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Escoliose

Sobre a Escoliose

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    December 2018
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ESCOLIOSE Quais são as causas de escoliose? Existem várias causas de escoliose. Podem ser secundárias a defeitos de formação das vértebras (escoliose congênita), doenças neurológicas e musculares (escoliose neuromuscular), decorrentes de fraturas, causadas por doenças degenerativas entre outras. Entretanto a maioria das escolioses é chamada primária ou idiopática e não tem causas conhecidas. _____________________ Todas as escolioses são graves? Para esta resposta é importante diferenciarmos escolioses verdadeiras, chamadas estruturadas das atitudes escolióticas, chamadas escolioses funcionais ou posturais. As escolioses funcionais em geral têm baixo valor angular, ou seja, desvios poucos acentuados, sendo relacionadas geralmente à má postura. Na maioria dos casos melhoram com exercícios e fisioterapia e não tem tendência a progressão. As escolioses estruturais têm em geral maior valor angular e rotação das vértebras, o que pode ocasionar a deformação da caixa torácica, chamada de gibosidade. Estas escolioses não são reversíveis com fisioterapia e exercícios e geralmente são progressivas. Como a escoliose se manifesta? Em geral a escoliose é notada na adolescência. As alterações mais freqüentes são assimetrias nos ombros e nas escápulas. Quando há rotação vertebral, pode aparecer a gibosidade costal. Nas meninas, um seio pode parecer maior ou mais alto que o outro. A cintura pode estar desviada para um dos lados e os braços têm distâncias assimétricas do tronco. Quem pode ter escoliose? A maioria das escolioses (80%) são idiópaticas, ou seja, sem causa conhecida, e a grande parte destas se manifestam na adolescência. É uma patologia muito mais freqüente em meninas (80 a 90%) que em meninos. Entretanto a escoliose idiopática pode se manifestar na criança sendo nestes casos mais graves e com mais chances progredir e causar maiores danos. Há escolioses que iniciam sua progressão desde o nascimento, em geral devido à falhas de formação das vértebras e são chamadas escolioses congênitas. Os defeitos de formação da vértebra proporcionam um crescimento assimétrico, produzindo a deformidade. Há escolioses secundárias a certas doenças como a neurofibromatose, paralisia cerebral, distrofias musculares, disrafismos espinhais, entre outros. Adultos também podem ter escolioses em geral relacionadas a doenças degenerativas da coluna, trauma, tumores e infecções. Como é a evolução da escoliose? As escolioses tendem a progredir mais quando o paciente está na fase de crescimento. Quanto mais tempo faltar para terminar o crescimento, mais a escoliose vai progredir. Os estirões de crescimento coincidem com a maior velocidade de progressão.  Em geral as curvas não ultrapassam os 20 graus de angulação. Quando o crescimento termina a escoliose de menor grau para de progredir. Porém, curvas com ângulos maiores que 40-50 graus, mesmo depois do final do crescimento podem continuar progredindo. Tenho escoliose. E agora? O primeiro passo é consultar um especialista que vai procurar identificar tipo de escoliose e medir o valor da curva. A investigação poderá ser complementada com alguns exames se houver suspeita do caso em questão não ser idiopático. O tratamento então será discutido assim como as características e a duração acompanhamento. Sabe-se que a maioria das curvas é abordada de maneira conservadora, ou seja, sem cirurgia. Em geral, curvas de até 20 graus são observadas periodicamente, avaliando sua progressão em visitas programadas com o médico especialista. A fisioterapia colabora nestes casos fortalecendo a musculatura e mantendo a coluna vertebral e consequentemente suas curvas mais flexíveis. Escoliose com mais de 20 graus são candidatas ao uso de colete ortopédico prescrito e avaliado pelo especialista. As curvas maiores do que 40 graus são candidatas à cirurgia, guardando a observação de outros critérios pelo médico. Como é o tratamento das escolioses? Acompanhamento médico com radiografias