Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Erosividade Camalau

A erosividade das chuvas foi estimada para o município de Camalau, PB objetivando o desenvolvimento de manejos apropriados para um melhor aproveitamento do solo da região e auxiliar a sustentabilidade do homem rural. Os índices de erosividades das chuvas vêm sendo amplamente utilizado no Brasil, visto que, para cada região a erosão varia de diferentes maneiras praticadas em espaços intra e/ou perímetros urbanos. A estimativa do índice da erosividade das chuvas (Ribeiro et. al., 2011), define qual a melhor época para o...

   EMBED


Share

Transcript

III Encontro de Meio Ambiente UVA/UNAVIDA Desertificação: Implicações socioambientais no Semiárido Brasileiro _________________________________________________________________________________________________________________ EROSIVIDADE DA CHUVA EM CAMALAU-PB, VISANDO O DESENVOLVIMENTO DE MANEJOS DO SOLO Pereira, Alécio Rodrigues 1 (1) Mestrando em Meteorologia, UFCG, Campina Grande, PB, [email protected] Medeiros, Raimundo Mainar de 2 (2) Doutorando em Meteorologia, UFCG, Campina Grande, PB, [email protected] Oliveira, Roseane Cristina Silva 3 (3) Mestranda em Psicanálise na Educação e Saúde; Especialização em Educação Inclusiva Email: [email protected] Resumo A erosividade das chuvas foi estimada para o município de Camalau, PB objetivando o desenvolvimento de manejos apropriados para um melhor aproveitamento do solo da região e auxiliar a sustentabilidade do homem rural. Os índices de erosividades das chuvas vêm sendo amplamente utilizado no Brasil, visto que, para cada região a erosão varia de diferentes maneiras praticadas em espaços intra e/ou perímetros urbanos. A estimativa do índice da erosividade das chuvas (Ribeiro et. al., 2011), define qual a melhor época para o planejamento das práticas de manejo e conservação do solo e principalmente das culturas agronômicas, a sustentabilidade da região, o planejamento e reestruturação dos solos visando à desertificação e manejo das culturas. A necessidade de aquisição de dados referentes à erosividade das chuvas para o município de Camalau tem como finalidade de estabelecer as mais eficientes práticas de manejo e conservação dos solos, para que sejam evitadas perdas de solo para a erosão. Foram utilizados dados de precipitação mensal de 1994 a 2013. Através da equação determinada por Wischmeier & Smith, o fator erosividade (R) encontrado foi 14.261,3 MJ mm há-1 h-1 ano. Os maiores índices de erosividade foram decorridos nos meses de janeiro a julho que acontecem com o do período chuvoso e a capacidade de campo em valores máximos e para os meses de agosto a primeira quinzena do mês de dezembro ocorreram os menores índices de erosividade que corresponde ao período seco e início das chuvas de pré-estação. Palavras-chave: erosão, sustentabilidade, produção agrícola. Abstract The rainfall erosivity was estimated for the city of Camalaú, PB aimed at developing appropriate to a better land use in the region and assist the sustainability of the rural man managements. The erosivity of rainfall indices have been widely used in Brazil, since for each region erosion varies in different ways practiced in intra spaces and/or urban perimeters. The estimated index of erosivity (Ribeiro et. al., 2011) , which defines the best time for planning management practices and soil conservation and mainly agronomic crops, the sustainability of the region, planning and restructuring aiming to desertification and soil crop management. The need for acquisition of data on rainfall erosivity for the city of Camalaú aims to establish the most efficient management practices and soil conservation, so that soil loss to erosion are avoided. Data of monthly precipitation from 1994 to 2013. Through the equation given by Wischmeier & Smith, the erosivity factor (R) was found 14261.3 MJ mm há-1 h-1 ano. The highest erosivity indexes were elapsed in