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Esquema De Weende

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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de ciências Agrárias Zootecnia Esquema de Weende E de Van Soest Ariadne Silva Nunes Rondonópolis 10 de maio de 2012 Esquema de Weende O método WEENDE foi desenvolvido em 1984 na Estação Experimental de Weende, na Alemanha, e desde então tem sido utilizado nas análises de alimentos para animais. É conhecido como método de análise centesimal ou proximal e consiste basicamente nas determinações de: Matéria Seca Gorduras ou Extrato Etéreo Fibra Bruta Proteína Bruta Matéria Mineral ou Cinzas Extrato não nitrogenado Matéria Seca Para efeitos deste esquema entende-se por umidade a perda de peso sofrida pela amostra quando seca a 100-105 ºC até peso constante. A determinação é feita recorrendo a uma estufa elétrica, se possível com circulação forçada. Trata-se de uma técnica susceptível de numerosas críticas. Basta considerar o facto de por este método serem englobadas na humidade as substâncias voláteis eventualmente existentes, conduzindo por isso a erros por excesso. Por outro lado, nalguns alimentos parte da água encontra-se dificilmente acessível, podendo não ser completamente eliminada pela dessecação efetuada, conduzindo então a erros por defeito. Material: Pesa filtros Excicador Estufa de secagem (100-105 ºC) Balança analítica (0,0001 g) Almofariz Modo operatório: O método usualmente adotado compreende os seguintes passos: a) Se necessário, macerar no almofariz uma pequena quantidade da amostra, até esta se encontrar bem triturada e homogênea. b) Pesar o pesa-filtros vazio, tomando nota do seu número (nota: o pesa-filtros deve ter sido previamente mantido a 100-105 ºC durante pelo menos 30 minutos e arrefecido em excicador antes da pesagem). c) Pesar rigorosamente cerca de 2 g de amostra (com uma precisão de 0,0001 g) utilizando o pesa-filtros já tarado. d) Secar a 100-105 ºC na estufa durante 4 horas. e) Arrefecer o pesa-filtros no excicador. f) Depois de arrefecido pesar rigorosamente o pesa-filtros com a amostra seca . Resultados: Determinar a percentagem de umidade do alimento (g de água por 100 g de alimento) com base no peso inicial da amostra húmida e no seu peso final seco. CINZA Entende-se por cinza o resíduo calcinado obtido submetendo a amostra a uma temperatura de 550 ºC numa mufla. A temperatura escolhida afeta obviamente os valores obtidos uma vez que se for demasiado baixa dificulta a calcinação da amostra e se for muito alta provocará decomposição e perda de alguns elementos minerais. Material: Cápsulas de sílica ou porcelana Excicador Mufla Balança analítica (0,0001 g) Almofariz Modo operatório: O método usualmente adoptado compreende os seguintes passos: a) Se necessário, macerar no almofariz uma pequena quantidade da amostra, até esta se encontrar bem triturada e homogenea. b) Pesar a cápsula vazia, tomando nota do seu número (nota: a cápsula deve ter sido previamente colocada na mufla a 550 ºC e arrefecida em excicador antes da pesagem). c) Pesar rigorosamente cerca de 2 g de amostra (com uma precisão de 0,0001 g) utilizando a cápsula já tarada. d) Calcinar na mufla a 550 ºC até se obter um resíduo branco (durante cerca de 4 horas). NOTA: No caso da amostra permanecer escura trata-se o resíduo com HNO3 concentrado calcinando de novo. e) Arrefecer em excicador. f) Depois de arrefecido pesar rigorosamente a cápsula contendo a cinza (assegure-se que está a utilizar a cápsula correta correspondente ao número referido em a). Resultados: Determinar a percentagem de cinza do alimento (g de cinza por 100 g de alimento) relativamente à matéria original e