenta porte e frutificação. Rubiaceae é representada por ervas, subarbustos, arbustos e árvores, mais raramente por lianas perenes ou anuais. Suas folhas são frequentemente inteiras, simples, opostas, ocasionalmente verticeladas, geralmente com estípulas, às vezes transformadas em folhas ou espinhos. Inflorescência comumente cimosa, eventualmente em glomérulos ou reduzida à flor isolada; flores às vezes vistosas, bissexuadas ou raramente unissexuadas, actimonorfas, em geral, cálice com sépalas muito desenvolvidas, geralmente dialessépalo; corola frequentemente pentâmera, gamopétala, prefloração valvar ou imbricada; estames correspondentes ao número de pétalas, epipétalos, anteras rimosas; gineceu com 2 ou mais carpelo, ovário ínfero (raramente súpero), com 2 ou mais lóculos, geralmente uniovulados, placentação axial ereta ou pêndula. Fruto do tipo cápsula esquizocarpo, drupa ou baga. 3. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A distribuição das Rubiáceas por todo o mundo, em sua maior parte, é própria das regiões mais quentes, principalmente dos trópicos diminuindo em direção ao norte e ao sul (CHIQUIERI, Di MAIO e PEIXOTO, 2004). Segundo os autores, mais de 75% de todas as espécies crescem nessas regiões, porém é difícil encontrar o núcleo de vegetação dessa família. Ainda segundo os mesmo autores, a América do Sul supera as outras regiões do mundo em número de espécies, sendo catalogadas 1200 espécies ou 30% do total. A família Rubiaceae está entre as mais abundantes no sub-bosque de florestas neotropicais (GENTRY e EMMONS, 1987 apud MARTIN-GAJARDO e MORELLATO, 2003 e PEREIRA, VIEIRA e CARVALHO- OKANO, 2006). 4. IMPORTÂNCIAS DA FAMÍLIA RUBIACEAE A família Rubiaceae é conhecida devido a importância econômica (Coffea arábica) e terapêutica de suas espécies (Uncaria quianensis), sendo amplamente utilizadas na medicina popular e na fabricação de fitofármacos e fitoterápicos (OLIVEIRA, 2009). Todavia, muitas plantas arbustivas são de signicativa importância no paisagismo, a exemplo dos gêneros Mussaenda e Gardenia, muitas cultivadas em pleno sol (LORENZI et al., 2003). 4.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA As maiores atenções para a família Rubiaceae concentram-se no interesse econômico representado principalmente pela espécie Coffea arábica (café). O jenipapeiro (Genipa americana L.) é uma espécie arbórea, (...) que apresenta grandes possibilidades de exploração econômica, tanto para o consumo do fruto ao natural, como para extração de corantes dos frutos imaturos (NASCIMENTO e DAMIÃO-FILHO, 1998). LORENZI (2002) cita em sua publicação algumas espécies de Rubiaceae em que se pode explorar a madeira como a Amaioua guianensis na construção civil e fabrico de móveis e a Calycophyllum multiflorum empregado na construção de peças flexíveis e vergadas. 4.2 IMPORTÂNCIA MEDICINAL A utilização das plantas medicinais vem atingindo um público cada vez maior, recebendo incentivo da própria Organização Mundial da Saúde, a qual recomendou aos países membros que desenvolvessem pesquisas visando o uso da flora como propósito terapêutico (OLIVEIRA, 2009). Plantas do gênero Diodia são empregados na medicina popular e tradicional como agentes antirreumático, antidiarréico, antiofídico, laxativo e emético, e também no tratamento de úlceras gástricas, urticárias, dores de ouvido, dores abdominais e gastrites (MOURA et al, 2006). A espécie Uncaria quianensis (unha-de-gato) é uma planta que tem sido usada pelos indígenas peruanos e brasileiros há centenas de anos e os rumores de suas curas milagrosas despertaram, nos últimos trinta anos, o interesse científico e medicinal (SILVA et al., 2002 apud PEREIRA et al.,2006). O interesse medicinal é decorrente da indicação popular como imuno-estimulante e anti-inflamatório. Atualmente, a espécie vem sendo submetida à extração indiscriminada e intensiva, o que poderá levá-la à diminuição da variabilidade genética ou até mesmo à sua extinção (CAROTENUDO, 1997 apud PEREIRA et al., 2006). 4.3 IMPORTÂNCIA ORNAMENTAL Espécies do gênero Gardeniae são muito utilizados em ornamentos de praças e grandes jardins por possuírem características singulares como flores tubulosas (LORENZI et al., 2003). 