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PMI2201 - TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS
ESTUDO DE CASO 02 QUEIMA DE UMA PORCELANA
Prof. Douglas Gouvêa Prof. Samuel M. Toffoli Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Conteúdo 1. Matérias-Primas Utilizadas na Fabricação de Porcelanas a) Materiais “Plásticos” Argilas plásticas b) Materiais Não-Plásticos
3.
Queima - Revisão de Conceitos Físicos a)
Calorimetria
b)
Combustíveis e Combustão
c)
Generalidades Sobre a Queima de Argilas
d)
Principais Transformações de Fase
e)
Análises Térmicas
2. Classificação dos Materiais Cerâmicos à Base de Argila
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Análise Termica Diferencial
9
Análise Termogravimétrica
9
Análise Dilatométrica
f)
Queima
g)
Fornos Industriais
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Classificação dos Principais Materiais Cerâmicos à Base de Argilas
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Temperatura de queima (ºC) Tipo
Cerâmica
Matérias-primas
Majolica
Temperatura de esmaltação
900
1000-1100
(contêm Fe2O3) Argilas impuras, areia e fluxos
900
1000-1100
Cor e características especiais
Marrom-vermelho
Argilas “impuras”
vermelha comum
Primeira queima (biscoito)
Frequentemente não esmaltado Marrom e recoberta com um esmalte branco e opaco
Argila plástica ou caulim 50 % Louça de barro
Minerais feldspáticos 5-20 %
1050-1150
950-1050
Branca acinzentada
900-1000
1250-1350
Branca acinzentada ou branca
900-1000
1400
Branca e translúcida
Areia ou outros minerais de sílica 30-45% Caulim 30-40 %
Porcelana comum
Porcelana elétrica
Feldspato 15-25 % Quartzo 15-35 % Caulim 30-40 % Feldspato 15-25 % Quartzo 15-35 %
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Composição básica de uma porcelana ¾ MATÉRIAS-PRIMAS: 9 Plásticas Caulim Argila plástica 9 Não plásticas Quartzo (areia) Feldspato
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Argilas Plásticas ¾ Argila: 9 argilominerais
mineral presente em maior quantidade e que confere a plasticidade às argilas.
9 minerais associados
quartzo, etc.
9 matéria orgânica
estes materiais orgânicos conferem cor às argilas, a qual pode ir do negro ou cinza ao azul
apesar da cor inicial após a queima o material torna-se branco. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Materiais plásticos: argila caulinítica ¾ Argilomineral caulinita: Al2O3.2SiO2.2H2O. Fórmula exata: Al2Si2O5(OH)4. Argilomineral abundante e que dá nome à argila caulim. ¾ O termo “caulim” é derivado do nome de uma região do norte da China com o nome “Kao-Lin”. ¾ Este material é derivado da quebra e lixiviação de minerais como o feldspato. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Caulinita - Estrutura ¾ A estrutura da caulinita pode ser considerada como sendo composta de duas camadas (“folhas”), que se empilham inúmeras vezes: 9 Camada tetraédrica: silício e oxigênio. Cada silício encontra-se no centro de um tetraedro com quatro oxigênios nos vértices. 9 Camada octaédrica: íons alumínio e hidroxilas (hidróxido de alumínio ou gibsita)
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Caulinita vista em MEV (“SEM” )
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Argilas: reações durante o aquecimento reação endo/exo
Conseqüência da reação.
450-600
Endo
Desidroxilação e formação da meta-caulinita (2
925
Exo
As camadas da meta-caulinita se reestruturam de uma
T(ºC)
Al 2O 3.4SiO 2).
forma mais compacta tipo espinélio de composição aproximada 2 Al 2O 3.3SiO 2 com liberação de sílica. 1050-1100
Exo
A estrutura espinélio se tranforma em fase mulita com liberação de sílica que pode aparecer como cristobalita.
1200-1400
Continuação do desenvolvimento de cristobalita e mulita agora com uma composição consistente com 3 Al 2O 3.2 SiO 2
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Materiais Não-Plásticos
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¾ Os materiais não plásticos que constituem uma porcelana são: 9 a sílica (geralmente na forma do mineral quartzo). 9 o feldspato. ¾ Essas matérias-primas naturais têm a função de: 9 corrigir o excesso de plasticidade da massa cerâmica (sílica); 9 obter as propriedades desejadas em temperaturas de queima mais baixas (“fundentes” = feldspato).
