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Enzimas

Bioquimica- Enzimas

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ENZIMAS 1 O que são as enzimas? As enzimas são encontradas na natureza. São catalisadores naturais na forma de proteínas. Catalisam reações bioquímicas nas células dos organismos vivos. 2 O que são as enzimas? AS ENZIMAS SÃO SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS BEM DEFINIDAS 3 ENZIMAS  Definição:  Catalisadores biológicos;  Sintetizadas pelas céls;  Longas cadeias de aminoácidos. Aminoácidos: H R C* COOH NH2 C/ exceção de grupo de moléculas de RNA c/ propriedades catalíticas (RIBOZIMAS), todas as enzimas são PROTEÍNAS.  4 ENZIMAS - HISTÓRICO Catálise   biológica → início séc. XIX digestão da carne: estômago; digestão do amido: saliva. Década de 50 → Louis Pasteur Fermentação do açúcar em álcool pela levedura catalisada por “fermentos” = enzimas. 1878 → Wilhelm Kühne empregou pela 1ª vez termo "enzima“ (=levedar) p/ descrever o fermento  Eduard Buchner (1897)  extratos de levedo fermentavam açúcar → álcool;  enzimas funcionavam mesmo quando removidas 5da célula. ENZIMAS - HISTÓRICO     James Sumner (1926)  Isolou e cristalizou a urease;  “todas as enzimas são proteínas”. John Northrop (década 30)  Cristalizou a pepsina e tripsina bovinas; Séc → XX (década de 50)  75 enzimas → isoladas e cristalizadas;  Ficou evidenciado caráter protéico. Hoje + de 2000 enzimas conhecidas. 6 ENZIMAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS  Altamente específicas;  Produtos naturais biológicos;  Reações baratas e seguras; Altamente eficientes e econômicas → aceleram velocidade das reações (108 a 1011 + rápidas) → ↓ energia de ativação;   Não são tóxicas. 7 ENZIMAS – NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO  Século XIX - poucas enzimas identificadas. 8 ENZIMAS – NOMENCLATURA  1955 - Comissão de Enzimas da União Internacional de Bioquímica (IUB) → nomear e classificar.  Cada enzima → código c/ 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada: 1° dígito - classe 2° dígito - subclasse 3° dígito - sub-subclasse 4° dígito - indica o substrato 9 ENZIMAS – NOMENCLATURA - Geral → Sufixo ”ASE” ao nome do substrato: * gorduras (=lipo) – LIPASE * amido (=amylon) – AMILASE * proteína – PROTEASE * Lactose – LACTASE * Hidrólise do ATP – ATPase * Ligação peptídica – PEPTIDASE * Ligação glicosídica - GLICOSIDASE - Nomes arbitrários: * Tripsina e pepsina – proteases 10 CLASSES DE ENZIMAS N0 Classe Tipo de reação catalisada 1 Oxirredutases Transferência de elétrons (íons hidreto ou átomos H) 2 Transferases Reações de transferência de grupos 3 Hidrolases Reações de hidrólise 4 Liases Adição de grupos em ligas duplas ou remoção de grupos com a formação de ligas duplas 5 Isomerases Transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros 6 Ligases Formação de ligações C-C, C-S, C-O, C-N pelo acoplamento da clivagem do ATP 11 ENZIMAS – CLASSIFICAÇÃO  Subclasses Exemplos de Tipo de reação catalisada Subclasses Hidratases Adicionam H2O à ligas duplas Quinases Transferem fosforilas do ATP Mutases Movem fosforilas dentro da mesma molécula Sintases Síntese independente de ATP Sintetases Síntese dependente de ATP Classe Liases Transferase Isomerase Transferases Ligases 12 Enzimas - Classificação 1. Oxirredutases – transferência de elétrons Lactato desidrogenase AH2 + B A + BH2 Exemplo Ácido Lático Desidrogenase COOH  CO  CH3 NADH Ácido Pirúvico NADox COOH  H-C- OH  CH3 Ácido Lático 13 Enzimas - Classificação 1. Oxirredutases – transferência de elétrons Etanol Acetaldeído 14 Enzimas Classificação 2. Transferases transferência de grupos Exemplo: Hexoquinase 15 Enzimas - Classificação 2. Transferases - transferência de grupos Exemplo: Aminotransferase 16 Enzimas - Classificação 