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Empreendorismo (1)

Texto onde será possível ter noções básicas sobre empreendedorismo, assunto em destaque em diversas conversas.

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PLANO DE AULA Instituição: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAC Pernambuco Data: 2011 Nome do curso: Assunto: Empreendedorismo Professor: Ericson Bruno Dantas de Moraes Ética e trabalho Assunto Metodologia Recursos Horário Conceituação do empreendedorismo A pessoa nasce empreendedora? O que leva alguém a ter o próprio negócio? Características empreendedoras Busca de oportunidade e iniciativa Perseverança (persistência) Analisar as alternativas e calcular riscos cuidadosamente Comprometimento Comprometimento Atua com qualidade Persuadir e manter contatos Estabelecer metas e objetivos Planejar e monitorar de forma sistemática Buscar informações Confiança e independência Conhecimento, Habilidade e atitude Carga Horária Total 8h Sugestão de Bibliografia: CHAGAS, Fernando Celso Dolabela. O Segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 1989. FELIPPE, Maria Inês. Empreendedorismo: buscando o sucesso empresarial. Sala do Empresário, São Paulo,1996,v.4,n.16, p10-12 (suplemento). PEREIRA, Heitor José. Criando o seu próprio negócio: como desenvolver o potencial empreendedor. Brasília: Ed. Sebrae, 1995. Empreendedorismo Conceituação do empreendedorismo O tema empreendedorismo é secular, tão antigo que achar obras literárias sobre o tema não é uma tarefa difícil, aliás, é natural já que se trata de um tema tão popular e antigo, segundo Dolabela (2006) "empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde sempre, desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem com os outros e com a natureza". Se existem muitas obras sobre o assunto, as definições do tema são as mais diversas e são apresentados vários conceitos, mas a grande maioria converge no mesmo ponto, a inovação, aliada a força de vontade, e a grande busca de resultados. Para Ângelo (2003) "empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma idéia por meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco". Segundo definição de Barreto (1998) "empreendedorismo é a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada", assim Barretos enfatiza a grande importância do trabalho, além da capacidade de maximizar recursos. Outra definição interessante é a de Schumpeter (citado por FILION,1999) onde expõe que "empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios... sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações." Segundo Timmons (citado por DOLABELA, 2006), "o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20", ao comparar com a revolução industrial, a grande responsável por radicais mudanças no século 20, demonstra o grau de importância para a sociedade do tema empreendedorismo. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -SEBRAE (2009) o empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas.A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, apesar das dificuldades. Já para Dornelas (2008) "empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de idéias em oportunidades" enfatiza assim de forma mais geral o real objetivo do empreendedorismo, que é gerar oportunidades. Todas estas definições exprimem de forma muito clara o que vem a ser o tema empreendedorismo, porém cabe uma definição mais sucinta, onde traga palavras chave, assim: Empreendedorismo é o ato de aproveitar oportunidades, inovar, planejar, arriscar, empenhar, ser perseverante, acreditar na idéia e transformar em realidade, este ato se aplica em qualquer área, seja um novo negócio, seja um novo processo ou um novo produto, um novo método, tanto faz. A pessoa nasce empreendedora? Segundo Fernando Dolabela, consultor de importantes instituições em todo o Brasil e também reconhecido por ser um especialista em empreendedorismo, a tese de que o empreendedor é fruto de herança genética não encontra mais seguidores nos meios científicos. "a profissão empreendedor não é fruto do nascimento ou de herança genética, mas resultado de trabalho, talento e reserva econômica. É própria de uma sociedade capitalista liberal e de sua ideologia de