¾ Podem ser utilizados para melhorar o empacotamento das partículas Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Sílica ¾ A sílica (SiO2) é o óxido mais abundante encontrado na crosta terrestre. ¾ Dá origem aos silicatos e também encontra-se presente na maioria dos materiais cerâmicos tradicionais fabricados pelo homem. ¾ Assim, é também um dos constituintes principais da porcelana. ¾ As formas alotrópicas mais estáveis da sílica são:
tridimita
cristobalita
quartzo
vidro
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Tridimita
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Cristobalita
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Quartzo
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Expansão Térmica da Sílica
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Importante: Mudança de Fases do Quartzo α ↔ β
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Vidro ¾ O vidro é a forma não cristalina da sílica. ¾ A formação do vidro de sílica pode ser conseguida pelo aquecimento do quartzo até sua fusão (T>1710 ºC). ¾ Contudo, a introdução de óxidos de metais (Na2O, K2O, CaO, etc.) pode promover a formação de vidro em temperaturas mais baixas, através da quebra das ligações entre os tetraedros e desorganização da estrutura cristalina (⇒ vidro comercial). ¾ Fontes dos íons de metais alcalinos são, de uma forma geral, os feldspatos e a barrilha (Na2CO3).
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Feldspatos ¾ Os materiais à base de feldspatos são utilizados como “fluxos” ou “fundentes”. Eles são a origem de metais alcalinos como o Na+ e K+ para a formação de vidro durante a queima de materiais cerâmicos como as porcelanas e louças (massas triaxiais). ¾ Os feldspatos mais comuns são o ortoclásio (K2O.Al2O3.6SiO2), a albita (Na2O.Al2O3.6SiO2), ou solução sólidas deles. ¾ O ortoclásio (feldspato potássico) começa sua decomposição a cerca de 1160ºC e funde completamente em torno de 1290ºC. ¾ A albita (feldspato sódico) funde a 1160ºC.
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Principais reações químicas durante a queima de uma porcelana (massa triaxial) Temperatura (oC) T < 200 200 – 400 573 450 – 600
Transformação Eliminação de umidade residual Queima da matéria orgânica Inversão do quartzo α para β, com expansão volumétrica Desidroxilação da caulinita, com retração volumétrica
950
Formação de espinélio e mulita, a partir dos cristais de caulinita
1100
Início da fusão do feldspato e da mica, formação de fase vítrea
T > 1200
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Vitrificação completa, retração volumétrica máxima
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Altas Temperaturas ⇒ SINTERIZAÇÃO ¾ Etapa fundamental durante o processo de queima do material cerâmico ⇒ eliminação da porosidade. ¾ É preciso lembrar que esses materiais cerâmicos, quando conformados, são, na verdade, apenas partículas empacotadas, desde muito finas até algumas grossas. ¾ As partículas finas (principalmente) apresentam um excesso de energia livre G, dado por:
9 dG = γ dA (Força Motriz)
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Sinterização
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Microestruturas Cerâmicas
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ANÁLISES TÉRMICAS ¾ As análises mais utilizadas para a caracterização das transformações que ocorrem durante a queima de uma porcelana são:
Análise Térmica Diferencial (DTA)
Análise Termo-Gravimétrica (TG)
Análise Termo-Dilatométrica (TD)
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Análise Termo-dilatométrica ¾ A análise termo-dilatométrica, ou dilatometria, permite verificar as variações de dimensão de uma amostra durante o tratamento térmico.
ΔL/Lo
0
Temperatura Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Porosimetria ao Mercúrio ¾ A técnica de porosimetria ao mercúrio é bastante útil para acompanhar as modificações da porosidade de um material cerâmico durante sua queima. ¾ Com uma análise de aproximadamente 30 min é possível obter a distribuição do tamanho de poros, a área específica e a densidade aparente do material. ¾ A técnica consiste em se pressionar mercúrio contra uma amostra porosa e observar a quantidade de mercúrio que entra nesses poros em função da pressão aplicada.
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Espalhamento ¾ Quando temos um líquido que é depositado sobre um sólido sua forma final é dada pela mínimo de energia do sistema.
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Equilíbrio dos tensores
γLV
γSL
θ
γSV
no equilíbrio: γSV = γLV cos θ + γSL Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Três condições podem ser observadas
θ > 90 0 não molha θ < 90 0 molha θ=00 espalha Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica - USP
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Porosimetria ao Hg
mercúrio
D
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Equação de Washburn
F = − π D γ cos θ
D=
FEXT
π D2 P = 4
− 4 γ cos θ P
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Distribuição do tamanho de poros
região I DM
VM
região II VM / 2 região III
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Distribuição do tamanho de poros
região I
região II
região III
DM
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Área Específica
d W = γ ⋅ cos θ ⋅ d A
γ ⋅ cos θ ⋅ dA = − P ⋅ dV
A=
(
− ∫ P.dV
)
(γ ⋅ cos θ)
∑ ΔA = −
(∑ P ⋅ ΔV ) (γ ⋅ cos θ)
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Densidade Aparente
Vcal =
ρ aparente =
(m cheio
com Hg
− m vazio )
ρ Hg
m amostra ⎛ m pentr + amostra +Hg − m pentr + amostra Vcal − ⎜ ⎜ ρ Hg ⎝
⎞ ⎟ ⎟ ⎠
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