the months January-July that happen with the rainy season and at field capacity and maximum values for the months of August and first fortnight of the month of December were the lowest erosivity index that corresponds to the period dry and early rainy pre-season. Keywords: erosion, sustainability, agricultural production. Introdução A erosão pode ser entendida como o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo, causado pela água e pelo vento (Bertoni e Neto, 1990). Portanto é um fenômeno natural no processo de formação do solo, entretanto ações antropogênicas intensificaram esse 1 III Encontro de Meio Ambiente UVA/UNAVIDA Desertificação: Implicações socioambientais no Semiárido Brasileiro _________________________________________________________________________________________________________________ processo. Práticas agrícolas convencionais por remover e retirar a cobertura vegetal do solo provoca a perda de sua consistência, tendo em vista que a água, que antes era absorvida pelas raízes dos vegetais, adquiri maior velocidade, tendo em vista a ausência de obstáculos ao movimento, e passa a escoar no solo e consequentemente provoca a ocorrência de erosão. A caracterização das chuvas intensas é imprescindível para solucionar problemas de interesse da engenharia, de modo especial o controle do escoamento superficial em áreas urbanas e rurais (Santos et. al., 2010). O processo erosivo e sua intensidade dependem principalmente das condições climáticas da região, fatores relacionados à topografia, cobertura do solo e às propriedades do mesmo (Gonçalves, 2002). O fator erosividade da chuva (R) é um índice numérico que expressa a capacidade da chuva esperada em um dado local causar erosão em uma área sem proteção (FAO, 1967). É função da quantidade, intensidade e duração da mesma (Lemos & Bahia, 1992). Os fatores climáticos demonstram influências relevantes no comportamento da erosividade da chuva para o município de Camalau. A região é afetada por precipitações de origem orográfica e da descida da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), e a contribuição dos efeitos locais com chuvas de longa duração e de média intensidade, (Moreira, 1999, 2002; Vianello & Alves, 2000). Isso faz com que essa região apresente chuvas bastante intensas, acarretando riscos no manejo desses solos durante esse período. A necessidade de se obter uma metodologia capaz de avaliar os fatores que causam a erosão hídrica e de estimar perdas anuais de solo resultou no desenvolvimento da Equação Universal de Perdas de Solo estimada por Wischmeier (1971) e Smith (1958, 1978). Esta equação é considerada um bom instrumento na previsão das perdas de solo, exigindo um número de informações relativamente pequeno quando comparado aos modelos mais complexos e sendo bastante conhecida e estudada no Brasil. No entanto, para sua utilização, é necessário o levantamento de vários fatores, dentre eles a Erosividade das Chuvas (R), que permite a avaliação do potencial erosivo das precipitações de determinado local. Neste trabalho tem-se como objetivo determinar e estudar a avaliação do índice de erosividade da chuva (R) no município de Camalau - PB para que o setor agrícola, pecuário e hídrico possa realizar planejamentos com melhores fontes de segurança visando à instalação de projetos e melhorando sua produção. O presente trabalho teve como objetivo estimar a erosividade das chuvas no município de Camalau – PB, tendo em vista o desenvolvimento de manejos apropriados para um melhor e maior aproveitamento do solo da região e auxiliar a sustentabilidade do homem rural. Metodologia O município de Camalau – PB localiza-se na microrregião do Cariri Ocidental e segundo o IBGE (2011) sua população era estimada em 7.000 habitantes distribuídos em uma Área territorial de 603 km². Possui como limites territoriais o estado de Pernambuco e os municípios de São João do Tigre, São Sebastião do Umbuzeiro, Monteiro, Sumé