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ESTÁTICA – DEC 3674
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3 Estática das estruturas planas 3.1 Cálculo das reações vinculares - apoios 3.1.1 Condições de equilíbrio estático O equilíbrio estático de uma estrutura bidimensional (a estrutura considerada, as forças sobre ela aplicadas, as conexões e vínculos estão contidas no plano da figura) é dado por: Σ FH = 0
Σ FV = 0 e Σ M(i) = 0
Sendo i um ponto qualquer da estrutura. Veja a figura abaixo. FH 1,0 m A
D
C
ΣFH = 0
B
F1 5 kN
RHC ΣM(i) = 0 F2
10 kN 4,0 m
2,0 m
ΣFV = 0
RVC
Me
Md C
Σ FH = 0
Não existem forças horizontais aplicadas, portanto RHC = 0.
Σ FV = 0
As forças verticais atuantes são FA = 5 kN e FB = 10 kN, portanto RVC = 15 kN
Σ M(i) = 0 Para qualquer ponto da estrutura, os momentos a esquerda e à direita deste ponto, deverão ser de mesma intensidade e sentidos opostos, i é, sua soma deve ser nula. Σ M(C) = 0
5 x 4 = 10 x 2
20 (anti-horário) = 20 (horário)
Isto vale para qualquer ponto da estrutura, más, alguns pontos oferecem algumas facilidades, por exemplo, a somatória dos momentos no ponto C, não considera a reação RVC pois esta está aplicada no ponto C e portanto seu braço é nulo. O ponto D, ao contrário, considera todas as forças aplicadas na estrutura. Σ M(D) = 0
5 x 1 = (10 x 5) – (15 x 3)
5 (anti-horário) = 5 (horário)
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3.1.2 Cálculo das reações de apoio Determinar as reações de apoio para as vigas representadas abaixo
P ℓ/2
A
P ℓ/2
ℓ
A
x
A
B
P
B
ℓ
a)
ℓ
b)
p
B
A
p
B
ℓ
A kℓ
ℓ
d)
e)
B
A
B
a
ℓ f)
p1
p
Kℓ
c)
p A
B
x
P
p2
A
B
ℓ
A
B
ℓ
g)
Kℓ
ℓ
h)
i)
p = 12 kN/m
P = 20 kN
p = 15 kN/m
A
A
B 2,0 m
1,2 m
1,2 m
1,0 m
60º
p = 12 kN/m B 5,0 m
2,0 m
1,0 m
P = 20 kN
2,0 m k)
j)
A figura abaixo mostra uma Viga Gerber. São três vigas, sendo que a central é apoiada nas extremidades dos balanços das outras duas. Como devem ser os apoios E e F? Determine todas as reações. p = 12 kN/m
A 1,2 m
B 4,0 m
E 1,2 m
F 3,0 m
C 1,2 m
D 4,0 m
1,2 m
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3.2 Análise de treliças pelo método dos nós Nas treliças os nós são articulações perfeitas, sem força de atrito, as forças são aplicadas apenas nos nós e, as barras transmitem apenas esforços normais. Para o equilíbrio do nó devem ser satisfeitas as seguintes equações: Σ Fx = 0 Exemplo 01:
1000
1000
Σ Fy = 0
e B
B
β
3,0 m
3,0 m
4,243 m
A
RHA
C
A
3,0 m
tg β = 3/3 = 1
tg α = 3/3 = 1
C
3,0 m RVA
α
RVC
α = β = 45º
sen 45º = cos 45º = 0,7071
Reações: Σ M(A) = 0
0 = RVCx3 - 1000x3
RVC = 1000
Σ Fx = 0
0 = RHA + 1000
RHA = -1000
Σ Fy = 0
0 = RVA + RVC
RVA = -1000
Equilíbrio dos nós
(+) Tração
(-) compressão 1000 N
Nó B Σ FH = 0 = 1000 + RBC sen β
FBC = -1000 / sen β
Σ FV = 0 = RBA + FBC cos β
FAB = - FBC cos β = 1000 N
B FBA
FBC = - 1414,2 N
β
FBC
FCB
Nó C Σ FV = 0 = RVC + FCB sen α
FCB = - RVA / sen α = -1414,2 N ok!!!!!!
Σ FH = 0 = FCA + FCB cos α
FCA = - FBC cos α = 1000 N
Nó A
α FCA
RVC
RHA
Σ FV = 0 = RVA + FAB
FAB = - RVA = 1000,0 N ok!!!!!!
Σ FH = 0 = RHA + FAC
FAC = - RBA = 1000,0 N ok!!!!!!!
