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Estudar as rochas
As casas são construídas de ladrilhos, cimento, madeiras, etc. Da mesma
maneira, as montanhas, os vales e as planícies da superfície terrestre são
formados por rochas de diferentes tipos. As rochas são o elemento sólido
que dá forma à crostas terrestre como se fosse um verdadeiro material de
construção. O modo como o "edifício" da Terra é construído determina a
distribuição dos recursos naturais na superfície da terrestre e,
consequentemente, a maneira pela qual podem ser aproveitados. São três os
tipos de rochas existentes. Vejamos cada uma delas:
Rochas Magmáticas
Essas rochas são resultantes da solidificação ou consolidação do magma –
daí o nome rochas magmáticas. Elas também são conhecidas como rochas
ígneas, pois tiveram origem em ambiente de elevada temperatura (a palavra
ígnea vem do latim igni: fogo).
O magma é um material pastoso que, há bilhões de anos, deu origem às
primeiras rochas de nosso planeta, e ainda existe no interior da Terra,
como comprovam as erupções vulcânicas.
A solidificação do magma pode ocorrer de duas maneiras: na superfície (ou
quase à superfície) e no interior da Terra.
- Resfriamento Superficial: O magma que chega à superfície sofre rápido
resfriamento, pois a temperatura da superfície terrestre é bem menor do que
a dele.
O resfriamento rápido não permite que se formem grandes cristais no
processo de formação da rocha.
As rochas magmáticas assim formadas recebem o nome de rochas magmáticas
vulcânicas ou extrusivas (a palavra extrusiva está relacionada à
"exterior", "fora de"). É o caso, por exemplo, da lava vulcânica, que se
solidifica na superfície da Terra ao ser expelida por um vulcão.
O exemplo mais comum desse tipo de rocha é o basalto, abundante em várias
regiões do planeta. Ele é utilizado como paralelepípedo para calçamento de
ruas. Quando partido em pequenos pedaços, o basalto é utilizado como pedra
britada pela construção civil.
- Resfriamento em Profundidade: Quando o magma, em seu movimento de
ascensão à superfície da Terra, se esfria e se solidifica ainda no interior
do planeta, forma as rochas magmáticas plutônicas ou intrusivas (a palavra
intrusiva está relacionada a "interior", "dentro de"). Nesse caso, o
resfriamento do magma é lento, permitindo a formação de grandes cristais. É
por isso que nesses tipos de rochas, os cristais são visíveis a olho nu.
São também chamadas de rochas cristalinas.
O exemplo mais comum de rocha magmática plutônica, intrusiva ou cristalina
é o granito. O granito também é muito utilizado como paralelepípedo para
calçamento de ruas e pavimentos. Quando polido, é bastante utilizado como
tampo de pia de cozinha e de banheiro, além de muitas outras aplicações na
construção civil.
Outro fenômeno de transformação do magma também ocorre, quando este entra
em contato com a água: a lava esfria-se rapidamente. Os gases que ela
contém são eliminados e forma-se uma rocha cheia de poros (buracos). Essa
rocha, que parece uma espuma endurecida, é conhecida como Pedra-Pomes
(Pomes vem do latim e significa espuma) e pode ser usada para polir
superfícies ou para amaciar a pele e eliminar calosidades.
Do que é formado o granito?
As rochas são formadas por minerais. A maioria delas compõe-se de vários
tipos de minerais.
O granito, por exemplo, apresenta grãos de várias cores e brilhos. Esses
grãos são os minerais que compõem a rocha.
Minerais são elementos, ou substâncias químicas, geralmente sólidos,
encontrados naturalmente na Terra.
Há mais de 2 mil minerais diferentes. Eles são compostos pela união de
vários tipos de elementos, como silício, oxigênio, alumínio, cálcio e
ferro, As diferenças entre os minerais devem-se aos diferentes tipos de
elementos que compõem e também à maneira como esses elementos estão
arranjados.
Os minerais encontram-se desigualmente distribuídos na crosta terrestre.
Nenhum país possui, em seu território, todos os minerais dos quais a
sociedade industrial necessita e em quantidade suficientes. Há, portanto,
uma interdependência dos países no que diz respeito à produção mineral.