relativamente à matéria seca (é necessário entrar em conta com o teor de humidade encontrado em 1.1) GORDURA BRUTA Entende-se por gordura bruta a fracção da amostra extraída por um solvente orgânico num extractor de Soxhlet. Material: Extractor de Soxhlet (incluindo cápsulas de alumínio e cartuchos de filtro de papel) Excicador Balança analítica (0,0001 g) Almofariz Modo operatório: NOTA: A determinação da gordura é feita num extractor de Soxhlet. Devido à falta de tempo para treinar os alunos no correto funcionamento deste tipo de equipamento especializado, apenas lhes caberá a preparação inicial da amostra e a sua pesagem final. O processo de extração será efetuado por um técnico de laboratório, sendo embora apresentado e explicado aos alunos. O método usualmente adotado compreende os seguintes passos: a) Se necessário, macerar no almofariz uma pequena quantidade da amostra, até esta se encontrar bem triturada e homogênea. b) Pesar a cápsula de alumínio vazia, tomando nota do seu número (nota: a cápsula deve ter sido previamente colocada na estufa a 100-105 ºC e arrefecida em excicador antes da pesagem). c) Pesar rigorosamente cerca de 5 g de amostra (com uma precisão de 0,0001 g) e introduzi-la com o devido cuidado dentro dum cartucho de filtro de papel. d) Colocar um pouco de algodão a tapar o cartucho e introduzir o cartucho no suporte, tomando nota do seu numero de posição. e) O processo de extração será efetuado num extrato de Soxhlet por um técnico do laboratório. f) Após a extração, pesar a cápsula contendo a gordura (assegure-se que está a utilizar a cápsula correta correspondente ao número referido em a). Resultados: Determinar a percentagem de gordura bruta no alimento (g de gordura por 100 g de alimento) relativamente à matéria original e relativamente à matéria seca (é necessário entrar em conta com o teor de umidade encontrado em 1.1). PROTEÍNA BRUTA Entende-se por proteína bruta o resultado obtido multiplicando pelo factor 6,25 o valor de % de azoto total determinado pelo método de Kjeldhal. Este resultado só é correcto quando: i – todo o azoto presente na amostra for de natureza proteica i – a % de azoto nas proteínas for de 16% (100/16 = 6,25) É evidente que tais condicionalismos não se verificam na generalidade dos casos surgindo então a necessidade de se adotarem outros factores para além de 6,25 para determinados alimentos. A FAO (Food and Agriculture Organization) recomenda o uso do fator 6,25 sempre que não se disponha de outro reconhecidamente mais adequado, devendo, contudo vir devidamente assinalado na apresentação dos resultados qual o fator utilizado nos cálculos. Na Tabela 1.1 (página 8) apresentam-se os fatores para o cálculo da proteína bruta para alguns produtos. Existem várias técnicas de análise de Kjeldhal sendo as mais utilizadas a técnica macro e a técnica semi-macro. Neste trabalho a determinação da proteína será efetuada segundo a técnica semi-macro, enquanto que a técnica macro será utilizada num trabalho experimental da disciplina de Nutrição Vegetal e Fertilidade dos Solos. Algodão 5,30 Canhamo 5,30 Gergelim 5,30 Girassol 5,30 Linho 5,30 Ovos 6,25 Cereais: Frutos Secos: Carne 6,25 Arroz 5,95 Amêndoa 5,18 Gelatina 5,5 Aveia 5,83 Amendoim 5,30 Leite 6,38 Centeio 5,83 Avelã 5,30 Leguminosas: Cevada 5,83 Caju 5,30 Ervilha 5,46 Mileto 5,83 Castanha 5,30 Fava 6,20 Milho 6,25 Cast.-maranhão 5,46 Feijão 6,25 Sorgo 6,25 Noz 5,30 Feijão Frade 6,25 Trigo (farelo) 6,31 Noz americana 5,30 Soja 5,71 Trigo (int.) 5,83 Pinhão 5,30 Tremoço 5,80 Trigo (endos.) 