C
FAB A
FAC RVA
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Solução Final
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1000 N
Observe que foi feito equilíbrio dos
45º
nós. Se a barra é tracionada ela
FBC = FCB = - 1414,2 N Compressão na barra
FAB = FBA = 1000,0 N Tração na barra
comprime o nó e vice-versa. Assim, uma força de tração no nó implica em
45º
uma de tração na barra, com mesma
1000 N 1000 N
intensidade e direção.
FAC = FCA = 1000,0 N Tração na barra
1000 N
Exemplo 02: Calcular a treliça abaixo Reações de apoio
3,0 m B
C
500 N
B4
500 N
3,0 m B2
B3
B5
B1
B7
2,5981 m
H
B6
A 3,0 m
E 1000 N 3,0 m
3,0 m
RHA RVA
D
3,0 m 1000 N
RVD
Σ M(A) = 0 = (-1000x3)+(-500x2,5981)+RVDx6
RVD = 716,51 N
Σ Fx = 0 = RHA + 500 = 0
RHA = -500 N
Σ Fy = 0 = RVA + RVD - 1000 = 0
RVA = -716,51 + 1000
RVA = 283,49 N
Equilíbrio dos nós Nó A B2 60º RHA RVA
B1
Σ Fy = 0 = RVA + B2 sen60º
B2 = - 327,35
Σ Fx = 0 = RHA + B2 cos60º+B1
B1 = +500+163,68 = 663,68
Nó B
B2
60º
B4 60º B3
Σ Fy = 0 = B2 sen30º + B3 sen30º
B3 = -B2 = + 327,35
Σ Fx = 0 = -B2 cos60º + B4+ B3 cos60º
B4 = 2x(-327,35x0,5) = -327,35
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Nó E B3 60º B1
B5 60º B6 1000
Σ Fy = 0 = B3 sen60º + B5 sen60º-1000
B5 = (1000-327,35/2) / 0,866 B5 = 827,35
Σ Fx = 0 = -B1-B3 cos60º+B5 cos60º+ B6 B6 = 663,68 + 327,35x0,5 – 827,35x0,5
B6 = 413,68
Nó C B4 B5
500 60º 60º B7
Σ Fy = 0 = B5 sen60º + B7 sen60º
B7 = -B5 = - 827,35
Σ Fx = 0 = -B5 cos60º - B4+ B7 cos60º+500 0 = -827,35x0,5 + 327,35 – 827,35x0,5 + 500 = OK!!!!!!!!
Nó D B7 60º B6
Σ Fy = 0 = B7 sen60º + 716,51
B7 = -716,51/0,866 = - 827,35
Σ Fx = 0 = -B7 cos60º - B6 RVD 716,51
B
B6 = 0,5x827,35 = 413,68
Resultados
C 500 N B4
RVD = 716,51 N B5
B3
B2
B7
RHA = -500 N RVA = 283,49 N
A RHA RVA
B1
E
B6 1000 N
D RVD
B1 = 663,68
Tração
B5 = 827,35
Tração
B2 = - 327,35
Compressão
B6 = 413,68
Tração
B3 = 327,35
Tração
B7 = - 827,35
Compressão
B4 = -327,35
Compressão
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3.3 Análise de treliças pelo método das seções – Processo de Ritter Separando uma treliça em duas partes, por um corte imaginário, as cargas aplicadas numa das partes devem formar um sistema em equilíbrio junto com as forças incógnitas, agindo nas barras cortadas. Em muitas treliças as barras são distribuídas de tal forma que o corte encontra apenas 3 barras. As 3 condições de equilíbrio de uma das partes são então suficientes para obter as 3 incógnitas. O processo de RITTER baseia-se neste raciocínio e usa como condição de equilíbrio três equações de momento, escolhendo como pontos de referência os pontos de encontro de duas das forças incógnitas. Desta forma cada equação de equilíbrio conta com apenas uma incógnita. 12 KN F
VA
E
4
HA
5
8
9
10
1 3,36 m
11
2 C
A
12 KN
6
18 KN
3,36 m 10,08 m
G
VB 1,26 m
15 KN
7
3 D
2,24 m
13,5 KN
B 3,36 m
Cálculo das reações Σ M(A) = 0
= 15x1,68 - 18x3,36 – 13,5x2,24 – 12x5,04 – 12x8,4 + VBx10,8 = 0 VB = (25,2 – 60,48 – 30,24 – 60,48 – 100,8) / 10,8 = 22,5 kN
Σ Fy = 0
VA = -15 + 18 + 12 + 12 – 22,5
Σ FX = 0
HA = 13,5 kN
VA = 4,5 kN
Agora vamos fazer um corte imaginário passando pelas barras 5, 8 e 1 separando a treliça em duas. A figura a seguir mostra a parte esquerda da treliça com os pontos de referência das 3 equações de ΣM = 0. Os pontos A, E e C são nós, o ponto O foi procurado como interseção das barras 1 e 5. Os braços r1, r5 e r8 devem ser calculados como alturas de triângulos.