Alguns países têm riquezas minerais e industriais que as exploram, mas não
têm um parque industrial que absorva a produção. Outros países têm grande
parque industrial, porém seu subsolo é pobre em riquezas minerais e, por
isso, precisam importá-las. É o caso, por exemplo, do Japão, que é um
grande importador de minério de ferro do Brasil.
Para identificar um mineral, os cientistas analisam algumas de suas
propriedades, como a cor, a dureza, o tipo de cristal que ele forma, a
transparência, o brilho, e outras.
O granito é formado principalmente por três tipos de minerais: o quartzo, o
feldspato e a mica.
Os grãos que aparecem em cinza-claro no granito correspondem a grãos de
quartzo. A cor preta ou cinza-escuro corresponde a pequenos grãos de mica.E
pó fim o feldspato, apresentado por diversas tonalidades: amarela, branca,
rosa, verde.
Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares são formadas com grãos de outras rochas que se
depositam em camadas e se solidificam. Vamos ver como isso acontece.
Se você deixa um pedaço de sabão na chuva, verá que ele diminui de tamanho:
a água retira e leva embora, aos poucos, partículas de sabão. Com as
rochas, acontece a mesma coisa, só que bem lentamente, ao longo de muito,
muito tempo.
Chuva, vento, água dos rios, ondas do mar: todos esses fatores vão, aos
poucos, desgastando as rochas e quebrando-as em pequenos grãos. Lentamente,
ao longo de milhares de anos, até o granito mais sólido se transforma em
pequenos fragmentos (pedaços). Esse processo é chamado intemperismo.
Intemperismo vem de intempérie, que significa "mau tempo". No processo de
intemperismo também atuam as mudanças de temperatura provocadas pelo calos
e pelo frio.
Os ventos ou a água da chuva transportam os pequenos grãos de minerais,
também chamados sedimentos, até o fundo de rios, lagos ou oceanos. Esses
grãos se depositam em camadas e se acumulam ao longo do tempo. O peso das
camadas de cima comprime as camadas de baixo, que vão ficando cada vez mais
compactas e acabam endurecendo. Os grãos ficam grudados, ou cimentos, uns
aos outros. Surge, assim, uma rocha sedimentar. Mas não se esqueça; tudo
isso leva milhares ou até milhões de anos para acontecer.
As rochas sedimentares são também denominadas rochas estratificadas (de
estrato, que quer dizer "camada"), pois se apresentam em camadas de
sedimentos.
Na formação de rochas sedimentares, as camadas sucessivas podem cobrir
também restos de plantas e animas. O animal ou planta morre e seu corpo,
antes se ser decomposto por microorganismos, é coberto por milhares de
grãos de minerais.
São exemplos de rochas sedimentares: o arenito, a argila e o carvão
mineral.
Grandes áreas do território brasileiro são ocupadas pelas rochas
sedimentares, como as planícies da Amazônia e do Pantanal.
Alguns tipos de rochas Sedimentares:
- Arenito e Argilito
A formação do arenito começa quando rochas como o granito se desintegra aos
poucos pela ação do intemperismo. Com o tempo as chuvas e os ventos
desgastam o granito, que vai se esfarelando e soltando grãos. Os grãos de
quartzo do granito formam a areia.
Areia e as dunas de areia, porém, não são rochas: são fragmentos de rochas.
O arenito se forma quando os grãos de quartzo se depositam no fundo do mar
ou em depressões e ficam submetidos a um aumento de pressão ou de
temperatura. Os grãos ficam cimentados e endurecidos e forma o arenito, uma
rocha sedimentar que é usada em pisos.
A desintegração do feldspato, em mineral encontrado no granito, pelas
chuvas dá origem à argila. O argilito se forma pelo depósito de grãos de
argila. que são muito mais finos que os grãos de areia.
- Calcário
O acúmulo de esqueletos, conchas e carapaças de animais aquáticos ricos em
carbonato de cálcio, que é um tipo de sal, pode formar outra variedade de
rocha sedimentar, o calcário.
O calcário é usado na fabricação do cimento e da cal. guas do mar avançavam
sobre os continentes, recobrindo porçentar, o calcrganismos, tas e animasi.
eza, o tipo de cristal que el
Por que somente nas bacias sedimentares pode haver carvão mineral e
petróleo?