sucesso individual." (Maria Inês Felippe.) Na verdade ninguém nasce empreendedor. O contato com família, escola, amigos, trabalho, sociedade vai favorecendo o desenvolvimento de alguns talentos e características de personalidade e bloqueando ou enfraquecendo outros. Isso acontece ao longo da vida, muitas vezes ao acaso, pelas diversas circunstâncias enfrentadas. O empreendedor é um ser social, e assim sendo é fruto da relação constante entre os talentos e características individuais e o meio em que vive. Segundo o dicionário Webster empreendedor é a pessoa que organiza e gere um negócio, assumindo o risco em favor do lucro. Então cabem aqui as perguntas: Quem na verdade é um empreendedor? Quais são as suas características mais marcantes? Em primeiro lugar vamos descrever o que não é uma pessoa empreendedora. A revista exame de 24 de julho de 2002 publicou um artigo intitulado as falsas verdades sobre empreendedores. No artigo são destacados seis mitos a cerca do empreendedorismo. O primeiro é "Não é possível desenvolver o empreendedorismo, você deve nascer empreendedor". Nos Estados Unidos, os maiores responsáveis pelo surgimento de novos negócios são os profissionais que foram demitidos de seus empregos e precisaram encontrar uma forma de sobreviver. São gestores que viraram empreendedores por necessidade. O segundo mito é "Todo empreendedor inventou algo na garagem de casa, quando jovem, e tem uma personalidade esquisita?" O empreendedor americano médio tem entre 35 e 45 anos, dez anos de experiência numa grande empresa e um perfil psicológico rico. Necessariamente não inventaram nada, apenas souberam aproveitar uma oportunidade de um salto tecnológico, por exemplo. Não há nada de esquisito neles. Apenas tiveram iniciativa. São pessoas normais, como eu e você, não são extraterrestres, são deste mundo mesmo. O terceiro mito é "O objetivo de todo empreendedor é ser milionário". Todos os empreendedores entrevistados, mesmo os que ficaram ricos, afirmam que isso não é verdade. O que os motivou foi a vontade de criar algo novo e não a pergunta. Bom, o que eu posso fazer para ficar rico? O quarto mito é "Empreendedores não são muito confiáveis". Agora responda: onde estão acontecendo os maiores crimes do mundo dos negócios? Nas grandes empresas. Não faz sentido dizer que um empreendedor deve ser menos respeitado do que um CEO? O quinto mito é "Um empreendedor precisa tomar riscos enormes". Como investem o próprio dinheiro, empreendedores tendem a ser muito conservadores. Os maiores riscos são tomados pelos principais executivos das grandes empresas. Vários já disseram que apostariam um milhão de dólares numa nova idéia. Nenhum empreendedor faria isso. E por último, "Fazer um MBA é a melhor forma de se transformar num empreendedor". Não é bem por ai. Isso é uma questão analisável. O que leva alguém a ter o próprio negócio? Em geral, as pessoas que sonham em ter o seu próprio negócio são movidas pela ambição de ganhar muito dinheiro e ser independentes. A simples ideia de estarem subordinadas a alguém as apavora. Algumas pessoas são levadas a abrir o seu próprio negócio por motivos que, muitas vezes, são alheios às suas vontades. Tais situações abrangem exemplos de profissionais que saíram de grandes organizações com recursos econômicos significativos e que resolveram montar o seu próprio negócio; aqueles que deixaram seus empregos para se tornarem empresários e aqueles que, sem a maior pretensão, herdaram algum negócio da família. Na realidade, ser o próprio patrão implica estar exposto a constantes mudanças, assumir responsabilidades e sofrer pressões da sociedade, dos órgãos governamentais e dos empregados. A dedicação ao trabalho aumenta significativamente: muitas vezes trabalha-se mais de 8 horas por dia, sem um salário fixo, garantido no final do mês, e sem férias integrais. Ser um grande executivo de uma empresa não significa ser um grande empresário. Segundo Leite (1999), a formação de um perfil profissional baseado no empreendedorismo enfatiza, sobretudo, algumas características peculiares: são multifuncionais com domínio de informática, fazem o que gostam, possuem amplo conhecimento das diretrizes e princípios básicos de administração, de modo a desenvolver