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Observe que a “grande dificuldade” nesses problemas é a determinação dos ângulos dos triângulos e braços de alavanca da forças, ou seja, nenhuma. Basta um pouco de atenção, veja:
F5 α
2,24–1,26 = 0,98
tgα = 0,98/5,04 = 0,2917
3,36
α = 16,26º
F5
r8
O
α x1
r1 é dado do problema.
α
θ
E r1
θ
A
r1 = 1,26 e no triangulo hachurado acima
tgα = 0,98/5,04 = 0,2917 = (r1) / (x1 + 0,5 . 3,36) ∴ x1 = 2,64 tgθ = 1,26 / (0,5 . 3,36) = 0,7619 senθ = (r8) / (2,64 + 3,36)
θ = 36,87º
r8 = 3,60 m
F5 E O
α x1
r5
A
no triangulo hachurado acima
senα = (r5) / (x1 + 3,36)
∴ r5 = 1,68
PRONTO !!!!!!!!!!
Σ M(O) = 0 = 15x(4,32) + 4,5x2,64 – N8x3,6
N8 = 21,3 kN
Σ M(C) = 0 = 15x(1,68) + 4,5x3,36 + N5x1,68
N5 = -24,0 kN
Σ M(E) = 0 = 13,5x(1,26) + 4,5x1,68 – N1x1,26
N1 = 19,5 kN
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Observe que a grande vantagem do método das seções é possibilitar a determinação dos esforços em barras sem a necessidade de resolver a treliça inteira. Tanto faz estabelecer as equações de equilíbrio com as forças aplicadas na parte esquerda ou na parte direita da treliça. Escolhe-se aquela parte na qual se encontram menos forças externas que é a parte esquerda no exemplo. Toda parcela recebe seu sinal conforme o sentido de giro em relação ao ponto em questão, considerando arbitrariamente um dos dois sentidos como positivo. As incógnitas são supostas como trações nas barras; quando resulta um valor positivo, a barra recebe tração como aconteceu nas barras 1 e 8; quando o resultado é negativo, a barra recebe compressão como a barra 5.
Se a configuração da treliça não permite cortes que passem por apenas 3 barras, o processo de RITTER não pode ser aplicado. Uma exceção é a "treliça K" muito usada em contraventamentos de pontes metálicas. O corte indicado na figura II encontra as barras 3, 11, 23, 33. As forças nas barras 11, 23, 33 passam pelo ponto d e desta forma resulta N3 diretamente da equação Σ Md = 0.
1 7
2
8 21
20
9 22
30
A
10 23
3 11 24
33
4
12 25
13 26
34
14 27
5 15 28
35
6 17
16 29
18 31
19
30 37
36
B
Exercício: Resolva a treliça abaixo pelo método das seções B 3,0 m HA A RA
2 1 3,0 m
4
3,0 m
3
C
500 N
5 E 1000 N
7
3,0 m
6 D RB
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4 3 2 B 3,0 m HA
4
2
3
A RA
C
h = 3,0 . sen 60º = 2,5981 m
500 N
5
7
E
1 3,0 m
α = 60º (Triângulo eqüilátero)
4 5 6 3,0 m
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Observe que são conhecidos:
3,0 m
RHA = 500,00 N,
6 D RB
1000 N
RVA = 283,49 N e RVD = 716,51 N
B
4
2
ΣM(E) = 0
1
(1)
B4 = - 327,3461
3
ΣM(A) = 0 HA
B4 . h + 3 . RVA = 0
B4 . h + B3 . h = 0
(2)
E
B3 = - B4 = 327,3461
A RA
ΣM(B) = 0
1,5 . RA + HA . h = B1 . h
(3)
B1 = (1,5x283,49 + 500x2,5981) / 2,5981 B1 = 663,5949
B1 = 663,68
Tração
B3 = 327,35
Tração
B4 = -327,35 Compres
Observe que foram encontrados os mesmos resultados obtidos pelo equilíbrio dos nós, mas agora se obteve os valores diretamente nas barras desejadas.