No decorrer do tempo geológico houve que as águas do mar avançaram sobre os
continentes, recobrindo ? de terra. Muitas florestas também foram
encobertas e os detritos existentes nas águas do mar depositaram-se sobre
as florestas inundadas, provocando a sedimentação dessas áreas. No decorrer
de milhões de anos, a madeira dessas florestas trasnformou-se em carvão
mineral. Vê-se, assim, que só existem condições de formação de carvão
mineral em áreas sedimentares.
A formação do petróleo é semelhante à do carvão mineral: originou-se da
deposição de microorganismos (principalmente animais) em bacias
sedimentares, Estas podem existir tanto no oceano quanto nos continentes.
Os microorganismos sedimentados transformaram-se, ao longo de milhões de
anos, e deram origem ao petróleo. Essa transformação também só é possível
nas bacias sedimentares.
O carvão mineral e o petróleo são duas importantes fontes de energia
utilizadas pelo ser humano. Sua extração é realizada por grandes empresas:
as indústrias extrativistas minerais.
Rochas Metamórficas
A palavra metamórfica vem de metamorfose, que quer dizer "transformação".
As rochas metamórficas se originam de uma transformação de rochas
magmáticas ou sedimentares. Só que, neste caso, a transformação altera a
organização dos minerais. Surge, então, uma nova rocha, com outras
propriedades e, às vezes, outros minerais.
A transformação é provocada por intensas pressões ou por elevadas
temperaturas. Quando, por exemplo, movimentações na crosta da Terra
empurram uma rocha sedimentar para regiões mais profundas, de maior pressão
e temperatura, ela sofre mudanças na organização de seus minerais e se
transforma em uma rocha magmática.
São exemplos de rochas metamórficas o gnaisse e o mármore.
O gnaisse origina-se da transformação do granito, que é uma rocha magmática
intrusiva. Os morros do Pão de Açúcar e da Urca (dos bondinhos), na cidade
do Rio de Janeiro, são exemplos de gnaisse.
O mármore origina-se da metamorfose do calcário, que é uma rocha
sedimentar. Quando polido, é de grande beleza e é muito utilizado na
construção civil como piso de residências e edifícios, como tampo de pias
de cozinhas e banheiros, além de ter muitas outras aplicações, inclusive na
escultura.
Outro exemplo de rocha metamórfica é a ardósia, usada em pisos. A ardósia
se origina pela transformação do argilito.
Resumindo...
Como vimos às rochas magmáticas são formadas tanto pelo resfriamento e
solidificação do magma no interior da Terra como pela solidificação da lava
expelida pelos vulcões.
Mais as rochas magmáticas – e também as metamórficas – podem ser quebradas
em pequenos fragmentos (pedaços) que se acumulam em camadas de sedimentos e
acabam se transformando, por compressão, em rochas sedimentares.
Vimos também que as rochas sedimentares, e também as magmáticas, sob a ação
da pressão elevada e de altas temperaturas, podem se transformar em rochas
metamórficas.
Essas mudanças formam, portanto, um ciclo, no qual uma rocha, ao longo de
muito tempo, pose ser transformar em outra, que se transforma em outra e
assim por diante. Este é o ciclo das rochas.
Portanto as rochas não são elementos estáticos da paisagem. Muito pelo
contrário. Transforma-se continuamente, embora no curto período de uma vida
humana essas transformações não sejam vistas em ação. Rompe-se, fundem-se,
recristalizam-se, reoganizam-se para formar novas rochas.
Para Saber Mais...
Como a Terra roxa se formou?
A terra roxa, um tipo de solo fértil e rico em ferro que costuma ser
empregado na lavoura de café nos estados de São Paulo e Paraná, formou-se
há cerca de 200 milhões de anos, com a separação dos continentes da África
e da América do Sul. O magma subiu à superfície por fendas abertas na
crosta e as lavas se espalharam por uma grande camada de rocha, o basalto.
Com o tempo o basalto se fragmentou (partiu-se em pequenos pedaços) e
sofreu mudanças pela ação da chuva, do vento e de outros fatores. Todos
esses fatores, agindo em conjunto, deram origem à terra roxa.