e Congo. Encontra-se a 331,7 km da capital João Pessoa e possui coordenadas geográficas latitude 07°53’20” S, longitude 36°49’24” W e altitude de 521 m. A região apresenta uma diversidade de produtos agropecuários, tendo em vista apresentar um sistema de produção familiar, sendo que no setor da pecuária a criação de aves ocupa o primeiro lugar, seguida de ovinos e caprinos já na agricultura a banana é mais cultivada, entretanto a região possui aptidão para o cultivo do algodão herbáceo e feijão macassar. Devido apresentar um relevo suave ondulado e solos não cálcios, rasos e pedregosos possui suscetibilidade a erosão. Os valores históricos pluviométricos dos 20 anos de coleta e observações dos dados pluviométricos foram gentilmente cedidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). Os dados utilizados compreendem as séries dos anos de 1994 a 2013 onde se calculou a média mensal de cada ano e com os valores encontrados determinou valores médios de precipitação mensal no período de 20 anos. Para determinar o fator erosividade foi utilizada a equação proposta por Wischmeier (1971) e Wischmeier e Smith (1958, 1978) definida como: (1) 2 III Encontro de Meio Ambiente UVA/UNAVIDA Desertificação: Implicações socioambientais no Semiárido Brasileiro _________________________________________________________________________________________________________________ Sendo: EI30 a média mensal do índice de erosividade das chuvas (MJ mm ha-1 h-1); r a precipitação média mensal (mm); e p a precipitação média anual (mm). O fator R (erosividade das chuvas) permite a avaliação do potencial erosivo das precipitações de determinado local, sendo possível conhecer a capacidade e o potencial da chuva em causar erosão no solo, para que assim se faça um manejo adequado e ocupação correta do mesmo (Barbosa et. al., 2000; Menezes et. al., 2011). O cálculo desse fator é o somatório dos valores mensais da erosividade, conforme a equação: (2) Resultado e discussão Os valores calculados de erosividade e do R estão demonstrados na Tabela 1, na qual evidencia a variação das médias mensais históricas da precipitação e das avaliações dos índices de EI30 e do fator R. Os meses de fevereiro e julho ocorrem os maiores índices pluviométricos, os menores índices estão centrados nos meses de agosto a janeiro, que corresponde a 13% do total da precipitação ocorrida. Nos meses de fevereiro a julho representam 83% dos índices pluviométricos, o mês de abril representa 20% das chuvas ocorridas. A distribuição da precipitação média histórica (Figura 1) e das avaliações da erosividade (Figura 2). Tabela 1. Média mensal e anual de precipitação com os valores de EI30 e Fator R Meses Médias mensais EI30 R JAN 51,6 328,0 FEV 62,5 454,9 MAR 95,8 941,0 ABR 57,3 393,1 MAI 61,4 441,5 JUN 34,3 164,2 JUL 19,8 64,7 14261,3 AGO 5,7 7,8 SET 0,9 0,3 OUT 10,5 21,8 NOV 1,5 0,8 DEZ 13,0 31,3 ANUAL 412,7 11262,0 Fonte: Medeiros (2013). Figura 1. Precipitação média mensal histórica no período de 1994 a 2013. Fonte: Medeiros (2013). 3 III Encontro de Meio Ambiente UVA/UNAVIDA Desertificação: Implicações socioambientais no Semiárido Brasileiro _________________________________________________________________________________________________________________ Figura 2. Erosividade média mensal no período de 1994 a 2013. Fonte: Medeiros (2013). Nas avaliações dos cálculos dos valores de erosividade, demonstrados na Tabela 1, observamos que o mês de máximo valor ocorre em março, seguido dos meses fevereiro, maio, abril, janeiro e junho. Os meses de agosto, setembro e novembro são os que apresentam as menores avaliações de erosividade. A precipitação máxima anual oscilando 412,7 mm com 20 anos de observações. O fator R da área em estudo é de 14.261,3 MJ mm ha-1 ano-1. Os índices de erosividade apresentado na Figura 2, basicamente seguem o critério da precipitação com os seus valores de altos e baixos índices, comprovando deste modo o que foi proposto