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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE AÇAILÂNDIA
BIOLOGIA AQUÁTICA
AÇAILÂNDIA
2007
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE AÇAILÂNDIA
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROFESSOR: ROCK
BIOMAS AQUÁTICOS DE AÇAILÂNDIA
Elioneto Lima
Claudio Cardoso
Antonio Lopes
Thais Trindade
AÇAILÂNDIA
2007
Açailândia é uma região de terreno arenoso e barrento, rica em barro
amarelo, propício para produção de todos os tipos de verduras e cereais,
como milho, arroz e feijão, contudo este não é o principal tipo de economia
da região, que se baseia em grande parte na extração de madeira para
produção de carvão.
O Clima é quente e úmido com chuvas que costumam aparecer depois de
setembro quando se aproxima o verão e vão até março quando ocorre à
estiagem, o terreno arenoso facilita a criação de erosões com a água da
chuva. Nota-se que este clima vem sofrendo modificações constantes devido à
poluição excessiva que há no local, com mudanças principalmente no período
de chuvas que estão irregulares.
Açailândia possui cerca de 100 mil habitantes, sendo que 49 mil vivem
na vila Ildemar o maior bairro do estado. Na região encontram-se vários
rios, como Rio Açailândia, Pindaré, Lajeado, Tocantins, que deu origem a
todos os outros rios citados. O rio que percorre praticamente toda a cidade
é o Rio Açailândia, formado por diversas lagoas e córregos.
Lagoa do Joaquim
Em visita a Lagoa do Joaquim, localizada na zona urbana da cidade ao
lado da BR- 222 próximo ao hospital São Sebastião, verificou-se como a
aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição.
O local apresentava grande volume de detritos e elementos não
degradáveis (animais mortos, líquidos de detergentes, plásticos, garrafas.)
despejados nas águas, por este motivo parte da lagoa exalava um odor
desagradável. Sabe-se que estes dejetos humanos podem ser prejudiciais a
vida aquática, já que diminuem a capacidade de retenção de oxigênio e,
consequentemente causas morte dos animais locais.
Em entrevista: Maria da Conceição, uma das mais antigas moradoras da
proximidade com a lagoa, relata que na verdade a lagoa foi formada a partir
de uma cacimba que foi acumulando água vida do Rio Açailândia. "Lembro do
tempo que aqui não tinha tanta poluição. Servia até de local de banho para
as pessoas...". Maria da Conceição, 69 anos.
Apesar da poluição evidente, ao percorrer as margens da lagoa, é
observado grande diversidade vegetal e de alguns animais habitam o local.
Os vegetais e os animais observados foram:
Typha latifolia, vulgarmente conhecida por taboa, é uma planta
pertencente à família Typhaceae, originária da América do Sul. Planta
daninha aquática muito freqüente em margens de lagos, lagoas ou represas,
canais de drenagem e baixadas pantanosas em geral. É bastante vigorosa,
chegando a produzir 7.000 kg de rizomas por hectare. Seus rizomas são
comestíveis, possuindo valor protéico igual ao do milho e de carboidratos
igual ao da batata. Plantas de Typha absorvem metais pesados, inclusive o
cobre, podendo contribuir para o saneamento ambiental (Kissmann, 1997). A
sua fibra, durável e resistente, pode ser utilizada como matéria-prima para
papel, cartões, pastas, envelopes, cestas, bolsas e outros itens de
artesanato.
Sob o ponto de vista negativo, quando em povoamentos densos, essas
plantas provocam desequilíbrio, tornando-se infestantes em açudes e várzeas
úmidas, diminuindo ou impedindo seu aproveitamento adequado. Outro fator
negativo é que nos povoamentos de taboas existem excelentes condições para
a reprodução de mosquitos.
Brachiaria sp, é nativa da África típica de estepes e savanas. Existem
varias espécies algumas características de rios, lagos e córregos, esta
planta apresenta as seguintes características diferenciais: colmo herbáceo
florescendo todos os anos, flor hermafrodita masculina ou feminina com um a
três estames. Planta competitiva impede o desenvolvimento das gramíneas
nativas e sufoca o desenvolvimento dos campos nativos. As mais agressivas
são B. brizantha, B. decumbens, B. humidicola e B. mutica. As duas últimas
freqüentemente invadem córregos e riachos, chegando a eliminar totalmente a
flora nativa ribeirinha.
Samambaias, plantas vasculares caracteristicas de locais umidos, que
não produzem sementes - reproduzem-se por esporos que dão origem a um
indivíduo geralmente insignificante e de vida curta (o protalo) que produz
gâmetas para dar origem a uma nova planta.
As plantas totalmente desenvolvidas, são formadas por um caule,
normalmente um rizoma e as folhas, chamadas frondes neste grupo, são muitas
vezes compostas ou recompostas, ou ainda em forma de língua, e possuem na
sua face inferior (ou abaxial) pequenos órgãos chamados soros que contêm os
esporos.