habilidades específicas à gestão de negócios e resultados, transparecem competência para trabalhar em equipe. Cunha e Ferla (1997) postulam que esse profissional define suas próprias metas, chegando por vezes à obstinação em persegui-las e que essas características podem ser aprendidas ao longo das experiências, ou seja, o empreendedor é formado dentro do próprio mercado de trabalho. Para Gerber (2004), o empreendedor é um estrategista, que cria métodos inéditos para a geração de oportunidades em mercados, transformando possibilidades em probabilidades. E, nessa linha, sua ação tem impacto decisivo em contextos organizacionais, já que seu dinamismo praticamente dita o ritmo de andamento dos processos. O perfil empreendedor vem sendo cada vez mais desenvolvido por conta de uma situação de mercado, em que a escassez de empregos está conduzindo as pessoas à criação de negócios próprios visando geração de renda, quer pelo meio informal, quer por trâmites formais. Observa-se um mercado rico em profissionais prestadores de serviço, autônomos e/ou proprietários de empresas. Empreender tem sido a melhor solução encontrada em universos de desempregos (LEITE, 1999). A visão do autor reflete o chamado empreendedorismo por necessidade, do GEM – Global Entrepreneurship Monitor - programa de pesquisa voltado a medir anualmente níveis nacionais de atividade empreendedora. Todavia, merece ênfase o fato de que criar empreendimentos requer medidas que ultrapassam a existência de perfil empreendedor. Véras (1999) contribui para esse entendimento, ao levantar que 80% de novos empreendimentos fracassam em seu primeiro ano de funcionamento. Porém, as características das pessoas que o conduzem são essenciais ao sucesso. Talvez, essas não possuam, ainda, o perfil necessário para empreender com sucesso. Para Miner (1996) existem quatro tipos de empreendedores que atingem o sucesso desenvolvendo atividades e seguindo rotas diferentes. É interessante notar que, em todos os casos, esses empreendedores possuem características condizentes com as definições de Leite (1999). Algo que deve ficar claro é que dificilmente os empreendedores que atingem o sucesso possuem todas as características citadas na literatura como sendo apenas suas. A equipe, ou o meio organizacional em que está inserido, em conjunto, poderá sim alcançar todas elas. Os empreendedores não são apenas aqueles que têm idéias, criam novos produtos ou processos. São também os que implementam, lideram equipes e vendem suas idéias. É difícil encontrar todas essas características em uma única pessoa. Por isso, a identificação do perfil de cada uma é a chave, e o trabalho em equipe pode ser fundamental para o sucesso dos empreendedores dentro de uma organização. Características empreendedoras Qualquer pessoa pode desenvolver e melhorar suas aptidões ou características empreendedoras. O bom empreendedor deve apresentar algumas características principais, a chamado perfil do empreendedor. Busca de oportunidade e iniciativa Realiza atividades antes de ser solicitada, ou antes, de ser forçada pelas circunstâncias. Busca por novas áreas de atuação, produtos e serviços para ampliar seu empreendimento. Aproveita as oportunidades fora do comum para obter financiamentos, equipamentos, local de trabalho ou assistência. Exemplo: Silvia descobriu que no bairro existiam muitos salões de beleza, mas não existia nenhuma loja que vendesse produtos para abastecer esses salões. Por isso, resolveu abrir uma perfumaria. Perseverança (persistência) Age diante de dificuldades em vez de ficar paralisada. Inexiste ou muda de estratégia com finalidade de enfrentar desafios ou dificuldades. Responsabiliza-se pessoalmente pelo cumprimento dos objetivos estabelecidos. Exemplo: Silvia trabalhou bastante para conseguir alugar o ponto que desejava, negociou diversas vezes como o dono do imóvel, até conseguir convencer o proprietário a chegar no preço que tinha condições para pagar o aluguel. Analisar as alternativas e calcular riscos cuidadosamente Age para diminuir riscos e controlar resultados. Coloca-se em situações que implicam desafios moderados. Exemplo: Silvia pediu adiantada sua parte na herança de um apartamento para conseguir capital para abrir sua loja. Comprometimento