3. Hidrolases - reações de hidrólise Exemplo: Lactase Lactose H2O Glicose + Galactose 17 Enzimas - Classificação 4. Liases – adição ou remoção de grupos (H2O, NH4+, CO2). Ex: Fumarase 18 Enzimas - Classificação 5. Isomerase – transferência de grupos dentro da mesma molécula, formação de isômeros Triose Phosphate Isomerase 19 Enzimas - Classificação 6. Ligases – reações de síntese com consumo de ATP Exemplo: Piruvato carboxilase 20 ENZIMAS – NOMENCLATURA ATP + D-Glicose ADP + D-Glicose-6-fosfato IUB - ATP:glicose fosfotransferase E.C. 2.7.1.1 2 - classe - Transferase 7 - subclasse - Fosfotransferase 1 - sub-subclasse - Fosfotransferase que usa grupo hidroxila como receptor 1 - indica ser a D-glicose o receptor do grupo fosfato Nome trivial: Hexoquinase 21 ENZIMAS - FUNÇÃO  Catalisam reações que ocorrem nas vias metabólicas.  Atuam na degradação das moléculas dos nutrientes. Energia química liberada é conservada na forma de ATP.  Atuam na síntese de macromoléculas a partir de precursores simples. 22 ENZIMAS - IMPORTÂNCIA  Algumas doenças (ex. desordens genéticas) ⇒ pode ocorrer nos tecidos deficiência de 1 ou + enzimas.  Medida da atividade de certas enzimas nos tecidos é importante no diagnóstico de certas doenças. 23  LOCALIZAÇÃO: Algumas enzimas são armazenadas nos lisossomos ou vacúolos, no citoplasma ou nas mitocôndrias  Por quê? •Isolar enzima do substrato ou produto; •Ambiente adequado à catálise; •Organização. 24  ESTRUTURA:    Poucas formadas por 1 mol. protéica → ENZIMAS MONOMÉRICAS → peso molecular baixo. ENZIMAS OLIGOMÉRICAS → + de 2 cadeias polipeptídicas → iguais ou não. Muitas vezes → associada a uma estrutura não AA → maioria. 25 MECANISMO DE AÇÃO ENZIMÁTICA 26 ENZIMAS – CATALISADORES Aceleram reações químicas Catalase H2O2 H2 O + O2 Ex: Decomposição do H2O2 Condições da Reação Energia livre de Ativação KJ/mol Kcal/mol Sem catalisador 75,2 18,0 Enzima Catalase 23,0 5,5 Velocidade Relativa 1 6,51 x 108 27 ENZIMAS – CATALISADORES Não são consumidas na reação Catalase H2O2 E+S H2O + O2 E+P 28 ENZIMAS – CATALISADORES Atuam em pequenas concentrações 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto/1 única mol. de enzima/unidade de tempo. 29 ENZIMAS – CATALISADORES  Não alteram o estado de equilíbrio Energia • Diminuem a energia de ativação. Diferença entre a energia livre de S e P Energia de ativação s/ enzima S Energia de ativação c/ enzima P Caminho da Reação 30 ENZIMAS – COMPONENTES DA REAÇÃO E+S ES Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima P+E 31 ESTRUTURA DA QUIMIOTRIPSINA – sítio ativo + substrato (verde) 32 ENZIMAS – SÍTIO ATIVO  Região da molécula enzimática que participa da reação c/ substrato.  Pode ter componentes não protéicos: cofatores, grupos prostéticos (lig. forte), coenzimas (lig. fraca). Porção protéica Cofator APOENZIMA Grupo Prostético(+)/coenzima(-) holoenzima 33 COFATORES ENZIMÁTICOS  Algumas p/ ter atividade catalítica precisam de grupos químicos adicionais → cofatores.  Cofatores podem ser:  íons inorgânicos → fazem a aproximação.  moléculas orgânicas complexas 34 ENZIMAS – COFATOR  Algumas enzimas que necessitam de elementos inorgânicos como cofatores ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2 35 ENZIMAS – COENZIMAS  Cofator org necessário à ativ. de algumas enzimas.  Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis  Classificam-se em: - transportadoras de hidrogênio - transportadoras de grupos químicos  Transportadoras de hidrogênio Coenzima Abreviatura Reação Origem catalisada Nicotinamida adenina NAD+ Oxi-redução Niacina ou dinucleotídio Nicotinamida adenina NADP+ dinucleotídio fosfato Flavina adenina FAD dinucleotídio Vitamina B3 Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2 36 ENZIMAS – COENZIMAS  Transportadoras de grupos químicos Coenzima Coenzima A Abrev. Reação catalisada Origem Pantotenato ou CoA-SH Transferência de Biotina Piridoxal fosfato PyF Metilcobalamina Tetrahidrofolato THF Tiamina pirofosfato TPP grupo acil Transferência de CO2 Transferência de grupo amino Transferência de unidades de carbono Transferência de unidades de carbono Transferência de grupo aldeído Vitamina B5 Biotina ou Vitamina H Piridoxina ou Vitamina B6 Cobalamina ou Vitamina B12 Ácido fólico Tiamina ou Vitamina B1 37 ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO  Michaelis & Menten: grande especificidade das enzimas → Modelo da Chave-Fechadura → enzima possui sítio ativo complementar ao substrato. 38 ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO  Koshland (1958): Encaixe Induzido → enzima e substrato sofrem conformação p/ o encaixe → substrato assume conformação exata. 39 CENTRO ATIVO → parte da estrutura da enzima q se liga ao substrato     Região que não faz parte do centro ativo, mas que, ao se modificar, altera forma do centro ativo → CENTRO ALOSTÉRICO. Compostos que atuam sobre o centro alostérico → melhoram atuação do centro ativo → EFETORES ALOSTÉRICOS POSITIVOS. Os que fazem o contrário → NEGATIVOS. Centro alostérico não existe em todas as enzimas → enzimas alostéricas ou nãoalostéricas. 40 Alostéricas → controlam a transformação de um S e, qdo ele precisa ser gasto, elas atuam bem. Várias subunidades, mudança conformacional em 1 induz alterações em outra.   não-alostéricas → funcionam sempre c/ mma eficiência, dependendo da [S] ou da [P] → obedecem leis do equilíbrio dinâmico → + S → + eficientete é transformado em P, quanto + P → - enzima gasta o S p/ gerar o mesmo P. 41 ATIVIDADE ENZIMÁTICA: 42 ENZIMAS – ATIVIDADE ENZIMÁTICA  Enzima pura, condições que permita a velocidade da reação seja máxima → ↑ [S] de modo a permitir que toda a enzima [E] ⇒ [ES]. Fatores que alteram a velocidade de reações enzimáticas: - Efeito de sais e solventes; - pH; - temperatura; - concentração da enzima; - concentração do substrato; - presença de inibidores. 43 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DOS SAIS E SOLVENTES    [sais] pode influenciar na conformação final da enzima. Meio aquoso → água, sais e enzimas interagem → interação → forma final da enzima → pronta p/ atuar sobre substrato. Alteração da [sais] → equilíbrio entre os constituintes alterado → altera conformação da enzima. 44 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DO pH Varia estado de ionização dos componentes do sistema a medida que muda o pH. Enzimas → grupos ionizáveis, existem em ≠ estados de ionização. 45 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DO pH ENZIMA pH ÓTIMO Pepsina 1,5 Tripsina 7,7 Catalasa 7,6 Arginasa 9,7 Fumarasa 7,8 46 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA  ↑ temperatura: (a) ↑ a taxa de reação → como na maioria das reações químicas; (b) a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica.  Enzima → Tº ótima p/ atividade máxima → Tº máxima na qual enzima possui atividade cte por um período de tempo. 47 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA  O efeito da temperatura depende: - pH e - força iônica do meio;  Acima da Tº ótima → o ↑ velocidade de reação devido a temperatura é compensado pela perda de atividade catalítica devido à desnaturação térmica. ENZIMA TEMPERATURA ÓTIMA (°C) Pepsina 31,6 Tripsina 25,5 Urease 20,8 48 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA [E]  Velocidade de transformação do S em P proporcional qdade de E.  Desvios da linearidade ocorrem: - Presença de inibidores na solução de enzima; - Presença de substâncias tóxicas; - Presença de um ativador que dissocia a enzima;  Recomenda-se:  Enzimas c/ alto grau de pureza;  Substratos puros; 49 ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA [S]  [S] varia durante o curso da reação à medida que S é convertido em P.  