Esta definição geral inclui, não só as conhecidas samambaias de
grandes folhas verdes, mas também vários outros grupos de plantas que
tradicionalmente foram classificados na divisão Pteridophyta, mas que
actualmente são considerados em várias divisões.
Bactris concinna Martius, nome vulgar: "Tucum" é uma planta que cresce
em florestas de baixas elevações, especialmente em lugares próximos a rios
e igarapés sujeitos a inundações temporárias onde costuma formar grandes
colonias. Pode crescer em terra firme, onde aparenta ser menos gregária.
Também temos encontrado a espécie habitando lugares bem iluminados como
florestas secundárias (capoeiras), colonizando espaços anteriormente
ocupados por "Bambú" (Guadua sp.) e, mais raramente, formando densas
touceiras de porte baixo em pastagens cultivadas mais antigas.
Apresenta estipe às vezes formando extensas colonias com centenas de
estipes, com 0.7-2.5m de comprimento, 1.4-2cm de diâmetro, ereto ou muitas
vezes inclinado, com espinhos nos entre-nós. O estipe é usado para fazer
arcos e outros pequenos objetos (Peru). Sua casca é raspada e usada para
carregar armas de fogo (Brasil e Equador).
Folhas pinadas com bainha, pecíolo e raque densa a moderadamente
cobertos por espinhos negros.
Flores compostas em inflorescência nascendo em tríades.
Frutos em forma estreita e irregularmente obovóide; epicarpo negro-
purpúreo na madurez; mesocarpo carnoso; endocarpo com numerosas fibras
livres.
Jaçanãs, família Jacanidae, são pássaros que geralmente em pequenos
bandos, vivem nos brejos, lagos, lagoas e beira de rios e se alimentam de
pequenos peixes, minhocas e insetos. Voam bem, mas nunca muito alto.
Constroem seus ninhos no meio das plantas aquáticas, tirando, normalmente,
quatro filhotes. Os jaçanãs possuem dedos muito longos. Por isso, caminham
por cima das folhas das plantas aquáticas com tanta segurança como se
estivessem em terra firme.
Gnorimopsar chopi, comumente chamada de GRAÚNA, é uma ave
passeriforme, de coloração geral preta com brilho violáceo e bico preto. Ou
de coloração geral preta com brilho azulado. Ambas as espécies, largamente
distribuídas no Brasil e países limítrofes. pertence a família dos
icterídeos, a mesma do chopim e do corrupião.
Vanellus chilensis, conhecido como tetéu, mome que só os nordestinos
conhecem, é na verdade a ave quero-quero da família Charadriidae. Ele mede
37 cm, peso 277 g. Possui um esporão pontudo, ósseo, com 1 cm de
comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o pescoço ao peito
e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da cabeça, tem um
desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem. A íris e as
pernas são avermelhadas. O esporão é exibido a rivais ou inimigos com um
alçar de asa ou durante o vôo. Sexos semelhantes. Vive em banhados e
pastagens; é visto em estradas, freqüentemente longe d'água.
No local também encontramos grande variedade de insetos, tendo como
destaque a diversidade de libélulas com cores diferentes. De nome
cientifico Aeshna cyanea, a libelinha, ou libélula, é um insecto alado
pertencente à sub-ordem Anisoptera. Predadora de insetos, inclusive o Aedes
aegypti e até pequenos peixes. Em um único dia pode consumir outros insetos
voadores até 14% do seu próprio peso. A água, onde elas frequentam, pode
ser considerada não poluída.
Percorrendo mais ainda o local, do outro lado da BR-222, passa-se por
pequenas extensões da Lagoa do Joaquim que completam o Rio Açailândia.
Alguns córregos como o Esperança estão totalmente secos, a lama formada no
local apresenta cor vermelho-prateada, acreditamos que seja devido ao
deposito de minerais e detritos.
Essa é a parte da trilha onde encontramos poluição significativa, pois
ao redor do córrego foram formadas três vilas – Tancredo, Ipiranga e
Capeloza - que diariamente eliminam grande quantidade de lixo domiciliar
nas pequenas quantidades de água que ainda percorrem o local.
O odor agora é mais forte do que o detectado anteriormente na Lagoa do
Joaquim, já que o esgoto das vilas desemboca diretamente na água do
córrego, e o que mais chama atenção é que o ser humano consegue conviver
normalmente com essa degradação do meio ambiente. No fim de nosso trajeto,
na entrada da Vila Capeloza, deparamos de um lado com pequeno lixão, do
outro com antigo local de extração de área de Açailândia. Em sumo esse
relatório mostra que Açailândia é um exemplo de como a explosão
populacional e o crescimento desordenado podem influenciar negativamente o
meio ambiente.