periódicas associada à fisioterapia específica e atividades físicas orientadas são fundamentais para um bom acompanhamento e bons resultados no tratamento. Nas escolioses entre 20 e 40 graus em crianças e adolescentes em crescimento o uso do colete (órtese) está indicado como método de impedir o agravamento da curva. Os coletes devem ser usados 23 horas por dia até o final do crescimento. Há tipos diferentes de colete e o médico especialista escolhe de acordo com a curva. As curvas que progridem além dos 40 graus têm como indicação de tratamento o procedimento cirúrgico. A cirurgia de escoliose evoluiu muito nos últimos anos, com ótimos resultados e baixos riscos. Por que as curvas graves devem ser tratadas cirurgicamente? As curvas com medida angular maior que 40-50 graus têm grande tendência a progredir após a vida adulta. Chegam a progredir até 1 grau por ano. Desta forma uma adolescente com uma curva de 45 graus aos 20 anos poderá ter uma curva de 65 graus aos 40 anos. Curvas muito graves podem ocasionar restrição da caixa torácica levando a doença cárdio-pulmonar. Além disso, descompensam o tronco, gerando desequilíbrios que para serem compensados, alteram o padrão e gasto de energia para que o paciente se locomova. Quais são os objetivos da cirurgia? O objetivo primário da cirurgia é impedir a progressão da curva e com isso evitar a evolução de problemas cardíacos, pulmonares e neurológicos. Além disso, melhora a qualidade de vida na vida adulta, diminuindo a ocorrência de dor crônica e melhor estética. As técnicas cirúrgicas empregadas atualmente permitem correção total ou quase total das curvas. Quais são os riscos da cirurgia? A cirurgia de escoliose não é uma cirurgia simples. Requer uma equipe bem treinada, composta por especialistas preferentemente certificados pela Sociedade Brasileira de Coluna e um hospital com recursos adequados para a sua realização. As complicações não são freqüentes, mas podem ocorrer. Dentre as complicações estão problemas hemorragia, infecção, problemas respiratórios, intestinais e neurológicos. As hemorragias são sangramentos excessivos durante ou logo após o ato cirúrgico. Ocorrem em cerca de 3% das cirurgias e são controladas com reposição de volume e/ou sangue. As infecções são complicações mais comuns ocorrendo em 3 a 5 % das cirurgias. Quando identificadas precocemente podem ser tratadas com medicamentos. Outras vezes podem requerer novo procedimento cirúrgico. Os problemas respiratórios em geral ocorrem no pós-operatório. Sua prevenção está ligada à realização de fisioterapia adequada no pós-operatório. Náuseas, vômitos e constipação intestinal são comuns no pós-operatório e geralmente são controlados com medicamentos.  Problemas neurológicos são extremamente raros ocorrendo em 0,7% das cirurgias. Na grande maioria das vezes são transitórios com recuperação completa. Podem ocorrer por compressão da medula espinhal ou raízes nervosas por implantes ortopédicos ou por estiramento da medula durante a correção da curva.  Hoje em dia, com uso de monitoração eletrofisiológica intra-operatória, o médico eletrofisiologista acompanha a função dos nervos durante todos os passos da cirurgia e detectando precocemente qualquer alteração neurológica reduzindo quase a zero o risco de lesão. Quais tipos de cirurgias são feitos? A cirurgia de escoliose consiste na correção e fusão das vértebras que estão desviadas, causando a perda de movimento no seguimento da coluna operado. A fusão vertebral ou artrodese vertebral em geral é realizada por via posterior (pelas costas). Em curvas muito graves (maiores que 70 graus) e outros tipos de curvas menos comuns pode haver indicação de cirurgia por via anterior (pelo tórax ou abdôme). É necessário o uso de implantes ortopédicos? Os implantes ortopédicos (parafusos, hastes, ganchos) são aplicados na coluna com o intuito de melhorar a fusão das vértebras por promover maior estabilidade. Além disso, promovem correção da curva e permitem dispensar qualquer tipo de órtese no pós-operatório.  Atualmente a maioria dos implantes são em titânio, que apresenta que apresenta compatibilidade com o organismo sem riscos de rejeição.