5,70 Pistachio 5,30 Oleaginosas: Trigo (embr.) 5,80 1.4.1 – Técnica Semi-macro Material: Aparelho de destilação Balões de Kjeldhal de 300 mL Bloco de digestão Almofariz Balança analítica (0,0001 g) Erlenmeyers de 100 mL Funil Balões volumétricos de 250 mL Pipetas e buretas várias Reagentes: Ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado Hidróxido de sódio (NaOH) 40% Ácido bórico (H3BO3) 4% Sulfato de cobre (CuSO4) Ácido clorídrico (HCL), conc. variável Sulfato de potássio (K2SO4) Indicador misto (verde de bromocresol com vermelho de metilo) Modo operatório: NOTA: A determinação do azoto pelo método de Kjeldhal é feita com recurso a uma digestão com ácido num digestor apropriado seguido de uma destilação. Devido à falta de tempo para treinar os alunos no correto funcionamento deste tipo de equipamento especializado, apenas lhes caberá a preparação inicial da amostra e a titulação final. O processo de digestão e de destilação será efetuado por um técnico de laboratório (assinalado em baixo dentro de uma caixa cinzenta), sendo embora apresentado e explicado aos alunos. O método usualmente adotado compreende os seguintes passos: a) Se necessário, macerar no almofariz uma pequena quantidade da amostra, até esta se encontrar bem triturada e homogênea. b) Pesar rigorosamente cerca de 0,2 a 2 g de amostra* (com uma precisão de 0,0001 g) e introduzi-la com o devido cuidado dentro dum balão de Kjeldhal, tomando nota do seu número. c) Adicionar cerca de 12,5 mL de H2SO4 concentrado e uma pequena quantidade (<0,5 g) do catalisador (mistura de CuSO4 e K2SO4 na proporção 10/90). d) Colocar o balão de Kjeldhal no digestor, iniciando a digestão a baixa temperatura (100 ºC) a aumentando-a progressivamente até se atingir a temperatura máxima de 350 ºC. Manter a esta temperatura durante cerca de 2 – 2,5 horas, até se obter um líquido xaroposo incolor. e) Com o auxílio de um funil transferir quantitativamente o líquido que ficou no interior do balão de Kjeldhal para um balão volumétrico de 250 mL. Lavar muito bem as paredes internas do balão de Kjeldhal com água destilada. f) Deixar arrefecer o balão e acertar ao traço com água destilada. g) Medir 10 mL de ácido bórico (H3BO3) 4% para um erlenmeyer de 100 mL e adicionar 3 a 4 gotas de indicador (indicador misto, mistura de verde de bromocresol com vermelho de metilo). h) Medir 25 mL da solução a analisar para o aparelho de destilação e adicionar 25 mL de NaOH a 40%, dando inicio ao processo de destilação. i) Recolher cerca de 50 mL do destilado e titulá-lo com uma solução de HCl (tomar nota da concentração e do volume de titulante gasto). * A quantidade de amostra a pesar depende do tipo de amostra e do teor esperado de proteína. Deve-se pesar uma pequena quantidade de amostra quando o teor de proteína esperado for relativamente grande. Resultados: Determinar a percentagem de azoto (atómico) no alimento (g de N por 100 g de alimento) relativamente à matéria original e relativamente à matéria seca (é necessário entrar em conta com o teor de umidade encontrado em 1.1). Converter o teor de azoto em teor de proteína utilizando o fator adequado. Esquema Van Soest O método van Soest foi desenvolvido no ano de 1967 nos laboratórios do USDA , para análises de forrageiras, principalmente. O método de análise utiliza reagentes denominados de DETEGENTES NEUTROS e DETERGENTES ÁCIDOS e divide os nutrientes dos tecidos vegetais em dois grupos: Conteúdo celular - Compreende frações solúveis em detergente neutro. Parede celular - Compreende a fibra em detergente neutro que é a fração insolúvel.   Tipos de determinações: FDN - fibra em detergente neutro FDA - fibra em detergente ácido CEL - celulose HEM - hemicelulose LIG - lignina  Bibliografia http://www.laborsolo.com.br/divisao.animal.asp?ex=2&id=2&menu=34 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAikkAA/ciclo-weende