Esforça-se para completar dentro do prazo uma tarefa contratada. Trabalha junto com seus empregados ou os substitui caso seja necessário terminar uma tarefa. Prima em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade e o lucro em longo prazo. Exemplo: Silvia trabalha bastante para abrir a loja. Ajuda a pintar, limpar e fazer a agência do seu negócio, perdendo até mesmo o final de semana por conta disso. Atua com qualidade Age de forma a executar o trabalho mais rapidamente ou mais barato. Procede de forma a realizar coisas que satisfaçam ou excedam os padrões de excelência. Assegura que o trabalho seja terminado a tempo e atenda aso padrões de qualidade previamente combinados. Exemplo: Silvia exige dos fornecedores que todos os produtos estejam na data de validade a armazenados de maneira adequada para não deteriorarem. Persuadir e manter contatos Usa estratégias para influenciar ou persuadir os outros. Age para desenvolver e manter relações comerciais. Exemplo: Silvia preparou folhetos e distribuiu em todos os salões de beleza. Aproveitou também para fazer contato com os donos dos salões, explicando as vantagens de comprar em sua perfumaria. Estabelecer metas e objetivos Fixar metas de longo prazo, claras específicas. Fixar objetivos de curto prazo mensuráveis. Exemplo: Sílvia pretende recuperar seu investimento dentro de, no mínimo, 8 meses, por isso está calculando o quanto pretende vender por mês para chegar a esse resultado. Planejar e monitorar de forma sistemática Planejar um trabalho grande dividindo-o em partes mais simples e com prazos definidos. Acompanha e revisar seus planos, manter registros e utiliza-os para tomar decisões. Exemplo: Silvia anota tudo que sai e entra em seu caixa; se precisar gastar a mais em uma coisa, calcula se é possível, antes de usar o dinheiro. Buscar informações Não existem perguntas bobas, pois só os bobos não fazem perguntas. Exemplo: Silvia vai à livraria de sua cidade e compra diversos livros sobre empreendedorismo e sobre como abrir um negócio. Confiança e independência Mantém sua decisões, mesmo quando outras pessoas se opõem, diante de resultados desanimadores. Mostra-se confiante na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio. Exemplo: Silvia encontra dificuldades de competir com alguns fornecedores que aceitam cartões de crédito, mas não se intimida em relação à concorrência. Acredita que o seu atendimento personalizado compensa tal dificuldade. Caso: A partir da experiência de Maria durante a abertura de seu pequeno negócio escreva no espaço em branco qual sua característica de acordo com o perfil de empreendedor. Maria percebeu que a faculdade em frente a sua casa não possuía um local para fotocopias de documentos. Maria convenceu a vizinha a dividir o espaço de sua garagem para a abertura do negócio, apesar de sua recusa. Maria colocou no prego algumas joias de família para conseguir capital para abrir o negócio. Maria tomava conta de todos os detalhes e trabalhava inclusive nos fins de semana se fosse preciso. Maria nunca entregava fotocopias de documentos manchados. Maria ia até os departamentos da faculdade oferecer os serviços e descobrir as necessidades dos alunos e funcionários. Maria deseja, dentro de seis meses, contratar um ajudante e alugar outra máquina de cópias. Maria anota em seu caderno todas as despesas que tem com material, aluguel, assim também como todo lucro que entra. Maria resolveu fazer o curso de empreendedorismo pela internet, para melhorar suas ações empreendedoras. Quando choveu e alagou e seu espaço de trabalho, Maria não desanimou e criou um tablado para atender os clientes. Para ter sucesso no trabalho é preciso também outras características além das empreendedoras. É preciso ter competência. E competência é CHA. C de conhecimentos H de habilidades e A de atitudes Conhecimentos são novas técnicas, materiais, locais de comercialização, enfim, tudo que se possa ajudar você no desenvolvimento, produção, comercialização, prestação de serviços etc. Habilidades são as suas principais técnicas para a realização do seu trabalho, adquiridas e aperfeiçoadas no exercício da profissão ou através de qualificação. Atitudes dizem respeito ao seu comportamento empreendedor.