por Lemos e Bahia (1992). Considerações finais O município enquadra-se como sendo de moderada erosividade uma vez que o fator erosividade (R) encontrado foi de 14.261,3 MJ mm ha1 ano1; Os maiores índices de erosividade encontrado foram nos meses de março (941 MJ mm ha-1 ano-1) e em fevereiro (454,9 MJ MJ mm ha-1 ano-1) coincidindo com os meses mais chuvosos (95,8 e 62,5mm) respectivamente, e os meses de outubro e novembro apresentaram os menores índices de erosividade, (0,3 e 0,8 MJ mm ha-1 ano-1) consecutivamente, sendo estes os meses de menores precipitações (0,9 e 1,5 mm); Para os resultados obtidos no município existe a necessidade do planejamento prévio de terrenos para implantações de projetos agrícolas, frutífero e hortaliça, para que não ocorra o deslocamento de terra, amparado num monitoramento das mudanças que ocorrem no solo, principalmente em regiões de encosta levando em consideração as curvas de níveis do terreno evitando desta forma o assoreamento dos rios e açudes; Sugere-se um replantio de árvores de grande e médio porte nativas em torno dos açudes, lagos e rios evitando-se deste modo uma maior taxa de evapotranspiração e o acareamentos dos solos para os seus leitos. Agradecimento A CAPES pela concessão da bolsa de estudo de mestrado e doutorado. Referências Bibliográficas 4 III Encontro de Meio Ambiente UVA/UNAVIDA Desertificação: Implicações socioambientais no Semiárido Brasileiro _________________________________________________________________________________________________________________ BARBOSA, G. S.; IOST, C.; SCHIESSL, M. A.; MACIEL, G, F. Estimativa da erosividade da chuva (R) na Bacia Hidrográfica do rio Manoel Alves Grande localizado no cerrado tocantinense. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 16. Belém. 2000. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990. FAO – Foad and agriculture organization of the United Nations. La erosion del suelo por el água: Algumas medidas para em las tierras de cultivo. Roma: Organization de Las Nacioes Unidas, 1967, p. 207. GONÇALVES, J. L. de M.; STAPE, J. L; WICHERT, M. C. P.; GAVA, J. Manejo de resíduos vegetais e preparo do solo. Conservação e cultivo de solos para plantações florestais. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF). Cap. 3, p. 133 - 204, Piracicaba, São Paulo, 2002. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo populacional, 2010. LEMOS M. do S. S.; BAHIA, V. G. Erosividade da chuva. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.16, n.176, p.25-31, 1992. MEDEIROS, R. M. Estudo agrometeorológico para o estado da Paraíba. S.n. P.123. 2013. MOREIRA, A. A. M. A influência da circulação de macro escala sobre o clima de Belo Horizonte: estudo sobre as possíveis influências do fenômeno El Niño sobre o clima local. 186p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999. MOREIRA, J. L. B. Estudo da distribuição espacial das chuvas em Belo Horizonte e em seu entorno. 186p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. MENEZES, M. D.; LEITE, F. P. Avaliação e espacialização da erosividade da chuva no Vale do Rio Doce, região centro-leste de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, p.1029-1039, 2011. SANTOS, G. G.; GRIEBELES, N. P.; OLIVEIRA, F. C. Chuvas intensas relacionadas à erosão hídrica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 14, n. 2, p. 115 – 123, 2010. VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, ed. UFV, 2000. 448p. WISCHMEIER, W. H.; JOHNSON, C. B.; CROSS, B. V. A soil erodibility nomograph for farmaland and construction sites. Journal of Soil and Water Conservation, Ankeny, n.26, p.189-193, 1971. WISCHMEIER, W. H.; SMITH, D. D. Rainfall energy and its relationship to soil loss. Transactions of the American Geophysical Union, Washington, v.39, n.2, p.285-291, 1958. WISCHMEIER, W. H.; SMITH, D. D. Predicting rainfall erosion losses: a guide to conservation planning. Washington: USDA, 1978. 58p. 5