5. FENOLOGIA DE RUBIACEAES As espécies de Rubiaceae apresentam diversas estratégias reprodutivas, sendo uma delas a distilia (ROBBRECHT, 1988 apud PEREIRA, VIEIRA e CARVALHO OKANO, 2006). GANDERS (1979) e DULBERGER (1992) apud PEREIRA, VIEIRA e CARVALHO-OKANO (2006) definem distilia como um dimorfismo floral, cujos os morfos florais, brevistilos e longistilos, produzidos em indivíduos distintos, diferem quanto à altura das estruturas reprodutivas, caracterizando, comumente, hercogamia recíproca. Os autores complementam que os morfos florais também podem diferir entre si, principalmente, em relação ao comprimento da corola, das anteras e dos lobos estigmáticos. Em uma pesquisa realizado por MARTIN-GAJARDO e MORELLATO (2003), sobre a fenologia de espécies de Rubiaceae em floresta atlântica, verificaram-se que a floração ocorreu durante o ano todo, variando é claro de acordo com a espécie, ou seja, sempre havia pelo menos uma espécie em floração. Verificou-se ainda nesse estudo, durante os três meses mais frios e de menor pluviosidade, ocorreu diminuição das espécies com flor. Em pesquisas realizadas por PEREIRA, VIEIRA e CARVALHO-OKANO (2006) e por AMORIM e OLIVEIRA (2006), verificaram a longevidade floral das espécies de Rubiaceae foi de aproximadamente 24 a 30 horas e a senecência caracterizou-se pela queda ou murchamento da corola e estilete. MARTIN-GAJARDO e MORELLATO (2003) em seu estudo de espécies de Rubiaceae em floresta atlântica, concluíram que as espécies não apresentaram padrão sazonal para queda foliar e brotamento, classificando as espécies como perenifólias ou não decíduas, por apresentarem queda foliar concomitante com o brotamento. Em um trabalho de esquematização das fases fenológicas do cafeeiro em condições tropicais, CAMARGO e CAMARGO (2001) definem que para o café arábico complete o ciclo fenológico de frutificação, leva dois anos, ao contrário da maioria das plantas que completam o ciclo reprodutivo no mesmo ano fenológico. Os autores definiram que o café para completar o ciclo, o café passa por seis fases, sendo a primeira fase, vegetativa com sete meses, de setembro a março com dias longos; a segunda fase também vegetativa de abril a agosto com dias curtos, quando há a indução das gemas vegetativas formadas na primeira fase, para gemas reprodutivas. A terceira fase é a florada e expansão dos frutos, de setembro a dezembro. A quarta fase é a granação dos frutos de janeiro a março; a quinta fase, maturação dos frutos e a sexta fase ocorre a senecência e morte dos ramos produtivos, não primários, em julho e agosto. 6. CONCLUSÃO A diversidade de espécies da família Rubiaceae é enorme, com características singulares, o que torna uma identificação facilitada desta família. E com essas informações foi possível conhecer características importantes da família como no uso em ornamentos, medicina e principalmente na economia agrícola e que Rubiaceae é uma família botânica que possui significância enorme na flora brasileira. 7. REFERÊNCIAS AMORIM, F. W.; OLIVEIRA, P. E. Estrutura sexual e ecologia reprodutiva de Amaioua guianensis Aubl. (Rubiaceae), uma espécie dióica de formações florestais do cerrado. Revista Brasileira Botânica. v.29, n3, p.353-362, jul.-set., 2006. CAMARGO, A. P. de; CAMARGO, M. B. P. de. Definição e esquematização das fases fenológicas do cafeeiro arábica nas condições tropicais do Brasil. Bragantia. Campinas, n.60(1), p.65-68, 2001. CONSOLARO, Hélder Nagai. A distilia em espécies de Rubiaceae do bioma cerrado. Tese de Pós-Graduação. Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia. Brasília-DF, 2008. CHIQUIERI, A.; Di MAIO, F. R.; PEIXOTO, A. L. A distribuição geográfica da família Rubiaceae Juss. na Flora brasiliensis de Martius. Rodriguésia. v.55, n.84, p.47-57. 2004. LIMA, L. F. et al. Morfologia de frutos, sementes e plântulas de Guettarda platypoda DC. (Rubiaceae). Biota Neotropica. v.10, n.1, 2010. LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. 2ed. v.2. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. LORENZI, Harri et al. Árvores Exóticas no Brasil: madereiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2003. MARTIN-GAJARDO, I. S.; MORELLATO, L. P. C. Fenologia de espécies Rubiaceae do sub-bosque em floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira Botânica. v.26, n.3, p.299-309, set. 2003. MOURA, Marques de Moura et al. Constituintes químicos de Galianthe brasiliensis (Rubiaceae). Química Nova. v.29, n.3, p.452-455, 2006. LOPES, L. E.; BUZATO, S. Biologia reprodutiva de Psychotria suterella Muell. Arg. (Rubiaceae) e a abordagem de escalas ecológicas para a fenologia de floração e frutificação. Revista Brasileira Botânica. v.28, n.4, p.785-795, out.-dez., 2005. NASCIMENTO, W. M. O. do; DAMIÃO-FILHO, C. P. Caracterização morfológica de sementes e plântulas de jenipapeiro (Genipa americana L.-Rubiaceae). Revista Brasileira de Sementes. vol 20, n.1, p.143-147, 1998. OLIVEIRA, Pollyana Laurindo de. Contribuição ao estudo de espécies da família Rubiaceae: fitoquímica da espécie Amaioua guianensis Aulb. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Goiás, Instituto de Química. Goiânia, 2009. PEREIRA, Rita de Cássia Alves et al. Germinação, avaliação do ácido giberélico e posição do explante no alongamento in vitro de Uncaria guianensis (Aublet) Gmelin Rubiaceae (Unhade-gato). Ciência e Agrotecnologia. Lavras, v.30, n.4, p.637-642, jul.-ago. 2006. PEREIRA, Z. 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