Medir Vo = velocidade inicial da reação. [E] = cte. vo [S] pequenas → Vo ↑ linearmente. [S] maiores → Vo ↑ por incrementos cada vez menores. Vmax → [S]↑ ↑ → Vo↑ ↑ insignificantes. Vmax é atingida → E estiverem na forma ES e a [E] livre é insignificante. Vmax 50 [S] CINÉTICA ENZIMÁTICA: 51 ENZIMAS – CINÉTICA ENZIMÁTICA  Victor Henri (1903): E + S ⇔ ES ⇔ P + E  Cinética Enzimática  Determinar constantes de afinidade da enzima pelo S e pelos inibidores;  Conhecer condições ótimas da catálise;  Ajuda a elucidar os mecanismos de reação;  Determinar a função de uma enzima em uma rota metabólica. 52 ENZIMAS – INIBIÇÃO ENZIMÁTICA  Qualquer substância que reduza a velocidade de uma reação enzimática. INIBIDORES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS 53 ENZIMAS – INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL     Inibidores reagem quimicamente c/ enzima Inativação praticamente irreversível. Organofosforados: ligação covalente c/ OH dos resíduos da serina; Penicilina: ligação específica c/ enzimas responsáveis pela síntese da parede bacteriana. 54 INIBIÇÃO REVERSÍVEL COMPETITIVA: substrato e inibidor competem p/ mesmo sítio → zero 55 INIBIÇÃO NÃO-COMPETITIVA: substrato e inibidor competem p/ sítios ≠s; inibidor somente liga ao complexo ES 56 ENZIMAS – APLICAÇÕES  Enzimas utilizadas em rações p/ aves Enzima Substrato Efeitos Xilanase Arabinoxilanas Redução da viscosidade da digesta. Glucanases β-glucanos Redução da viscosidade da digesta. Menor umidade na cama. Pectinases Pectinas Redução da viscosidade da digesta. Celulases Celulose Degradação da celulose e liberação de nutrientes Proteases Proteínas Suplementação das enzimas endógenas. Degradação mais eficiente de proteínas. Amilases Amido Degradação mais eficiente do amido. Fitase Ácido fítico Melhora a utilização do fósforo dos vegetais. Remoção do ácido fítico. Galactosidases Galactosídios Remoção de Galactosídios Lipases Lipídios e ácidos graxos Melhora a utilização de gorduras animais e vegetais 57 ENZIMAS – APLICAÇÕES Tratamento de efluentes  Preocupação ambiental → procura por outras alternativas → chamadas "tecnologias limpas“.  Enzimas → substituem muitos componentes químicos utilizados nos processos industriais atuais. 58 ENZIMAS – APLICAÇÕES  Enzimas utilizadas em tratamento de efluentes Enzima e fonte Poluentes e efluentes Azorredutase (Pseudomonas luteola) Indústria de tinta Catalase (Baccilus sp.) Remoção de H2O2 presente em efluentes de branqueamento de tecidos Polifosfatase e Fosfotransferase Remoção de fosfato biológico de efluentes Protease pronase (Pseudomonas aeruginosa) Inativação de vírus de efluentes, para reutilização da água Naftaleno-dioxigenase Remoção de naftaleno Lipase (Penicillium P4) Remoção do teor de DQO de efluentes de óleo de oliva 59 ENZIMAS – APLICAÇÕES Indústria de álcool; Indústria de detergentes; Indústria têxtil; Indústria de papel e celulose; Curtumes; Produção de ácido cítrico, ácido glutâmico, insulina, vacinas, vitaminas e antibióticos; Biorremediação. 60 Benefícios do uso de enzimas derivadas de OGMs na produção de alimentos Maior qualidade nos produtos enzimáticos: - maior pureza. - novas enzimas que de outra forma não seriam encontradas comercialmente, produzidas e usadas em grande escala. Benefícios ambientais: - enzimas produzidas de fontes renováveis. - completamente degradáveis. - propiciam economia de energia, água ... 61 Enzimas feitas sob medida p/ um processo específico: melhoram processo de produção e qualidade do produto. Melhor uso das matérias primas ex.: indústria de sucos Menos desperdício de alimentos ex.: panificação Uso reduzido de produtos químicos tradicionais ex.: indústria de processamento de amidos 62